Diagnostico Integrado Componente-1 V2i
Diagnostico Integrado Componente-1 V2i
Diagnostico Integrado Componente-1 V2i
CONSELHO MUNICIPAL
(PTUM P171449)
DIAGNÓSTICO INTEGRADO
Junho de 2021
FICHA TÉCNICA
Data: Data:
1
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 21
2. OBJECTIVO ............................................................................................................. 22
3. METODOLOGIA ..................................................................................................... 24
4. ENQUADRAMENTO NORMATIVO, INSTRUMENTOS E PLANOS
SECTORAIS ..................................................................................................................... 28
4.1. Plano Director de Saneamento e Drenagem da Área Metropolitana de Maputo .. 30
5. ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ........................ 31
5.1. Enquadramento ..................................................................................................... 31
5.2. Caracterização Sócio Económica, Gênero e VBG ................................................ 32
5.2.1. Principais Actividades económicas ....................................................................... 32
5.2.2. Análise demográfica e sócio-cultural .................................................................... 33
5.2.3. Caracterização dos agregados familiares e estrutura etária da população ............ 34
5.2.4. Dinâmica Económica ............................................................................................ 37
5.2.5. Educação ............................................................................................................... 37
5.2.6. Saúde ..................................................................................................................... 39
5.2.7. Caracterização da habitação .................................................................................. 40
5.2.8. Desigualdade nas relações de gênero .................................................................... 42
5.2.9. Problemática de exclusão social e vulnerabilidade ............................................... 44
5.2.10. Violência baseada no género ................................................................................. 45
5.2.11. Situação da Criminalidade .................................................................................... 51
5.2.12. Mapeamento de Organizações de Base e Programas actuando na área de Inclusão
Social, Gênero e VBG ....................................................................................................... 52
5.2.13. Mapeamento dos Serviços de Atendimentos Comunitário a situações de Violência
58
5.2.14. Teoria da Mudança sobre a Inclusão Social, Género e VBG ................................ 59
5.3. Caracterização Paisagística e Riscos Ambientais ................................................. 60
5.3.1. Caracterização Biofísica ........................................................................................ 60
5.3.2. Áreas Verdes e Agrícolas ...................................................................................... 60
5.3.3. Riscos Ambientais e Alterações Climáticas .......................................................... 62
5.4. Caracterização Urbanística .................................................................................... 64
5.4.1. Estrutura Urbana Existente ................................................................................... 64
5.4.2. Uso Actual do Solo ............................................................................................... 65
5.4.3. Tipologias de Ocupação ........................................................................................ 67
5.4.4. Densidade Habitacional ........................................................................................ 69
5.4.5. Espaços Públicos e Equipamentos Urbano ........................................................... 70
5.4.6. Condicionantes ao Uso do Solo .......................................................................... 221
5.5. Gestão do Solo Urbano ....................................................................................... 222
5.5.1. Estrutura da Propriedade ..................................................................................... 224
5.5.2. Projectos de Regularização Fundiária ................................................................. 225
5.5.3. Sistemas de Tratamento de Dados ...................................................................... 230
5.6. Rede de Infra Estruturas Urbanas ....................................................................... 231
5.6.1. Rede Viária e Mobilidade ................................................................................... 232
5.6.2. Rede de Drenagem .............................................................................................. 237
2
5.6.3. Sistema de Abastecimento de Água .................................................................... 265
5.6.4. Saneamento ......................................................................................................... 321
5.6.5. Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos .................................................................. 386
5.6.6. Energia Eléctrica, Iluminação Pública e Telecomunicações ............................... 399
6. DIAGNÓSTICO INTEGRADO ......................................................................... 402
6.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 402
6.2. SÍNTESE DA ANÁLISE: MODELO DO TERRITÓRIO .................................................. 403
6.2.1. Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos ........................................................ 406
6.2.2. Infraestrutura Urbana .......................................................................................... 415
6.2.3. Inclusão Social, Género e Posse de Terra pelas Famílias Vulneráveis ............... 423
6.3. ANÁLISE ESTRATÉGICA: ELABORAÇÃO MATRIZ SWOT ...................................... 426
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................... 439
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 449
9. ANEXOS................................................................................................................. 452
3
LISTAS DE MAPAS
Mapa 1 - Área de intervenção .......................................................................................... 21
Mapa 2 – Famílias em situação de vulnerabilidade ......................................................... 44
Mapa 3 – Focos de criminalidade, prostituição, venda e consumo de drogas ................. 51
Mapa 4 - Associações na área de inclusão social e serviços de atendimento a grupos
vulneráveis ......................................................................................................... 57
Mapa 5 - Áreas Agrícolas e Verdes ................................................................................. 60
Mapa 6 - Riscos Ambientais e Alterações Climáticas ..................................................... 63
Mapa 7 - Uso Actual do Solo ........................................................................................... 67
Mapa 8 - Tipologias de ocupação .................................................................................... 69
Mapa 9 - Densidade habitacional .................................................................................... 70
Mapa 10 - Mancha Contígua dos Bairros Informais de Intervenção da Componente 1 do
PTUM ................................................................................................................. 71
Mapa 11: Localização das escolas primárias e seu raio de cobertura geográfica ............ 73
Mapa 12: Localização das escolas secundárias e seu raio de cobertura geográfica......... 74
Mapa 13: Mapa de localização das unidades sanitárias da área de intervenção e seu raio
de cobertura geográfica ...................................................................................... 76
Mapa 14: Distribuição territorial dos espaços públicos intervencionados na cidade....... 80
Mapa 15: EPEUs de Aeroporto A .................................................................................. 101
Mapa 16 - EPEUs de Aeroporto B ................................................................................. 106
Mapa 17 - EPEUs de Chamanculo A ............................................................................. 112
Mapa 18- EPEUs de Chamanculo B .............................................................................. 118
Mapa 19 - EPEUs de Chamanculo D ............................................................................. 124
Mapa 20 - EPEUs de Malanga ....................................................................................... 129
Mapa 21 - EPEUs de Minkadjuine ................................................................................. 135
Mapa 22 - EPEUs de Unidade 7..................................................................................... 142
Mapa 23 - EPEUs de Xipamanine.................................................................................. 147
Mapa 24 - EPEUs de Munhuana .................................................................................... 153
Mapa 25 - EPEUs de Maxaquene A............................................................................... 159
Mapa 26 - EPEUs de Mafalala ....................................................................................... 165
Mapa 27 - EPEUs de Urbanização ................................................................................. 171
Mapa 28 - EPEUs de FPLM ........................................................................................... 177
Mapa 29 - EPEUs de Mavalane A ................................................................................. 182
Mapa 30 - EPEUs de Mavalane B .................................................................................. 188
Mapa 31 - EPEUs de Inhagoia A ................................................................................... 192
Mapa 32 - EPEUs de Inhagoia B ................................................................................... 198
Mapa 33 - EPEUs de Nsalene ........................................................................................ 203
Mapa 34 - EPEUs de Luís Cabral .................................................................................. 209
Mapa 35 - Mapa de Condicionantes ............................................................................... 222
Mapa 36 - Planta de parcelas .......................................................................................... 225
Mapa 37- Rede Viária .................................................................................................... 233
Mapa 38 – Mapas de áreas de inundação natural nos Bairros do PTUM ...................... 240
Mapa 39 - Divisão administrativa dos bairros, sistemas de drenagem, sub-bacias e bacias
.......................................................................................................................... 242
4
Mapa 40 - Cursos receptores de água ............................................................................. 243
Mapa 41 - Rede de Abastecimento de água - área de intervenção do PTUM ................ 275
Mapa 42 - Localização dos fontanários operacionais (cor azul) e inoperacionais (cor
vermelha).......................................................................................................... 277
Mapa 43 - Rede de saneamento da área de intervenção ................................................. 322
Mapa 44 – Localização de contentores e respectivas instituições de recolha ................ 390
Mapa 45 - Energia Eléctrica, Iluminação Pública e Telecomunicações ........................ 401
Mapa 46 - Mapa síntese da área de intervenção ............................................................. 403
Mapa 47 - Espaços públicos potenciais no mapa integrado .......................................... 414
5
TABELAS
Tabela 1 – Distribuição populacional por Bairro ............................................................. 22
Tabela 2 - Instrumentos de Ordenamento Territorial de Nível Autárquico existentes .... 30
Tabela 3 - Divisão percentual da população da cidade de Maputo por ramo de
actividades .......................................................................................................... 33
Tabela 4 - Faixa etária por Distrito Municipal ................................................................. 36
Tabela 5 - Unidades sanitárias que os residentes têm acesso aos cuidados primários de
saúde ................................................................................................................... 39
Tabela 6 - Registos dos casos nos CAIVV ...................................................................... 49
Tabela 7 - Locais de internamento das vítimas. ............................................................... 50
Tabela 8 - Dados dos Mapeamento do OSC/ONGs na área socioeconómica nos 20
bairros ................................................................................................................. 53
Tabela 9 - Centros de ajuda pública por bairro ................................................................ 58
Tabela 10 - Espaços Verdes e agrícolas ........................................................................... 61
Tabela 11 – Ocupação em áreas de proteção ................................................................... 63
Tabela 12 - Ciclones em Moçambique (1996-2021) ........................................................ 64
Tabela 13 - Uso actual do solo ......................................................................................... 65
Tabela 14:Densidade habitacional ................................................................................... 70
Tabela 15 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 104
Tabela 16 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 105
Tabela 17 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 110
Tabela 18 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 111
Tabela 19 - Tabela dos EPEUs ....................................................................................... 116
Tabela 20- Tabela dos EPEUs e seus atributos .............................................................. 117
Tabela 21 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 122
Tabela 22 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 123
Tabela 23 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 127
Tabela 24 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 128
Tabela 25 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 133
Tabela 26 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 134
Tabela 27 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 139
Tabela 28 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 140
Tabela 29 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 145
Tabela 30 - EPEUs de Xipamanine ................................................................................ 146
Tabela 31 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 151
Tabela 32 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 152
Tabela 33 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 157
Tabela 34 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 158
Tabela 35 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 163
Tabela 36 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 164
Tabela 37 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 169
Tabela 38 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 170
Tabela 39 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 175
6
Tabela 40 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 176
Tabela 41 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 180
Tabela 42 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 181
Tabela 43 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 186
Tabela 44 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 187
Tabela 45 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 191
Tabela 46 - EPEUs de Inhagoia A ................................................................................. 197
Tabela 47 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 202
Tabela 48 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 207
Tabela 49 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 208
Tabela 50 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 213
Tabela 51 - Tabela dos EPEUs e seus atributos ............................................................. 214
Tabela 52 - Levantamento da rede viária ....................................................................... 234
Tabela 53 – Vias Pedonais ............................................................................................. 236
Tabela 54 – Capacidade dos centros distribuidores ....................................................... 268
Tabela 55 - Projecto existente da extensão da rede de abastecimento de água na área de
intervenção ....................................................................................................... 320
Tabela 56 - Lista dos projectos realizados no âmbito do saneamento ........................... 327
Tabela 57 – Calendário de recolha de resíduos .............................................................. 389
Tabela 58 - Número de contentores partilhados ............................................................. 391
Tabela 59 – Micro empresas que recolhem resíduos fora da área de jurisdição ............ 392
Tabela 60 – Mecanismo de recolha de resíduos ............................................................. 394
Tabela 61 - Índice de espaços públicos por habitantes .................................................. 410
Tabela 62 - Características e Potencialidades dos Espaços Públicos ............................. 413
Tabela 63 - Avaliação das Áreas total dos espaços públicos abertos, áreas serem
drenadas e áreas de alagamento ....................................................................... 444
7
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Esquema da metodologia aplicada ................................................................. 24
Gráfico 2 – Distribuição da população por bairro da área de intervenção ....................... 33
Gráfico 3 - Divisão da população por sexo ...................................................................... 34
Gráfico 4 – Número de agregados familiares ................................................................... 35
Gráfico 5 - Análise do crescimento população nos 20 bairros entre 2007 e 2017 ........... 37
Gráfico 6 - Instituições de ensino público ........................................................................ 38
Gráfico 7 -Beneficiários do subsídio social básico na cidade de Maputo ........................ 43
Gráfico 8- Características dos espaços públicos identificados ....................................... 215
Gráfico 9- localização dos espaços públicos nos bairros ............................................... 216
Gráfico 10 - Distribuição de árvores nos espaços públicos .......................................... 217
Gráfico 11 - Dinâmica de apropriação actual dos espaços públicos ............................. 218
Gráfico 12 - distribuição dos espaços públicos por bairro quanto ao tipo de pavimento
.......................................................................................................................... 219
Gráfico 13 - Distribuição dos problemas entre os espaços públicos .............................. 220
Gráfico 14 - Número de fontanários. ............................................................................. 278
Gráfico 15 - Fonte de captação do Bairro de Xipamanine ............................................. 302
Gráfico 16 - Fontes de captação de água no bairro FPLM ............................................. 303
Gráfico 17-Fontes de captação de água no bairro Mavalane A ..................................... 304
Gráfico 18 - Fontes de captação de água no bairro Mavalane B .................................... 306
Gráfico 19 - Fontes de captação de água no bairro Urbanização ................................... 307
Gráfico 20: Fonte de captação do bairro Maxaquene A ................................................. 308
Gráfico 21: Fonte de captação do bairro da Mafalala ..................................................... 310
Gráfico 22 - Fontes de captação de água no bairro Inhagoia A ..................................... 311
Gráfico 23 - Fonte de captação no bairro Inhagoia B .................................................... 313
Gráfico 24 - Fonte de captação do bairro Luís Cabral .................................................. 314
Gráfico 25 - Fonte de captação do bairro Nsalene ......................................................... 315
Gráfico 26 - Diagrama de funcionamento das ETLF ..................................................... 328
Gráfico 27 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Aeroporto A ............................... 331
Gráfico 28 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Aeroporto A .......................... 331
Gráfico 29 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Aeroporto A ........................ 332
Gráfico 30 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Aeroporto B ............................... 333
Gráfico 31 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Aeroporto B ........................... 334
Gráfico 32 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Aeroporto B ......................... 334
Gráfico 33 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Xipamanine ................................ 337
Gráfico 34 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Xipamanine ........................... 337
Gráfico 35 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Xipamanine .......................... 338
Gráfico 36 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mikadjuine ................................. 340
Gráfico 37 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mikadjuine ............................ 340
Gráfico 38 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mikadjuine ........................... 341
Gráfico 39 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Unidade 7 ................................... 342
Gráfico 40 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Unidade 7 .............................. 343
Gráfico 41 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Unidade 7 ........................... 343
8
Gráfico 42 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo A ........................... 345
Gráfico 43 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo ........................... 345
Gráfico 44 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo A ..................... 346
Gráfico 45 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo B ........................... 347
Gráfico 46 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo B ....................... 348
Gráfico 47 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo B .................... 348
Gráfico 48 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo D ........................... 350
Gráfico 49 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Chamanculo D ....................... 351
Gráfico 50 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo D ..................... 351
Gráfico 51 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Malanga ..................................... 353
Gráfico 52 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Malanga ................................. 353
Gráfico 53 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Malanga ............................... 354
Gráfico 54 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Munhuana .................................. 355
Gráfico 55 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Munhuana .............................. 356
Gráfico 56 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Munhuana ............................ 356
Gráfico 57 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Maxaqueni A ............................. 358
Gráfico 58 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Maxaquene A ........................ 359
Gráfico 59 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Maxaquene A ....................... 359
Gráfico 60 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mafalala ..................................... 362
Gráfico 61 - Tipo de revestimento das latrinas do bairro de Mafalala ........................... 362
Gráfico 62 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Mafalala .............................. 363
Gráfico 63 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Urbanização ............................... 365
Gráfico 64 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Urbanização ........................... 365
Gráfico 65 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Urbanização ........................ 366
Gráfico 66 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do FPLM ......................................... 367
Gráfico 67 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro FPLM .................................... 368
Gráfico 68 - tempo de enchimento das latrinas no bairro FPLM ................................... 368
Gráfico 69 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mavalane A................................ 369
Gráfico 70 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mavalane A ........................... 370
Gráfico 71 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mavalane A .......................... 371
Gráfico 72 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mavalane B ................................ 372
Gráfico 73 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mavalane B ........................... 373
Gráfico 74 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Mavalane B ........................ 373
Gráfico 75 - Tipo de latrinas existentes no Bairro Inhagoia A ...................................... 374
Gráfico 76 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Inhagoia A ............................. 374
Gráfico 77- tempo de enchimento das latrinas no bairro Inhagoia A ............................ 375
Gráfico 78 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Xipamanine ................................ 376
Gráfico 79 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Inhagoia B ............................. 376
Gráfico 80 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Inhagoia B .......................... 376
Gráfico 81 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Luís Cabral ................................ 377
Gráfico 82 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Luís Cabral ............................ 378
Gráfico 83 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Luís Cabral ......................... 378
Gráfico 84 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Nsalene ...................................... 379
Gráfico 85 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Nsalene .................................. 379
9
Gráfico 86 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Xipamanine .......................... 380
Gráfico 87 - Estado dos sanitários nas escolas ............................................................... 381
Gráfico 88 - Estado dos sanitários nos mercados ........................................................... 383
Gráfico 89 - Esquema da Gestão dos Resíduos Sólidos ao nível da Cidade Maputo
(Fonte: CMM 2008) ......................................................................................... 387
Gráfico 90 - Número total de funcionários vs Número de funcionários do sexo feminino
.......................................................................................................................... 389
Gráfico 91 – Quantidade de resíduos colectados por dia ............................................... 391
Gráfico 92 - Avaliação do grau de envolvimento dos moradores na separação do lixo 395
Gráfico 93 - Ilustração das principais dificuldades enfrentadas na recolha de resíduos
sólidos .............................................................................................................. 395
Gráfico 94 - Índice de espaços públicos por habitantes ................................................. 409
10
FIGURAS
Figura 1 - Vala de Drenagem Bairro do Chamanculo D .................................................. 40
Figura 2 - Águas paradas no bairro Chamanculo B ......................................................... 40
Figura 3 – Tubos de água rompidos nos bairros Chamanculo B e Aeroporto B ............. 41
Figura 4 - Sanitário compartilhado do bairro da Mafalala ............................................... 42
Figura 5 - Esquema de gestão de casos de VBG nos 20 bairros. ..................................... 46
Figura 6 - Mulher violentada pelo marido no Bairro Unidade 7 ..................................... 47
Figura 7 - Bairro de Aeroporto A: Membro da comunidade indicando um foco de
criminalidade ...................................................................................................... 52
Figura 8 - Teoria de Mudança .......................................................................................... 59
Figura 9 - Vias Pedonais no Bairro Mavalane A .......................................................... 232
Figura 10 – Vias Pedonais no Bairro Inhagoia A .......................................................... 236
Figura 11 - vala-estrada no bairro da Mafalala .............................................................. 239
Figura 12 - Anilhas de descarregamento não interligadas a infra-estrutura de drenagem
(causam alagamento) ........................................................................................ 246
Figura 13 - Estado da principal vala de drenagem no Aeroporto B ............................... 247
Figura 14 - Ponto de alagamento, durante e depois da chuva no Xipamanine .............. 248
Figura 15 - Erosão Pluvial no Bairro Chamanculo D .................................................... 249
Figura 16 - Alagamento na Avenida Marcelino Dos Santos no Bairro Chamanculo D 249
Figura 17 - Orifícios em muros residenciais para facilitação dos escoamentos no Bairro
Chamanculo B .................................................................................................. 250
Figura 18 - Ponto de inundação junta na rua da secretaria do Bairro Unidade 7 ........... 251
Figura 19 - Micro drenagem no Bairro de Maxaquene A .............................................. 252
Figura 20 - Linha de escoamento natural obstruída por construções de habitação no
Bairro da Minkadjuine ..................................................................................... 253
Figura 21 - Situação das valas de drenagem no bairro da urbanização ......................... 254
Figura 22 - Linha de escoamento natural obstruída por construções de habitação no
Bairro da Munhuana ......................................................................................... 255
Figura 23 - Zonas de alagamento no Bairro da Munhuana ............................................ 256
Figura 24 - Zonas de alagamento no Bairro da Mafalala ............................................... 258
Figura 25 - Erosão pluvial nas ruas do Bairro de Nsalene ............................................. 259
Figura 26 - Estado dos elementos do sistema de drenagem existentes no bairro de
Chamanculo A .................................................................................................. 260
Figura 27 - Erosão pluvial no Bairro Luís Cabral .......................................................... 261
Figura 28 - Zona de inundação devidamente sinalizada no Bairro de Inhagoia A ........ 262
Figura 29 - Efeito na inexistência de sistema de drenagem no bairro Mavalane B ....... 263
Figura 30 - Zona de alagamento na escola e campo “Carzozo” .................................... 264
Figura 31 - Estado actual da vala de drenagem localizada na Av. 24 de Julho no Bairro
da Malanga ....................................................................................................... 265
Figura 32 - Albufeira da barragem dos Pequenos Libombos......................................... 266
Figura 33 – Estação de tratamento de água de Umbeluzi .............................................. 267
Figura 34 - Direita – Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Esquerda – interior
da casa de visita acoplado ao reservatório. ...................................................... 270
11
Figura 35 - Esquerda– Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Direita–
Tanques de cloro para correção de água .......................................................... 270
Figura 36 - Casa das bombas do CD de Chamanculo .................................................... 271
Figura 37 - Direita – Tanque elevado, Esquerda – Tanque apoiado. ............................. 271
Figura 38 - Esquerda - Bombas tipo instalada no centro distribuidor de Laulane, Direita –
acessório de redução das condutas ................................................................... 272
Figura 39 - Tanque elevado sobre o edifício, Direita – Tanque apoiado do CD de
Maxaquene ....................................................................................................... 273
Figura 40 - Bombas acoplados ao gerador, Direita – Ponto de transformação Rede de
Distribuição ...................................................................................................... 273
Figura 41 - Direita – Tanque de água apoiado, Esquerda – Canalização ligada a bomba
submersível ...................................................................................................... 281
Figura 42 - Tanques de água apoiado e elevado da família Sitio .................................. 282
Figura 43 - Tanques de água elevados da família Mulau............................................... 283
Figura 44 - Tanques de água elevados com o respectivo sistema de bombagem da família
Matusse ............................................................................................................ 284
Figura 45 - Direita – Tanque de água apoiado a cada de banho, Esquerda – Local para a
captação de água (furo privado) ....................................................................... 285
Figura 46 - Tanques de água elevados, apoiados as estrutura de betão ......................... 287
Figura 47 - 1-Ruptura de tubo de água; 2-Escoamento de água proveniente de ruptura de
tubo ................................................................................................................... 290
Figura 48 - 1-Torneira domiciliar; 2- Fontanário Inoperacional; .................................. 291
Figura 49 - Perda de água; 2-Fontanário Operacional; 3- Fontanário Inoperacional .... 293
Figura 50 - 1 e 2- Fontanários Inoperacional ................................................................. 294
Figura 51 - Fontenário inoperacional ............................................................................. 295
Figura 52 - Dispositivos de abastecimento de água nas valas de drenagem .................. 296
Figura 53 – (1) Ruptura de tubo; (2) Aproveitamento da água; (3) Fontanário
Inoperacional .................................................................................................... 297
Figura 54 - Dispositivo de abastecimento de água em algumas residências.................. 298
Figura 55 - Ruptura de tubo e tubo exposto a céu aberto .............................................. 299
Figura 56-Fontanário Inoperacional; 2- Tanque de água em estado de degradação; 3-
Perda de água. .................................................................................................. 303
Figura 57 - 1 e 2- Fontanário Inoperacional e vandalizado; 2- Perda de água............... 305
Figura 58 - Fontanário Inoperacional; 2- Perda de água ................................................ 306
Figura 59 -Tubos de água expostos próximos das águas residuais provenientes da casa de
banho; 2- Fontanário Inoperacional; 3- Perda de água .................................... 307
Figura 61 - 1- perda de água; 2- Fontanário Inoperacional ............................................ 309
Figura 62 - Ligação clandestina; 2- 4: Tubos de água expostos dentro da vala de
drenagem .......................................................................................................... 310
Figura 63 - 1-Fontenário público avariado, a esquerda; 2-Perdas de água nas vias de
circulação, a direita .......................................................................................... 312
Figura 64 - Tanque de abastecimento de água de um furo privado do bairro Inhagoia B
.......................................................................................................................... 313
Figura 65 - 1- Fontenário inoperacional; 2- Fontanário operacional ............................. 315
12
Figura 66 - 1- Fontanário Inoperacional; 2 e 3- Ruptura de tubo de agua ..................... 316
Figura 67 - Fontes de água nas escolas .......................................................................... 318
Figura 68 - 1-Poço de água no mercado Salubridade; 2- Reservatório de água mercado
da Unidade 7 .................................................................................................... 319
Figura 69 - Abastecimento de água na terminal de Xipamanine ................................... 319
Figura 70 - Estacão elevatório de bombagem de águas residuais da Av. Julius Nyerere.
.......................................................................................................................... 324
Figura 71 - Estacão de bombagem de água residuais na Avenida Bamabe Tawe ......... 324
Figura 72 - Vacutug - Exemplo de tanque para recolha e transporte de lamas .............. 329
Figura 73 - Esquerda: Latrina feita de betão, Direita: Latrina sobre a fossa séptica ..... 330
Figura 74 - Esquerda: Sanitário feito pela WSUP, Direita: Sanita por cima da fossa ... 333
Figura 75 - Esquerda: Águas residuais nas estruturas viárias, Direita: Águas residuais
encaminhadas para a estrutura viária ............................................................... 336
Figura 76 - Esquerda: Sanitário compartilhado financiado pela WSUP, Direita: Banheira
de betão com águas brancas ............................................................................. 336
Figura 77 - Direita-Sanitário com revestimento de chapa, Esquerda – Sanitário com
sanita Turca ...................................................................................................... 339
Figura 78 - Local para fazer ducha, Direita: Fossa séptica em condições precárias ...... 342
Figura 79 - Esquerda: Sanitário compartilhado, Direita: Sanita Turca no interior do
sanitário ............................................................................................................ 344
Figura 80 - Esquerda: local para fazer ducha, Direita: latrina com revestimento de pneus
.......................................................................................................................... 347
Figura 81 - Esquerda – Latrina tipo Turca de betão, Direita – Local de ducha com águas
brancas .............................................................................................................. 349
Figura 82 - Direita – Vala de drenagem entupida, Esquerda – lançamento de águas
residuais por uma residência ............................................................................ 350
Figura 83 - Esquerda: Latrina com revestimento de madeira, Direita: Local para ducha
.......................................................................................................................... 352
Figura 84 - Esquerda: Local de ducha e sanita no mesmo compartimento, Direita:
Sanitário ........................................................................................................... 355
Figura 85 - Latrina com laje de betão, b) Escoamento de águas residuais sobre as ruas
.......................................................................................................................... 357
Figura 86 - Valas de drenagem com contribuição de águas residuais domésticas ........ 361
Figura 87 - Esquerda: Local de ducha, Sanitário em degradação financiado pela WSUP
.......................................................................................................................... 361
Figura 88 - Latrina exterior de chapas com a sua respectiva latrina .............................. 364
Figura 89 - Sanitário sem cobertura ............................................................................... 367
Figura 90 - Esquerda: Sanita Turca, Direita: casa de banho com revestimento de
alvenaria ........................................................................................................... 369
Figura 91 - Casa de banho com ducha e sanita no mesmo lugar, Direita – Lugar de ducha
.......................................................................................................................... 372
Figura 92 - Esquerda: Sanita Turca, Direita: Latrina com tampa de betão .................... 375
Figura 93 - Interior do sanitário da Escola Secundária da Munhuana ........................... 382
Figura 94 - Interior do sanitário da Escola Primária Completa Mavalane A ................. 382
13
Figura 95 - Interior do sanitário do mercado Salubridade ............................................. 384
Figura 96 - Interior do sanitário do mercado Malanga informal .................................... 384
Figura 97 - Sanitário da paragem de Xipamanine .......................................................... 385
Figura 98 - Recolha primária de resíduos sólidos em AI ............................................... 392
Figura 99 - Baldes nos mercados incentivando a separação de resíduos ....................... 393
Figura 100 - Vendedores ao redor dos contentores no mercado Xipamanine ............... 393
Figura 101 - Objectos de adorno produzidos através de material reciclado e bancas de
venda de garrafas plásticas. .............................................................................. 397
Figura 102 - Material de uso doméstico produzido pela TOPAC ................................... 397
Figura 103 - Bancas de venda de material de vidro ........................................................ 398
Figura 104 – Processo de compostagem ......................................................................... 398
Figura 105 - Corredor de Infra-estrutura eléctrica de média e alta tensão (Inhagoia A e B)
.......................................................................................................................... 399
14
FICHAS
15
Lista de Abreviaturas e Acrónimos
16
PPU Plano Parcial de Urbanização
PEUMM Plano de Estrutura de Urbanização do Município de Maputo
PTUM Projecto Transformação Urbana de Maputo
RS Resíduos Sólidos
SDGCAS Serviços Distritais de Género Criança e Acção Social
USGM Uaene Gama de Serviços de Maputo
VBG Violência Baseada no Género
VS Versus
WSUP Water and Santation for the Urban poor
Km Qilómetro
Kg Quilograma
m Metro
m² Metros quadrados
m³ Metros cúbicos
MT Meticais
USD Dólar Norte Americano
Hab Habitantes
Cm Centímetros
% Percentagem
17
Glossário
18
Dispositivo de Infiltração ou Filtração no Solo (Sumidouro): infra-estrutura
complementar associada à deposição final ou tratamento no solo associada à fossa séptica
ou outra solução descentralizada de saneamento onde as águas residuais sofrem um
processo de decantação.
Efluente: águas residuais que, provindo de qualquer tipo de actividade, sejam consideradas
águas residuais domésticas ou águas residuais industriais.
Erosão pluvial: É a acção de processos superficiais da acção do fluxo de água que remove
solo, rochas, ou material dissolvido de um local na crosta da terra e transporta para outro
local.
Escoamento superficial livre: São as linhas naturais de água, ou seja, a hidrografia gerada
pelas curvas de nível antes de obstrução pelos efeitos da urbanização.
19
Macro drenagem: É o conjunto dos sistemas colectores de diferentes sistemas de
microdrenagem.
Tchova: carroça rudimentar feita de uma chapa metálica sobre duas rodas e movida por
tração humana. E usada ao nível dos 20 bairros para transportar resíduos sólidos na recolha
primária.
Violência baseada no Género: qualquer tipo de agressão física, psicológica, sexual contra
alguém em situação de vulnerabilidade devido a sua identidade de género.
20
1. INTRODUÇÃO
21
Face aos resultados do censo de 2017, a área de intervenção tem uma população com
264.054 habitantes beneficiários e cobre uma área física de cerca de 17.26 km21 (Mapa 1),
sendo que em termos de organização administrativa incide em 4 distritos municipais
conforme indicado na Tabela 1.
Distrito População Densidade
Bairro
Municipal 2017 (hab) Pop (hab/ha)
Chamanculo A 10 014 227
Chamanculo B 9 022 218
Chamanculo D 11 093 227
Aeroporto A 13 362 154
Aeroporto B 15 965 205
Nlhamankulu
Unidade 7 7 783 278
Malanga 10 166 66
Minkadjuine 6 986 193
Xipamanine 14 895 196
Munhuana 5 191 115
Mavalane A 19 407 166
KaMavota Mavalane B 12 796 243
FPLM 10 722 116
Urbanização 13 269 195
KaMaxakeni Maxaquene A 19 300 243
Mafalala 17 822 214
Inhagoia A 14 471 171
Inhagoia B 15 481 178
KaMubukwana
Luís Cabral 33 040 168
Nsalene 3 269 169
Total de População 2017 264.054
Tabela 1 – Distribuição populacional por Bairro
Fonte: INE, 2019
2. OBJECTIVO
O presente diagnóstico visa, de forma geral, informar sobre o estado actual integrado da
área de intervenção, com vista a auxiliar a elaboração de estudos e subprojectos executivos
a serem elaborados pela consultoria da componente I do PTUM.
De forma específica, tendo em consideração as áreas de actuação do PTUM, pretende-se o
seguinte:
1
Relativamente a área indicada pelo PAD, esta área inclui o bairro da Malanga e exclui a área do cemitério
de Lhanguene
22
a) Inclusão Social e gênero
▪ Colectar, sistematizar e analisar todos os dados relativa a área da Inclusão Social,
Gênero e Violência Baseada no Género (VBG), visando proporcionar uma base
concreta de conhecimento sobre situação actual ao nível dos bairros de intervenção
na componente 1;
▪ Adquirir elementos que subsidiem o desenho de futuras intervenções nos
assentamentos informais, permitindo assim o ajustamento das necessidades da área
de intervenção.
▪ Compilar fontes diversas e propor o diálogo entre elas através da observação feita.
b) Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos
▪ Mapear a estrutura do tecido actual de EPEU em cada bairro;
▪ Compreender as características físicas e socio-ambientais, assim como os
problemas associado a cada espaço público aberto da área de intervenção;
▪ Medir a cobertura geográfica dos equipamentos públicos;
▪ Criar uma base de dados para ilustrar a situação atual dos EPEU, constituída por
fichas técnicas de espaços abertos, mapas temáticos, bem como fichas síntese de
EPEU de cada bairro.
c) Rede Viária e Mobilidade
▪ Recolher informação sobre a rede viária e transportes de forma a caracterizar e
classificar as redes existentes, bem como vias pedonais que possam ser usadas
como vias activas de mobilidade;
▪ Reflectir sobre a rede viária (onde se inclui as vias pedonais activas de mobilidade)
cuja intervenção e conexão à rede rodoviária existente dentro e ao redor dos bairros
seleccionados que permitirá melhorar a acessibilidade das áreas residenciais mais
isoladas do PTUM, bem como oferecer alternativas às rotas de transporte
congestionadas.
d) Drenagem
▪ Identificar infra-estruturas de micro e macro drenagem, avaliar o seu estado de
funcionamento e conservação;
▪ Identificar áreas de inundação, zonas susceptíveis a alagamento e erosão;
▪ Produção de mapas temáticos que possam servir como instrumentos de apoio na
tomada de decisões para a redução de ocorrência de cheias nos Assentamentos
Informais.
e) Ordenamento do Território
▪ Apresentar um sumário da actual situação do sector que alavanque e seja orientador
da estratégia urbanística e de gestão do solo a aplicar;
▪ Identificar as principais características paisagísticas, urbanísticas e as
condicionantes aplicáveis à área de intervenção;
▪ Recolher informação sobre as melhores práticas associadas a projectos de
regularização fundiária executados na cidade de Maputo;
▪ Levantamento do ponto de situação e constrangimentos dos Sistemas de
Tratamento de Dados Alfanumérico e Geográfico do CMM.
23
f) Água e Saneamento
▪ Descrever os sistemas existentes de água e saneamento de forma narrativa e com
mapas, diagramas esquemáticos, fluxogramas, fotografias e planilhas com dados
técnicos gerais de caracterização dos sistemas;
▪ Analisar as principais deficiências relacionadas à produção, operação, planificação,
gestão de abastecimento de água e saneamento;
▪ Caracterizar e avaliar a qualidade de prestação dos serviços de abastecimento de
água e saneamento; e,
▪ Identificar as principais opções tecnológicas, soluções de saneamento individual,
colectivo e abastecimento de água nos assentamentos informais, como também nas
escolas públicas, mercados e terminais de chapas.
3. METODOLOGIA
Na literatura geral, metodologia é entendida como conjunto de métodos e técnicas
aplicadas ao estudo e tratamento do que se pretende estudar, métodos que consistem num
conjunto de regras a observar para conhecer a realidade das técnicas a aplicar à recolha e
análise dos dados, ferramentas e modos de aplicação. A metodologia é que valida o estudo
e as suas conclusões, sendo que no caso concreto foi definida uma metodologia geral
aplicável a todas as áreas em análise (Gráfico 1). Na definição desta metodologia geral foi
ainda considerada a Metodologia para Elaboração do Diagnóstico Integrado que consta do
Manual de Intervenção em Assentamentos Informais, tendo a parte da análise síntese de
dados sido adaptada ao contexto do PTUM, onde obedeceu os procedimentos ilustrados no
esquema abaixo, considerando as seguintes áreas de análise, espaços públicos, inclusão
social e gênero e infra-estruturas.
24
Para o presente diagnóstico aplicou-se essencialmente o método descritivo, análise
documental que implicou análise e recolha de dados, efectivada através de uma análise de
conteúdo, com enfoque quantitativo e qualitativo e técnicas matemáticas.
• Revisão da literatura
• Trabalho de campo
25
observação directa e participativa na qual, a equipe técnica em coordenação e
acompanhamento pelos secretários e representantes dos 20 bairros objecto do diagnóstico,
visitaram os bairros alvos. Este foi realizado com recurso aos seguintes instrumentos de
apoio ao trabalho de campo: GPS, máquinas fotográficas, questionários, fichas técnicas e
a fotografia aérea atual dos bairros.
Durante estas visitas para as áreas de Água e Saneamento, Inclusão Social e Gênero e
Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos foram realizadas entrevistas semi-estruturadas
com informantes chaves e discussões em grupos focais; Inquérito por amostragem- junto
de uma amostra não probabilística; Perfis Transversais (caminhadas), para observação
directa com registo fotográfico e coordenadas geográficas, onde foram percorridos os
bairros com apoio de um guia, residente na comunidade para reconhecimento das
diferenças nos usos do solo, acidentes geográficos, práticas culturais, infra-estruturas
urbanas, mobiliário, maiores focos de incidência de problemas relacionados com violência
ou criminalidade, doenças, famílias vulneráveis que vivem em camponês, pontos de
abastecimento de água (poços, furos), pontos de lançamento de esgoto, prestadores de
serviços (gestão de lamas fecais), identificação dos pontos de lançamento de águas
residuais, registo de dispositivos de abastecimento de água expostos em valas de drenagem
e identificação dos sistemas unitários, características, principais funções, formas de
apropriação, problemas, qualidades e potencialidades e outros aspectos importantes para
compreender as dinâmicas atuais nos espaços públicos dos assentamentos informais
selecionados. Ademais, levantou-se outros elementos que possam contribuir para uma
compreensão integrada do contexto, assim como para compressão do funcionamento geral
dos sistemas públicos de interesse colectivos, designadamente: os postos de transformação
eléctrica, as edificações devolutas, igrejas, fontanários.
Para Drenagem este exercício consistiu no mapeamento dos seguintes sistemas urbanos:
(i) áreas propensas a inundações em caso de ocorrência de chuvas, (ii) caminhos naturais
dos escoamentos superficiais, (iii) pontos das áreas susceptíveis a alagamentos, (iv) pontos
das áreas danificadas pela erosão pluvial e, o que culminou com a elaboração do cadastro
dos sistemas de drenagem existentes. Estes pontos e áreas foram mapeados com recurso ao
software UTM Geo Map. Na Rede Viária e Mobilidade foram priorizadas as visitas de
campo e reuniões técnicas de avaliação dos traçados propostos, com os sectores de
mobilidade e trânsito, infra-estruturas viárias e ordenamento do território do CMM, foi
feito o reconhecimento das características das vias propostas, mas também analisada a sua
articulação com o plano geral do Município, bem como os princípios de mobilidade do
PTUM.
26
como as suas áreas de abrangência geográfica; Produção de fichas técnicas com informação
detalhada (nome, localização, função, área, configuração, problemas, potencialidades,
qualidades e registo fotográfico) de cada espaço público identificado, (3) fichas técnicas
síntese de cada bairro com informação sobre o tecido de EPEU, estrutura demográfica e
administrativa e física actual, assim como (4) as fichas técnicas de experiências relevantes
de intervenção em espaços públicos no contexto de Maputo, com vista aprender
os aspectos qualitativos e, também, problemáticos associados a estas intervenções.
27
4. ENQUADRAMENTO NORMATIVO, INSTRUMENTOS E PLANOS
SECTORAIS
28
● Pacote autárquico (revisto);
● Estatuto Orgânico do CMM;
● Sistema de Gestão Municipal (SIGEM), incluindo mapas digitais georreferenciados
e uma plataforma de software em rede capaz de produzir uma variedade de análises
e imagens;
● Manual da MCA sobre o projecto de cadastro e titulação massiva de terras em
quatro províncias do norte do país, a saber: Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo
Delgado.
No que concerne aos instrumentos de ordenamento do território de nível autárquico o
principal documento orientador que o Município de Maputo dispõe consiste no Plano de
Estrutura Urbana elaborado em 2008 e que abrange toda a área do Município. Sendo que o
mesmo deverá ser obrigatoriamente revisto decorrido 10 anos após a sua entrada em vigor
(n.º 3 do artigo 64 do RLOT).
29
Tipo de Área de Ano de ÁREA
Aprovado
Plano Intervenção Elaboração (ha)
Resolução 74/AM/2011 de
Plano Parcial Maxaquene "A" 2011
28 de Setembro de 2011
87,5
de
Urbanização Luís Cabral Resolução 52/AM/2016 de
2015 254,0
25 de Maio de 2016
Total 341,5
Tabela 2 - Instrumentos de Ordenamento Territorial de Nível Autárquico existentes
Mais importa referir que nos termos do n.º 1 do artigo 39 e do artigo 40 do Regulamento
da Lei de Ordenamento do Território (RLOT), os instrumentos de ordenamento do
território de nível autárquico são elaborados por iniciativa do Presidente da Autarquia e o
processo de elaboração inicia-se com a publicação do despacho do Presidente. Sendo que
nos termos do n.º2 do artigo 39.º após a aprovação pela Assembleia Municipal, devem ser
enviados ao Ministério da tutela para ratificação, mas cuja eficácia nos termos do n.º 1 do
artigo 73 do RLOT depende ainda da sua publicação no Boletim da República.
30
5. ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
5.1. Enquadramento
Sem políticas urbanas adequadas, a população crescente ocupou prédios vazios na Cidade
Cimento que foram deixados para trás após a Independência, ou construiu as suas casas em
faixas de servidão, planícies aluviais e áreas sem infra-estrutura urbana. O resultado é que,
hoje, cerca de 80% da população da Cidade de Maputo vive em assentamentos informais.
Embora nos últimos anos as conexões de electricidade e água tenham-se expandido, cerca
de 20% dos domicílios ainda não têm acesso a água canalizada e mais de 60% não têm
acesso a saneamento seguro. Como resultado, os pobres urbanos acabam comprando água
de fornecedores privados a um custo muito mais alto. Por outro lado, as inundações são
muito comuns na maioria dos assentamentos informais, pois os sistemas de drenagem são
quase inexistentes, aumentando significativamente a incidência de doenças de veiculação
hídrica como diarreia, cólera e malária, que por sua vez impactam não apenas na saúde dos
residentes, mas também na sua produtividade. Importa ainda referir que a intervenção em
Assentamentos Informais dadas as suas características exige um consenso social sobre as
acções estratégicas a implementar para os bairros do projecto, entre os organismos da
administração pública e os demais stakeholders.
31
5.2. Caracterização Sócio Económica, Gênero e VBG
A condição de vida destas comunidades é baixa e em alguns casos média caracterizada pela
existência de famílias que se dedicam no desenvolvimento de actividades de conta-própria
sobretudo pequenos negócios nos grandes mercados (Xipamanine, Fajardo, Malanga) ou
artesanais (carpintaria, tecelagem, etc.). Ainda assim, existe uma parte dos habitantes com
um emprego formal no sector público e privado.
Importa referir ainda que estes bairros possuem grande parte dos residentes integrados em
negócios informais, que garantem a subsistência de suas famílias. De acordo com os líderes
comunitários, os rendimentos são maioritariamente baixos (não suficiente para costear a
cesta básica), com uma notável existência da prática do trabalho infantil nos negócios
informais, nos mercados e paragens, muitas vezes com o consentimento dos seus pais,
situação que conheceu agravamento durante os meses da pandemia.
32
Serviços administrativos 4,1% 1,9% 6,0%
2
Fonte: Plano Director do pelouro de Saúde e Acção Social 2015-2019
33
Gráfico 3 - Divisão da população por sexo
Fonte: INE, 2019
Como se pode verificar nos gráficos acima, o projecto poderá beneficiar de forma directa
e indirecta a 264.054 pessoas que residem nos 20 bairros seleccionados. Estes bairros são
habitados maioritariamente por pessoas de etnia ronga (pessoas naturais de Maputo), não
obstante a maior parte dos residentes fala a língua portuguesa 62.3%, seguido por
população que fala a língua xichangana situada em 24.4%3.
Em termos religiosos, predominam nos bairros pessoas que professam a religião cristã,
embora alguns bairros são historicamente habitados por pessoas de religião Islâmica
(Chamanculo, Minkadjuine e Mafalala), mas com o crescimento dos mesmos encontram-
se muitos praticantes da religião cristã, com uma forte presença de igrejas evangélicas.
Quase todos estes bairros são caracterizados por possuir uma população maioritariamente
jovem e para actividades de lazer, é notável a prática do desporto sobretudo por parte de
crianças e jovens. Existem também parques infantis no interior dos bairros, embora na sua
maioria em um estado avançado de degradação devido a falta de cuidados. Quanto às infra
estruturas socioculturais locais, destacam-se o Centro Cultural Municipal (Ntyindza),
localizado no bairro de Xipamanine, um Museu em Mafalala.
A ocupação destes bairros data da época colonial, ao redor da cidade cimento, tendo havido
maior registo de chegada de pessoas devido à procura de melhores condições de vida. Este
3
Anuário Estatístico da Cidade de Maputo, 2019.
34
crescimento massivo da população registou-se ainda mais com a guerra dos 16 anos, onde
muitos residentes de Gaza e Inhambane acorreram a Maputo por ser uma região mais
segura.
Como muitos jovens de outros bairros, os jovens destes distritos que conseguem ter
melhores condições de trabalho tendem a construir suas casas fora da cidade, porém a
situação não regista melhorias por que as taxas de natalidades continuam altas, razão que
contribui para o crescimento dos agregados familiares. Segundo INE (2019), até o
recenseamento de 2017, o Distrito Nlhamankulu registou uma população de 40.854 (31%
da população total do distrito) com idades compreendidas de 0 a 10 anos, realidade que se
replica nos outros distritos municipais, onde as taxas de natalidade mantêm-se altas.
Importa enfatizar que os dados sobre o total de agregados abaixo apresentados resultam de
uma estimativa feita tendo em conta o total da população e o número médio de membros
por família.
35
Idades DM DM DM DM
Nlhamankulu KaMaxakeni KaMavota KaMabucuane
36
Gráfico 5 - Análise do crescimento população nos 20 bairros entre 2007 e 2017
Fonte: INE, 2019
5.2.4. Dinâmica Económica
Dos trabalhos de campo, positivamente registou-se que há esforços notáveis por parte de
várias organizações e associações com vista a reduzir esses níveis, através da promoção de
projectos de formação profissional e inserção no mercado de emprego ou ainda
financiamento em kits de auto-emprego.
“Há aqui no bairro casos de pais que mandam as crianças para fazer negócio de venda
de água, plásticos, gelinhos etc. No Mercado, enquanto eles estão sentados em casa, logo
nem toda criança que está nos mercados e órfã ou abandonada.”[1]
O trecho acima reflecte fielmente o que foi discutido nesta subsecção do quanto à
precariedade em termos socioeconómicos em que se encontra maior parte dos residentes
destes bairros.
5.2.5. Educação
37
outros motivos. O gráfico abaixo, ilustra o numero das infra-estruturas educacionais em
cada bairro.
Neste campo manifesta-se também a questão da educação das pessoas com deficiência
física, que enfrentam grandes dificuldades, pois os gestores de creches (com excepção de
4
Informação fornecida pelo grupo focal realizado no bairro de Mafalala numa reunião realizada no dia 16
de Fevereiro de 2021.
38
um centro infantil no Bairro da Mafalala5 afirmam não ter condições de receber crianças
com necessidades educativas especiais, e as educadoras também não são preparadas no seu
processo de formação para lidar com esses casos. E quando se trata do ensino primário e
secundário a situação é ainda mais desafiadora, pois as crianças com necessidades
educativas especiais devem ser levadas para a escola especial que fica no Distrito
Municipal entretanto, por causa da distância os pais acabam desistindo da educação dos
filhos, porque não suportam os custos de transporte.
5.2.6. Saúde
Em relação aos serviços de saúde, estes bairros possuem uma rede sanitária entre centros
de saúde públicos e privados, mas que ainda se encontra a quem do desejável, abaixo a lista
das unidades sanitárias frequentadas pelos residentes destes bairros.
Nem todos os bairros possuem Unidades Sanitárias, sendo que os residentes devem
escolher o que estiver mais próximo do seu bairro para o seu uso, em casos de doenças,
entretanto muitos desafios se levantam nesta área, pois em alguns casos os residentes
devem percorrer longas distâncias para chegar a Unidade Sanitária, e por vezes não tem
dinheiro de transporte. Há por parte dos residentes reclamações da qualidade do
atendimento hospitalar caracterizado pelo longo tempo de espera para o atendimento,
dificuldade na obtenção de medicamentos nas farmácias dos hospitais, sendo obrigados a
5
Centro infantil Dambu, recebe crianças com necessidades educativas especiais
39
recorrer a farmácias privadas onde os custos são elevados para a maioria dos pacientes,
sem contar com a escassez de ambulâncias em caso de transferências para outros hospitais,
tendo os familiares do paciente que mobilizar recursos para aluguer de uma viatura para o
transporte do doente para outras unidades.
Os bairros em alusão são constituídos por habitações que na sua maioria são de material
convencional, sendo que a maior parte não termina a construção, existem também casas de
madeira e zinco e caniço, na sua maioria são do tipo 1. Em termos de fornecimento de água,
a maior parte das famílias possui água canalizada em suas residências, grande parte
fornecida pelas águas da região de Maputo e uma menor parte por fornecedores privados.
Existe também uma minoria da população que não tem água canalizada, uns já tiveram,
mas por falta de pagamentos sofreram cortes, outros nunca tiveram devido às condições
económicas, e este percentual recorre a vizinhos, e outros a alguns funcionários privados.
Fora das questões numéricas com relação ao fornecimento de água às famílias, existem
aspectos sociais que são levantados a nível das comunidades, que tem a ver com o grau de
satisfação em relação aos serviços fornecidos, principalmente pelos clientes das águas da
região de Maputo, que mostram-se agastados, uma vez que reclamam da qualidade da água,
os horários que não convém aos clientes, pois muitas vezes a água sai de madrugada,
fazendo com que os moradores tenham de acordar muito cedo para armazenar o precioso
líquido, reclamam ainda das facturas que são na sua óptica bastante elevadas e não tem
esclarecimento por parte do fornecedor quanto ao cálculo dos metros cúbicos consumidos,
e quando dirigem-se aos seus balcões para reclamar são confrontados com o lema de “paga
40
e depois reclama6” e nunca recebem uma solução do problema, por se tratar de famílias
com poucas posses, essas acabam acumulando dívidas com a empresa, pois os valores
cobrados chegam a 2000mt por mês, o que é insustentável para os clientes, sem contar com
o problema dos tubos gerais e particulares furados que condicionam a chegada da água em
determinadas famílias, conforme ilustram as imagens abaixo.
Em termos do saneamento do meio, todos os bairros têm microempresas que fazem recolha
de lixo duas vezes por semana em cada quarteirão, entretanto os bairros apresentam
problemas com o escoamento de águas pluviais. Estes bairros, com excepção de Nsalene,
de acordo com os líderes comunitários, são propensos a inundações urbanas, situação que
se verifica em todas as épocas chuvosas7. Os bairros apresentam também uma grande parte
da população que ainda faz uso de latrinas tradicionais, e durante a época chuvosa essas
latrinas tendem a transbordar, criando situação de águas negras ao longo das ruas.
Estes bairros são caracterizados pela existência de “compones” onde várias famílias
partilham o mesmo quintal e serviços básicos de água e saneamento. Entretanto, a situação
da higiene dos sanitários compartilhados deixa muito a desejar, pois, apresentam muita
imundice e em alguns casos tem o problema de água que já não jorra nesses locais.
6
Afirmou um morador do bairro Chamanculo D, aquando do encontro com grupo focal, decorrido no dia 11.02.21 .
7
Em termos de escoamento das águas pluviais o bairro mais crítico é, onde parte dos residentes vive literalmente rodeado
de “riachos”, com águas negras, onde as crianças brincam sob o olhar impávido dos pais, colocando-se em risco de
desenvolver doenças relacionadas com a falta de saneamento do meio (ex. Malária, Diarreia e Cólera).
41
Figura 4 - Sanitário compartilhado do bairro da Mafalala
Os líderes comunitários são unânimes em afirmar que 80% das casas possuem ligações de
energia eléctrica, fornecida pela EDM. Existem casos de roubo de energia, e parte de
famílias que não tem condições de aquisição e/ou manutenção da ligação eléctrica. A
iluminação pública é que deixa muito a desejar, pois nos bairros verifica-se que muitas ruas
possuem candeeiros estragados já há anos, e a situação segundo os moradores têm
contribuído bastante para o recrudescimento do crime.
Nesta senda, Bourdie (1998) afirma que os esforços que têm sido desenvolvidos para a
emancipação e a eliminação das desigualdades entre homens e mulheres através da
promoção dos direitos humanos das mulheres ainda não são suficientes, porque prevalecem
hesitações impostas nas construções sociais assentes na dominação masculina, que tendem
a colocar a mulher como o outro sexo e não como um ser humano.
Um outro cenário que se verifica, são as famílias chefiadas por mulheres, que em muitos
dos casos, estas apresentam uma desvantagem a nível económico e social. A maioria das
mulheres nesta situação, não possui um emprego formal, dependendo assim, de uma banca
ou um emprego doméstico, factor que contribuiu para que os programas governamentais
42
de apoio a camadas vulnerável abarquem mais mulheres comparado ao número de homens
conforme ilustra o gráfico abaixo:
Nas questões sociais e culturais, verifica-se uma limitação no acesso a educação para
raparigas, porque quando estas engravidam, são transferidas para o curso nocturno,
independentemente da idade. Este factor tem contribuído para desistências escolares das
mesmas. Todavia, a situação similar não acontece com os rapazes que engravidam. Há
também casos em que os pais limitam os estudos das suas filhas com o fundamento de que
o direito à educação é exclusivamente dos rapazes.
Para além das gravidezes precoces, o outro factor que causa desigualdades de género no
acesso à educação está relacionado com a insuficiência de infra-estruturas educacionais a
nível dos bairros. Este factor obriga os alunos a se matricularem em escolas distantes,
algumas delas sem segurança. Isto acaba sendo determinante para as desistências escolares,
sobretudo para as raparigas conforme declarou a comunidade de Mafalala:
“Os nossos filhos quando terminam a 7ª classe são afectos a escola Secundaria Estrela
vermelha e mesma não oferece condições de segurança seja no interior da mesma assim
como fora, porque todos os dias nossos filhos voltam sem sapatos e por vezes são
espancados, daí que as meninas por medo de serem violentadas acabam desistindo de
estudar”8.
8
Informação fornecida pelo Grupo focal do Bairro Mafalala, durante um encontro realizado em 16 de Fevereiro de 2021.
43
5.2.9. Problemática de exclusão social e vulnerabilidade
São também excluídas as famílias pobres, por causa do seu fraco poder económico, facto
que concorre para limitação no acesso aos serviços básicos tais como água, energia,
transporte, saúde e por vezes educação. Embora, alguns destes serviços sejam a um certo
nível gratuito (educação e saúde), a sua oferta é ineficiente obrigando os residentes a
recorrer a privados.
“As desigualdades na saúde podem ser entendidas como diferenças no estado de saúde ou
na distribuição dos determinantes (serviços) de saúde entre diferentes grupos
populacionais. Em Moçambique, as desigualdades na saúde estão muitas vezes
relacionadas com o acesso aos cuidados de saúde, bem como com a posse desigual dos
rendimentos entre diferentes grupos sociais. (Macore, 1992: 3)”.
Portanto, a inclusão destes grupos requer um trabalho profundo com as comunidades por
forma a melhorar as condições de vida e promoção dos direitos humanos,
44
independentemente da situação social, física e/ou económica. É importante também que se
preste uma assistência contínua aos grupos que se beneficiam dos programas do INAS,
pois estes reclamam a demora da chegada tardia dos apoios e quando chega não compensa
os meses em falta. De igual forma, existe a necessidade de adequação das infra-estruturas
por forma a ultrapassar as limitações das pessoas com deficiência física, visto que, embora
haja esforços envidados por organizações não-governamentais para dar voz a estes grupos
excluídos socialmente, ainda não conseguem responder à demanda.
Do trabalho realizado, quer por via dos grupos focais, entrevistas realizadas com as
lideranças locais e inquérito aos moradores, constatou-se que pouco se fala da problemática
da violência baseada no género.
Maior parte dos destes afirmaram que são práticas que quase não existem no seio das
famílias destes bairros, com excepção dos bairros de Maxaquene A e Unidade 7 que
confirmaram a existência dos casos, mas são geridos a nível domiciliar.
Muitas vezes quando os casos transcendem o nível familiar, são em primeira instância
resolvidos pelos líderes comunitários, em que juntam as duas partes (agressor e vítima)
para uma possível resolução, em caso de reincidência ou complexidade, os líderes buscam
o apoio do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), e do Tribunal Comunitário. Em
casos mais complexos ainda, ou em preferência da vítima os casos chegam à polícia, nos
gabinetes de atendimento às vítimas de violência doméstica até ao tribunal, pese embora
haja ainda poucos casos denunciados. Segue abaixo a figura ilustrativa do processo usado
para gestão dos casos de VBG a nível dos 20 bairros.
45
Caso de VBG
Registo do caso em
associações de apoio à VBG
Os principais factores que contribuem para que não haja denúncia são: na maioria dos casos
a mulher que sofre a violência não denuncia porque tem medo de perder o lar e ver o marido
na cadeia. Nos casos em que o homem é que sofre a violência, este tem vergonha de
denunciar e assumir que foi violentado. Recentemente na Unidade 7, uma mulher foi
queimada com água quente e ficou em casa durante três (3) dias sem ir ao hospital por
medo de denunciar o marido. A vítima só o fez, depois que os vizinhos descobriram e
46
encaminharam o caso ao secretário do bairro. Este, por sua vez, mobilizou esforços para se
levar a mulher ao hospital9.
Outro factor que concorre para que as pessoas não façam as denúncias, segundo a
comunidade do Bairro Maxaquene A, são cobranças de valores monetários que a polícia
faz às vítimas para dar segmento aos casos. Há também situações em que o agressor
suborna a polícia, ou ainda em que o agente que está a dar seguimento ao caso, é amigo do
agressor. Nestes cenários, muitas vezes o agente tende a favorecer o agressor em
detrimento da vítima10.
9
Informação fornecida por Grupos focais de Unidade 7 e Maxaquene A, 12 durante as reuniões realizadas em 12 e 16
Fevereiro de 2021, respectivamente.
10
Responsável do CAIVV do hospital I° de Maio, entrevista realizada no dia 02 de Fevereiro de 2021.
47
suspeitas ou diagnosticados com Covid-19, pelo que o distrito ficou apenas com o CAIVV
do I° de Maio, que por sua vez é menos conhecido11.
Com esta declaração pode-se concluir que há uma fraca disseminação dos serviços
prestados neste CAIVV ao nível da comunidade, porque já faz aproximadamente um ano
que o hospital da Polana Caniço é usado como centro da Covid-19. Até Fevereiro, nem
toda população do distrito KaMaxakeni tinha conhecimento da existência de um outro
CAIVV. A mesma situação acontece com os residentes dos Bairros Chamanculo D e
Xipamanine que afirmaram nunca terem ouvido falar da existência de um CAIVV no
Hospital José Macamo12.
Em relação as vítimas importa referir que, muitos casos de violação sexual envolvem
crianças e adolescentes que são aliciadas ou forçadas a praticar relações sexuais e para os
casos de violência física, são mulheres, com idades compreendidas entre 25 a 50 anos.
11
Informação fornecida por Grupos focais numa reunião realizada no bairro de Maxaquene A.
12
Informação obtida das discussões dos Grupos focais num encontro realizado nos bairros de Maxaquene A,
Chamanculo D e Xipamanine.
48
Local Média mensal Idades e casos Pessoal fixo no Bairros com
de casos mais frequentes CAIVV mais casos
0 a 20- Violação
CAIVV-José sexual Clínica geral, Chamanculo
Macamo 85
(Nlhamankulu) 25 a 40- Violação polícia. A, B e D
física
Para todos distritos, há mais registos de casos de mulheres do que dos homens, e segundo
os responsáveis dos CAIVV, isso associa-se a factores culturais e sociais, pois o habitual é
o homem que espanca a mulher e não o contrário, o que faz com que o homem tenha
vergonha de denunciar.
No geral, o percurso feito para casos de violência baseada no género inicia no local da
ocorrência, que muitas vezes é no domicílio, onde há uma primeira intervenção dos
vizinhos e por vezes líderes locais (chefes de 10 casas e chefes dos quarteirões), seguido
pela esquadra ou hospital e onde, em muitos casos, as vítimas são encaminhadas aos
CAIVV. É nos CAIVV onde são feitos o tratamento e o registo do caso, incluindo
acompanhamento psicológico da vítima. Este processo pode durar 3 a 6 meses dependendo
49
dos casos, mas a realidade mostra que muitas vítimas desistem das sessões do
acompanhamento psicológico13.
Portanto, estes factos demonstram que ainda deve ser feito um trabalho profundo na
sensibilização, disseminação de informação sobre a importância e necessidade de
denunciar todos tipos de agressão e dar a conhecer a comunidade todos caminhos possíveis
para se fazer cumprir a justiça, já que se notou que as comunidades só conhecem a esquadra
da polícia para submissão das queixas. Há, igualmente, necessidade de se envidar esforços
por forma a garantir segurança das vítimas depois da denúncia, visto que nenhum dos
CAIVV tem centro de centro de trânsito para acolher as vítimas que demonstram medo de
voltar às suas casas por causa da presença do agressor. Portanto, em casos extremos, alguns
CAIVV têm encontrado algumas alternativas conforme ilustra a tabela abaixo:
Estes caminhos serão sempre insuficientes, enquanto as pessoas não se sentirem seguras
em denunciar os casos, porque os agressores ficarão sempre impunes e continuarão a
perpetrar estas práticas. Todavia, urge, paralelamente, a necessidade de fortalecimento dos
canais de denúncia e dar a conhecer as comunidades acerca dos mesmos, pois o único meio
de denúncia é o deslocamento da vítima para o CAIVV, com excepção do hospital de José
Macamo que tem uma linha verde.
13
CAIVV a nível dos distritos, dados colhidos em Fevereiro de 2021
50
trabalho (07h30 às 15h30), com excepção do hospital de Mavalane, que funciona das 07h
às 19h todos dias, incluindo finais de semana, tendo em consideração que maior parte dos
casos de violência ocorrem durante o período nocturno.
A situação de criminalidade é uniforme para todos bairros abrangidos pelo PTUM, com
características similares a saber: roubos domésticos durante o dia e no período nocturno,
situação que se agrava sobretudo no período do Inverno, assaltos nas ruas isoladas, casas
abandonadas, durante a noite e em alguns locais, principalmente becos, durante o dia e nas
paragens de transporte. Estes roubos são muitas vezes perpetrados por adolescentes e
jovens após o consumo de drogas que são vendidas nos próprios bairros ou circunvizinhos.
51
Figura 7 - Bairro de Aeroporto A: Membro da comunidade indicando um foco de
criminalidade
Organizações/Associações
Sector Socioeconómico Áreas de intervenção
envolvidas
52
Prevenção e resposta a
KANDLELO, AVSI
COVID-19
KUYANAKANHA,
Saúde sexual e
Saúde AHITIPALUXENI, KANDLELO,
reprodutiva
PROVIDA, ASCODECHA
Ambiente IVERCA
KUYANAKANHA,
Desporto KANDLELO, CESAL,
KWATINE
Kuyanakanha, DAMBO,
VISABEL, MODAC,
ACODESPU, Kateta, EFEMAC-
Limpezas, Mbonga Mbilu, Uniao
Gestão de resíduos
Laboral, Fine Services, Panhatar
sólidos
Camapany, Serlimpes, Market
Saneamento Bacisa, Mufundisse Moiane,
Baptista Fumo, HL Higiene,
Tchocuemba Ltda.[1]
Preservação do
Iverca, AVSI, Cesal
Património Cultural
Tabela 8 - Dados dos Mapeamento do OSC/ONGs na área socioeconómica nos 20 bairros
53
Formação profissional
Na componente do empoderamento do gênero, a maior parte das acções incidem para apoio
na geração de renda, onde encontram-se actuando as seguintes organizações: Atia,
Ahitipaluxeni, Amaxa, Ntamu Wa Vavasati, Kuyalakanha. Estas organizações promovem
formações com vista a capacitar as mulheres em matérias de negócio e criação de grupos
de poupança, onde através dos fundos que elas mesmas criam, conseguem dar empréstimos
umas das outras, com vista a alavancar os seus negócios. Portanto, nas sessões de formação
e acompanhamento, difundem mensagens de combate a violência baseada no género e
indicam os canais de apoio em caso de violência. Por sua vez, estas mulheres são também
canais de disseminação destas mensagens no meio onde elas vivem.
54
● Disponibilização de uma linha telefônica para denúncias;
● Formação de mulheres, recurso que que serve de meio de difusão de informação e
apoio em matéria de género nas suas comunidades.
Portanto, a MULEIDE e a ASHA, para além destas actividades, fazem também a assistência
jurídica para as mulheres violentadas.
Nos casos em que ocorrem situações de violência, estas organizações prestam um trabalho
inicial através de uma equipe institucional formada por um psicólogo, uma especialista em
gênero e assistentes sociais, com vista a minimizar os impactos sociais e psicológicos que
a violência pode causar na vítima. Nos casos em que a situação ultrapassa as suas
competências, encaminham a vítima para polícia e saúde através dos CAIVV e, de forma
contínua, fazem um acompanhamento da vítima tanto do processo, assistência jurídica e
hospitalar, assim como o apoio psicossocial à vítima.
Importa referir que a Kandlelo e a AVSI trabalham em parceria com a UniMaputo (antiga
Universidade Pedagógica), onde estes acolhem estudantes finalistas dos cursos de
Psicologia e Serviço Social para estágios e estes tem auxiliado nos trabalhos que prestam
às vítimas de violência baseada no género.
Em relação aos serviços à vítima de violência importa referir que dos números atendidos
ao nível de todos CAIVV, cerca de 95% são mulheres e o mesmo sucede com as
organizações e associações que trabalham na área de violência baseada no género, assim
como esquadras que possuem gabinetes de atendimento às vítimas de violência doméstica
I. Educação
Para melhor compreensão, a componente educativa foi dividida em dois níveis a saber: a
educação pré-escolar e a educação primária.
De realçar que a Kandlelo e AVSI, não tem escolinhas, mas prestam apoio psicossocial às
crianças de algumas creches comunitárias, assim como apoio na reabilitação e ampliação
das infra-estruturas e equipamentos de ensino.
55
de Nlhamankulu, realização de actividades extracurriculares como é o caso da
dinamização de leitura, criação de clubes de ambiente, arte e cultura, desporto, direitos
humanos, género, por forma a educar as crianças nestes campos, mas também para que
elas mesmas sejam meios de difusão de mensagens construtivas e protagonistas de
mudança de atitude nas suas famílias e comunidades.
Para além das actividades acima descritas, estas organizações fazem também o apoio na
componente de infra-estruturas das escolas, como é o caso de reabilitação e ampliação das
escolas, colocação de rampas por forma a facilitar o acesso das crianças com deficiência,
melhoria dos sanitários, colocação de lavatórios de mãos sobretudo como resposta a
emergência da Covid-19, assim como a capacitação de professores do ensino primário em
várias temáticas como gênero, formações psicopedagógicas, formação humana, entre
outros.
Importa referir que a associação Kandlelo possui três centros educativos abertos, sendo um
no Bairro de Xipamanine, o segundo no bairro de Laulane e o terceiro no Bairro de Jorge
Dimitrov, onde faz actividades de reforço escolar e nutricional a criança vulneráveis,
actividades recreativas, como canto, dança e poesia.
Resposta a covid-19
Acima da metade das organizações visitadas faz trabalhos com vista a resposta à
emergência da Covid-19, com maior destaque para campanhas de sensibilização
comunitária, distribuição de máscaras e álcool em gel. Portanto, há que destacar o trabalho
das seguintes instituições:
56
Mapa 4 - Associações na área de inclusão social e serviços de atendimento a grupos
vulneráveis
Dos trabalhos de campo também foram mapeados os programas de assistência aos grupos
vulneráveis, implementados por entidades do Governo, sendo de destacar:
● Subsídio Social Básico que é destinado a idosos e pessoas com deficiência, com um
valor que varia de 540 a 1000 Meticais.
● Apoio Social Directo é destinado a doentes crónicos e crianças chefes de agregado
familiar e é composto por uma cesta básica mensal.
● PASP (Programa de Acção Social Produtiva), que consiste na realização de actividades
durante o período da manhã (Varredura de vias públicas), com uso de mão-de-obra
local, sobretudo mulheres que encontram-se em situação de vulnerabilidade social,
onde trabalham seis meses por ano, no contexto urbano e quatro meses no contexto
rural contam com um subsídio mensal de 1050 Meticais. Este programa é financiado
pelo Banco Mundial e destina-se a apoiar famílias vulneráveis, sobretudo aquelas cujo
chefe é uma pessoa incapacitada para o trabalho, mas no meio da mesma família existe
alguém que possa exercer as actividades com um mínimo de 18 anos de idade. Os
participantes do programa são seleccionados em função da sua vulnerabilidade, e ficam
no programa durante 3 anos, no final deste período, passam por uma graduação, onde
recebem uma formação profissional de curta duração, e depois recebem um kit de auto-
emprego em função do curso frequentado. Neste momento estão inscritos no programa
3500 pessoas onde os homens não chegam a 200.
57
Para além dos programas do governo, há que destacar o trabalho desenvolvido pelas ONGs,
associações e instituições religiosas que também prestam serviços de apoio às pessoas e
famílias vulneráveis ao nível dos bairros em referência.
No que tange a questão serviços de atendimento e ajuda comunitária, importa referir que
em apenas 7 bairros é que possuem esquadras ou postos policiais. Os bairros que não dispõe
destes serviços recorrem aos bairros vizinhos. Sendo que maior parte dos entrevistados
apontaram como maior dificuldade para o acesso a estes serviços as longas distâncias que
percorrem para terem estes serviços, sobretudo no período nocturno14.
BAIRRO SERVIÇOS
Posto policial
Tribunal distrital
Munhuana
9ª Esquadra da polícia
Aeroporto B 10 ª Esquadra
Uma esquadra
Mavalane A
CAIVV do hospital de Mavalane
14
Informação obtida da discussão dos Grupos focais em encontros realizados em Fevereiro de 2021
58
GBV, porém estes serviços estão presentes 1 para cada distrito, facto que faz que estes
estejam próximos para certos bairros e distantes para outros bairros, conforme ilustra o
mapa abaixo.
Com base nos resultados obtidos do diagnóstico foi construída uma matriz que reflecte a
teoria de mudança (tabela 20) a ter em conta nas intervenções tendente a inclusão social,
género e VBG.
De referir que o processo para sua formulação baseou-se nos vários dos desafios
identificados que concorrem para precariedade das condições e qualidade de vida, como
destaque para iniquidade nas relações de género, questão do trabalho infantil, prostituição,
segurança/criminalidade, casos de violência baseada no género, a par de outros factores
correlacionados, a saber, fracas condições de mobilidade e vias acesso, drenagem e
saneamento, abastecimento água, etc.
59
5.3. Caracterização Paisagística e Riscos Ambientais
5.3.1. Caracterização Biofísica
60
No caso particular do Bairro Luís Cabral e Inhagoia A e B, uma parte da área de intervenção
coincide com as margens do Rio Infulene, verificando-se aqui alguns maciços arbustivos e
zona de mangal. Aliás de acordo com o diagnóstico do Plano Parcial de Urbanização do
Bairro de Luís Cabral “os maciços de vegetação junto ao rio Infulene têm características
mais arbustivas, ainda que de grandes dimensões e compacta, onde predomina a vegetação
típica de “mangal”. Trata-se de um ecossistema costeiro, de transição entre o ambiente
terrestre e o marinho (característico de regiões tropicais e subtropicais), de grande
importância ecológica devido ao seu papel como exportador de matéria orgânica para os
estuários, contribuindo para a produtividade primária na zona costeira. (PPULC, 33; 2014).
Relativamente às zonas agrícolas estas estão associadas às margens do Rio Infulene, aliás
como consta do Plano de Estrutura Urbana do Município de Maputo (PEUMM) nesta zona
destaca-se a presença de actividades primárias, mais concretamente a agricultura que é
praticada em pequenas unidades que se dedicam à produção de legumes e hortas para venda
na Cidade e Província de Maputo.
61
Nas margens do Rio Infulene, que coincide com zona inundável constata-se a existência de
espaços agrícolas com edificações dispersas associadas e espaços essencialmente agrícolas,
sendo que de acordo com o PPU do Bairro Luís Cabral “existência de um mosaico agrícola
constituído por inúmeras parcelas agrícolas de reduzida dimensão (em média 6 m2) onde
se cultivam na sua maioria hortícola (couve, beterraba, alface, abóbora, pepino, etc.). A
rega é feita manualmente e com recurso a poços e valas de drenagem que proliferam
naturalmente nesta zona.”
Ainda de acordo com o PPU de Luís Cabral as zonas associadas às margens do Rio Infulene
foram caracterizadas como Espaços Agrícolas de Produção e Espaços Agrícolas a
Recuperar para a Agricultura. Nestas áreas são permitidas e incentivadas todas as
actividades relacionadas à agricultura e silvicultura e proibidas todas as acções que possam
diminuir a capacidade que se encontra prevista para esta áreas, este plano define ainda que
deve ser promovida a demolição de todas as construções que tenham outro uso que não o
agrícola.
Os riscos ambientais são relativos a todos os fenómenos que apesar de não resultarem
directamente da acção do homem, são actualmente exacerbados pela acção deste, com
graves implicações no território, perdas de vidas e gerando emergências/desastres naturais
cada vez mais comuns e atrelados às alterações climáticas, destes destacam-se: ciclones,
cheias/inundações, secas e sismos. Por outro lado, cresce a percepção dos riscos e o
estabelecimento de estratégias para fazer face a estes, tem vindo a aumentar e actualmente
Moçambique aprovado na 39ª Sessão de Conselho de Ministros a Estratégia Nacional de
Adaptação e Mitigação de Mudanças Climáticas (2013-2025).
62
Area de Proteção (50 metros) Total de Ocupações
Area de Proteção de Estradas 1,574
Area de Proteção de Linhas de Alta Tensão 1,723
Area de Proteção de Aeroporto 1,116
Area de Proteção de Linha Ferrea 1,682
Area de Proteção de Adutora 1,248
Tabela 11 – Ocupação em áreas de proteção
63
na zona Centro do País a área de intervenção numa escala de 3 zonas, situa-se zona
2 em termos de risco.
Apesar do risco de inundação em termos geográficos ser baixo, na realidade este risco no
contexto urbano acaba sendo exacerbado pela tipologia de ocupação e os deficientes
sistemas de drenagem existentes.
Ainda no que concerne ao risco de ciclones de acordo com o Plano de Estrutura a Cidade
de Maputo encontra-se sobre influência da bacia do Sudeste do Oceano Indico que é muito
propícia à ocorrência de ciclones os quais normalmente acabam por atingir Moçambique.
A época ciclónica ocorre de Novembro a Abril, mas com maior frequência em Janeiro e
Fevereiro. Apesar do elevado número de ciclones que tem ocorrido nos últimos anos,
nenhum incidiu directamente na cidade de Maputo tendo sido apenas afectada pelos seus
resquícios.
Além dos riscos ambientais associados às alterações climáticas, com aplicabilidade na área
de intervenção, importa ainda referir os seguintes riscos: incêndios urbanos, poluição da
água, acidentes associados a tráfego rodoviário, ferroviário e aéreo, e transporte de matérias
perigosas.
64
às fragilidades do sector público de prover a infra-estrutura e serviços básicos. Assim
verifica-se uma estrutura assente nas principais infra-estruturas viárias, equipamentos
gerais, bem como identitárias associadas a bairros.
● Residencial;
● Comércio e Serviços;
● Equipamentos e Espaços Livres Públicos;
● Espaços Verdes;
● Indústria/Armazéns;
● Agrícola.
65
De uma maneira geral as zonas limítrofes à cidade “cimento” consistem nos bairros cuja
ocupação ocorreu na década de 1950 a 1960, quando de acordo com o PEUMM houve um
incremento de população de 2% para 8%, êxodo associado às oportunidades que a cidade
oferecia sobretudo, aumento de renda, mas o qual não foi acompanhado com a criação das
infra-estruturas urbanas essenciais. Nestas áreas destacam-se as habitações de dimensões
reduzidas, destituídas de comércio e com vias muito estreitas. Os fluxos migratórios
intensificaram-se após a Independência com grande impacto na Cidade de Maputo tendo-
se assim assistido a um aumento da ocupação não planificada das áreas peri-urbanas,
localizadas entre a área urbanizada e o campo, sem a devida infra-estruturação de base e
serviços mínimos, apesar de alguns esforços realizados na execução de projectos que
procuraram minimizar estas carências. Ainda assim destaca-se a existência de algumas
“bolsas” do território que foram formalmente demarcadas.
66
Mapa 7 - Uso Actual do Solo
A Lei de Terras (Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro) define ocupação como a forma de
aquisição de direito de uso e aproveitamento da terra por pessoas singulares nacionais que,
de boa-fé, estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos, ou pelas comunidades locais.
Já o Regulamento da Lei de Ordenamento do Território refere que as tipologias de
ocupação devem ser definidas nos Planos de Pormenor. Sendo que o Plano de Estrutura da
Cidade de Maputo define três alternativas de desenvolvimento territorial que estão
associados a tipos de ocupação do solo, respectivamente: 1. desenvolvimento não ordenado
e não controlado; 2. expansão ordenada concêntrica e 3. Expansão ordenada linear.
Finalmente o Manual de Intervenção Integrada em Assentamentos Informais refere ser
importante identificar as áreas impróprias para ocupação humana, indicando o caso de
encostas de morros e áreas de preservação e margens de rios, cuja ocupação interfere
directamente na qualidade ambiental do macro e micro território (pág. 94).
67
● Áreas de ocupação ordenada: inclui ocupações em talhões com os requisitos mínimos
de urbanização básica (de acordo com Regulamento do Solo Urbano a urbanização
básica é associada a zonas onde os lotes se encontram demarcados, dispõe de uma
malha de acessos básicos, abastecimento de água e ruas arborizadas), nos termos
elegíveis para o reconhecimento de DUATs sem necessidade de intervenções físicas;
68
69
Estima-se que cerca de 30 % das ocupações são regulares e/ou planeadas (ruas e talhões definidos sem
necessidade de intervenção física de reordenamento), 60 % são ocupações irregulares e/ou não
planeadas (carecendo de intervenções de reordenamento) e 10 % são impróprias para ocupação
humana.
Com base no levantamento feito na área de intervenção, constatou-se que nas áreas impróprias para
ocupação humana encontram-se 8117 construções.
Mapeados os dados levantados obteve-se o mapa abaixo que ilustra a localização dos equipamentos e
espaços públicos na área de intervenção. Os elementos foram sintetizados em 3 grupos principais: 1)
o dos Espaços Públicos Abertos a qual foi atribuída a coloração verde; 2) ao dos Equipamentos
Urbanos para o qual foi atribuída a coloração vermelha, e 3) aos Elementos de Interesse Colectivo que
foi atribuída a coloração preta. Cada círculo representa a localização de um equipamento urbano ou
espaço público, de acordo com a codificação acima descrita.
Compreende espaços públicos (abertos e fechados) todos os espaços usados colectivamente pela
comunidade como ponto de encontro;
Compreende Equipamento Urbano os espaços devolutos, cuja função é a de prestar serviços básicos
a comunidade. Enquadram-se no Equipamento Urbano as escolas, unidades sanitárias, museus,
bibliotecas, mercados e outras instituições públicas que prestam serviços a comunidade;
Cada um dos elementos mapeados é objecto de uma ficha descritiva das características e
condicionantes apresentadas como anexo.
72
Foram encontradas no perímetro dos 20 bairros da área de intervenção 24 escolas primárias e 7 Escolas
Secundárias do Sistema Nacional de Educação. A listagem abaixo dá informação do tipo da escola e
do bairro onde se localiza:
Mapa 11: Localização das escolas primárias e seu raio de cobertura geográfica
Mapa 12: Localização das escolas secundárias e seu raio de cobertura geográfica
Para análise da cobertura do equipamento urbano foram usados os raios definidos pela
legislação/literatura técnica especializada. Para os estabelecimentos de ensino os raios variam de
acordo com o nível de escolaridade; sendo de 1.5km para as escolas primárias e 5km para as escolas
secundárias.
De acordo com estes parâmetros, o sistema nacional de ensino já faz a cobertura geográfica standard.
Além das instituições de ensino público de educação, foram encontradas outras privadas,
(comunitárias, religiosas e outras) na área de intervenção, que contribuem para cobertura e
acessibilidade a educação.
Chamanculo A Pré-escolar 2
Chamanculo B
Chamanculo D Nível Primário
Pré-escolar 2
FPLM Nível Primário
Inhagoia A
Inhagoia B
Pré-escolar 2
Nível Primário 1
Luís Cabral Profissionalizante 1
Mafalala Pré-escolar 1
Malanga Profissionalizante 3
Pré-escolar 1
Nível Primário 1
Nível Secundário 1
Mavalane A Profissionalizante 1
Pré-escolar 2
Mavalane B Nível Primário 1
Maxaquene A Pré-escolar 1
Ensino Geral 1
Minkadjuine Profissionalizante 1
Munhuana Profissionalizante 1
Nsalene
Unidade 7 Pré-escolar 1
Pré-escolar 5
Ensino Geral 1
Urbanização Profissionalizante 1
Abaixo o mapa da área de influência geográfica das unidades sanitárias na área de intervenção
Mapa 13: Mapa de localização das unidades sanitárias da área de intervenção e seu raio de cobertura
geográfica
De acordo com o diploma ministerial nr° 127/2002 de 31 de Julho, o raio da zona de influência directa
de uma unidade de saúde em meio urbano, independentemente do tipo da unidade é de 1 a 4km.
Pretende-se com a análise aos espaços que se beneficiaram de intervenções, perceber problemas
relacionados ao planeamento da intervenção, concepção do projecto, envolvimento da comunidade,
estratégia de apropriação, estratégia de manutenção, funcionalidade, durabilidade e resiliência, entre
outros.
Com a análise aos espaços abertos, pretende-se mapear e catalogar senão todos, pelo menos 90% dos
espaços abertos da área de intervenção, não obstante o seu uso actual. Foram neste âmbito levantado
todos os espaços abertos encontrados, desde largos, pontos de convergência de caminhos (com alguma
amplitude), espaços abertos entre casas, espaços onde as crianças brincam, espaços onde as senhoras
se encontram, largos próximos a fontanários, espaços de uso desportivo, e outros.
Com vista a aprender das experiências anteriores relevantes de intervenções realizadas em espaços
públicos dos assentamentos informas de Maputo, neste capítulo, analisa-se várias soluções de modo a
compreender as suas vantagens e desvantagens, para isso, elaborou-se uma ficha técnica de
levantamento constituída pelos seguintes atributos: enquadramento urbano, funções, dimensão,
características dos materiais usados, tipo de intervenção, orçamento de construção, estratégia de
manutenção, promotores da intervenção, problemas e qualidades actuais.
Foram visitados 9 espaços públicos distribuídos em 04 bairros da Cidade de Maputo (conforme ilustra
o mapa) sobre os quais apresentamos uma descrição pormenorizada; cada um deles apresenta variáveis
diferentes relacionadas a dimensão, materiais empregues, gestão, tipo de construção (autoconstrução
ou adjudicação de obra) manutenção e conservação. Foram abaixo considerados 1) um espaço aberto
minúsculo, 2) um espaço aberto fechado com muros e portões, 3) um espaço aberto degradado, 4) um
espaço aberto bem mantido, 5) um espaço aberto cuja intervenção resumiu-se a drenagem, 6) um
espaço aberto grande e 7) um espaço aberto fora dos assentamentos informais.
80
Principais ilações
• Blocos de solo e cimento para definição dos
limites do espaço;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
• Concreto para a construção de bancos para
Características dos materiais
sentar;
• Aproveitamento de pneus para construção de
brinquedos fixos;
• Tintas de diversas cores para a definição da
composição artística nas paredes rebocadas.
Elementos qualitativos actuais • Grande apropriação infantil do espaço;
A limpeza e controle da utilização adequada do
espaço é da responsabilidade de uma família
Estratégia de manutenção
localizada junto ao espaço, em compensação foi-lhe
construída um wc WSUP.
• Degradação do mobiliário urbano instalado;
Problemas actuais
• Dispersão de lixo em todo o espaço.
A intervenção mostra como espaços minúsculos
bem aproveitados podem gerar pequenos ambientes
públicos que respondem pontualmente a
necessidade de lazer para diversas gerações.
Conclusão
Contudo, destinar a manutenção e conservação do
espaço à uma família revela-se ser uma estratégia
ineficiente, pois neste caso espaço mostra uma
grande degradação física.
Ficha 1- Ficha técnica do espaço aberto minúsculo
83
Principais Ilações
• Pavimento em pavê;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
• Brinquedos fixo em estrutura metálica;
• Aproveitamento de pequenos tanques
Características dos materiais metálicos para construção de depósitos de
lixo;
• Tintas de diversas cores para a definição da
composição artística nas paredes rebocadas;
• Concreto para a construção de bancos de
sentar.
• Campo com dimensões padrão para futebol
profissional;
• Existência de canal de drenagem revestido;
• Existência de espaço adicional numa das
extremidades, que pode permitir a execução
de um poço de rebaixamento de nível
freático;
Elementos qualitativos actuais
• Pouca deformação topográfica do piso do
campo;
• Existência de uma grande arvore que da
sombra na praça;
• Existência de Mobiliário urbano (bancos de
praça) em bom estado ;
• Grande apropriação humana do espaço.
Estratégia de manutenção
85
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica
Principais ilações
Características dos materiais • Nivelamento e pavimentação em pedra
• Pequena praça dominada pelo bar;
• Ausência de inundações que antes
Elementos qualitativos actuais ocorriam;
• Espaço calmo, livre da mobilidade
veicular;
Estratégia de manutenção
Problemas actuais • Reduzida apropriação humana
A intervenção mostra como uma simples
Conclusão operação urbana podem reduzir o problema de
inundações pontuais
Principais ilações
• Blocos de solo e cimento para definição dos
limites do espaço;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
Características dos materiais • Concreto para a construção de bancos para
sentar;
• Tintas de diversas cores para a definição da
composição artística nas superfícies
rebocadas.
• Localização do empreendimento em frente a
casa da chefe do quarteirão;
• Sentido de responsabilidade e conservação
resultante de ter sido construído pelos
Elementos qualitativos actuais próprios;
• Existência de um coqueiro em idade adulta;
• Mobiliário urbano (bancos de praça) em bom
estado.
Conservação e manutenção do espaço e da
Estratégia de manutenção responsabilidade do chefe do quarteirão que reside
enfrente ao bairro
Problemas actuais
A intervenção mostra como criar um espaço
Conclusão público multifuncional com ambientes adequados
para várias formas de apropriação social
Ficha 4 – Ficha técnica do espaço aberto com maior comparticipação comunitária
89
Principais ilações
Principais ilações
• Blocos de solo e cimento para definição dos
limites do espaço e construção do invólucro
das edificações;
• Argamassa de solo e cimento para reboco das
paredes;
• Aproveitamento de pneus para construção de
Características dos materiais brinquedos fixos do Playground infantil;
• Brinquedos fixos em estrutura metálica
diversa;
• Painéis metálicos para a construção de
involucro de edificações.
• Chapa metálica para a cobertura do centro
comunitário
• Boa manutenção e estado de conservação;
• Espaço não alagável
Elementos qualitativos actuais
• Concentração de várias funções de interesse
colectivo;
93
Principais ilações
• Pavimento e bancos em concretos;
• Construção da pérgula em estrutura metálica;
Características dos materiais
• Plantação de arranjos paisagísticos;
• Construção de placa informativa em metal.
• Área aberta ampla “desafogada”
• Passeios livres de carros
Elementos qualitativos actuais
• Espaço confortável, seguro e com
acessibilidade universal;
Estratégia de manutenção
• Desgaste muito acentuado do pavimento
Problemas actuais
(mistura muito fraca)
95
Principais ilações
• Tintas de diversas cores para a composição
artística textual e decorativa;
• Reciclagem e reutilização de materiais como
Características dos materiais
garrafas, tampas, chinelo entre outros para de
forma muito criativa escrever o nome do
bairro no mural.
• Marco urbano com interesse turístico;
• Mural com composição bela e visualmente
atrativa;
Elementos qualitativos actuais
• Abordagem artística sustentável
consubstanciada com a reciclagem e
reutilização de materiais
Estratégia de manutenção
97
Problemas actuais
A intervenção aproveita de forma muito criativa
uma superfície urbana cega, tornando-a um ponto
Conclusão
de interesse taurisco que afirma, com matérias
reciclados, o nome do bairro.
Orçamento
Síntese da reportagem fotográfica
Principais ilações
• Vigas produzidas com resíduos plásticos
reciclados;
Características dos materiais • Blocos de concreto usados no projeto
paisagístico foram lançados em garrafas de
água recicladas de cinco litros
• Boa dinâmica de apropriação;
Elementos qualitativos actuais
• Bom estado de conservação da fontanária;
Estratégia de manutenção
Problemas actuais
99
A descrição e análise dos Espaços Públicos e Equipamento Urbano são apresentadas por bairro,
agrupados por Distrito Municipal:
O bairro do Aeroporto A possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto;
aproximadamente 50% da sua morfologia é desordenado, 30% formalmente ordenado e 20% de
serviços (instalações industriais/fabricas). Do ponto de vista funcional, o bairro é maioritariamente
habitacional, possui um conjunto de equipamentos urbanos desde educacional, religiosos e serviços
sociais dispostos ao longo da Avenida de Angola.
As vias de acesso no tecido desordenado são estreitas e sinuosas com evidência de erosão, nem sempre
permitindo circulação automóvel. No tecido ordenado as vias têm dimensões standard e permitem
circulação e acesso aos lotes por veículos de vários portes. Nestas vias na sua maioria bastante largas
e não pavimentadas desenvolve-se predominantemente comércio e outros serviços locais.
101
Vide as fichas com informação pormenorizada por cada espaço público em anexo.
105
106
106
107
15
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM
107
108
108
109
O Bairro Aeroporto B tem de equipamento urbano predominante locais de culto. Tem algum
equipamento educacional e alguns serviços básicos tal como posto policial, e alguns outros, ver
mapa.
Os espaços Públicos Aberto no Bairro de Aeroporto B são poucos, são de ressaltar dois tipos: i) aos
campos de futebol e ii) pequenos vazios.
109
110
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
110
111
111
112
Chamanculo "A"
Chamanculo A possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, ou seja 60% formal e
40% informal urbano, de ponto de vista funcional, o bairro é maioritariamente habitacional com um
conjunto de Infraestruturas Educacional de nível Primário e Secundário, com grande destaque ao
mercado Fajardo que contribui economicamente para a cidade e na dinâmica do bairro.
As vias de acesso e limítrofes são asfaltadas; na área informal as vias são estreitas e sinuosas, e servem
de comunicação ou ligação das residências com as vias principais.
112
113
113
114
114
115
O Bairro de Chamanculo A tem uma estrutura de EPEUs e vários outros elementos de interesse
Publico de variedade funcional dispersos pelo Bairro; é de destacar a via Estácio Dias, onde após a
sua pavimentação, verifica-se uma tendência de se desenvolver funções de interesse público
(serviços e comércio).
115
116
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
116
117
117
118
Chamanculo "B"
Chamanculo B, possui na sua maior extensão um tecido urbano informal, com pequenos fragmentos
de edificações formais. Do ponto de vista funcional o bairro é maioritariamente habitacional com
ocorrência da actividade comercial dispersa em todo sua extensão.
O sistema viário é caracterizado por possuir ruas estreitas e sinuosas que traduzem uma estrutura viária
orgânica que muitas vezes também é fisicamente impermeável.
118
119
Mapa de Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos (Ver Mapa a Escala em anexo xx)
119
120
120
121
O Bairro de Chamanculo B é composto por uma estrutura de EPEU e outros elementos de interesse
público de grande variedade funcional e morfológica (ver em anexo mapa para maior detalhe).
Em termos de Espaços Públicos, registou-se sete espaços abertos com valores urbanísticos capazes
de serem transformados em ambientes públicos dinâmicos.
121
122
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
122
123
123
124
Chamanculo "D"
Chamanculo D possui um tecido maioritariamente orgânico e aparentemente desordenado, idem para
a malha viária, verifica-se a Norte, pontualmente, uma concentração de edificações industriais.
Os Equipamentos neste bairro são relativamente poucos, registou-se essencialmente igrejas, mesquita,
e a Escola Primária Completa Unidade 10. Por outro lado, verificou-se elementos de interesse
Colectivo, tais como posto de transformação elétrica e fontanário.
124
125
Área 0.51km2(16)
Densidade
Populacional 227hab/ha
Albertina Balate
Secretário(a) do Bairro (844985326)
Nr Quarteirões
16
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM
125
126
Relativamente aos Espaços Públicos e Equipamentos Urbanos, o bairro possui múltiplos de EPEUs
dispersos pelo Bairro (no seu todo 14), e também um espaço aberto de grande área, senão o maior
da área de intervenção, a seguir ao Jardim Zoológico. Os Equipamentos neste bairro são
relativamente poucos, registou-se essencialmente igrejas, mesquita, e a Escola Primária Completa
Unidade 10.
126
127
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
127
128
128
129
Malanga
O território de Malanga desenvolve-se linearmente ao longo da Av. 24 de Julho, limitado pela Av. de
Trabalho, ao longo dos quais o tecido urbano é principalmente formal, resultando num tecido do bairro
formal, com bolsas de informal; pequenos fragmentos de assentamentos informais dispersos em
pequenos núcleos de habitações improvisadas bastante densos). No interior do bairro ocorrem também
concentrações de edificações formais.
129
130
130
131
131
132
132
133
O bairro possui um número considerável de espaços abertos, maior parte deles próximo às vias
estruturantes (de maior dimensão). Foram mapeados outros no interior, de dimensões reduzidas,
alguns dos quais associados a fontanários. Ressalta-se neste Bairro os espaços abertos privados,
muitos dos quais actualmente sem uso pelos legítimos proprietários, mas envolvido na dinâmica do
bairro e apropriado de diversas formas pelos residentes. O bairro possui alguns equipamentos sociais
importantes, nomeadamente: Hospital, Instituições de Ensino, Centros de Acolhimento de Idosos,
Igrejas e Mesquitas (lista de equipamentos e mapa de localização a seguir).
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
133
134
134
135
Minkadjuine
Minkadjuine, comparado aos outros Bairros é relativamente menor. Possui poucos espaços abertos e
equipamentos urbanos, todos muito dispersos no território do bairro. O tecido urbano é
predominantemente informal, na sua maior parte habitacional, conforme ilustra o tecido de EPEUs,
apresentado na imagem abaixo.
135
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17
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM
136
137
137
138
138
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coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
139
140
140
141
Unidade 7
Unidade 7 possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, ou seja 85% Informal e 15%
Conjunto Industrial, de ponto de vista funcional, o bairro e maioritariamente habitacional com um
conjunto de Infraestruturas Educacional de nível Primário, com algum destaque a via-férrea Maputo -
Chicualacuala que atravessa o bairro pelo centro e de certa forma contribui na dinâmica do bairro.
O tecido construído e caracterizado por um vasto número de edificações horizontais de alta densidade.
A tipologia construtiva e matérias construtivas são maioritariamente em bloco de cimento e areia.
As vias de acesso ao bairro apresentam dimensão considerável para circulação de veículos ligeiros e
pesados, contudo, o estado de conservação é péssimo de terra batida e as vias artérias de ligação com
as residências são estreitas e sinuosas.
141
142
18
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM
142
143
143
144
Registou-se em Unidade 7, quatro (4) espaços abertos com valores urbanísticos capazes de serem
transformados em ambientes públicos dinâmicos, estes espaços abertos apresenta-se com várias
formas de configuração geométrica diferentes em termos de apropriação.
As suas reduzidas dimensões não permitem que grandes massas colectivas apropriem-se dos espaços.
Todavia, são ambientes de socialização micro importantes para a vida no bairro, principalmente
devido a escassez de espaços abertos públicos.
Ressalta-se neste bairro um edifício abandonado, cujo processo esta em tribunal há mais de 15 anos
144
145
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
145
146
146
147
Xipamanine
Xipamanine, possui na sua maior extensão um tecido urbano informal, de ponto de vista funcional, o
bairro e maioritariamente habitacional com grande destaque ao mercado do mesmo nome que e de
grande importância a economia nacional. Este mercado tem trazido grande dinâmica aos bairros
vizinhos assim como a cidade de Maputo.
147
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149
150
150
151
Registou-se, em Xipamanine, três espaços abertos com valores urbanísticos capazes de serem
transformados em ambientes públicos dinâmicos. Destes espaços, Um (01) um é campo de futebol,
e dois (02) espaços abertos com várias formas de apropriação e um parque infantil construído de raiz
para acomodar múltiplas formas de diversão e socialização infantil.
Ficha 18 – Ficha técnica do bairro Xipamanine
Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
151
152
152
153
Munhuana
Construído originalmente para albergar a população indígena que, no período de colonização
portuguesa, deslocava-se do campo para cidade e albergava-se em densos assentamentos informais no
perímetro da cidade “cimento”. Como estratégia colonial, para minimizar a problemática de habitar da
população nativa, o homem branco criou o Bairro da Munhuana no sistema radiocêntrico que converge
numa praça central que permitia, na altura da colonização, controlar a vida da população local.
Entretanto, mesmo com a génese morfológica formal, Munhuana cresceu com tecidos informais, sendo
atualmente notáveis no lado Oeste e Sul.
153
154
154
155
155
156
Não obstante o bairro ser menor, registou-se vários equipamentos e poucos espaços abertos, destaca-
se também a localização central destes EPEUs, influenciada provavelmente pelo tipo de desenho
urbano que conduziu a configuração do tecido Bairro.
Embora a praça da Munhuana localiza-se no centro do bairro e seja também servido por um tecido
viário que aumenta a sua conectividade a cidade, atualmente este espaço está num processo de
reabilitação, por isso não se configura melhor opção para intervenção.
Ficha 19 – Ficha técnica do bairro Munhuana
156
157
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
157
158
158
159
Estão abrangidos neste projecto três bairros do distrito Municipal KaMaxakeni: Mafalala, Maxaquene
A e Urbanização.
Maxaquene A
O seu tecido é, quase todo, informal e predominantemente habitacional com dispersão do comércio
informal.
159
160
19
Área retirada de shapefiles oficiais do CMM
160
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Relativamente aos espaços abertos, e de destacar a Rua larga e dinâmica. Esta é um espaço público
linear, com várias formas de apropriação. Não obstante o estado de degradação da rua, é visível o
comércio informal que ocorre em toda a sua extensão. Além disso, registou-se uma grande dinâmica
de socialização e o convívio entre as famílias residentes.
De destacar o centro comunitário do Bairro de Maxaquene.
162
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coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
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164
165
Mafalala
O bairro possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano excessivamente desordenado, com
lençol freático muito próximo da superfície. 90% da sua morfologia não possui ruas lineares umas com
as outras, de ponto de vista funcional, o bairro é maioritariamente habitacional com alguns
equipamentos Educacionais e Religiosas. Mafalala é um dos bairros com mistura evidente de várias
culturas nacionais, e estes contribuem para a dinâmica actual do bairro.
As vias de acesso ao bairro possuem em maior caso largura para a circulação de veículos de vários
portes. Sendo que também há existência de ruas estreitas e sinuosas no interior do bairro que servem
de ligação directa com as residências.
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167
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169
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
169
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171
Urbanização
Urbanização possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, ou seja 75% informal e
25% um conjunto de infraestruturas comerciais, tais como: Bancas comerciais, fabricas, lojas, parques
de venda de viaturas usadas e Mercado. De ponto de vista funcional, o bairro e maioritariamente
habitacional com penas uma Instituição Educacional de nível Primário Completa, sendo que o
elemento de grande destaque no bairro é o Mercado Adelina que contribui intensamente na dinâmica
e reconhecimento do bairro.
171
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coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
175
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177
FPLM
Também de forma “linear”, o Bairro FPLM, trata-se também de um assentamento informal, com áreas
indústrias que ocorrem ao longo da Avenida FPLM.
O tecido de EPEUs, apresenta mais equipamentos públicos do que espaços abertos. Registou-se
escolas, várias igrejas e fontenários inseridos em ambientes públicos abertos.
177
178
178
179
179
180
O tecido de EPEUs, apresenta mais equipamentos públicos do que espaços abertos. Registou-se
escolas, várias igrejas e fontenários inseridos em ambientes públicos abertos.
Vide as fichas com informação pormenorizada por espaço público em anexo.
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
1 459304 7132215 Secretaria do Bairro FPLM Q-17
2 459306 7132177 Fontanario Q-17
3 459306 7132177 Escolinha Borboleta Q-17
4 459067 7132143 Fontanário Q-22
5 459006 7132087 Escolinha Primária Completa Combatentes de Luta de libertaçãode Moçambique Q-23
6 458851 7132090 Igreja Velha Apostólica de Moçambique Q-28
7 458804 7132078 Fornecedor de água Q-28 Privado
8 458770 7132097 Farmácia Mussavene Q-28
9 458777 7132255 Posto de Tranformação Q-28
10 458777 7132255 Mercadinho Q-28 Espaço com Potêncial para Urbanismo Táctico
11 459032 7132255 Posto de Tranformação Q-24
12 459172 7132271 Fontanário Q-20
13 459465 7132192 Fontanário Q-16
15 459677 7132412 Paroquia Nossa Senhora Apreendida / Escolinha Mães de Mavalane Q-12 Comunidade São Miguel
16 459733 7132441 Q-12 Espaço com Potêncial para Urbanismo Táctico
17 459959 7132504 Fontanário Q-8
18 460128 7132592 Igreja do Grande Amor Q-3
19 460128 7132592 Q-3 Espaço com Potêncial para Urbanismo Táctico
20 460128 7132592 Ministério Envagelho em Acão Q-3
21 460197 7132615 Fontanário Q-3
22 460213 7132589 Escola Comunitária São Paulo Q-6 Instituião Privada
23 460229 7132567 Igreja Maria Apostolica Q-5
24 460364 7132687 Igreja doze Apostolos Q-2
25 460430 7132680 Igreja Apostolica Q-1 Espaço Propenço a Inundaões
26 460508 7132577 Igreja Universal do Reino de Deus Q-4
27 460535 7132482 Mercadinho Q-4 Mercadinho Informal
28 489847 7132274 Farmácia Q-
180
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181
182
Mavalane A
Este bairro possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano excessivamente desordenado, ou
seja quase 100% da sua morfologia não possui ruas lineares umas com as outras, de ponto de vista
funcional, o bairro e maioritariamente habitacional com um conjunto de equipamentos educacionais e
Hospitalar, Instituto Agrário de Moçambique e Hospital geral de Magaline respectivamente.
Instituições religiosas religiosos e serviços socias ao longo da Avenida FPLM.
As vias de acesso possuem em maior caso largura para a circulação de veículos de vários portes. Sendo
que também há existência de ruas estreitas e sinuosas no interior do bairro que servem de ligação
directa com as residências. O bairro e atravessado por uma via-férrea que, alinha Maputo -
Chicualacuala
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184
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185
186
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
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187
188
Mavalane B
Mavalane B possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano excessivamente desordenado, ou
seja quase 100% da sua morfologia não possui ruas lineares umas com as outras, de ponto de vista
funcional, o bairro e maioritariamente habitacional com um conjunto de equipamentos urbanos
religiosos e serviços socias ao longo da Avenida Júlios Nyerere.
As vias de acesso possuem em maior caso largura para a circulação de veículos de vários portes. Sendo
que também há existência de ruas estreitas e sinuosas no interior do bairro que servem de ligação
directa com as residências.
188
189
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190
190
191
191
192
Inhagoia A
O Bairro de Inhagóia A está localizado no distrito urbano Kamubukwana, possui uma superfície
de0,87km2, trata-se também de um assentamento informal, ocupado maioritariamente por habitações
desordenadas.
192
193
193
194
194
195
195
196
196
197
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
197
198
Inhagoia B
Este bairro possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano informal (2), o bairro é
maioritariamente habitacional com um equipamento Educacional de nível Primário, com algum
destaque ao jardim Zoológico (1) que ocupa quase 50% da área total do bairro, é de referir que em
tempos passados o jardim contribui-o de forma exponencial para o crescimento acelerado do bairro.
As vias de acesso ao bairro apresentam dimensão bastante reduzidas, contudo, o estado de conservação
é péssimo de terra batida e as vias artérias de ligação com as residências são estreitas e sinuosas.
198
199
199
200
200
201
201
202
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
202
203
KaMubukwana 05
Nsalene
Regista-se neste bairro vários EPEUs, contudo os espaços abertos restrigem-se a pequenos vazios que
não possuem qualquer tipo de pavimento ou mobliário urbano.
Os Equipamentos Urbanos também são relativamente poucos, resumem-se neste caso a Escola
Primária e Completa Unidade 2 e três Igrejas. Além disso, ressalta-se os pontos de interesse colectivo,
nomedamente o Posto de Transformação Elétrica, as duas fontánarias situadas nos extremos Norte e
Sul do bairro.
203
204
204
205
205
206
Verificou-se 08 (oito) espaços abertos, todos com características similares, isto é, trata-se de
pequenas praças na maior parte das situações acessíveis por um sistema viário pedonal. São vazios
com geometria irregular variada e dimensões muito reduzidas.
Ficha 28 – Ficha técnica do bairro Nsalene
206
207
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
207
208
208
209
Luís Cabral
Luís Cabral possui na sua extensão um tecido de uso de solo urbano misto, uma área ordenada com
vias estruturantes lineares, uma área informal de alta densidade, o bairro é maioritariamente
habitacional com um conjunto de equipamento Educacional de nível Primário, Secundário e
Universitário que ocupa quase 5% da área total do bairro.
As vias de acesso ao bairro apresentam dimensões padrão para circulação de veículos. As vias artérias
de ligação com as residências são estreitas e sinuosas.
209
210
210
211
211
212
Registou-se, em Luís Cabral, seis (6) espaços abertos com valores urbanísticos capazes de serem
transformados em ambientes públicos dinâmicos, estes espaços abertos apresenta-se com várias
formas de configuração geométrica diferentes em termos de apropriação.
212
213
coordenadas
Item Equipamento Urbano Quarteirao Observacoes
X Y
213
214
214
Resumo da caracterização
O tipo predominante dos espaços livre/comunitário levantado foi o espaço público aberto/
vazios abertos com várias formas de apropriação, geometrias e configurações variadas.
Estes espaços funcionam como lugares de encontro, socialização, diversão infantil,
comércio local, entre outras funções intrínsecas ao papel social dos espaços públicos.
12
10
8
14
6
11
4 8 8 8
7 6 6
2 4 5 4 4 5 5 4 5 4 4 4
2
0
Mikadjuine
Luís Cabral
Nsalene
Unidade 7
Inhagóia A
Mafalala
Inhagóia B
Munhuana
Malanga
Aeroporto B
Aeroporto A
FPLM
Mavalane A
Urbanização
Maxaquene A
Mavalane B
Chamanculo B
Chamanculo A
Chamanculo D
Xipamanine
BAIRROS
215
Quanto a sua localização dentro do bairro, constatou-se que 76 espaços públicos se situam na área
perimetral dos bairros, o restante dos espaços localiza-se aproximadamente no centro doo bairro
(ver figura abaixo). Ou seja, a centralidade geográfica dos espaços públicos dentro do bairro é uma
condição demasiado reduzida.
SITUAÇÃO GEOGRÁFICA
76
42
Central Perimetral
A presença de árvores nos espaços públicos é também demasiado reduzida (ver figura abaixo), pois,
dos espaços públicos identificados, apenas 34 possuem alguma espécie arbórea que permite a
comunidade tirar partido dos seus serviços ecossistémicos.
216
POSSUI FORMAS DE ARBORIZAÇÃO
34
84
217
3. Dinâmica de apropriação
34 34
50
Muito Grande
Grande
Reduzida
Quanto a forma de pavimentação, mais da metade (96) não possui qualquer forma de
pavimento, ou seja, o seu piso é solo natural (ver gráfico abaixo). 14 Espaços possuem a
combinação do solo natural e capim, 3 capim, 1 culturas agrícolas, 3 solo natural e
argamassa de cimento regularizada, e apenas 1 possui solo natural e concreto. Portanto, é
evidente que a maior parte da superfície do sistema de espaços públicos em assentamentos
informais é ainda permeável.
218
DISTRIBUIÇÃO DOS ESPAÇOS QUANTO AO
TIPO DE PAVIMENTO
Culturas agricolas
1
Capim
3
Solo natural e capim
14
Solo natural e Argamassa em cimento
3
regularizada
Solo natural
96
0 20 40 60 80 100 120
ESPAÇOS PÚBLICOS
Gráfico 12 - distribuição dos espaços públicos por bairro quanto ao tipo de pavimento
Além destes problemas principais, outros com menor incidência foram diagnosticados, a
saber: (i) erosão (6); (ii) reduzida permeabilidade física - ou seja, espaços públicos que
não possui mais de uma alternativa rodoviária de acessibilidade; (iii) escassez de mobiliário
urbano - espaços públicos que na maior parte das vezes, não obstante possuírem algum
mobiliário urbano improvisado, não responde as necessidades funcionais de apropriação
pública multifuncional (22); e (iv) inundações (35).
219
DIS T RIB UIÇÃO DO S PRO B L E MAS E NT RE O S
E S PAÇO S PÚB L ICO S
Possui Não possui
EROSÃO 6 112
REDUZIDA PERMEABILIDADE … 33 85
R E D U Z I D A P E R M E A B I L I D A D E … 12 106
AUSÊNCIA DE MOBILIÁRIO … 95 23
E S C A S S E Z D E M O B I L I Á R I O … 22 96
INUNDAÇÕES 35 83
Além dos constrangimentos acima listados, importa referir que o carácter espontâneo e
desordenado da configuração dos assentamentos informais diminuem qualidades
ambientais e espaciais importantes dos espaços públicos, como por exemplo a localização
destes espaços em situações com reduzida permeabilidade visual que agrava a dificuldade
da sua percepção, apropriação e conservação; somada a casos cuja geometria irregular, as
vezes complexa e de difícil aproveitamento espacial num processo de requalificação
urbana. Não obstante, ser evidente que as carências manifestadas em diversas formas sejam
o problema central na situação atual dos espaços públicos nos assentamentos informais em
análise, sua dinâmica de apropriação e vitalidade urbana, por outro lado, é muito grande.
220
distribuir equitativamente pequenas intervenções nos espaços públicos, e deste modo,
alcançar uma abrangência geográfica mais equilibrada, assim como possivelmente criar
uma rede de espaços públicos reabilitados que aproveita as sinergias presentes nas lógicas
de redes urbanas.
Importa também referir em última análise, que além dos espaços "públicos" no contexto
dos assentamentos informais, na área de intervenção do PTUM, constatou-se a apropriação
de outros locais de interesse colectivo usados para a função de espaços públicos, na medida
em que são usados como local de socialização, como parque infantil, e outros. São estes os
largos ao redor dos fontanários, ruas mais largas, cruzamentos de vias interiores mais
abertas.
221
Mapa 35 - Mapa de Condicionantes
222
Posteriormente, o governo introduziu um mecanismo para formalizar isso por meio da
emissão de Títulos de Direito de Uso e Ocupação do Solo (DUAT). No entanto, a obtenção
de um DUAT é um processo extremamente burocrático, opaco e ineficiente, que
geralmente leva 1 ou 2 anos para ser concluído.
Esta regularização de terras cria espaço para que insiders com acesso a informações
privilegiadas se beneficiem do acesso à terra relativamente aos moradores informais. Os
pobres urbanos, que vivem em assentamentos informais, não têm as informações ou as
conexões necessárias para adquirir a posse formal da terra. Como resultado, a grilhagem
de terras, vendas problemáticas e corrupção na administração de terras se tornaram a norma
para a maioria das transacções de terras em áreas informais e periurbanas.
A Regularização Fundiária deverá assim contribuir para o alcance de uma das acções do
Município de Maputo cuja meta é garantir a segurança de posse de DUAT e de outros
direitos à população que vive nos bairros informais consolidados há mais de 10 anos, e
consequentemente garantir contribuir para a redução da pobreza. Esta acção justifica-se
pela falta de uma política e ferramentas actualizada acerca dos direitos reais de propriedade,
para atender as famílias que vivem em Assentamentos Informais, e a necessidade de
participação na contribuição de receitas municipais tais como o IPRA e outras obrigações
fiscais vigentes para o desenvolvimento sustentável município.
Importa referir que a área de intervenção é constituída por bairros com malhas urbanas sem
uma estruturação formal, áreas de ocupação não planificada e desordenada, em constante
transformação e densificação resultado de pressões que sofre pela sua proximidade com o
centro urbano da cidade de Maputo. A cobertura das suas infraestruturas e serviços básicos
são na generalidade deficientes ou, nalgumas situações quase inexistentes, contribuindo
para degradação das condições de habitabilidade, áreas desprovidas de infra-estrutura
básica e urbanística, com habitações geralmente superlotadas, construídas com materiais
precários e com situação fundiária irregular, e ocupados por população de baixa renda.
Na área de intervenção, sobretudo nas áreas residências não planificadas os talhões
apresentam formas irregulares, muitas das vezes colidindo com a circulação automóvel
(Estratégia Municipal AS, pag.19) são partilhados por várias famílias, cabendo a cada uma
das famílias um ou dois cômodos, muitas das vezes sem as condições de habitabilidade
mínima como sejam ventilação e luz natural.
Em Moçambique o único dispositivo legal que define dimensões mínimas de talhões está
associado a acções de reassentamento, que estabelece que os talhões devem ter 600 m². Já
o FFH no período de 1995 a 2005 procedeu à demarcação de talhões de 15m de largura por
30m de profundidade, mas maioritariamente na área metropolitana de Maputo em zonas
urbanisticamente não consolidadas (Tique, pág. 214), sendo que no caso do CMM face ao
disposto na Estratégia Municipal de Intervenção em Assentamentos Informais tem sido
dada prioridade à regularização fundiária das áreas que apresentam as seguintes
características:
223
A. Áreas dotadas de acessos gerais e individuais a cada talhão e infraestrutura urbana
mínima;
B. Áreas cobertas por Planos Parciais de Urbanização já aprovados;
C. Áreas que possam abranger o maior número de habitantes possíveis;
D. Assentamentos cujas intervenções não careçam de grandes acções de carácter físico
territorial.
Finalmente, importa referir que uma parte das áreas a intervir são vulneráveis às
inundações, situação que ocorre pelo facto de estarem localizados em áreas de baixa
declividade e sem drenagem natural. A falta de valas de drenagem causa problemas
ambientais, sociais e de saúde pública. A iluminação pública também é um problema
transversal em todos os bairros, assim como equipamentos públicos como escolas, e centros
de saúde, mercados em estado de degradação e em alguns casos abandonados e desprovidos
de infraestruturas adequadas.
224
Mapa 36 - Planta de parcelas
Relativamente aos conflitos de terra em Moçambique o conceito tem vindo a ser mais associado
às áreas rurais sobretudo no que concerne aos grandes investimentos, contudo estes também
ocorrem nas zonas urbanas quer se trate de áreas urbanas de expansão ou consolidadas. Na área
de intervenção tratando-se de área urbana maioritariamente consolidada, estima-se que existam
cerca de 54.600 ocupações, excluindo aquelas que ocupam as áreas afectas à estrutura ecológica,
e destas 20% podem constituir situações de conflitos de terra entre particulares (intra familiares),
por regra tratados ao nível das estruturas locais dos Bairros (secretário do bairro e chefe de
quarteirão).
De uma forma geral, a maioria da população reside em áreas sem acesso adequado a
infraestruturas básicas e equipamento social, em habitações precárias, sem segurança da posse
de terra.
225
envidado esforços no sentido de garantir a posse da terra sobretudo nas comunidades dos Bairros
com maiores carências económicas, mas também na procura de metodologias participativas que
garantam não só a aquisição do DUAT mas capacitem as comunidades sobre este Direito e das
mais-valias associadas. Assim nos últimos 10 anos o Município de Maputo em conjunto com os
seus parceiros e as comunidades tem vindo a implementar projectos cujo foco consiste na
regularização fundiária ou com actividades associadas a esta, dos quais se destaca:
a) Projecto Habitat - Bairro de Chamanculo C: Arquitectos sem Fronteiras;
b) Programa de Desenvolvimento Municipal de Maputo (PROMAPUTO) - Zimpeto,
Magoanine A,B e C, Albazine, Mahotas, Laulane, Ferroviário e 3 de Fevereiro: actividade
de regularização massiva de DUAT´s;
c) Projecto Casa Minha - Bairro Polana Caniço;
d) Projecto Kaya Clinica - Bairro de George Dimitrov.
b) Levantamento georreferenciado dos limites dos talhões e identificação dos conflitos de terra,
mas também identificação do arranjo urbanístico, nomeadamente as obras a realizar com o
226
apoio e com o acordo das famílias (acordo por escrito), e o lançamento de concursos locais
para a execução das obras da responsabilidade do projecto (não foi necessário
reassentamento);
Ainda sobre este projecto importa referir que houve um aumento na percepção da melhoria da
segurança por parte das raparigas e uma redução da pobreza urbana. No que concerne aos
conflitos em 140 famílias apenas se verificaram 20 situações de conflitos, sendo que os mesmos
foram tratados pelo projecto em articulação com as autoridades locais e com a polícia, contudo
muitos destes foram associados a oportunistas. Apesar do projecto não ter desenvolvido
Mecanismos de Diálogo e Reclamação ao nível da intervenção do WSUP já dispõe desta
ferramenta.
Relativamente ao PROMAPUTO, uma das realizações da 1.ª Fase deste projecto consistiu na
implementação do Programa de Melhoramento de Bairros e do Programa de Regularização
Massiva de DUATs. Tendo sido estabelecida uma meta de 30.800 famílias com DUAT´s
formalizados até 2015, iniciando com um piloto de 4.000 DUAT’s. Para esta actividade foi
definido como principal objectivo o reforço da regularização da posse e registo da terra incluindo
a elaboração de uma metodologia de regularização massiva de DUAT´s em áreas peri -urbanas,
bem como, a revisão legal das posturas de DUAT´s, a capacitação dos técnicos do Município de
Maputo, e “alimentar” o SIGEM. Na escolha da área de intervenção foi considerado, entre outros,
o critério da periferidade à cidade de Maputo e os Bairros detentores de Planos Parciais de
Urbanização aprovados aplicando-se a: Zimpeto, Magoanine A,B e C, Albazine, Mahotas,
Laulane, Ferroviário e 3 de Fevereiro. Para a sua execução e foi contratado um consultor e em
termos metodológicos destaca-se:
b) Recolha de informação porta a porta, com equipas de campo constituídas por 50 inquiridores/
topógrafos;
227
c) Integração dos técnicos do Município de Maputo do sector de atribuição de DUAT´s nas
equipas de campo;
228
Um dos desafios deste Projecto tem a ver com a transformação não massiva do aglomerado,
indicando uma espécie de congelamento da área para tramitação de DUATs a “outros
interessados”, pois o processo especulativo acabaria por inviabilizar qualquer possibilidade
negocial com o novo titular de DUAT, aliado ao princípio voluntário, segundo o qual a família
só pode entrar no processo se assim o entender.
O Projecto Kaya Clínica (Dezembro 2015 - Março de 2018), é uma iniciativa enquadrada na
extensão Universitária da Universidade Eduardo Mondlane em parceria com a Universidade de
Corunha (Espanha) e o CMM, que contou com o financiamento da Angência Espanhola de
Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. O projecto, a aprendizagem-serviço, é
intitulado Kaya Clínica (KC) “Implementação de um sistema de serviço e formação dirigida à
habitabilidade básica”, implementado no Bairro George Dimitrov. KC conecta treinamento e
acção para melhorar a carteira de estudos das comunidades académicas envolvidas na construção
de habitat com participação de estudantes dirigidos por professores das Faculdades de
Arquitectura, Engenharia Civil, Geografia, Medicina, Economia, Direito e Sociologia, de modo
a providenciar um consultório de apoio comunitário à população do bairro nas questões ligadas
à habitabilidade urbana, tendo sido identificadas as seguintes actividades por cada área:
• Arquitectura: elaboração de plantas das casas, seja para fins de cadastro social e para
iniciar o processo de actualização em termos de melhoria da ventilação do abrigo -
especialmente em cozinha, isolamento de aquecimento, colocação de barreiras para
impedir a entrada de insectos e água em casa e implantação de instalações sanitárias.
• Engenharia: assistência técnica directa na tecnologia de construção, principalmente na
padronização dos processos de construção.
• Geografia: estabelecimento de limites de parcelas e incorporação de todos os dados em
um Sistema de Informação Geográfica da área em estudo.
• Medicina: realização de levantamento da situação de saúde pública na área de estudo.
Todos os dados obtidos direccionaram-se para uma análise final sobre a relação entre
circunstâncias de saúde pública e condições de habitat e abrigo.
• Direito: garantir o direito de uso das parcelas ocupadas, apoio à comunidade no
encaminhamento dos pedidos de regularização fundiária junto do CMM. Continuando
com todas as questões legais e procedimentos relacionados com a cidadania: censo,
identidade civil, sucessão, fortalecimento à mulher.
Uma das mais importantes constatações do projecto é de que mais de 90% das solicitações da
comunidade, tinham a ver com a regularização fundiária. O projecto realizou uma entrega pública
de cerca 50 DUATs, tendo sido tramitados a posterior outros DUATs, porém, com o fim do
projecto, o processo de tramitação dentro da esfera municipal ficou diluído no sistema normal de
processamento de DUATs. Pelo que mais uma vez, ficou constatado que a questão de acesso à
terra segura, continua a ser um dos desafios da governação municipal.
Um dos maiores ganhos do projecto KC é a ferramenta de implementação aplicada, o
estabelecimento no bairro de um consultório, com a participação da comunidade beneficiada e
produtores locais de elementos de construção, envolvimento do actor público chave, o CMM, no
seguimento das solicitações dos beneficiários. Destacando-se ainda a formalização da ferramenta
como parte do processo de formação curricular universitária com base em um recurso real.
229
Em suma, além da similaridade e do mesmo foco dos projectos/actividades analisadas, mais se
constatou:
● A aplicação transversal, mas adaptada caso a caso, da Metodologia de Regularização
Massiva inicialmente elaborada no âmbito da implementação do PROMAPUTO;
● A importância de uma comunicação efectiva com autoridades locais dos quais o
Município de Maputo, Vereador de Distrito, Secretário do Bairro e Chefes de
Quarteirão
● Implementação de arranjos urbanísticos sem necessidade de reassentamento, mas em
função do nível de intervenção dependentes da elaboração de plano de pormenor;
● A exequibilidade da co titularidade de DUAT´s;
● A operacionalidade do sistema e das ferramentas de atribuição de DUAT´s.
230
● Módulo de Tramitação de Expediente na DMOTC – geral: permite a efectivação do
pagamento.
Em relação ao funcionamento do Módulo de RDM verificam-se alguns constrangimentos
associados aos equipamentos informáticos, levantamento de dados de campo e software com
implicações directas na produção e tramitação de DUAT´s respectivamente:
A. Equipamento Informático:
Os servidores do SIGEM estão operacionais mas estão descontinuados de acordo com prazo de
garantia fornecido pelo agente (Ano de aquisição 2014). A Tape de Backup não está operacional
necessitando de manutenção e os backups tem de ser realizados manualmente. E a UPS de
20KVAs dos servidores estão avariados, tendo a DMSI disponibilizado uma UPS de 10KVAs
usada, contudo recentemente (início de Março 2021), constatou-se que já não consegue suportar
os servidores quando houver corte.
C. Software
▪ Não permite efectuar a sincronização da base de dados do Mobile para a base de dados
final do SIGEM, isto é, não está a efectuar o descarregamento automático dos dados
levantados no campo e este problema remete-nos a inserção manual dos dados no
gabinete (ficha a ficha);
▪ O Módulo não está a gerar automaticamente o Título de DUAT, após a conclusão do
tratamento de dados, tramitação dos processos e pagamento, o sistema deveria gerar
o Título bastando pressionar no botão (imprimir).
231
sob os aspectos social, económico e institucional. As infraestruturas urbanas existentes
actualmente promovem condições básicas de moradia, trabalho, saúde, educação, lazer e
segurança. Proporcionando o desenvolvimento das actividades produtivas, isto é, a produção e
comercialização de bens e serviços. Entende-se que a infra-estrutura urbana existente
proporciona os meios necessários ao desenvolvimento das actividades político-administrativas,
entre os quais se inclui a gerência dos próprios bairros. Em todos os bairros da área de intervenção
do PTUM a demanda por infraestrutura urbana tem vindo a crescer significativamente. O
objectivo dos subsistemas de infra-estrutura como a prestação de serviços, sempre exige a
necessidade de investimentos em bens ou equipamentos, que podem ser edifícios, máquinas,
redes de tubulações ou galerias, túneis, e vias de acesso, entre outros para o crescimento e bem-
estar dos habitantes dos respectivos bairros.
5.6.1. Rede Viária e Mobilidade
Os Bairros do projecto que fazem parte da primeira linha de crescimento urbano, ou seja, os
assentamentos informais da coroa suburbana (próximos ao centro), dispõem de uma rede viária
muito irregular de pequena largura e não homogénea que dificultam a implantação das redes de
serviços básicos (água, drenagem, esgotos e recolha de lixo, iluminação pública) e a
acessibilidade para automóveis e tchovas.
A questão da mobilidade e acessibilidade é ainda mais desafiante no interior dos bairros uma vez
que na sua maioria não tem ruas pavimentadas e os acessos para muitas residências caracterizam-
se por becos, onde em tempos chuvosos a situação é ainda mais complicada pois as ruas ficam
alagadas, dificultando a passagem das pessoas. Alguns bairros têm valas terciárias para o
escoamento das águas pluviais, porém por causa da imundice muitas já não se mostram eficazes
para esta questão.
232
Mapa 37- Rede Viária
Em face dos princípios de melhorar a acessibilidade das pessoas que vivem nas zonas mais
isoladas, melhorar a mobilidade interna e de forma a identificar uma proposta de intervenção a
transpor para o PTUM, foram elaborados vários estudos dos quais destacamos o estudo
preliminar de acessibilidade onde foram definidos os Bairros e as estradas locais a pavimentar
(Tabela 52).
Neste estudo para a definição dos Bairros e das Estradas a Pavimentar foi analisada a distância
até às rotas de transporte público (considerando aceitável 600m) e o tempo de viagem de casa
para o trabalho o que permitiu definir as áreas com menor conectividade que sobrepostas com
as estradas existentes levou à identificação das vias prioritárias a intervir.
233
Estudo Ruas
Distrito
Bairro Proposta Identificação preliminar percorridas Estado de
Municipal
PAD (km) Ruas (km) (km) Largura(m) Conservação Pavimento
Rua 5001 9.20 Mau Sim
Jose Mateus 4.80 Mau Não
Luis Cabral 2.5 2.57 2.22
Padre Amerio 15.40 Mau Não
Jose Sidumo 15.40 Mau Não
Sub total 1 2.57 2.22
KaMubukwana
Rua Valentim 1.53 1.44 13.70 Mau Não
Rainha Santa 1.56 1.56 15.60 Mau Não
Inhagoia A/B e
2.8 Rua 5.280 0.97 6.80 Mau Não
Nsalene
Rua 5273 0.75 7.00 Mau Não
Rua Zero 1.47 1.47 12.00 Mau Não
Sub total 2 5.53 5.22
Rua da Mahotas 1.56 10.20 Mau Não
Mavalane B 2.3
KaMavota Rua dos CFM 0.69 3.77 11.00 Mau Não
Sub total 3 2.25 3.77
No Bairro Luís Cabral foi percorrida a ligação entre a Estrada Nacional N2 a partir do Instituto
Superior Dom Bosco na Rua 501120 até à Avenida de Moçambique pela rua adjacente à vedação
da Administração Nacional de Estradas, com uma extensão de cerca de 2.57 km. A via atravessa
o bairro servindo directamente três igrejas (Igreja Metodista Unida de Chinhambanine, Igreja
Testemunha de Jeová, Igreja Nova Vida Cristã), o Instituto Superior Dom Bosco, a Escola
Primária Luís Cabral e a Administração Nacional de Estradas sendo que junto à EN 2 uma parte
do troço já se encontra asfaltada, pelo que a intervenção será de 2.22 km.
Esta via represente uma grande serventia para o bairro e irá contribuir para aumentar a
conectividade intra e ao redor do Bairro, estimando-se que irá beneficiar cerca de 33 040
habitantes, ainda assim verifica-se a existência de um troço de aproximadamente 950 metros
com um traçado bastante acidentado e irregular, que exigirá algum trabalho de mobilização e
reassentamento.
De acordo com o PPU de Luís Cabral esta via consta como Rede Viária 2.ª Nível - Rede
Estruturante e de Distribuição Principal, ou seja, assegura a distribuição dos maiores fluxos de
tráfego, bem como os percursos de média distância, estabelecendo a ligação entre a rede supra
municipal e as vias locais. Associada a esta via nos termos do artigo 29 do regulamento deste
plano foi definido um espaço canal de 50m no qual não são permitidas intervenções que
inviabilizem a execução da via, bem como os parâmetros mínimos que deverão ser respeitadas
em termos de perfil (onde se inclui passeio), passeios, separação de sentidos de circulação,
estacionamento e paragens de transporte colectivo. No entanto são admitidas variações desde
que devidamente fundamentadas. Ainda de acordo com este plano deverá sempre ser priorizada
a arborização e a drenagem das águas pluviais deve ser feita através de valetas centrais ou junto
ao passeio.
20
https://drive.google.com/drive/folders/1dbXp9h9E90viTp3YYrk3Kel3uQqZJItQ?usp=sharing
https://drive.google.com/drive/folders/1si4Oc6IMMhYUt1PQ0BvS6VTq6FmufA9O?usp=sharing
234
Nos Bairros de Inhagoia A e B, A foram percorridas cinco vias, nomeadamente Rua Rainha
Santa (1.56 Km), Rua Valentim21 (1.53 Km), Rua não identificada (Rua ZERO22 - 1.47 Km),
Rua não identificada (Rua UM – 970 metros) e Rua 527323 (0.75 Km) sendo que uma parte do
traçado da Rua Valentim encontra-se fora da área de intervenção do PTUM.
A Rua Valentim serve directamente a área residencial do bairro de Inhagoia A e um clube de
desportos (Clube Desportivo de Inhambane), com a sua pavimentação estima-se que sejam
beneficiados cerca de 27.000 habitantes. A rua não identificada (Rua Zero) serve directamente
as áreas de produção agrícola da baixa do Infulene, com a sua pavimentação estima-se que
sejam beneficiados directamente cerca de 12.000 habitantes. A Rua Santa Rainha divide os
bairros de Inhagoia A e Inhagoia B e serve directamente a áreas residenciais e áreas de produção
agrícola, com a sua pavimentação estima-se que sejam beneficiados directamente cerca de
19.000 habitantes, a rua não identificada (Rua UM) serve a área residencial do Bairro de
Inhagoia.
As vias encontram-se estrategicamente localizadas, no que se refere à facilidade de acesso e
saída dos bairros, no entanto, a rua não identificada (Rua ZERO) atravessa uma área inundável
e encontra-se no alinhamento das linhas de distribuição eléctrica de alta tensão.
No Bairro de Mavalane B foram percorridas duas vias, nomeadamente Rua dos Caminhos de
Ferro (CFM) (690 metros) com ligação à Rua da Beira e a Rua das Mahotas24 (1.56 Km),
perfazendo uma intervenção de cerca de 2.25 Km. A Rua das Mahotas serve directamente toda
a zona periférica do Bairro Mavalane B. Já a Rua dos CFM é uma via estruturante no Bairro,
que permite ligar as Avenidas FPLM e Lurdes Mutola.
Em termos de ordenamento do território nestes três últimos Bairros aplicam-se as disposições
do PEUMM e legislação específica no que concerne às condicionantes, verificando-se que as
vias acima referidas se enquadram na categoria de estradas secundárias/terciárias. Assim
destaca-se o facto da Rua Zero se localizar na categoria de Espaço Agrícola, no qual apenas são
permitidas actividades ligadas à agricultura mas sendo permitida a construção de infraestruturas
desde que associadas à actividade agrícola. E numa zona de servidão administrativa que
constitui uma restrição de utilidade pública e à qual se encontra associada uma faixa de proteção
de 50m.
Relativamente à rede pedonal, na maioria dos casos os caminhos existentes não permitem a
passagem duas pessoas a par, sendo que estão associadas a fluxos externos de acesso e de
atravessamento do bairro. Do levantamento efectuado constatou-se que no interior dos Bairros
existem vias de acesso com dimensões que variam entre 0,5 e 8,70 metros de largura, o que torna
a circulação muito complicada, uma vez que a maioria das vias do interior dos Bairros não se
21
https://drive.google.com/drive/folders/1QsU62dvQ9dIWzo0xBaEWHXE5I8gWw-5Y?usp=sharing
22
https://drive.google.com/drive/folders/18GbAbFMWrwmKDwL3zBngd0H-o7LUhdya?usp=sharing
https://drive.google.com/drive/folders/1kYj6XxmMZZC9YojEEhMonC1oQ4Cwox0E?usp=sharing
23
https://drive.google.com/drive/folders/1Mk7bwYJ6G0vhiIk3s8bf-NHRidl9C2wK?usp=sharing
24
https://drive.google.com/drive/folders/1vnDcpxBDJgJqopC8FC-W9NrEfGKduVV-?usp=sharing
235
encontram pavimentadas e não há um sistema de drenagem, sendo por isso o sistema de
transportes de bens e de mercadorias deficiente e pontual.
Contudo, as Vias Pedonais25 são os principais elementos de organização do sistema urbano, são
os espaços onde se manifestam a cidadania, um lugar de relacionamento e transmissão cultural e
nelas se produzem os elementos de comunicação, publicidade. Actuam também no plano
simbólico da integração social; sendo que o alinhamento e a cota das vias pedonais definem a
organização do espaço privado e da edificação. São ainda os principais canais de drenagem do
espaço público e de distribuição das redes técnicas da cidade; e são os canais onde se observam
a mobilidade de todo o tipo de meios de transportes. Em suma, são um dos principais canais
organizadores do sistema urbano.
Total Km 17.17234
Já no que concerne ao Transporte nestes distritos verifica-se que cerca de 90% da população não
possui viatura particular, sendo dependente de transporte público. Porém estes reclamam a
25
https://drive.google.com/drive/folders/1Df6cVXgZRPoeeciJm_vY-Yg86f5xQbEU?usp=sharing
236
ineficiência dos meios existentes caracterizados pela insuficiência, bem como pelo facto de
muitos bairros não possuírem terminais de transporte, factor que contribui para que os residentes
percorram longos cursos para acederem aos meios de transporte.
No Distrito Municipal de Nlhamankulu, apenas o bairro de Xipamanine possui terminal de
transportes rodoviários com vários destinos dentro e fora da cidade de Maputo, portanto, bairros
próximos como Munhuana, Chamanculo D, uma parte dos residentes do Aeroporto B, afirmam
que se beneficiam destes serviços, mas os outros bairros como Chamanculo A e B percorrem
longos cursos para chegarem a terminal de Xipamanine.
O mesmo sucede nos restantes distritos municipais, pois, à semelhança de Nlhamankulu, a maior
parte da população depende de transporte público e para aceder tem de percorrer longas
distâncias, e depende de paragens intermediárias ao longo das vias protocolares. Fora a estes
factores, os residentes enfrentam grandes desafios para aceder ao transporte, visto que para além
de muitas vezes os carros passarem por suas paragens superlotados, ainda existe o problema de
encurtamento de rotas por parte dos transportadores, que fazem aos potenciais passageiros uma
série de perguntas sobre o seu destino, e estes são muitas vezes obrigados a levar mais do que
deviam nas suas viagens (devem fazer as ditas “ligações”).
Tudo que vem exposto acima, tem consequências negativas nas condições de mobilidade dos
moradores, colocando em causa todo o desenvolvimento económico, social e cultural do bairro.
Ainda assim fazem parte da estrutura viária da área de intervenção algumas das principais vias
de acesso à Cidade de Maputo, como seja, a Estrada Nacional 1, a Avenida Joaquim Chissano e
a Estrada Nacional 2, que coincidem com as principais rotas de transporte público formal (Mapa
37).
Nos bairros em análise com a excepção de uma parte do bairro Chamanculo A, não existe um
sistema de drenagem de águas pluviais estruturado, podendo-se identificar em alguns casos a
passagem de troços da macrodrenagem da cidade geralmente em zonas limítrofes do bairro, que
drenam na sua maioria para o vale do Infulene e uma pequena parte para a baía de Maputo.
O macrossistema de drenagem é constituído por valas de drenagem a céu aberto, onde o principal
emissário é a vala A ao longo da Avenida Joaquim Chissano como início na intersecção com a
Rua da Resistência e termina na Estação de Tratamento de Águas Residuais de Infulene no Bairro
de Jardim, atravessando nove dos vinte bairros objectos do projecto, nomeadamente, Maxaquene
A, Mafalala, Urbanização, Munhuana, Aeroporto A, Aeroporto, Unidade 7 e Inhagoia B.
A principal vala de drenagem é ao longo da Avenida Joaquim Chissano que recebe afluentes
através de um grupo de valas secundária de macrodrenagem, nomeadamente dá ao longo da
Avenida Acordo de Lusaka que sendo limítrofe, transfere para a vala principal as águas pluviais
dos bairros Mavalane A, parte do bairro da Urbanização, Maxaquene A e Mafalala. Outra vala
secundária que constitui um grande afluente da vala principal é a vala ao longo da Avenida de
Angola que transfere as águas Minkadjuine, Munhuana e Aeroporto A. Adicionalmente a esta
237
duas grande valas secundárias da macrodrenagem, vale a pena listar as valas que também afluem
a vala principal transferindo águas do interior do bairro de Aeroporto A, Chamanculo D e
Xipamanine, sendo o ponto de entrada no secção da vala próximo Direcção Municipal de Água
e Saneamento e ao Centro de Saúde de Xipamanine, respectivamente.
Ainda no que se refere a macrodrenagem, parte do sistema também constituído por valas a céu
aberto drenam para a baía de Maputo, onde vale referir que esta parte do sistema contempla uma
bacia de retenção e amortecimento revestida e equipada com descarregadores de cheia na secção
entre a praça 16 de Junho (fim da Avenida 24 de Julho) e a entrada para o terreno dos CFM em
direção a Baía de Maputo, que para além de transferir as águas pluviais desta zona, contempla os
bairros Malanga e Parte de Chamanculo D, bairros do projecto (PTUM);
Em relação a drenagem no interior dos bairros AI’s, há que referir que não existe um sistema
estruturado completo de microdrenagem, sendo a topografia da área responsável pela direcção e
sentido dos escoamentos superficiais que drenagem para o vale de Infulene ou para a baía de
Maputo.
238
Figura 11 - vala-estrada no bairro da Mafalala
Pelo que considera-se que o sistema de drenagem de águas pluviais no geral é pouco abrangente
nos AI’s, caracterizado por ocorrência de inundações e alagamento em zonas residenciais ou de
comércio e o surgimento de focos de erosão pluvial resultante das inexistências ou do mau
funcionamento do Sistema de drenagem.
Enquadramento técnico
239
Mapa 38 – Mapas de áreas de inundação natural nos Bairros do PTUM
● O sistema 4 abrange as bacias G, I e J, que drenam naturalmente as águas para o rio Infulene
ou para a zona norte da baía de Maputo. O bairro Jardim, localizado a Sul da Av. Joaquim
Chissano é servido por uma rede de colectores unitários que descarregam directamente para
o Vale de Infulene através de duas descargas próximas da Estação de Tratamento de Águas
Residuais (ETAR) do Infulene. Existe também uma pequena rede de colectores unitários no
bairro da Malanga que descarrega directamente para a baía de Maputo, na zona dos CFM. A
excepção dos bairros de Jardim e uma pequena parte do Bairro da Malanga, a população dos
restantes bairros é servida por fossas sépticas ou latrinas.
● O sistema 3 engloba a Bacia A, excluindo a sub-bacias A1, abrange toda a área que drena
para a vala da Av. Joaquim Chissano, correspondente a cerca de 12,10km2 dos quais
6,61km2, correspondem aos bairros do projecto. A infraestrutura de drenagem pluvial
240
existente é a vala ao longo da Av. Joaquim Chissano (vala A) e todas valas a ela afluentes,
nomeadamente a vala da Av. Acordos de Lusaka e Av. de Angola e outros arruamentos
menores.
A “vala A” tem uma extensão de 5.5km ao longo da Av. Joaquim Chissano, iniciando na
Rua da Resistência e terminando no Vale do Infulene junto à Estação de Tratamento de
Águas Residuais (ETAR), onde descarrega o caudal pluvial transportado. A secção da vala
principal, ou simplesmente vala A é trapezoidal ao longo de grande parte da sua extensão,
sendo que apenas no troço final a secção passa a rectangular, incrementando a sua
capacidade de vazão de 40m3/s para 70m3/s. Ao longo dos últimos 600 metros (a jusante)
existem várias quedas sucessivas, e no troço final a vala possui um descarregador.
Para o interceptor acima mencionado não existem colectores enterrados no sistema 3, sendo
que toda a população é servida por soluções locais de saneamento, nomeadamente fossas
sépticas e latrinas.
Apesar de se situar fora dos limites do sistema 3, considera-se a ETAR do Infulene com uma
das infra-estruturas do sistema 3. A ETAR localiza-se no vale do Infulene, que divide os
Municípios de Maputo e Matola, e se caracteriza por uma intensa actividade agrícola.
O sistema é gravítico em toda a sua extensão é constituído por colectores unitários (sendo os
efluentes pluviais e domésticos) que descarregam directamente na Baía de Maputo,
constituindo um risco para a saúde pública e para o meio ambiente. Para além dos mais de
14 (catorze) colectores que descarregam na baía, este sistema possui valas de drenagem a
céu aberto localizadas ao longo da Av. Marginal e na encosta Norte do Bairro Central, que
descarregam as águas pluviais recolhidas directamente para o mar.
241
Mapa 39 - Divisão administrativa dos bairros, sistemas de drenagem, sub-bacias e bacias
No que tange a drenagem, a área de intervenção da componente I está comtemplada nos sistemas
1; 3; 4; 5 e 6, e que drenam para o rio Infulene e para a baia de Maputo.
O rio Infulene é um pequeno rio com cerca de 20 km de extensão, que corre de norte para sul, na
província de Maputo com o intuito de desaguar no estuário do Espírito Santo, servindo de limite
entre os municípios de Maputo e Matola. É um rio cujo regime de escoamento é permanente,
resultante da ramificação do Rio Incomáti, próximo à sua foz e engloba três (3) bairros da área
de estudo: Inhagoia A, Inhagoia B e Luís Cabral. Em ambas as margens desse rio, os munícipes
se beneficiam do mesmo para a prática da agricultura de subsistência.
A baía de Maputo está localizada no sul de Moçambique, entre as latitudes 25° 40’ e 26° 20’ S,
tem uma largura de cerca de 20 milhas marítimas e uma abertura a nordeste para o oceano
Índico aproximadamente com as mesmas dimensões. A leste, é limitada pelas ilhas da Inhaca e
dos Elefantes e pela península do Machangulo; entre esta península e a Inhaca existe um estreito
canal de comunicação com o oceano, com uma grande dinâmica. A sul, encontra-se a
desembocadura do rio Maputo, o limite norte da Reserva de Elefantes de Maputo e, mais para
oeste, a Catembe. A oeste, encontram-se o estuário do Espírito Santo, formado pelos
rios Umbeluzi, Matola e Tembe, Infulene e a cidade de Maputo. A norte, encontra-se a
242
desembocadura do rio Incomati e a península da Macaneta, que forma o limite oeste da abertura
maior da baía.
A cidade de Maputo tem cerca de 15km de rede de drenagem, divididos em dois sistemas, o
primeiro constituído por valas a céu aberto dimensionado exclusivamente para a captação das
águas pluviais e outro constituído por colectores unitários para colectas das águas pluviais e
residuais, que até aos finais dos anos 90 eram geridas pela Direcção Nacional de Águas (DNA).
Contudo, no âmbito da implementação do plano de transferência de gestão de infraestruturas do
Estado para os Municípios, a partir de 2011 o sistema de drenagem da cidade de Maputo passou
a ser gerido integralmente pelo Conselho Municipal de Maputo.
Em 2016 e com o objectivo de melhorar o estado das valas de drenagem de águas pluviais, que
se apresentavam em estado de degradação comprometendo o seu funcionamento, pois parte dos
seus componentes tais como sarjetas e elementos de transferência e atravessamento se encontram
obstruídas por resíduos sólidos, o Conselho Municipal de Maputo através de um concurso
público passou para as mãos de privados a gestão das valas de drenagem, como projecto-piloto
com duração contratual de 2 (dois) anos.
243
● Duas empresas eram responsáveis em proceder a reabilitação das valas de drenagem
danificadas ou em más condições de conservação;
● Duas outras empresas eram responsáveis por se ocupar exclusivamente da manutenção das
infra-estruturas, de modo que garantir o rápido escoamento das águas durante os eventos de
precipitação;
Nos vinte bairros com assentamentos informais e objectos do Projecto de Transformação Urbana
de Maputo, é da responsabilidade da secretaria dos bairros actividades de limpeza das valas e
canais de escoamento de águas pluviais no interior do bairro (microdrenagem), ficando na
responsabilidade do Sector de Saneamento da Direcção Municipal de Infra-estruturas Urbanas a
coordenação de actividades de operação e manutenção (limpeza, reparações, etc.) da macro
drenagem. Estas actividades, geralmente, são realizadas com mão-de-obra sazonal.
Aeroporto B
244
distintas, sendo uma zona alta e outra baixa, onde a baixa, possui uma vala de drenagem que
descarrega as águas para uma área residencial, na Av. 19 de Outubro, o que obrigou os moradores
a bloqueá-la para evitar inundações nas suas residências. Importa salientar que o ponto bloqueado
representa o início de uma zona susceptível a alagamento neste bairro.
Pontos críticos:
▪ Acumulação das águas pluviais (alagamento)
- Quarteirão Q33 próximo ao mercado - trata-se de uma zona de depressão, onde as
águas acumulam-se por falta de infraestrutura de drenagem, alagando residências
próximas e dificultando a transitabilidade dos mobilistas;
- Quarteirão Q46 - Recebe afluentes provenientes de Q22, Q47, Q3 e do quartel, alagando
cerca de 200 casas à beira da Av. 19 de Outubro. Isso deve-se à existência de anilhas de
descarregamento de água pluvial que não interligam-se a vala alguma;
- Campo Victória (S25°56’17.7” e E32°33’50.8”), apesar de estar próximo a vala de
drenagem. Trata-se de um campo que recebe afluentes de vários caminhos naturais
circunvizinhos e que devido a sua topografia não consegue encaminhar as águas para a
vala mais próxima.
▪ Erosão pluvial
- Av. Joaquim Chissano no troço que corresponde ao Q46. Trata-se de uma área que está
em um caminho natural de escoamento de água pluvial, sendo que devido a sua
declividade, o terreno sofre erosão pluvial quando as águas são direcionadas à vala
principal. Importa referir que a jusante desta área (em direcção a vala A), os munícipes
compactam o solo com betão como forma de controlar a erosão.
245
Figura 12 - Anilhas de descarregamento não interligadas a infra-estrutura de drenagem
(causam alagamento)
246
Figura 13 - Estado da principal vala de drenagem no Aeroporto B
Xipamanine
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- “Mula coordenadas geográficas são: S25°56’48,5” E32°33’37,5”;
- Capineira, cujas coordenadas geográficas são: S25°56’39,8” E32°33’35,9”;
- Novo terminal de chapas, cujas coordenadas geográficas são: S25°56’43,1 E32°33’35,5”;
- Salubridade, cujas coordenadas geográficas são: S25° 56 '49,3 `` E32° 33' 46,9".
Todas as áreas de acúmulo de água acima referida, apresentam características similares sendo
que são pequenas depressões em vias públicas que, eventualmente, servem de caminhos
naturais de água.
247
Figura 14 - Ponto de alagamento, durante e depois da chuva no Xipamanine
Chamanculo D
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Os pontos estão representados pelas seguintes coordenadas: S25o56’14.98” e
E032°33’44.1”, S25°56’12.91” e E32°33’40.93”, S25°56’34.64” e E32°33’38.27”, e
S25°56’38.9” e E32°33’40.22”. Tal como em outros bairros, estes pontos de alagamento
representam pequenas depressões em vias públicas causados pela topografia do terreno e
pela baixa capacidade de infiltração do solo (devido à proximidade do lençol freático) o
que dificulta o escoamento livre superficial das águas. Nisto todas as casas circunvizinhas
sofrem os efeitos de transbordo da água que se acumula nessas depressões.
▪ Erosão pluvial
- Quarteirões Q12, Q18, Q6, Q2 e Q8. Trata-se de erosão pluvial que se desenvolve ao
longo dos caminhos naturais de água identificados.
248
Figura 15 - Erosão Pluvial no Bairro Chamanculo D
Chamanculo B
O bairro de Chamanculo B é considerado assentamento informal, constituído por habitações
construídas com material precário sendo com a excepção das ruas principais construídas em
Pavet, todas as vias restantes são não revestidas. O bairro situa-se a jusante do Chamanculo C,
tornando-se este um contribuinte no escoamento superficial do bairro em Chamanculo B, uma
249
vez que, a maior parte deste escoamento é dirigido para o dreno existente na berma da Avenida
de Trabalho. O dreno encontra-se operacional porém tem registado entupimentos ligeiros devido
a défice de limpeza nas valas e nos sumidouros.
Devido a quantidade de afluentes dos bairros circunvizinhos que este bairro recebe, quase todas
as vias secundárias e terciárias servem de canais de escoamento das águas pluviais tanto que, de
acordo com as estruturas locais, alguns moradores do bairro criam orifícios em seus muros de
vedação no sentido de criar caminhos adicionais para o escoamento das águas pluviais.
Unidade 7
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Os pontos estão representados pelas seguintes coordenadas: (S25°55’59,7” E35°33’13,4”
e S25°56’6,6” E32°33’21,8”).
250
Figura 18 - Ponto de inundação junta na rua da secretaria do Bairro Unidade 7
Maxaquene A
▪ Valas que iniciam isoladas (S25°56’18,3” e E32°34’55,6”), isto é, não tem ligação com
outras valas do sistema;
▪ Sistemas de valas em bom estado de funcionamento;
▪ Valas construídas (revestidas) pelos moradores contudo em bom estado de funcionamento
(S25°56’39” E32°34’56,2”);
▪ Valas improvisadas e não revestidas (S25°56’18,3” E32°34’55,3”);
▪ Escoamentos superficiais permanentes ao longo das vias de trânsito, sendo que a
topografia do bairro direciona os escoamentos para a escola Noroeste 2 (S25°56’14,3
E32°34’50,9’), onde existe infraestrutura de drenagem que as encaminha para a vala
principal junto a Avenida Acordos de Lusaka.
251
Figura 19 - Micro drenagem no Bairro de Maxaquene A
Minkadjuine
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Quarteirão Q28 (S25°57’2,8” E32°33’56,4”), causado pelas condições topográficas do
local, que lhes confere depressões ao em certos pontos do quarteirão.
252
Figura 20 - Linha de escoamento natural obstruída por construções de habitação no Bairro da
Minkadjuine
Urbanização
Na zona baixa deste bairro situa-se por detrás do parque industrio-comercial (Forjadora) no troço
entre a ponte ferroviária na avenida Acordos de Lusaka (S56°56’1,8” E32°34’41,7”) e desvio da
vala em direção ao bairro de Maxaquene A (S25°56’11,1” E32°34’44,7”).
253
Figura 21 - Situação das valas de drenagem no bairro da urbanização
Munhuana
O bairro da Munhuana é considerado assentamento informal apesar de parte dele ser constituído
por habitações de construção convencional na zona consolidada, porém, nas áreas consideradas
254
como assentamentos informais é constituída por habitações construídas com material precário e
vias restantes que não são revestidas. O bairro dispõe de três valas revestidas e mais quatro valas
não revestidas, sendo que duas valas necessitam de revestimento para melhorar o seu
funcionamento, nomeadamente, vala na rua da Manhiça e Marracuene. Adicionalmente, existe
uma zona que frequentemente regista inundações agravadas pelo facto de que a única linha
natural de escoamento das águas encontra-se obstruída por construções.
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Ponto representado pelas seguintes coordenadas: (S25°56’47,6” E32°34’13,5”). Trata-se
de uma zona cujo escoamento superficial é condicionado pela topografia o que faz com
que haja o acúmulo de água, afetando-se a cerca de 5 casas localizadas próximo a escola
secundária de Munhuana.
- Tem-se também uma área de alagamento em um espaço privado não residencial mas que,
afecta a transitabilidade dos mobilistas.
255
Figura 23 - Zonas de alagamento no Bairro da Munhuana
Aeroporto A
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Quarteirões Q31, Q35 e Q40;
- Outro ponto baixo e consequentemente ponto de acumulação da água pluvial, localiza-se
junto à Avenida dos Heróis de Angola.
No geral, o acúmulo de água verificado no bairro de aeroporto A é resultante da existência de
pequenas depressões ao longo dos caminhos naturais de escoamento das águas que coincidem
com os arruamentos locais quando estes tendem a conduzi-la, através da sua topografia, à vala
principal.
▪ Erosão pluvial
- Quarteirões Q39, 3Q1, Q42, Q19, Q20 e Q43 têm problemas de erosão pluvial resultante
das águas que são escoadas em vias públicas provenientes dos quarteirões Q9, Q8, Q24,
Q23 e Q2 conduzindo-as para o canal de drenagem existente no Q43, próximo a secretaria
do bairro.
256
FPLM
O bairro FLPM é considerado como assentamento informal, pois é constituído por habitações de
construção convencional que servem a actividade comercial e industrial na zona consolidada com
vias asfaltadas, nas áreas consideradas como assentamentos informais é constituída por
habitações construídas com material precário e vias restantes são não revestidas. O bairro não
dispõe de infraestruturas de drenagem, contudo o bairro não apresenta grandes problemas de
drenagem.
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Secretaria do bairro, cujas coordenadas geográficas são: S25°55’40,8” E32°35’37”;
- Paragem da Sabrina, cujas coordenadas geográficas são: S25°56’11,1” E32° 34' 44,7".
Inhagóia B
Neste bairro, pelo menos uma via pública dispõe de um canal/uma galeria subterrâneo/a de
drenagem porém, em estado não operacional no quarteirão Q23 (S25°55’17.5” E032°33’20.9”),
enquanto por outro lado pelo menos duas (2) vias públicas carecem de sistemas de drenagem
uma vez que são as susceptíveis às inundações nos casos de precipitação. As ruas que carecem
de sistemas novos foram representadas pelas seguintes coordenadas: S25°55’07.2” E32°33’21.3”
e S25°55’10.2” E32°33’15.7”.
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Ponto representado pelas seguintes coordenadas: S 25°55'04.5" E32°33’03.4”;
▪ Erosão pluvial
- Ponto representado pelas seguintes coordenadas: S25°55’07.6” E32°33’11.4”.
Mafalala
257
dispõe do sistema de drenagem, tendo sido identificados pontos propensos a alagamentos, por se
encontrarem na zona mais baixa do bairro.
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Os pontos estão representados pelas seguintes coordenadas: (S25°56’11,1”
E32°34’44,7”, S25°56’55,2” E32°34’16,6”, S25°57’9,9” E32°34’30,2” e S25°56’58,7”
E32°34’34,6”). Cerca de 50 famílias ou casas ficam alagada, resultado do maior índice
de saturação do solo e declividade condicionada do terreno.
Nsalene
258
os bairros de Inhagoia A e B, e ao longo da EN1 dispõe de uma vala trapezoidal de drenagem de
águas pluviais porém a sua componente (boca de lobo) encontra-se danificada e a vala de
drenagem que liga a EN1 e a rua que divide o bairro com o Inhagoia A também encontra-se
inoperacional.
Pontos críticos:
Tanto a erosão pluvial bem como o alagamento desse bairro concentra-se, igualmente, em
arruamentos públicos.
Chamanculo A
O bairro de Chamanculo A é considerado como assentamento informal, pois apesar de ser
constituído por habitações de construção convencional (prédio) que servem a actividade
comercial na zona consolidada com vias asfaltadas, nas áreas consideradas como assentamentos
informais é constituída por habitações construídas com material precário e com vias são não
revestidas, na sua maioria becos. Os quarteirões Q13, Q22 e Q24 localizam-se em zonas altas,
contribuindo para acumulação de água nos quarteirões Q3, Q5 e Q1 localizados na zona mais
baixa.
259
O bairro dispõe de algumas valas de drenagem, providas de sarjetas e sumidouros, porém
entupidos pelas descargas de resíduos sólidos, exemplo a Rua Estácio Dias.
A zona baixa do bairro (próximo a padaria Seramo) dispõe de infraestrutura de drenagem porém,
o sistema encontra-se bloqueado devido a deposição de resíduos sólidos pela comunidade.
Luís Cabral
O bairro de Luís Cabral é considerado como assentamento informal, pois é constituído por
construções convencionais que servem a actividade comercial ao longo das vias principais, sendo
que na restante área do bairro é constituída por habitações de construção convencional e vias não
revestidas. Pelo menos os pontos identificados pelas coordenadas: S25°55’46.2” E32°32’31.3”;
S25°56’03.7” E32°31’53.8”; S25°55’55.9” E32°31’40.0”; S25°55’59.4” E32°31’19.8”
representam pontos pelos quais passam os canais naturais dos escoamentos superficiais, que
descarregam nas galerias trapezoidais. Foram identificadas no bairro duas (2) que seguem a
secção longitudinal da linha férrea, atravessando a EN4 (estrada Maputo – Matola) em um ponto
que contém 4 comportas e que estão canalizados de modo a transportar água até ao mar, porém
este processo é influenciado negativamente devido ao elevado volume de resíduos sólidos
depositados nas valas, criando-se entupimento das galerias e das respectivas bocas de lobo.
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Pontos representados pela seguinte coordenada: S25°56’04.5” E32°31’41.8”. Representa
a área baixa que limita o bairro Luís Cabral com o rio Mulauze, onde aproveita-se para
260
agricultura de subsistência e pelo menos os quarteirões 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 80, 76,
75, 74, 76 e 78 ficam igualmente alagados.
- Pontos representados pelas seguintes coordenadas: (S25°55’44.9” E32°32’29.1” e
S25°56’06.2” E32°32’09.2”).
Inhagóia A
Por outro lado, o bairro conta com uma bacia de amortecimento (área reservada pelo CMM)
representado pelas seguintes coordenadas (S25°55’09.2” E32°33’35.5”), devidamente
identificada situada num ponto baixo, sendo que as estruturas locais confirmaram que se acumula
muita água em casos de precipitação média-alta duração e intensidade.
261
Figura 28 - Zona de inundação devidamente sinalizada no Bairro de Inhagoia A
Mavalane B
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Margem esquerda ao longo da Avenida Julius Nyerere no troço entre a Ponte e a Rua do
Complexo, representado pela seguinte coordenada: S 25° 55 '17.1" E32° 36' 15.8 ``. Trata-
se de uma área onde inicia um colector subterrâneo de água pluvial que descarrega no
bairro Ferroviário, e que devido a sua baixa capacidade de funcionamento (resíduos
sólidos) parte da água alaga a área incluindo as residências existentes na área
circunvizinha.
262
Figura 29 - Efeito na inexistência de sistema de drenagem no bairro Mavalane B
Mavalane A
Pontos críticos:
▪ Acumulação de águas pluviais (alagamento)
- Escola Unidade 8;
- Campo comunitário “carzozo”;
- Espaço adjacente ao Posto de Saúde de Mavalane, cujas coordenadas: S25°55’30,3”
E32°34’59,9”.
263
Figura 30 - Zona de alagamento na escola e campo “Carzozo”
Malanga
264
Figura 31 - Estado actual da vala de drenagem localizada na Av. 24 de Julho no Bairro da
Malanga
5.6.3. Sistema de Abastecimento de Água
A cidade de Maputo é abastecida pelo sistema de Umbeluzi, constituído pela captação, estação
de tratamento de água (ETA), condutas adutoras, estações elevatórias e centros distribuidores. A
água é captada a jusante da barragem dos pequenos libombos, com uma capacidade de produção
máxima de 240.000 m3/dia, e tratada na ETA de Umbeluzi.
A área de concessão tem cerca de 2.120.000 de habitantes e estima-se que 65% destes se
beneficiem do fornecimento de água potável na cidade de Maputo. A restante parte da população
depende de fontes de água subterrânea, designados por Pequenos Sistemas. Há ainda casos em
que a população obtém água de vendedores privados ou de simples furos.
Os sistemas autónomos são constituídos por furos, pequenos reservatórios e redes de distribuição.
A água, após ser captada, é tratada junto ao furo e armazenada em pequenos reservatórios que
alimentam uma rede de distribuição de reduzida extensão. Este tipo de sistemas com recurso a
fontes subterrâneas ocorre preferencialmente nos locais de difícil acesso para fornecimento a
partir do sistema de Umbeluzi e nas zonas sem rede de distribuição e com abundância em recursos
subterrâneos, nomeadamente no Norte da cidade de Maputo.
265
reservatórios, que recolhem a água aduzida e a tratada, e pela rede de tubos que a conduzem para
o consumo, ou rede de distribuição.
Captação
Tratamento
a) Pré-cloração
Consiste na aplicação do cloro por forma a atingir-se o teor de cloro residual na ordem de 0,5mg/l
à saída dos filtros. A função deste processo é de oxidação de compostos orgânicos, amônia e,
essencialmente, a inibição de odores e da proliferação de algas nos decantadores e filtros.
b) Coagulação-floculação
266
Consiste na reação química entre o sulfato de alumínio e a alcalinidade da água, seguida da
atração eletrostática entre os coágulos, carregados positivamente, e partículas coloidais
carregadas negativamente, resultando assim na chamada floculação. A floculação tem como
objectivo a agregação da matéria em suspensão, remoção de cor e outras substâncias, por forma
a facilitar a clarificação da água bruta.
c) Floculação-sedimentação
Basicamente, estes dois processos ocorrem nos decantadores. A sedimentação consiste na queda
de flóculos de maior densidade que a água, permitindo assim a clarificação preliminar da água.
Uma vez que nem todos flóculos têm densidade suficiente para se sedimentarem, a água passa
ao processo seguinte para uma efetiva clarificação. Na ETA do Umbeluzi, a remoção do
sedimento, sob a forma de lamas, é feita automaticamente.
d) Filtração
O sistema de filtração usado na ETA do Umbeluzi é a filtração rápida em leito de areia. Ela
consiste em fazer passar a água decantada por meio de um leito poroso de areia com
granulometria selecionada para o efeito. A essência deste processo é remover os flóculos
remanescentes do efluente da decantação. A filtração também remove algumas bactérias e algas.
e) Neutralização
Consiste na correcção do estado calco carbónico da água, por forma a evitar que ela seja
corrosiva, portanto para efeitos de protecção das canalizações tanto do sistema de transporte
como da distribuição. Este processo desenrola-se adicionando água de cal.
267
no CD de Chamanculo, sendo que, a partir deste são abastecidos os Centros distribuidores de
Alto Maé, Maxaquene e Laulane que são os responsáveis por realizar a distribuição pelos bairros.
Reserva
A reserva da água captada no rio Umbeluzi é feita nos centros distribuidores de Chamanculo,
Maxaquene, Laulane e Alto Maé. Com a excepção do Centro de Distribuição do Alto-Maé, todos
os outros definem as Áreas Operacionais, unidades orgânicas em que se divide a AdeM, cuja
designação coincide com o nome do Centro Distribuidor. O Centro Distribuidor do Alto-Maé
pertence à Área Operacional de Chamanculo. Cada Área Operacional serve um ou mais Distritos
Municipais. A Área Operacional de Chamanculo serve aos Distritos Municipais de Ka-Mpfumo,
Nlhamankulu e Ka-Mubukwana; os Distritos de Ka-Mpfumo e Ka-Maxaquene são abrangidos
pela Área Operacional de Maxaquene, enquanto a Área Operacional de Laulane serve os Distritos
Municipais de Ka-Mavota e Ka-Mubukwana. A capacidade de reserva dos Centros
Distribuidores (CD) é a seguinte:
CD Chamanculo 60 500
CD Maxaquene 50 600
CD Laulane 20 500
Tabela 54 – Capacidade dos centros distribuidores
Os Gráficos a seguir demonstram o grau de realização para cada centro distribuidor e pode-se
verificar que o centro distribuidor de Chamanculo apresenta baixo grau de realização em relação
aos outros centros distribuidores, ou seja, o volume distribuído foi bastante inferior ao volume
planeado.
268
Volume de água consumida de Janeiro a Outubro 2020
12000.000
9813.624
Centros distribuidores
Centros Distribuidores
Chamanculo
269
capacidade de armazenamento aproximadamente a 60 500 m3, distribuídos em 6 reservatórios
enterrados, sendo que cada um possui uma capacidade de 10 000 m3, e possui um reservatório
elevado com uma capacidade de 500 m3 feito de material de betão, responsável por distribuir
água à Zona Alta do Distrito Nlhamankulu. Este centro possui três linhas de transferência e cada
linha é responsável por abastecer água aos outros Centros Distribuidores de Maxaquene, Laulane
e Alto Maé, sendo que a água antes de ser distribuída passa por uma correção, através do
tratamento de cloro.
Figura 34 - Direita – Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Esquerda – interior da
casa de visita acoplado ao reservatório.
Figura 35 - Esquerda– Tanque enterrado com a casa de visita por cima, Direita– Tanques de
cloro para correção de água
270
A água é transportada aos CD de Maxaquene, Laulane e Alto Maé por bombeamento. A casa das
bombas é constituída por 11 bombas das quais 3 ficam em reserva caso alguma bomba entre em
avaria. As capacidades das bombas variam de 1 300 m3/hora a 3 400 m3/hora. A água é
transportada aos CDs por condutas com diâmetro de 800 metros feitas de material de ferro dúctil.
CD Laulane
271
A água é distribuída à população da zona alta por gravidade através do tanque elevado e também
é distribuída a zona baixa pelos tanques apoiados. Sendo que o sistema é constituído por 4
bombas com capacidade de 1 300 m3/hora. A água é transportada à população por uma conduta
de saída com diâmetro de 600 mm feita de material de ferro dúctil.
CD Maxaquene
272
Figura 39 - Tanque elevado sobre o edifício, Direita – Tanque apoiado do CD de Maxaquene
A água é distribuída à população da zona alta por gravidade através do tanque elevado e possui
uma linha dedicada ao Hospital Central de Maputo, a zona baixa e distribuída a zona baixa
através dos tanques apoiados. Sendo que o sistema é constituído por 3 bombas com capacidade
de 1 700 m3/hora. A água é transportada à população por uma conduta de saída com diâmetro de
600 mm feita de material de ferro dúctil.
A água é distribuída à população da zona alta por gravidade através do tanque elevado e possui
uma linha dedicada ao Hospital Central de Maputo, a zona baixa e distribuída a zona baixa
através dos tanques apoiados. Sendo que o sistema é constituído por 3 bombas com capacidade
de 1 700 m3/hora. A água é transportada à população por uma conduta de saída com diâmetro de
600 mm feita de material de ferro dúctil.
273
A rede de distribuição está dividido em zonas, sendo que, a primeira zona cobre na totalidade o
Distrito Ka-Mpfumo, uma parte dos Distritos Nlhamankulu (essencialmente a parte urbanizada
do Bairro da Malanga) e Ka-Mubukwana (essencialmente a parte urbanizada do Bairro do
Jardim) é caracterizada por possuir uma rede de distribuição bem definida e instalada obedecendo
as normas técnicas recomendadas. É uma rede muito antiga, com mais de 60 anos de existência,
constituída na sua minoria por tubos em fibrocimento e ferro fundido. Devido à sua idade e fraca
manutenção regular, esta rede apresenta níveis de perdas muito elevadas (físicas e comerciais),
muitas delas originadas por rupturas de condutas que, por ocorrerem no subsolo e devido a
urbanização dessas zonas, as fugas são de difícil detecção, reparação e posterior contabilização
(WaterAid, 2017).
O tempo de distribuição está acima de 8 horas por dia embora o tempo de recepção da água por
parte dos consumidores esteja a degradar-se à medida que se caminha para as extremidades onde
a água chega a sair no máximo três horas por dia e com fraca pressão.
Segundo a WaterAid 2017, a segunda zona é aquela que circunda a primeira. Por ser zona de
fraca urbanização, crescimento desordenado, a rede de distribuição é caracterizada por tubos
flexíveis, geralmente de HDPE, de pequeno diâmetro e de grandes extensões, também conhecida
por “Rede Esparguetes”. O nível de serviço na maior parte dos bairros que compõem esta zona é
mínimo, a distribuição ocorre num período de 2 a 4 horas por dia, geralmente na parte da manhã
e com fraca pressão. Devido a dificuldade de enterrar os tubos a profundidades regulamentares,
esta zona apresenta rupturas constantes que provocam pequenos charcos de água nas ruas. Em
certos bairros destas zonas existe um aparente conflito entre AdeM e os operadores privados que
atuam naqueles bairros devido a sobreposição das redes. Esta sobreposição em parte contribui
para o aumento das perdas de água devido à dificuldade de identificar o dono da rede onde as
fugas de água ocorrem.
274
Mapa 41 - Rede de Abastecimento de água - área de intervenção do PTUM
O sistema de tratamento de perdas de AdeM está organizado seguindo a lógica das Áreas
Operacionais. Da análise da informação fornecida pela Empresa referente ao período de Janeiro
a Novembro de 2017, a situação é: (i) Área Operacional de Chamanculo 36%, (ii) Área
Operacional de Laulane 26% e (iii) Área Operacional de Maxaquene 20%. Os valores devem ser
tomados com uma certa reserva, primeiro porque na óptica do Regulador as perdas no sistema
podem situar-se acima de 50% devido ao estado da rede e ausência de órgãos de medição dos
caudais entrados e saídos e, segundo, porque o sistema enfrenta restrições no abastecimento de
água originadas pela pouca reserva na albufeira dos Pequenos Libombos.
7. Qualidade da água
Segundo a WaterAid 2017, no que diz respeito à qualidade da água fornecida, toda a água
distribuída pelo sistema formal dos pequenos sistemas sob gestão da AdeM cumpre com os
padrões exigidos pelas normas nacionais nesta matéria. Contudo, esta situação não garante que a
água que o consumidor tem acesso tenha a mesma qualidade, uma vez que a responsabilidade da
AdeM termina no contador ou à entrada dos depósitos domiciliários cuja gestão é da
275
responsabilidade do consumidor. Os Fornecedores Privados de Água não estão sujeitos à
regulação e, por isso, a qualidade de água por estes fornecida não é monitorada regularmente,
não havendo, no momento, informação sobre este aspecto. Esta é uma área de interesse do
Governo no processo de licenciamento destes operadores, mas a operacionalização deverá levar
o seu tempo.
8. Nível de cobertura
Segundo os dados fornecidos pela AdeM, cerca de 720 044 habitante da cidade de Maputo tem
água canalizada. Dos 34 482 habitantes pertencem a área operacional de Chamanculo, 37 181
habitantes pertencem a área operacional de Maxaquene e 51 568 à área operacional de Laulane.
Porém, segundo o levantamento de campo que foi realizado verificou-se que os Distritos
KaMubukwana e KaMavota o fornecimento de água é alimentado pelos pequenos fornecedores
privados de água, o que se conclui que o número de habitantes com acesso ao abastecimento de
água é superior a 720 044 habitantes.
276
Mapa 42 - Localização dos fontanários operacionais (cor azul) e inoperacionais (cor vermelha)
277
Gráfico 14 - Número de fontanários.
Fonte: Águas da região de Maputo, 2021
Enquadramento institucional
278
Caracterização das entidades gestoras
279
● AdeM (Águas da Região de Maputo) – é a empresa que gere o serviço público de
abastecimento de água à Cidade de Maputo, através de um contrato de cessão de
exploração assinado com o FIPAG;
Principais desafios
● Melhorar a satisfação do cliente, através da redução dos tempos de espera e da
utilização dos sistemas de informação para a interação com os clientes;
● Melhorar a comunicação transversal;
● Melhorar a sustentabilidade, através de controlo de custos, redução de perdas e
aumento da facturação e cobrança;
● Consolidar a cobertura, por via da redução de clientes suspensos e da conservação de
clientes ilegais.
280
Bairro Mavalane A
Este furo é usado para benefício próprio. Nos anos de 2015 já chegou a beneficiar as famílias ao
redor dos quarteirões quando pertencia a dona do sistema, sendo que quando a dona faleceu, o
filho herdou o sistema e parou de fornecer a população. Este sistema funcionava como fontenário,
não possuía abastecimento domiciliar. Este furo possui uma capacidade de 5000 litros, feito de
material Plastex abastecidos com tubagem de PVC com conexões metálicas. Enchem os tanques
duas vezes por dia, sendo que a bomba já não possui capacidade e têm avaliado sistematicamente.
A água é bombeada para o tanque elevado, que de seguida abastece a residência por gravidade.
A bomba tem uma potência de 1500 litros/ hora. O factor que impede de fornecer água a mais
famílias é o constrangimento que estas trazem a casa (Barulho, discussões e cobranças).
281
Figura 42 - Tanques de água apoiado e elevado da família Sitio
Este furo beneficia aproximadamente 150 família, abrangendo os quarteirões vizinhos a sua
residência (quarteirões: 57, 36, 13, 37, 54, 43, 58, 55, 39, 27, 33 e 06). Este furo possui uma
capacidade de 35000 litros, feito de material Plastex abastecidos com tubagem de PVC com
conexões metálicas. O abastecimento de água e realizado durante, sendo que este já não possui
capacidade para a ligação de mais clientes devido a capacidade de encache do sistema. A bomba
já não possui capacidade e tem avariado sistematicamente, sendo que o sistema funciona de
forma intermitente por zonas. A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida e
abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede
de abastecimento e constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma potência de 2
200 litros/hora. O factor que impede de fornecer agua a mais famílias é ausência de fundos para
ampliar o sistema e o consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros), uma vez que para
os consumidores comerciais e domésticos são aplicados o valor de 350,00 Mt, o que torna a água
barata porque o sistema não possui contador, mesmo assim os clientes não pagam as facturas e a
maioria dos que migraram para AdeM, querem voltar para o FPA.
282
Figura 43 - Tanques de água elevados da família Mulau
Este furo beneficia 30 família, abrangidos os quarteirões vizinhos a sua residência (quarteirões:
43, 44, 52, 54). Este furo possui uma capacidade de 5000 litros, feito de material Plastex
abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de PVC. O abastecimento de
água e realizado por um período de 24horas, sendo que este possui capacidade para a ligação de
mais clientes, mas devido a concorrência com a FIPAG e outros operadores privados, os clientes
já encontram-se já ligados. A bomba encontra-se em condições e não se tem verificado avaria,
uma mais valia é que o dono do sistema é o técnico responsável para a manutenção do sistema.
A água e bombeada para os tanques elevados, que de seguida e abastecido a população por
gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento e
constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma potência de 1 300 litros/hora. O
consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros), uma vez que para os consumidores
comerciais e domésticos são aplicados um pagamento único mensal de 350,00 Mt, o que torna a
água barata porque o sistema não possui contador, mesmo assim os clientes não pagam as facturas
e a maioria dos que migraram para AdeM, querem voltar para o FPA. O proprietário refere que
com a chegada da FIPAG, culminou com a carência de clientes e apela que para que exista um
consenso entre as partes para poderem continuar a operar.
283
Figura 44 - Tanques de água elevados com o respectivo sistema de bombagem da família
Matusse
Bairro Aeroporto A
Este furo beneficia 170 famílias e a dois (2) estabelecimentos, abrangendo os quarteirões
vizinhos (a partir da Av. Gago Coutinho, Rua Padre Américo e as ruas cruzam a mesma e Rua
são Vicente) a instituição. Este furo possui uma capacidade de 70 000 litros, feito de material
Plastex abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O
abastecimento de água e realizado por um período de 24horas, sendo que este possui capacidade
para a ligação de mais clientes. A bomba apresenta avarias constantes (o motor queima) encontra-
se em condições, e não se tem verificado avaria, uma mais valia é que o dono do sistema é o
técnico responsável para a manutenção do sistema. A agua e bombeada para os tanques elevados,
que de seguida e abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede,
sendo que a rede de abastecimento e constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem
uma potência de 1 300 litros/hora. O consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros), uma
vez que para os consumidores comerciais e domésticos são aplicados um pagamento único
mensal de 350,00 Mt, o que torna a água barata porque o sistema não possui contador, mesmo
assim os clientes não pagam as facturas e a maioria dos que migraram para AdeM, querem voltar
para o FPA. O proprietário refere que com a chegada da FIPAG, culminou com a carência de
clientes e apela que para que exista um consenso entre as partes para poderem continuar a operar.
284
Bairro Inhagoia B
Este furo não possui cadastro do número de famílias, abrangido o quarteirão 50, pelo sistema.
Este furo possui uma capacidade de 1000 litros, o reservatório e feito de material Plastex
abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de PVC. O abastecimento de
água é realizado por um período de 4 horas (7 as 11 horas), sendo que este realiza o abastecimento
de água em forma de fontenário privado. A bomba encontra-se em condições e não se tem
verificado avaria, uma mais valia é que o dono do sistema faz pequenas reparações do sistema.
A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida e abastecido a população por
gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento e
constituído com tubos de uma (1) polegada. O proprietário conhece a capacidade da bomba. O
consumo de energia prejudica as suas economias uma vez que este fornece a água a população
gratuitamente. De referir que este fornecedor não possui licença para exercer a actividade.
Figura 45 - Direita – Tanque de água apoiado a cada de banho, Esquerda – Local para a
captação de água (furo privado)
Este furo não possui cadastro do número de famílias, abrangido o 6 quarteirões (17, 41, 47, 49,
50 e 51), pelo sistema. Este furo possui uma capacidade de 2 5000 litros, o reservatório e feito
de material Plastex abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de PVC. O
abastecimento de água é realizado por um período de 4 horas (7 as 11 horas), sendo que este
realiza o abastecimento de água em forma de fontanário privado. Este sistema foi concebido para
beneficiar os crentes da mesquita. A bomba encontra-se em condições e não se tem verificado
avaria, já sofreram por três vezes o roubo de bomba. A água é bombeada para os tanques
elevados, que de seguida tem abastecido a população por gravidade. O proprietário não conhece
285
a capacidade da bomba. O consumo de energia prejudica as suas economias uma vez que este
fornece a água a população gratuitamente.
Bairro FPLM
Este furo beneficia 166 famílias abrangendo os quarteirões vizinhos (Quarteirões 12 e 15) ao
furo. Este furo possui uma capacidade de 35 000 litros, o reservatório é feito de material Plastex
abastecidos com tubagem de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O
abastecimento de água e realizado por um período de 24 horas, sendo que este possui capacidade
para a ligação de mais clientes. A bomba apresenta avarias constantes (o motor queima),
encontra-se em boas condições, e não se tem verificado avaria. A água é bombeada para os
tanques elevados, que de seguida tem abastecido a população por gravidade. O sistema não possui
cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento é constituído com tubos de uma e meia (1.5)
polegada. A bomba tem uma capacidade de 3000 litros/hora. O consumo de energia prejudica os
rendimentos (lucros) devido o elevado custo (paga aproximadamente 20.000 Mt mensais). Para
o consumo doméstico por metro cubico a custa 60,00 Mt e para o consumo comercial custa 77,00
Mt. A maioria das famílias não possui condições financeiras para fazer o pagamento das facturas
mensais o que origina o não pagamento das mesmas, sendo que este fornecedor, por se tratar de
pessoas carenciadas não conseguiu cortar água a estas pessoas.
Bairro Nsalene
Este furo beneficia 780 famílias, abrangendo todos os quarteirões do bairro. Este furo possui uma
capacidade de 60 000 litros, o reservatório é feito de material Plastex abastecidos através de
tubagem de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O abastecimento de água e
realizado por um período de 24 horas, sendo que este possui capacidade para a ligação de mais
clientes. A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida e abastecido a população
por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede de abastecimento é
constituído com tubos de uma e meia (1.5) polegada. O consumo de energia e os cortes ocorridos
prejudica os rendimentos (lucros), sendo que também a falta de uma vez que para os
consumidores comerciais e domésticos são aplicados um pagamento mínimo são 350,00 Mt e
cobram 60 Mt por metro cubico. O custo de energia mensal ronda aos 35 000,00 Mt, por falta do
pagamento das facturas fica difícil de fazer a manutenção do sistema. Sendo que a maioria dos
clientes não paga as facturas por negligência.
286
Figura 46 - Tanques de água elevados, apoiados as estrutura de betão
Bairro Mavalane B
Este furo beneficia 50 famílias abrangendo os quarteirões vizinhos ao furo. Este furo possui uma
capacidade de 10 000 litros, os reservatórios é feito de material Plastex abastecidos com tubagem
de PVC com conexões também feitos de ferro galvanizado. O abastecimento de água é realizado
de forma intermitente, sendo que este possui capacidade para a ligação de mais clientes, sendo
que estes já não solicitam por estarem ligados a rede pública. Encontra-se em boas condições, e
não se tem verificado avaria. A água é bombeada para os tanques elevados, que de seguida tem
abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo que a rede
de abastecimento é constituído com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma capacidade
de 5000 litros/hora. O consumo de energia prejudica os rendimentos (lucros) devido o elevado
custo (paga aproximadamente 10.000 Mt mensais). Para o consumo doméstico por metro cubico
custa 65,00 Mt e para o consumo comercial custa 75,00 Mt.
Bairro Inhagoia A
Este furo beneficia 92 famílias abrangendo o quarteirão 17, possui uma capacidade de 3 000
litros, feito de material Plastex abastecidos com tubagem e conexões feitas de PVC. O
abastecimento de água é realizado por um período de 24horas, sendo que este possui capacidade
para a ligação de mais clientes. A bomba encontra-se em boas condições, e não se tem verificado
avarias constantes. Através da bomba a água e bombeada para os tanques elevados, que de
seguida tem abastecido a população por gravidade. O sistema não possui cadastro da rede, sendo
que a rede de abastecimento é constituída com tubos de uma (1) polegada. A bomba tem uma
287
potência de 1 300 litros/hora. O consumo de energia e os cortes ocorridos prejudicam os
rendimentos (lucros), sendo que os consumidores comerciais e domésticos são aplicados um
pagamento mínimo de 350,00 Mt e cobram 70 Mt por metro cubico. O custo de energia mensal
ronda aos 16 000,00 Mt, por falta do pagamento das facturas fica difícil de fazer a manutenção
do sistema, entretanto quando estes clientes ficam endividados, trocam do fornecedor e outros
aderem a rede pública. Outros clientes fazem ligações clandestinas em seus quintais o que têm
culminado com a difícil percepção das perdas existentes. Contudo a FIPAG quando realiza a
extinção da rede, danifica as tubagens dos FPA’s.
Abastecimento de água
O abastecimento de água nas áreas de intervenção é realizado através da rede pública que
actualmente é regida pela AdeM e abrange todos os bairros de intervenção do PTUM com uma
cobertura acima da média segundo o Censo de 2017. Alguns distritos Municipais da área de
intervenção, como é o caso de KaMavota, KaMubukwana e KaMaxaquene contam também com
o fornecimento de água através de operadores privados.
De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 no censo de 2017, cujo a fonte e Águas da
Região de Maputo (AdeM) a taxa de cobertura, o total das ligações domésticas, total da
população servida de 2016 a 2018 reduziu, pois os dados apresentado no censo a taxa de
cobertura em 2016 era de 66,7 e em 2018 foi de 59,5 para total das ligações domésticas em 2016
era de 133.839 e em 2018 foi de 133.550 e para o total da população servida em 2016 o número
foi de 803.547 e em 2018 foi de 761.515.
Aeroporto A
O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da
Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo e
fornecedor privado. Estes sistemas de água canalizada asseguram as necessidades de
praticamente todos os moradores do bairro, apesar das deficiências de funcionamento derivadas
da informalidade dos assentamentos. De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do
censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de abastecimento com um total de 32% da
ligação à rede, 61% com ligação ao quintal, 7% de torneiras do vizinho,0% de fonte não segura,
31% canalizados dentro de casa, 0% de fonte pública e 0% água engarrafada.
288
Segundo a AdeM o bairro possui 18,1 de extensão da rede de abastecimento, 2.471 de ligações
existentes, 2.131 de ligações ativas, 340 de ligações suspensas, 1.713 de ligações hidrometradas,
17.694 de ligações micromedidas e 89.210 de volume consumido.
O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde 37% usam a torneira do
vizinho, 14% tem torneira própria, 18% usam água do fontanário e 31% partilham a mesma
torneira.
289
Figura 47 - 1-Ruptura de tubo de água; 2-Escoamento de água proveniente de ruptura de tubo
Aeroporto B
De acordo com dados fornecidos pela AdeM o bairro possui 12,7 de extensão da rede de
abastecimento, 2.069 de ligações existentes, 1.738 de ligações ativas, 331 de ligações suspensas,
1.378 de ligações hidrometradas, 13.327 de ligações micromedidas e 34.250 de volume
consumido.
Na primeira fase da recolha dos dados em campo visitou-se famílias colectivas em 26 compones,
num total de 95 famílias que partilhar o mesmo quintal todos proprietários das casas, onde 16
famílias compartilham as mesmas torneiras, 3 famílias cada uma tem sua torneira, 73 famílias
não tem água nos seus quintais buscam água no vizinho, 1 família usa água do fontanário e 2
usam água do poço.
290
Na segunda fase da recolha visitou-se 5 famílias individuais e identificou-se 4 famílias que usam
água do vizinho e 1 usa água do fontanário.
O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde 77% usam torneira do
vizinho, 16% partilham a mesma torneira, 2% usam água do fontanário,3% tem torneira própria
e 2% usam água do poço.
Chamanculo A
291
O bairro é alimentado por um sistema de abastecimento de água de propriedade das Águas da
Região de Maputo (AdeM) através do centro distribuidor da área operacional de Chamanculo.
Este sistema de água canalizada assegura as necessidades de praticamente todos os moradores
do bairro, apesar das deficiências de funcionamento derivadas da informalidade dos
assentamentos. De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo de 2017 o bairro
conta com 49% de ligação à rede, 39% de ligações no quintal, 11% de torneiras na casa do vizinho
e 1% de fonte segura.
Segundo a AdeM o bairro possui 8,1 de extensão da rede de abastecimento, 2.159 de ligações
existentes, 1.950 de ligações activas, 209 de ligações suspensas, 1.752 de ligações hidrometradas,
27.023 de ligações micromedidas e 63.735 de volume consumido.
O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde das 73 famílias identificadas
45 famílias usam torneira do vizinho equivalente a 66%, 9 famílias usam torneira própria
equivalente a 13% e 14 famílias partilham a mesma torneira que equivale a 21%.
Foi identificado um ponto visível de perda de água na rua entre quarteirão 14 e 15 consequência
de uma ruptura grave de tubo de água da AdeM. Identificou-se apenas 2 fontanários, 1
operacional e 1 inoperacional. O período de fornecimento de água pela AdeM é de cerca de 8
horas por dia, das 3 horas da manhã às 11 horas). Assim, para garantir água durante o dia é
preciso recorrer ao sistema de reservatórios domiciliares.
292
Figura 49 - Perda de água; 2-Fontanário Operacional; 3- Fontanário Inoperacional
Chamanculo B
Segundo a AdeM o bairro possui 7,6 de extensão da rede de abastecimento, 1.709 de ligações
existentes, 1.445 de ligações ativas, 264 de ligações suspensas, 1.167 de ligações hidrometradas,
11.308 de ligações micromedidas e 30.416 de volume consumido.
O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, neste caso das 94 famílias
identificou-se 35 famílias que usam torneira do vizinho que equivale a 40%, 33 famílias têm
torneira própria equivalente a 38% e 19 famílias partilham a mesma torneira que equivale a 22%
como ilustra o gráfico abaixo.
293
Identificou-se um ponto visível de perda de água no quarteirão 3 devido a ruptura grave de tubo
geral de água da AdeM. O que tem causado a queda da pressão de água nas torneiras das famílias
e deixando algumas ruas alagadas. Dos fontanários existentes identificou-se apenas 2 fontanários
inoperacionais.
Chamanculo D
Segundo a AdeM o bairro possui 7,2 de extensão da rede de abastecimento, 1.900 de ligações
existentes, 1.640 de ligações ativas, 260 de ligações suspensas, 1.764 de ligações hidrometradas,
15.669 de ligações micromedidas e 30.938 de volume consumido.
Na primeira fase da visita, visitou-se cerca de 19 condomínios que totalizam 162 famílias
colectivas que partilham o mesmo quintal, das quais todos são proprietários das casas.
Na segunda fase da visita, visitou-se 3 famílias individuais das quais são proprietários, no total
das famílias entrevistadas foram 165 famílias vulneráveis, que equivale ao número das amostras
colhidas.
294
O gráfico abaixo ilustra o resultado obtido nas visitas realizadas em campo de acordo com as
amostras representativas usadas, o total das famílias visitadas, onde 165 famílias identificou-se
56 famílias que usam torneira do vizinho que equivale a 33%, 10 famílias têm torneira própria
equivalente a 8% e 99 famílias partilham a mesma torneira que equivale a 59% como ilustra o
gráfico abaixo.
295
Figura 52 - Dispositivos de abastecimento de água nas valas de drenagem
Malanga
Segundo a AdeM o bairro possui 12,5 de extensão da rede de abastecimento, 1.955 de ligações
existentes, 1.799 de ligações ativas, 156 de ligações suspensas, 1.726 de ligações hidrometradas,
27.766 de ligações micromedidas e 78.359 de volume consumido.
Na primeira fase da visita, visitou-se cerca de 58 condomínios que totalizam 218 famílias que
partilham o mesmo quintal, das quais, 192 são proprietários das casas e 26 são casa da APIE e
estão em processo de regularização.
Na segunda fase da visita visitou-se 5 famílias onde 2 são proprietários das casas e 3 são casas
da APIE. O total das famílias visitadas foram 223.
E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário
pretendia saber a principal fonte de água das famílias vulneráveis nos 58 compones e nas famílias
individuais que no total foram uma amostra de 223 famílias vulneráveis das quais 193 usam
torneira do vizinho que equivale a 88 %, 10 famílias têm torneira própria a 5%, 13 famílias
296
partilham a mesma torneira a 6%, e 3 famílias usam água do fontanário a 1%, conforme ilustra o
gráfico abaixo.
Identificou-se em frente à secretaria do bairro ruptura de um tubo de água e uma senhora com
recipientes aproveitando-se da água que saia do tubo. Houve registo de um fontanário
inoperacional e ao redor do fontanário ruptura de tubo de água, como ilustram as imagens abaixo.
Figura 53 – (1) Ruptura de tubo; (2) Aproveitamento da água; (3) Fontanário Inoperacional
Mikadjuine
297
fornecimento de água é de cerca de 8 horas por dia, das 3 horas da manhã às 11 horas). Assim,
para garantir água durante o dia é preciso recorrer ao sistema de reservatórios domiciliares. De
acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro da Mikandjuine conta
com uma cobertura de abastecimento de água com 22% da ligação à rede, 67% de ligações no
quintal, 10% de torneiras no vizinho. 1% de fonte não segura.
Segundo a AdeM o bairro possui 8,5 de extensão da rede de abastecimento, 1.284 de ligações
existentes, 1.084 de ligações ativas, 200 de ligações suspensas, 915 de ligações hidrometradas,
11.583 de ligações micromedidas e 25.674 de volume consumido.
E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário
pretendia saber a principal fonte de água das famílias vulneráveis colectivas e individuais, numa
amostra representativa identificou-se um total de 76 famílias vulneráveis nas duas visitas
efectuadas no bairro, conforme mostra o gráfico abaixo, constatou-se que 53 famílias usam a
torneira do vizinho que equivale a 70%, 21 tem torneiras própria a 27% e 2 famílias que partilham
a mesma torneira a 3%.
Não houve registo de fontanários, mercados, escolas públicas e paragens terminais de chapas.
298
Durante a visita em campo registou-se no quarteirão 28 um ponto de perda de água originado
pela ruptura de um tubo de água em frente a uma casa de banho partilhada por famílias que vivem
em condomínios. Também houve registo de tubos de água expostos na rua a céu aberto no
quarteirão 14 como ilustram as imagens abaixo.
Munhuana
299
Segundo a AdeM o bairro possui 10,6 de extensão da rede de abastecimento, 929 de ligações
existentes, 788 de ligações ativas, 141 de ligações suspensas, 720 de ligações hidrometradas,
7.860 de ligações micromedidas e 17.003 de volume consumido.
Na primeira fase da recolha dos dados colhidos no campo visitou-se 2 condomínios no quarteirão
16 e 17 num total de 13 famílias que partilham o mesmo quintal e usam a única torneira e
partilham a factura final do mês e na segunda fase da recolha foram 5 famílias individuais
identificou-se 3 famílias usam a torneira do vizinho e 2 têm torneira própria.
E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas, numa amostra
representativa, como resultado o gráfico abaixo mostra que 72% partilham a mesma torneira,
11% tem torneiras próprias e 17% recorrem a torneira do vizinho.
Constatou-se também que o bairro apresenta pontos visíveis de perdas de água em frente a uma
residência. Houve ainda registo de um fontanário inoperacional no quarteirão 18 que encontra-
se em estado de degradação. Registou-se tubos de água expostos a céu aberto dentro da vala de
drenagem como ilustra a figura abaixo. Não houve registo de nenhum fontanário.
Unidade 7
Segundo a AdeM o bairro possui 6,7 extensão da rede de abastecimento, 1.336 de ligações
existentes, 1.015 de ligações ativas, 321 de ligações suspensas, 934 de ligações hidrometradas,
6.653 de ligações micromedidas e 17.568 de volume consumido.
300
E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas, numa amostra
representativa, como resultado o gráfico abaixo mostra que 54% que equivale a 33 famílias
partilham a mesma torneira, 16% que equivale a 10 famílias têm torneiras próprias e 30% que
equivale a 18 usam torneira do vizinho.
Xipamanine
Na primeira fase da visita, visitou-se cerca de 35 condomínios num total de 214 famílias que
partilham o mesmo quintal, das quais 201 são proprietários das casas, e 13 famílias vivem nas
casas da APIE e que estão em processo de regularização. Na segunda fase do trabalho em campo,
visitou-se 5 famílias individuais das quais 2 são proprietários e três (3) arrendatárias.
E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas, numa amostra
representativa, como resultado o gráfico abaixo mostra que 26 famílias tem torneira própria
equivalente a 16%, 109 famílias recorrem a torneira do vizinho que equivale a 67%, 22 famílias
301
partilham a mesma torneira que equivale 13%, 5 famílias usam água do poço que equivale a 3%,
2 famílias usam água do fontanário feitos pela WSUP que equivale a 1%.
Durante a visita registou-se um ponto de perda de água originado da ruptura de tubo, um poço
dentro do mercado da salubridade, identificou-se 3 fontanários inoperacionais nos Q.23, Q.18,
Q.41 e um operacional da WSUP, conforme ilustra as figuras abaixo.
FPLM
O bairro tem uma cobertura de abastecimento de água realizado pelas Águas da Região de
Maputo através do centro distribuidor da área operacional de Maxaquene. O abastecimento de
água no bairro é realizado por um período de 5 a 9h por dia. De acordo com os dados apresentados
pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de abastecimento de água
com 6% com ligação à rede, 74% com ligação ao quintal, 12% água canalizada do vizinho, 7%
torneira ou fonte do vizinho, 0% água engarrafada ou de camião cisterna, 0% furo ou poço
protegido e 0% poço desprotegido.
Segundo a AdeM o bairro possui 7,7 extensão da rede de abastecimento, 1.182 de ligações
existentes, 1.055 de ligações activas, 127 de ligações suspensas, 906 de ligações hidrometradas,
6.238 de ligações micromedidas e 8.534 de volume consumido.
Na primeira fase do trabalho de campo não houve registo de nenhum compone, isto é, famílias
colectivas que partilham o mesmo quintal. Contudo o bairro é caracterizado por famílias
proprietárias das suas residências. Na segunda fase visitou-se cinco (5) famílias E de acordo com
os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário pretendia saber a
principal fonte de água das famílias vulneráveis, numa amostra representativa, como resultado o
gráfico abaixo mostra que individuais e todas revelaram serem proprietárias das suas residências.
E de acordo com os dados recolhidos em campo nas duas visitas efectuadas o questionário
pretendia saber a principal fonte de água das famílias vulneráveis, numa amostra representativa,
como resultado o gráfico abaixo mostra que 60% das famílias utilizam água dos fontanários e
302
consegue fazer a sua reserva em pequenos galões com capacidade de 20 litros cada, 20% recorre
a torneira do vizinho e 20% tem torneira própria.
Durante a visita ao campo foram identificados 8 fontanários públicos nos seguintes quarteirões
17,22,20,16,8,7 e 3 todos encontram-se inoperacionais. A água desses fontanários era fornecida
pela AdeM e alguns por FPA (Fornecedores privados de água). A degradação dos fontanários da
AdeM verifica-se devido ao seu pouco uso pelas famílias.
Mavalane A
303
9% água canalizada do vizinho, 2% fonte pública, 0% água engarrafada ou de camião cisterna,
4% furo ou poço protegido e 0% poço desprotegido ou mola.
Segundo a AdeM o bairro possui 22,6 extensão da rede de abastecimento, 2.111 de ligações
existentes, 1.911 de ligações ativas, 200 de ligações suspensas, 1.394 de ligações hidrometradas,
10.851 de ligações micromedidas e 17.963 de volume consumido.
Na primeira fase do trabalho de campo não houve registo de nenhum compone, isto é, famílias
colectivas que partilham o mesmo quintal. Contudo o bairro é caracterizado por famílias
proprietárias das suas residências.
Na segunda fase visitou-se 5 famílias individuais e todas revelaram serem proprietárias das suas
residências, onde 2 famílias recorrem à água da torneira do vizinho, 1 família tem torneira própria
e a outra usa água do fontanário público.
Durante a visita ao campo foram identificados 6 fontanários públicos, apenas um (1) encontra-se
operacional e localiza-se no quarteirão 58, e os restantes cinco (5) encontram-se inoperacionais.
A água dos fontanários, tanto os operacionais assim como os inoperacionais é fornecida pela
AdeM, e os inoperacionais encontram-se em degradação e alguns foram vandalizados devido ao
pouco uso dos residentes. Houve registo de pontos visíveis de perdas de água originadas de
rupturas de tubo, conforme ilustra as imagens abaixo.
304
Figura 57 - 1 e 2- Fontanário Inoperacional e vandalizado; 2- Perda de água
Mavalane B
Segundo a AdeM o bairro possui 0,0 extensão da rede de abastecimento, 1.488 de ligações
existentes, 1.294 de ligações activas, 194 de ligações suspensas, 1.126 de ligações hidrometradas,
9.116 de ligações micromedidas e 11.024 de volume consumido
O gráfico abaixo apresenta resultados obtidos no campo, sendo que, na primeira visita em campo
ao bairro não foi identificada famílias colectivas pois segundo a secretaria do bairro, o bairro de
Mavalene B não possui compones. Na segunda visita, visitou-se 5 famílias individuais, onde
identificou-se 1 família que equivale a 20% utilizando água do fontanário e conseguem fazer
reserva em pequenos galões, 80% das 4 famílias possuem torneira própria. Salientar que todas
famílias vivem em quintais independentes.
305
Gráfico 18 - Fontes de captação de água no bairro Mavalane B
Urbanização
Segundo a AdeM o bairro possui 14,4 extensão da rede de abastecimento, 2.346 de ligações
existentes, 2.149 de ligações activas, 197 de ligações suspensas, 1.751 de ligações hidrometradas,
17.157 de ligações micromedidas e 23.656 de volume consumido.
306
Com os dados obtidos em campo nas duas visitas efectuadas, foi possível visitar famílias
individuais e colectivas, identificou-se 2 compones, num total de 4 famílias colectivas que
partilham o mesmo quintal e para ter acesso a água recorrem a torneira do vizinho e as 5
individuais têm torneira própria. Contudo o gráfico abaixo reflecte os resultados obtidos, onde
com o número de amostras representativas usadas 44 % das famílias recorrem a torneira do
vizinho e 56% têm torneira própria.
Figura 59 -Tubos de água expostos próximos das águas residuais provenientes da casa de
banho; 2- Fontanário Inoperacional; 3- Perda de água
307
Maxaquene A
De acordo com os dados obtidos na AdeM o bairro possui 18,9 extensão da rede de
abastecimento, 2.940 de ligações existentes, 2.670 de ligações activas, 270 de ligações suspensas,
1.943 de ligações hidrometradas, 15.283 de ligações micromedidas e 22.212 de volume
consumido.
Com os dados obtidos em campo nas duas visitas efectuadas, foi possível visitar famílias
individuais e colectivas, identificou-se 2 compones e 5 famílias individuais, num total de 33
famílias colectivas que partilham o mesmo quintal e para ter acesso a água 18 famílias recorrem
a torneira do vizinho e 15 famílias cada tem torneira própria. Contudo o gráfico abaixo reflecte
o resultados obtidos, onde
Houve registo de pontos visíveis de perdas de água originadas por ruptura de tubos de água nos
quarteirões 03, 54 e 57, conforme ilustra as imagens abaixo.
308
Figura 60 - 1- perda de água; 2- Fontanário Inoperacional
Mafalala
O bairro é abastecido pelas Águas da Região de Maputo através do centro distribuidor da área
operacional de Maxaquene. De acordo com os dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017o
bairro de Mafalala apresenta um nível de cobertura de abastecimento de água com 19% com água
canalizada, e 69% com ligação ao quintal, 11% água canalizada do vizinho, 0% torneira ou fonte
do vizinho, 1% água engarrafada ou de camião cisterna, 4% furo ou poço protegido e 0% poço
desprotegido ou mola.
Segundo a AdeM o bairro possui 19,5 extensão da rede de abastecimento, 3.050 de ligações
existentes, 2.731 de ligações activas, 310 de ligações suspensas, 2.190 de ligações hidrometradas,
18.070 de ligações micromedidas e 21.881 de volume consumido.
Durante a primeira visita ao bairro foram identificados famílias colectivas, porém foram apenas
4 compones precários nos quarteirões 25 onde 11 famílias equivalente a 18% têm ligação no
quintal partilham a mesma torneira, quarteirão 20 onde 30 famílias equivalente a 49% não têm
condições financeiras para uma ligação domiciliar recorrem a torneira dos vizinhos e quarteirão
10 onde 20 famílias equivalente a 33% têm torneira própria. O gráfico abaixo ilustra os
resultados obtidos.
309
Gráfico 21: Fonte de captação do bairro da Mafalala
Inhagoia A
310
dados apresentados pelo INE 2019 do censo 2017 o bairro apresenta um nível de cobertura de
abastecimento de água com 13% com ligação à rede, 76% com ligação ao quintal, 7% água
canalizada do vizinho, 3% torneira ou fonte do vizinho, 0% água engarrafada ou de camião
cisterna, 1% furo ou poço protegido e 0% poço desprotegido.
Durante a primeira visita ao bairro não houve registo de famílias colectivas, porém na segunda
visita identificou-se 5 famílias que foi o número de amostras representativas usadas, onde 1
família equivalente a 20% usa água do poço e as restantes 4 famílias que equivale a 80% recorrem
a torneira do vizinho O gráfico abaixo ilustra os resultados obtidos.
311
Figura 62 - 1-Fontenário público avariado, a esquerda; 2-Perdas de água nas vias de
circulação, a direita
Inhagoia B
Segundo a AdeM o bairro possui 12,2 extensão da rede de abastecimento, 2.419 de ligações
existentes, 1.999 de ligações ativas, 420 de ligações suspensas, 1.579 de ligações hidrometradas,
13.187 de ligações micromedidas e 31.329 de volume consumido.
312
Gráfico 23 - Fonte de captação no bairro Inhagoia B
Não houve registo de fontanários durante a visita ao bairro nem registo de pontos visíveis de
perdas de água.
313
Luís Cabral
Segundo a AdeM o bairro possui 28,9 extensão da rede de abastecimento, 4.705 de ligações
existentes, 3.531 de ligações ativas, 1.174 de ligações suspensas, 2.866 de ligações
hidrometradas, 28.514 de ligações micromedidas e 86.004 de volume consumido.
O gráfico abaixo ilustra os resultados obtido, no entanto na primeira visita não foi identificada
nenhuma família colectiva, mas na segunda visita foram visitadas 5 famílias Entretanto das 5
famílias 60% delas (3 famílias) têm torneira própria e consegue fazer a sua reserva em pequenos
galões e pagam em volta de 600 Mts por mês, duas (2) retiram água na torneira do vizinho e
alternam o pagamento das facturas. Salientar que todas as famílias entrevistadas vivem em
quintais independentes.
Durante a visita ao campo foram localizados 6 fontanários públicos, e três deles encontram-se
operacional e os restantes inoperacionais.
314
Figura 64 - 1- Fontenário inoperacional; 2- Fontanário operacional
Nsalene
Segundo a AdeM o bairro possui 3,9 extensão da rede de abastecimento, 255 de ligações
existentes, 140 de ligações ativas, 115 de ligações suspensas, 114 de ligações hidrometradas,
1.145 de ligações micromedidas e 2.974 de volume consumido.
Duarte a vista em campo visitou-se famílias colectivas e individuais onde foram identificados 3
compones e 5 famílias individuais num total de 9 famílias das quais, uma (1) família tem torneira
própria, duas ( 2) recorrem a água do vizinho e seis (6) partilham a mesma torneira. O gráfico
abaixo ilustra os resultados obtidos.
315
Durante a visita ao campo foram localizados 3 fontanários nos quarteirões 1, 7 e 10 e todos
encontram-se inoperacionais.
a) Escolas
Verificou-se a questão de abastecimento de água nas escolas públicas dos bairros e foram
identificadas escolas públicas no bairro do Aeroporto A nomeadamente: ES Unidade 19 no
quarteirão 32, Escola Secundária do Aeroporto no quarteirão 9, Escola Nacional de Artes e Ofício
no quarteirão 26. Constatou-se que das três (3) escolas identificadas somente duas (2) a Escola
Secundária do Aeroporto no quarteirão 9, Escola Nacional de Artes e Ofício no quarteirão 26
têm acesso água e uma (1) está em obras (construção de sanitários) a ES Unidade 19 no quarteirão
32.
Em Chamanculo B foi identificada uma escola no quarteirão 17, Escola Secundária Unidade 11
constatou-se que não tem problemas de abastecimento de água, é abastecida pelo próprio furo.
316
No bairro de Munhuana identificou-se 2 escolas públicas com problemas de abastecimento de
água nomeadamente: EPC de Minkadjuine localizado no quarteirão 3, a escola tem dois tanques
de água, que abastece os bebedores e as casas de banho, a EP Amílcar Cabral, localizado no
quarteirão 5 tem um tanque de água de 100 litros e se encontram vazios, torneiras vandalizadas.
Em Luís Cabral foram identificadas 2 escolas a EPC Unidade 5 no quarteirão 28 onde constatou-
se que os bebedouros estão avariados, a EPC Luís Cabral no quarteirão 19 onde apresentam
problemas em 10 salas, não tem tecto, quando chove a água penetra e entra dentro das salas de
aula. O muro foi vandalizado, segundo o Director da escola já existe um projecto do município
para construção do muro. As condições estão minimamente criadas, tem água disponível
abastecida pela AdeM e a EPC Unidade 6 no quarteirão 32 tem problemas com a bomba e os
tanques que abastecem a escola são subterrâneos.
E para outras escolas não mencionadas, todas elas têm acesso a água, não apresentaram nenhum
problema relacionado ao abastecimento de água.
317
Figura 66 - Fontes de água nas escolas
b) Mercados
Houve registo de 1 mercado no bairro Aeroporto B, o Mercado Vulcano onde constatou-se que
tem acesso a água, tem um reservatório de água sem bomba.
No bairro de Mavalane A identificou-se que o mercado de Mavalane tem acesso a água que é
abastecida por um furo privado.
No bairro Luís Cabral o mercado identificado com o mesmo nome é abastecido pelas águas da
região, tem duas torneiras que abastecem o mercado todo, uma é usada para o uso doméstico e
outra que alimenta a casa de banho pública. Não tem chapas no período chuvoso passa mal com
a infiltração de água.
318
Figura 67 - 1-Poço de água no mercado Salubridade; 2- Reservatório de água mercado da
Unidade 7
c) Terminais de Chapa
No bairro de Xipamanine foi identificado um terminal de chapa onde constatou-se que tem um
tanque mas não bomba de água servem como reservatórios de água.
Paragem da bazuca, não tem sistema de abastecimento de água, não foi identificada nenhuma
torneira.
319
Projectos existentes abrangentes a área de intervenção
2011/2
Mafalala 012 6.9 345 1,829 2,837,691.44
Projecto de
Chamanculo Extensão da
BeD rede 2014 11.7 460 2,438 3,188,908.91
Inhagoia A e
B 2012 9.7 490 2,597 3,750,659.00
320
5.6.4. Saneamento
O município de Maputo inclui duas áreas naturais de captação de escoamento, parte da água é
descarregada diretamente para a baía e a água de superfície que vem do norte da cidade é levada
para o Vale de Infulene (ETAR). A cidade está equipada com duas redes principais de esgotos e
de escoamento.
321
16 Km através das áreas de Malhangalene A e B, Maxaquene A, Urbanização, Munhuana e
Xipamanine. O principal canal deste sistema de escoamento é de secção trapezoidal e corre ao
longo da Av. Joaquim Chissano, ligando uma série de canais de escoamento secundários.
A infra-estrutura existente, neste caso o sistema de esgoto encontra-se degradada e/ou assoreada,
principalmente na rede de esgotos combinada de águas residuais e pluviais. A dificuldade de
acesso aos tubos, causada principalmente pela pavimentação das ruas (sem a respectiva elevação
das câmaras de visita), mostra que também não é possível realizar operações de controlo e
manutenção na rede actual.
Além disso, de acordo com informações de trabalho de campo verificou-se que através de
algumas caixas de visita transbordando, contudo o tubo de pressão que liga o EE2 ao esgoto
principal da Av. Joaquim Chissano tem fugas, o que impede naturalmente a bombagem de águas
residuais para o esgoto principal. Por conseguinte, é necessário reconstruir a tubagem de pressão
a jusante do EE2. E de acordo com o Plano Director de Saneamento e Drenagem a conduta de
águas residuais da Av. Joaquim Chissano, que descarrega as águas residuais do Sistema 2 para a
ETAR do Infulene, tem três sifões, o que pode comprometer o seu comportamento hidráulico
adequado.
322
Estação elevatória de bombagem
As estações de águas residuais EE1 e EE2 foram concebidas em 1984, pela empresa D.H.V, que
na altura lhes chamava Estação de Bombagem D e Estação de Bombagem C.
323
Figura 69 - Estacão elevatório de bombagem de águas residuais da Av. Julius Nyerere.
324
Em Maputo, a maioria dos esvaziamentos de latrinas e fossas é efectuado por operadores
privados. A maioria presta serviços durante a noite, para mitigar os problemas com os vizinhos.
Segundo Muximpa e Hawkin (2013), existem três tipos de prestadores de serviços de recolha de
lamas fecais em Maputo:
Existem também camiões tanque e limpa-fossas, operados pelo Conselho Municipal de Maputo
e por alguns operadores privados que procedem ao esvaziamento de fossas sépticas,
maioritariamente na Baixa de Maputo. As lamas recolhidas por estes veículos são atualmente
transportadas para a ETAR do Infulene e descarregadas nas lagoas anaeróbias.
As lamas fecais são colhidas através das sanitas ou latrinas para o seu armazenamento em fossas
sépticas ou em latrinas, onde possuem o tratamento adequado conforme recomenda a Postura de
Saneamento de Drenagem da Cidade de Maputo. Sendo que estas na sua maioria são bi-
compartimentadas onde a parte líquida é descarregada usualmente no solo, através de um poço
de infiltração e o restante passa por um tratamento inicial de digestão anaeróbia, durante o
período de armazenamento.
Dos levantamentos efectuados constatou-se que todas as áreas do projecto contribuem para a
ETAR através de esvaziamento, para os casos em que se usa fossas sépticas e transporte por meio
de camiões. O esvaziamento das lamas fecais é realizado em função da infraestrutura de
saneamento (exemplo: tipos de latrinas ou fossas). Estas etapas são efectuadas por meios
mecânicos e manuais (Camiões ou tractores, bombas a diesel com os seus respectivos
componentes, baldes e equipamentos de protecção individual), até ao local de tratamento e
deposição das lamas. O destino final das é realizado na ETAR de Infulene. A maior parte das
lamas proveniente das latrinas é enterrada nos quintais ou são depositadas em contentores
públicos de lixo ou ainda depositadas nas valas de drenagem, sendo que a outra parte é que é
direccionada para as estações de tratamento de águas residuais.
O tratamento das lamas de lamas de fecais realiza-se na ETAR de Infulene, como também em
residências através do enceramento de latrinas contendo dejetos. A ETAR de Infulene possui o
tipo de tratamento de sistemas de lagoas de estabilização, consistem no tratamento em lagoas,
sem necessidade de intervenção de meios mecânicos. Tendo sido projectada para servir cerca de
90 000 habitantes, estima-se que actualmente serve menos de 10 000. Actualmente é composta
325
por duas lagoas anaeróbicas com uma área superficial de 310 m2 cada uma e um volume
aproximado total de 15.000 m3, onde ocorre o pré-tratamento, com uma probabilidade de
redução de carga orgânica de cerca de 45%, de seguida, duas lagoas facultativas com uma área
de 3400 m², cada uma, e volume aproximado total de 115 000 m3, onde ocorre o tratamento final
(remoção da matéria orgânica. O tratamento das lamas tem como principal objectivo garantir a
proteção da saúde e do meio ambiente.
326
Média
Unidades Beneficiários (Beneficiários/
Unidade)
CBP 864 13,436 16
BSC 95 4,996 53
959 18,432
Contribuições
Contribuições
Financiador Unidades Beneficiários dos Beneficiários Notes
CMM MZN
MZN
BSC - BMGF 1 186 -
BSC - USAID 10 931 -
BSC - VITOL 3 208 -
BSC - AusAID 10 813 -
BSC -
13 700 67,455 84,000
DFAT/TCCAF
BSC - JSDF 50 1,904 246,064 1,240,000
BSC - WFW05 - Contribuições
3 84 12,300 -
Aeroporto B por finalizar
BSC - WFW09 - Contribuições
2 70 2,000 -
Aeroporto B por finalizar
BSC - WFW09 -
3 100 18,000 -
Chamanculo C
CBP - DFAT 54 957 228,220 -
CBP- DFID 200 3,133 800,000 4,500,000
CBP - WFW05 - Contribuições
50 777 110,900 -
Aeroporto B por finalizar
CBP - JSDF 400 6,714 1,600,000 -
CBP - DFID -
14 96 - -
ASF
CBP - DFID -
23 162 - -
ASF
CBP- WFW09 -
23 146 - -
ASF
CBP- WFW09 - Contribuições
50 756 77,250 -
Aeroporto B por finalizar
CBP- WFW09 - Contribuições
50 695 183,000 -
Chamanculo C por finalizar
50 a serem
CBP - WSC01 -
construídas em
Chamanculo C
2020
12 a serem
CBP - ASF 2020 construídas em
2020
Total BSC 95 4,996 345,819 1,324,000
Total CBP 864 13,436 2,999,370 4,500,000
TOTAL 959 18,432 3,345,189 5,824,000
Tabela 56 - Lista dos projectos realizados no âmbito do saneamento
327
de sucção de lamas). A ETLF tinha uma capacidade de 80 metros cúbicos, constituídos por dois
depósitos (tanques), feitos de material de betão. Esta estacão abrangia todos os bairros do Distrito
Municipal kaMaxaqueni e outros Bairros arredores. Fazia prestação de serviços de recolha de
lamas nas residências e os valores cobrados variavam de 800 a 1200 Mt por m3.
O que levou ao encerramento da ETLF foi devido as politicas municipais (Taxas aplicadas),
sendo que estas produziam pouco lucro o que não possibilitava fazer o pagamento das taxas.
Outro factor foi a entrada dos Operadores Privados, e estes possuem grande capacidade de
recolha, aproximadamente 4 000 litros, contra os 500 litros possuídos pela associação.
As ETL são, portanto, soluções adequadas em áreas onde não é possível a circulação de veículos
de grandes dimensões, tipicamente em bairros com ocupação periurbana. Nessas áreas,
considera-se que os trabalhos de recolha e transporte das lamas desde as latrinas e fossas e até às
ETL (recolha primária), serão efectuados por tanques do tipo “Vacutug”. Estes equipamentos,
que podem ter uma capacidade entre 500 e 1900 l, são constituídos por um tanque em vácuo e
uma bomba para remoção das lamas ligada a um depósito de combustível. A descarga das lamas
para as ETL poderá ser realizada por gravidade ou através da bomba de lamas.
328
Figura 71 - Vacutug - Exemplo de tanque para recolha e transporte de lamas
Em Maputo, após identificação das zonas da cidade sem arruamentos de acesso, foram definidos
os locais para construção das ETL, tendo-se assumido como referência uma distância máxima de
500 m entre as estações e as latrinas ou fossas a servir. Refere-se ainda que as ETL foram
localizadas em pontos que garantam o fácil acesso dos equipamentos de transporte primário
("vacutugs"), minimizando também o custo associado ao transporte secundário. Em fase de
execução da obra, pode ser necessário negociar a disponibilidade de terrenos com várias
entidades (governamentais e proprietários dos terrenos).
Atualmente nos assentamentos informais a gestão das lamas fecais é realizada por operadores
privados e organizações baseadas na comunidade. Sendo que algumas dessas organizações
apresentam uma taxa de cobertura bastante reduzida, sendo suprimida pelos operadores privados
de recolha de águas residuais.
Aeroporto A
329
O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro do Aeroporto A descreve a
parte sul do seu perímetro pela Av. Joaquim Chissano. Entretanto este colector não beneficia a
nenhuma parcela deste bairro, pois foi construído de modo a beneficiar a zona parcial consolidada
de Malhangalene A, B e Maxaquene A. Boa percentagem da população deste bairro vive em
quintais independentes, sendo que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo vinte (20)
condomínios, na qual apresentam em média 15 pessoas a compartilharem o mesmo sanitários,
sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 24,25,10,9,31,36,33,11,17,28,36,35, e cinco
(5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
Figura 72 - Esquerda: Latrina feita de betão, Direita: Latrina sobre a fossa séptica
Nos lotes denominados compones, apenas quatro (4) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes
remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova
latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encaixe do lodo. Sendo que este trabalho é
feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma
vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para
o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato para eles.
330
Gráfico 27 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Aeroporto A
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte seis (26) lotes visitados, dez (10) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, dez (10) revelaram e
confirmou-se que a sua latrina não possui revestimento, factores estes reduzem a vida útil das
mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os dois (5) lotes com
fossa séptica apresentaram construções moderadamente convencionais, sendo que algumas são
bi-compartimentadas como refere a alínea d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo
que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das águas negras assim
como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração.
331
Gráfico 29 - Tempo de enchimento das latrinas no bairro Aeroporto A
Aeroporto B
332
Figura 73 - Esquerda: Sanitário feito pela WSUP, Direita: Sanita por cima da fossa
Nos lotes denominados compones, apenas sete (7) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes irão encaminhar os dejectos retirados por camião cisterna para a ETAR de Infulene uma
vez que as fossas ainda não encheram, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do
lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a
sua capacidade de encache do lodo. Sendo em dezassete (17) casas que este trabalho é feito pelos
agregados familiares em alguns casos pelos pedreiros da zona, tarefa esta muito perigosa, pois
periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das
lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato
para os habitantes.
333
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos trinta e um (31) lotes visitados, vinte e dois (22) apresentaram revestimento
lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão. Os sete (7) lotes com
fossa séptica, apresentaram construções convencionais, sendo que todas são bi-
compartimentadas como refere a alínea d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo.
O tempo de enchimento das fossas não é possível mensurar uma vez que estas ainda não
encheram, sendo que estas apresentam uma acima de 2 anos. Enquanto que as fossas levam em
média um ano a encher. A deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta influenciam na vida útil da mesma.
334
do lençol freático, as latrinas são feitas com grandes profundidades, o que favorece para uma
longa vida das mesmas. O único problema é que é oneroso fazer o esvaziamento da latrina devido
aos materiais utilizados para o seu manuseio.
Xipamanine
O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais abrangente a parte consolidada onde
encontra-se os prédios. O único colector público existente é o que percorre o trecho ao longo da
Rua Irmãos Roby, na parte asfaltada. Sabe-se que depois do Mercado de Xipamanine o lanço de
estrada até próximo da Av. Joaquim Chissano limite Norte do Bairro. A partir do final do lanço
asfaltado não existem dados do trajecto do colector. Todavia, é provável que o transporte das
águas residuais tenha lugar até ao colector principal da Av. Joaquim Chissano. Boa percentagem
da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita,
entrevistou-se ao todo vinte (35) condomínios, na qual apresentam em média 17 pessoas a
compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões
23,5,3,4,8,37,36,43,52 e 28, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
A drenagem das águas residuais domésticas, a par da drenagem das águas pluviais constitui um
dos grandes problemas de saúde pública no bairro que urge atacar e ultrapassar. Nas actuais
circunstâncias a probabilidade de proliferação de epidemias tende a aumentar, infelizmente. O
problema assume contornos alarmantes tendo em conta a elevada densidade populacional na
parte informal do bairro. Este facto aliado á falta de recursos para a construção de latrinas e o
elevado lençol freático faz com que algumas sejam obrigadas a depositarem as águas residuais
nas valas de drenagem, assim como na estrutura viária. O sistema de esgotos do município é
precário, em algumas ruas ele corre a céu aberto, causando um forte mau cheiro, atraindo muitos
insectos. É comum a utilização de fossas rudimentares na maioria das residências, mas, devido à
pequena profundidade do solo, os dejectos das fossas contaminam o lençol freático, e
consequentemente a água dos poços.
335
Figura 74 - Esquerda: Águas residuais nas estruturas viárias, Direita: Águas residuais
encaminhadas para a estrutura viária
336
Nos lotes denominados compones, apenas nove (9) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem várias covas na suas residências e estas
encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados
familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem
nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das
lamas. Sendo que este método é o mais barato.
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos quarenta (40) lotes visitados, onze (11) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, trinta e nove (39) revelaram e
confirmou-se que as suas latrinas não possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os nove (9) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais,
sendo bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de
Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no
mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das
águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração, apesar do elevado
nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.
337
O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das
mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como compones.
As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em varias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.
Mikandjuine
Segundo o INE 2019 o bairro de Mikadjuine apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 19% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 39% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 24% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 15%
usa latrina VIP, 3% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais beneficiando apenas a parte
consolida onde encontra-se os prédios. O único colector público existente é o que percorre no
trecho ao longo da Rua Irmãos Roby no perímetro Sul Oeste do Bairro. Todavia, o transporte das
águas residuais vai interceptar o colector principal localizado na Av. Joaquim Chissano. Boa
percentagem da população deste bairro vive em quintais dependentes, sendo que durante a nossa
visita, entrevistou-se ao todo oito (8) condomínios, na qual apresentam em média 16 pessoas a
compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 25, 30,
45, 36, 48,24 e 10, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
338
Figura 76 - Direita-Sanitário com revestimento de chapa, Esquerda – Sanitário com sanita
Turca
Nos lotes denominados compones, apenas dois (2) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes os seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a (ETAR) de
Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo
outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do
lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas encontram-se
lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, em
alguns casos pelos pedreiros do bairro, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais baratos.
339
Gráfico 36 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mikadjuine
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos treze (13) lotes visitados, (7) apresentaram revestimento lateral de alvenaria de
blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, seis (6) revelaram e confirmou-se que as
suas latrinas possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões, factores estes reduzem a
vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os dois
(2) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais, sendo bi-compartimentadas
como refere a alínea d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de
Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores
interferem directamente no processo de tratamento das águas negras assim como a sua depuração
que realiza-se no poço de infiltração, apesar do elevado nível do lençol freático influenciar
negativamente na operação das mesmas.
340
Gráfico 38 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mikadjuine
As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em várias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.
Unidade 7
Segundo o INE 2019 o bairro da Unidade 7 apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 16% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 33% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 19% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 25%
usa latrina VIP, 7% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.
O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais mais não abrangem nenhuma
parcela do bairro. O único colector público existente é o que corre no trecho ao longo da Av.
Joaquim Chissano em direcção a ETAR de Infulene. Boa percentagem da população deste bairro
vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo
dezassete (17) condomínios, na qual apresentam em média 17 pessoas a compartilharem o
mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 10, 18, 17, 11, 19, 14,
21, 22, 24 e 6, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
341
Figura 77 - Local para fazer ducha, Direita: Fossa séptica em condições precárias
Nos lotes denominados compones, apenas sete (7) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, sendo que este bairro tem a particularidade do lençol freático encontrar-se em
grande profundidade, consequentemente as latrinas levam mais tempo a atingir a sua capacidade
máxima. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares em casos particulares é
realizado pelos pedreiros do bairro, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos,
uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal
para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais baratos.
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e dois (22) lotes visitados, doze (12) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, dez (10) revelaram e
confirmou-se que as suas latrinas não possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões.
Os sete (7) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais, sendo bi-
compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo
que estes factores interferem positivamente no processo de tratamento das águas negras assim
como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração, sendo que este não é perturbado pelo
nível do lençol freático.
342
Gráfico 40 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Unidade 7
As latrinas tradicionais revestidas revelam-se serem adequadas neste bairro em várias vertentes,
uma vez que este bairro apresenta um baixo do lençol freático, as latrinas são feitas em grandes
profundidades, o que contribui para o aumento da sua vida útil.
Chamanculo A
343
O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais abrangente a parte consolidada onde
encontra-se os prédios. O colector público existente é o que percorre a parte Sul Oste do bairro,
na parte asfaltada, na zona Av. do Trabalho. As águas residuais são transportadas até ao colector
que situa-se na Av. 24 de Julho, junto a praça 16 de Junho junto Toyota de Moçambique. Boa
percentagem da população deste bairro vive em quintais dependentes, sendo que durante a nossa
visita, entrevistou-se ao todo dezasseis (16) condomínios, na qual apresentam em média 15
pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 14 e 15, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
Nos lotes denominados compones, apenas seis (6) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham os seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas
encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados
familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem
nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das
lamas. Sendo que este método é o mais barato.
344
Gráfico 42 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Chamanculo A
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e um (21) lotes visitados, oito (8) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão, treze (13) revelaram
e confirmou-se que as suas latrinas possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os seis (6) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais
abrangidos pelo projecto WSUP, sendo bi-compartimentadas como refere a alínea d) do n⁰ 2 do
artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que
se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo
de tratamento das águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração,
apesar do elevado nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.
345
Gráfico 44 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Chamanculo A
As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em várias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.
Chamanculo B
O bairro dispõe de uma rede de drenagem de águas residuais abrangente a parte consolidada onde
encontra-se os prédios. O único colector público existente é o que corre no trecho ao longo da
Av. Trabalho, na parte asfaltada, assim como percorre o seu perímetro ao longo do Bairro, na
parte Sul, Este e Oeste, mas não beneficiando os assentamentos informais. As águas residuais
são transportadas para o colector situado na Av. 24 de Julho que de seguida são encaminhados
para o mar. Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo
que durante a nossa visita, entrevistou-se ao todo vinte e seis (26) condomínios, na qual
apresentam em média 8 pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto
foi verificado nos quarteirões 14,12,9, 3, 8, 13, 2, 1, 16, 18, 7, 4, e cinco (5) famílias que vivem
em suas habitações independentes.
346
Figura 79 - Esquerda: local para fazer ducha, Direita: latrina com revestimento de pneus
Nos lotes denominados compones, apenas oito (8) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
(ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa,
abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de
encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas
encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito pelos agregados
familiares em outros casos pelos pedreiros do bairro quando os agregados possuem condições
financeiras. A tarefa de manusear as lamas é demasiada perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas.
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e um (21) lotes visitados, doze (12) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão, nove (9) revelaram e
confirmou-se que as suas latrinas possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os oito (8) lotes com fossa séptica, apresentam construções convencionais
financiados pelo projecto WSUP, sendo bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do
artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que
se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo
347
de tratamento das águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração,
apesar do elevado nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.
As latrinas tradicionais revestida revelam-se não serem adequadas neste bairro em varias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.
Chamanculo D
Segundo o INE 2019 o bairro apresenta um nível de cobertura de saneamento com a seguinte
descrição: 9% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 40% tem casa de banho
348
interior sem autoclismo, 22% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 20% usa latrina VIP,
9% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
O bairro dispõe de uma pequena fracção da rede de drenagem de águas residuais abrangendo a
parte informal. O único colector público existente é proveniente da Rua Irmãos Ruby. A partir
do final do lanço do colector não existem dados do trajecto do colector. Todavia, é provável que
o transporte das águas residuais tenha lugar até ao colector principal da Av. Joaquim Chissano.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo dezanove (19) condomínios, na qual apresentam em média
30 pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 4,36,35,38,37 e 18, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
Figura 80 - Esquerda – Latrina tipo Turca de betão, Direita – Local de ducha com águas
brancas
349
Figura 81 - Direita – Vala de drenagem entupida, Esquerda – lançamento de águas residuais
por uma residência
Nos lotes denominados compones, apenas cinco (5) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
os seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a (ETAR) de Infulene
pelos operadores privados, enquanto que os lotes remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal
em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a anterior esgota a sua
capacidade de encache do lodo, o que remete aos habitantes fazerem varias covas na suas
residências e estas encontram-se lotadas com lodo subterrado. Sendo que este trabalho é feito
pelos agregados familiares em outros casos e feito pelos pedreiros da zona, tarefa esta muito
perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o
manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos vinte e seis (26) lotes visitados, oito (8) apresentaram revestimento lateral de
alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão, dezoito (18) revelaram
e confirmou-se que as suas latrina não possuem outro tipo de revestimento, como paus e bidões,
factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas
sofrem de erosão. Os cinco (5) lotes com fossa séptica apresentam construções convencionais,
350
sendo bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de
Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no
mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das
águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração, apesar do elevado
nível do lençol freático influenciar negativamente na operação das mesmas.
As latrinas tradicionais revestida revelam-se não serem adequadas neste bairro em várias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades e as fossas
sépticas apresentam uma saliência do solo.
351
Malanga
De acordo com o INE 2019 o bairro da Malanga apresenta um nível de cobertura de saneamento
com a seguinte descrição: 5% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 49% tem
casa de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 22%
usa latrina VIP, 10% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
Figura 82 - Esquerda: Latrina com revestimento de madeira, Direita: Local para ducha
352
Nos lotes denominados compones, apenas quatro (4) possuem ligação a fossa séptica, sendo que
estes encaminham o seus dejectos são retirados por camião cisterna e encaminhados para a
Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Infulene, enquanto que os lotes
remanescentes, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova
latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo. Sendo que este trabalho é
feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma
vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para
o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato para os eles.
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos quarenta e dois (42) lotes visitados, vinte e três (23) apresentaram revestimento
lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão, dezanove (19)
revelaram e confirmou-se que a sua latrina não possui revestimento, factores estes reduzem a
vida útil das mesmas principalmente no período chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os quatro
(4) lotes com fossa séptica, apresentaram construções moderadamente convencionais, sendo que
estas são bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de
Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no
mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem directamente no processo de tratamento das
águas negras assim como a sua depuração que realiza-se no poço de infiltração.
353
O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das
mesmas. Entretanto existem outros factores que relacionados a interpares que aceleram a vida
útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que não
correspondem a excreta. A maioria das latrinas que levam meses a encher são encontradas nos
condomínios conhecidos como compones e lotes individuais que possuem maior número de
agregados familiares.
Munhuana
De acordo com o INE 2019 o bairro das FPLM apresenta um nível de cobertura de saneamento
com a seguinte descrição: 26% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 37%
tem casa de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo,
18% usa latrina VIP, 5% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
354
Figura 83 - Esquerda: Local de ducha e sanita no mesmo compartimento, Direita: Sanitário
Nos lotes entrevistados fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma
nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo, o que remete aos
habitantes fazerem varias covas na suas residências e estas encontram-se lotadas com lodo
subterrado. Sendo que este trabalho do manuseio das mesmas é feito pelos agregados familiares
em alguns casos pelos pedreiros do bairro, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das mesmas.
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Todos os lotes visitados apresentam revestimento lateral na sua latrina ou cova três
(3) apresentam revestimento de alvenaria de blocos cobertos de laje de betão e dois (2) lotes
apresentaram revestimento de pneus.
355
Gráfico 55 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Munhuana
0%
14%
Anos
Meses
86% Nunca encheu
As latrinas tradicionais revestidas revelam-se não serem adequadas neste bairro em varias
vertentes, principalmente nos assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um
nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas em pequenas profundidades.
Maxaquene A
Segundo o INE 2019 o bairro de Maxaqueni apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 6% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 36% tem casa
de banho interior sem, 21% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 26% usa latrina VIP,
11% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.
356
O sistema de saneamento (colectores de águas residuais) do bairro de Maxaqueni passa na sua
extremidade sul através da Av. Joaquim Chissano em direcção a Estação de Tratamento de Águas
Residuais (ETAR) de Infulene e pertence ao sistema 2. Durante a visita o Secretário do bairro
revelou que nenhuma família está ligada a rede colectora.
São várias razões que podem interferem para que não se realize estas ligações, uma das quais é
o elevado investimento que deve ser feito por parte do munícipe para ligar ao colector, esses
investimentos tangem desde a aquisição tubagens, escavações que podem ocorrer no asfalto da
estrada, entre outros. Boa parte da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo
que durante a nossa visita, entrevistou-se dois condomínios dos quais um possui 15 famílias e o
outro 18, nos quarteirões 54 e 55 respectivamente.
Figura 84 - Latrina com laje de betão, b) Escoamento de águas residuais sobre as ruas
Para os dois (2) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto que para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, duas
(2) defecam em latrinas simples, duas (2) possuem latrina de descarga com fossa séptica e no
último lote a família revelou que não possui latrina e que realiza as suas necessidades em latas
(baldes) e depois enterram, sendo que este tipo de solução muitas vezes não corresponde a
357
realidade, muitos destes casos verifica-se que após a realização das suas necessidades
encaminham o lodo para as valas de drenagem. Outro caso comum que verificou-se é a existência
de uma outra família que conta com solução individual de saneamento que coloca sal de cozinha
na sua latrina para poder acelerar o processo anaeróbico, pois já se realizaram escavações em
todo o quintal e já não existe espaço para abertura de mais um buraco.
As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em varias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas o que implica a escavação de vários buracos
em curto espaço do tempo e consequentemente a lotação dos lotes com vários buracos de latrinas.
Outro problema ´é que é muito oneroso o esvaziamento da latrina devido às matérias utilizados
no processo (O capítulo 2.2 apresenta detalhes relativamente a este assunto).
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se a garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos sete (7) lotes visitados, 1 apresentaram revestimento lateral de alvenaria de blocos
na sua latrina e coberta por uma laje de betão, 3 revelaram e confirmou-se que a sua latrina não
possui revestimento, factores estes reduzem a vida útil das mesmas principalmente no período
chuvoso as mesmas sofrem de erosão. Os dois (2) lotes com fossa séptica, apresentaram
construções moderadamente convencionais, embora não são bi-compartimentadas como refere a
alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre
outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores interferem
directamente no processo de tratamento das águas negras assim como a sua depuração no poço
de infiltração.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.
358
Gráfico 58 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Maxaquene A
As visitas feitas aos sete (7) lotes, um (1) lote que utiliza a solução individual revelou que a sua
latrina já encheu e não sabe ao certo quantos anos levou para o seu enchimento e tem usado o
método de tratamento de sal de cozinha para acelerar a decomposição do lodo, dois (2) lotes
revelaram que a sua fossa séptica ainda não tinha enchido e tinham em media 2 anos de vida
desde a sua construção, o outro lote que também usa a solução individual referiu que a sua latrina
enche de 2 em 2 meses, devido a profundidade reduzida, uma vez que a mesma não leva
revestimento lateral. Foram entrevistados 2 condomínios e relataram que o tempo de enchimento
das referidas latrinas giram em torno de um ano, segundo um dos habitantes do condomínio. De
acordo com a conversa com todos os entrevistados pode-se notar que o tempo onde verifica-se o
rápido enchimento das fossas é no período chuvoso devido à subida do lençol freático que
consequentemente causa a subida do lodo que encontra-se nas latrinas.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.
359
Dos sete (7) lotes que teve-se acesso, quatro (4) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este
método é o mais barato para os eles, embora os quintais ficaram cheios de buracos de latrinas
feitas anteriormente, e consequentemente ficaram sem espaço escavar ou fazer uma nova latrina.
O esvaziamento das latrinas por parte destes habitantes não é realizado devido a custos elevados
para a sua operação. Dois (2) lotes possuem latrina com descarga a fossa séptica, e estes uma vez
que referiram que a sua fossa nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião
vácuo para sucção das lamas. O outro lote revelou que faz as suas necessidades nas latas e
enterram no quintal logo de seguida.
Dois (2) dos sete (7) lotes estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento, uma
vez que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica embora que a condição do
sanitário é precária, enquanto que os restantes cinco estão insatisfeitos com a sua situação,
alegando que não gostam da sua latrina por provocar mau cheiro aos mesmos e aos vizinhos,
consequentemente provoca o de moscas.
Mafalala
Segundo o INE 2019 o bairro de Mafalala apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 6% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 27% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 20% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 39% usa
latrina VIP, 8% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo seis (6) condomínios, na qual apresentam em média 20
pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 10, 11, 20, 25 e 57, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
A drenagem das águas residuais domésticas, a par da drenagem das águas pluviais constitui um
dos grandes problemas de saúde pública no bairro que urge atacar e ultrapassar. Nas actuais
circunstâncias a probabilidade de proliferação de epidemias tende a aumentar. O problema
assume contornos alarmantes tendo em conta a elevada densidade populacional na parte informal
do bairro. Este facto aliado á falta de recursos para a construção de latrinas e o elevado lençol
freático faz com que algumas sejam obrigadas a depositarem as águas residuais nas valas de
drenagem, assim como na estrutura viária. O sistema de esgotos do município é precário, em
algumas ruas ele corre a céu aberto, causando um forte mau cheiro, atraindo muitos insectos. É
comum a utilização de fossas rudimentares na maioria das residências, mas, devido à pequena
360
profundidade do solo, os dejectos das fossas contaminam o lençol freático, e consequentemente
a água dos poços.
361
Para os Seis (6) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, todas
defecam latrinas simples.
As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas o que implica a escavação de vários buracos
em curto espaço do tempo e consequentemente a lotação dos lotes com vários buracos de latrinas.
O outro problema é que é muito oneroso o esvaziamento da latrina devido às matérias utilizados
no processo.
O revestimento lateral nas latrinas é aplicado de modo a evitar desabamentos e aumentar a vida
útil das mesmas, no que refere-se à garantia da profundidade pré adquirida até ao fim da vida útil
da mesma. Dos onze (11) lotes visitados, todos apresentaram revestimento lateral de alvenaria
de blocos na sua latrina e coberta por uma laje de betão. Os seis (6) lotes com fossa séptica
apresentaram construções convencionais, e bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2
do artigo 40 da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos
que se faz menção no mesmo artigo. Sendo que estes factores auxiliam no processo correcto de
tratamento das águas negras assim como a sua depuração no poço de infiltração.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com a sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.
Alvenaria
Pneus
100%
Paus
362
O tempo de enchimento das fossas é directamente proporcional ao número de usuários das
mesmas. Entretanto existem outros factores que estão relacionados a intempéries que aceleram a
vida útil das mesmas, como também a deposição de outros objectos nas latrinas ou fossas que
não correspondem a excreta.
Das visitas feitas aos onze (11) lotes, um (1) lote que utiliza a solução individual revelou que a
sua latrina enche mensalmente e o outro revelou que a sua latrina ainda não encheu e não
recordava o ano da sua construção. Os lotes que utilizam solução colectiva, também revelaram
que a sua fossa ainda não havia enchido. A problemática do rápido enchimento das fossas é
devido a profundidade reduzida, uma vez que a mesma não leva revestimento lateral. Foram
entrevistados 5 famílias e relataram que o tempo de enchimento das referidas latrinas gira em
torno de 6 meses em média. De acordo com a conversa com todos os entrevistados pode-se notar
que o tempo onde verifica-se o rápido enchimento das fossas é no período chuvoso devido à
subida do lençol freático que consequentemente causa a subida do lodo que encontra-se nas
latrinas.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.
Das sete (7) famílias que teve-se acesso, quatro (4) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este
método é o mais barato para os eles, embora os quintais ficaram cheios de buracos de latrinas
feitas anteriormente, e consequentemente ficaram sem espaço escavar ou fazer uma nova latrina.
O esvaziamento das latrinas por parte destes habitantes não é realizado devido a custos elevados
para a sua operação. Dos (5) lotes que possuem latrina com descarga a fossa séptica, estes
referiram que a sua fossa nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião
vácuo para sucção das lamas.
Seis (6) das onze (11) famílias estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento,
uma vez que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, uma vez que beneficiaram
363
do projecto WSUP, embora alegam que ainda enfrentam algum desconforto por partilhar o
mesmo sanitário, enquanto as restantes cinco (5) famílias estão insatisfeitas com a sua situação,
alegando que não gostam da sua latrina por provocar mau cheiro aos mesmos.
Urbanização
Segundo o INE 2019 o bairro Urbanização apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 7% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 52% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 17% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 19% usa
latrina VIP, 4% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
Para os seis (6) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto que para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, todas
defecam latrinas tradicionais revestidas. Os dejectos retirados por camião cisterna para a ETAR
de Infulene uma vez que as fossas ainda não encheram, enquanto que os lotes remanescentes,
fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma nova latrina, quando a
anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo. Sendo em dez (10) casas que este trabalho
364
é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos,
uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem equipamento ideal
para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais barato para os agregados.
As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em varias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.
Dos oito (8) quintais visitados, (6) apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua
latrina ou fossa é coberta por uma laje de betão os restantes possuem revestimento de pneus. (2)
Quintais possuem fossa séptica e apresentaram construções convencionais, e bi-
compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual.
365
Das visitas feitas aos oito (8) quintais, três (3) quintais utilizam a solução individual, excepto
uma família, revelou que a sua latrina enche anualmente levando 2 anos para o tal e outra leva
meses para o seu enchimento. E os restantes que utilizam colectiva revelaram que a sua latrina
ainda não encheu e que beneficiaram do projecto WSUP.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em percentual.
Dos oito (8) lotes que teve-se acesso, cinco (5) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Três (3) lotes
possuem latrina com descarga a fossa séptica, e estes uma vez que referiram que a sua fossa
nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião vácuo para sucção das lamas.
Três (3) dos cinco (5) estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento, uma vez
que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, pois beneficiaram do projecto
WSUP embora a condição dos mesmos estejam a degradar devido a má conservação.
FPLM
Segundo o INE 2019 o bairro das FPLM apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 48% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 30% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 9% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 10% usa
latrina VIP, 3% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
Nenhuma rede de saneamento (colectores de águas residuais) atravessa o bairro das FPLM. A
população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante a nossa visita,
entrevistou-se ao todo cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes nos
quarteirões 9, 20, 23, 24 e 29.
366
Figura 88 - Sanitário sem cobertura
O bairro caracteriza-se por apresentar a solução de saneamento individual. Para as cinco (5)
famílias visitadas, (4) defecam em latrina tradicional revestida e uma (1) possui wc exterior sem
autoclismo.
As latrinas simples revelam-se serem viáveis para estes bairros, uma vez que o nível do lençol
freático encontra-se muito abaixo do nível do terreno, podendo serem feitas escavações
profundas, consequentemente as latrinas teriam mais tempo de vida.
Das cinco (5) famílias visitadas, todas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na
sua latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão. (1) Quintal possuem fossa séptica e apresenta
construções convencionais, e bi-compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40
da Postura de Saneamento e Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz
menção no mesmo artigo, e as outas possuem latrinas.
367
Gráfico 67 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro FPLM
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o síntese da informação que foi debruçada acima
em numerários assim como a sua correspondência em percentual. Das visitas feitas às cinco (5)
famílias, (3) famílias revelaram que a sua latrina enche anualmente levando 4 a 8 anos para o seu
enchimento, (2) levam meses para o seu enchimento. E a restante ainda não encheu. Abaixo é
apresentado uma tabela e gráfico com o síntese da informação que foi debruçada acima em
percentual.
Quatro (4) famílias revelaram que quando as suas latrinas enchem encerram-na e abrem outra,
sendo que este trabalho é feito pelos operários informais, tarefa esta muito perigosa, pois periga
a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. A outra família possui latrina com descarga
a fossa séptica, e estes uma vez que referiram que a sua fossa nunca encheu desde a sua
construção, pretendiam chamar o camião vácuo para sucção das lamas.
Quatro (4) das cinco (5) famílias estão geralmente satisfeitas com a sua situação de saneamento,
uma vez que utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, e as outas não gostam da
sua latrina devido ao cheiro provocado por está.
Mavalane A
368
Segundo o INE 2019 o bairro Mavalane A apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 7% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 52% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 17% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 19% usa
latrina VIP, 4% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo seis (6) compones, na qual apresentam em média 10 pessoas
a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos quarteirões 20 e
22, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
Figura 89 - Esquerda: Sanita Turca, Direita: casa de banho com revestimento de alvenaria
Para os seis (6) lotes visitados que apresentaram soluções colectivas as famílias defecam na
latrina com fossa séptica, enquanto para as soluções individuais, das cinco (5) famílias, todas
defecam latrina tradicional revestida.
.
Gráfico 69 - Tipo de latrinas existentes no Bairro do Mavalane A
As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, principalmente nos
assentamentos informais, uma vez que este bairro apresenta um nível elevado do lençol freático,
as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.
369
Dos sete (7) quintais visitados, (5) apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua
latrina ou fossa e coberta por uma laje de betão os restantes possuem revestimento de pneus. (2)
Quintais possuem fossa séptica e apresentaram construções convencionais, e bi-
compartimentadas como refere a alinha d) do n⁰ 2 do artigo 40 da Postura de Saneamento e
Drenagem da cidade de Maputo, entre outros aspectos que se faz menção no mesmo artigo.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o síntese da informação que foi debruçada acima
como a sua correspondência em percentual.
Das visitas feitas aos oito (8) quintais, três (3) quintais que utiliza a solução individual, excepto
uma famílias, revelou que a sua latrina enche anualmente levando 2 anos para o tal e outra leva
meses para o seu enchimento. e os restantes que utilizam colectiva revelaram que a sua latrina
ainda não encheu, sendo que estes beneficiaram do projecto da WSUP.
Abaixo é apresentado uma tabela e gráfico com o sentisse da informação que foi debruçada acima
em percentual.
370
Gráfico 71 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Mavalane A
Dos oito (8) lotes que teve-se acesso, cinco (5) revelaram que quando as suas latrinas enchem
encerram-na e abrem outra, sendo que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta
muito perigosa, pois periga a saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação
para o manuseio das lamas nem equipamento ideal para o manuseio das lamas. Três (3) lotes
possuem latrina com descarga a fossa séptica, e estes uma vez que referiram que a sua fossa
nunca encheu desde a sua construção, pretendiam chamar o camião vácuo para sucção das lamas.
Três (3) dos sete (7) estão geralmente satisfeitos com a sua situação de saneamento, uma vez que
utilizam o sistema de latrina com ligação a fossa séptica, pois beneficiaram do projecto WSUP
embora a condição dos mesmos estejam a degradar devido a má conservação.
● Mavalane B
Segundo o INE 2019 o bairro Mavalane B apresenta um nível de cobertura de saneamento com
a seguinte descrição: 5% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 45% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 16% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 23% usa
latrina VIP, 10% usa latrina tradicional revestida, 1% usa latrina tradicional precária.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, entrevistou-se ao todo três (3) condomínios, na qual apresentam em média 10
pessoas a compartilharem o mesmo sanitários, sendo que este aspecto foi verificado nos
quarteirões 20 e 22, e cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
371
Figura 90 - Casa de banho com ducha e sanita no mesmo lugar, Direita – Lugar de ducha
Nos lotes visitados, fazem a gestão do lodo fecal em casa, abrindo outra cova para fazer uma
nova latrina, quando a anterior esgota a sua capacidade de encache do lodo, o que remete aos
habitantes fazerem varias covas nas suas residências apesar que neste bairro pelo lençol freático
encontrar-se em grandes profundidades, as latrinas possuem mais tempo de vida. Sendo que este
trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas. Sendo que este método é o mais baratos. O bairro
caracteriza-se por apresentar a solução de saneamento individual.
As latrinas simples revelam-se serem viáveis para estes bairros, uma vez que o nível do lençol
freático encontra-se muito abaixo do nível do terreno, podendo serem feitas escavações
profundas, consequentemente as latrinas teriam mais tempo de vida. Das oito (8) famílias
visitadas, todas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua latrina ou fossa e
coberta por uma laje de betão.
372
Gráfico 73 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Mavalane B
Todas revelaram que quando as suas latrinas enchem encerram-na e abrem outra, sendo que este
trabalho é feito pelos operários informais, tarefa esta muito perigosa, pois periga a saúde dos
mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas nem
equipamento ideal para o manuseio das lamas.
As cinco (5) famílias não estão satisfeitas com a sus situação sanitária devido ao mau cheiro
causado por está.
● Inhagoia A
Segundo o INE 2019 o bairro Inhagoia A apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 4% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 47% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 15% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 25% usa
latrina VIP, 8% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes.
373
Tipo de latrinas do bairro do Inhagoia A
WC exteriror sem autoclismo
40%
WC exteriror com
60% autoclismo
Latrina tradicional revestida
O bairro caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual, das visitas que se
realizou-se foram inquiridas cinco (5) famílias.
Para os Cinco (5) lotes visitados apresentaram soluções individuais e todos utilizam latrina
simples com ligação a fossa séptica.
As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, uma vez que este bairro
apresenta um nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.
40% Pneus
Paus
Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.
374
Tempo de enchimento das latrinas
0%
Anos
Meses
100% Nunca encheu
As famílias estão insatisfeitas com as suas latrinas, uma vez que o lençol freático perturba a vida
útil das mesmas.
● Inhagoia B
Segundo o INE 2019 o bairro Inhagoia A apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 6% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 40% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 14% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 29% usa
latrina VIP, 9% usa latrina tradicional revestida, 2% usa latrina tradicional precária.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes. O bairro
caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual e colectivo, das visitas que se
realizou-se foram inquiridas nove (9) famílias.
375
Para os nove (9) lotes visitados, (5) apresentaram soluções individuais e todos utilizam wc
exterior sem autoclismo e o remanescente utiliza latrina tradicional revestida e precária.
As latrinas simples revelam-se não serem adequadas em várias vertentes, uma vez que este bairro
apresenta um nível elevado do lençol freático, as latrinas são feitas com profundidades reduzidas.
As famílias visitadas apresentam revestimento lateral de alvenaria de blocos na sua latrina e
coberta por uma laje de betão.
376
Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.
As famílias estão insatisfeitas com a situação actual do saneamento, uma vez que o lençol freático
perturba a vida útil das mesmas, isto verifica-se no lado Oeste do bairro (Zona Baixa).
● Luís Cabral
Segundo o INE 2019 o bairro Inhagoia A apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 9% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 43% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 18% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 26% usa
latrina VIP, 5% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes. O bairro
caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual e colectivo, das visitas que se
realizou-se foram inquiridas cinco (5) famílias que habitam em quintais individuais. Para as cinco
(5) lotes visitados, (5) apresentaram soluções individuais e duas (2) apresentaram latrina
tradicional revestida e três (3) wc exterior sem autoclismo.
As latrinas simples revelam-se não serem adequadas nas zonas baixas deste bairro, pois apresenta
o nível de lençol freático muito alto. A parte alta do bairro apresenta lençol freático muito baixo
o possibilita a escavação em grandes profundidades.
377
Gráfico 82 - Revestimento das latrinas/fossas no bairro Luís Cabral
Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.
● Nsalene
Segundo o INE 2019 o bairro Nsalene apresenta um nível de cobertura de saneamento com a
seguinte descrição: 19% da população tem casa de banho interior com autoclismo, 39% tem casa
de banho interior sem autoclismo, 24% tem casa de banho exterior sem autoclismo, 15% usa
latrina VIP, 3% usa latrina tradicional revestida, 0% usa latrina tradicional precária.
Boa percentagem da população deste bairro vive em quintais independentes, sendo que durante
a nossa visita, cinco (5) famílias que vivem em suas habitações independentes. O bairro
caracteriza-se por apresentar uma mistura de solução Individual e colectivo, das visitas que
378
realizou-se foram inquiridas cinco (5) famílias, que habitam em quintais individuais. Para os
cinco (5) lotes visitados, todos possuem latrina tradicional revestida.
As latrinas simples revelam-se serem adequadas neste bairro, pois apresenta o nível de lençol
freático muito baixo o que possibilita a escavação em grandes profundidades.
379
Gráfico 86 - tempo de enchimento das latrinas no bairro Xipamanine
Quando as latrinas enchem todas as famílias revelaram que encerram-na e abrem outra, sendo
que este trabalho é feito pelos agregados familiares, tarefa esta muito perigosa, pois periga a
saúde dos mesmos, uma vez que não possuem nenhuma formação para o manuseio das lamas
nem equipamento ideal para o manuseio das lamas.
Escolas
As Escolas da Área de intervenção do PTUM estão distribuídas de modo a abrangerem os
habitantes do respectivo bairro. Encontram-se 31 escolas ao longo da área de intervenção. Sendo
que a maioria delas são de origem colonial, embora apresentam uma boa resistência estrutural,
assim como o seu estado de conservação. Todas as escolas foram feitas de alvenaria e com
cobertura de chapas.
Algumas das escolas visitadas, os sanitários apresentam bom estado de conservação, como pode
ser observado na tabela abaixo. Sendo que as escolas que apresentam o bom estado de
conservação, uma vez que estas apresentam um bom sistema de gestão sanitária assim como as
condições financeiras das mesmas. Outro aspecto relevante é o facto das Escolas Primárias e
Completas (EPC) apresentarem grandes problemas ligados ao saneamento em comparação ao
ensino secundário. Sendo que este factor deve-se ao facto que o ensino secundário para além do
pagamento da matrícula possui maior assistência por parte do estado devido ao nível de
escolaridade. O pequeno número das EPC que possuem um bom estado sanitário é devido aos
financiamentos que são direcionados para estas. A título de exemplo são as Escolas Primárias
Completas (EPC) da Unidade 11, Inhagoia A, Unidade 27 e 21 de Outubro que apresentam um
bom estado dos sanitários.
380
Gráfico 87 - Estado dos sanitários nas escolas
As EPCs que não foram citadas no parágrafo anterior apresentam péssimo estado de conservação
dos seus sanitários, isto deve-se ao facto das condições de manutenção do saneamento das
mesmas, outro facto aliado está na questão da segurança que as mesma apresentam, sendo que
estas sofrem vandalização por parte dos habitantes dos respectivos bairros, as peças roubadas são
na sua maioria Autoclismos, o que influencia negativamente na gestão dos sanitários. Na maioria
destes sanitários não é possível entrar devido ao mau cheiro que lá existe, em alguns casos devido
a questões de limpeza o lodo fecal fica por vários dias exposto o que tem atraído insectos
(moscas) que consequentemente poderá causar problemas ligados à saúde. A falta de educação
sanitária dos alunos é outro factor que influencia negativamente para a manutenção das mesmas,
sendo que os alunos apresentam hábitos culturais diferentes, e estes, alguns por terem casas de
banho precárias em casa, não conseguem adquirir novos hábitos compatíveis no uso das casas de
banho escolares.
O lodo fecal é gerido localmente, através de fossas sépticas ligadas ao poço de infiltração, sendo
que o lodo produzido por estas, é retirado pelos operadores privados. Devido à questão de fácil
acessibilidade às escolas, torna-se fácil a colecta e transporte do lodo até a ETAR de Infulene.
381
Figura 92 - Interior do sanitário da Escola Secundária da Munhuana
Mercados
Alguns dos mercados visitados, os sanitários apresentam péssimo estado de conservação, como
pode ser observado na tabela abaixo, uma vez que a gestão das mesmas não é das melhores,
devido a questões financeiras e de limpeza. Outro aspecto relevante é o facto dos mercados
informais apresentarem grandes problemas ligados ao saneamento em comparação aos mercados
formais. Sendo que este factor deve-se ao facto dos mercados formais apresentarem uma boa
organização.
382
Gráfico 88 - Estado dos sanitários nos mercados
Os mercados que não foram citados anteriormente apresentam péssimo estado de conservação
dos seus sanitários, isto deve-se ao facto das condições de manutenção do saneamento das
mesmas, outro facto aliado está na questão da segurança que as mesma apresentam, sendo que
estas sofrem vandalização por parte dos habitantes dos respectivos bairros, as peças roubadas são
na sua maioria Autoclismos, o que influencia negativamente na gestão dos sanitários. Na maioria
destes sanitários não é possível entrar devido ao mau cheiro que lá existe, em alguns casos devido
a questões de limpeza o lodo fecal fica por vários dias exposto o que tem atraído insectos
(moscas) que consequentemente causam problemas ligados à saúde. A falta de educação sanitária
das, é outro factor que influencia negativamente para a manutenção das mesmas, sendo que os
sanitários não são usados pelos funcionários do mercado, mas também pelos clientes dos
mesmos, e estes, alguns por terem casas de banho precária em casa, não conseguem adquirir
novos hábitos compatíveis no uso das casas de banho.
O lodo fecal é gerido localmente, através de fossas sépticas ligadas ao poço de infiltração, sendo
que o lodo produzido por estas é retirado pelos operadores privados. Devido à questão de fácil
acessibilidade ao mercado, torna-se fácil a colecta e transporte do lodo até a ETAR de Infulene.
383
Figura 94 - Interior do sanitário do mercado Salubridade
Terminais de chapas
A terminal do mercado Xipamanine apresenta um estado de conservação razoável, uma vez que
possui um bom sistema de gestão, devido a questões organizacionais adotadas pelos gestores,
enquanto que a paragem do mercado Bazuca não possui nenhum sanitário.
A monitoria dos sanitários por parte dos responsáveis é um factor que influencia positivamente
para a manutenção da mesma, sendo que os sanitários são usados na sua maioria pelos
passageiros dos chapas como também pelos clientes dos mercados, e estes por estarem a ser
vigiados apresentam bons hábitos higiénicos.
384
O lodo fecal é gerido numa espécie de depósito e retirado por uma empresa privada e depositada
na ETAR de Infulene.
Um dos principais problemas da gestão de lamas fecais reside na recolha e transporte das lamas.
As grandes distâncias a percorrer até à ETAR do Infulene e os elevados custos de transporte
resultam na descarga indevida de lamas em áreas desocupadas mais próximas da origem.
Segundo inquéritos realizados pelo sector AS, a deposição de lamas fecais provenientes de
latrinas e fossas sépticas é efectuada maioritariamente no solo.
Das famílias entrevistadas algumas delas afirmou não ter conhecimento do local onde as lamas
recolhidas por operadores informais das suas habitações. Identifica-se assim como problemática
a falta de sensibilização e consciencialização dos munícipes sobre a necessidade de dispor o
material fecal nos locais apropriados e evitar os riscos para a saúde pública.
385
denominados sistemas de saneamento a seco, indicados para instalações individuais, com
captações de água inferiores a 30 L/hab/dia. Levam em média cerca de três anos a encher em
zonas onde o possuem baixo nível do lençol freático, sendo frequentemente encerradas,
sobretudo quando há disponibilidade de espaço, dada a dificuldade de remoção das lamas (muito
secas) ou o risco de destruição da própria latrina (fraqueza do revestimento).
Segundo a lei, o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), é a instituição líder na gestão de resíduos
sólidos, considerando o seu mandato e papel na implementação de medidas para prevenir a
degradação e controlar a qualidade do ambiente27, constitui responsabilidade das Autoridades
Locais, a implementação dos sistemas de recolha e tratamento de resíduos sólidos e limpeza
pública28. Actualmente, em Moçambique, todos os Municípios e Governos Distritais depositam
os seus resíduos sólidos urbanos em espaços abertos denominados lixeiras, no caso específico da
Cidade de Maputo, a gestão de resíduos sólidos segue o fluxo que ilustra na figura abaixo.
26
27
Decreto Presidencial No. 1/2020 de 17 de Janeiro de 2020; Resolução No. 30/2020 de 06 de Maio de 2020, que cria e aprova
o Estatuto Orgânico do Ministério da Terra e Ambiente
28
Decreto No. 94/2014 de 31 de Dezembro de 2014 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.
386
Gráfico 89 - Esquema da Gestão dos Resíduos Sólidos ao nível da Cidade Maputo (Fonte:
CMM 200829)
Como parte dos esforços de melhoria dos serviços de GRS, de forma participativa foi lançado
em 2016 em parceria com a CIUEM, o serviço MOPA (Monitoria Participativa), uma plataforma
para monitoria e avaliação dos serviços de recolha de resíduos sólidos na cidade de Maputo. Não
obstante actualmente o mesmo não se encontrar em funcionamento, durante a sua implementação
foram alcançados resultados promissores, no que tange ao aumento dos níveis de reporte pelos
cidadãos de problemas de acumulação ou mau manuseamento de resíduos sólidos, incluindo
deterioração das condições de saneamento nos bairros.
Os dados oficiais apontam para uma variação na produção anual de resíduos sólidos, como
resultado da alteração do padrão vida da população, estima-se que para a Cidade de Maputo,
onde cerca da sua 70% da população urbana vive em assentamentos informais, onde a gestão de
resíduos sólidos é pobre30, sejam produzidos anualmente mais de um milhão de toneladas, o que
corresponde a uma produção média de 1.639 ton/dia, e autoridades municipais facilitam a recolha
de 61% dos resíduos gerados31 que são encaminhados para Lixeira de Hulene operada
29
Conselho Municipal de Maputo. Plano Director: Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos na Cidade de Maputo. Maputo:
Conselho Municipal de Maputo, 2008.
30
M. Barroso, DW, 27 Julho 2015. [Online]. Disponível: https://www.dw.com/pt-002/um-mundo-%C3%A0-parte-a-lixeira-
de-hulene/g18137565. [Acedido em 24 de Maio 2021]
31
“Prodem,” 2015. [Online]. Disponível: http://www.prodem.org.mz/static/gestao-de-residuos.html. [Acedido em 24 de Maio
de 2021].
387
directamente pelo município a mais 40 anos, estando actualmente além da sua capacidade e ciclo
de vida.
Ao nível da Lixeira de Hulene, até aqui é observada uma gestão deficiente dos resíduos que
acarreta efeitos negativos para a saúde pública, concorrendo potencialmente para a contaminação
resultante das linhas de água, solos e ar, consequentemente tem de forma cíclica a ocorrência de
surtos de epidemias, como a cólera, malária e outras doenças derivadas da deficiente higiene, e
também poluição do ar dentro dos assentamentos informais densamente povoados que estão ao
redor da lixeira.
Ao nível dos 20 bairros, a recolha de resíduos sólidos é feita a dois níveis, onde num primeiro
nível o conselho municipal contrata associações e microempresas locais que fazem a recolha
primária porta a porta através de carrinhas de mão denominadas “tchovas” e depois depositam
os resíduos nos contentores que se encontram em diversos pontos no interior dos bairros. No
segundo nível a recolha é feita nos contentores por empresas que transportam os resíduos para a
lixeira de Hulene.
O valor que suporta as despesas da recolha de resíduos, é pago pela população no processo de
compra de energia na primeira recarga do mês num valor 45mt. A posterior a EDM transfere este
valor para os fundos do Município e através do mesmo que são pagas às associações e empresas
de recolha.
A empresa de recolha primária trabalham durante seis dias por semana, isto é de segunda a
sábado, durante o período da manhã, portanto para garantir maior abrangência das famílias os
32
https://www.mta.gov.mz/ambiente/gestao-de-residuos-solidos [Acedido em 25 de Maio 2021].
33
Boletim da República - Diploma Ministerial n.º 49/2008, Postura de Limpeza de Resíduos Sólidos Urbanos de Maputo
388
bairro se encontram divididos por três áreas, onde cada área se beneficia da recolha durante dois
dias por semana conforme ilustra o seguinte exemplo.
Para realização da colecta dos resíduos sólidos, são contratadas microempresas locais, que por
sua vez contratam funcionários na sua maioria locais que fazem a recolha diariamente usando
como meios de recolha as carinhas denominadas “tchovas”, luvas, máscaras. Portanto para além
da equipe que entra no interior dos bairros existe sempre uma ou duas pessoas que ficam nos
pontos de contentores para fazer limpeza ao redor do contentor de modo a recolher o lixo que
escapa no processo da retirada dos tchovas para o contentor, para tal estes usam ancinhos e pás.
Os residentes de cada área já tem conhecimento dos dias de recolha de resíduos, portanto estes
só tiram o lixo depois do toque do apito, para os locais onde devido ao estreitamento das vias os
389
tchovas não conseguem entrar, e indicado um ponto estratégico onde depois do toque do apito as
famílias levam o lixo.
Em alternativa a recolha feita pelas microempresas e associações, as famílias que por algum
motivo (ausência), não conseguem entregar o lixo no dia previsto para evitar acúmulos levam
para os contentores que se encontram distribuídos pelos bairros.
Embora seja feito um trabalho de sensibilização nos bairros de modo que as famílias façam a
separação dos resíduos e evitem colocar areia nos sacos de lixo, segundo as microempresas esta
acção constitui ainda um problema. Das empresas entrevistadas, 100% afirmaram que as famílias
não fazem nenhum tipo de separação de lixo, apenas catadores individuais e que costumam
vasculhar os contentores a procura de um material específico como plásticos e latas com a
finalidade de venda para empresas de reciclagem.
Conforme ilustra o gráfico acima, o bairro da Malanga é o mais beneficiado com 13 contentores
no bairro de Mavalane B, assim como outros bairros que apenas tem 1 ou dois contentores e
como solução partilham com os bairros vizinhos, conforme ilustra a tabela abaixo.
390
Localização do Nº de contentores Bairro com o qual se partilha
contentor partilhados
Mavalane A 2 Mavalane B
Mavalane A 1 FPLM
Chamanculo B 1 Chamanculo A
Aeroporto B 1 Aeroporto A
Inhagoia A 2 Inhagoia B
Tabela 58 - Número de contentores partilhados
Em relação a quantidade dos resíduos, os números variam de bairro a bairro com números que
oscilam de 2000kg a 15120kg por dia, influenciado por factores como tamanho do bairro e
quantidade de árvores existentes, factor que contribui bastante para o lixo de poda.
A nível de toda cidade de Maputo, a média de resíduos é de 1400 toneladas diárias e em relação
aos bairros abrangidos pelo PTUM maior parte destes bairros produzem lixo que está no intervalo
6000 a 9999 Kgs, e em menor número estão os bairros que colectam acima de 14000 Kgs.
Segundo o definido como âmbito de actividade destas empresas, os seus serviços abrangem
apenas as famílias, portanto por boa vontade de determinadas associações ou microempresas,
incluem também outras áreas como escolas, hospitais e valas de drenagem, conforme a tabela
abaixo.
391
Associação AKK Centro de Saúde de Inhagoia A
De um modo geral com base nas informações recolhidas, apresenta-se nesta subsecção a
descrição mecanismos para recolha de RSU que são produzidos ao nível do Município/Distrito,
por área e por outras fonte de geração, nomeadamente bairros ou agregados familiares, entidades
do Comércios e Indústrias; Mercados e Feiras e Instituições públicas (Escolas e Unidades
Sanitárias):
Ao nível dos agregados familiares ou bairros abrangidos pelo PTUM, a recolha primária de
resíduos sólidos tem sido abrangente e regular e a mesma é feita de porta a porta e levados para
o contentor. Estes resíduos são recolhidos usando carrinhas e tchovas, importa registar que
algumas destas áreas tem acesso muito limitado, estes resíduos a posterior são depositados em
contentores, dependendo da área.34.
Ao nível dos mercados cada vendedor faz limpeza ao redor do seu local de actividade e vai
depositar o lixo no contentor. Todos os mercados visitados (mercado Mavalane A, mercado
Xipamanine e mercado de Luís Cabral) tem um contentor a menos de 70m de distância do
mercado. O Mercado Mavalane A e Xipamanine apresentam uma excepção, pois para além dos
contentores que se encontram nas proximidades do mercado possuem também baldes de 40 litros
colocados pela Fundação AVSI com o objectivo de colectar produtos orgânicos com o objectivo
de incentivar a separação dos resíduos, conforme ilustra a figura abaixo.
34
https://biblioteca.isced.ac.mz/bitstream/123456789/575/1/gestao_de_residuos_solidos_em_mocambique.pdf[Acedido em 25
de Maio 2021].
35
http://www.associacao-mocambicana-reciclagem.org/wp-content/uploads/2017/08/ESTRAT%C3%89GIA-DE-
GEST%C3%83O-INTEGRADA-DE-RSU-EM-MOCAMBIQUE.pdf
392
Figura 98 - Baldes nos mercados incentivando a separação de resíduos
No fim de cada dia os vendedores levam o lixo e depositam no contentor, portanto este acto de
separação de resíduos tem suas lacunas, pois nos locais de deposição para recolha secundária dos
resíduos não se faz a separação, facto que não incentiva os vendedores a fazerem a separação,
acabando por depositar todo tipo de resíduo nos mesmos baldes36.
No Mercado do Xipamanine, para além dos baldes do Projecto Wash liderados pela Fundação
AVSI, encontram-se também dois contentores ao redor do mercado, porém verifica-se uma
problemática dos vendedores informais de roupas usadas desenvolverem as suas actividades
arredores dos mesmos colocando em risco a sua saúde, devido aos cheiros nauseabundo assim
como microorganismos nocivos à saúde que podem advir dos contentores, conforme ilustra a
foto abaixo.
36
Fonte: Fundação AVSI, entrevista realizada no dia 3 de Junho de 2021.
393
Por último, apresenta-se na tabela de forma sumarizada a descrição dos outros subsistemas de
colecta de RSU produzidos no Município/Distrito, por área e por fonte de geração:
Escolas/Instituições Por último, para o caso das escolas, estas contratam empresas
públicas que fazem a recolha e depositam no contentor próximo ou
directamente na lixeira Hulene.
Dos trabalhos de campo, foram identificados vários desafios inerentes à recolha e gestão de
resíduos sólidos nos bairros, sendo dos maiores a fraca sensibilização à comunidade para uma
melhor separação dos resíduos, de modo a facilitar a questão da reciclagem dos mesmos,
associado a isso temos a questão do reaproveitamento de objectos que não são propriamente lixo.
Outro desafio tem a ver com conservação dos contentores pelos moradores precisam de ser
sensibilizados para o efeito, pois muitas vezes colocam fogo nos mesmos, aliado a esta questão
da fraca conservação dos contentores, temos por outro lado, os catadores que durante o processo
de colecta de resíduos recicláveis, despejam o lixo no chão e no fim do seu trabalho não colocam
novamente no interior do contentor. O gráfico abaixo ilustra a dificuldade que os moradores têm
de separar o lixo para o reaproveitamento.
394
Gráfico 92 - Avaliação do grau de envolvimento dos moradores na separação do lixo
Para além dos aspectos acima, temos a problemática da acessibilidade de alguns locais, que não
facilita a entrada de tchovas, e no tempo chuvoso a situação é ainda mais difícil. Existe também
a necessidade de se melhorar na recolha secundária dos resíduos, pois vezes sem conta os
trabalhadores das microempresas de recolha primária têm tido dificuldade de depositar o lixo,
visto que os contentores apresentam-se superlotados, bem como os moradores que vão depositar
individualmente, quando encontram estas situações, acabam depositando o lixo no chão.
Grande parte das empresas que fazem a recolha de resíduos sólidos, enfrenta problemas relativos
à distância entre o local onde recolhem o lixo e onde devem depositá-lo, sendo que trata-se de
um trabalho feito com recurso a viaturas de tracção manual. Assim como existe dificuldade dos
moradores em cumprir com o calendário de recolha. Conforme ilustra o gráfico abaixo:
395
Os problemas associados com a gestão de resíduos sólidos urbanos na sociedade actual,
particularmente ao nível dos 20 bairros onde haverá intervenções do PTUM são complexos,
dadas as suas características de assentamentos informais, bem como a quantidade e diversidade
de resíduos produzidos diariamente que tem vindo a aumentar ao longo do tempo.
Apesar das diversas iniciativas, algumas com vários anos, a valorização de resíduos baseia-se em
grande medida no sector informal e é ainda marginal. A incapacidade das autoridades locais em
integrarem elementos de valorização na GIRSU resulta do reduzido valor de mercado dos
resíduos e da revisão documental e bibliográfica, as informações obtidas apontam que ao nível
de Cidade de Maputo a reciclagem é feita normalmente no âmbito de projectos ou iniciativas
individuais ou de ONGs (por exemplo, a Recicla, AMOR, Fertiliza, Engenharia sem Fronteiras,
etc.). Um entrave à promoção da reciclagem no país é a escassez de indústrias que usam material
reciclado e, consequentemente, a escassez da procura destes bens, daí que muitos destes materiais
acabam por ser exportados.
Para combater a produção crescente de resíduos sólidos, o CMM pese embora de forma não
directa tem procurado apoiar e dinamizar a implementação do princípio dos 3R’s: Redução,
Reutilização e Reciclagem, com vista contribuir para a redução da quantidade de resíduos
produzidos, consumo de energia e de recursos naturais.
Objectos Finalidade
Garrafas Venda de água e pedra de gelo, medição e venda de óleo de cozinha e óleos
plásticas naturais para beleza.
396
Figura 100 - Objectos de adorno produzidos através de material reciclado e
bancas de venda de garrafas plásticas.
397
Frascos de Conservação de produtos alimentares como pimenta-malagueta entre outros
vidro temperos de cozinha, remédios tradicionais.
Latas São usados como medidores de produtos alimentares como arroz, milho,
amendoim, feijão, sal e açúcar.
Restos São usados para compostagem, para gerar composto orgânico ou fertilizantes,
alimentos para pequenas hortas familiares, e jardins. Importa destacar as acções de
compostagem desenvolvidas num centro da ONG Engenharia sem Fronteira
no distrito de KaMubukwana. Estes colectam os resíduos nos principais
mercados (Zimpeto e Jorge Dimitrov), com a finalidade de produzir
compostos orgânicos que doam aos agricultores da cintura verde de
KaMubukwana.
398
Das entrevistas nos mercados visitados, muitos catadores fazem a colecta destes produtos junto
aos bares e barracas funcionando nos mercados, assim como em áreas em redor do mercado e
através da venda destes produtos a maior parte destes conseguem garantir sustento para as suas
famílias.
Concluindo, pode-se afirmar com base nos dados obtidos no quadro deste diagnóstico que existe
necessidade de conscientização da sociedade quanto à problemática de resíduos para que se
observem mudanças de atitude, para que as pessoas possam separar os resíduos sem nenhuma
contrapartida em termos de rendimento, visto que esta prática beneficiaria o ambiente. Devem
ser realizadas campanhas de consciencialização para assegurar que a população adira aos
projectos de protecção do meio ambiente, quando implementados.
Área de intervenção é servida pela rede pública de energia eléctrica da empresa Electricidade de
Moçambique, EP (EDM-EP), única concessionária de energia eléctrica em Moçambique. A Rede
de distribuição de energia eléctrica da EDM é constituída por várias infra-estruturas eléctricas,
nomeadamente, linhas de Alta, linhas de Média e Baixa Tensão, Postos de Transformação (PTs)
entre outras. Contudo existem algumas zonas que são corredores de infra-estrutura eléctrica, por
via área, que conjugam alta e média tensão, nomeadamente a zona baixa do Rio Infulene que
coincide com os Bairros de Inhagoia A e B.
A energia eléctrica é distribuída através de uma rede de infraestruturas eléctricas para o efeito
construídas e cobrindo a grande parte da área de intervenção. As ligações domiciliárias área de
intervenção são feitas, na maior parte dos casos, por baixadas aéreas em cabos de diferentes tipos,
399
terminando em Postaletes. Área de intervenção possui um sistema de iluminação pública
disseminado ao longo de grande parte dos seus arruamentos.
Constituída na sua grande maioria por uma rede de linhas aéreas que interligam os vários postos
de transformação (PT), que alimentam a área de intervenção. Na área de intervenção existem 312
postos de transformação públicos e 7 postos de seccionamento, o que resulta num bom nível de
cobertura da rede. A maior parte da rede subterrânea se concentra ao longo das vias principais
tais como Avenida do Trabalho e Avenida de Moçambique, Avenida Joaquim Chissano. Este
facto, associado à sinuosidade dos arruamentos dos bairros, constituem limitações ao
desenvolvimento de uma rede subterrânea melhor distribuída, para uma cobertura mais
equilibrada dos mesmos.
A área de intervenção é tanto servida por rede aérea como subterrânea. Constituída por postes de
madeira ou betão, maioritariamente com cabos do tipo Torçado (ABC) que se distribuem de
formas ordenada e desordenada. Em alguns casos a configuração da rede de BT dificulta quer os
trabalhos de manutenção que a EDM deveria realizar regularmente, quer a prontidão na resposta
às avarias (dificuldade no acesso).
Ligações Domiciliárias
As ligações domiciliárias são feitas principalmente através de baixadas aéreas, constituídas por
cabos do tipo Torçado, Airdac, PBMR ou PBT e, terminando em postaletes. A EDM tem feito
um grande esforço para reduzir as perdas resultantes do “roubo de energia”, através da instalação
de sistemas de controlo de fornecimento de energia mais modernos (caixa com o dispositivo de
protecção e controlo instalada no poste, ficando na residência apenas um terminal para recarga
de energia).
Iluminação Pública
De um modo geral, as ruas possuem uma deficiente iluminação pública, o nível e a distribuição
das luminárias é irregular, havendo zonas mais iluminadas e outras pouco ou não iluminadas. A
área de intervenção é servida por um sistema de iluminação pública, na maior parte dos casos
comandada por um dispositivo constituído por célula fotoeléctrica associada a um contactor,
instalado em cada PT.
As redes de infra- estruturas eléctricas integram zonas de protecção parcial, sendo que na Cidade
de Maputo a estas zonas aplica-se uma postura camarária onde se definem as regras de ocupação
destas. A distribuição da energia eléctrica e todo o conjunto de infra-estruturas associadas onde
se inclui a iluminação pública são geridas pela Electricidade de Moçambique (EDM).
400
Mapa 45 - Energia Eléctrica, Iluminação Pública e Telecomunicações
401
6. DIAGNÓSTICO INTEGRADO
6.1. INTRODUÇÃO
Em termos de modelo de território é importante referir que o crescimento é um meio para chegar
ao desenvolvimento. Sendo que a forma como o espaço se organiza interfere no
desenvolvimento, porque toda a actividade humana é localizada. Em suma, o espaço é factor e
sujeito de desenvolvimento e nesse sentido a organização espacial das sociedades e das suas
actividades é essencial para o desenvolvimento, e sequencialmente um importante contributo no
combate à pobreza e às mudanças estruturais.
Ainda de acordo com a UN Habitat (2007), a natureza dos aglomerados urbanos é uma ameaça
para o ambiente e tornam as comunidades mais vulneráveis a inundações e doenças provocadas
pelas águas. Sendo por isso fundamental a correcta identificação da sua problemática mas
também a integração, no âmbito do planeamento e da construção do espaço urbano, do factor
adaptação e mitigação às alterações climáticas, da inclusão de novos modelos económicos
baseados numa economia circular e de baixo carbono, bem como outros factores que pelas suas
características impactam no território, como seja as epidemias e a dimensão tecnológica.
Além da componente de análise síntese, da informação colectada que consta da primeira parte
deste relatório, procurou-se identificar a problemática da área de intervenção, de forma integrada,
nas unidades de análise consideradas, a partir da identificação de “questões-chave”, mas
alargando ainda a reflexão a:
● COVID;
● Alterações Climáticas;
● Género.
402
6.2. SÍNTESE DA ANÁLISE: MODELO DO TERRITÓRIO
Segundo o INE 2019, a área de intervenção tem um total de 264.054 habitantes, sendo que as
mulheres constituem a maior parte da população (cerca de 52%). Actualmente, a mesma tem um
crescimento populacional lento como resultado da migração de pessoas para as novas zonas de
expansão habitacional nos Distritos de Boane, Marracuene e o Município da Matola, resultado
da melhoria das condições de sustento alcançadas através de desenvolvimento de uma ou mais
actividades de rendimento de alguns agregados (incluindo os liderados por mulheres).
403
cujos talhões não têm acessibilidade directa aos principais serviços implicando atravessamos de
outros talhões. E apesar das condições precárias da maior parte das habitações, grande parte dos
agregados procuram alargar ou transformar as suas habitações em “condomínios” para acomodar
ou arrendar a outras pessoas e aumentar os seus rendimentos.
Em relação aos serviços de saúde, estes bairros beneficiam-se de uma rede sanitária, que
compreende centros de saúde públicos e privados, mas que na realidade do dia a dia ainda se
encontra aquém do desejável no que diz respeito ao acesso e à qualidade, resultando em longos
tempos de espera. Outras dificuldades está 1) na obtenção de medicamentos prescritos nas
farmácias dos hospitais por escassez, obrigando a que se recorra a farmácias privadas onde os
custos são elevados; e 2) na escassez de serviço de ambulâncias em caso de transferências para
outros hospitais, havendo situações em que os familiares do paciente têm que mobilizar recursos
para aluguer de uma viatura para o transporte do doente para aceder aos cuidados. Neste ponto
outro constrangimento são as vias; verificam-se casos em que dada a sinuosidade e perfis estreitos
das vias, bem como a descontinuidade destas, os pacientes acabam necessitando de percorrer
longas distâncias ou inclusive solicitar apoio (fazer-se transportar pelos braços) para a sua
transferência (de sua casa até à ambulância).
Quanto a matérias de escolarização apesar da maior parte dos bairros possuírem infra-estruturas
educativas, há carência de escolas secundárias o que faz com que os alunos após a conclusão do
ensino primário desloquem-se para outros bairros, para prosseguir com os estudos, que pela
distancia, nestas deslocações usam transporte público mas sobretudo “chapas”, contudo para
alcançar as paragens necessitam de percorrer grandes distâncias, regra geral, por vias não
pavimentadas e mal iluminadas, principalmente pelo facto das rotas dos transportes se
encontrarem associadas às vias principais. Por outro lado, o facto de as vias serem
maioritariamente não pavimentadas e não apresentarem mecanismos de drenagem, associadas às
condições urbanísticas e ambientais que potenciam alagamentos/inundações, aumentando as
dificuldades na época de chuva. Como em toda a Cidade, os transportes andam geralmente
superlotados, o que contribui para o não cumprimento das regras do distanciamento social tao
importante no combate e prevenção a COVID-19.Os custos associados às ligações de chapa
representam um pesado fardo no orçamento dos agregados familiares, agravando ainda mais a
sua débil situação socioeconómica.
Há que realçar que por outro lado, apesar de se constatarhaver uma relativa elevada escolarização
entre os jovens, verifica-se na mesma medida existe em contraste elevadas dificuldades de
transformar a instrução média ou superior num emprego formal, criando uma grande geração de
jovens cada vez mais frustrados e propensos a enveredar para práticas nocivas como a
criminalidade, consumo de drogas, álcool e prostituição.
404
sua participação no mercado informal o que tem contribuído para melhorias na posição
socioeconómica dos agregados familiares, em particular aqueles chefiados por mulheres.
No que concerne a parte biofísica, a maior parte dos bairros do PTUM possui solos
maioritariamente argilosos e de baixa permeabilidade, com presença de nível freático alto e
pouca disponibilidade gravítica, facto este que propicia o surgimento de focos de água estagnada,
que quando associado a prática de despejo de águas residuais domésticas e resíduos sólidos em
valas de drenagem, constitui um atentado a saúde pública. Sendo que a falta de medidas mais
eficientes de gestão de resíduos e de drenagem não permite que a estes espaços sejam
implementadas solucoes combinadas e transformados em espaços de recreação, desportivos ou
culturais sem perder a função de retenção dos escoamentos.
Em termos de uso e ocupação do solo, conforme decorre do PEUMM aplicam-se à área de
intervenção praticamente todas as classes de espaços definidas por este plano, mas com
prevalência das áreas em que uma parte ou a totalidade se encontra por infra-estruturar, e onde
deverá ser preponderante o uso residencial apesar de permitidos outros usos, desde que
compatíveis com o residencial. Também, neste plano consta as áreas húmidas, inundáveis e áreas
de alagamento, como categorias de espaços associadas à Estrutura Ecológica nos quais se
encontra prevista a instalação de espaços verdes (parques e jardins) bem como, superfícies de
água. Efectivamente, verifica-se uma prevalência de área residencial com densidade habitacional
média, elevada densidade de ocupação do solo e em alguns bairros densidades populacionais
altas.
Já as densidades populacionais encontram-se associadas ao número médio de elementos por
agregado familiar que resulta em habitações superlotadas de população, maioritariamente jovem
e de baixa renda. Por outro lado, à elevada densidade de ocupação do solo estão associadas
situações fundiárias irregulares, parcelas não demarcadas, escassez de equipamentos urbanos e
de espaços públicos. Estes últimos quando existem, são precários e encontram-se desarticulados
da malha urbana, ou seja, são espaços residuais ou sobrantes, que na maior parte dos casos mal
se articula para a função de espaço livre a “nivel de quarteirão", e em alguns casos não permitem
a prática de desporto, actividade muito comum no extracto jovem da área de intervenção. Aliás,
um dos grandes constrangimentos da área de intervenção consiste na inexistência de espaço livre
que permita um novo perfilamento das vias, a construção de valas de drenagem, serviços de
abastecimento de águas e outros.
405
Da análise da relação entre os espaços públicos com a estrutura demográfica actual apresentada
neste diagnóstico em distritos urbanos de intervenção do PTUM, constata-se que de facto as
crianças constituem a faixa etária mais representada, seguida pela população jovem e adulta
(idosos também); que de alguma forma é confirmada pela grande presença infantil nos espaços
públicos em situações de apropriações múltiplas. A criança nos assentamentos informais é o
principal utilizador dos espaços públicos, seguido pelos jovens e adultos.
Importa também ressaltar a importância dos fontanários. Os fontenários são no contexto dos AI’s
locais de uso comunitário para socialização. O exemplo da intervenção no fontanário de
Maxaquene A, é exemplo de como tirar partido destas condições edificadas e devolutas para
recriar espaços públicos de forma criativa e com custos controlados, como forma criativa de
contornar a falta de espaços públicos nos AI’s.
Os espaços públicos/abertos, para além do papel social de criar condições para a interacção entre
os moradores, têm o papel de contribuir para reduzir a criminalidade pelo desenvolvimento do
sentido de pertença à comunidade.
Por isso, compreender o estado actual destes espaços conduzido por questões centrais de
diagnóstico da situação existente é fundamental para definir estratégias de intervenção
sustentáveis com vista a sua requalificação ou reabilitação devidamente enquadrada as
406
necessidades espaciais, ambientes e socioeconómicas de contexto. Para melhor compreender a
temática seja na vertente de planeamento e execução, como na de manutenção e durabilidade
destes espaços, o estudo e levantamento compreendeu espaços abertos recentemente
intervencionados no contexto dos AI’s e fora, sobre os quais foram registadas as lições
aprendidas; e o levantamento exaustivo de todos espaços abertos encontrados nos 20 bairros da
área de intervenção.
O tipo predominante dos espaços livre/comunitário encontrado foi o espaço público aberto, que
na sua maioria, possuem áreas menores que 600m2, dos quais mais da metade tem uma área
menor que 400m2. Destes destaca-se o jardim zoológico com aproximadamente 437868
m2 (aproximadamente 70% da área de todos os espaços públicos levantados), contribuindo
significativamente para os 13% que possuem área maior que 5000m2. Outra parte significativa
são os campos de futebol, maioritariamente recreativos, que correspondem a 12% dos espaços
públicos identificados. No seu todo, a superfície pública livre em assentamentos informais
corresponde aproximadamente a 68.5263,2m2.
A nível internacional a OMS reconhece os benefícios dos espaços verdes na saúde seja como
medida profilática como de convalescença; tendo publicado no artigo (WHO,2016) os índices de
área verde por habitante na ordem dos 10m2, como também estabelece a distância mínima ideal
a percorrer até um espaço público aberto de menor dimensão entre os 300 e os 500ml, relacionado
a uma dimensão mínima do espaço aberto na ordem de 1ha.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, através do Programa
Informações Ambientais das Cidades na Internet – CEROI, acrônimo em inglês, aponta alguns
indicadores como o investimento em aquisição e manutenção de áreas verdes e habitantes a
menos de 15, e ou entre 300 a 500m (Pedreira, et al. 2017);
O indicador Razão área verde / área coberta consiste na comparação da estrutura verde urbana
com a área edificada das cidades. A relação entre as áreas verdes e o edificado já foi mencionada
anteriormente, e a procura pelo equilíbrio entre eles pode trazer benefícios para a população, pela
sensação de “relaxamento”, em consequência na qualidade de vida e saúde da população. Não
existindo um coeficiente para comparação, recorremos a legislação Portuguesa: de acordo com a
Portaria n° 216-B de 3 de Março de 2008 do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do
território e do Desenvolvimento Regional de Portugal, os parâmetros de dimensionamento para
habitações coletivas quando comparados com os espaços verdes e de utilização coletiva,
contemplam o valor de 28m²/fogo.
407
Para verificação da cobertura dos espaços verdes, abaixo versamos sobre a disponibilidade dos
espaços abertos encontrados e os standards indicadores:
O índice de espaços públicos por habitante nos assentamentos informais da área de abrangência
do projecto, mostra uma situação de proporcionalidade crítica na maior parte dos casos.
Excluindo o jardim zoológico, Malanga é o bairro que possui maior superfície de espaços
públicos, com cerca de 81.791,7 m2, resultando num índice de espaço público por habitante de
8,05 m2/hab, constituindo-se o mais próximo do coeficiente ideal.
De forma geral os restantes bairros têm o índice de espaços públicos por bairro abaixo da metade
do recomendável (10m2 por habitante); e na maior parte dos casos o índice é extremamente
baixo, sendo que 15 bairros situa-se na faixa de 0.4 a 1m2/hab.
A situação física actual dos assentamentos informais apresenta um elevado défice de superfície
destinados aos espaços públicos, se aplicados os índices internacionais.
408
RELAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICO COM A
DEMOGRAFIA NOS BAIRRO
Indice Por hab População Area aberta total (m2)
Urbanização
Nsalene
Inhagóia B
Inhagóia A
Luís Cabral
Mavalane B
Mavalane A
FPLM
Maxaquene A
Bairros
Unidade 7
Mafalala
Malanga
Munhuana
Mikadjuine
Xipamanine
Chamanculo D
Chamanculo B
Chamanculo A
Aeroporto B
Aeroporto A
0.0 10000.0 20000.0 30000.0 40000.0 50000.0 60000.0 70000.0 80000.0 90000.0
Chama Chama Chama
Aerop Aerop Xipam Mikadj Munhu Malan Mafala Unida Maxaq Maval Maval Luís Inhagó Inhagó Nsalen Urbani
nculo nculo nculo FPLM
orto A orto B anine uine ana ga la de 7 uene A ane A ane B Cabral ia A ia B e zação
A B D
Indice Por hab 0.05 1.48 0.64 0.51 1.86 0.43 0.44 3.70 8.05 0.07 0.28 0.13 0.12 0.57 0.10 0.35 2.49 0.06 0.91 0.68
População 13362 15965 10014 9,022 11,093 14895 6986 5191 10166 17822 7783 19300 10722 19407 12796 33040 14471 15481 3269 13269
Area aberta total (m2) 663.8 23675.76420.2 4623.120673.66402.2 3094.919216.681791.71289.5 2150.9 2428.3 1294.210967.31230.211508.636009.2 939.6 2989 8975.4
Os índices internacionais da distância a percorrer para aceder a espaços públicos são referidos
para espaços com áreas de superfície igual ou superior a 1000m2 e por aí acima. Aplicando
fidedignamente este índice à área de intervenção, teríamos um resultado de cobertura muito
baixa, por um lado, por outro a localização periférica do espaço publico em relação ao território
do bairro, contribui para que a distância a percorrer até aos espaços públicos, na maior parte dos
casos, extravasam esta distância.
409
Razão área livre/área coberta
Analisada a relação área verde, área coberta bairro a bairro encontramos alguns bairros cuja razão
é extremamente crítica, por ordem crescente, o caso dos bairros Aeroporto A, FPLM e Mavalane
B que se encontram em situação similar, com índices abaixo de 1m2/fogo. Entre os bairros que
apresentam resultados mais satisfatórios estão Inhagoia A (bacia natural), Munhuana e Malanga,
resultante dos espaços excedentes imediatos da ponte, áreas estas que foram libertas por
reassentamento para a construção da ponte (para alcançar o afastamento mínimo para a realização
da obra em segurança). Caso a parte é o de Inhagoia B (zoológico), que por outro lado é um
espaço verde de abrangência a nível de cidade.
Razão Área
Área edificada Livre/Área
Bairro Área Livre (m2) (m2) Edificada
Aeroporto A 663.76 258,833.26 0.26
Aeroporto B 23,675.69 258,833.26 9.15
Chamanculo A 6,420.25 179,623.91 3.57
Chamanculo B 4,623.13 181,730.47 2.54
Chamanculo D 20,673.62 210,825.93 9.81
Xipamanine 6,402.24 284,041.32 2.25
Minkadjuine 3,094.95 148,970.08 2.08
Munhuana 19,216.60 120,352.40 15.97
Malanga 81,971.73 418,934.29 19.57
Mafalala 3,510.47 320,870.96 1.09
Unidade 7 2,331.89 170,467.38 1.37
Maxaquene A 2,428.35 302,656.36 0.80
FPLM 1,294.17 259,625.67 0.50
Mavalane A 10,967.34 288,298.97 3.80
Mavalane B 1,250.16 174,860.23 0.71
Luís Cabral 11,508.64 395,895.46 2.91
Inhagoia A 36,009.21 221,224.20 16.28
Inhagoia B 437,637.61 211,116.12 207.30
Nsalene 2,989.01 52,635.32 5.68
Urbanização 8,975.38 386,870.69 2.32
Totais 685,644.20 4,846,666.28
Índice Medio na área de intervenção 15.40
Tabela 61 - Índice de espaços públicos por habitantes
É importante, entretanto esclarecer que embora nalguns casos os índices sejam razoáveis, estes
bairros estão densamente ocupados, não sobram áreas livres, como atesta o levantamento dos
espaços abertos descrito nos capítulos anteriores.
A aparente área livre resulta do baixo índice de ocupação do solo, resultado de uma ocupação
não compacta, deixando bocados de área livre não aproveitável.
410
Análise das Características e Potencialidades dos Espaços Públicos
Não obstante a grande diversidade das formas e tamanhos encontrados nos espaços catalogados,
após a análise comparativa pormenorizada, foram identificados por bairro, os espaços (um ou
dois por bairro) que tecnicamente reúnem mais qualidades para transformar positivamente a
qualidade de vida dos residentes. Abaixo é apresentada a tabela síntese dos espaços com
informação circunstancial.
Socialização
Espaço
Chamancul , futebol Perimetra Solo
público -25.943925° 32.559853° 584,9
oD recreativo e l natural
aberto
comércio
Socialização
Espaço
, futebol Solo
Mikadjuine público -25.948997° 32.567825° Central 1458,4
recreativo e natural
aberto
comércio
Campo das
Xipamanin Desporto Perimetra Solo
Mangueira -25.948234° 32.563383° 2734,2
e recreativo l natural
s
Desporto
Campinho recreativo,
Solo
Mafalala da -25.952194° 32.570949° encontro, Central 2220,9
natural
Mafalala diversão
infantil
411
Diversão
Espaço
infantil, Solo
público -25.934082° 32.557316° Central 243,9
encontro e natural
aberto
socialização
Unidade 7
Estacionam
Vazio
ento, Perimetra Solo
público -25.931452° 32.556109° 181
Encontro e l natural
aberto
socialização
Encontro,
Espaço socialização
Solo
público -25.938574° 32.570812° e diversão Central 178,8
natural
aberto infantil e
fontanário
Aeroporto
A
Encontro,
Espaço socialização
32.569232° Solo
público -25.936381° e diversão Central 149,2
° natural
aberto infantil e
fontanário
Desporto
Aeroporto Campo da - recreativo e Perimetra Solo
_-25.938651° 5051,6
B vitória 32.564257° diversão l natural
infantil
Desporto
Vazio
recreativo, Solo
FPLM público -25.927022° 32.597353° Central 680,3
encontro e natural
aberto
socialização
Estacionam
Espaço
Mavalane ento, Solo
público -25.925723° 32.584765° Central 5202,5
A encontro e natural
aberto
socialização
Encontro,
Urbanizaçã Campo socialização Solo
-25.942792° 32.575548° Central 8871
o futebol e desporto natural
recreativo
Encontro,
Espaço diversão
Mavalane Solo
público -25.921461° 32.597934° infantil e Central 556,5
B natural
aberto comércio
informal
Solo
Luís Espaço Encontro e Perimetra
-25.929935° 32.541411° 1285,8 natural e
Cabral aberto socialização l
capim
412
Encontro,
Espaço diversão
Perimetra Solo
Inhagóia A público -25.917915° 32.555527° infantil e 620,7
l natural
aberto comércio
informal
Encontro,
Espaço
socialização Perimetra Solo
público -25.921913° 32.561825° 605,9
e comercio l natural
aberto
local
Nsalene
Solo
Estacionam
Espaço natural e
ento, Perimetra
público -25.914305° 32.564896° 252,1 concreto
encontro e l
aberto regularizad
socialização
o
Aspirações e Expectativas
Comunidade
De acordo com os testemunhos da comunidade em relação ao que esperam dos espaços a
intervencionar, encontramos duas correntes principais de opiniões:1) A faixa jovem é a favor de
locais para a prática desportiva, e também a favor da “praça digital”; e 2) a faixa adulta é a favor
de praças combinadas para uso infantil e de estar.
Importa referir que algumas das funções podem coexistir no mesmo espaço, pelo período/tempo
de uso de cada uma das faixas: tanto pelo tipo de mobiliário a contemplar; o mesmo mobiliário
de estar pode servir ao utente adulto de idade mais avançada que vai a procura de sombra e fresco;
como também ao internauta que precisa de se sentar comodamente para a sua actividade.
CMM
A expectativa do CMM é de um espaço público multidisciplinar que deverá responder às diversas
problemáticas mais comuns dos bairros informais. Esta deve responder a questões tão
transversais como empreendedorismo, saúde e apoio social, desporto, cultura entre outros.
Visualiza-se este espaço como uma centralidade do bairro.
Importa aqui lembrar a pequena dimensão dos espaços encontrados e o número baixo de espaços
livres encontrados.
Importa também lembrar que a construção do espaço comunitário central não suprime a
necessidade de espaços abertos qualificados, parte importante para a requalificação dos AI’s.
413
Mapa 47 - Espaços públicos potenciais no mapa integrado
414
6.2.2. Infraestrutura Urbana
Considera-se infra-estrutura urbana o conjunto dos sistemas técnicos gerais de suporte ao
funcionamento do território no seu todo, nomeadamente: (i) rede viária e mobilidade, onde
se incluem transportes; (ii) drenagem; (iii) sistema de abastecimento de água e saneamento;
(iv) resíduos sólidos urbanos; (v) energia eléctrica, iluminação e telecomunicações.
● Bairro Luís Cabral: a rede viária e pedonal de grande parte do Bairro cruza com as
linhas de drenagem naturais, ou seja, na ausência de órgãos de drenagem apropriados
durante o período de chuva as já fracas condições de mobilidade são agravadas bem
como surgimento de focos de erosão pluvial, exigindo acções de manutenção
frequentes. Contudo, verifica-se a existência de uma importante rede pedonal que
pela sua localização e características podem potenciar a mobilidade activa entre
espaços abertos, equipamentos existentes e transportes públicos rodoviários e
ferroviários. De uma forma geral, este Bairro apresenta uma rede eléctrica de média
extensão muito abrangente mas sobretudo associada às vias colectoras do Bairro,
constatando-se a necessidade de iluminação pública. Neste bairro verificam-se
algumas situações de estrangulamentos (A e B)37 das vias, os quais estão associados
37
https://drive.google.com/drive/folders/1OyftYBNOzoYKiNi82g_N5H1mgtMQqlpW?usp=sharing
à estrutura da propriedade que dada a sua localização poderão exigir acções de
reassentamento, ainda assim consiste num Bairro onde se verifica a existência de
áreas de ocupação ordenada;
● Bairros Inhagoia A e B: nestes dois Bairros em algumas situações as ruas existentes,
nomeadamente a Rua Rainha Santa e Valentim acompanham a rede viária e pedonal,
podendo assim auxiliar no encaminhamento correcto das águas pluviais, que drenam
naturalmente para a bacia do Rio Infulene. Também em termos de mobilidade activa
verifica-se a existência de alguns percursos pedonais que permitirão potenciar a
mobilidade entre espaços públicos abertos e equipamentos públicos e melhorar a
acessibilidade às actuais rotas de transporte. A inexistência de vias pavimentadas não
permite actualmente o acesso do transporte, e dificulta a acessibilidade dos
provedores dos serviços. Sendo que consiste num Bairro que integra
maioritariamente a tipologia de área de ocupação desordenada e inclusive impróprias
para habitação, verificando-se tal como o Bairro Luís Cabral alguns
estrangulamentos (C e D)38 associados à estrutura de propriedade o que aumenta a
probabilidade de reassentamento.
● Bairro Mavalane B: neste bairro constam algumas vias pavimentadas que coincidem
com as rotas de transporte e apresenta um grave problema de inundações que
condicionam inclusive alguns dos percursos pedonais existentes, espaços abertos e
equipamentos. Neste Bairro apesar de se verificar uma densidade populacional alta
(205-242 habitantes/ha), não se verificaram estrangulamentos viários, e a rede
pedonal existente dada a sua localização e características poderão oferecer uma
alternativa às rotas de transporte congestionadas.
De acordo com o PEUMM os perfis da rede viária, na área de intervenção que integra a
classe de Espaços Urbanizáveis, estão relacionados com a densidade das respectivas áreas,
alta, média e baixa, respectivamente 12m, 9m e 7 m e as vias pedonais 3m, 2,5m e 2m.
Contudo são admissíveis perfis inferiores desde que devidamente justificado. Contudo no
caso do Bairro Luís Cabral de acordo com o PPU à rede Estruturante e Distribuição Principal
Nível 2 aplicam-se perfis com um mínimo de 14m e às ruas pedonais 4m.
Drenagem
https://drive.google.com/drive/folders/1NG20CnjjWII0dGgbpfHucGnA48ubaoXJ?usp=sharing
38
https://drive.google.com/drive/folders/142uuJl8nvCo-atZW6FpR14tWQY2eDqdX?usp=sharing
https://drive.google.com/drive/folders/1If9t8MZGHjK2D8h8vMzD_A0ORMtc2LCN?usp=sharing
Da análise aos dados de levantamento na área de intervenção, constata-se que em geral todos
os bairros apresentam situações recorrentes de alagamentos, que tem um impacto negativo
na saúde e na economia das populações devido ao mau funcionamento e/ou inexistência de
infra-estruturas de drenagem.
Na área em análise, não existem sistemas estruturados para a drenagem das águas pluviais,
tendo sido identificados troços de macro drenagem ao longo de alguns arruamentos
perimetrais dos bairros e a nível de drenagem no interior dos bairros, com a excepção de
uma parte do bairro da Mafalala, não registo de nenhum microssistema integrado, sendo que
as trajectórias dos escoamentos tendem a coincidir com a direcção das vias estruturantes
ficando a topografia responsável pelo sentido dos escoamentos superficiais. Contudo, a
proliferação de construções desordenadas, lixiviação devido faltas de vias pavimentadas e a
prática do despejo de resíduos sólidos tem desviado e em alguns casos obstruído a trajectória
natural dos escoamentos superficiais, em alguns casos culminam com o bloqueio efectivo
de linhas de água.
Adicionalmente, foi constatado que nos bairros do PTUM, os solos são maioritariamente
argilosos com baixa permeabilidade, presença de nível freático alto e fraca disponibilidade
gravítica. Estes factores concorrem para a permanência de águas em depressões por períodos
relativamente longos (água estagnada), o que associado com a prática de despejo das águas
residuais domésticas em valas de drenagem, constitui um atentado a saúde pública.
Na área de estudo, foram identificadas (2) duas áreas de reserva municipal para inundações,
4 (quatro) áreas de inundações com elevada taxa de ocupação do solo, sendo que 8%
(1.4km2) da área total de ocorrência recorrente de alagamento durante os eventos de
precipitação e um total equivalente a 4% (0.7km2) de espaços públicos abertos, incluindo a
área do Jardim zoológico, que abaixo são analisados de acordo com a distribuição por bairro.
● Urbanização é um bairro cujos seus limites ao longo das Avenidas Acordos de Lusaka
e de Angola possuem valas de drenagem em estado razoável de funcionamento,
condicionado grandemente pela elevada quantidade de resíduos sólidos depositados
nelas, contudo o interior do bairro não há registo de sistemas de drenagem estruturados,
pelo que situações de alagamento no interior do bairro são frequentes em períodos
chuvoso. Os principais destinos das águas pluviais do bairro são as valas de drenagem
atrás mencionadas. Foram identificados 2 (dois) espaços públicos abertos identificados
no bairro que correspondem a cerca de 1% da área total do Bairro.
● Munhuana é um bairro com solos pouco permeáveis, pelo que é um bairro susceptível
a alagamento por excelência agravado pela pouca disponibilidade gravítica. O bairro
possui uma série de valas não revestidas para minimização dos alagamentos, e foram
identificados 4 (quatro) espaços públicos abertos, correspondentes a cerca de 4% da área
total do bairro. Estes espaços encontram-se nos sentidos de principais trajectórias dos
escoamentos superficiais pelo que poderá ser avaliada a possibilidade de uso para
amortecimento de cheias nas suas funcionalidades futuras.
● Luís Cabral é o bairro cujos caminhos naturais dos escoamentos superficiais atravessam
perpendicularmente às vias estruturantes, pelo que deverá ser acautelado a questão das
estruturas de atravessamento dada a sua proximidade com o vale de Infulene, destino
das águas pluviais. No bairro foram identificados 6 (seis) espaços públicos abertos
correspondentes a 0% da área total do bairro.
● Mavalane A é o bairro que apresenta uma grande área suscpetível a alagamento cerca
de (10%) da área, contudo a topografia do bairro drenagem a água para duas distintas
áreas, sendo parte da vala na Av. Acordos de Lusaka e outra drena em Direcção a rua
da Beira que fica estagnada pois a vedação em alvenaria do limite do Aeroporto.
Conforme acima descrito o bairro possui cerca de 10% da área com inundações naturais,
contudo são áreas densamente construídas, sendo que apenas 1% da área total do bairro
corresponde a 7 (sete) espaços públicos abertos.
● Malanga por possuir uma zona consolidada e estruturada coberta pelo rede de colectores
que drenagem para a praça 16 de Junho cujo problema está relacionado com o mau
estado de conservação dos colectores que condicionam o seu normal funcionamento e
a outra parte do bairro é caracterizada por ocupação desordenada condicionando o
percurso natural dos escoamentos superficiais que seguindo a disposição do relevo
tendem a drenar também pela praça 16 de Junho, durante este percurso causam erosão
pluvial ao longo do percurso. Este bairro apesar de possuir 10 (dez) espaços públicos
abertos, correspondentes a 5% da área total do bairro, os mesmo localizam-se em zonas
altas tecnicamente e/ou íngremes.
A rede de distribuição dos bairros a intervir é malhada com condutas muito antigas, em
fibrocimento sendo os ramais de ligação entre as adutoras e a entrada da rede executado com
diâmetro de 100 mm, e que alguns casos apresentam um número elevado de roturas segundo
os habitantes dos bairros.
Das famílias abastecidas pelo sistema de abastecimento de água das “Águas da Região de
Maputo” nos 20 bairros verificou-se que o acesso à água é condicionado por factores como
a capacidade do sistema de responder a demanda em termos de tempos de distribuição,
volumes distribuídos e pressão suficiente, bem como, a capacidade de pagar dos clientes
para manter as ligações activas.
A maioria das famílias sem acesso à água no quintal recorrem aos vizinhos que têm acesso
à água dentro do quintal, havendo apenas uma pequena percentagem que recorre aos
fontanários e poços como é o caso dos bairros Inhagoia B e Nsalene. As famílias que
recorrem aos vizinhos para terem acesso à água pagam valores médios de 5, 00 Mt/ dia por
bidão e em outros casos 100,00 a 200 Mt/mês.
Há a destacar iniciativas promovidas cuja aposta serviria para atenuar o impacto da COVID-
19. Alguns blocos sanitários nas zonas de maior densidade habitacional com o financiamento
da WSUP (Water and Sanitation for the Urban and Poor) com o objectivo de melhorar as
condições ambientais no bairro. Trata-se de sanitários construídos nos bairros com torneiras
que permitem o abastecimento de água às famílias, sendo que a revitalização através de
reparações/manutenção seria de extrema importância.
Saneamento
No que diz respeito à gestão de lamas fecais, o acesso dos camiões às residências para fazer
a retirada das lamas fecais nas residências, tem enfrentado muitas dificuldades para fazer o
esvaziamento das mesmas devido ao desordenamento territorial. Constata-se que as vias
existentes são de difícil acesso à passagem dos camiões principalmente nos bairros do
Distrito Nlhamankulu e KaMaxaquene.
Ao nível dos 20 bairros a gestão dos resíduos é feita a dois níveis, sendo o primeiro através
da colecta primária, onde faz-se a recolha porta-a-porta por associações ou micro empresas
contratadas pelo Conselho Municipal. Esta recolha é feita através de carrinhas de atracção
manual duas vezes por semana e de forma a abranger todas famílias, organiza-se uma escala
rotativa de duas vezes por semana em cada área do bairro.
O destino dos resíduos recolhidos nas famílias são os contentores localizados em pontos
estratégicos em cada bairro. Depois da deposição nos contentores inicia o segundo nível da
recolha denominado recolha secundária onde existem também empresas contratadas para
exercer essas actividades. Portanto, o principal objectivo das empresas de recolha secundária
é a remoção dos contentores com resíduos até a lixeira de Hulene.
Para além dos resíduos domiciliares, existem também os resíduos dos mercados, hospitais,
escolas e empresas, portanto para hospitais, há duas situações, uma das quais para os
resíduos considerados perigosos a gestão é feita pelo próprio ministério de saúde e são
levados para hospitais ou centros de saúde que tem incineradoras, e para os resíduos normais
(papéis, resíduos de poda entre outros) os hospitais contratam empresas especializadas para
sua recolha.
Para promover maior participação das famílias neste processo de gestão, existem
associações ao nível dos bairros que promovem acções de sensibilização, por forma a
garantir uma maior colaboração dos munícipes para manutenção da sua área habitacional
que consiste na promoção de jornadas de limpezas nas ruas, espaços abertos que muitas
vezes servem de locais de recreação para as crianças, assim como sensibilização para
preservação do ambiente através da separação e reutilização dos resíduos sólidos. Embora
ainda seja um grande desafio, pois ainda verifica-se a presença de muita areia nos sacos de
lixo, a mistura dos resíduos de poda com restos de comida.
Como segmento das acções promovidas pelas associações e empresas de reciclagem, nestes
bairros encontram-se catadores individuais que recolhem material plástico junto dos
contentores para vender para empresas de reciclagem, assim como nos mercados com
finalidade de uso doméstico, como é o caso de frascos de vidro, sacos de ráfia e latas, onde
nesse grupo encontram-se mais mulheres, comparado aos homens. Embora em menor
número de bairros abrangidos pelo PTUM, é importante frisar que há iniciativas de
compostagem que estão a ser desenvolvidas pela organização Engenharia Sem Fronteira.
Neste sentido também o acesso ao uso da propriedade por parte da mulher ainda constitui
um desafio, uma vez que sobretudo por razões culturais ainda é vedada à mulher a
titularidade do DUAT. Aliás em Moçambique historicamente as mulheres não podiam
possuir terra ou herdar e apesar dos esforços do Governo em eliminar esta desigualdade em
39
Estratégia e Plano de Acção de Género, Ambiente e Mudanças Climáticas, 2010
termos de protecção constitucional (UN Habitat, 2007) a aplicabilidade deste direito
continua a ser um desafio.
De acordo com dados do IDS40, as mulheres têm menos posse exclusiva de casa se
comparado com os homens (14% contra 28%, respectivamente) e também menos posse da
terra (apenas 13% de mulheres possuem exclusivamente terra contra 23% de homens da
mesma idade- entre os 15 e os 49 anos de idade). Estes dados acima estão em alinhamento
com os achados do levantamento, onde constatou-se também que a problemática das
disparidades de género em muitos destes bairros, parece estar principalmente ligadas à classe
social e o nível de escolarização, sendo as mulheres pobres sem independência económica
susceptíveis à continuação do controlo pelo sistema patrilinear e pela ideologia patriarcal,
que lhe limita acesso ao trabalho formal e a posse de recursos produtivos.
Como resultados das profundas mudanças socioeconómicas que vem ocorrendo ao nível do
país, em particular na Cidade de Maputo, com a democratização, migração laboral,
urbanização e ‘modernidade’ – embora sem alterar significativamente a posição dos homens,
que ainda dominam a vida política e económica, tem se registado aumento dos níveis
conscientização sobre equidade do género e participação das mulheres em processo de
desenvolvimento, que concorrem para o crescimento da participação da mulher na economia
informal e familiar, aumento dos níveis de posse recursos produtivos, como por exemplo, a
percentagem de mulheres que possuem o título de uso e aproveitamento da terra aumentou,
alcançando os 25% (ONU Mulheres e Cooperação Belga 2015)41.
Em termos de controlo de rendimento, uma dimensão chave para a autonomia das mulheres,
46% das mulheres que trabalham e têm rendimentos decidem como usar os seus rendimentos
sozinhas e 37% decidem juntamente com os seus esposos (IDS 2011). Estes dados alinham-
se com os achados do diagnóstico quanto a importância do acesso a recursos produtivos
pelas mulheres (por exemplo, acesso ao DUAT, emprego ou negócio estável, etc) como
factor de redução da pobreza, em particular juntos dos grupos mais vulneráveis, onde se
inserem a grande maioria dos agregados familiares chefiados por mulheres (viúva,
separada/divorciada).
40
Instituto Nacional de Estatística (INE), Ministério da Saúde (MISAU) e ICF
International/MEASURE DHS Program. Moçambique: Inquérito Demográfico e de Saúde.
Calverton, USA: INE, MISAU, 2011.
41
ONU Mulheres e Cooperação belga Organizações das mulheres rurais em Moçambique,
Relatório de Mapeamento. Março 2015.
públicas. E apesar do direito à participação na elaboração dos instrumentos de ordenamento
estar consagrado na lei, na realidade e sobretudo ao nível das comunidades locais a
participação ainda é maioritariamente feita pelos homens, com o ónus que as propostas
acabam por não integrar a visão que a mulher poderá ter do ordenamento que é proposto.
6.3. ANÁLISE ESTRATÉGICA: ELABORAÇÃO MATRIZ SWOT
Aproveitar os programas
municipais/governo virados para grupos
A ETAR que serve a área de vulneráveis para promover prática de
intervenção encontra-se distante o que colecta seletiva, circuitos culturais
dificulta a condução das águas residuais ambientais em praças comunitárias,
actividades e palestras para
conscientização ambiental.
Carência de recursos públicos para
Construção de novo Aterro Sanitário na
investir em infra-estrutura de
Katembe
saneamento
• Existe fraco nível conhecimento das questões de gênero e VBG, que acaba
influenciando negativamente o equilíbrio nas relações as questões de género, sendo
necessário apoiar o empoderamento social e econômico das famílias vulneráveis,
particularmente aquelas famílias chefiadas por mulheres, pois em muitos casos, estas
apresentam uma desvantagem a nível económico, devido ao seu fraco poder de
prover recursos para o seu sustento.
• Os casos de VBG, são muito pouco reportados, muitas vezes foram tratados ao nível
familiar, porém ao transcender este nível, são em primeira instância resolvidos pelos
líderes comunitários, em que juntam as duas partes (agressor e vítima) para uma
possível resolução, em caso de reincidência ou complexidade, os líderes buscam o
apoio do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) e do Tribunal Comunitário,
CAIVV, até ao tribunal, dependendo da gravidade e necessidade do agredido.
Constatou-se que sobre a área de intervenção incidem apenas dois planos de urbanização
aplicáveis aos Bairros de Luís Cabral e Maxaquene “A”, ou seja, em suma o principal
instrumento de ordenamento do território orientador e disciplinador do uso do solo consiste
no PEUMM, elaborado há mais de 10 anos e que já devia ter sido revisto. Também ao nível
da gestão do solo urbano, a informação constante do PEUMM não é suficiente para proceder
à regularização fundiária, cujo nível de detalhe é apenas possível em Planos Parciais de
Urbanização através de Unidades de Execução e Planos de Pormenor. Por outro lado, ainda
em termos de gestão do solo urbano constatou-se a existência de desigualdades de género
no acesso à terra e na participação activa da mulher nos processos de desenvolvimento
territorial. Assim recomenda-se a elaboração de instrumentos de ordenamento territorial de
nível inferior ao PEUMM em todos os bairros que não disponham de planos de urbanização
e ou pormenor aprovados e atendam aos seguintes pressupostos:
Por outro lado, conforme decorre da lei os particulares devem ter acesso aos instrumentos
de ordenamento, tendo o CMM disponibilizado em tempos, um site online, com o objectivo
de agrupar toda a informação respeitante ao Ordenamento do Território para que pudesse
ser facilmente acessível aos interessados, contudo este foi descontinuado. Outro dos
constrangimentos prende-se com o facto de muitas vezes as equipas que elaboram os planos,
entregam as versões finais em pdf, ou em AUTOCAD o que inviabiliza a sua colocação no
SIGEM e exige um trabalho adicional aos técnicos para que esta informação seja transposta
para shapefile. Assim, recomenda-se que seja dada especial atenção ao tratamento da
informação respeitante ao Ordenamento do Território e a sua disponibilização pública.
Na área de estudo, foram identificadas (2) duas áreas de reserva municipal para inundações,
sendo que 8% equivalente 1.4km2 da área total de ocorrência recorrente de alagamento
durante os eventos de precipitação e um total a 4% equivalente 0.7km2 de espaços públicos
abertos, superando 1.5% recomendado para a contenção de custos de drenagem através de
amortecimento do caudal, que se encontram distribuídos conforme a tabela abaixo.
Tabela 63 - Avaliação das Áreas total dos espaços públicos abertos, áreas serem drenadas e áreas de alagamento
De forma geral a disponibilidade na área de intervenção se apresenta baixa. O universo
populacional de 264 054 habitantes pressupõe uma necessidade de 4 818 985,5 m3/ano, no
entanto, os dados do levantamento mostram fornecimentos na ordem de 673 725 m3/ano,
considerando o sistema da AdeM, mostrando que o fornecimento ainda se encontra longe de
satisfazer a necessidade.
O saneamento nos assentamentos informais apresenta-se sob duas vertentes, podendo ser
colectivo ou individual. O saneamento colectivo é apresentado principalmente nos chamados
camponês, onde vivem agregados de famílias diferentes no mesmo quintal nas quais mais
de 15 pessoas encontram-se a compartilhar o mesmo sanitário. O Distrito Municipal
Nlhamankulu apresenta a maior taxa de uso de saneamento colectivo em relação aos outros
distritos municipais, mercê da sua disposição territorial e a densidade populacional. O
saneamento individual compreende os sistemas que servem famílias de forma individual
através de latrinas.
As latrinas existentes apresentam um tempo de vida útil acelerado devido ao elevado nível
do lençol freático. A rede de recolha de águas residuais cobre uma porção pequena da área
de intervenção (alguns bairros do distrito Nlhamankulu), correspondendo à área consolidada
dos respectivos bairros. Entretanto, na área informal, nos bairros de Chamanculo D,
Xipamanine, Maxaqueni A, Mafalala e Urbanização, os beneficiados pelo sistema de
drenagem de águas pluviais fazem a deposição dos resíduos domésticos nas respectivas
valas, por falta de espaço nos seus lotes para a gestão, causando poluição nos arredores.
O tempo de enchimento das latrinas e fossas em média é inferior a um ano nas zonas onde
possuem o nível de lençol freático elevado, o que tem causado vários transtornos aos
usuários, a título de exemplo são os quintais que ficam com o lodo enterrado em
quase toda a sua área de ocupação.
Os moradores dos bairros de Chamanculo D, Mafalala, Urbanização, Maxaqueni,
Xipamanine e Luís Cabral, efectuam o lançamento das águas residuais nas valas de
drenagem contribuindo para a disseminação de maus odores e proliferação de insetos e
rastejantes veículos de transmissão de doenças como malária, cólera e outras.
O sistema de rede de colectores apenas beneficia a zona consolidada dos bairros da Mafalala,
Chamanculo A, Chamanculo D e Malanga, sendo que as caixas de visita na sua maioria
apresentam um estado elevado de degradação, ligado ao tempo de vida útil, causado
desconforto nas redondezas.
Actualmente nos assentamentos informais a gestão das lamas fecais é realizado por
operadores privados e organizações baseadas na comunidade (OCB’s) com
encaminhamento para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), sendo que na
maioria dos casos a gestão e deposição do lodo fecal é realizada nos quintais das residências.
Os serviços das OCB’s apresentam uma taxa de cobertura bastante reduzida, sendo
complementada pelos operadores privados de recolha de águas residuais. Entretanto, o
elevado custo dos equipamentos para o esvaziamento do lodo fecal nas latrinas e o baixo
poder financeiro das famílias torna a actividade insustentável levando ao abandono da
actividade pelas associações
As soluções aplicáveis à rede viária, mobilidade e transportes exige uma articulação com
planeamento do território e os usos do solo, uma alteração dos modos e formas de utilização,
de forma que a intervenção garanta uma melhoria da acessibilidade e dos tempos de
deslocação casa trabalho. Neste sentido devem assim ser privilegiadas as vias activas de
mobilidade que possam interligar espaços públicos, equipamentos e interfaces de transportes
contribuindo também para um objectivo mais alargado que consiste na neutralidade
carbónica. Na área de intervenção apesar de constar uma importante rede viária, constou-se
a existência de algumas zonas de menor conectividade, associadas ao elevado tempo
necessário da viagem casa trabalho, às quais ainda se constata a não pavimentação das vias,
o seu carácter sinuoso, perfis reduzidos, que inviabilizam a implantação de serviços básicos,
bem como ausência de órgãos de drenagem. Assim para estas zonas recomenda-se:
• Uma intervenção na rede viária e pedonal que garanta a sua conectividade a nível
interno e externo.
• Os catadores de lixo, são expostos a riscos de saúde uma vez nenhum tratamento
específico é dado aos resíduos sólido, a par de que estes são estigmatizados pelas
comunidades, sendo importante empoderar este grupo ou promover esta prática junto
destes e outros grupos vulneráveis nas comunidades, como forma de garantir a
geração de renda e contribuir para o desenvolvimento da economia do Município.
8. Referências bibliográficas
● AdeM (2021). Dados de gestão operacional dos sistemas do mês de Janeiro a Outubro
de 2020
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● Bourdieu, P. (1998). A Dominação Masculina. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand.
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● Matsinhe N.P., Juízo D., Macheve B., Santos C. (2008) Regulation of water resale
activities in peri-urban areas of Maputo..
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● Pedreira, L., et al. (2017). Nota Técnica: Índices de Áreas Verdes do Município do Rio
de Janeiro. RIO, Conservação e meio Ambiente
● Sílvia Jorge e João Tique, «Fundo para o Fomento à Habitação de quem ?», Cidades
[Online], 41 | 2020, posto online no dia 30 dezembro 2020, consultado o 19 maio 2021.
URL: http://journals.openedition.org/cidades/3082
● Urban green spaces and health. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe, 2016.
● Mapas dos espaços públicos abertos, zonas de alagamento e caminhos naturais dos
escoamentos