Reot PDM V1 30 05 2022 RC

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IDANHA-A-NOVA

1a REVISÃO DO
RELATÓRIO SOBRE 0 ESTADO DO
PLANO DIRETORMUNICIPAL ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
DE IDANHA-A-NOVA (REOT)
I MAIO de 2022
I________ _ _____ _ _____ _ _________________________

CÂMARA MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA


FICHA TÉCNICA

TÍTULO: RELATÓRIO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO (REOT)

DESCRIÇÃO: Relatório que pretende apresentar a avaliação das transformações do


território e a execução dos PMOT em vigor.

PRODUÇÃO: Município de Idanha-a-Nova

DATA DE PRODUÇÃO: 2022

COORDENAÇÃO GERAL: Joana Rossa | Arquitetura

EQUIPA TÉCNICA: Joana Rossa | Arquitetura

COLABORAÇÃO: Nuno Monteiro | Proteção Civil


Patrícia Dias | Arqueologia
Paulo Longo | Antropologia

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 1


L i s t a d e Acrónimos e Siglas

APA Agência Portuguesa do Ambiente


CAOP Carta Administrativa Oficial de Portugal
CCDRC Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
CEB Ciclo do Ensino Básico
CEF Cursos de Educação e Formação
CMPC Comissão Municipal de Proteção Civil
CRUS Carta de regime do uso do solo
DGADR Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
DGESTE Direção-geral dos estabelecimentos escolares
DGT Direção-Geral do Território
EEC Estratégias de Eficiência Coletiva
ELH Estratégia Local de Habitação
ENCNB Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade
ENF Estratégia Nacional para as Florestas
ERSAR Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
GNR Guarda Nacional Republicana
IGT Instrumentos de Gestão Territorial
INE Instituto Nacional de Estatística
IPA Inventário do Património Arquitetónico
IPCB Instituto Politécnico de Castelo Branco
Lei de Bases de Política Pública de Solos, do Ordenamento do Território e do Urbanismo - Lei n.º
LBPOTU
31/2014 de 30 de maio, na sua redação atual
NUT Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos
ORU Operações de Reabilitação Urbana
PANCD Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação
PDM Plano Diretor Municipal
PENSAAR Plano Estratégico Nacional dos Serviços de Abastecimento de Água e de Águas Residuais
PERSU Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos
PIB Produto Interno Bruto
PIICIE Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar
PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território
PNAAS Plano Nacional de Ação Ambiente e Saúde
PNAC Programa Nacional para as Alterações Climáticas
PNPOT Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
PNUEA Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água
PORDATA Base de Dados Portugal Contemporâneo
PROF CI Programa Regional de Ordenamento Florestal do Centro Interior
PROT-C Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro
PSRN Plano Setorial da Rede Natura 2000
RAN Reserva Agrícola Nacional
REN Reserva Ecológica Nacional
REOT Relatório sobre o Estado de Ordenamento do Território
RJIGT Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
SMPC Serviço Municipal de Proteção Civil
U.F. União de Freguesia
UCCI Unidade de Cuidados Continuados Integrados
UOPG Unidade Operativa de Planeamento e Gestão
VALNOR Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos do Norte Alentejano, S.A.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 2


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 9
2. METODOLOGIA .................................................................................................................................................... 10
3. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL ............................................................................................................................ 12
4. INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO MUNICIPAL ...................................................................................................... 14
4.1 - PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA ............................................................................................. 14
4.1.1 – COMPOSIÇÃO .......................................................................................................................................... 15
4.1.1.1 - PLANTA DE ORDENAMENTO ............................................................................................................... 16
4.1.1.2 - PLANTA DE CONDICIONANTES .......................................................................................................... 22
4.2 – PLANOS DE PORMENOR .................................................................................................................................... 26
5. AVALIAÇÃO DO ESTADO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL – DINÂMICAS OCORRIDAS NO CONCELHO DE IDANHA-A-
NOVA ........................................................................................................................................................................... 29
5.1 – OCUPAÇÃO TERRITORIAL .................................................................................................................................. 30
5.1.1 – AGLOMERADOS URBANOS ........................................................................................................................ 38
5.2 - DEMOGRAFIA ................................................................................................................................................... 45
5.2.1 – Indicadores de Demografia ............................................................................................................................45
População residente total .....................................................................................................................................46
População estrangeira com estatuto legal de residente ...............................................................................48
Saldo natural.............................................................................................................................................................49
Saldo migratório .......................................................................................................................................................50
Saldo total .................................................................................................................................................................51
Estrutura etária da população residente ............................................................................................................52
Índice de dependência .........................................................................................................................................54
Dimensão média das famílias ...............................................................................................................................55
Famílias unipessoais .................................................................................................................................................56
Núcleos familiares monoparentais .......................................................................................................................57
População residente segundo o nível de escolaridade .................................................................................58
Taxa de analfabetismo ...........................................................................................................................................59
5.2.2 – Análise dos Resultados .....................................................................................................................................60
5.3 – PARQUE EDIFICADO .......................................................................................................................................... 62
5.3.1 – Indicadores de Parque Edificado ....................................................................................................................62
Evolução do número de Edifícios .........................................................................................................................63
Edifícios por época de construção ......................................................................................................................64
Edifícios licenciados ................................................................................................................................................65
Edifícios licenciados para habitação familiar ....................................................................................................66
Evolução do número de Alojamentos familiares ..............................................................................................67
Alojamentos familiares clássicos por forma de ocupação .............................................................................68
5.3.2 – Análise dos Resultados .....................................................................................................................................69
5.4 – ATIVIDADES ECONÓMICAS ............................................................................................................................... 71

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 3


5.4.1 – Indicadores de Atividades Económicas ..........................................................................................................71
População residente Empregada, por setor de atividade .............................................................................72
População residente empregada, por situação na profissão .......................................................................73
Pessoal ao serviço nas empresas não financeiras ............................................................................................74
Desempregados inscritos IEFP (média anual) ....................................................................................................75
Taxa de Desemprego .............................................................................................................................................76
Evolução do número de Empresas não financeiras .........................................................................................77
Empresas não financeiras por sector de atividade económica ....................................................................78
Evolução do número de Alojamentos Turísticos ................................................................................................80
Capacidade nos Alojamentos Turísticos .............................................................................................................82
Hóspedes nos alojamentos turísticos....................................................................................................................83
Dormidas nos alojamentos turísticos ....................................................................................................................84
Estada média nos alojamentos turísticos ............................................................................................................85
5.4.2 – Análise dos Resultados .....................................................................................................................................86
5.5 - AMBIENTE ......................................................................................................................................................... 88
5.5.1 – Indicadores de Ambiente ................................................................................................................................88
Qualidade do ar ......................................................................................................................................................89
Qualidade da água para consumo humano....................................................................................................90
Água distribuída por habitante .............................................................................................................................91
Águas residuais drenadas por habitante ............................................................................................................92
Consumo de energia elétrica por habitante .....................................................................................................93
Resíduos urbanos por tipo de recolha .................................................................................................................94
Resíduos para aterro ...............................................................................................................................................95
Despesas dos municípios em ambiente ..............................................................................................................96
5.5.2 – Análise dos Resultados .....................................................................................................................................97
5.6 – EQUIPAMENTOS COLETIVOS .............................................................................................................................. 98
5.6.1 – Indicadores de Equipamentos Coletivos ........................................................................................................99
Equipamentos Educativos ....................................................................................................................................100
Equipamentos de Solidariedade e Segurança Social....................................................................................102
Equipamentos de Saúde ......................................................................................................................................104
Equipamentos Desportivos ...................................................................................................................................105
Equipamentos de Cultura e Tempos Livres .......................................................................................................106
Equipamentos de Segurança e Proteção Civil ...............................................................................................107
5.6.2 – Análise dos Resultados ...................................................................................................................................108
6. AVALIAÇÃO DO ORDENAMENTO E PLANEAMENTO TERRITORIAL .......................................................................... 109
6.1 – PLANOS MUNICIPAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ................................................................................. 110
6.2 – PLANO DIRETOR MUNICIPAL ............................................................................................................................ 110
6.2.1 – ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 111
6.2.2 – DINÂMICA DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL ............................................................................................. 113
6.2.2.1 – Alterações sujeitas a Regime Simplificado .................................................................................................114
6.2.2.2 – Alteração por adaptação (a aguardar publicação) ...............................................................................117

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 4


6.2.2.3 – Alteração regime normal (a aguardar publicação) .................................................................................118
6.2.3 – UNIDADES OPERATIVAS DE PLANEAMENTO E GESTÃO ............................................................................... 121
6.2.4 – AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE EXECUÇÃO .................................................................................................. 123
6.2.4.1 – Demografia .......................................................................................................................................... 124
6.2.4.2 – Atividades Económicas ........................................................................................................................ 126
6.2.4.3 – Habitação e Equipamentos Coletivos .................................................................................................. 136
6.2.4.4 – Acessibilidades e Infraestruturas Urbanas ............................................................................................. 144
6.2.4.5 – Património Cultural e Natural ................................................................................................................ 148
6.3 – PLANOS DE PORMENOR .................................................................................................................................. 158
6.4 – OUTROS INSTRUMENTOS DE CARIZ ESTRATÉGICO, COM INCIDÊNCIA TERRITORIAL ............................................. 162
6.4.1 – ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO ......................................................................................................... 162
6.4.2 – OPERAÇÕES DE REABILITAÇÃO URBANA (ORU) ........................................................................................ 167
7. SÍNTESE E CONTRIBUTOS PARA A REVISÃO DO PDM ............................................................................................. 170
7.1 – SÍNTESE DOS FATORES DE MUDANÇA INTERNOS ............................................................................................... 170
7.2 – SÍNTESE DAS ALTERAÇÕES AO CONTEXTO LEGAL E ESTRATÉGICO ..................................................................... 174
7.3 – CONTRIBUTOS PARA A REVISÃO DO PDM DE IDANHA-A-NOVA ....................................................................... 180
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................... 182

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 5


ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Enquadramento territorial do Município de Idanha-a-Nova ................................................................. 12


Figura 2 - Planta de Ordenamento do PDM de Idanha-a-Nova (1994) ................................................................ 16
Figura 3 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Ecológica Nacional .... 22
Figura 4 - Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Agrícola Nacional ........ 24
Figura 5 - Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Outros condicionantes ............... 26
Figura 6 - Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova .................................................................... 27
Figura 7 - Plano de Pormenor da Zona Industrial da Vila de Penha Garcia ......................................................... 28
Figura 8 – Classes de uso e ocupação do solo| Concelho de Idanha-a-Nova | 1995 e 2018 ....................... 33
Figura 9 – Variação da População residente total| Região Centro | 2011 – 2021............................................ 47
Figura 10 - Objetivos setoriais e as suas relações de dependência | PDM de Idanha-a-Nova (1994) ........ 112
Figura 11 – Variação do número de Alojamentos| Freguesias | 2011 – 2021 ................................................... 137
Figura 12 – Suspensão Parcial do PP da Zona Industrial de Idanha-a-Nova | Área sujeita a medidas
preventivas ...................................................................................................................................................................... 160
Figura 13 – Evolução dos Territórios artificializados| Zona Industrial de Idanha-a-Nova | 1995 e 2018........ 160
Figura 14 – Territórios artificializados| Zona Industrial de Penha Garcia | 1995, 2007 e 2018 ......................... 161

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Reorganização administrativa das freguesias do Município de Idanha-a-Nova ........................... 13


Quadro 2 – Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova .............................................................................. 14
Quadro 3 – Composição do Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova ................................................ 15
Quadro 4 – Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova | Espaços não
urbanos .............................................................................................................................................................................. 17
Quadro 5 – Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova | Espaços
predominantemente urbanos ....................................................................................................................................... 18
Quadro 6 – Grandes classes, classes e categorias de espaço consideradas no Plano Diretor Municipal
(PDM) de Idanha-a-Nova ............................................................................................................................................... 19
Quadro 7 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Ecológica Nacional . 23
Quadro 8 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Agrícola Nacional .... 24
Quadro 9 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Outros condicionantes ........... 25
Quadro 11 – Definição das classes de Nível 1 da COS aplicáveis ao concelho de Idanha-a-Nova.............. 31
Quadro 12 – Evolução da ocupação das classes de uso do solo | Concelho de Idanha-a-Nova | 1995 e
2018 ..................................................................................................................................................................................... 32
Quadro 13 – Definição das classes de Nível 3 da COS (Territórios Artificializados) aplicáveis ao concelho de
Idanha-a-Nova ................................................................................................................................................................. 34
Quadro 14 – Territórios Artificializados (Classes Nível 3, COS 2018) ......................................................................... 36
Quadro 15 – Evolução da população residente por dimensão dos lugares | Concelho | 1991 e 2011 ....... 39
Quadro 16 – Hierarquização dos centros urbanos do concelho de Idanha-a-Nova | (PDM) de Idanha-a-
Nova, em vigor ................................................................................................................................................................. 39
Quadro 17 – População residente por lugar censitário | Concelho | 2011 ........................................................ 41
Quadro 18 – Área das diferentes subcategorias de Solo Urbano no Plano Diretor Municipal (PDM) de
Idanha-a-Nova em vigor (em hectares e peso percentual) ................................................................................... 43
Quadro 19 – Saldo Natural| Portugal e Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020 ............................. 49
Quadro 20 – Famílias monoparentais| Município de Idanha-a-Nova | 2001 e 2011 ......................................... 57
Quadro 21 – Evolução da população residente empregada, por setor de atividade |Município|1981, 2001
e 2011 ................................................................................................................................................................................. 72
Quadro 22 – Empresas não financeiras por sector de atividade económica|Município|2011 e 2020 ......... 78
Quadro 23 - Equipamentos de educação e ensino, em atividade, natureza pública| Município de Idanha-
a-Nova | Ano letivo de 2019/2020 ............................................................................................................................. 100
Quadro 24 - Equipamentos de educação e ensino, em atividade, natureza privada| Município de Idanha-
a-Nova | Ano letivo de 2019/2020 ............................................................................................................................. 100
Quadro 25 – Equipamentos de Apoio à Infância (Creches) |Natureza pública e privada |Ano letivo de
2019/2020 ......................................................................................................................................................................... 102
Quadro 26 - Equipamentos de Apoio à Terceira Idade e respetivas valências, por freguesia | 2022 ......... 102
Quadro 27 - Equipamentos de Saúde, por freguesia | 2022 ................................................................................. 104
Quadro 28 - Equipamentos Desportivos, por freguesia | 2022.............................................................................. 105
Quadro 29 - Equipamentos de Cultura e Tempos Livres | Município de Idanha-a-Nova | 2022 .................. 106

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 6


Quadro 30 - Equipamentos de Segurança e Proteção Civil | Freguesias | 2022 ............................................. 107
Quadro 31 - Síntese da evolução dos indicadores - demografia ........................................................................ 125
Quadro 32 - Síntese da evolução dos indicadores – atividades económicas................................................... 135
Quadro 33 - Síntese da evolução dos indicadores – Habitação .......................................................................... 138
Quadro 34 - Nível de execução das ações propostas no PDM em vigor: Habitação ..................................... 139
Quadro 35 - Nível de execução das ações propostas no PDM em vigor: Equipamentos Coletivos ............. 143
Quadro 36 – Extensões viárias totais | 1994-2021..................................................................................................... 145
Quadro 37 - Nível de execução das ações propostas no PDM em vigor: Acessibilidades e Infraestruturas
Urbanas ............................................................................................................................................................................ 147
Quadro 38 - Imóveis Classificados – Concelho de Idanha-a-Nova ..................................................................... 155
Quadro 39 - Alterações ao património classificado e em vias de classificação desde 1994 - 2022 ............. 157
Quadro 40 – Quadro síntese da ocupação do solo ............................................................................................... 158
Quadro 41 – Quadro síntese da ocupação do solo ............................................................................................... 161
Quadro 42 – Estratégia Local de Habitação | Programas a Desenvolver | Quadro Síntese......................... 166
Quadro 43 – Delimitação das 17 áreas de Reabilitação Urbana (ARU) | Quadro Síntese ............................. 168
Quadro 42 - Quadro de Referência Estratégico | Âmbito Nacional, Regional e Municipal .......................... 175

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Proporção de Ocupação de Solo pelos Espaços não Urbanos e Espaços predominantemente
Urbanos, consideradas no Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova ................................................... 19
Gráfico 2 – Proporção da Ocupação de Solo pelas diferentes Classes de Espaços consideradas no Plano
Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova ............................................................................................................... 20
Gráfico 3 – Variação da ocupação das classes de uso do solo | Concelho de Idanha-a-Nova | 1995 a
2018 ..................................................................................................................................................................................... 32
Gráfico 4 - Territórios Artificializados (Classes Nível 3, COS 2018) ............................................................................ 36
Gráfico 5 - População residente total | Município de Idanha-a-Nova | Censos 1991 – 2021 ......................... 46
Gráfico 6 – Variação da População residente total, por freguesia | 1991 – 2021 ............................................. 46
Gráfico 7 – Variação da População residente total | Portugal, Continente, Beira Baixa e Região Centro |
2011 – 2021 ........................................................................................................................................................................ 47
Gráfico 8 - População estrangeira com estatuto legal de residente | Município de Idanha-a-Nova | 2008 –
2020 ..................................................................................................................................................................................... 48
Gráfico 9 - População estrangeira com estatuto legal de residente, por nacionalidade | Município de
Idanha-a-Nova | 2008 e 2020 ....................................................................................................................................... 48
Gráfico 10 - Saldo Natural| Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020 .................................................. 49
Gráfico 11 - Saldo Migratório| Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020 ............................................. 50
Gráfico 12 - Saldo Total, Natural e Migratório| Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020 ................ 51
Gráfico 13 - Estrutura Etária da População Residente (por Grupos Etários) | 1981 e 2011 ............................... 52
Gráfico 14 - Estrutura Etária da População Residente (por Grandes Grupos Etários) | Município | 2021 ..... 53
Gráfico 15 - Estrutura Etária da População Residente (por Grandes grupos Etários) | Freguesias | 2021..... 53
Gráfico 16 – índices de dependência| País, Região Centro, Beira Baixa e Município de Idanha-a-Nova |
2001, 2011 e 2020 ............................................................................................................................................................. 54
Gráfico 17 – Evolução do número e da dimensão média das famílias residentes | Município de Idanha-a-
Nova | 1960, 1981, 2001 e 2011..................................................................................................................................... 55
Gráfico 18 – Proporção n.º de famílias clássicas unipessoais - pessoas com 65 ou mais anos / n.º de famílias
unipessoais | Freguesias do Município de Idanha-a-Nova | 2011 ........................................................................ 56
Gráfico 19 – Proporção entre o n.º de famílias monoparentais com pai com filhos e o n.º de famílias
monoparentais com mãe com filhos | Freguesias do Município de Idanha-a-Nova | 2011........................... 57
Gráfico 20 – População residente segundo o nível de escolaridade | Município de Idanha-a-Nova | 2001,
2011 e 2021 ........................................................................................................................................................................ 58
Gráfico 21 – População residente analfabeta, total e por sexo e Taxa de Analfabetismo | Município de
Idanha-a-Nova |1981, 2001 e 2011 .............................................................................................................................. 59
Gráfico 22 – Taxa de Analfabetismo | Freguesias |2011 ......................................................................................... 59
Gráfico 23 – Edifícios segundo os Censos: total| Município |2001, 2011 e 2021 ................................................. 63
Gráfico 24 – Variação do número de Edifícios| Freguesias | 2011-2021.............................................................. 63
Gráfico 25 – Edifícios por época de construção|Município|2021 ........................................................................ 64
Gráfico 26 – Edifícios por época de construção| Freguesias |2021 ..................................................................... 64
Gráfico 27 – Edifícios licenciados: total e por tipo de obra| Município |2009-2020 .......................................... 65
Gráfico 28 – Edifícios licenciados para habitação familiar: total e por tipo de obra| Município |2009-2020
............................................................................................................................................................................................. 66
Gráfico 29 – Edifícios licenciados para habitação familiar: total e por tipo de obra| Município |2009-2020

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 7


............................................................................................................................................................................................. 66
Gráfico 30 – Número de Alojamentos Familiares | Município de Idanha-a-Nova |2001, 2011 e 2021 .......... 67
Gráfico 31 – Variação do número de Alojamentos Familiares | Freguesias |2011 - 2021 ................................ 67
Gráfico 32 – Alojamentos familiares clássicos por forma de ocupação | Município |2001, 2011 e 2021 ..... 68
Gráfico 33 – Alojamentos familiares clássicos vagos | Freguesias|2021 .............................................................. 68
Gráfico 34 – Evolução da população residente empregada por setor de atividade |Município|1981, 2001
e 2011 ................................................................................................................................................................................. 72
Gráfico 35 – População residente empregada, por situação na profissão | Portugal, NUTS II, NUTS III,
Município|2011 ................................................................................................................................................................ 73
Gráfico 36 – Pessoal ao serviço nas empresas não financeiras |Município|2009-2020 .................................... 74
Gráfico 37 – Média Anual de Desempregados|Município|2009-2020 ................................................................. 75
Gráfico 38 – Desempregados inscritos em % da população residente com 15 a 64 anos | Portugal, NUTS II,
NUTS III, Município|2020 .................................................................................................................................................. 75
Gráfico 39 –Evolução da Taxa de Desemprego | Portugal, NUTS II, NUTS III, Município|1981, 2001 e 2011 .. 76
Gráfico 40 – Taxa de Desemprego, por sexo | Portugal, NUTS II, NUTS III, Município|2011 ............................... 76
Gráfico 41 – Número de Empresas não financeiras|Município|2009-2020.......................................................... 77
Gráfico 42 – Rácio de Empresas não financeiras por 100 habitantes| Portugal, NUTS II, NUTS III, Município
|2020 .................................................................................................................................................................................. 77
Gráfico 43 – Variação do número de Empresas não financeiras por sector de atividade
económica|Município|2011-2020 ............................................................................................................................... 79
Gráfico 44 – Número de alojamentos turísticos | NUTS II, NUTS III, Município |2009-2020 .................................. 80
Gráfico 45 – Número de alojamentos turísticos, por tipo| Município|2009-2020 ................................................ 80
Gráfico 46 – Proporção do número de alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da Beira
Baixa|2020 ........................................................................................................................................................................ 81
Gráfico 47 – Número de camas nos alojamentos turísticos | Município de Idanha-a-Nova|2009-2020 ....... 82
Gráfico 48 – Proporção do número de camas em alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da
Beira Baixa|2020 .............................................................................................................................................................. 82
Gráfico 49 – Número de Hóspedes nos alojamentos turístico | NUTS II e Município de Idanha-a-Nova|2009-
2020 ..................................................................................................................................................................................... 83
Gráfico 50 – Proporção do número de Hóspedes nos alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da
Beira Baixa|2020 .............................................................................................................................................................. 83
Gráfico 51 – Dormidas nos alojamentos turísticos | NUTS II e Município de Idanha-a-Nova|2009-2020 ........ 84
Gráfico 52 – Proporção do número de Dormidas nos alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da
Beira Baixa|2020 .............................................................................................................................................................. 84
Gráfico 53 – Evolução estadia média nos alojamentos turísticos | Portugal, NUTS II, Município|2009-2020 . 85
Gráfico 54 – Estadia Média nos alojamentos turísticos | Portugal, NUTS II, NUTS III, Município|2020 ............... 85
Gráfico 55 – Índice da qualidade do ar anual (n.º de dias/ano) |Municípios de Vouzela e Fundão |2010 e
2018 ..................................................................................................................................................................................... 89
Gráfico 56 – Qualidade da água para consumo humano | Município de Idanha-a-Nova |2009-2020 ...... 90
Gráfico 57 – Água distribuída por habitante (m³/ hab.) | País, Região Centro, Beira Baixa e Município de
Idanha-a-Nova |2011-2019............................................................................................................................................ 91
Gráfico 58 – Águas residuais drenadas por habitante (m³/ hab.) | Região Centro, Beira Baixa e Município
de Idanha-a-Nova |2011-2019 ..................................................................................................................................... 92
Gráfico 59 – Consumo de energia elétrica pro habitante (KWh) | Município |2009-2020 ............................... 93
Gráfico 60 – Consumo de energia elétrica pro habitante (KWh) | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
|2020 .................................................................................................................................................................................. 93
Gráfico 61 – Resíduos urbanos por tipo de recolha (Toneladas) | Município |2009-2020 ................................ 94
Gráfico 62 – Percentagem de recolha seletiva de resíduos urbanos | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
|2020 .................................................................................................................................................................................. 94
Gráfico 63 – Percentagem de resíduos para aterro | Município |2009-2020 ...................................................... 95
Gráfico 64 – Percentagem de resíduos para aterro | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios |2020 ................. 95
Gráfico 65 – Despesas do município em Ambiente (Euro – Milhares) | Município |2009-2020 ........................ 96
Gráfico 66 – Despesas dos municípios em ambiente (%) | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios |2019 ........ 96
Gráfico 67 – Variação do número de explorações agrícolas, por classes |Município|1989 - 2019 ............. 129
Gráfico 68 – Variação da superfície agrícola utilizada, por classes |Município|1989 - 2019......................... 129
Gráfico 69 – População residente empregada, por setor | Município |1981, 2001 e 2011 ........................... 130

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 8


1. INTRODUÇÃO

Sucedidos mais de vinte e sete anos sobre a entrada em vigor do Plano Diretor Municipal (PDM)
de Idanha-a-Nova, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 43/94, publicada no
Diário da República, 1.ª série-B, n.º 140, de 20 de junho de 1994, e alterado pela Declaração n.º
28/2001, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 21, de 25 de janeiro de 2001 e
Declaração n.º 4/2004, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 298, de 08 de janeiro de
2004, torna-se premente proceder à sua revisão, face à evolução das condições ambientais,
económicas, sociais e culturais que lhe estão subjacentes, e que conduziu à sua desadequação,
bem como ao próprio quadro legislativo, em vigor, com âmbito direto e indireto sobre o
ordenamento do território, que se impõe substantivamente diferente do que esteve na base da
sua elaboração e com o qual é preciso convergir integralmente.

A Lei de Bases de Política Pública de Solos, do Ordenamento do Território e do Urbanismo


(LBPOTU) - Lei n.º 31/2014 de 30 de maio, na sua redação atual), procedeu a uma reforma
estruturante, tanto do ponto de vista dos conteúdos, no sentido de definir um conjunto de normas
relativas à disciplina do uso do solo, como do ponto de vista do seu sistema jurídico, com objetivo
de traduzir uma visão conjunta do sistema de planeamento e dos instrumentos de política de
solos.

Por sua vez, o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT - Decreto-Lei n.º
80/2015 de 14 de maio, na sua redação atual) instituiu um novo sistema de classificação do solo,
dividindo-o em solo urbano e solo rústico, que opta por uma lógica de afetação do solo urbano
ao solo parcial ou totalmente urbanizado ou edificado, eliminando-se a categoria operativa de
solo urbanizável.

O novo sistema de gestão territorial aplica também a distinção regimentar entre programas e
planos, com fundamento na diferenciação material entre as intervenções de natureza
estratégica da administração central (programas) e as intervenções da administração local de
caráter dispositivo e vinculativo dos particulares (planos). Não obstante, o plano diretor municipal
mantém-se como um instrumento de definição da estratégia municipal, estabelecendo o
quadro estratégico de desenvolvimento territorial ao nível local.

Com o novo sistema jurídico, os planos territoriais passam a ser os únicos instrumentos passíveis de
determinar a classificação e qualificação do uso do solo, bem como a respetiva execução e

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 9


programação, e a reclassificação do solo como urbano, de acordo com o princípio da
sustentabilidade territorial, deverá ser devidamente programada, limitada ao indispensável, e
mostrar-se sustentável dos pontos de vista económico e financeiro.

Da aplicação do novo regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial torna-se, ainda,
fundamental, e necessário, garantir uma efetiva articulação e compatibilização do Plano Diretor
Municipal de Idanha-a-Nova com os programas territoriais que afetam o município.

Face ao exposto, a elaboração do presente documento, designado por Relatório sobre o Estado
de Ordenamento do Território (REOT), vem dar resposta às disposições legais do regime de
avaliação dos Instrumentos de Gestão Territorial, previstas na Lei de Bases Gerais da Politica
Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo e no Regime Jurídico dos
Instrumentos de Gestão Territorial, que estabelece que a avaliação do sistema de gestão
territorial deve ser vertida em relatórios sobre o estado e ordenamento do território, nos vários
níveis de planeamento - nacional, regional, intermunicipal e municipal -, devendo estes serem
efetuados de 4 em 4 anos, ao abrigo no disposto no n.º 1 do artigo 187.º do RJIGT.

Neste contexto, o presente REOT, para além de se constituir como um imperativo legal, assume-
se, também, como requisito obrigatório para a revisão do Plano Diretor Municipal de Idanha-a-
Nova, definindo-se, como período de análise, o intervalo temporal compreendido entre 1994 e
2021, correspondente à vigência da atual versão do PDM, sem prejuízo da consideração e
análise de períodos mais recuados, sempre que a natureza do domínio o justifica ou impõe, e
estrutura-se segundo dois níveis de avaliação: avaliação do estado do território e avaliação do
planeamento municipal.

2. METODOLOGIA

O processo de planeamento do território é exigente e complexo. A monitorização surge como


peça vital nessa melhoria qualitativa que se pretende alcançar, com a construção de processos
de planeamento flexíveis, moldáveis às necessidades dos territórios, amplamente participados e
em busca de soluções sustentáveis.

Avaliar é um processo complexo, que não deve ser realizado por uma só pessoa, nem se esgota
num único momento. Serve, segundo Prada (2008) e Batista e Silva et al. (2009), para enriquecer
todo o processo de ordenamento e planeamento do território, para legitimá-lo e para assegurar
uma melhor viabilidade aos territórios e o seu uso sustentável.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 10


Para a concretização destes objetivos, e porque o Ordenamento do território resulta,
inevitavelmente, do sistema de planeamento e do sistema territorial sobre o qual o primeiro atua,
a dimensão da avaliação centrar-se-á, como já referido, em dois grandes capítulos:

• Avaliação do Estado do Território Municipal;


• Avaliação do Ordenamento e Planeamento Municipal.

A Avaliação do Estado do Território Municipal visa efetuar o balanço das alterações ocorridas no
município durante o período de análise estabelecido, tendo por base a avaliação das dinâmicas
ocorridas nos seguintes domínios: demografia, equipamentos, ambiente, mobilidade e
acessibilidade, infraestruturas básicas, economia, património, dinâmica territorial e estrutura
ecológica.

A Avaliação do Ordenamento e Planeamento Municipal visa efetuar o balanço da


implementação dos instrumentos de gestão territorial incidentes sobre o território municipal, com
especial incidência no Plano Diretor Municipal e Planos de Pormenor procedendo-se, por um
lado, à avaliação do grau de concretização dos seus programas de execução e, por outro, à
avaliação das dinâmicas urbanísticas ocorridas durante o período de análise 1994 - 2021.

A realização do presente relatório desenvolveu-se segundo três fases:

• A primeira fase correspondeu ao desenvolvimento dos indicadores que permitem a


caracterização e avaliação do estado do território municipal, tendo como referência
temporal o período de análise estabelecido de 1994-2021;
• A segunda fase corresponde à avaliação do planeamento municipal, na qual é
efetuada a identificação dos Instrumentos de Gestão Territorial (IGT) em vigor no território
municipal, de acordo com os objetivos preconizados no seu modelo de desenvolvimento
socioeconómico e de organização territorial e respetivo quadro regulamentar;
• A terceira fase corresponde à elaboração de considerações, recomendações e
orientações decorrentes da avaliação efetuada, tendo como objetivo servir de base a
um quadro de referência para a determinação das linhas de orientação estratégica
para o desenvolvimento do território municipal.

Do ponto de vista procedimental e de acordo com o n.º 5 do art.º 189.º do RJIGT, concluído o
Relatório sobre o estado do ordenamento do território, o mesmo deverá ser submetido a um
período de discussão pública de duração não inferior a 30 dias, após o qual é elaborada a
versão final a submeter à apreciação da assembleia municipal, sob proposta da câmara
municipal.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 11


3. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL

Integrado na NUT II Centro, nomeadamente na NUT III Beira Baixa e no distrito de Castelo Branco,
o Município de Idanha-a-Nova possui uma superfície de 1 416,34 km21, uma população residente
de 8 356 habitantes2, concluindo-se uma densidade média de 5,90 hab./km2.

Confina a norte com o concelho de Penamacor, a oeste com Fundão e Castelo Branco e, a
leste e sul com Espanha, e era, até 2013, constituído por 17 freguesias: Alcafozes, Aldeia de Santa
Margarida, Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha, Ladoeiro, Medelim, Monfortinho, Monsanto, Oledo,
Penha Garcia, Proença-a-Velha, Rosmaninhal, Salvaterra do Extremo, São Miguel D’Acha,
Segura, Toulões e Zebreira.

Figura 1 - Enquadramento territorial do Município de Idanha-a-Nova

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) - Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP, 2021)

1 - Segundo a CAOP 2021, DGT.


2 - Segundo os Censos 2021, INE.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 12


Decorrente da Reorganização Administrativa do Território das Freguesias (Lei n.º 11-A/2013, de 28
de janeiro, alterada pela Declaração de Retificação n.º 19/2013, de 28 de marco), 8 das 17
freguesias do Município de Idanha-a-Nova encontram-se atualmente agregadas em 4 uniões de
freguesias (U.F.), mantendo-se as restantes 9 como freguesias não agregadas.

Quadro 1 - Reorganização administrativa das freguesias do Município de Idanha-a-Nova

ORGANIZAÇÃO ÁREA
ORGANIZAÇÃO ATUAL
ANTERIOR Km² %
Alcafozes
União das freguesias de Idanha-a-Nova e
284,78 20,11 %
Idanha-a-Nova Alcafozes
Aldeia de Santa Margarida Aldeia de Santa Margarida 13,62 0,96 %
Idanha-a-Velha
União das freguesias de Monsanto e Idanha-a-
152,73 10,78 %
Monsanto Velha
Ladoeiro Ladoeiro 63,28 4,47 %
Medelim Medelim 30,47 2,15 %
Monfortinho
União das freguesias de Monfortinho e
135,39 9,56 %
Salvaterra do Extremo Salvaterra do Extremo
Oledo Oledo 27,67 1,95 %
Penha Garcia Penha Garcia 128,42 9,07 %
Proença-a-Velha Proença-a-Velha 58,00 4,10 %
Rosmaninhal Rosmaninhal 266,59 18,82 %
São Miguel de Acha São Miguel de Acha 41,26 2,91 %
Segura
União das freguesias de Zebreira e Segura 177,39 12,52 %
Zebreira
Toulões Toulões 36,73 2,59 %
1 416,34 100,00 %

Fonte: Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro

Neste contexto administrativo, no âmbito do presente estudo, a abordagem às diferentes


freguesias do Município de Idanha-a-Nova será sempre feita de acordo com a forma de
agregação atualmente em vigor.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 13


4. INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO MUNICIPAL

No presente capítulo é feita a apresentação e descrição do Plano Diretor Municipal (PDM) de


Idanha-a-Nova em vigor, procedendo-se a analise dos elementos que o constituem, colocando
o enfoque nas propostas de ordenamento veiculadas na Planta de Ordenamento e na Planta
de Condicionantes, bem como na estratégia preconizada por este plano territorial.

4.1 - PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA

Como referido, o PDM em vigor no Município de Idanha-a-Nova, data de 20 de junho de 1994,


tendo sofrido as seguintes alterações:

Quadro 2 – Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova

PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA


Resolução do Conselho de Diário da República, 1.ª série-B, n.º 140,
PDM de Idanha-a-Nova
Ministros n.º 43/94 de 20 de junho de 1994
Diário da República, 2.ª série, n.º 21, de
1.ª Alteração Declaração n.º 28/2001
25 de janeiro de 2001
Diário da República, 2.ª série, n.º 298, de
2.ª Alteração Declaração n.º 4/2004
08 de janeiro de 2004

Após a entrada em vigor do Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova, em 25 de janeiro


de 2001, procedeu-se à sua alteração, sujeita a regime simplificado, que incidiu apenas sobre as
alíneas b) e c) do artigo 40.º e o quadro n.º 3 do Regulamento - Regime de edificabilidade para
espaços urbanos e urbanizáveis.

Posteriormente, em 08 de janeiro de 2004, efetuou-se uma nova alteração, em regime


simplificado, enquadrável na alínea e) do n.º 1 do artigo 97.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de
setembro, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de dezembro, que consistiu na
alteração da definição de cércea, com nova redação dos artigos 7.º e 38.º do Regulamento.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 14


4.1.1 – COMPOSIÇÃO

O PDM de Idanha-a-Nova é composto de elementos fundamentais, elementos complementares


e elementos anexos.

Quadro 3 – Composição do Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova

PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA


Elemento normativo que estabelece as
regras e parâmetros aplicáveis a
Regulamento ocupação, uso e transformação do
solo, vinculando as entidades publicas,
privadas ou cooperativas.
Representa o modelo de organização
espacial do território municipal, de
acordo com os sistemas estruturantes e
Planta de Ordenamento,
a classificação e qualificação dos solos
escala 1: 25 000
e, ainda, a delimitação das zonas de
Elementos fundamentais proteção e de salvaguarda dos
(N.º 2, Art.º 4, recursos e valores naturais.
Regulamento) Identifica as servidões administrativas e
as restrições de utilidade publica que
possam constituir limitações ou
impedimentos a qualquer forma
especifica de aproveitamento.
Planta de Condicionantes
Reserva Ecológica Nacional,
escala 1: 25 000
escala 1:25 000
Reserva Agrícola Nacional,
escala 1:25 000
Outras Condicionantes
escala 1:25 000
Elementos Relatório e respetivas plantas
complementares Planta de Enquadramento, escala 1: 800 000
(N.º 3, Art.º 4, Plantas de propostas de ordenamento dos aglomerados urbanos,
Regulamento) escala 1: 5 000
Elementos anexos Estudos de Caracterização e respetivas plantas
(N.º 4, Art.º 4,
Planta da situação existente, escala 1: 25 000
Regulamento)

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 15


4.1.1.1 - PLANTA DE ORDENAMENTO

A definição do modelo de ordenamento do território do Município de Idanha-a-Nova surge


representado na Planta de Ordenamento, que constitui a expressão gráfica das disposições
constantes no Regulamento.

Figura 2 - Planta de Ordenamento do PDM de Idanha-a-Nova (1994)

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT)

São consideradas as seguintes grandes classes, classes e categorias de espaços:

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 16


Quadro 4 – Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova | Espaços não
urbanos

PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA


Grandes Classes Classes Categorias

Espaços agrícolas Espaços agrícolas de produção

Estes espaços abrangem áreas com


características adequadas à atividade Outros espaços de uso ou
agrícola ou que possam vir a adquirir aptidão agrícola

Espaços florestais Espaços florestais de produção

São espaços onde predomina a


vocação de uso florestal, Espaços florestais de proteção
compreendendo nomeadamente as
funções normalmente definidas como
Espaços florestais de
de produção, uso múltiplo e proteção
reconversão
ESPAÇOS NÃO URBANOS
(Art.º 16 – Art.º 31, Espaços agroflorestais
Regulamento)
Correspondem a solos “D” e “E”, em
declives inferiores a 30%, com uso atual ---
de montado de sobro ou azinho,
culturas arvenses a intervir,
povoamentos florestais mistos.

Espaços naturais Salvaguarda biofísica

Áreas nas quais se privilegiam a


proteção dos recursos naturais e a
conservação e salvaguarda dos valores
paisagísticos. Integram zonas sensíveis Planos de água
do ponto de vista ecológico,
paisagístico e ambiental.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 17


Quadro 5 – Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova | Espaços
predominantemente urbanos

PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA


Grandes Classes Classes Categorias

Espaços urbanos

Correspondem aos perímetros urbanos. São áreas com uma ocupação


predominantemente urbana: nomeadamente habitacional, comercial e
serviços, incluindo equipamentos públicos e/ou privados. Esta classe de
espaços encontra-se ainda dividida na categoria de “Núcleos Históricos”.

Espaços urbanizáveis
Espaços de expansão urbana
Correspondem as áreas de expansão
dos aglomerados, onde se prevê a
transformação do espaço rural em
espaço urbano, nomeadamente
ESPAÇOS Espaços de vocação recreativa
habitacional e respetivas funções
PREDOMINANTEMENTE
complementares.
URBANOS
(Art.º 32 – Art.º 45,
Regulamento)
Espaços verdes

As zonas de Verde Urbano, incluídas dentro dos perímetros urbanos, são


constituídas por solos de alta potencialidade de produção agrícola, áreas
integradas na R.A.N., que garantem a continuidade da estrutura verde
indispensável à preservação dos ecossistemas naturais, e que poderão vir a
constituir futuras áreas verdes de uso coletivo.

Espaços industriais

Espaços destinados exclusivamente às atividades industriais e suas frações


complementares, e dotados de infraestruturas adequadas.

Refira-se, ainda, que é estabelecida uma hierarquia dos aglomerados urbanos, de acordo com
a população, o crescimento, a acessibilidade e as funções centrais:

Nível I - Idanha-a-Nova e Termas de Monfortinho;


Nível II - Ladoeiro, Penha Garcia e Zebreira;
Nível III - Restantes sedes de freguesia;
Nível IV - Outros aglomerados urbanos delimitados na planta de ordenamento;

Identificadas as grandes classes, classes e categorias de espaço consideradas no PDM, importa


analisar a respetiva incidência territorial.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 18


Quadro 6 – Grandes classes, classes e categorias de espaço consideradas no Plano Diretor Municipal
(PDM) de Idanha-a-Nova

PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IDANHA-A-NOVA


CLASSES KM2 %
ESPAÇOS NÃO URBANOS 1394,76 98,48%
Espaços agrícolas 205,72 14,75%
Espaços agrícolas de produção 169,16 82,23%
Outros espaços de uso ou aptidão agrícola 36,56 17,77%
Espaços florestais 253,84 18,20%
Espaços florestais de produção 120,20 47,35%
Espaços florestais de proteção 39,12 15,41%
Espaços florestais de reconversão 94,52 37,24%
Espaços agroflorestais 833,38 59,75%
Espaços naturais 101,82 7,30%
Salvaguarda biofísica 93,82 92,14%
Planos de água 8,00 7,86%
ESPAÇOS PREDOMINANTEMENTE URBANOS 21,58 1,52%
Espaços urbanos 13,64 63,21%
Espaços urbanizáveis 6,24 28,92%
Espaços urbanizáveis – Expansão Urbana 4,37 70,03%
Espaços urbanizáveis – Vocação Recreativa 1,87 29,97%
Espaços verdes 1,10 5,10%
Espaços industriais 0,60 2,78%

Total 1416,34 100,00%

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) - Carta de regime do uso do solo (CRUS), 2021

Da análise à quantificação das diferentes classes de espaços, consideradas no modelo de


ordenamento municipal, constata-se o evidente domínio dos Espaços não Urbanos (98,48%),
face aos Espaços predominantemente Urbanos (1,52%)

Gráfico 1 – Proporção de Ocupação de Solo pelos Espaços não Urbanos e Espaços predominantemente
Urbanos, consideradas no Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova

1,52%

Espaços não Urbanos

Espaços predominantemente Urbanos

98,48%

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) - Carta de regime do uso do solo (CRUS), 2021

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 19


Verifica-se, ainda, que os Espaços não Urbanos integram, maioritariamente, Espaços
Agroflorestais (59,75%), seguindo-se os Espaços Florestais (18,20%), Espaços Agrícolas (14,75%) e
Espaços Naturais (7,30%).

No que concerne aos Espaços predominantemente Urbanos, estes incorporam Espaços Urbanos
(63,21%), Espaços Urbanizáveis (28,92%), e os Espaços Verdes e os Espaços Industriais, que
apresentam uma distribuição residual, correspondendo a 5,10% e 2,78%, respetivamente, desta
tipologia de classe de espaços.

Gráfico 2 – Proporção da Ocupação de Solo pelas diferentes Classes de Espaços consideradas no Plano
Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova

Espaços agrícolas 14,52%

Espaços florestais 17,92%

Espaços agroflorestais 58,84%

Espaços naturais 7,19%

Espaços urbanos 0,96%

Espaços urbanizáveis 0,44%

Espaços verdes 0,08%

Espaços industriais 0,04%

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) - Carta de regime do uso do solo (CRUS), 2021

Para alem de todas as classes de espaço referidas anteriormente, a Planta de Ordenamento do


PDM de Idanha-a-Nova inclui, ainda:

VALORES CULTURAIS - conjunto dos valores culturais, é constituído pelos elementos edificados ou
naturais que, pelas suas características, se assumem como valores de reconhecido interesse
histórico, arqueológico, artístico, científico, técnico ou social:
- Imoveis Classificados;
- Imoveis em Vias de Classificação;
- Património Arqueológico;
- Núcleos Históricos.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 20


ESPAÇOS CANAIS - Proteção a infraestruturas
- Rede rodoviária nacional;
- Rede rodoviária municipal (sistema primário, secundário e terciário);
- Outras infraestruturas: Sistemas de saneamento básico e irrigação, Rede de distribuição de
energia elétrica.

UNIDADES OPERATIVAS DE PLANEAMENTO E GESTÃO, que demarcam espaços de intervenção


dispondo ou para os quais se pretende obter uma coerência própria e que deverão ser tratados
a um nível de planeamento de maior detalhe:
- Planos de Urbanização (Idanha-a-Nova, Ladoeiro, Penha Garcia e Zebreira)
- Planos de Salvaguarda e Valorização (Núcleo histórico de Idanha-a-Nova, Núcleo histórico de
Monsanto, Idanha-a-Velha, Núcleo histórico de Penha Garcia);
- Planos de Pormenor (Zona da Senhora da Graça, Zona constituída pelo espaço de vocação
recreativa da Quinta do Valongo, em Idanha-a-Nova, Zona constituída pelo espaço de
vocação recreativa da Quinta do Burrinho do Marquês, em Monsanto);
- Planos de Pormenor da Zona Industrial (Zona Industrial de Idanha-a-Nova);
- Planos de Ordenamento das Albufeiras de Penha Garcia, Idanha, Toulica;
- Projeto Corine Biótopos (Zona situada no Município de Idanha-a-Nova do Projeto Corine -
Biótopos C090, Penha Garcia, Zona do Projeto Corine - Biótopos C042, Tejo Internacional, Zona
do Projeto Corine - Biótopos C147, Idanha-a-Nova).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 21


4.1.1.2 - PLANTA DE CONDICIONANTES

A Planta de Condicionantes identifica as servidões administrativas e outras restrições de utilidade


publica que constituem limitações ou impedimentos ao uso do solo, surgindo definidas no
Regulamento do PDM.

A Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-A-Nova encontra-se subdividida em três cartas:


Planta de condicionantes I - Reserva Ecológica Nacional, à escala de 1:25000
Planta de condicionantes II - Reserva Agrícola Nacional, à escala de 1:25000
Planta de condicionantes III - Outros condicionantes, à escala de 1:25000.

Reserva Ecológica Nacional (REN)

Figura 3 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Ecológica Nacional

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT)

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 22


A Reserva Ecológica Nacional (REN), foi inicialmente criada pelo Decreto-Lei n.º 321/83 de 5 de
Julho, revogado pelo Decreto-Lei n.º 93/90 de 19 de Março que, no seu artigo 1º, refere que: “A
Reserva Ecológica Nacional, adiante designada por REN, constitui uma estrutura biofísica básica
e diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características
ecológicas específicas, garante a proteção de ecossistemas e a permanência e intensificação
dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das atividades
humanas”.

Nos termos do art.º 3.º do diploma acima referido, com as alterações introduzidas pelo Decreto-
Lei n.º 213/99 de 12 de outubro - Anexo I, foram integradas nesta reserva: Zonas Ribeirinhas - Leitos
dos Cursos de Água e Zonas Ameaçadas pelas Cheias, Albufeiras e Açudes, Cabeceiras de
Linhas de Água, Áreas de Máxima Infiltração; Zonas Declivosas – Áreas com Risco de Erosão e
Escarpas.

O Município de Idanha-a-Nova tem a REN aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros


n.º 125/95 – D.R. n.º 257/95 - Série I-B, 11/julho/1995.

Quadro 7 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Ecológica Nacional

Reserva Ecológica Nacional


Leitos dos cursos de água e zonas ameaçadas pelas cheias
Albufeiras e faixa de proteção
Cabeceiras das linhas de água
Áreas de máxima infiltração
Áreas com risco de erosão
Escarpas e faixa de proteção

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT)

Reserva Agrícola Nacional (RAN)

A denominada Reserva Agrícola Nacional, abreviadamente designada por RAN, constitui uma
figura legal com fundamento no Decreto-Lei n.º 196/89 de 14 de Junho (uma vez que o diploma
anterior – Decreto-Lei n.º 451/82 de 16 de Novembro – não chegou a ser aplicado, nem
regulamentado) alterado pelo Decreto-Lei n.º 274/92 de 12 de Dezembro e visa, com base nas
Classes de Uso de Solo, regulamentar os Usos dos Solos englobados nas classes mais produtivas
por forma, a “defender e proteger as áreas de maior aptidão agrícola e garantir a sua afetação
à agricultura, de forma a contribuir para o pleno desenvolvimento da agricultura portuguesa e
para o correto ordenamento do território.” (Artigo 1º, do Decreto-Lei n.º 196/89).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 23


Quadro 8 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Agrícola Nacional

Reserva Agrícola Nacional


Por classificação dos solos e capacidade de uso do solo
Áreas da R.A.N. Por integração específica
Perímetros de Rega
Atual
Área Social
Plano de Urbanização (aprovado)

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT)

Os solos incluídos na RAN (Artigo 4º daquele texto legal) pertencem às classes A e B, “(...) bem
como por solos de baixas aluvionares e coluviais e ainda solos de outro tipo cuja integração nas
mesmas se mostre conveniente para a prossecução no presente diploma”.

Figura 4 - Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Reserva Agrícola Nacional

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT)

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 24


Na Planta da RAN também se integra o Aproveitamento Hidroagrícola de Idanha-a-Nova, que
beneficia uma área de 8197,8 hectares e abrange os concelhos de Idanha-a-Nova (União de
Freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes, Ladoeiro, Zebreira) e Castelo Branco (Malpica do
Tejo). Da área total do Aproveitamento Hidroagrícola de Idanha-a-Nova, 80% pertence às
classes I, II, III e IV da Carta de Aptidão para o Regadio do Aproveitamento Hidroagrícola da
Idanha-a-Nova, do Serviço de Reconhecimento e de Ordenamento Agrário (SROA). Os restantes
20% estão classificados com as classes V, VI e VII, que representam solos em geral menos
adaptados ao regadio.

Em síntese, esta condicionante traduz a existência no território das zonas com melhor potencial
de produção primária a nível pedológico e que, como tal, não podem sofrer alterações
irreversíveis dessa situação, fundamental dos pontos de vista biofísico, económico e social.

A RAN do Município de Idanha-a-Nova foi aprovada com o Plano Diretor Municipal em vigor.

Outras Condicionantes

Para além das condicionantes referidas, foram ainda demarcadas as seguintes servidões
administrativas e restrições de utilidade pública, com estatuto legal e com representação na
área do presente Plano Diretor Municipal:

Quadro 9 – Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Outros condicionantes

Outros condicionantes
Áreas sujeitas ao regime florestal
Albufeiras de águas públicas
Condicionantes Biofísicos
Domínio público hídrico
Concessão de água mineral natural
Imóveis classificados
Condicionantes Urbanísticas Imóveis em vias de classificação
Zona especial de proteção
Rede Nacional
Estrada Nacional de 2.ª Classe
Estrada Nacional de 2.ª Classe
Vias de Comunicação
Rede Municipal
Estrada Municipal
Caminho Municipal
Feixe hertziano
Infraestruturas
Linhas de alta tensão (60 kV)
Outras condicionantes Marco Geodésico

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT)

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 25


Figura 5 - Planta de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova (1994) | Outros condicionantes

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT)

4.2 – PLANOS DE PORMENOR

No concelho de Idanha-a-Nova existem diversos instrumentos de gestão e planeamento, bem


como outra regulamentação ou estudos, que incidem no território e que se encontram eficazes,
designadamente 2 Planos de Pormenor (PP): Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-
Nova e Plano de Pormenor da Zona Industrial da Vila de Penha Garcia.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 26


Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova

O Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova, aprovado pela Assembleia Municipal


em 29 de fevereiro de 1992 e publicado em Diário da República, I Série – B, n.º 169, de 21 de julho
de 1993, tem por objetivo estabelecer a ocupação e uso do solo dentro dos limites da sua érea
de intervenção, ficando as empresas a instalar sujeitas às regras disciplinadoras do exercício da
atividade industrial.

Figura 6 - Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova

Fonte: Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

Os 82 lotes existentes (309 450 m2) devem ser ocupados por atividades industriais, estando
também prevista, em quatro deles, a instalação de serviços de apoio. O Regulamento do Plano
contempla a salvaguarda de valores ambientais, prevendo zonas verdes de proteção e
enquadramento e regras rígidas ao nível dos sistemas de despoluição.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 27


Plano de Pormenor da Zona Industrial da Vila de Penha Garcia

O Plano de Pormenor da Zona Industrial da Vila de Penha Garcia, ratificado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 11/96 e publicado em Diário da República, I Série – B, n.º 31, de 6 de
julho de 1996, foi alvo de uma alteração de regime simplificado, aprovada pela Assembleia
Municipal de Idanha-a-Nova e publicada através da Declaração n.º 1/2002, no Diário da
República, 2.ª Série, n.º 1 e 2 de janeiro de 2002.

Figura 7 - Plano de Pormenor da Zona Industrial da Vila de Penha Garcia

Fonte: Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

O Plano de Pormenor tem por objetivo estabelecer regras à ocupação do solo na sua área de
intervenção, atendendo sempre à legislação existente, em matéria do exercício da atividade
industrial. Os 23 lotes existentes (53 853 m2) devem ser ocupados por atividades industriais e por
serviços de apoio, nomeadamente, um restaurante e um posto de combustível. O Regulamento
do Plano prevê a salvaguarda de valores ambientais, estabelecendo zonas verdes de proteção.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 28


5. AVALIAÇÃO DO ESTADO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL – DINÂMICAS OCORRIDAS NO CONCELHO
DE IDANHA-A-NOVA

Tendo em consideração a crescente complexidade e imprevisibilidade das transformações


ocorridas nos territórios, consequência das alterações dos estilos de vida e das mudanças
socioeconómicas e socioculturais, o foco da avaliação do estado do ordenamento do território
não deverá cingir-se aos instrumentos de planeamento. Deverá, pelo contrário, alargar-se ao
território sobre o qual estes incidem, incluindo não apenas aspetos físicos e quantitativos
relacionados com as dinâmicas construtivas e a ocupação do solo, como também as
complexas interdependências entre fenómenos sociais, económicos e culturais que contribuem
para a transformação dos tecidos urbanos.

Nesta senda, o presente relatório procurou acompanhar as dinâmicas ocorridas no território, ao


longo das últimas décadas, com foco em seis domínios abordados, de forma mais aprofundada,
no relatório do Plano Diretor Municipal:

• Ocupação Territorial;
• Demografia;
• Parque Edificado;
• Atividades Económicas
• Ambiente;
• Equipamentos Coletivos;

Embora os Recenseamentos Gerais da População e da Habitação tenham constituído a


principal fonte de informação utilizada, recorreu-se igualmente a outras bases de dados do
Instituto Nacional de Estatística (em particular as provenientes dos Anuários Regionais e do
Sistema de informação de Operações Urbanísticas) e a fontes do Ministério da Solidariedade e
Segurança Social, do Ministério da Saúde, do Ministério de Educação e Ciência e de diversos
outros serviços públicos e empresas, para além da própria Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.

O período temporal de incidência da maioria dos indicadores selecionados está compreendido


entre 1991 e 2021 (Resultados Provisórios do XVI Recenseamento Geral da População e VI
Recenseamento Geral da Habitação - Censos 2021), possibilitando uma análise suficientemente
abrangente das dinâmicas ocorridas.

Após uma análise sistemática das tendências referentes a cada um dos temas selecionados,
procede-se a uma síntese conclusiva que procura cruzar a informação disponível, de modo a
proporcionar uma leitura mais transversal das dinâmicas ocorridas no território.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 29


5.1 – OCUPAÇÃO TERRITORIAL

A transformação do solo é reconhecida como um dos principais fatores do declínio das


condições ambientais globais e da diminuição da biodiversidade, sendo o Homem um dos
principais impulsionadores da mudança da ocupação e uso do solo, pelo que o conhecimento
da sua evolução é fulcral no processo de planeamento e ordenamento do território, tendo em
vista uma gestão sustentada do território e a conservação dos valores naturais.

Convém, todavia, distinguir os dois conceitos. Pese embora a ocupação e o uso do solo
traduzirem a estrutura elementar de um território, são conceitos distintos, na medida em que a
ocupação do solo denota os atributos biofísicos da superfície do solo (Lambin et al., 2001),
abordando a camada de solo e de biomassa, que inclui a vegetação da superfície do solo, a
água, os materiais do solo, asfalto, as culturas e as estruturas humanas na superfície do solo, entre
outros, e o uso do solo descreve o propósito humano ou intenção aplicada aos atributos
biofísicos do solo (Lambin et al., 2001), ou seja, é uma interpretação socioeconómica que
descreve como as pessoas utilizam e as atividades que executam na superfície do solo.

Face ao exposto, propõe-se uma análise à evolução do uso e ocupação do território de Idanha-
a-Nova assente, por um lado, no estudo da evolução do uso e ocupação do solo e, por outro,
na observação das alterações ocorridas ao nível da estrutura do povoamento, nomeadamente
em termos de dimensão, articulação e hierarquização da rede de aglomerados urbanos.

Interessa, desta forma, compreender como o território evoluiu ao longo dos tempos e quais as
principais transformações a que assistiu, comparando, para o efeito, as Cartas de Uso e
Ocupação do Solo (COS) referentes aos anos 1995 (ano após a publicação do PDM em vigor) e
2018. Pese embora a divergência de nomenclatura, a sua observação e análise permitirá
entender as dinâmicas do uso e ocupação do solo, ao longo dos 23 anos que as separam.

Importará referir que se procedeu ao agrupamento das classes de uso e ocupação do solo em
oito classes principais, correspondentes, parcialmente, à nomenclatura de Nível 1 da COS -
Territórios artificializados, Agricultura, Pastagens, Superfícies agroflorestais, Florestas, Matos,
Espaços descobertos ou com pouca vegetação e Massas de água superficiais – tendo-se
excluído a classe referente às Zonas Húmidas, uma vez que não apresenta qualquer expressão
no concelho.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 30


Quadro 10 – Definição das classes de Nível 1 da COS aplicáveis ao concelho de Idanha-a-Nova

CLASSES DE NÍVEL 1 DE USO E DEFINIÇÃO


OCUPAÇÃO DO SOLO
Superfície de território destinada a atividades de intervenção humana.
Esta classe inclui áreas de tecido edificado, áreas industriais, áreas
Territórios artificializados
comerciais, áreas dedicadas ao turismo, infraestruturas, rede rodoviária
e ferroviária, áreas de serviços, jardins e equipamentos.
Área utilizada para agricultura, constituída por culturas anuais, culturas
Agricultura
permanentes e agricultura protegida e viveiros.
Áreas com ou sem intervenção humana ocupadas com vegetação
essencialmente do tipo herbácea, quer cultivada (semeada) quer

Pastagens natural (espontânea), que não estejam incluídas num sistema de


rotação da exploração e que ocupem uma área superior ou igual a 25%
da superfície.
As superfícies agroflorestais consistem na consociação (associação
vertical numa mesma parcela) de culturas temporárias e/ou pastagens
Superfícies agroflorestais
(melhoradas ou espontâneas pobres) e/ou culturas permanentes com
espécies florestais com um grau de coberto superior ou igual a 10%.
Terrenos com uso florestal, ocupados por árvores florestais, ou
temporariamente desarborizados em resultado de cortes culturais ou
cortes extraordinários devidos a perturbações bióticas (pragas,

Florestas doenças) ou abióticas (incêndios, tempestades). As árvores originadas


por regeneração natural, sementeira ou plantação, devem atingir uma
altura maior ou igual a 5 metros e no seu conjunto apresentarem um grau
de coberto maior ou igual a 10%.
Áreas naturais de vegetação espontânea, pouco ou muito densa, em
que o coberto arbustivo (e.g., urzes, silvas, giestas, tojos, zambujeiro) é
Matos
superior ou igual a 25%. Inclui olivais abandonados se inferior a 45
árvores/ha.
Áreas naturais com pouca ou nenhuma vegetação em que se incluem
Espaços descobertos ou com rocha nua, praias e areais e vegetação esparsa em que a superfície
pouca vegetação
com vegetação arbustiva e herbácea ocupa uma área inferior a 25%
Superfícies de água doce que incluem cursos de água e planos de
água, naturais, fortemente modificados e artificiais; superfícies de água
Massas de água superficiais
salgada, que incluem oceanos, e/ou de água salobra que incluem
lagoas costeiras e desembocadura fluvial.

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) - Adaptado de Especificações Técnicas da Carta de Uso e Ocupação do
Solo de Portugal Continental, 2018

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 31


Quadro 11 – Evolução da ocupação das classes de uso do solo | Concelho de Idanha-a-Nova | 1995 e
2018

1995 2018 Tx.Var.(%)


Ocupação do solo (1995-
Área (ha) % Área (ha) %
2018)
Territórios artificializados 666,34 0,47% 888,77 0,63% 33,38%
Agricultura 32 398,79 22,88% 28 847,84 20,37% -10,96%
Pastagens 26 792,60 18,92% 28 206,12 19,91% 5,28%
Superfícies agroflorestais 18 416,44 13,00% 18 437,69 13,02% 0,12%
Florestas 49 106,33 34,67% 52 348,15 36,96% 6,60%
Matos 12 721,17 8,98% 11 313,48 7,99% -11,07%
Espaços descobertos ou com pouca vegetação 268,31 0,19% 266,94 0,19% -0,51%
Massas de água superficiais 1 263,53 0,89% 1 324,52 0,94% 4,83%
141 633,51 100,00% 141 633,52 100,00%

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) – COS 1995 e 2018

Da análise aos dados, constata-se que os territórios artificializados, que compreendem os


principais lugares, aumentaram consideravelmente, passando de 666,34 ha para 888,77 ha,
traduzindo um aumento de 33,38%. A classe respeitante às florestas sofreu, de igual forma, uma
variação expressiva, de 6,60%, com incremento de 3 241 ha. Por sua vez, registaram-se perdas
nas áreas de mato, áreas agrícolas e espaços descobertos ou com pouca vegetação (-11,07%,
-10,96% e -0,51%, respetivamente).

Gráfico 3 – Variação da ocupação das classes de uso do solo | Concelho de Idanha-a-Nova | 1995 a
2018

40,00%

35,00% 33,38% Florestas

30,00%
Agricultura
25,00%

20,00% Matos

15,00%
Pastagens
10,00% 6,60%
5,28% 4,83% Superfícies agroflorestais
5,00%
0,12%
0,00% Territórios artificializados
-0,51%
-5,00%
Massas de água superficiais
-10,00%
-10,96% -11,07%
-15,00%

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) – COS 1995 e 2018

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 32


Figura 8 – Classes de uso e ocupação do solo| Concelho de Idanha-a-Nova | 1995 e 2018

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) – COS 1995 e 2018

33
No período temporal que entremeia as duas Cartas de Uso e Ocupação do Solo (1995 e 2018) e
focando a análise nos Territórios Artificializados, é ainda possível discriminar as proveniências e
as conversões das áreas com ocorrência de alterações, destacando-se as seguintes conversões:
2,0 ha em Pastagens e 1,0 ha em Florestas. Por sua vez, o incremento das superfícies
artificializadas, desde 1995 até 2018, advém, fundamentalmente, da ocupação humana de
áreas de Pastagens (72 ha), de áreas Agrícolas (64 ha), de áreas florestais (55 ha) e de Matos (2
ha).

Tendo em consideração que a nomenclatura da COS obedece a uma hierarquia que


representa a ocupação/uso do solo, com diferentes níveis de detalhe temático, é ainda possível
proceder-se à desagregação da classe Territórios Artificializados nas correspondentes à
nomenclatura de nível 3 da COS, com incidência no território de Idanha-a-Nova.

Quadro 12 – Definição das classes de Nível 3 da COS (Territórios Artificializados) aplicáveis ao concelho de
Idanha-a-Nova

CLASSES DE NÍVEL 3 DE USO E


DEFINIÇÃO
OCUPAÇÃO DO SOLO
Áreas de tecido edificado com superfície total impermeabilizada
superior ou igual a 80%. Inclui centros urbanos e subúrbios em que os
edifícios formem um tecido contínuo e homogéneo. A determinação do
Tecido edificado contínuo
limiar de impermeabilização requer particular atenção para evitar
confusão com a vegetação aparente (copas de árvores) sob a qual a
superfície está impermeabilizada.
Áreas de tecido edificado na sua maior parte ocupadas por
construções do tipo residencial. Nas áreas classificadas como edificado
descontínuo os edifícios e outras superfícies artificializadas estão
associados a áreas com vegetação e solo nu, as quais ocupam uma
Tecido edificado descontínuo
superfície significativa, embora descontínua. A superfície
impermeabilizada ocupa uma área superior ou igual a 30% e inferior a
80% da superfície total. Esta classe inclui mosaicos de áreas cultivadas
com áreas construídas.
Superfícies artificializadas sem edificação. Áreas de estacionamento,
Espaços vazios em tecido
logradouros, áreas cobertas de betão ou asfalto e espaços vazios sem
edificado
construção.
Áreas de atividade industrial, armazéns e outros equipamentos diversos.
São principalmente ocupadas com construções, asfalto, alcatrão,
Indústria cimento na superfície ou terra compactada. Podem ter vegetação que,
quando existente, ocupa pequenos espaços sobrantes e zonas
ajardinadas.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 34


CLASSES DE NÍVEL 3 DE USO E
DEFINIÇÃO
OCUPAÇÃO DO SOLO
Áreas ocupadas por superfícies comerciais. Inclui feiras, centros de
Comércio
exposições e centros comerciais.
Instalações agrícolas Instalações de apoio à exploração agropecuária.
Infraestruturas de águas e
Infraestruturas de águas e tratamento de resíduos.
tratamento de resíduos
Rodovias e ferrovias, incluindo equipamentos associados (e.g. estações,
Redes viárias e ferroviárias e
plataformas, taludes). A superfície cartografada deve apresentar
espaços associados
continuidade.
Áreas de extração de minerais (areeiros, pedreiras, carvão, ferro, etc.) a
céu aberto. Inclui áreas de extração inundadas temporariamente e
Áreas de extração de inertes saibreiras inundadas, exceto nos casos em que se trate de extração por
dragagem de fundos fluviais. Inclui também áreas de extração de sal-
gema e de areias em dunas costeiras ou interiores.
Áreas em construção Áreas em construção (escavações, estaleiros, etc.)
Equipamentos desportivos Espaços e estruturas desportivas.
Equipamentos de lazer e Equipamentos relacionados com a ocupação de tempos livres e
parques de campismo atividades de lazer. Esta classe exclui equipamentos desportivos.
Complexos arqueológicos a céu aberto, templos religiosos e espaços
Equipamentos culturais associados, e equipamentos culturais como teatros, planetários e salas
de espetáculos.
Cemitérios Cemitérios.
Inclui equipamentos como quartéis de bombeiros, esquadras de polícia,
Outros equipamentos e
prisões, hospitais, universidades, escolas e instalações turísticas como
instalações turísticas
hotéis e turismo rural.
Áreas verdes em contexto urbano. Inclui parques, jardins de
Parques e jardins enquadramento da estrutura urbana, áreas de floresta ou bosques para
uso público com funções de recreio e jardins botânicos.

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) - Adaptado de Especificações Técnicas da Carta de Uso e Ocupação do
Solo de Portugal Continental, 2018

Tendo por base as classes de Nível 3 de uso e ocupação do solo dos Territórios Artificializados,
identificadas e definidas anteriormente, procede-se à aferição das áreas afetas a cada uma
delas, na COS 2018.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 35


Quadro 13 – Territórios Artificializados (Classes Nível 3, COS 2018)

TERRITÓRIOS ARTIFICIALIZADOS - COS 2018


Área
CLASSES DE NÍVEL 3 DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO %
(Hectares)
Tecido edificado contínuo 180,92 20,36%
Tecido edificado descontínuo 331,37 37,29%
Espaços vazios em tecido edificado 4,14 0,47%
Indústria 26,95 3,03%
Comércio 2,87 0,32%
Instalações agrícolas 109,06 12,27%
Infraestruturas de águas e tratamento de resíduos 6,07 0,68%

Redes viárias e ferroviárias e espaços associados 28,33 3,19%

Áreas de extração de inertes 4,87 0,55%


Áreas em construção 17,45 1,96%
Equipamentos desportivos 19,14 2,15%
Equipamentos de lazer e parques de campismo 94,10 10,59%
Equipamentos culturais 4,62 0,52%
Cemitérios 2,08 0,23%
Outros equipamentos e instalações turísticas 41,96 4,72%
Parques e jardins 14,75 1,66%
888,68 100,00%

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) – COS 2018

Gráfico 4 - Territórios Artificializados (Classes Nível 3, COS 2018)

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%

Tecido edificado descontínuo 37,29%

Tecido edificado contínuo 20,36%

Instalações agrícolas 12,27%

Equipamentos de lazer e parques de campismo 10,59%

Outros equipamentos e instalações turísticas 4,72%

Redes viárias e ferroviárias e espaços associados 3,19%

Indústria 3,03%

Equipamentos desportivos 2,15%

Áreas em construção 1,96%

Parques e jardins 1,66%

Infraestruturas de águas e tratamento de resíduos 0,68%

Áreas de extração de inertes 0,55%

Equipamentos culturais 0,52%

Espaços vazios em tecido edificado 0,47%

Comércio 0,32%

Cemitérios 0,23%

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) – COS 2018

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 36


Conforme referido, as áreas artificializadas incluem as edificações predominantemente
residenciais, em tecido contínuo e em tecido descontínuo, as áreas de localização empresarial,
as áreas com infraestruturas, equipamentos e espaço público e outras ocupações
artificializadas.

Analisando o nível 3 da nomenclatura podemos concluir que 37,29% dos Territórios artificializados
são tecido urbano descontínuo e cerca de 20,36% são Tecido urbano contínuo. As Instalações
agrícolas é a terceira subclasse com maior área (12,27%) e os Equipamentos de lazer e parques
de campismo ocupam o quarto lugar (10,59%). Estas quatro classes representam quase 80,51%
do total dos Territórios artificializados.

Especial enfoque nos tecidos edificados descontínuos, que totalizam 180,92 hectares (37,29%),
com baixa intensidade de impermeabilização, sobretudo associado a povoamento disperso,
antecipando especificidades territoriais relevantes no planeamento de infraestruturas
ambientais, nas opções de mobilidade e no acesso a serviços de interesse geral.

Importa, por último, referir que, de acordo com os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE), os territórios artificializados per capita aumentaram, entre 2010 e 2018, cerca
de 21,80% (de 879,2 m2/habitante para 1070,9 m2/habitante), valores superiores aos aferidos na
sub-região da Beira Baixa (731,1 m2/habitante) e, com exceção do município de Vila Velha de
Rodão (2127,0 m2 / habitante), aos restantes concelhos que integram esta unidade territorial.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 37


5.1.1 – AGLOMERADOS URBANOS

O estabelecimento de uma hierarquia de aglomerados, no âmbito de um Plano Diretor


Municipal, tem subjacente a necessidade de definição de um correto zonamento e de uma
adequada utilização e gestão do território abrangido, fomentando a melhoria das condições
de vida dos habitantes. Com efeito, a definição da hierarquia dos aglomerados de um concelho
é fundamental enquanto instrumento que deverá servir de orientação à implantação espacial
de equipamentos e de atividades económicas promotores de desenvolvimento e atenuadores
das desigualdades espaciais, favorecendo o desenvolvimento de relações inter-centros e
atenuando a dependência polarizadora das sedes concelhias.

Um dos indicadores a avaliar no âmbito da definição dos diferentes níveis hierárquicos dos
centros urbanos é a dimensão demográfica. De facto, a diferenciação dos níveis hierárquicos
dos lugares, pela importância das suas funções, está muito ligada à importância das funções
demográficas dos próprios centros urbanos. Assim, a dinâmica do aparecimento de funções
centrais relaciona-se com as flutuações populacionais.

Estabelecendo um grau de importância relativa dos aglomerados, em função da dimensão da


população residente, torna-se possível proceder a hierarquização da rede urbana, no sentido
de compreender, numa perspetiva evolutiva, o posicionamento dos mesmos na estrutura urbana
concelhia.

Ressalva-se, todavia, que se trata de uma hierarquização preambular e meramente indicativa.


Para uma rigorosa definição da hierarquia dos aglomerados urbanos de Idanha-a-Nova, o
próximo passo (a desenvolver no âmbito dos trabalhos da elaboração da proposta de revisão
do PDM) deverá passar pela adoção de outros critérios, para alem da dimensão populacional.

Apresentando-se o concelho de Idanha-a-Nova como um território de ocupação nucleada,


que se caracteriza por um tipo de povoamento concentrado, e tendo em conta que existe uma
significativa concentração urbana nas áreas em torno das sedes de freguesia, parece
adequado proceder à avaliação comparativa do PDM, em vigor (1994).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 38


Quadro 14 – Evolução da população residente por dimensão dos lugares | Concelho | 1991 e 2011

1991 2011
Escalões de Dimensão N.º de População N.º de População
% %
Lugares Residente Lugares Residente
Menos de 100 hab. 23 887 6,51% 24 811 8,35%
De 100 a 199 hab. 3 406 2,98% 6 968 9,96%
De 200 a 499 hab. 11 3 623 26,58% 7 2 021 20,80%
De 500 a 999 hab. 4 3 025 22,19% 3 2 076 21,37%
De 1000 a 1999 hab. 2 2 382 17,48% 1 1 199 12,34%
Mais de 2000 hab. 1 2 074 15,22% 1 2 107 21,69%
População Residual /
--- 1 233 9,05% --- 534 5,50%
Isolada
44 13 630 100,00% 42 9 716 100,00%

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

A análise à estrutura de povoamento do concelho, referente a 1991, revela uma população


concentrada em pequenas aldeias, dispersas pelo amplo território concelhio, que
correspondem, grosso modo, às sedes das 16 freguesias rurais, à vila de Idanha-a-Nova, ao
aglomerado das Termas de Monfortinho e às 26 restantes aldeias / lugares, de dimensão
reduzida.

Neste sentido, a hierarquização dos centros urbanos do concelho de Idanha-a-Nova, no PDM,


em vigor, resume-se, em termos quantitativos, à definição de cinco níveis hierárquicos: o
primeiro nível é constituído pela vila de Idanha-a-Nova, sede concelhia e pelo centro urbano
das Termas de Monfortinho; o segundo nível é constituído por três centros (Ladoeiro, Penha
Garcia e Zebreira), os terceiro e quarto níveis nível são compostos por doze centros urbanos,
sedes de freguesia e restantes aglomerados urbanos delimitados na planta de ordenamento,
respetivamente. No quinto e último nível, encontram-se todos os outros aglomerados urbanos
do concelho.

Quadro 15 – Hierarquização dos centros urbanos do concelho de Idanha-a-Nova | (PDM) de Idanha-a-


Nova, em vigor

Nível
Centro
Hierárquico
I Idanha-a-Nova e Termas de Monfortinho
II Ladoeiro, Penha Garcia e Zebreira
III Restantes sedes de freguesia
IV Outros aglomerados urbanos delimitados na planta de ordenamento
V Todos os outros aglomerados urbanos do concelho

Fonte: Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova (1994)

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 39


Sendo esta a hierarquia urbana atual, estará apta a sofrer alterações decorrentes da
evolução, sobretudo a nível urbanístico e de infraestruturas viárias, podendo vira a configurar-
se uma nova hierarquia, em função, não só dos aspetos referidos, mas também da própria
estratégia de desenvolvimento, a definir para o concelho.

Reportando-nos aos dados disponíveis, relativos a 2011, conclui-se que cerca de 94,50% da
população residia nos 42 aglomerados do concelho e apenas 5,50% da população vivia
isoladamente, correspondendo a vila de Idanha-a-Nova a quase um quinto da população
do concelho (21,69%). Dos 42 lugares, cerca de 57,14% são constituídos por menos de 100
pessoas, neles residindo apenas 8,35% da população total do concelho.

Ponderam-se, assim, os aspetos mais relevantes da evolução da estrutura do povoamento,


ocorrida entre 1991 e 2011:

• O decréscimo do número total de lugares do concelho, sendo que, globalmente, se


verificou um aumento do número de lugares mais pequenos (até 199 habitantes) e
uma diminuição do número de lugares de maiores dimensões (com mais de 200
habitantes);
• A manutenção da existência de muitos lugares de reduzida dimensão: existiam, em
2011, 24 lugares com menos de 100 habitantes, neles residindo apenas 811 indivíduos;
• Em 2011, os lugares entre 200 e 499 residentes diminuíram em 4, os quais registaram,
também, uma diminuição populacional de 44,22%.
• Decréscimo do número de lugares entre 500 e 999 habitantes e entre 1000 e 1999
habitantes, em 1 e diminuição populacional de 31,37 e 49,66, respetivamente%.
• O único lugar com população com mais de 2000 habitantes (Idanha-a-Nova)
mantem-se, em 2011, embora registando um ligeiro incremento populacional, na
ordem dos 1,59%.

Uma análise mais fina à distribuição espacial da população, em 2011, permite observar a
macrocefalia da hierarquia urbana, que se reflete na desigual distribuição dos quantitativos
populacionais pelo território concelhio.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 40


Quadro 16 – População residente por lugar censitário | Concelho | 2011

População População
Nível de Residente (N.º) Nível de Residente (N.º)
Aglomerado Aglomerado
Designação Designação
2011 2011
Alcafozes Freguesia 202 Monsanto Freguesia 829
Alcafozes Lugar 173 Adingeiro Lugar 35
Granja de São
Lugar 13 Barreiro Lugar 13
Pedro
Residual Lugar 16 Carroqueiro Lugar 93
Aldeia de Santa
Freguesia 292 Devesa Lugar 30
Margarida
Aldeia de Santa
Lugar 272 Eugénia Lugar 103
Margarida
Residual Lugar 20 Lagar de Água Lugar 11
Idanha-a-Nova Freguesia 2352 Lagar de Junho Lugar 18
Lagar de Maria
Idanha-a-Nova Lugar 2107 Lugar 58
Martins
Herdade do
Lugar --- Monsatela Lugar 23
Couto da Várzea
Devesa Lugar 14 Monsanto Lugar 97
Senhora da
Lugar 44 Ramiro Lugar 15
Graça
Residual Lugar 187 Relva Lugar 191
Idanha-a-Velha Freguesia 63 Sidral Lugar 57
Idanha-a-Velha Lugar 62 Torre Lugar 5
Residual Lugar 1 Valado Lugar 15
Ladoeiro Freguesia 1290 Jardim Lugar 24
Ladoeiro Lugar 1199 Residual Lugar 41
Monte do Rochão Lugar --- Oledo Freguesia 355
Residual Lugar 91 Oledo Lugar 340
Medelim Freguesia 272 Residual Lugar 15
Medelim Lugar 267 Penha Garcia Freguesia 748
Residual Lugar 5 Penha Garcia Lugar 723
Monfortinho Freguesia 536 Vale Feitoso Lugar 8
Monfortinho Lugar 159 Residual Lugar 17
Termas de
Lugar 307 Proença-a-Velha Freguesia 224
Monfortinho
Torre Lugar 47 Proença-a-Velha Lugar 207
Residual Lugar 23 Residual Lugar 17

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 41


População População
Nível de Residente (N.º) Nível de Residente (N.º)
Aglomerado Aglomerado
Designação Designação
2011 2011
Rosmaninhal Freguesia 537 Segura Freguesia 176
Cegonhas Lugar 78 Segura Lugar 176
Couto das
Lugar 2 Residual Lugar 0
Correias
Rosmaninhal Lugar 394 Toulões Freguesia 237
Soalheiras Lugar 46 Carriçal Lugar 3
Residual Lugar 17 Toulões Lugar 234
Salvaterra do
Freguesia 170 Residual Lugar 0
Extremo
Salvaterra do
Lugar 166 Zebreira Freguesia 873
Extremo
Residual Lugar 4 Zebreira Lugar 819
São Miguel de
Freguesia 560 Residual Lugar 54
Acha
São Miguel de
Lugar 534
Acha
Residual Lugar 26 Idanha-a-Nova Município 9 716

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

No que se refere aos perímetros urbanos, cuja noção pressupõe a existência de espaços onde
se concentra o povoamento, contrastando com áreas vizinhas onde o índice de utilização do
terreno, ou a percentagem de solo edificado, é muito menor, correspondendo assim a uma
diferenciada qualidade de utilização, estes envolvem a estrutura urbana dos aglomerados,
pretendendo-se que a composição definida para cada aglomerado promova o equilíbrio
urbano respeitando a sua continuidade espacial e estabelecendo uma correta ligação com
a envolvente.

Procede-se, de seguida, à observação dos perímetros urbanos, definidos para os diferentes


aglomerados e que englobam quatro categorias de espaços: espaços urbanos (com a classe
de núcleos históricos), espaços urbanizáveis, verde urbano e espaços industriais.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 42


Quadro 17 – Área das diferentes subcategorias de Solo Urbano no Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova em vigor (em hectares e peso percentual)

ESPAÇOS URBANIZÁVEIS ESTRUTURA


ESPAÇOS ESPAÇOS
Espaço a Vocação ECOLÓGICA PERÍMETRO URBANO
FREGUESIA AGLOMERADOS URBANOS Total INDUSTRIAIS
Urbanizar Recreativa URBANA

ha % ha % ha % ha % ha % ha % ha %

Alcafozes 16,33 85,50% 1,51 7,91% --- --- 1,51 7,91% 1,26 6,60% --- --- 19,10 1,15%
Alcafozes
Outros Aglomerados 23,22 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 23,22 1,40%
Aldeia de Sta. Aldeia de Sta.
11,75 43,76% 12,08 44,99% --- --- 12,08 44,99% 3,02 11,25% --- --- 26,85 1,61%
Margarida Margarida
Idanha-a-Nova 89,07 15,24% 169,13 28,93% 152,14 26,03% 321,27 54,96% 115,38 19,74% 58,83 10,06% 584,55 35,16%

Idanha-a-Nova Sra. da Graça 11,34 66,28% 5,77 33,72% --- --- 5,77 33,72% --- --- --- --- 17,11 1,03%
Outros Aglomerados 96,28 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 96,28 5,79%

Idanha-a-Velha Idanha-a-Velha 7,50 72,12% 2,90 27,88% --- --- 2,90 27,88% --- --- --- --- 10,40 0,63%

Ladoeiro 53,35 83,16% 10,80 16,84% --- --- 10,80 16,84% --- --- --- --- 64,15 3,86%
Ladoeiro
Outros Aglomerados 41,35 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 41,35 2,49%

Medelim 21,54 73,87% 7,62 26,13% --- --- 7,62 26,13% --- --- --- --- 29,16 1,75%
Medelim
Outros Aglomerados 2,15 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,15 0,13%

Monfortinho 11,99 82,24% 2,59 17,76% --- --- 2,59 17,76% --- --- --- --- 14,58 0,88%
Termas de
40,44 60,14% 21,75 32,35% --- --- 21,75 32,35% 5,05 7,51% --- --- 67,24 4,04%
Monfortinho Monfortinho
Torre 7,10 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 7,10 0,43%
Outros Aglomerados 11,76 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 11,76 0,71%

Monsanto 17,79 39,51% 1,52 3,38% 22,90 50,85% 24,42 54,23% 2,82 6,26% --- --- 45,03 2,71%
Eugénia, Relva,
25,71 60,24% 11,39 26,69% --- --- 11,39 26,69% 5,58 13,07% --- --- 42,68 2,57%
Valado e Devesa
Carroqueiro 11,68 78,81% 3,14 21,19% --- --- 3,14 21,19% --- --- --- --- 14,82 0,89%
Monsanto L. Junho, L. d'Água, L.
Maria Martins, Barreiro 4,80 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 4,80 0,29%
e Adingeiro
Sidral / Pereira 11,60 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 11,60 0,70%

Outros Aglomerados 31,86 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 31,86 1,92%

43
ESPAÇOS URBANIZÁVEIS ESTRUTURA
ESPAÇOS ESPAÇOS
Espaço a Vocação ECOLÓGICA PERÍMETRO URBANO
FREGUESIA AGLOMERADOS URBANOS Total INDUSTRIAIS
Urbanizar Recreativa URBANA

ha % ha % ha % ha % ha % ha % ha %

Oledo Oledo 30,33 89,07% 3,72 10,93% --- --- 3,72 10,93% --- --- --- --- 34,05 2,05%

Penha Garcia 45,74 63,52% 26,27 36,48% --- --- 26,27 36,48% --- --- --- --- 72,01 4,33%
Penha Garcia
Outros Aglomerados 11,97 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 11,97 0,72%

Proença-a-Velha 25,10 65,95% 12,12 31,84% --- --- 12,12 31,84% 0,84 2,21% --- --- 38,06 2,29%
Proença-a-Velha
Outros Aglomerados 13,93 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 13,93 0,84%

Rosmaninhal 31,33 74,03% 6,27 14,82% --- --- 6,27 14,82% 4,72 11,15% --- --- 42,32 2,55%
Cegonhas 8,25 80,33% 2,02 19,67% --- --- 2,02 19,67% --- --- --- --- 10,27 0,62%

Rosmaninhal Couto das Correias 1,20 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 1,20 0,07%
Soalheira 6,67 78,10% 1,87 21,90% --- --- 1,87 21,90% --- --- --- --- 8,54 0,51%

Outros Aglomerados 24,52 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 24,52 1,47%

Salvaterra do Extremo 30,85 80,07% 7,68 19,93% --- --- 7,68 19,93% --- --- --- --- 38,53 2,32%
Salvaterra do Extremo
Outros Aglomerados 4,52 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 4,52 0,27%

São Miguel D'Acha 28,21 69,19% 9,51 23,33% --- --- 9,51 23,33% 3,05 7,48% --- --- 40,77 2,45%
São Miguel D'Acha
Outros Aglomerados 3,94 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 3,94 0,24%

Segura 15,35 71,43% 6,14 28,57% --- --- 6,14 28,57% --- --- --- --- 21,49 1,29%
Segura
Outros Aglomerados 4,51 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 4,51 0,27%

Toulões 17,06 73,82% 6,05 26,18% --- --- 6,05 26,18% --- --- --- --- 23,11 1,39%
Toulões
Carriçal 1,62 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 1,62 0,10%

Zebreira 54,92 72,12% 19,45 25,54% --- --- 19,45 25,54% 1,78 2,34% --- --- 76,15 4,58%
Zebreira
Outros Aglomerados 25,39 100,00% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 25,39 1,53%

934,02 56,18% 351,30 21,13% 175,04 10,53% 526,34 31,66% 143,50 8,63% 58,83 3,54% 1 662,69 100,00%

Obs.: Os aglomerados de Lagar de Maria Martins, Barreiro e Adingeiro (freguesia de Monsanto) não têm perímetros urbanos definidos no PDM em vigor

Fonte: Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova (1994)

44
5.2 - DEMOGRAFIA

A caracterização demográfica no âmbito de um Plano Municipal de Ordenamento do Território


é um contributo indispensável para o desenvolvimento de estratégias orientadas para uma
melhor e mais ajustada intervenção territorial.

Sendo importante conhecer os quantitativos demográficos, bem como as densidades


populacionais, ou, ainda, efetuar retrospetivas históricas recuadas, interessa sobretudo sublinhar
a qualidade da estrutura do conjunto dos indivíduos residentes no concelho, a respetiva
distribuição geográfica por grupos etários e pelos índices resumo, bem como a construção de
cenários possíveis para estimar a população e as suas características para o horizonte do Plano
Diretor Municipal.

O presente relatório integra os resultados Provisórios do XVI Recenseamento Geral da População


e VI Recenseamento Geral da Habitação - Censos 2021, embora ainda não permitam dar a
conhecer a totalidade dos domínios da abordagem demográfica.

5.2.1 – Indicadores de Demografia

Domínio Área temática Indicador


População residente total
População estrangeira com estatuto legal de
residente
População
Saldo natural
Saldo migratório
Saldo total
Estrutura etária da população residente
Demografia Estrutura etária
Índice de dependência
Dimensão média das famílias
Famílias Famílias unipessoais
Núcleos familiares monoparentais
População residente segundo o nível de
Qualificação da
escolaridade
população
Taxa de analfabetismo

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 45


População residente total

POPULAÇÃO
Indicador: População residente total
Unidade(s) de medida: Número de habitantes
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos de 1991, 2001, 2011 e 2021
Referência geográfica: Município, freguesias
“Conjunto de pessoas que, independentemente de estarem presentes
ou ausentes num determinado alojamento no momento de observação,
viveram no seu local de residência habitual por um período contínuo de,
Descrição do indicador: pelo menos, 12 meses anteriores ao momento de observação, ou que
chegaram ao seu local de residência habitual durante o período
correspondente aos 12 meses anteriores ao momento de observação,
com a intenção de aí permanecer por um período mínimo de um ano.”

Gráfico 5 - População residente total | Município de Idanha-a-Nova | Censos 1991 – 2021

14 000,00

9 000,00

4 000,00

-1 000,00
1991 2001 2011 2021
13 630,00 11 659,00 9 716,00 8 356,00

Gráfico 6 – Variação da População residente total, por freguesia | 1991 – 2021

0,00%
Aldeia de Santa Margarida
-10,00% U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes
Ladoeiro
-20,00%
Medelim
-30,00% U.F. Monfortinho e Salvaterra
U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha
-40,00%
Oledo

-50,00% Penha Garcia


Proença-a-Velha
-60,00%

Análise:

Entre 1991 e 2021, o Município de Idanha-a-Nova registou um decréscimo populacional de 5 274


habitantes, correspondente a uma taxa de variação negativa de 38,69%, comportamento
comum a todas as freguesias que o constituem, mas com maior expressão nas freguesias de
Aldeia de Santa Margarida (-56,21%), Rosmaninhal (-55,13%) e União de Freguesias de
Monfortinho e Salvaterra (-52,83%). Por sua vez, são a União de Freguesias de Idanha-a-Nova e
Alcafozes, União de Freguesias de Zebreira e Segura e freguesia do Ladoeiro que registam as
menores taxas de variação negativa, de 13,54%, 30,70% e 34,92%, respetivamente.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 46


Focando a análise na última década censitária (2011-2021), o Município de Idanha-a-Nova
acompanha a evolução tendencial do País, num contexto em que todas as unidades territoriais
consideradas perderam população residente.

Figura 9 – Variação da População residente total| Região Centro | 2011 – 2021

Gráfico 7 – Variação da População residente total | Portugal, Continente, Beira Baixa e Região Centro |
2011 – 2021

Vila Velha de Ródão -6,70%


Proença-a-Nova -13,76%
Penamacor -16,09%
Oleiros -14,26%
Idanha-a-Nova -14,00%
Castelo Branco -6,80%
Beira Baixa -9,31%
Centro -4,30%
Continente -1,89%
Portugal -2,06%

-18,00% -16,00% -14,00% -12,00% -10,00% -8,00% -6,00% -4,00% -2,00% 0,00%

Em termos relativos e na sequência da evolução descrita, o Município de Idanha-a-Nova foi o


terceiro concelho com maior perda populacional (-14,00%), não vendo o seu peso
significativamente diminuído no total sub-regional. Em 2011, 10,91% da população da Beira Baixa
residia em Idanha-a-Nova sendo que, em 2021, a proporção aferida é de 10,34%.

Nesta senda, destacam-se, face ao exposto, os polarizadores da envolvente regional, que são
os concelhos de Idanha-a-Nova e o concelho de Castelo Branco, que concentravam, em 2021,
10,34% e 64,74%, respetivamente, da população sub-regional.

Refira-se, ainda, que são os concelhos de Vila Velha de Rodão e Castelo Branco que apresentam
as menores taxas de variação negativa, de 6,70% e 6,80%, respetivamente.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 47


População estrangeira com estatuto legal de residente

POPULAÇÃO
Indicador: População estrangeira com estatuto legal de residente
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estatísticas Territoriais
Referência temporal 2008 - 2020
Referência geográfica: Município
“Conjunto de pessoas de nacionalidade não portuguesa com
autorização ou cartão de residência, em conformidade com a
legislação de estrangeiros em vigor. Não inclui os estrangeiros com
Descrição do indicador:
situação regular ao abrigo da concessão de autorizações de
permanência, de vistos de curta duração, de estudo, de trabalho ou de
estada temporária, bem como os estrangeiros com situação irregular.”

Gráfico 8 - População estrangeira com estatuto legal de residente | Município de Idanha-a-Nova | 2008 –
2020
600
503
500 459

400 346
323
291
255 250 266 259
300 232 244 244
218

200

100

0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 9 - População estrangeira com estatuto legal de residente, por nacionalidade | Município de
Idanha-a-Nova | 2008 e 2020

600

500

400 237
300 Extra EU
União Europeia 28
200
178 266
100
54
0
2008 2020

Análise:

A população estrangeira com estatuto legal de residente, representava, em 2008, 2,30% da


população e, em 2020, 6,20%. Entre 2008 e 2020, verifica-se um acréscimo de população
estrangeira de aproximadamente 116,81%, com maior incidência nos estrangeiros com origem
na União Europeia.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 48


Saldo natural

POPULAÇÃO
Indicador: Saldo natural
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Mensal/Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estatísticas de Nados-Vivos / Óbitos
Referência temporal 2001, 2011 e 2020
Referência geográfica: País e Município de Idanha-a-Nova
“Diferença entre o número de nados-vivos e o número de óbitos num
Descrição do indicador:
dado período de tempo.”

Quadro 18 – Saldo Natural| Portugal e Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020

Nascimentos Óbitos Saldo Natural

Idanha-a-Nova 58 270 -212


2001
Portugal 112 774 105 092 7 682
Idanha-a-Nova 59 198 -139
2011
Portugal 96 856 102 848 -5 992
Idanha-a-Nova 48 263 -215
2020
Portugal 84 426 123 358 -38 932

Gráfico 10 - Saldo Natural| Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020

2020

2011

2001

-300 -200 -100 0 100 200 300

Saldo Natural Óbitos Nascimentos

Análise:

De 2001 a 2020, verifica-se, no concelho, um crescimento natural negativo, levando a uma não
substituição das gerações. Em 2020, o concelho apresenta um saldo natural negativo (-215
indivíduos), que se deve à superioridade dos óbitos (263 indivíduos), relativamente aos
nascimentos (48 nados vivos). Lógica semelhante é apresentada pelos valores do País, que, em
2020, apresentam, também, uma taxa de mortalidade superior à taxa de natalidade, ou seja,
um saldo natural negativo.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 49


Saldo migratório

POPULAÇÃO
Indicador: Saldo migratório
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Mensal/Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estatísticas de Migração
Referência temporal 2001, 2011 e 2020
Referência geográfica: Município
“Diferença entre a imigração (entrada) e a emigração (saída) numa
Descrição do indicador:
determinada região durante o ano civil”

Gráfico 11 - Saldo Migratório| Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020

120
100
80 98
60
40
20
28
0
2001 2011 2020
- 20
- 40
- 60
- 80 - 59

Análise:

A análise ao penúltimo período intercensitário (2001-2011) reflete a tendência a um decréscimo


dos fluxos migratórios. Todavia, em 2020, o Município de Idanha-a-Nova apresenta uma
dinâmica positiva no saldo migratório, em harmonização com os resultados apurados no País.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 50


Saldo total

POPULAÇÃO
Indicador: Saldo total
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estatísticas Territoriais
Referência temporal 2001, 2011 e 2020
Referência geográfica: Município
“Diferença entre os efetivos populacionais no final e no início de um
Descrição do indicador:
determinado período.”

Gráfico 12 - Saldo Total, Natural e Migratório| Município de Idanha-a-Nova | 2001, 2011 e 2020

150

100
98
50
28
0
2001 2011 2020
- 59
- 50

- 100
- 139 - 117
- 150
- 184
- 200 - 212 - 198 - 215

- 250

Saldo natural Saldo migratório Saldo total

Análise:

Da análise efetuada ao movimento da população, no período de 2001 a 2020, contata-se que


o saldo total se mantém negativo, concluindo-se que para o decréscimo populacional de 2020,
concorreram, por um lado, um saldo natural negativo de -215 pessoas (- 212 pessoas em 2001),
por outro, um saldo migratório positivo, de 98 pessoas (28 pessoas em 2001).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 51


Estrutura etária da população residente

ESTRUTURA ETÁRIA
Indicador: Estrutura etária da população residente
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estatísticas Territoriais
Referência temporal Censos 1981, 2011 e 2021
Referência geográfica: Município, Freguesias
Descrição do indicador: Estrutura etária da população em 1981 e 2011

Gráfico 13 - Estrutura Etária da População Residente (por Grupos Etários) | 1981 e 2011

75 ou mais
70-74
65-69
60-64
55-59
Grupos Etários

50-54 1981
45-49
40-44 2011
35-39 Homens
30-34 Mulheres 1981
25-29
20-24 2011
15-19
10-14
05-09
0-04
-11,00% -6,00% -1,00% 4,00% 9,00% 14,00%

Análise:

A estrutura da população, entre 1981 e 2011, acompanhou a tendência verificada no contexto


demográfico do País, ou seja, envelhecimento duplo na base e no topo, traduzido no
decréscimo do peso dos jovens e no crescimento do peso dos idosos, no conjunto da população
residente, refletindo-se, respetivamente, pelo estreitamento da base e pelo alargamento do
topo da pirâmide.

O Município de Idanha-a-Nova perdeu população em todos os grupos etários da população,


até aos 74 anos. Este recuo populacional foi mais acentuado nos grupos etários mais jovens.

Em 1981, 14,95% da população tinha entre 0 -14 anos e, em 2011, apenas 8,71%. Inversamente,
a população mais envelhecida passou a ter maior importância. A população com 65 ou mais
anos representava, em 1981, cerca de 29,12% e, em 2011, atinge os 42,91%.

Reportando-nos ao último momento censitário (2021), e aos três grandes grupos populacionais,
designados por grupos funcionais (0-14 anos (população jovem), 15-64 anos (população em
idade ativa), e 65 e mais anos (população idosa), conclui-se que a estrutura etária envelhecida
do Município de Idanha-a-Nova encontra justificação na existência de apenas 8,68% de
população jovem, de metade de população adulta (48,53%) e de aproximadamente dois
quintos (42,80%) de população idosa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 52


Gráfico 14 - Estrutura Etária da População Residente (por Grandes Grupos Etários) | Município | 2021

8,68%

42,80%
0-14 anos
15-64 anos
48,53% 65 e mais anos

A distribuição espacial deste fenómeno tem diferentes incidências no conjunto territorial


concelhio. Com efeito, numa análise ao conjunto das freguesias do concelho, destacam-se os
seguintes grupos de comportamento:

• A União de freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes é aquela que, apesar do contexto


global, apresenta o maior número de jovens (11,81%) e o menor peso de idosos (30,36%)
sendo seguida pela União de freguesias de Zebreira e Segura e União de freguesias de
Monfortinho e Salvaterra;
• Freguesias com menos população jovem: Toulões (2,65%), Proença-a-Velha (3,16%) e
Aldeia de Santa Margarida (3,98%);
• Freguesias com mais de metade da sua população com mais de 65 anos: Toulões
(62,83%), Proença-a-Velha (56,84%), Rosmaninhal (56,75%), Penha Garcia (55,54%), União
de freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha (54,05%), Medelim (53,04%) e São Miguel
D’Acha (50,29%).

Gráfico 15 - Estrutura Etária da População Residente (por Grandes grupos Etários) | Freguesias | 2021

U.F. Zebreira e Segura


Toulões
São Miguel D'Acha
Rosmaninhal
Proença-a-Velha
Penha Garcia
Oledo
U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha
U.F. Monfortinho e Salvaterra
Medelim
Ladoeiro
U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes
Aldeia de Santa Margarida
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%

0-14 anos 15-64 anos 65 e mais anos

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 53


Índice de dependência

ESTRUTURA ETÁRIA
Indicador: Índice de dependência
Unidade(s) de medida: Rácio (%)
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estimativas anuais da população residente
Referência temporal 2001, 2011 e 2020
Referência geográfica: Município, Beira Baixa, Região Centro e País
“Relação entre a população jovem e idosa e a população em idade
ativa, definida como o quociente entre o número de pessoas com
Descrição do indicador: idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as
pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades
compreendidas entre os 15 e os 64 anos.”

Gráfico 16 – índices de dependência| País, Região Centro, Beira Baixa e Município de Idanha-a-Nova |
2001, 2011 e 2020

120

100

80

60

40

20

0
Centro

Centro

Centro
Portugal

Beira Baixa

Idanha-a-Nova

Portugal

Beira Baixa

Idanha-a-Nova

Portugal

Beira Baixa

Idanha-a-Nova
Índice de dependência de idosos Índice de dependência de jovens Índice de dependência total

2020 2011 2001

Análise:

Analisando o índice de dependência de idosos, que relaciona o número de idosos por cada 100
pessoas em idade ativa (idade entre os 15 e os 64 anos), identifica-se que, no Município de
Idanha-a-Nova, e contrariamente às restantes unidades territoriais consideradas, entre 2001 e
2020, o rácio diminuiu de 82,7 para 75,5 idosos por 100 pessoas potencialmente ativas.
No sentido inverso, o índice de dependência de jovens, que relaciona o número de jovens por
cada 100 pessoas em idade ativa, revela, no mesmo período temporal, um decréscimo de 18,2
para 18,1 jovens por 100 pessoas potencialmente ativas, acompanhando as tendências
verificadas na Beira Baixa, Região Centro e no país.
O índice de dependência total era, no Município de Idanha-a-Nova, em 2001, de 100,9% e, em
2020, de 93,70%, Este comportamento resulta, como já referido, de dois mecanismos: uma ligeira
quebra no índice de dependência de jovens e um decréscimo evidente do índice de
dependência de idosos.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 54


Dimensão média das famílias

FAMÍLIAS
Indicador: Dimensão média das famílias
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos 1960, 1981, 2001 e 2011
Referência temporal 1960, 1981, 2001 e 2011
Referência geográfica: Município
“Conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm
Descrição do indicador: relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si. / Número médio
de pessoas residentes em famílias clássicas.”

Gráfico 17 – Evolução do número e da dimensão média das famílias residentes | Município de Idanha-a-
Nova | 1960, 1981, 2001 e 2011

10000 3,2 3,5

9000
3
8000 2,5
2,3 2,5
7000
2,1
6000
2
5000
1,5
4000

3000 1
2000
0,5
1000
9451 6503 5098 4387
0 0
1960 1981 2001 2011

Número de famílias residentes Dimensão média das famílias residentes

Análise:

Em 2011, o Município de Idanha-a-Nova contava com cerca de 4387 famílias, um número inferior
ao registado nos decénios precedentes, facto que tem origem sobretudo na contínua
diminuição da dimensão média das famílias, que, em 2011, era de apenas 2,1 pessoas por
agregado.
Para a persistência desta tendência concorrem, naturalmente, múltiplos fatores, em particular os
que remetem para a evolução dos estilos de vida. Acresce o facto de a diminuição da dimensão
média das famílias surgir fortemente associada à presença de famílias constituídas por uma só
pessoa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 55


Famílias unipessoais

FAMÍLIAS
Indicador: Famílias unipessoais
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos 2011
Referência temporal 2011
Referência geográfica: Município, freguesias
Descrição do indicador: “Famílias clássicas com um indivíduo.”

Gráfico 18 – Proporção n.º de famílias clássicas unipessoais - pessoas com 65 ou mais anos / n.º de famílias
unipessoais | Freguesias do Município de Idanha-a-Nova | 2011

1000 100,00%

900 90,00%

800 80,00%

700 70,00%

600 60,00%

500 50,00%

400 40,00%

300 30,00%

200 20,00%

100 10,00%

0 0,00%

N.º Total de Famílias Clássicas

N.º de Famílias Unipessoais

Proporção n.º de famílias clássicas unipessoais - pessoas com 65 ou mais anos / n.º de famílias
unipessoais

Análise:

Em 2011, no concelho, num universo de 4387 famílias clássicas, 1345 eram constituídas por uma
pessoa (30,66%).
Refira-se, ainda, que deste grupo de famílias unipessoais, 1030 são constituídas por uma pessoa
com 65 ou mais anos, representando 23,48% do total de famílias clássicas e 76,58% do total de
famílias unipessoais.
Idanha-a-Velha é a freguesia do concelho que, em 2011, apresentava a maior proporção de
famílias constituídas por uma pessoa com 65 ou mais anos, face ao total de famílias unipessoais
(90,00%). Por sua vez, é a freguesia de Salvaterra do Extremo que regista a menor proporção –
53,13% do total de famílias unipessoais.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 56


Núcleos familiares monoparentais

FAMÍLIAS
Indicador: Núcleos familiares monoparentais
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos 2001 e 2011
Referência temporal 2001 e 2011
Referência geográfica: Município, freguesias
“Núcleo familiar que integra apenas um dos progenitores, pai ou mãe,
Descrição do indicador:
com filho(s).”

Quadro 19 – Famílias monoparentais| Município de Idanha-a-Nova | 2001 e 2011

Total de famílias
Município de Idanha-a-Nova Pai com filhos Mãe com filhos
monoparentais

2001 52 232 284


2011 52 242 294

Gráfico 19 – Proporção entre o n.º de famílias monoparentais com pai com filhos e o n.º de famílias
monoparentais com mãe com filhos | Freguesias do Município de Idanha-a-Nova | 2011

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Alcafozes
Aldeia de Santa Margarida
Idanha-a-Nova
Idanha-a-Velha
Ladoeiro
Medelim
Monfortinho
Monsanto
Oledo
Penha Garcia
Proença-a-Velha
Rosmaninhal
Salvaterra do Extremo
São Miguel de Acha
Segura
Toulões
Zebreira

Pai com filhos Mãe com filhos

Análise:

A evolução dos núcleos familiares monoparentais constitui, igualmente, uma tendência


persistente ao longo do tempo que decorre, em grande medida, de transformações
socioculturais profundas. No caso do Município de Idanha-a-Nova, a sua proporção passou de
5,57% para 6,70%, entre 2001 e 2011. Constata-se, também, que, em 2011, no concelho, 82,31%
dos núcleos familiares monoparentais são constituídos por mães com filhos.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 57


População residente segundo o nível de escolaridade

QUALIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO
Indicador: População residente segundo o nível de escolaridade
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos 2001, 2011 e 2021
Referência temporal 2001, 2011 e 2021
Referência geográfica: Município
“Nível ou grau de ensino mais elevado que o indivíduo concluiu ou para
Descrição do indicador: o qual obteve equivalência, e em relação ao qual tem direito ao
respetivo certificado ou diploma.”

Gráfico 20 – População residente segundo o nível de escolaridade | Município de Idanha-a-Nova | 2001,


2011 e 2021

2021 21,30% 31,88% 9,57% 13,83% 15,17% 8,23%

2011 31,67% 34,66% 9,15% 11,92% 7,99% 4,61%

1,90%

2001 44,80% 29,70% 8,50% 9,30% 5,80%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Sem nível de escolaridade Básico 1º ciclo Básico 2º ciclo


Básico 3º ciclo Secundário e pós secundário Superior

Análise:

Da análise aos dados conclui-se que, contrariamente a 2001, que registou, na totalidade do
concelho, 44,80% da população sem qualquer nível de escolaridade, em 2021, 78,70% da
população residente atingiu níveis de escolaridade e apenas 21,30% possui nenhum nível de
escolaridade.
Refira-se, ainda, que, em 2021, 8,23% da população alcançou o ensino superior, sendo que, em
2001, este rácio consubstanciava 1,90%.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 58


Taxa de analfabetismo

QUALIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO
Indicador: Taxa de analfabetismo
Unidade(s) de medida: Percentagem
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos 1981, 2001 e 2011
Referência temporal 1981, 2001 e 2011
Referência geográfica: Município, freguesias
“Indivíduo com 10 ou mais anos que não sabe ler nem escrever, isto é,
Descrição do indicador: incapaz de ler e compreender uma frase escrita ou de escrever uma
frase completa.”

Gráfico 21 – População residente analfabeta, total e por sexo e Taxa de Analfabetismo | Município de
Idanha-a-Nova |1981, 2001 e 2011

5000 50,20% 60,00%

4000 50,00%
30,38% 40,00%
3000
20,64% 30,00%
2000
20,00%
1000 10,00%
0 0,00%
1981 2001 2011

Masculino Feminino Total

Gráfico 22 – Taxa de Analfabetismo | Freguesias |2011

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%


Alcafozes
Aldeia de Santa Margarida
Idanha-a-Nova
Idanha-a-Velha
Ladoeiro
Medelim
Monfortinho
Monsanto
Oledo
Penha Garcia
Proença-a-Velha
Rosmaninhal
Salvaterra do Extremo
São Miguel de Acha
Segura
Toulões
Zebreira

Análise:

Analisados os dados relativos a 2011, constata-se que a taxa de analfabetismo, de 1981 a 2011,
decresceu para 20,64%. Verifica-se, no entanto, uma grande disparidade entre a taxa de
analfabetismo masculina (15,00%) e a taxa de analfabetismo feminina (25,70%).
Verifica-se, também, que é a freguesia de Monsanto que, em 2011, apresenta a maior taxa de
analfabetismo (32,96%), contrariamente à freguesia de Idanha-a-Nova, que apresenta a menor
taxa, de 13,78%, respetivamente.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 59


5.2.2 – Análise dos Resultados

O Município de Idanha-a-Nova, à semelhança da maioria dos concelhos da Beira Baixa,


tem vindo, progressivamente, a perder população. Efetivamente, Idanha-a-Nova, entre 1991 e
2021, perdeu, aproximadamente, 5274 pessoas (de 13630 habitantes, em 1991, passou para 8356,
em 2021), correspondendo a uma taxa de variação negativa de 38,69%.
A repulsão populacional e o envelhecimento demográfico, com efeitos diretos na
diminuição da taxa de natalidade e no aumento da taxa de mortalidade, induzidos pela
interioridade do concelho, são os aspetos que marcam a demografia deste concelho.
A análise da escala intra concelhia permite verificar que, entre 1991 e 2021, o decréscimo
populacional tem sido progressivo e generalizado à totalidade do concelho, destacando-se as
freguesias de Aldeia de Santa Margarida (-56,21%), Rosmaninhal (-55,13%) e União de Freguesias
de Monfortinho e Salvaterra (52,83%), que apresentam as maiores taxas de variação negativa.
Por sua vez, são a União de Freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes, União de Freguesias de
Zebreira e Segura e freguesia do Ladoeiro que registam as menores taxas de variação negativa,
de 13,54%, 30,70% e 34,92%, respetivamente.
A evolução dos movimentos natural e migratório determina o crescimento de uma
população (crescimento efetivo) e provoca modificações na respetiva estrutura etária. Com
efeito, entre 2001 e 2020, verifica-se um crescimento natural negativo, que se deve à
superioridade do número de óbitos, face ao número de nascimentos (em 215 casos, em 2020) e
um crescimento migratório positivo, que se traduz pelo facto de as entradas do concelho serem
superiores às saídas (em 98 casos, em 2020).
Da análise da população por grupos etários, reconhecem-se sinais de envelhecimento
estrutural da população, nomeadamente com a diminuição da proporção de jovens (dos 0 aos
14 anos) e com o aumento dos idosos (idades superiores a 65 anos), refletindo-se numa estrutura
etária bastante envelhecida. Estas tendências são diretamente induzidas pela queda da
fecundidade e pelo aumento da esperança de vida.
A estrutura etária envelhecida do Município de Idanha-a-Nova encontra justificação na
existência, em 2021, de apenas 8,68% de população jovem (14,95%, em 1981), de 48,53% de
população adulta (55,93%, em 1981) e de 42,80% de população idosa (29,12%, em 1981).
No que concerne aos níveis de dependência e envelhecimento, no Município de Idanha-
a-Nova, entre 2001 e 2020, a evolução traduz-se, genericamente, numa ligeira diminuição do
número de dependentes jovens por cada 100 ativos (passa de 18,2, em 2001, para 18,1, em 2020)
e num decréscimo substancial do número de idosos a cargo de cada 100 ativos (passa de 82,7,
em 2001, para 75,5, em 2020).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 60


A dimensão do fenómeno de esvaziamento demográfico, constata-se, também, na
diminuição do número de famílias, entre 2001 e 2011 (711 famílias, -13,95%), apresentando um
padrão semelhante ao da evolução da população (-16,66%).
Tendo em consideração que a diferença de ritmos entre a evolução da população e
das famílias foi insignificante, não se registou nenhuma alteração considerável no valor da
dimensão média das famílias que, em 2011 é de 2,1 pessoas/família e, em 2001, de 2,3
pessoas/família.
A dimensão média das famílias surge fortemente associada à presença de famílias
constituídas por uma só pessoa, que, em 2011, totalizam 1345 famílias (30,66% do total de famílias
clássicas), constatando-se elevada correspondência entre as freguesias mais envelhecidas e as
que registam uma forte presença de famílias unipessoais. Refira-se, ainda, que deste grupo de
famílias unipessoais, 1030 são constituídas por uma pessoa com 65 ou mais anos, representando
23,48% do total de famílias clássicas e 76,58% do total de famílias unipessoais.
A evolução dos núcleos familiares monoparentais constitui, igualmente, uma tendência
persistente ao longo do tempo que decorre, em grande medida, de transformações
socioculturais profundas. No caso do Município de Idanha-a-Nova, a sua proporção passou de
5,57% para 6,70%, entre 2001 e 2011. Constata-se, também, que, em 2011, no concelho, 82,31%
dos núcleos familiares monoparentais são constituídos por mães com filhos.
A instrução (qualificação dos recursos humanos no plano escolar) são condições
essenciais para a qualificação do tecido económico, para sustentar processos de
desenvolvimento e proporcionar a melhoria da qualidade de vida das populações.
No Município de Idanha-a-Nova, os níveis de instrução são ainda baixos, facto que não
é alheio à estrutura fortemente envelhecida da população residente.
Com efeito, em 2011, 21 pessoas (com 10 ou mais anos) em cada 100 (com 10 ou mais
anos) não sabiam ler nem escrever (taxa de analfabetismo de 20,64%). Esta taxa é, contudo,
ligeiramente inferior à registada em 2001 (30,38%).
Refira-se, todavia, que contrariamente a 2001, que registou, na totalidade do concelho,
44,80% da população sem qualquer nível de escolaridade, em 2021, 78,70% da população
residente atingiu níveis de escolaridade e 8,23% da população o ensino superior, sendo que, em
2001, este rácio consubstanciava 1,90%.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 61


5.3 – PARQUE EDIFICADO

Para uma melhor compreensão das dinâmicas territoriais e formulação de políticas de


ordenamento do território torna-se essencial a análise do parque habitacional. É importante
analisar as suas características, dinâmicas e pressões construtivas, conjugando os edifícios com
o meio onde se inserem.

O parque habitacional constitui um importante tecido produtivo de qualquer região, quer como
agente económico, diretamente ligado ao ramo da construção civil e das empresas imobiliárias,
quer pelas dinâmicas que lhe estão associadas, económicas e sociais. A análise do parque
habitacional permite-nos avaliar a sua evolução ao longo dos anos bem como a sua situação
atual, permitindo-nos aferir as fragilidades e potencialidades do mesmo, de forma a tentar definir
campos de atuação com vista ao aumento da qualidade de vida da população residente do
concelho.

Acresça-se que a habitação deverá ser assumida como uma centralidade na vida quotidiana,
quer porque se trata de uma necessidade absoluta, quer porque absorve a maior parte dos
orçamentos familiares, quer ainda porque constitui parte dominante do património familiar.
Nesta perspetiva, analisa-se a habitação como palco das mais diversas manifestações de
sociabilidade, prefigurando-se como um elemento dinâmico nas interações sociais.

5.3.1 – Indicadores de Parque Edificado

Domínio Área temática Indicador


Evolução do número de Edifícios
Edifícios por Época de Construção
Edifícios
Edifícios licenciados
Parque Edificado
Edifícios licenciados para habitação familiar
Evolução do número de Alojamentos familiares
Alojamentos Alojamentos familiares clássicos por forma de
ocupação

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 62


Evolução do número de Edifícios

EDIFÍCIOS
Indicador: Evolução do número de Edifícios
Unidade(s) de medida: Número de edifícios
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos de 2001, 2011 e 2021
Referência temporal 2001, 2011 e 2021
Referência geográfica: Município, freguesias
Descrição do indicador: “Construção permanente, dotada de acesso independente, coberta e
limitada por paredes exteriores ou paredes-meias que vão das
fundações à cobertura e destinada à utilização humana ou a outros
fins.”

Gráfico 23 – Edifícios segundo os Censos: total| Município |2001, 2011 e 2021

12 200 12 078
12 000
11 800 11 630
11 600
11 400
11 146
11 200
11 000
10 800
10 600
2001 2011 2021

Gráfico 24 – Variação do número de Edifícios| Freguesias | 2011-2021

U.F. Zebreira e Segura 7,10%


Toulões -9,30%
São Miguel D'Acha 3,30%
Rosmaninhal 14,40%
Proença-a-Velha -4,60%
Penha Garcia 5,30%
Oledo -1,90%
U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha 9,30%
U.F. Monfortinho e Salvaterra -0,50%
Medelim 2,90%
Ladoeiro 1,90%
U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes 2,30%
Aldeia de Santa Margarida 0,20%
-15,00% -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

Análise:

Em 2021, no Município de Idanha-a-Nova, existiam 12078 edifícios, resultando num acréscimo de


8,36%, relativamente ao momento censitário de 2001, que registou a existência de 11146 edifícios.
Ressalta-se, ainda, na análise por freguesias, o Rosmaninhal e Toulões, enquanto freguesias onde
se registaram a maior taxa de variação positiva (14,40%) e a menor taxa de variação negativa
(9,30%), respetivamente.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 63


Edifícios por época de construção

EDIFÍCIOS
Indicador: Edifícios por época de construção
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos de 2021
Referência temporal 2021
Referência geográfica: Município, freguesias
Descrição do indicador: “Período que pode corresponder à construção do edifício propriamente
dito, à construção da parte principal do edifício (quando diferentes
partes de um edifício correspondem a épocas distintas) ou à
reconstrução do edifício que sofreu transformação completa. ”

Gráfico 25 – Edifícios por época de construção|Município|2021

Gráfico 26 – Edifícios por época de construção| Freguesias |2021

U.F. Zebreira e Segura


Toulões
São Miguel D'Acha
Rosmaninhal
Proença-a-Velha
Penha Garcia
Oledo
U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha
U.F. Monfortinho e Salvaterra
Medelim
Ladoeiro
U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes
Aldeia de Santa Margarida

-50 150 350 550 750 950 1150 1350 1550 1750

Até 1919 1919 - 1945 1946 - 1960 1961 - 1980 1981 - 2000 2001 - 2010 2011-2021

Análise:

A análise aos edifícios, segundo a época de construção, ressurte as décadas de 80 e 90 como


o apogeu da trajetória de crescimento da construção do edificado existente, durante as quais
foram erigidos 28,30% dos edifícios existentes no concelho.
Conclui-se, pelo exposto, e no concerne com a antiguidade do edificado, que, dos 12078
edifícios existentes, em 2021, 42,57% foi construído nas últimas quatro décadas, demonstrando a
natureza relativamente recente de parte significativa do parque habitacional do concelho.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 64


Edifícios licenciados

EDIFÍCIOS
Indicador: Edifícios licenciados
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito aos Projetos de Obras de Edificação e de Demolição de
Edifícios
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Município
Descrição do indicador: “Autorização concedida pelas Câmaras Municipais ao abrigo de
legislação específica, para execução de Obras (construções novas,
ampliações, transformações, restaurações e demolições de edifícios).”

Gráfico 27 – Edifícios licenciados: total e por tipo de obra| Município |2009-2020

165

145 137

125 117

105 96
90

85 76 75
67
65
44 43 46 44
40
45

25

5
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
-15

Construções novas Ampliações, alterações e reconstruções Total

Análise:

Da análise ao número de edifícios licenciados, de 2009 a 2020, verifica-se, em 2010, uma quebra
acentuada, face ao ano anterior (-35,04%), com maior expressão no licenciamento de
ampliações, alterações e reconstruções. O ano de 2011 corresponde ao ano com o maior
número de edifícios licenciados (137 edifícios), mais 80,26% que o ano que o antecedeu. A partir
de 2011 até 2018 é percetível a tendência de decréscimo, com especial enfoque no ano de
2016, que registou, no período temporal considerado, o menor número de edifícios licenciados
(40 edifícios). Em 2019, constata-se uma tendência de crescimento, correspondendo a um
acréscimo de 70,45%, face ao ano anterior.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 65


Edifícios licenciados para habitação familiar

EDIFÍCIOS
Indicador: Edifícios licenciados para habitação familiar
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito aos Projetos de Obras de Edificação e de Demolição de
Edifícios
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Município
Descrição do indicador: “Autorização concedida pelas Câmaras Municipais ao abrigo de
legislação específica, para execução de Obras (construções novas,
ampliações, transformações, restaurações e demolições de edifícios).”

Gráfico 28 – Edifícios licenciados para habitação familiar: total e por tipo de obra| Município |2009-2020

100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
0,00%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Edifícios licenciados para habitação familiar Outra Utilização

Gráfico 29 – Edifícios licenciados para habitação familiar: total e por tipo de obra| Município |2009-2020

90 81
80
68
70 62

60 51
50 40
38 36 38
40
30 21 22 21 21
20
10
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Construções novas Ampliações, alterações e reconstruções TOTAL

Análise:

Da análise ao gráfico, respeitante ao licenciamento de edifícios destinados à habitação familiar,


constata-se que mantém as tendências de evolução aferidas na análise ao licenciamento de
edifícios, na sua globalidade. Pese embora, na maior parte dos anos, em análise, a evidência
da supremacia das ampliações, alterações e reconstruções, face às construções novas, a partir
de 2018 denota-se uma aproximação entre as duas tipologias de obra. Ressalva-se, ainda, no
período temporal considerado, o peso médio relativo, dos edifícios licenciados para habitação
familiar no total de edifícios licenciados, de aproximadamente 56,91%.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 66


Evolução do número de Alojamentos familiares

ALOJAMENTOS
Indicador: Evolução do número de Alojamentos familiares
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos de 2001, 2011 e 2021
Referência geográfica: Município, freguesias
Descrição do indicador: “Local distinto e independente que, pelo modo como foi construído,
reconstruído, ampliado ou transformado, se destina a habitação, na
condição de, no momento de referência não estar a ser utilizado
totalmente para outros fins.”

Gráfico 30 – Número de Alojamentos Familiares | Município de Idanha-a-Nova |2001, 2011 e 2021

12338

11835

11403

10800 11000 11200 11400 11600 11800 12000 12200 12400 12600

2021 2011 2001

Gráfico 31 – Variação do número de Alojamentos Familiares | Freguesias |2011 - 2021

-15,00% -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

Aldeia de Santa Margarida 0,00%


U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes 4,22%
Ladoeiro 1,91%
Medelim 5,01%
U.F. Monfortinho e Salvaterra -0,83%
U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha 9,76%
Oledo -2,13%
Penha Garcia 5,52%
Proença-a-Velha -4,59%
Rosmaninhal 14,56%
São Miguel D'Acha 4,12%
Toulões -9,25%
U.F. Zebreira e Segura 6,36%

Análise:

Em 2021, o parque habitacional do concelho integra 12338 alojamentos familiares,


representando um acréscimo de 4,25%, face a 2011.
É a freguesia do Rosmaninhal que apresenta a maior taxa de variação positiva do número de
alojamentos (14,56%). Em situação inversa, é a freguesia de Toulões que perdeu,
proporcionalmente, o maior número de alojamentos familiares, inteirando uma taxa de variação
negativa de 9,25%.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 67


Alojamentos familiares clássicos por forma de ocupação

ALOJAMENTOS
Indicador: Alojamentos familiares clássicos por forma de ocupação
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos de 2001, 2011 e 2021
Referência temporal 2001, 2011 e 2021
Referência geográfica: Município, freguesias
Descrição do indicador: “Alojamento familiar desocupado e que está disponível para venda,
arrendamento, demolição ou outra situação no momento de
referência.”

Gráfico 32 – Alojamentos familiares clássicos por forma de ocupação | Município |2001, 2011 e 2021

8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
Residência Habitual Residência Secundária Vago
2001 5061 5284 1035
2011 4340 6357 1127
2021 3803 6870 1649

2001 2011 2021

Gráfico 33 – Alojamentos familiares clássicos vagos | Freguesias|2021

350,00 315,00
300,00
234,00
250,00
176,00
200,00 162,00
145,00
132,00 130,00
150,00 90,00 106,00
100,00 56,00 44,00 45,00
50,00 14,00
0,00

Análise:

Em 2021, o parque habitacional concelhio integra 12322 alojamentos clássicos, 86,62% dos quais
se encontram ocupados e 13,38% estão vagos. A análise à última década intercensitária (2011-
2021) revela que a maior taxa de variação do número de alojamentos clássicos vagos incide na
freguesia de Medelim, que viu este número subir de 2 alojamentos para 56 alojamentos. Destaca-
se, ainda, a freguesia de Toulões, que apresenta a menor taxa de variação de alojamentos
clássicos vagos (10,00%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 68


5.3.2 – Análise dos Resultados

Em 2021, no Município de Idanha-a-Nova, existiam 12078 edifícios, resultando num


acréscimo de 3,85%, relativamente ao momento censitário de 2011. Este crescimento do
edificado foi acompanhado pela Região Centro, mas a um ritmo significativamente inferior, de
0,43%, respetivamente.
Ao nível das freguesias do concelho, constatam-se, de 2011 a 2021, taxas de variação
negativa nas freguesias de Toulões, Proença-a-Velha, Oledo e União de Freguesias de
Monfortinho e Salvaterra, que contrastam com as taxas de variação positivas apresentadas
pelas restantes freguesias do concelho, com destaque para a freguesia do Rosmaninhal, que
apresenta a maior taxa de crescimento, no período considerado.
A análise aos edifícios, segundo a época de construção, salienta as décadas de 80 e 90
como o apogeu da trajetória de crescimento da construção do edificado existente, durante as
quais foram erigidos 28,30% dos edifícios existentes no concelho.
Conclui-se, pelo exposto, e no concerne com a antiguidade do edificado, que, dos 12078
edifícios existentes, em 2021, 42,57% foi construído nas últimas quatro décadas, demonstrando a
natureza recente de parte significativa do parque habitacional do concelho.
Entre 2009 e 2020, foram licenciados no concelho um total de 875 projetos de obras, 499
dos quais reportam a edifícios licenciados para habitação familiar (57,02%).
A repartição dos totais apurados por tipo de obra indica que apenas 46,86% das licenças
emitidas corresponderam a construções novas, evidenciando uma forte presença de obras de
ampliações, alterações e reconstruções (53,14%).
Ao longo das últimas décadas, o número de alojamentos familiares tem crescido
consideravelmente por todo o país, verificando-se que o Município de Idanha-a-Nova não
constituiu exceção. Entre 2011 e 2021, registou-se um crescimento de quase 4,25%, uma taxa
superior à observada na Região Centro (1,80%).
À escala da freguesia, verifica-se que o incremento do número de alojamentos não foi
generalizado, constituindo a União de Freguesias de Monfortinho e Salvaterra, Oledo, Proença-
a-Velha e Toulões, exceções, apresentando taxas de variação negativas.
No que respeita à forma de ocupação dos fogos residenciais, a evolução ocorrida ao
longo dos últimos dez anos caraterizou-se por um forte incremento dos fogos vagos, que em 2021
representavam quase 13,38% do total de alojamentos familiares clássicos. Esta proporção,
superior à registada na Região Centro (7,79%), corresponde em termos absolutos a quase 1649
alojamentos, mais 522 do que em 2011.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 69


A presença de fogos vagos é maior nas freguesias de Oledo, Penha Garcia e São Miguel
D’Acha. Pelo contrário, na União de Freguesias de Zebreira e Segura, Proença-a-Velha e União
de Freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha a proporção é substancialmente mais baixa,
mantendo-se inferior a 10%.
Os dados analisados permitem, ainda, aferir o número de habitantes por alojamento
consideraram-se, unicamente, os alojamentos utilizados como residência habitual, excluindo-se,
pelo exposto, os alojamentos vagos e os alojamentos utilizados como segunda habitação.
Verifica-se que o número de habitantes por alojamento familiar tem vindo a decrescer, sendo,
em 2011, de 2,24 habitantes por alojamento e em 2021 de 2,20 habitantes por alojamento, valor
inferior ao apurado para a Região Centro (2,45 alojamentos / habitante).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 70


5.4 – ATIVIDADES ECONÓMICAS

A distinção entre desenvolvimento e crescimento económico tem suscitado algumas


divergências, no seio académico.

A busca desenfreada pelo crescimento económico levou a maioria dos territórios a concentrar
os seus esforços na promoção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), deixando a
qualidade de vida em segundo plano. Desta forma, o crescimento económico era visto como
meio e fim do desenvolvimento.

O desenvolvimento económico, por sua vez, é encarado como um processo complexo de


mudanças e transformações de ordem económica, política e, principalmente, humana e social.
Deve resultar do crescimento económico acompanhado de melhoria na qualidade de vida, ou
seja, deve incluir “as alterações da composição do produto e a alocação de recursos pelos
diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar económico e
social.” (VASCONCELLOS e GARCIA, 1998).

Neste âmbito, a caracterização económica, que se inicia, pretende obter uma visão global da
realidade da estrutura económica do concelho e paralelamente avaliar as tendências
evolutivas e os setores de atividade que têm gerado o desenvolvimento do território e a melhoria
dos indicadores de qualidade de vida. Pese embora a identificação das dinâmicas num plano
concelhio, contempla ainda a sua integração na envolvente regional e no contexto nacional.

5.4.1 – Indicadores de Atividades Económicas

Domínio Área temática Indicador

População residente Empregada, por setor de


atividade
População residente empregada, por situação
na Profissão
Emprego
Pessoal ao serviço nas empresas não
financeiras
Desempregados inscritos IEFP (média anual)
Atividades Taxa de Desemprego
económicas Evolução do número de Empresas não
financeiras
Empresas
Empresas não financeiras por sector de
atividade económica
Evolução do número de Alojamentos Turísticos
Capacidade nos Alojamentos Turísticos
Turismo Hóspedes nos alojamentos turísticos
Dormidas nos alojamentos turísticos
Estada média nos alojamentos turísticos

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 71


População residente Empregada, por setor de atividade

EMPREGO
Indicador: População residente Empregada, por setor de atividade
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos de 1981, 2001 e 2011
Referência geográfica: Município
Descrição do indicador: “Indivíduo entre os 16 e os 89 anos que, no período de referência, se
encontrava numa das seguintes situações: a) tinha efetuado trabalho
de pelo menos uma hora, mediante pagamento de uma remuneração
ou com vista a um benefício ou ganho familiar em dinheiro ou em
géneros; b) tinha um emprego, não estava ao serviço, mas tinha uma
ligação formal com o seu emprego; c) tinha uma empresa, mas não
estava temporariamente ao trabalho por uma razão específica; d)
estava em situação de pré-reforma, mas encontrava-se a trabalhar no
período de referência.”

Quadro 20 – Evolução da população residente empregada, por setor de atividade |Município|1981, 2001
e 2011

1981 2001 2011

POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA 4 592 3 407 2 583


Setor Primário 2 477 1 064 424
Setor Secundário 848 652 454
Setor Terciário 1 267 1 691 1 705

Gráfico 34 – Evolução da população residente empregada por setor de atividade |Município|1981, 2001
e 2011

5000
4000
3000
2000
1000
0
População empregada total Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário

1981 2001 2011

Análise:

Em 2011, o concelho concentrava 2583 indivíduos residentes a exercer uma profissão, facto que
representa um recuo de 824 indivíduos, face a 2001 (-24,19%). O setor primário (agricultura,
produção animal, caça, silvicultura e pesca) foi duramente atingido neste período, tendo
perdido, numa década, mais de metade da população residente empregada, afeta a este
setor (-60,15%). Situação análoga à experienciada pelo setor secundário (indústria, construção,
energia e água), que registou uma perda de 30,37% de habitantes empregados, tendo o
acréscimo de 0,83%, referente ao setor terciário (serviços), contribuído, parcialmente, para a
atenuação da tendência global de declínio da população empregada no concelho.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 72


População residente empregada, por situação na profissão

EMPREGO
Indicador: População residente empregada, por situação na profissão
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Censos de 2011
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Município
Descrição do indicador: “Relação de dependência ou independência de um indivíduo ativo no
exercício da profissão, em função dos riscos económicos em que incorre
e da natureza do controlo que exerce na empresa.”

Gráfico 35 – População residente empregada, por situação na profissão | Portugal, NUTS II, NUTS III,
Município|2011

80,00%

70,00%

60,00%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
Trabalhador Trabalhador Trabalhador Trabalhador Membro Outra
por conta por conta familiar não por conta de activo de
própria como própria como remunerado outrem cooperativa
empregador isolado
Portugal 10,53% 6,56% 0,55% 81,18% 0,05% 1,13%
Centro 10,90% 7,50% 0,73% 79,76% 0,04% 1,07%
Beira Baixa 9,97% 7,75% 0,64% 80,76% 0,03% 0,86%
Idanha-a-Nova 11,30% 11,81% 1,28% 74,76% 0,00% 0,85%

Análise:

Em 2011, o que ressalta da estrutura socioprofissional da população empregada no Município


de Idanha-a-Nova é o facto de 23,11% da população empregada exercer uma atividade por
conta própria (como empregador e como isolado), valor superior ao apurado, quer no País
(17,09%), quer na Região Centro (18,40%) e sub-região da Beira Baixa (17,71%), revelando
autonomia laboral e conduzindo ao empreendedorismo e à criação de postos de trabalho.
Há ainda a salientar a diferença significativa registada no peso relativo dos trabalhadores por
conta de outrem, que no concelho regista o valor mais baixo (74,76%), comparativamente com
as restantes unidades espaciais, nomeadamente com o país (81,18%), Região Centro (79,76%) e
Beira Baixa (80,76%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 73


Pessoal ao serviço nas empresas não financeiras

EMPREGO
Indicador: Pessoal ao serviço nas empresas não financeiras
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Sistema de Contas Integradas das Empresas
Referência geográfica: Município
Descrição do indicador: “O pessoal ao serviço é o número de pessoas que contribuem para a
atividade de uma empresa ou instituição, tais como empregados,
gerentes ou familiares não remunerados.”

Gráfico 36 – Pessoal ao serviço nas empresas não financeiras |Município|2009-2020

90,0%

80,0%

70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Agricultura, produção animal, caça,
29,5% 28,7% 29,8% 29,1% 31,6% 32,2% 31,3% 32,0% 32,3% 30,1% 32,1% 31,9%
floresta e pesca
Alojamento, restauração e similares 12,4% 12,5% 13,3% 11,9% 11,2% 11,5% 11,0% 11,1% 10,5% 13,1% 13,8% 11,5%
Comércio por grosso e a retalho;
reparação de veículos automóveis e 15,5% 17,1% 17,0% 17,8% 17,3% 16,7% 16,3% 16,5% 15,1% 14,9% 14,8% 16,4%
motociclos
Construção 10,5% 10,6% 10,1% 10,0% 9,3% 8,9% 9,0% 8,9% 8,6% 8,8% 7,8% 8,1%
Indústrias transformadoras 7,8% 8,2% 8,1% 8,9% 8,8% 9,4% 10,1% 7,9% 7,2% 8,0% 8,4% 8,5%
Atividades administrativas e dos serviços
1,9% 0,0% 2,1% 0,0% 2,5% 2,5% 2,5% 3,7% 4,2% 4,1% 3,1% 3,8%
de apoio

Análise:

No município de Idanha-a-Nova, o sector de atividade que concentrava mais trabalhadores,


em 2020, era o da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (31,9%), realidade que
também se observou na generalidade dos anos antecedentes, seguido pelo sector “Comércio
por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos”, que detinha 16,4% do
pessoal ao serviço.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 74


Desempregados inscritos IEFP (média anual)

EMPREGO
Indicador: Desempregados inscritos IEFP (média anual)
Unidade(s) de medida: Média anual de Desempregados
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata / IEFP/MTSSS-METD
Documento(s) de referência: Recenseamento (administrativo)
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Município
Descrição do indicador: “Candidato inscrito num Centro de Emprego que não tem trabalho,
procura um emprego como trabalhador por conta de outrem, está
imediatamente disponível e tem capacidade de trabalho.”

Gráfico 37 – Média Anual de Desempregados|Município|2009-2020

500
466
451
450 436 437 435 436

401
400 386

354
350 336
316 320

300
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 38 – Desempregados inscritos, em % da população residente com 15 a 64 anos | Portugal, NUTS II,
NUTS III, Município|2020

9,00
7,70

5,80
6,00 5,50
4,90 4,90
4,60
3,60 3,80
2,70
3,00

0,00
Oleiros

PORTUGAL
Proença-a-Nova
Castelo Branco

BEIRA BAIXA

CENTRO
Idanha-a-Nova

Vila Velha de Rodão


Penamacor

Análise:

Em 2020, no município de Idanha-a-Nova, estiveram, em média, por mês, 320 desempregados


inscritos nos centros de emprego – mais 1% do que em 2009 (316), detendo a maior percentagem
de desempregados inscritos nos Centros de Emprego e Formação Profissional da Beira Baixa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 75


Taxa de Desemprego

EMPREGO
Indicador: Taxa de Desemprego
Unidade(s) de medida: Peso da população desempregada sobre o total da população ativa
(%)
Periodicidade: Decenal
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata / IEFP/MTSSS-METD
Documento(s) de referência: Recenseamentos Gerais da População
Referência temporal 1981, 2001 e 2011
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Município
Descrição do indicador: “Taxa que permite definir o peso da população desempregada sobre o
total da população ativa.”

Gráfico 39 –Evolução da Taxa de Desemprego | Portugal, NUTS II, NUTS III, Município|1981, 2001 e 2011

14,00% 13,20%
11,90%
12,00% 11,00% 10,30% 10,60% 11,00%
9,70%
10,00% 8,30%
8,00%
5,10%
6,00%
4,00% 1981
2,00%
2001
0,00%
2011

Gráfico 40 – Taxa de Desemprego, por sexo | Portugal, NUTS II, NUTS III, Município|2011

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00


PORTUGAL
CENTRO
BEIRA BAIXA
Castelo Branco
Idanha-a-Nova
Oleiros
Penamacor
Proença-a-Nova
Vila Velha de Ródão

Masculino Feminino

Análise:

Os dados aferidos, relativos aos momentos censitários de 1981, 2001 e 2011, confirmam a
tendência de agravamento da taxa de desemprego, em todas as unidades territoriais
consideradas. Em 2011, no contexto da sub-região da Beira Baixa, foi o concelho de Oleiros que
apresentou a menor taxa (5,10%). Contrariamente, foi o Município de Idanha-a-Nova que
registou a maior taxa de desemprego, de 11,90% (349 indivíduos), respetivamente.
Refira-se, ainda, que, em 2011, na totalidade das unidades espaciais consideradas, a taxa de
desemprego das mulheres excedeu a dos homens; no contexto do Município de Idanha-a-Nova,
em 2,9 p.p.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 76


Evolução do número de Empresas não financeiras

EMPRESAS
Indicador: Evolução do número de Empresas não financeiras
Unidade(s) de medida: Número de empresas não financeiras
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Sistema de Contas Integradas das Empresas
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Município
Descrição do indicador: “A empresa é a organização na qual empresário e trabalhadores
produzem e vendem bens ou serviços.”

Gráfico 41 – Número de Empresas não financeiras|Município|2009-2020

1020
989 985

953 958
960 945

913 915
901
900 879
857
849

840
801

780
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 42 – Rácio de Empresas não financeiras por 100 habitantes| Portugal, NUTS II, NUTS III, Município
|2020

15,00
12,60
12,00 12,00
11,20 11,00 10,90 11,10
10,00 9,80
10,00

5,00

0,00
Oleiros

Proença-a-Nova

PORTUGAL
Castelo Branco

BEIRA BAIXA

CENTRO
Idanha-a-Nova

Vila Velha de Rodão


Penamacor

Análise:

Entre 2009 e 2020, o número de empresas não financeiras aumentou, em Idanha-a-Nova, de 913
para 958 (um crescimento de 4,93%). A análise aos dados permite ainda concluir que, em 2020,
o município de Idanha-a-Nova apresenta o maior rácio de empresas por cem habitantes entre
os municípios da Beira Baixa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 77


Empresas não financeiras por sector de atividade económica

EMPRESAS
Indicador: Empresas não financeiras por sector de atividade económica
Unidade(s) de medida: Número de empresas não financeiras por sector de atividade
económica
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Sistema de Contas Integradas das Empresas
Referência temporal 2011 e 2020
Referência geográfica: Município
Descrição do indicador: “A empresa é a organização na qual empresário e trabalhadores
produzem e vendem bens ou serviços.”

Quadro 21 – Empresas não financeiras por sector de atividade económica|Município|2011 e 2020

Variação
2011 2020
Secção (CAE Rev.3) 2011-2020
N.º % N.º % N.º

A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 247 28,82% 344 35,91% 97

B - Indústrias Extrativas 0 0,00% 0 0,00% 0


C - Indústrias transformadoras 45 5,25% 42 4,38% -3

D - Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 1 0,12% 5 0,52% 4

E - Captação, tratamento e distribuição de água;


0 0,00% 0 0,00% 0
saneamento, gestão de resíduos e despoluição

F - Construção 81 9,45% 66 6,89% -15

G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos


161 18,79% 137 14,30% -24
automóveis e motociclos

H - Transportes e armazenagem 20 2,33% 21 2,19% 1


I - Alojamento, restauração e similares 126 14,70% 121 12,63% -5

J - Atividades de informação e de comunicação 6 0,70% 4 0,42% -2

L - Atividades Imobiliárias 6 0,70% 8 0,84% 2

M - Atividades de consultoria, científicas, técnicas e


32 3,73% 55 5,74% 23
similares

N - Atividades administrativas e dos serviços de apoio 37 4,32% 57 5,95% 20

P - Educação 33 3,85% 29 3,03% -4

Q - Atividades de saúde humana e apoio social 17 1,98% 28 2,92% 11

R - Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e


10 1,17% 17 1,77% 7
recreativas

S - Outras atividades de serviços 35 4,08% 24 2,51% -11


Total 857 100,00% 958 100,00% 101

Obs. - O quadro inclui as secções A S, com exceção das "Atividades financeiras e de seguros" (secção K) e da "Administração Pública e
Defesa; Segurança Social Obrigatória” (Secção O). Não foram publicados os valores referentes às secções B e H.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 78


Gráfico 43 – Variação do número de Empresas não financeiras por sector de atividade
económica|Município|2011-2020

-50,00% 100,00% 250,00% 400,00%

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

Indústrias Extrativas

Indústrias transformadoras

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

Captação, tratamento e distribuição de água (…)

Construção

Comércio por grosso e a retalho; reparação (…)

Transportes e armazenagem

Alojamento, restauração e similares

Atividades de informação e de comunicação

Atividades Imobiliárias

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e…

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

Educação

Atividades de saúde humana e apoio social

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas (…)

Outras atividades de serviços

Análise:

A análise à distribuição do número de empresas não financeiras, por secções, definidas pela
CAE Rev.3, destaca claramente a secção “Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca”
das restantes secções, pela concentração do maior número de empresas não financeiras, em
todos os anos, objetos de aferição, correspondendo, em 2020, a aproximadamente 35,91% da
totalidade de empresas não financeiras (958 empresas), nas secções consideradas. Realça, em
simultâneo, o peso relativo do “Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos
automóveis e motociclos”, que representa cerca de 14,30% do total de empresas não
financeiras.
Os setores que, entre 2011 e 2020, registaram maior crescimento no n.º de empresas foram o
setor “Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”, com um acréscimo de 4 empresas,
face a 2011 e o setor “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares”, que agrega,
em 2020, mais 23 empresas do que em 2011.
Por sua vez, os setores que registaram uma maior queda no n.º de empresas foram os setores
“Atividades de informação e de comunicação” (menos 2 empresas) e “Outras atividades de
serviços” (menos 11 empresas).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 79


Evolução do número de Alojamentos Turísticos

TURISMO
Indicador: Evolução do número de Alojamentos Turísticos
Unidade(s) de medida: Número
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros Alojamentos
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: NUTS II, NUTS III, Município
Descrição do indicador: A partir de 2014 (inclusive), o total de alojamentos turísticos inclui as
novas unidades de Alojamento Local e os estabelecimentos do turismo
no espaço rural.

Gráfico 44 – Número de alojamentos turísticos | NUTS II, NUTS III, Município |2009-2020

60 1400

1200
50
1000
40
800
30
25 600
22
20 21
20 15 16
12
400

10 7 7 7 7 7 200

0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Beira Baixa Idanha-a-Nova Centro

Gráfico 45 – Número de alojamentos turísticos, por tipo| Município|2009-2020

0 0
100%

90% 1 1

80%

70%
3
60%
6
50%
10
40% 10
14
16
30%
20 17
20%

10%
4 6 6 7 7 6 5 6 6 6 5 4
0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Hoteis Outros

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 80


Gráfico 46 – Proporção do número de alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da Beira
Baixa|2020

Vila Velha de Ródão


7%

Proença-a-Nova
11%

Idanha-a-Nova
Idanha-a-Nova Castelo Branco
38%
Oleiros
Penamacor
11% Penamacor
Proença-a-Nova
Vila Velha de Ródão

Oleiros
9%

Castelo Branco
24%

Análise:

Considerando a generalidade dos meios do alojamento e das unidades territoriais ponderadas,


verifica-se, de 2009 a 2019, uma tendência de crescimento comum. Em 2020 é constatada uma
quebra generalizada no número de alojamentos, consequência da pandemia COVID-19.
No que reporta ao concelho de Idanha-a-Nova, existiam, em 2019, 25 estabelecimentos em
atividade e com movimento de hóspedes, que corresponde a um acréscimo de 257,14% face a
2009. Em 2020 é constatada uma quebra de cerca de 16,00%, consequência da já referida
situação pandémica.
Refira-se, também, que, em 2020, estavam em atividade, no concelho, 17 alojamentos turísticos,
que não estabelecimentos da hotelaria, representando um acréscimo de 466,67%,
comparativamente a 2009 (mais 14 alojamentos). De facto, até 2014, constata-se a supremacia
dos estabelecimentos da hotelaria, incluindo hotéis, hotéis-apartamentos, pousadas,
apartamentos e aldeamentos turísticos, que chegam a inteirar, em 2012 e 2013, a totalidade de
alojamentos turísticos existentes no concelho (7 estabelecimentos). Todavia, a partir de 2014, os
alojamentos turísticos que não estabelecimentos da hotelaria, ganham preponderância e
asseguram, em 2020, 80,95% do total de alojamentos turísticos existentes no concelho.
Salienta-se, ainda, em 2020, a liderança destacada do Município de Idanha-a-Nova no
contributo de alojamentos turísticos, para o total aferido na sub-região da Beira Baixa (38%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 81


Capacidade nos Alojamentos Turísticos

TURISMO
Indicador: Capacidade nos Alojamentos Turísticos
Unidade(s) de medida: Cama
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros Alojamentos
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Municípios da Sub-região da Beira Baixa
Descrição do indicador: A partir de 2014 (inclusive), o total de alojamentos turísticos inclui as
novas unidades de Alojamento Local e os estabelecimentos do turismo
no espaço rural.

Gráfico 47 – Número de camas nos alojamentos turísticos | Município de Idanha-a-Nova|2009-2020

675
633 635
624 621 624 619 612
625
569
556 561
575
522
525
489

475
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 48 – Proporção do número de camas em alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da


Beira Baixa|2020

Vila Velha de Ródão


6%
Proença-a-Nova
7%

Castelo Branco Castelo Branco


Penamacor 39%
14% Idanha-a-Nova
Oleiros
Penamacor
Oleiros
5% Proença-a-Nova
Vila Velha de Ródão

Idanha-a-Nova
29%
Análise:

Em 2020, os alojamentos turísticos do concelho apresentavam uma oferta de 489 camas (-22,75%,
face a 2009), consequência, também, da situação pandémica COVID-19. Em 2015 e a partir de
2019, verificam-se decréscimos acentuados no número de camas disponíveis no concelho,
consequência das perdas de estabelecimentos de hotelaria, que não conseguiram ser
compensadas pelo acréscimo de novos alojamentos turísticos, que não estabelecimentos da
hotelaria. Acresce-se que, em 2020, o Município de Idanha-a-Nova é, da sub-região da Beira
Baixa, o segundo município a garantir a maior capacidade-camas, no contexto dos alojamentos
turísticos (29%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 82


Hóspedes nos alojamentos turísticos

TURISMO
Indicador: Hóspedes nos alojamentos turísticos
Unidade(s) de medida: Número de indivíduos
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros Alojamentos
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: NUTS II, NUTS III, Municípios
Descrição do indicador: A partir de 2014 (inclusive), o total de alojamentos turísticos inclui as
novas unidades de Alojamento Local e os estabelecimentos do turismo
no espaço rural.

Gráfico 49 – Número de Hóspedes nos alojamentos turístico | NUTS II e Município de Idanha-a-Nova|2009-


2020

22 500 20 697 5 000 000


20 827
18 965 19 114
20 000 18 510
17 984 4 000 000
17 831
17 500 17 936
3 000 000
14 750 14 643
15 000 12 975 2 000 000
12 946

12 500 1 000 000

10 000 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Idanha-a-Nova Centro

Gráfico 50 – Proporção do número de Hóspedes nos alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da


Beira Baixa|2020

Vila Velha de Ródão


Proença-a-Nova
4%
4%
Penamacor
10%
Castelo Branco

Oleiros Idanha-a-Nova
6%
Oleiros

Castelo Branco Penamacor


55%
Proença-a-Nova

Idanha-a-Nova Vila Velha de Ródão


21%

Análise:

Da análise à evolução, entre 2009 e 2020, do número de hóspedes nos alojamentos turísticos do
concelho, constata-se uma tendência decrescente até 2015 (-37,84%), ano, a partir do qual, se
regista um crescimento significativo, até 2019 (59,87%). A partir de 2019, consequência da
pandemia COVID-19, a tendência assume o sentido descendente, com perda, em 2020, de
37,31% dos hóspedes. Ressalta-se, todavia, que, em 2020, o Município de Idanha-a-Nova é, da
sub-região da Beira Baixa, o segundo município a acumular o maior número de hóspedes (21%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 83


Dormidas nos alojamentos turísticos

TURISMO
Indicador: Dormidas nos alojamentos turísticos
Unidade(s) de medida: Dormida
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros Alojamentos
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: NUTS II, NUTS III, Municípios
Descrição do indicador: A partir de 2014 (inclusive), o total de alojamentos turísticos inclui as
novas unidades de Alojamento Local e os estabelecimentos do turismo
no espaço rural.

Gráfico 51 – Dormidas nos alojamentos turísticos | NUTS II e Município de Idanha-a-Nova|2009-2020

60000 8 000 000


48857 49948
45295 7 000 000
50000
38679 36702 36456
38690 6 000 000
40000 33353
29764 29496 29568 5 000 000
26853
30000 4 000 000
3 000 000
20000
2 000 000
10000
1 000 000
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Idanha-a-Nova Centro

Gráfico 52 – Proporção do número de Dormidas nos alojamentos turísticos | Municípios da Sub-região da


Beira Baixa|2020

Proença-a-Nova
Vila Velha de Ródão
4%
6%

Penamacor
9%
Castelo Branco

Oleiros Idanha-a-Nova
6%
Oleiros
Castelo Branco
51% Penamacor
Proença-a-Nova
Vila Velha de Ródão
Idanha-a-Nova
24%

Análise:

Em 2020, os alojamentos turísticos do concelho registaram 26853 dormidas, refletindo um


decréscimo de 45,04% (-20,81%, em 2019), face a 2009. As dormidas em hotéis representam, em
2020, 61,01% das dormidas nos alojamentos turísticos (16383 dormidas). Do total dos municípios
que constituem a sub-região da Beira Baixa, Idanha-a-Nova retém 24% do total de dormidas,
constituindo-o como o segundo município a assegurar o maior número de dormidas.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 84


Estada média nos alojamentos turísticos

TURISMO
Indicador: Estada média nos alojamentos turísticos
Unidade(s) de medida: Média
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros Alojamentos
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Município
Descrição do indicador: A partir de 2014 (inclusive), o total de alojamentos turísticos inclui as
novas unidades de Alojamento Local e os estabelecimentos do turismo
no espaço rural.

Gráfico 53 – Evolução estadia média nos alojamentos turísticos | Portugal, NUTS II, Município|2009-2020

3,1
2,9 2,9
2,9 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8
2,7 2,7
2,7 2,6
2,7 2,5
2,5 2,4
2,4
2,3 Idanha-a-Nova
2,3 2,2 2,2
2,1 2,1 CENTRO
2,1 2,0 2,0 PORTUGAL
1,9 1,9
1,9

1,7 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8


1,7 1,7 1,7 1,7
1,5
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 54 – Estadia Média nos alojamentos turísticos | Portugal, NUTS II, NUTS III, Município|2020

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

PORTUGAL 2,5
CENTRO 1,8
BEIRA BAIXA 1,8
Castelo Branco 1,7
Idanha-a-Nova 2,1
Oleiros 1,8
Penamacor 1,7
Proença-a-Nova 1,8
Vila Velha de Ródão 2,5

Análise:

Entre 2009 e 2020, no concelho, a estada média nos alojamentos turísticos reduziu 8,70%,
registando, em 2020, uma permanência média de 2,1 noites, valor superior ao aferido na Região
Centro (1,8), sub-região da Beira Baixa (1,8) e aos concelhos que a constituem, com exceção
do município de Vila Velha de Rodão (2,5).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 85


5.4.2 – Análise dos Resultados

Integrado estatisticamente na sub-região da Beira Baixa, o concelho de Idanha-a-Nova


é, neste contexto geográfico, depois do concelho de Castelo Branco e a larga distância, o
concelho de maior dimensão demográfica e empresarial, sendo o concelho que, em 2020,
apresenta o maior rácio de empresas por cem habitantes, da totalidade dos municípios da Beira
Baixa.
Todavia, verifica-se, entre 2001 e 2011, um agravamento generalizado no País, da taxa
de desemprego, acompanhado pelo concelho de Idanha-a-Nova, que registou, em 2011, uma
taxa de desemprego de 11,9%, superior, tanto à assinalada em 2001 (8,3%), com à aferida, em
2011, na sub-região da Beira Baixa (10,30%). Refira-se, ainda, que, em 2011, a taxa de
desemprego dos homens foi de 10,6% e a das mulheres atingiu 13,5%.
Ressalva-se, também, da estrutura socioprofissional da população empregada no
Município de Idanha-a-Nova o facto de, em 2011, 23,11% da população empregada exercer
uma atividade por conta própria /como empregador e como isolado), valor inferior ao apurado
quer no País (17,09%), quer na Região Centro (18,40%) e sub-região da Beira Baixa (17,71%),
revelando autonomia laboral e conduzindo ao empreendedorismo e à criação de postos de
trabalho.
Em 2020, o concelho assinala a existência de 958 empresas não financeiras (857, em
2011) e 1700 pessoas ao serviço (1778, em 2011).
Na estrutura empresarial, a área de “Agricultura, produção animal, caça, floresta e
pesca”, sendo predominante nos anos antecedentes, aumentou de importância em 2020, face
a 2011. Em 2020, cerca de 35,91% das empresas não financeiras (344) concentravam-se neste
sector, abarcando 31,88% (542) do número de pessoas ao serviço.
Situação contrária é apresentada pelo setor “Comércio por grosso e a retalho; reparação
de veículos automóveis e motociclos”, que, sendo o segundo setor que mais empresas e pessoal
absorve, sofreu, de 2011 para 2020, uma variação negativa (-14,91%), acumulando, em 2020,
14,30% das empresas não financeiras (137) e 16,35% do número de pessoas ao serviço (278).
Pese embora o exposto, foram os sectores de “Eletricidade, gás, vapor, água quente e
fria e ar frio” e “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares” os que, entre 2011 e
2020, apresentaram a maior taxa de variação do número de empresas não financeiras, de
400,0% e 71,9%, respetivamente. Por sua vez, foram os setores de “Atividades administrativas e
dos serviços de apoio” e “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares” que
registaram as maiores taxas de variação do número de pessoas ao serviço, 75,68% e 56,25%,
respetivamente.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 86


O concelho de Idanha-a-Nova tem uma vocação “natural” para a especialização
turística, que, se potenciada, poderá ser o grande setor estratégico de viragem e crescimento
da economia concelhia.
Um dos domínios associado à potenciação turística de um território é a oferta de
alojamento que, entre 2009 e 2019, apresenta, no território concelhio, um acréscimo de 257,14%,
totalizando, em 2019, 25 estabelecimentos em atividade e com movimento de hóspedes.
Salienta-se, ainda, em 2020, a liderança destacada do Município de Idanha-a-Nova no
contributo de alojamentos turísticos, para o total aferido na sub-região da Beira Baixa (38%).
No que concerne à capacidade-cama dos alojamentos turísticos, o Município de
Idanha-a-Nova é, em 2020, da sub-região da Beira Baixa, o segundo município a garantir a maior
capacidade-camas, no contexto dos alojamentos turísticos (29%), apresentavam uma oferta de
489 camas (-22,75%, face a 2009).
Da análise à evolução, entre 2009 e 2020, do número de hóspedes, constata-se um
decréscimo de 37,70% (7 852 hóspedes), consequência, também, da pandemia COVID-19,
sendo, todavia, o segundo município da sub-região da Beira Baixa a acumular o maior número
de hóspedes (21%).
A estada média nos alojamentos turísticos do território concelhio reduziu 8,70%,
assinalando, em 2020, uma permanência média de 2,1 noites, valor superior ao aferido na Região
Centro (1,8), sub-região da Beira Baixa (1,8) e aos concelhos que a constituem, com exceção
do município de Vila Velha de Rodão (2,5).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 87


5.5 - AMBIENTE

Um dos principais objetivos do desenvolvimento sustentável consiste na melhoria da qualidade


de vida das populações e das condições ambientais, que resultam, em grande medida, do grau
de dotação dos aglomerados urbanos em infraestruturas básicas, nomeadamente, de
abastecimento de água, de recolha e tratamento de águas residuais, de recolha e tratamento
de resíduos sólidos, elétricas, de comunicação e gasistas.

Consequentemente, e por condicionarem, também, o ordenamento do território, as


infraestruturas urbanas requerem um cuidado especial, não só ao nível do seu dimensionamento,
mas também no que diz respeito à monitorização da qualidade e do grau de cobertura dos
serviços prestados e das necessidades existentes em cada momento, sempre numa ótica de
otimização dos sistemas.

5.5.1 – Indicadores de Ambiente

Domínio Área temática Indicador


Ar Qualidade do ar
Qualidade da água para consumo humano
Água Água distribuída por habitante
Ambiente Águas residuais drenadas por habitante
Energia Consumo de energia elétrica por habitante
Resíduos urbanos por tipo de recolha
Resíduos
Resíduos para aterro
Despesas Despesas dos municípios em ambiente

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 88


Qualidade do ar

AR
Indicador: Qualidade do ar
Unidade(s) de medida: índice
Periodicidade: Diário
Fonte(s) de informação: Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Plataforma “QUALAR”
Documento(s) de referência: ---
Referência temporal 2010 e 2018
Referência geográfica: Municípios de Vouzela e Fundão
Descrição do indicador: O concelho de Idanha-a-Nova insere-se na Zona Centro Interior e as
estacoes de monitorização da qualidade do ar de referência localizam-
se nos municípios de Vouzela e do Fundão.

Gráfico 55 – Índice da qualidade do ar anual (n.º de dias/ano) |Municípios de Vouzela e Fundão |2010 e
2018

350

291
300 276

250

200

150

100
59
50 29
8 8 6 0 1 0
0
Muito bom Bom Médio Fraco Mau

2010 2018

Análise:

O concelho de Idanha-a-Nova insere-se na Zona Centro Interior e as estacoes de monitorização


da qualidade do ar de referência localizam-se nos municípios de Vouzela e do Fundão.
A partir dos dados recolhidos nessas estacões, divulgados pela plataforma “QualAr”, destacam-
se os índices da qualidade do ar registados em 2010 e 2018, permitindo, desta forma, estabelecer
uma análise comparativa.
Os dados obtidos permitem concluir que, entre 2010 e 2018, se verifica um acréscimo do número
de dias em que a qualidade do ar é definida como “muito boa”, paralelamente a uma redução
do número de dias de qualidade “média” e a uma total ausência de dias de qualidade do ar
“fraca” ou “má”.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 89


Qualidade da água para consumo humano

ÁGUA
Indicador: Qualidade da água para consumo humano
Unidade(s) de medida: % (Proporção)
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, I.P.
Documento(s) de referência: ---
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Município de Idanha-a-Nova
Descrição do indicador: “Corresponde à percentagem de água controlada e de boa
qualidade, sendo este o produto da percentagem de cumprimento da
frequência de amostragem pela percentagem de cumprimento dos
valores paramétricos fixados na legislação, tal como definido no Anexo
II do Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto. Em que a Percentagem
de análises realizadas = [1- (N.º de análises em falta) / (N.º de análises
regulamentares obrigatórias)] *100 e a Percentagem de análises em
cumprimento do valor paramétrico = [(N.º de análises em cumprimento
do valor paramétrico) / (N.º de análises realizadas com valor
paramétrico)] *100.”

Gráfico 56 – Qualidade da água para consumo humano | Município de Idanha-a-Nova |2009-2020

100,1 100
100
99,9 99,8 99,8 99,8
99,8
99,7 99,7 99,6 99,6 99,6
99,6
99,5 99,4
99,4 99,3
99,3 99,2 99,2
99,2
99,1
99
98,9
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Análise:

De acordo com os dados disponibilizados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e
Resíduos (ERSAR), a qualidade da água para consumo no Município de Idanha-a-Nova, revela
que, em 2001, a percentagem de água segura era de 87,60%. Como se poderá constatar, houve
melhorias significativas, concluindo-se que, de 2009 a 2020, a proporção de água segura é
superior a 99,0% e destacando-se o ano de 2013, onde este indicador atingiu o melhor resultado
possível, de 100%.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 90


Água distribuída por habitante

ÁGUA
Indicador: Água distribuída por habitante
Unidade(s) de medida: Metro cúbico/ Habitante (m³/ hab.)
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: INE, ERSAR, ERSARA, DREM, Sistemas públicos urbanos de serviços de
águas / vertente física e de funcionamento
Documento(s) de referência: Sistemas públicos urbanos de serviços de águas / vertente física e de
funcionamento
Referência temporal 2011-2019
Referência geográfica: País, Região Centro, Beira Baixa e Município de Idanha-a-Nova
Descrição do indicador: “Volume de água, incluindo água exportada, que é fornecido a
consumidores registados, à própria entidade gestora e a outros, implícita
ou explicitamente autorizados, para uso doméstico, comercial e
industrial, durante o período de referência. O consumo pode ser
faturado ou não faturado, medido ou não medido, de acordo com a
prática local.”

Gráfico 57 – Água distribuída por habitante (m³/ hab.) | País, Região Centro, Beira Baixa e Município de
Idanha-a-Nova |2011-2019

140

116,4 117,5
120
100,7 103,2
99,3 98,3
100

78,7 78,6
69,2 80

60

40

20

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Portugal Região Centro Beira Baixa Idanha-a-Nova

Análise:

Este indicador revela que, no Município de Idanha-a-Nova, é distribuída mais água por habitante
e por ano do que nos municípios limítrofes e do que na média dos municípios do País (da ordem
dos 63,6m3/hab.) A capitação da água distribuída, entre 2011 e 2019, no Município de Idanha-
a-Nova, é superior a todas as unidades territoriais que o integram, oscilando entre os 69,2m3/hab.
(2012) e os 117,5m3/hab (2016). De notar que este indicador relaciona o total de água distribuída
apenas com a população residente. Contudo o consumo de água não se deve apenas a esta
população, mas também à população flutuante, que inclui os turistas e todos aqueles que
trabalham ou estudam no concelho sem que nele residam.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 91


Águas residuais drenadas por habitante

ÁGUA
Indicador: Águas residuais drenadas por habitante
Unidade(s) de medida: Metro cúbico/ Habitante (m³/ hab.)
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: INE, ERSAR, ERSARA, DREM, Sistemas públicos urbanos de serviços de
águas / vertente física e de funcionamento
Documento(s) de referência: Sistemas públicos urbanos de serviços de águas / vertente física e de
funcionamento
Referência temporal 2011-2019
Referência geográfica: Região Centro, Beira Baixa e Município de Idanha-a-Nova
Descrição do indicador: “Águas usadas e que podem conter quantidades importantes de
produtos em suspensão ou dissolvidos, com ação perniciosa para o
ambiente. Não se consideram as águas de arrefecimento.”

Gráfico 58 – Águas residuais drenadas por habitante (m³/ hab.) | Região Centro, Beira Baixa e Município
de Idanha-a-Nova |2011-2019

160
142,4

129,9 140

120

96 98,3
94,1 93,7
89,2 100

69,1 80

53,9
60

40

20

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Centro Beira Baixa Idanha-a-Nova

Análise:

No que respeita às águas residuais drenadas, verifica-se que, entre 2011 e 20019, os valores de
capitação oscilam entre os 53,9m3/hab. (2011) e os 142,4m3/hab (2016). Tal como verificado no
indicador de água distribuída, o indicador de água residual drenada por habitante e por ano é
influenciado pela população flutuante e atinge em Idanha-a-Nova valores superiores ao
verificado nos concelhos limítrofes e à média da Região Centro. Este indicador revela a mesma
tendência do observado, isto é, crescente de 2011 a 2016 e decrescente de 2016 a 2019.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 92


Consumo de energia elétrica por habitante

ENERGIA
Indicador: Consumo de energia elétrica por habitante
Unidade(s) de medida: kWh (quilowatt-hora)/ hab.
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Recenseamento (administrativo)
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
Descrição do indicador: “Energia produzida por centrais hidroelétricas, nucleares e térmicas
convencionais, de ondas e marés, eólicas e solares fotovoltaicas.”

Gráfico 59 – Consumo de energia elétrica pro habitante (KWh) | Município |2009-2020

3794,0
3800,0
3756,0
3743,2
3750,0
3696,6 3693,3 3697,8
3700,0
3632,9 3643,9
3650,0 3618,5
3597,8
3600,0
3597,9
3550,0

3500,0 3507,7

3450,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 60 – Consumo de energia elétrica pro habitante (KWh) | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
|2020

Vila Velha de Ródão 86 754,7

Proença-a-Nova 2 896,0

Penamacor 3 055,3

Oleiros 4 932,1

Idanha-a-Nova 3 794,0

Castelo Branco 3 560,7

BEIRA BAIXA 6 842,3

CENTRO 5 602,3

PORTUGAL 4 590,8

0,0 10 000,0 20 000,0 30 000,0 40 000,0 50 000,0 60 000,0 70 000,0 80 000,0 90 000,0 100 000,0

Análise:

No município de Idanha-a-Nova, o consumo de energia elétrica foi de 3.794 kWh por habitante
no ano de 2020, valor 1% mais alto do que em 2009.
Entre os municípios da Beira Baixa, o município de Idanha-a-Nova apresenta o 3.º maior consumo
de energia elétrica por habitante.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 93


Resíduos urbanos por tipo de recolha

RESÍDUOS
Indicador: Resíduos urbanos por tipo de recolha
Unidade(s) de medida: Tonelada
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estatísticas dos Resíduos Urbanos
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
Descrição do indicador: “Resíduo proveniente das habitações privadas bem como outros
resíduos que, pela sua natureza ou composição, sejam semelhantes aos
resíduos provenientes das habitações.”

Gráfico 61 – Resíduos urbanos por tipo de recolha (Toneladas) | Município |2009-2020

6000
4940
5000 4371 4351 4360 4335 4357 4435
4209 4129
3933 3968 4033
4000

3000

2000
655 686 671 815 685
591 624 550
1000 360 251 368
40
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Recolha indeferenciada Recolha seletiva

Gráfico 62 – Percentagem de recolha seletiva de resíduos urbanos | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
|2020

25,0% 21,5%
20,0% 16,8% 16,3% 16,9% 17,1% 17,2%
14,2% 14,8%
15,0% 12,7%

10,0%

5,0%

0,0%
PORTUGAL

Oleiros
BEIRA BAIXA

Proença-a-Nova
CENTRO

Castelo Branco

Idanha-a-Nova

Vila Velha de Ródão


Penamacor

Análise:

Em 2020, no município de Idanha-a-Nova, foram recolhidos seletivamente 685 toneladas de lixo,


ao passo que a recolha indiferenciada foi de 4.129 toneladas. Regista-se, pelo exposto, em 2020,
e no município, 14,2% de recolha seletiva de lixo, constituindo-o como o município com a 2.º
menor percentagem entre os municípios da Beira Baixa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 94


Resíduos para aterro

RESÍDUOS
Indicador: Resíduos para aterro
Unidade(s) de medida: Tonelada
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Estudo estatístico
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
Descrição do indicador: “O aterro é uma infraestrutura onde se depositam os resíduos que não
foram recuperados para outros fins.”

Gráfico 63 – Percentagem de resíduos para aterro | Município |2009-2020

120,0%
99,2%
100,0% 92,4%

80,0%
67,0%

55,7% 53,9% 55,6%


60,0% 51,5% 52,8%

40,0%
24,0%

20,0% 13,1% 11,3%


7,9%

0,0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 64 – Percentagem de resíduos para aterro | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios |2020

80,0%
65,1% 67,0% 65,8%
70,0% 65,0% 64,1% 63,3% 64,8%

60,0% 53,5% 55,2%

50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%

Análise:

Em 2020, a percentagem de lixo em aterro no município de Idanha-a-Nova foi de 67%, enquanto


em 2009 foi de 92,4%.
Na Beira Baixa, o município de Idanha-a-Nova tem a maior percentagem de lixo em aterro.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 95


Despesas dos municípios em ambiente

DESPESAS
Indicador: Despesas dos municípios em ambiente
Unidade(s) de medida: Euro
Periodicidade: Anual
Fonte(s) de informação: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata
Documento(s) de referência: Inquérito aos Municípios - Proteção do Ambiente
Referência temporal 2009-2020
Referência geográfica: Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios
Descrição do indicador: Despesas dos municípios em ambiente no ano civil / Despesas efetivas
das Câmaras Municipais

Gráfico 65 – Despesas do município em Ambiente (Euro – Milhares) | Município |2009-2020

1400
1205
1200 1075
1015
939 946
1000 880
803 826 836
759
800 659
561
600

400

200

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Despesas do município em Ambiente Gestão de resíduos


Proteção da biodeversidade e paisagem

Gráfico 66 – Despesas dos municípios em ambiente (%) | Portugal, NUTS II, NUTS III, Municípios |2019

Vila Velha de Ródão 6,3%


Proença-a-Nova 9,8%
Penamacor 5,5%
Oleiros 11,5%
Idanha-a-Nova 4,4%
Castelo Branco 1,5%
BEIRA BAIXA 5,3%
CENTRO 7,7%
PORTUGAL 8,5%

0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0%

Análise:

Em 2020, as despesas em ambiente de Idanha-a-Nova totalizaram 1,015 milhões de euros, sendo


346 milhares de euros em Gestão de Resíduos e 670 milhares de euros em Proteção da
Biodiversidade e da Paisagem.
Afere-se, ainda, que, em Idanha-a-Nova, as despesas em ambiente representam 4,4% do total
das despesas da Câmara Municipal. Esta é a 2.º menor percentagem de despesa da Beira Baixa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 96


5.5.2 – Análise dos Resultados

Contrariamente ao observado noutros domínios Idanha-a-Nova registou uma evolução


bastante favorável, no que respeita à qualidade da água e qualidade do ar.
Com efeito, a percentagem de água segura em Idanha-a-Nova é de 99,88 %, um valor
considerado de excelência.
Por sua vez, os índices da qualidade do ar têm registado valores mais favoráveis desde
2010, verificando-se que a proporção de dias em que este é globalmente “bom” ou “muito bom”
superou os 97,4%.
Quanto à evolução dos consumos domésticos, verifica-se que as capitações relativas ao
consumo de água são, em anos mais recentes, inferiores às registadas no início da década
passada, facto potencialmente indiciador de um uso mais eficiente deste recurso. Entre 2009 e
2019, o consumo anual de água, por habitante, em Idanha-a-Nova, baixou de 99,7 mil litros para
98,3 mil litros, apresentando, todavia, o maior consumo, entre os municípios da Beira Baixa.
Numa perspetiva ambiental, os dados relativos ao consumo energético (eletricidade)
apresentam, em 2020, no território concelhio, o consumo de 3.794 kWh por habitante, valor 1%
mais elevado que em 2009, constituindo-o como o 3.º município da sub-região da Beira Baixa,
com o maior consumo de energia elétrica por habitante.
Por outro lado, cerca de 14,2% dos resíduos sólidos urbanos do concelho são atualmente
recolhidos seletivamente, quando no início do passado decénio essa proporção era inferior a
7,6%. Em 2020, foram objeto de recolha seletiva, no município, 685 toneladas de lixo, sendo que
a recolha indiferenciada inteirou 4.129 toneladas. Face ao exposto, regista a 2.º menor
percentagem entre os municípios da Beira Baixa. No que concerne à percentagem de lixo em
aterro, em 2020, no território concelhio, aferiu-se 67%, enquanto, em 2009, foi de 92,4%. Na Beira
Baixa, o município de Idanha-a-Nova tem a maior percentagem de lixo em aterro.
Refira-se, por último, que, no município de Idanha-a-Nova, as despesas em ambiente
totalizavam, em 2020, 1,015 milhões de euros, sendo 346 milhares de euros em Gestão de
Resíduos e 670 milhares de euros em Proteção da Biodiversidade e da Paisagem, representando
4,4% do total das despesas da Câmara Municipal. Esta é a 2.º menor percentagem de despesa
da Beira Baixa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 97


5.6 – EQUIPAMENTOS COLETIVOS

A dotação de equipamentos coletivos constitui uma variável relevante para a avaliação da


evolução da qualidade de vida de um centro urbano, na medida em que contribui para a
satisfação das expectativas das populações relativamente à oferta de um vasto conjunto de
bens e serviços. No contexto do REOT de Idanha-a-Nova, foi selecionado um conjunto de
equipamentos de âmbito educativo, desportivo, social, cultural e de saúde que pelas suas
caraterísticas proporcionam uma melhor compreensão da evolução ocorrida neste domínio.

O nível de desenvolvimento socioeconómico de qualquer população se mede não só pelo nível


de rendimento, condições de habitabilidade, etc., mas também pela possibilidade de acesso a
uma determinada gama de equipamentos coletivos, cabendo ao Estado (Poder Central e/ou
Local) garantir que todos os indivíduos tenham acesso a esses equipamentos.

Os equipamentos coletivos possuem uma componente determinante ao nível do tecido social,


no sentido em que promovem a qualidade de vida da população ao assegurarem a otimização
do acesso à educação, à saúde, à segurança social, ao desporto, à cultura e ao lazer, sendo,
também, fundamentais no apoio prestado à atividade económica. Para além da componente
social, são normalmente elementos polarizadores do espaço envolvente, funcionando como
referências nos percursos e na paisagem urbana.

A sua disseminação pelo território concelhio não é, naturalmente, viável pelo que deve optar-se
por uma distribuição equilibrada, em função da dinâmica económica e social do concelho, de
forma a ser possibilitado o acesso fácil aos seus potenciais utilizadores.

Os equipamentos coletivos considerados no âmbito das propostas do PDM, pelo seu papel
essencial de apoio social e de satisfação das necessidades básicas da população, são os
seguintes: Equipamento Escolar, Segurança Social, Saúde, Desportivo e Cultural.

Importa referir que a avaliação realizada é eminentemente quantitativa, facto que por si só
justifica que possam existir diferentes leituras da realidade, muito embora, em termos estruturais,
qualquer abordagem não será muito diferente da realizada. Contudo, a Rede Social será o
Programa potencial para uma visão e futura intervenção qualitativa e “personalizada”, neste e
noutros domínios.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 98


5.6.1 – Indicadores de Equipamentos Coletivos

Domínio Área temática

Equipamentos Educativos

Equipamentos de Solidariedade e Segurança Social

Equipamentos de Saúde
Equipamentos
Coletivos
Equipamentos Desportivos

Equipamentos de Cultura e Tempos Livres

Equipamentos de Segurança e Proteção Civil

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 99


Equipamentos Educativos

EQUIPAMENTOS COLETIVOS
Indicador: Equipamentos Educativos
DGESTE - Direção-geral dos estabelecimentos escolares
Fonte(s) de informação:
Escola Superior de Gestão do IPCB
Referência temporal Ano Letivo 2019/2020
Referência geográfica: Município de Idanha-a-Nova

Quadro 22 - Equipamentos de educação e ensino, em atividade, natureza pública| Município de Idanha-


a-Nova | Ano letivo de 2019/2020

N.º de Crianças
Nome Lugar Freguesia Nível de ensino (ano letivo
2019/2020)
União de Freguesias
Jardim de Infância de Termas de Termas de
de Monfortinho e Pré-escolar 4
Monfortinho Monfortinho
Salvaterra
Jardim de Infância de São Miguel de São Miguel
São Miguel D’Acha Pré-escolar 3
Acha D’Acha
Pré-escolar
Escola Básica de Ladoeiro Ladoeiro Ladoeiro 10 + 31 (41)
1.º CEB
União de Freguesias
Pré-escolar
Escola Básica de Idanha-a-Nova Idanha-a-Nova de Idanha-a-Nova e 48 + 102 (150)
1.º CEB
Alcafozes
União de Freguesias
Pré-escolar
Escola Básica de Zebreira Zebreira de Zebreira e 14 + 50 (64)
1.º CEB
Segura
Pré-escolar
Escola Básica de Penha Garcia Penha Garcia Penha Garcia 5 + 24 (29)
1.º CEB
Pré-escolar
Escola Básica de Monsanto Monsanto Monsanto 19 + 25 (44)
1.º CEB

1.º, 2.º e 3.º CEB 1 + 5 + 6 (12)


RVCC
União de Freguesias 2.º e 3.º CEB 122 + 148 (270)
Escola Básica e Secundária José
Idanha-a-Nova de Idanha-a-Nova e
Silvestre Ribeiro Secundário
Alcafozes (64)
RVCC
Secundário (100)

781

Quadro 23 - Equipamentos de educação e ensino, em atividade, natureza privada| Município de Idanha-


a-Nova | Ano letivo de 2019/2020

N.º de Crianças
Nome Lugar Freguesia Nível de ensino (ano letivo
2019/2020)
Jardim Infantil Mascal (Movimento de Apoio à
Ladoeiro Ladoeiro Pré-escolar 10
Comunidade)
União de
Jardim Infantil do Centro Assistência Social St.ª Freguesias de
Idanha-a-Nova Pré-escolar 17
Casa da Misericórdia Idanha-a-Nova
e Alcafozes
União de 3.º CEB (CEF)
Freguesias de Secundário
Escola Profissional da Raia Idanha-a-Nova 21 + 83 (104)
Idanha-a-Nova (Cursos
e Alcafozes Profissionais)
União de
Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova Freguesias de
Idanha-a-Nova Ensino Superior 484
Instituto Politécnico de Castelo Branco Idanha-a-Nova
e Alcafozes
615

Obs.: CEB – Ciclo do ensino básico.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 100


Análise:

Da análise aos dados constata-se que, no concelho de Idanha-a-Nova, a educação e ensino


são, atualmente, garantidos por um total de 12 estabelecimentos, sendo que 9 pertencem à
rede pública, 2 são privados dependentes do estado (Jardim Infantil Mascal e Jardim Infantil do
Centro Assistência Social Santa Casa da Misericórdia) e 1 é privado independente (Escola
Profissional da Raia).

Verifica-se ainda que 5 dos estabelecimentos referidos se situam união de freguesia de Idanha-
a-Nova e Alcafozes (41,67%), 2 na freguesia do Ladoeiro (16,67%) e 1 na união de freguesias de
Zebreira e Segura e nas freguesias de Penha Garcia, Monfortinho, Monsanto e São Miguel
D’Acha (8,33%, cada).

A análise à distribuição dos níveis de educação e ensino por estabelecimentos de ensino revela
que, no ano letivo 2019/2020, existiam no concelho de Idanha-a-Nova:

• 9 estabelecimentos de ensino com Educação Pré-Escolar;


• 6 estabelecimentos de ensino com 1.º ciclo do Ensino Básico;
• 1 estabelecimentos de ensino com o 2.º ciclo do Ensino Básico;
• 2 estabelecimentos de ensino com o 3.º ciclo do Ensino Básico;
• 2 estabelecimentos com Ensino Secundário;
• 1 estabelecimento de Ensino Superior.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 101


Equipamentos de Solidariedade e Segurança Social

EQUIPAMENTOS COLETIVOS
Indicador: Equipamentos de Solidariedade e Segurança Social
Segurança Social
Município de Idanha-a-Nova (Divisão de Educação, Ação Social,
Fonte(s) de informação:
Cultura, Turismo, Desporto e Tempos Livres (DEASCTDTL))
Carta Social de Idanha-a-Nova
Referência temporal 2022
Referência geográfica: Município de Idanha-a-Nova, freguesias

Quadro 24 – Equipamentos de Apoio à Infância (Creches) |Natureza pública e privada |Ano letivo de
2019/2020

N.º de Crianças
Nome Lugar Natureza (ano letivo
2019/2020)
Creche Municipal das Termas de Monfortinho Termas de Monfortinho Pública 21

Creche Municipal do Rosmaninhal Rosmaninhal Pública 25

Creche do Centro Assistência Social St.ª Casa da Misericórdia Idanha-a-Nova Privada ---
Creche do Movimento de Apoio e Solidariedade Colectiva ao
Ladoeiro Privada ---
Ladoeiro, MASCAL
46
Obs.: CEB – Dados referentes aos equipamentos de natureza privada indisponíveis.

Quadro 25 - Equipamentos de Apoio à Terceira Idade e respetivas valências, por freguesia | 2022

Designação Freguesia Localidade Forma Jurídica Valências


Liga dos Amigos da Aldeia de Santa Aldeia de Santa Aldeia de Santa Apoio domiciliário,
Associação
Margarida Margarida Margarida Centro de Dia.
Santa Casa da Misericórdia de Idanha-a-
Idanha-a-Nova Misericórdia Apoio domiciliário, Lar
Nova U.F. Idanha-a-
Nova e Apoio domiciliário,
Santa Casa da Misericórdia de Alcafozes Alcafozes Alcafozes Misericórdia Centro de Dia, Centro
de Noite
Movimento de Apoio e Solidariedade Apoio domiciliário, Lar,
Ladoeiro Ladoeiro Associação
Colectiva ao Ladoeiro, MASCAL Centro de Dia
Centro Paroquial de Solidariedade Social Centro Social Apoio domiciliário, Lar,
Medelim Medelim
de Medelim Paroquial Centro de Dia
Associação Nossa Senhora da Apoio domiciliário,
U.F. Monfortinho Monfortinho Associação
Consolação Centro de Dia
e Salvaterra do
Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra Salvaterra do Apoio domiciliário,
Extremo Misericórdia
do Extremo Extremo Centro de Dia
Santa Casa da Misericórdia de Monsanto Monsanto Misericórdia Lar
U.F. Monsanto e
CDADIV- Centro de Dia e Apoio Idanha-a-Velha Idanha-a-Velha Associação Apoio domiciliário
Domiciliário de Idanha-a-Velha
Centro de Dia o Ninho da Felicidade de
Oledo Oledo Associação Centro de Dia
Oledo
Centro Social e Paroquial de Penha Centro Social Apoio domiciliário, Lar,
Penha Garcia Penha Garcia
Garcia Paroquial Centro de Dia
Apoio domiciliário,
Centro de Dia de Proença a Velha Proença-a-Velha Proença-a-Velha Associação
Centro de Dia
Apoio domiciliário, Lar,
Santa Casa Misericórdia de Rosmaninhal Rosmaninhal Rosmaninhal Misericórdia
Centro de Dia
Centro Social Paroquial de São Miguel São Miguel Centro Social Apoio domiciliário,
São Miguel D'Acha
D'Acha D'Acha Paroquial Centro de Dia
Apoio domiciliário,
Centro Social e Cultural de Toulões Toulões Toulões Associação
Centro de Dia
Centro Cultural e de Bem Estar Social de Apoio domiciliário, Lar,
Zebreira Associação
Zebreira U.F. de Zebreira Centro de Dia
e Segura Apoio domiciliário,
Santa Casa da Misericórdia de Segura Segura Misericórdia
Centro de Dia

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 102


Análise:

No que respeita à dotação de equipamentos de apoio à infância, verifica-se que existe oferta
de 4 creches, destinadas à população residente com até 3 anos (Termas de Monfortinho,
Rosmaninhal, Idanha-a-Nova e Ladoeiro), 2 de natureza pública, geridas pelo Município de
Idanha-a-Nova, e frequentadas por um total de 46 crianças (ano letivo 2019/2020) e 2 de
natureza privada.

O levantamento efetuado permite, ainda, concluir que, em 2022, o concelho é servido por um
total de 17 equipamentos de apoio à terceira idade, distribuídos de acordo com as seguintes
valências:
• 15 estabelecimentos com apoio domiciliário;
• 14 Centros de dia;
• 1 Centro de Noite;
• 7 estabelecimentos com Lar.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 103


Equipamentos de Saúde

EQUIPAMENTOS COLETIVOS
Indicador: Equipamentos de Saúde
www.infarmed.pt (Consultado em 11/05/2012)
Fonte(s) de informação:
www.ulscb.min-saude.pt (Consultado em 11/05/2012)
Referência temporal 2022
Referência geográfica: Município de Idanha-a-Nova, freguesias

Quadro 26 - Equipamentos de Saúde, por freguesia | 2022

Farmácias e Postos
Unidade Territorial Centros de Saúde Extensões de Saúde Farmacêuticos
Móveis

Aldeia de Santa Margarida --- 1 ---


U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes 1 1 1
Ladoeiro --- 1 1
Medelim --- 1 ---

U.F. Monfortinho e Salvaterra --- 4 ---

U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha --- 2 1


Oledo --- 1 ---

Penha Garcia --- 1 ---

Proença-a-Velha --- 1 ---

Rosmaninhal --- 3 ---

São Miguel D'Acha --- 1 ---

Toulões --- 1 ---

U.F. Zebreira e Segura --- 2 1

Concelho de Idanha-a-Nova 1 20 4

Análise:

De acordo com a informação disponibilizada pela Infarmed – Autoridade Nacional do


Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. e pelo Ministério da Saúde (consultada em 11/02/2022),
existem, no concelho de Idanha-a-Nova, 25 Equipamentos de Saúde: 1 Centro de Saúde, 20
Extensões de Saúde e 4 Farmácias / Postos Farmacêuticos Móveis.
Refira-se, também, que Idanha-a-Nova possui uma Unidade de Cuidados Continuados
Integrados (UCCI), que disponibiliza cuidados paliativos e reabilitação, gerida pela Santa Casa
da Misericórdia de Idanha-a-Nova.
O concelho de Idanha-a-Nova usufrui, ainda, da “Casa de Saúde de Idanha-a-Nova”, que
presta Serviços médicos e de enfermagem para os beneficiários do Cartão Raiano Saúde 0-114,
bem como de Unidades Móveis de Saúde (com médico e enfermeiro), que, regularmente,
percorrem o território.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 104


Equipamentos Desportivos

EQUIPAMENTOS COLETIVOS
Indicador: Equipamentos Desportivos
Município de Idanha-a-Nova (Divisão de Educação, Ação Social,
Fonte(s) de informação:
Cultura, Turismo, Desporto e Tempos Livres (DEASCTDTL))
Referência temporal 2022
Referência geográfica: Município de Idanha-a-Nova, freguesias

Quadro 27 - Equipamentos Desportivos, por freguesia | 2022

Grandes Pequenos Pavilhões e Piscinas


Pistas de
Unidade Territorial campos de campos de Salas de (cobertas e
atletismos
jogos jogos desporto descobertas)
Aldeia de Santa Margarida 1 1 --- --- ---

U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes 2 4 1 1 ---

Ladoeiro --- 1 1 1 ---

Medelim --- 1 --- --- ---

U.F. Monfortinho e Salvaterra 1 6 --- 2 1

U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha --- 1 --- --- ---

Oledo 1 1 --- --- ---

Penha Garcia 1 3 --- 1 ---

Proença-a-Velha --- 1 --- --- ---

Rosmaninhal 1 1 --- --- ---

São Miguel D'Acha 1 1 --- --- ---

Toulões 1 1 --- --- ---

U.F. Zebreira e Segura 2 2 --- 1 ---

Concelho de Idanha-a-Nova 11 24 2 6 1

Análise:

Na análise à situação dos equipamentos desportivos do concelho de Idanha-a-Nova


consideram-se todas as áreas desportivas existentes, cujo acesso e prática desportiva são
facultados à população, em geral, incluindo os recintos integrados no parque escolar.
No concelho de Idanha-a-Nova são predominantes os pequenos campos de jogos (24),
nomeadamente polidesportivos e campos de ténis, seguidos pelos grandes campos de jogos
(11), nomeadamente campos de futebol. Em menor número, existem 6 piscinas, 2 pavilhões e 1
pista de atletismo, inteirando 44 equipamentos desportivos.
A análise intra concelhia, permite-nos concluir que todas as unidades territoriais consideradas
possuem, pelo menos, uma instalação desportiva.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 105


Equipamentos de Cultura e Tempos Livres

EQUIPAMENTOS COLETIVOS
Indicador: Equipamentos de Cultura e Tempos Livres
Município de Idanha-a-Nova (Divisão de Educação, Ação Social,
Fonte(s) de informação: Cultura, Turismo, Desporto e Tempos Livres (DEASCTDTL))
CCDRC (Museus e Espaços museológicos)
Referência temporal 2022
Referência geográfica: Município de Idanha-a-Nova, freguesias

Quadro 28 - Equipamentos de Cultura e Tempos Livres | Município de Idanha-a-Nova | 2022

Freguesia Denominação Valências

Espaços Residência (Artística | Investigação) (2 salas,


Oledo Antiga Escola Primária de Oledo
Piso 1)
Biblioteca Municipal Serviços (10 salas)
Serviços + 3 salas de exposição + 2 auditórios, interior
Centro Cultural Raiano
e exterior
U.F. Idanha-a-Nova e Fórum Cultural serviços, sala de exposições e performativa
Alcafozes Centro de Artes Tradicionais 3 salas
Posto de Turismo de Idanha-a-Nova Serviços
Conservatório Regional de Castelo Branco -
8 salas
Pólo de Idanha-a-Nova
Medelim Casa de Medelim Serviços + 3 salas polivalentes
U.F. Monfortinho e
Posto de Turismo de Termas de Monfortinho Serviços
Salvaterra
Centro de Interpretação de Monsanto Serviços + 4 salas expositivas e 1 sala polivalente
Posto de Turismo de Monsanto Serviços
Posto de Turismo de Idanha-a-Velha Serviços
---
Complexo Monumental de Idanha-a-Velha
U.F. Monsanto e
Idanha-a-Velha Sé| Igreja de Sta. Maria 1 sala polivalente
Lagar de Varas Serviços + 2 salas expositivas
Pavilhão Epigráfico 1 sala expositiva
Palheiros de S. Dâmaso Serviços + área residencial - 10 lugares em camarata
Palheiros da R. de Guimarães Aguarda intervenção de requalificação
Complexo Moageiro de Penha Garcia Núcleo de Etnografia
Serviços + biblioteca + sala e exposição + reservas +
Penha Garcia Museu de S. Pedro de Alcântara
sala polivalente
Posto de Turismo de Penha Garcia Serviços
Núcleo do Azeite | Lagares de Proença-a-
Serviços + 9 áreas expositivas
Proença-a-Velha Velha
Posto de Turismo de Proença-a-Velha Serviços
U.F. Zebreira e Segura Centro de Interpretação da Biodiversidade Serviços + 2 salas expositivas + sala polivalente

Análise:

Em termos de estruturas físicas, existe, no concelho de Idanha-a-Nova, oferta alargada de


equipamentos de cultura e tempos livres, reconhecendo-se a existência de várias tipologias de
equipamentos. É de salientar ainda a atividade associativa do concelho, marcada pela
existência de um vasto conjunto de associações, com incidência para as atividades desportivas,
culturais e recreativas.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 106


Equipamentos de Segurança e Proteção Civil

EQUIPAMENTOS COLETIVOS
Indicador: Equipamentos de Segurança e Proteção Civil
Fonte(s) de informação: Município de Idanha-a-Nova (Gabinete Municipal de Proteção Civil)
Referência temporal 2022
Referência geográfica: Município de Idanha-a-Nova, freguesias

Quadro 29 - Equipamentos de Segurança e Proteção Civil | Freguesias | 2022

Unidade Territorial Serviços e agentes Proteção Civil

Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC)

Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC)


U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes
Bombeiros Voluntários de Idanha-a-Nova

Posto Territorial da G.N.R.

Ladoeiro Posto Territorial da G.N.R.

U.F. Monfortinho e Salvaterra Posto Territorial da G.N.R.

U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha Posto Territorial da G.N.R.

Bombeiros Voluntários de Idanha-a-Nova - Secção de


Penha Garcia
Penha Garcia

Rosmaninhal Posto Territorial da G.N.R.

Posto Territorial da G.N.R.


U.F. Zebreira e Segura Bombeiros Voluntários de Idanha-a-Nova - Secção de
Zebreira

Análise:

As instituições de prevenção e segurança, existentes no concelho de Idanha-a-Nova, são a


Proteção Civil, a GNR e os Bombeiros.
As seis unidades da Guarda Nacional Republicana localizam-se, para além da sede concelhia,
nas freguesias do Ladoeiro, U.F. de Monfortinho e Salvaterra, U.F. de Monsanto e Idanha-a-Velha,
Rosmaninhal e U.F. de Zebreira e Segura.
Existem três quarteis de Bombeiros localizados na U.F. de Idanha-a-Nova e Alcafozes, Penha
Garcia e U.F. de Zebreira e Segura.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 107


5.6.2 – Análise dos Resultados

A análise dos dados permitiu constatar que o concelho de Idanha-a-Nova se encontra, em


termos globais e quantitativos, razoavelmente dotado de equipamentos e serviços de apoio
social, quando dimensionados em função dos quantitativos populacionais em presença,
existindo, contudo, alguns domínios onde ainda se terá de intervir, de modo a dar uma resposta
mais satisfatória às necessidades atuais e previsíveis da população.

Na ótica da distribuição espacial dos equipamentos coletivos, salienta-se que é na sede de


concelho que se localizam os de ordem superior. Uma avaliação por tipo de equipamentos, ao
nível da dotação atual, permite salientar os seguintes aspetos:

• a nível educativo, o concelho encontra-se bem-dotado face aos quantitativos


populacionais em presença: (rede pública e privada): 9 estabelecimentos de ensino com
Educação Pré-Escolar, 6 estabelecimentos de ensino com 1.º ciclo do Ensino Básico, 1
estabelecimentos de ensino com o 2.º ciclo do Ensino Básico, 2 estabelecimentos de
ensino com o 3.º ciclo do Ensino Básico, 2 estabelecimentos de ensino com Ensino
Secundário e 1 estabelecimento de Ensino Superior, acolhendo um total de 1396 crianças
/ alunos.

• ao nível do apoio à 3ª idade, há um conjunto muito significativo de estruturas de apoio,


que passa pela existência de serviços de lares (7), centros de dia (14), centro de noite (1)
e serviços de apoio domiciliário (15).

• ao nível do apoio à infância, há a registar a existência de 4 creches, considerando-se


que, face aos quantitativos populacionais em presença, se encontra razoavelmente
dotado.

• os serviços de saúde registam um total de 25 Equipamentos de Saúde: 1 Centro de Saúde,


20 Extensões de Saúde e 4 Farmácias / Postos Farmacêuticos Móveis.

• a oferta de equipamentos desportivos é bastante satisfatória, se atendermos a que


existem, no concelho, 44 equipamentos, com predominância dos pequenos campos de
jogos (24), nomeadamente polidesportivos e campos de ténis, seguidos pelos grandes
campos de jogos (11), nomeadamente campos de futebol. Em menor número, existem 6
piscinas, 2 pavilhões e 1 pista de atletismo.

• no âmbito do equipamento cultural há alguma oferta de equipamentos culturais e


recreativos, sendo de salientar, no entanto, a importância da intervenção da população,
materializada nas diversas associações culturais /recreativas/ /desportivas existentes.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 108


6. AVALIAÇÃO DO ORDENAMENTO E PLANEAMENTO TERRITORIAL

Avaliar é um processo complexo, que não deve ser realizado por uma só pessoa, nem se esgota
num único momento. Serve, segundo Prada (2008) e Batista e Silva et al. (2009), para enriquecer
todo o processo de ordenamento e planeamento do território, para legitimá-lo e para assegurar
uma melhor viabilidade aos territórios e o seu uso sustentável.

Uma leitura cruzada dos diversos indicadores apresentados nos pontos anteriores permite
concluir que a evolução ocorrida na década passada se traduziu, por vezes, no prolongamento
de tendências já observadas anteriormente, embora por vezes de forma mais atenuada. A
tendência de perda populacional constitui um exemplo significativo a este respeito. Noutras
situações, tendências observadas nos anos 90 sofreram uma inversão nos dez anos posteriores,
como é o caso do emprego em certas atividades. Noutros domínios ainda, como é o caso dos
indicadores associados às dinâmicas construtivas, ocorreram alterações significativas já no
decurso do passado decénio, não sendo possível identificar uma tendência de fundo para todo
o período.

A forma de operacionalização do presente capítulo de avaliação do sistema municipal de


planeamento terá por base uma análise do enquadramento estratégico e do planeamento do
concelho, no qual é avaliada a execução do PDM de acordo com os objetivos preconizados no
modelo de desenvolvimento e de organização territorial e das transformações operadas neste
instrumento de gestão territorial.

A complementaridade das análises que se apresentam fundamenta-se no próprio âmbito e


natureza deste instrumento - estratégico, regulamentar e programático.

É com base na ponderação conjunta do nível de execução das intervenções programadas no


PDM em vigor e da identificação das efetivas alterações do território, em face do Modelo
Territorial definido no Regulamento e Planta de Ordenamento do mesmo plano, que se afigura
possível o escrutínio da prossecução e formas de materialização dos objetivos estratégicos
definidos em 1994.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 109


6.1 – PLANOS MUNICIPAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

A avaliação do ordenamento e planeamento municipal incide sobre os Instrumentos de Gestão


Territorial (IGT) elaborados pelo município, pretendendo-se avaliar o papel destes nas
transformações ocorridas nas respetivas áreas de incidência, justificando eventuais alterações e
ou revogações.

Neste sentido, a avaliação incide sobre a execução dos seguintes planos municipais de
ordenamento do território (PMOT) em vigor no concelho de Idanha-a-Nova:

• Plano Diretor Municipal (PDM);


• Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova;
• Plano de Pormenor da Zona Industrial de Penha Garcia.

6.2 – PLANO DIRETOR MUNICIPAL

O PDM é o instrumento de gestão territorial que estabelece a estratégia e os objetivos de


desenvolvimento territorial, a política municipal de ordenamento do território e de urbanismo e
as demais políticas urbanas, definindo o modelo de organização espacial do território municipal
e a garantia da qualidade ambiental. É ainda o instrumento de referência para a elaboração
dos demais planos municipais de ordenamento do território e para o estabelecimento de
programas de ação territorial, pelo que só o dotando de maior eficácia e operacionalidade será
possível prosseguir com os seus objetivos, contribuindo para a promoção do desenvolvimento
sustentável do Município.

O PDM de Idanha-a-Nova, foi ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 43/94,
publicada no Diário da República, 1.ª série-B, n.º 140, de 20 de junho de 1994, e alterado pela
Declaração n.º 28/2001, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 21, de 25 de janeiro de
2001 e Declaração n.º 4/2004, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 298, de 08 de janeiro
de 2004.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 110


6.2.1 – ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO

Numa perspetiva integrada de desenvolvimento, foram definidos os seguintes objetivos


estratégicos no PDM, em vigor:

1. Contenção do declínio demográfico através da criação de condições de fixação e/ou


atração da população;

2. Modernização e reestruturação da base económica;

- melhoria das acessibilidades;


- valorização dos recursos concelhios, essencialmente agrícolas e silvícolas;
- formação profissional e aposta no ensino superior;
- desenvolvimento turístico (ex. promoção da atividade cinegética e do artesanato local,
aproveitamento das Barragens de Penha Garcia e Idanha);

3. Equilíbrio e funcionalidade da rede urbana;

- melhoria dos níveis de cobertura em equipamentos, comércio e serviços;


- melhoria das condições de habitabilidade (higiene e conforto);

4. Defesa do património natural e construído

- preservação do património natural;


- preservação do património arquitetónico e organização espacial dos aglomerados;

5. Melhoria dos níveis de cobertura em infraestruturas básicas (água, esgotos e recolha de


lixos).

Apresentam-se, esquematicamente, os vários objetivos setoriais e as suas relações de


dependência:

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 111


Figura 10 - Objetivos setoriais e as suas relações de dependência | PDM de Idanha-a-Nova (1994)

Modernização e
reestruturação da
base económica

Contenção do
Melhoria dos níveis declínio
de cobertura em demográfico
Equilíbrio e
infraestruturas através da criação
funcionalidade da
básicas (água, de condições de
rede urbana
esgotos e recolha fixação e/ou
de lixos) atração da
população

Defesa do
património natural
e construído

Fonte: Plano Diretor Municipal de Idanha-a-Nova (1994)

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 112


6.2.2 – DINÂMICA DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL

A dinâmica dos instrumentos de gestão territorial estrutura-se em torno do conceito de correção


e alteração, podendo a alteração decorrer na sequência da entrada em vigor de leis ou
regulamentos que colidam com as respetivas disposições ou estabeleçam servidões
administrativas e restrições de utilidade pública que as afetem, ou de evolução ambientais,
económicas, sociais e culturais subjacentes, que fundamentem as opções definidas no plano.

As alterações ao plano decorrem da imprescindibilidade de adequação deste em responder


positiva e atempadamente ao desenvolvimento e instalação de projetos estratégicos para o
concelho de Idanha-a-Nova face às necessidades atuais de ocupação do território, ou quando
se verifique que este instrumento de gestão territorial não permite responder à evolução das
circunstâncias sociais e económicas subjacentes à sua elaboração.

De acordo com os n.ºs 1 e 2 do artigo 8.º da Lei de Bases da Política Pública de Solos, de
Ordenamento do Território e de Urbanismo (Lei n.º 31/2014, de 30 de maio), constitui dever das
autarquias locais “promover a política pública de solos, de ordenamento do território e de
urbanismo”, designadamente “planear e programar o uso do solo e promover a respetiva
concretização”.

Com base neste pressuposto, o Município de Idanha-a-Nova procura, com esta alteração ao
PDM, operacionalizar a gestão do território e definir e concretizar uma opção estratégica de
ordenamento e desenvolvimento do território, consentânea com as dinâmicas evolutivas que o
município tem vivenciado, assente numa política de promoção do desenvolvimento e coesão
social, económica e territorial, no respeito pelas especificidades existentes e antecipando as
necessidades futuras.

A dinâmica dos planos territoriais, prevista nos artigos 115.º e 118.º do RJIGT, prevê que o PDM
possa ser objeto de alteração decorrente, nomeadamente:
a) “Da evolução das condições ambientais, económicas, sociais e culturais subjacentes e
que fundamentam as opções definidas no programa ou no plano;
b) Da incompatibilidade ou da desconformidade com outros programas e planos territoriais
aprovados ou ratificados;
c) Da entrada em vigor de leis ou regulamentos que colidam com as respetivas disposições
ou que estabeleçam servidões administrativas ou restrições de utilidade pública que
afetem as mesmas.” (n.º 2, do artigo 115.º, do RJIGT)
e

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 113


“Os planos intermunicipais e municipais são alterados em função da evolução das condições
ambientais, económicas, sociais e culturais que lhes estão subjacentes ou sempre que essa
alteração seja necessária, em resultado da entrada em vigor de novas leis ou regulamentos.”
(artigo 118.º, do RJIGT)

Sendo mutável a realidade sobre a qual incidem os instrumentos de gestão territorial e os


interesses públicos que com eles se pretendem servir, devem os mesmos ser sujeitos a um esforço
de contínua adaptação ou ajustamento de modo a fornecerem uma resposta adequada às
exigências de ordenamento territorial, evitando a sua desatualização.

6.2.2.1 – Alterações sujeitas a Regime Simplificado

1. Declaração n.º 28/2001, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 21, de 25 de janeiro
de 2001

O PDM de Idanha-a-Nova, em vigor, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º


43/94, publicada no Diário da República, 1.ª série-B, n.º 140, de 20 de junho de 1994, foi objeto
da 1.ª alteração sujeita a regime simplificado, publicada através da Declaração n.º 28/2001,
publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 21, de 25 de janeiro de 2001, a qual incidiu sobre
as alíneas b) e c) do artigo 40.º e o quadro n.º 3 do Regulamento.

PDM de Idanha-a-Nova, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 43/94, publicada
no Diário da República, 1.ª série-B, n.º 140, de 20 de junho de 1994:

Artigo 40.º - Regime de edificabilidade

Os índices máximos admitidos nos espaços urbanos e urbanizáveis, com exceção dos espaços
urbanizáveis de vocação recreativa, são os seguintes:
a) A densidade bruta é de 40 fogos por hectare nos aglomerados de nível I, de 30 fogos por
hectare nos de nível II, de 25 fogos por hectare nos de nível III e de 15 fogos por hectare nos de
níveis IV e V;
b) O coeficiente de ocupação do solo bruto é de 0,35 nos aglomerados de nível I, de 0,30 nos
de nível II, de 0,25 nos de nível III e de 0,20 nos de níveis IV e V;
c) O índice de utilização do solo bruto é de 1 nos aglomerados de nível I, de 0,75 nos de nível II,
de 0,50 nos de nível III e de 0,40 nos de níveis IV e V;

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 114


d) A altura máxima das construções, medida à platibanda ou beirado, é de 12 m e quatro pisos
nos aglomerados de nível I, de 9 m e três pisos nos de nível II e III e de 6,5 m e dois pisos nos de
níveis IV e V;
e) São exceção ao disposto na alínea d) os silos, depósitos de água ou instalações especiais
devidamente justificadas.

QUADRO N.º 3

Regime de edificabilidade para espaços urbanos e urbanizáveis

Índice de
Densidade Coeficiente de Altura Número
Nível utilização
Aglomerados bruta (máxima) ocupação do (máxima) de pisos
hierárquico do solo
(fogos/hectare) solo (máximo) (metros) (máximo)
(máximo)
I Idanha-a-Nova e Termas de Monfortinho 40 0,35 1,00 12 4
II Ladoeiro, Penha Garcia e Zebreira 30 0,30 0,75 9 3
III Restantes sedes de freguesia 25 0,25 0,50 9 3
Outros aglomerados delimitados na
IV 15 0,20 0,40 6,5 2
planta de ordenamento
V Restantes aglomerados 15 0,20 0,40 6,5 2
--- Espaços urbanizáveis de vocação
1 0,05 0,10 6,5 2
recreativa

Declaração n.º 28/2001, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 21, de 25 de janeiro de
2001:

Artigo 40.º - Regime de edificabilidade

Os índices máximos admitidos nos espaços urbanos e urbanizáveis, com exceção dos espaços
urbanizáveis de vocação recreativa, são os seguintes:
a) (…)
b) O coeficiente de ocupação do solo bruto é de 0,35 nos aglomerados de nível I, de 0,30 nos
de nível II, de 0,25 nos de nível III e de 0,20 nos de nível IV;
c) O índice de utilização do solo bruto é de 1 nos aglomerados de nível I, de 0,75 nos de nível II,
de 0,50 nos de nível III e de 0,40 no de nível IV;
d) (…)
e) (…)
QUADRO N.º 3

Regime de edificabilidade para espaços urbanos e urbanizáveis

Índice de
Densidade Coeficiente de Altura Número
Nível utilização
Aglomerados bruta (máxima) ocupação do (máxima) de pisos
hierárquico do solo
(fogos/hectare) solo (máximo) (metros) (máximo)
(máximo)
I Idanha-a-Nova e Termas de Monfortinho 40 0,35 1,00 12 4
II Ladoeiro, Penha Garcia e Zebreira 30 0,30 0,75 9 3
III Restantes sedes de freguesia 25 0,25 0,50 9 3
Outros aglomerados delimitados na
IV 15 0,20 0,40 6,5 2
planta de ordenamento

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 115


2. Declaração n.º 4/2004, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 298, de 08 de janeiro
de 2004

A segunda alteração ao PDM de Idanha-a-Nova, publicada através da Declaração n.º 4/2004,


publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 298, de 08 de janeiro de 2004, consistiu na
alteração à definição de “cércea”.

PDM de Idanha-a-Nova, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 43/94, publicada
no Diário da República, 1.ª série-B, n.º 140, de 20 de junho de 1994:

Artigo 38.º
Espaços urbanos

1 - Os espaços urbanos têm o estatuto de ocupação para fins urbanos, habitacionais, comerciais
e de serviços, incluindo equipamentos públicos ou privados, edificados ou não, por disporem de
infraestruturas urbanísticas, caracterizando-se por uma concentração de funções urbanas.
2 - Estes espaços podem ainda ter outras utilizações ou ocupações, desde que compatíveis com
o uso dominante atrás estipulado, designadamente com a função habitacional.
3 - Os espaços urbanos estão sujeitos aos seguintes condicionamentos:
a) As construções novas deverão integrar-se harmoniosamente no tecido urbano construído,
mantendo as características de alinhamento, cércea, volumetria e ocupação do lote
tradicionais do aglomerado em que se inserem;
b) A altura máxima das edificações não poderá ultrapassar a cércea mais alta das edificações
imediatamente contíguas;
c) A cércea máxima em situação de reconstrução é, em alternativa, a admitida na alínea
anterior ou na edificação a substituir;
d) O alinhamento definido pelas edificações imediatamente contíguas será obrigatoriamente
respeitado;
e) Sem prejuízo do disposto no Regulamento Geral das Edificações Urbanas, a profundidade das
edificações habitacionais não excederá os 15 m, medidos a partir do plano marginal à via
pública.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 116


Declaração n.º 4/2004, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 298, de 08 de janeiro de
2004:

Artigo 38.º

Espaços urbanos

1 – (…)
2 - (…)
3 - (…)
a) (…)
b) A altura máxima das edificações não poderá ultrapassar a cércea mais alta das edificações
imediatamente contíguas ou a moda das cérceas do arruamento onde se integra o novo
edifício, competindo à Câmara Municipal avaliar, caso a caso, qual destas opções garante a
homogeneidade e coerência do conjunto urbano em que se insere;
c) (…)
d) (…)
e) (…)

6.2.2.2 – Alteração por adaptação (a aguardar publicação)

A presente alteração por adaptação do Plano Diretor Municipal de Idanha-a-Nova (a aguardar


publicação em Diário da Républica), que se enquadra na alínea a) do n.º 1 do artigo 121.º do
Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio (RJIGT) não envolve atos de planeamento, mas apenas
a transposição das normas vinculativas dos particulares constantes nos planos especiais para os
planos municipais, e tem por objetivo dar cumprimento ao disposto no artigo 78.º da LBPPSOTU
por remissão do n.º 1 do artigo 198.º do RJIGT.

O concelho de Idanha-a-Nova é abrangido por dois planos especiais, designadamente: Plano


de Ordenamento da Albufeira de Idanha (POAI) e Plano de Ordenamento do Parque Natural do
Tejo Internacional (POPNTI).

A transposição cartográfica das plantas de ordenamento dos PEOT e da planta de


condicionantes do POAI para o PDM de Idanha-a-Nova resultou num desdobramento da Planta
de Ordenamento e de Condicionantes do PDM pelas correspondentes áreas territoriais,
designadamente, Albufeira de Idanha e Parque Natural do Tejo Internacional.
Por último, ressalva -se que as normas transpostas dos PEOT vigoram cumulativamente com as
restantes normas do PDM, pelo que foi adicionado um artigo para salvaguarda de qualquer
divergência interpretativa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 117


A 1.ª alteração por adaptação ao Plano Diretor Municipal de Idanha-a-Nova consubstancia-se
nas seguintes alterações:

1. Ao nível do regulamento:

− Alteração da redação dos artigos: 4.º, 7.º, 17.º, 29.º, 31.º, 41.º e 55.º;
− São aditados os artigos: 6.º-A, 31.º-A, 31.º-B, 58.º, 59.º, 60.º, 61.º, 62.º, 63.º, 64.º, 65.º, 66.º,
67.º, 68.º, 69.º, 70.º, 71.º, 72.º, 73.º, 74.º, 75.º, 76.º, 77.º, 78.º, 79.º e 80.º;
− São introduzidas as seguintes alterações sistemáticas:
É corrigida a numeração da Secção VI – Espaços Naturais, do Capítulo III – Uso Dominante
do Solo – Espaços não urbanos, a qual passa para Secção V – Espaços Naturais, do
Capítulo III – Uso Dominante do Solo – Espaços não urbanos;
É aditada a Secção VI – Zonas de proteção da Albufeira de Idanha, no Capítulo III – Uso
Dominante do Solo – Espaços não urbanos;
É aditada a Secção VII – Áreas de proteção do Parque Natural do Tejo Internacional, no
Capítulo III – Uso Dominante do Solo – Espaços não urbanos;
É aditado o Capítulo VIII com a epígrafe «Albufeira de Idanha»;
É aditado o Capítulo IX com a epígrafe «Parque Natural do Tejo Internacional»;
O Capítulo VIII com a epígrafe «Disposições finais e transitórias» passa para Capítulo X
com a mesma epígrafe;
Os artigos 58.º e 59.º passam respetivamente para os artigos 81.º e 82.º.

2. Ao nível das peças desenhadas:

− São aditadas as seguintes plantas à Carta de Ordenamento do PDM de Idanha-a-Nova:


Planta de Ordenamento da Albufeira de Idanha, à escala 1:25 000;
Planta de Ordenamento do Parque Natural do Tejo Internacional, à escala 1:25 000.
− É aditada a seguinte planta às Cartas de Condicionantes do PDM de Idanha-a-Nova:
Planta de Condicionantes da Albufeira de Idanha, à escala 1:25 000.

6.2.2.3 – Alteração regime normal (a aguardar publicação)

A Alteração ao Regulamento do PDM de Idanha-a-Nova, passa pelo ajustamento dos seus


artigos 20.º e 25.º, não sendo necessário proceder a qualquer alteração das plantas do PDM.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 118


O artigo 20.º do regulamento do PDM de Idanha-a-Nova – Instalações agropecuárias - apresenta
a seguinte redação:

CAPÍTULO III - Uso dominante do solo - Espaços não urbanos

SECÇÃO I - Disposições gerais


Artigo 20.º - Instalações agro-pecuárias

Sem prejuízo do disposto na legislação aplicável a cada caso, a Câmara Municipal poderá
autorizar a edificação de instalações destinadas à actividade agro-pecuária sujeitas aos
seguintes condicionamentos:
a) A área bruta de construção máxima é de 2000 m2;
b) A altura máxima é de 4,5 m, medidos à platibanda ou beirado e um piso;
c) Os efluentes de instalações agro-pecuárias ou de nitreiras não podem ser lançados
directamente em linhas de água, devendo ser previamente assegurado o seu tratamento
bacteriológico e químico;
d) O afastamento mínimo a zonas residenciais e equipamentos colectivos é de 200 m.

Propõe-se que passe a assumir a seguinte redação:

Artigo 20.º - Instalações agropecuárias

1 - Sem prejuízo do disposto na legislação aplicável a cada caso, a Câmara Municipal poderá
autorizar a edificação de instalações destinadas à atividade agropecuária sujeitas aos seguintes
condicionamentos:
a) O índice de utilização do solo máximo será de 0,20;
b) A altura máxima será de 9 metros, medidos à platibanda ou beirado, com a exceção de silos,
depósitos de água ou instalações especiais devidamente justificadas.
c) Os efluentes de instalações agropecuárias ou de nitreiras não podem ser lançados
diretamente em linhas de água, devendo ser previamente assegurado o seu tratamento
bacteriológico e químico;
d) O afastamento mínimo a zonas residenciais e equipamentos coletivos é de 200 m.

Propõe-se alterar as alíneas a) e b), do presente artigo, no sentido de se ajustar os índices e os


parâmetros urbanísticos, referentes às instalações agropecuárias, a uma maior flexibilidade e
operacionalidade, na concretização de licenciamento.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 119


No que se refere ao artigo 25.º do regulamento do PDM de Idanha-a-Nova – Espaços florestais -
que apresenta a seguinte redação:

Artigo 25.º - Regime de edificabilidade

Sem prejuízo do disposto nos artigos 17.º, 18.º, 19.º e 20.º deste Regulamento e com a excepção
da categoria dos espaços florestais de protecção, nestes espaços pode ser apenas autorizada
a construção de edificações destinadas a equipamentos colectivos, a habitação para
proprietários ou titulares dos direitos de exploração, a trabalhadores permanentes, a turismo de
habitação, turismo rural e agro-turismo, a instalações agro-pecuárias, a apoio de explorações
agrícolas e florestais e a instalações de vigilância e combate a incêndios florestais.

Propõe-se que adote o seguinte conteúdo:

Artigo 25.º - Regime de edificabilidade

Sem prejuízo do disposto nos artigos 17.º, 18.º, 19.º e 20.º deste Regulamento, é permitido, com a
exceção da categoria dos espaços florestais de proteção, os seguintes usos:
a) Edifícios de apoio às atividades agrícolas, florestais e pecuárias;
b) Estabelecimento industrial e agroalimentar de fabrico, transformação e venda de
produtos agrícolas, pecuários e florestais, desde que autorizada a respetiva localização
pela entidade competente;
c) Empreendimentos turísticos isolados;
d) Equipamentos de utilização coletiva;
e) Campos de tiro e outras edificações de apoio à atividade cinegética;
f) Instalações ou equipamentos de apoio ao recreio e lazer ao ar livre, designadamente
parques de merendas, miradouros ou estruturas de apoio;
g) Instalações de vigilância, prevenção e apoio ao combate a incêndios florestais;
h) Instalação de infraestruturas e edifícios conexos destinadas ao aproveitamento de
energias renováveis, desde que a Câmara Municipal reconheça que tal não acarreta
prejuízos inaceitáveis para o ordenamento e desenvolvimento local, após ponderação
dos seus eventuais efeitos negativos nos usos dominantes e na qualidade ambiental,
paisagística e funcional das áreas afetadas.

A interpretação e aplicabilidade deste artigo tem evidenciado algumas dúvidas, pelo que se
revelou oportuno promover a clarificação do texto regulamentar, alargando o âmbito das
atividades económicas, admitidas no Concelho, nomeadamente ao setor das energias
renováveis, de forma que o documento contribua para o desenvolvimento económico e social
sustentável do Concelho.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 120


6.2.3 – UNIDADES OPERATIVAS DE PLANEAMENTO E GESTÃO

De acordo com o PDM, em vigor, designadamente com os números 1 e 2, do artigo 56.º do


Regulamento que o integra: “As unidades operativas de planeamento e gestão demarcam
espaços de intervenção dispondo ou para os quais se pretende obter uma coerência própria e
que deverão ser tratados a um nível de planeamento de maior detalhe. É obrigatória a
elaboração de planos para as unidades operativas de planeamento e gestão, cuja área de
intervenção é delimitada na planta de ordenamento.”

Tratando-se de um concelho onde estão presentes áreas de Reserva Ecológica Nacional e de


Reserva Agrícola Nacional e diversos valores patrimoniais e naturais, e sendo também um
concelho onde a qualidade do espaço urbano deverá incentivar a fixação da população,
foram instituídas diversas Unidades Operativas de Planeamento e Gestão, distinguidas da
seguinte forma:

a) Áreas a sujeitar a planos de urbanização:


• Idanha-a-Nova;
• Ladoeiro;
• Penha Garcia;
• Zebreira;

b) Áreas a sujeitar a planos de pormenor:


• Zona Industrial de Idanha-a-Nova;
• Zona da Senhora da Graça, em Idanha-a-Nova;
• Zona constituída pelo espaço de vocação recreativa da Quinta do Valongo, em Idanha-
a-Nova;
• Zona constituída pelo espaço de vocação recreativa da Quinta do Burrinho do Marquês,
em Monsanto;

c) Áreas a sujeitar a planos de pormenor de salvaguarda e valorização:


• Núcleo histórico de Idanha-a-Nova;
• Núcleo histórico de Monsanto;
• Idanha-a-Velha;
• Núcleo histórico de Penha Garcia;

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 121


d) Áreas a sujeitar a planos de ordenamento:
• Zona envolvente da albufeira de Penha Garcia;
• Zona envolvente da albufeira da Toulica;
• Zona envolvente da albufeira de Idanha;
• Zona situada no concelho de Idanha-a-Nova do Projecto Corine - Biótopos C090, Penha
Garcia;
• Zona do Projecto Corine - Biótopos C042, Tejo Internacional;
• Zona do Projecto Corine - Biótopos C147, Idanha-a-Nova.

Os Planos definidos destinam-se, essencialmente, a qualificar determinadas áreas (quer de


aglomerados, ou parte deles, quer zonas particularmente sensíveis por constituírem uma simbiose
entre a ocupação humana e o espaço natural), promovendo a sua integração no meio
envolvente e a salvaguarda e requalificação do património edificado e natural. Atendeu-se,
também, à implementação de zonas para equipamentos, a uma infraestruturação adequada
e à valorização de zonas verdes.

Das 18 unidades operativas de planeamento e gestão, previstas no PDM, encontram-se


executada e ou em execução 2 unidades:

• Zona Industrial de Idanha-a-Nova (a abordar no subcapítulo 6.3 - Planos de Pormenor);


• Zona envolvente da albufeira de Idanha. (a abordar no subcapítulo 7.2 – Síntese das
alterações ao contexto legal estratégico).

A aprovação da lei de bases da política pública de solos, de ordenamento do território e de


urbanismo, através da Lei n.º 31/2014, de 30 de maio e, na sua sequência, a revisão do RJIGT,
operou uma profunda reforma no modelo de classificação do solo, eliminando a categoria
operativa de solo urbanizável.

Na sequência do disposto no n.º 2 do artigo 199.º do RJIGT, o município terá que proceder à
inserção, no plano municipal em vigor, das novas regras de classificação e qualificação do solo,
através de uma alteração ao PDM, dispondo de um prazo de 5 anos, após a entrada em vigor
do RJIGT, sob pena de suspensão das normas do plano, não podendo ocorrer qualquer
intervenção que implique a ocupação, uso e transformação da área abrangida.

Assim, de modo a dar cumprimento ao previsto no RJIGT, a Câmara irá proceder à avaliação
das áreas urbanizáveis do PDM, de acordo com os artigos 5.º, 6.º e 7.º do Decreto Regulamentar
n.º 15/2015, de 19 de agosto, sendo que a apreciação das áreas urbanizáveis implica uma
reavaliação das UOPG delimitadas no PDM.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 122


6.2.4 – AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE EXECUÇÃO

O Plano Diretor Municipal de Idanha-a-Nova não se demitiu das suas componentes


programáticas e operacionais, alheando-se da sua dimensão estratégica e do seu contributo
para um projeto de um território, pelo que propôs, como já mencionado, um conjunto de
objetivos estratégicos, que definiram uma postura perante um problema a resolver e que
condicionaram o processo de pesquisa em torno da realidade estudada:

1. Contenção do declínio demográfico através da criação de condições de fixação e/ou


atração da população;

2. Modernização e reestruturação da base económica;

- melhoria das acessibilidades;


- valorização dos recursos concelhios, essencialmente agrícolas e silvícolas;
- formação profissional e aposta no ensino superior;
- desenvolvimento turístico (ex. promoção da atividade cinegética e do artesanato local,
aproveitamento das Barragens de Penha Garcia e Idanha);

3. Equilíbrio e funcionalidade da rede urbana;

- melhoria dos níveis de cobertura em equipamentos, comércio e serviços;


- melhoria das condições de habitabilidade (higiene e conforto);

4. Defesa do património natural e construído

- preservação do património natural;


- preservação do património arquitetónico e organização espacial dos aglomerados;

5. Melhoria dos níveis de cobertura em infraestruturas básicas (água, esgotos e recolha de


lixos).

Nesse sentido, este subcapítulo abordará cada um dos cinco objetivos propostos, relativamente
ao seu grau de concretização. No entanto, por questões meramente operativas, estabelecem-
se os seguintes eixos de intervenção:

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 123


• Demografia;
• Atividades Económicas;
• Habitação e Equipamentos Coletivos;
• Acessibilidades e Infraestruturas Urbanas;
• Património Cultural e Natural.

A avaliação do grau de implementação das intervenções previstas no PDM, em vigor, será


concretizada através da confrontação entre as ações propostas em 1994 e as ações
efetivamente concretizadas no concelho de Idanha-a-Nova, até à presente data.

Ressalva-se, contudo, que, analisada a informação disponível, se constata existirem lacunas e


omissões nas ações propostas no âmbito do PDM, em vigor, nomeadamente as que concernem
as temáticas da Equipamentos (Desportivos e Outros Equipamentos) e Infraestruturas.

6.2.4.1 – Demografia

Nas últimas décadas, Idanha-a-Nova continuou a registar um decréscimo da população


residente, a par de um progressivo envelhecimento da sua população, sendo ambas tendências
observáveis na generalidade do País. A evolução dos saldos natural e migratório permite
constatar que o contributo do saldo migratório para a quebra da população diminuiu ao longo
do tempo. Verifica-se, com efeito, que no passado decénio os movimentos de saída foram
parcialmente compensados por fluxos de sentido oposto, parte dos quais constituídos por
população estrangeira. Das tendências observadas, afere-se que Idanha-a-Nova se encontra
no início de um novo ciclo de atratividade demográfica.

Se a descentralização da população residente constitui um fenómeno específico das principais


aglomerações urbanas, outras tendências refletem, em parte, alterações dos estilos de vida
observáveis por todo o país. É o caso da composição das famílias, hoje caraterizadas por uma
menor dimensão, por uma maior presença de núcleos monoparentais e pela maior presença de
famílias unipessoais. Como consequência desta evolução, o número global de famílias em
Idanha-a-Nova decresceu, pese embora de forma menos abrupta, entre 2001 e 2011 (não é
ainda possível aferir os dados relativos a 2021), apesar da quebra da população residente.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 124


Idanha-a-Nova continua, no entanto, a atrair uma população utilizadora considerável, incluindo
um intenso fluxo de trabalhadores e estudantes provenientes de outros concelhos (7,98%, quase
776 indivíduos, em 2011), superior à percentagem de população residente que trabalha ou
estuda noutra unidade territorial (4,98%, 484 indivíduos).

Para além destes fluxos de natureza regular deverão ainda ser considerados outros de mais difícil
quantificação, designadamente os relacionados com o turismo, com a cultura e lazer, com as
compras, com a atividade empresarial ou com a prestação de serviços sociais, pessoais e
coletivos.

Quadro 30 - Síntese da evolução dos indicadores - demografia

Área
Domínio Indicador 2001 2011 2020 2021 Evolução
temática
População residente total (n.º de
11 659 9 716 --- 8 356
indivíduos)
População estrangeira com
estatuto legal de residente (n.º de --- 250 503 ---
indivíduos)
População
Saldo natural (n.º de indivíduos) - 212 -139 -215 ---
Saldo migratório
28 - 59 98 ---
(n.º de indivíduos)
Saldo total (n.º de indivíduos) -184 -198 -117 ---

Estrutura etária da população residente

População jovem (-15) (%) 8,98% 8,71% --- 8,68%


Estrutura
População idosa (65+) (%) 40,68% 42,91% --- 42,80%
etária
DEMOGRAFIA
Índice de dependência (%) 100,9% 108,1% 93,70% ---
453,7 422,0 416,6
Índice de envelhecimento (%)
(%) (%) (%)
Dimensão média das famílias
2,3 2,1 --- ---
(média)
Famílias Famílias unipessoais (%) 27,4% 30,66% --- ---
Núcleos familiares monoparentais
284 294 --- ---
(n.º)
População residente segundo o nível de Escolaridade
População residente que atingiu
Qualificação 44,98% 68,33% --- 78,70%
níveis de escolaridade (%)
da
População que alcançou o
população 1,90% 4,61% --- 8,23%
ensino superior (%)
Taxa de analfabetismo (%) 32,10% 30,38% --- 20,64%

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 125


A par da evolução ocorrida no plano quantitativo, a população residente em Idanha-a-Nova
sofreu igualmente uma transformação importante no que respeita aos aspetos qualitativos das
dinâmicas demográficas, em particular os que remetem para a sua estrutura etária. O
envelhecimento da população, continuou a manifestar-se ao longo da última década,
consequência, sobretudo, do declínio do número de jovens, tendo em consideração que se
verificou um decréscimo ligeiro da população com 65 ou mais anos.

Como consequência desta evolução, o índice de envelhecimento, indicador que mede a


relação entre o número de idosos e o número de jovens, regrediu na última década. Se em 2011
residiam 422 idosos por cada 100 jovens, com menos de 15 anos, em 2020 essa relação desceu
para 417 idosos por cada 100 jovens.

Face ao exposto, e pese embora o decréscimo populacional aferido, conclui-se uma maior
atratividade do território de Idanha-a-Nova, percetível, sobretudo, nos movimentos
populacionais (migrações e movimentos pendulares) que se observam, na redução ligeira do
seu maior ativo, que é a população em idade ativa, e nas qualificações académicas superiores,
fomentando a regeneração e sustentabilidade populacional futura.

O concelho figura, desta forma, como um concelho atrativo, recetor de população, destacando-
se como o segundo maior polarizador da envolvente regional, concentrando, em 2021, 10,34%
da população sub-regional.

6.2.4.2 – Atividades Económicas

No PDM, em vigor (1994), e no que ao setor económico concerne, são identificados como fatores
limitativos ao desenvolvimento do concelho:

• Acessibilidade ao concelho
“(…) o facto de se encontrar à margem do eixo de crescimento da Região da Beira
Interior, visto não existirem infraestruturas viárias que permitam uma acessibilidade e
mobilidade indispensáveis para sustentarem as relações de troca entre os vários agentes
económicos, de forma a possibilitarem o seu desenvolvimento.”;

• Estrutura etária dos recursos humanos


“Os recursos humanos do concelho apresentam, como características principais, um
decréscimo acentuado nas últimas décadas, associado a um elevado grau de
envelhecimento e um baixo nível cultural e de ensino.”;

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 126


• A predominância dum setor primário pouco desenvolvido
“(…) a agricultura não se encontra estruturada, quer em termos de produção, quer em
canais de distribuição, no sentido de se poder sustentar o desejável crescimento e
desenvolvimento económico de Idanha-a-Nova.”;

• Inexistência de oportunidades de investimento no setor secundário


“Face à ineficaz resposta do setor primário, em termos de crescimento económico,
poder-se-ia esperar o aparecimento de outras iniciativas empresariais. (…) No entanto
apurou-se (…) que tais iniciativas também não surgiram. Do ponto de vista local,
encontra-se como principal fator inibidor (…), a baixa instrução da população e, por
conseguinte, a inexistência de um espírito empresarial fomentador de criatividade,
iniciativa e disponibilidade para assumir riscos de levar a cabo projetos de
desenvolvimento motivadores.”.

Por sua vez, são reconhecidas, no mesmo plano, as seguintes potencialidades de


desenvolvimento:

• Preservação dos recursos naturais


“O concelho de Idanha-a-Nova, sendo uma região que do ponto de vista de
desenvolvimento dos setores económicos tradicionais não apresenta grande evolução,
detém todo um património natural que não se encontra ainda ferido por esses fatores de
desenvolvimento e que importa preservar.”;

• O desenvolvimento das atividades tradicionais


“Existem no concelho potencialidades agrícolas para se desenvolverem, muito embora
seja necessário um grande esforço inicial para que os seus produtos se possam afirmar
como base de sustentação sólida de desenvolvimento do concelho.”;

• A atividade turística
“Idanha-a-Nova apresenta potencialidades turísticas que devidamente enquadradas
num plano de desenvolvimento, explorando as novas correntes turísticas que se vão
manifestando na procura de destinos fora do tradicional, poderá apresentar taxas de
crescimento significativas.”;

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 127


• Abertura da fronteira de Monfortinho
“O concelho de Idanha-a-Nova apresenta uma localização marginal relativamente ao
território nacional. Não sendo atravessado por nenhuma via de comunicação com
impacto nacional, encontra-se encostado à fronteira espanhola em possuir, também,
qualquer via de acesso a Espanha. Não existe assim qualquer incentivo à passagem por
este concelho, quer de deslocações individuais, quer de qualquer outro tipo de
deslocações ligadas à atividade económica.”.

Refira-se, por último, os vetores de desenvolvimento propostos:

1. As atividades económicas a desenvolver em Idanha-a-Nova devem ter uma perspetiva


de complementaridade ao maior desenvolvimento económico.

2. Para além do aproveitamento dos recursos naturais, a agricultura deverá também ser um
vetor de desenvolvimento do concelho.

3. Ambos os vetores anteriores têm como pressuposto, para o desenvolvimento de Idanha-


a-Nova, não o crescimento quantitativo, mas a aposta qualitativa na
complementaridade e diversificação das atividades dos concelhos limítrofes.

SETOR PRIMÁRIO

O diagnóstico económico de Idanha-a-Nova, referente ao atual PDM, em vigor, revelou um


concelho predominantemente agrícola, com uma baixa produtividade e essencialmente
produzindo para autossustentação dos seus produtores. Não se encontraram volumes de
produção, nem em quantidade, nem em qualidade, que permitissem a existência de uma
verdadeira economia de mercado, potenciadora e geradora de fluxos financeiros capazes de
constituírem uma base de financiamento sólida, para o crescimento económico do concelho.

Em 2019, ano referente ao último Recenseamento Geral da Agricultura, promovido pelo Instituto
Nacional de Estatística, o concelho de Idanha-a-Nova apresenta uma superfície de 141 634
hectares, dos quais 88 078 são superfícies agrícolas utilizadas, isto é, superfícies das explorações
que incluem terras aráveis (limpa e sob coberto de matas e florestas), horta familiar, culturas
permanentes e pastagens permanentes, concluindo-se que 62,19% do solo se encontra afeta ao
setor primário (64%, em 1979).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 128


Gráfico 67 – Variação do número de explorações agrícolas, por classes |Município|1989 - 2019

Igual ou superior a 50 ha 77,90%

20 - menos de 50 ha 12,07%

5 - menos de 20 ha 5,14%

1 - menos de 5 ha -20,39%

Menos de 1 ha -63,51%

-80,00% -60,00% -40,00% -20,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%

Gráfico 68 – Variação da superfície agrícola utilizada, por classes |Município|1989 - 2019

Igual ou superior a 50 ha 70,33%

20 - menos de 50 ha 14,95%

5 - menos de 20 ha 10,70%

1 - menos de 5 ha -17,12%

Menos de 1 ha -62,41%

-80,00% -60,00% -40,00% -20,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata

Confere-se um abandono da atividade agrícola pelos pequenos produtores – explorações


agrícolas inferiores a 1 hectare – a partir de 2009, apresentando, no período considerado, um
decréscimo de 63,51%. Em contrapartida, verifica-se um incremento substancial de explorações
agrícolas com área igual ou superior a 50 hectares, que apresentam, em 2019, uma variação de
77,90% comparativamente a 1989.

O aumento da dimensão média das explorações (31,3 ha, em 1989 e 54,5 ha, em 2019) deve-se,
não só, a uma concentração fundiária em grandes unidades produtivas, mas também ao efetivo
redimensionamento das explorações de média dimensão, uma vez que se registam alterações
significativas quer em número quer na respetiva superfície agrícola utilizada.

A utilização das terras agrícolas alterou-se significativamente desde 1989, verificando-se um


decréscimo de 57,42% nas terras aráveis, mais que compensado pelos expressivos aumentos
das áreas das culturas permanentes (+25,59%) e das pastagens permanentes (em terra limpa e
sob coberto de montado) (+205,68%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 129


Especial enfoque para as culturas permanente, cujo aumento decorre na forte aposta, na última
década, na instalação e modernização dos olivais e pomares, em particular de frutos pequenos
de baga e amendoais. Para esta evolução terá contribuído o incentivo dado pelo PDR 2020 à
fruticultura, sendo um dos setores com maior relevância nas medidas de apoio ao investimento.

Refira-se, também, e no que ao modo de produção diz respeito, que a área em produção
biológica é de 17 492 hectares (20,7% da superfície agrícola total), sendo que 81,60% são
pastagens permanentes, 10,91% culturas temporárias, 7,48% culturas permanentes e 0,05%
pousio. Relativamente à superfície em conversão de agricultura biológica, afere-se um total de
741 hectares. A proporção de explorações agrícolas com agricultura biológica inteira, em 2019,
8,31%, correspondendo a 134 explorações agrícolas.

Particularmente elucidativa, no diagnóstico referente ao PDM, em vigor, sobre a estrutura


agrícola do concelho, era a distribuição da população residente empregada, por setor de
atividade, a confirmar o predomínio, ainda em 1981, das atividades ligadas à agricultura, as
quais ocupavam, então, 53,94% do total de indivíduos que exerciam uma profissão.

Gráfico 69 – População residente empregada, por setor | Município |1981, 2001 e 2011

70,00% 66,01%

60,00% 53,94%
49,63%
50,00%

40,00%
31,23%
27,59%
30,00%
18,47% 19,14% 17,58%
20,00% 16,42%

10,00%

0,00%
1981 2001 2011

Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata

Todavia, terciarização será a palavra que, nas últimas décadas, melhor descreverá a evolução
da economia portuguesa, no geral, e do concelho, em particular. Entre 1981 e 2011, para além
da incidência crescente do setor terciário (serviços, comércio e distribuição) na retenção da
população empregada, verifica-se o decréscimo progressivo, relativamente às atividades do
setor primário e do setor secundário (onde se incluem as atividades industriais). O setor terciário,
por sua vez, absorveu grande parte da mão-de-obra da população empregada, perfazendo,
em 2011, no território concelhio, cerca de 66,0% de população empregada.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 130


A mão de obra agrícola familiar, constituída pelo produtor e o seu agregado doméstico,
contribui, em 2019, com cerca de 80,68% do trabalho agrícola. No entanto, a mão de obra
agrícola assalariada, com caráter regular e sazonal, aumentou 67% nos últimos 10 anos,
passando a representar 19,32% do total.

Desde 2009 o perfil do produtor agrícola registou:

• A manutenção da representatividade de género, observando-se em todo o caso um


ligeiro aumento da importância relativa das mulheres produtoras agrícolas (+5,83 p.p.
que em 2009 – peso relativo, em 2019, de 27,73%);
• O agravamento do envelhecimento, verificando-se um aumento de 1 ano na idade
média dos produtores face a 2009, sendo que mais de metade (53%) tem idade superior
a 64 anos;
• A melhoria do nível de instrução, confirmando-se o crescimento do número de
produtores com níveis de ensino superiores ao 1º ciclo, cuja representatividade passou
de 71% em 2009 para 86%. O número de produtores com formação superior nos domínios
da agricultura e floresta, aumentou 100%, representando14% do total;
• O aumento da formação profissional agrícola, em parte devido à obrigatoriedade da
frequência de cursos de formação de aplicação de produtos fitofarmacêuticos, que
levou ao extraordinário aumento;
• O decréscimo da população agrícola familiar, constituída pelo produtor e pelos
membros do seu agregado doméstico, que passou de 3438 pessoas, em 2009, para 2958
(-13,96%).
• A manutenção da pluriatividade e diversidade das fontes de rendimento, comprovada
pelo facto de 30,43% da população agrícola familiar declarar atividades remuneradas
exteriores à exploração agrícola.

SETOR SECUNDÁRIO

Conforme referenciado no atual PDM: “O concelho de Idanha-a-Nova apresenta uma atividade


industrial bastante reduzida.”.

Conforme já analisado, a distribuição dos ativos por setores de atividade registou uma evolução
digna de referência. Com efeito, são os setores primário e terciário que registam as alterações
mais significativas, num contexto em que a afetação da população ao setor secundário se
mantém, praticamente, inalterável (17,58%, em 2011).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 131


A atividade industrial é tradicionalmente uma componente pouco significativa da estritura
económica do concelho de Idanha-a-Nova, quer pelo número de estabelecimentos que possui
(990 estabelecimentos, em 2020), quer pelo número de trabalhadores que afeta (1726 indivíduos,
em 2020). Idanha-a-Nova possui uma atividade industrial pouco desenvolvida e muito
dependente da oferta de matérias-primas e de uma procura locais.

Os dados mais recentes (Quadros de Pessoal), relativos a 2020 e ao emprego formal (por conta
de outrem), permitem concluir que, no âmbito das atividades referenciadas como pertencendo
ao setor secundário, são as “Indústrias transformadoras” que empregam o maior número de
trabalhadores (139), seguidas pelo setor da “Construção” (138 empregados) e pelo setor da
“Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio” (5 empregados). No espaço decorrido
entre 2010 e 2020, o emprego na construção e na indústria transformadora diminuem 26,20% e
2,11%, respetivamente, ao contrário do que sucedeu com o emprego na eletricidade, gás,
vapor, água quente e fria e ar frio, que viu afetar 5 empregados ao seu setor.

Como incentivo à instalação de empresas, a autarquia promoveu:


• Zona Industrial de Idanha-a-Nova, localizada próxima da vila de Idanha-a-Nova, com
uma área de 50 hectares, devidamente equipada e infraestruturada e com a
disponibilização de lotes para estabelecimentos industriais:
• Zona Industrial de Penha Garcia, com 7,26 hectares, de igual forma, para instalação de
estabelecimentos industriais;
• Incubadora de Base Rural, com uma área de 552 hectares, enquanto serviço de apoio
ao nascimento e crescimento de empresas especialmente dedicado a iniciativas de
base rural, como sejam a agricultura, a agroindústria, a silvicultura ou outros serviços e
tecnologias de suporte.
• Centro Logístico Agroalimentar do Ladoeiro uma estrutura multiusos, com principal
enfoque no sector agroalimentar, dotado de condições para a instalação de novas
empresas, bem como de estruturas e infraestruturas que se pressupõem de uso comum
(Central Hortofrutícola, Núcleo Administrativo Central etc.).

Pese embora o exposto, concluem-se, efetivamente, algumas debilidades no tocante à


capacidade de atração de empresas ligadas ao setor secundário, nomeadamente, e a primeira
e mais decisiva, a reduzida mão de obra disponível, bem como carências ao nível dos serviços
de apoio à atividade produtiva.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 132


SETOR TERCIÁRIO

Conforme mencionado no atual PDM: “Se para o desenvolvimento dos setores económicos,
anteriormente referenciados, se tornava necessário a existência de recursos humanos
tecnicamente apetrechados, para o desenvolvimento da área de serviços, esta vertente assume
importância capital.”.

As atividades terciárias ocupam mais de metade da população residente empregada do


concelho de Idanha-a-Nova. Tradicionalmente agrícola, só em 2001 é que conseguiu ter o setor
terciário com um peso superior ao setor primário, em termos de afetação de ativos. Com efeito,
há 40 anos atrás, este setor apenas ocupava um quarto da população empregada (1981). Em
2011, o setor terciário afeta 66% da sua população residente empregada.

Esta evolução, como já referido, está, contudo, em consonância com a tendência atual de
terciarização dos sistemas económicos, materializada na retração do setor primário e na
expansão dos setores comerciais e de serviços.

Sendo inegável a evolução no sentido da terciarização do concelho, interessa realçar a


evolução ocorrida entre 2010 e 2020, tanto ao nível do emprego, como ao nível do número de
estabelecimentos.

De acordo com os Quadros do Pessoal, as atividades terciárias ocupam 52% do emprego formal
(por conta de outrem) do concelho. Destaca-se o “Comércio por grosso e a retalho; reparação
de veículos automóveis e motociclos” que é a principal atividade geradora de emprego (277
trabalhadores), seguida do “Alojamento, restauração e similares” (212 trabalhadores) e da
“Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares” (75 trabalhadores). Só estas três
atividades ocupam cerca de 63% do setor terciário.

TURISMO

No âmbito da atividade turística, o PDM evidencia que o concelho de Idanha-a-Nova “(…) não
só possui uma paisagem natural bastante preservada, como detém património cultural possível
de ser explorado e apresenta potencialidades para a exploração de infraestruturas turísticas
(…)”, podendo apresentar taxas de crescimento significativas.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 133


A atividade turística constitui um dos exemplos mais significativos do dinamismo da atividade
económica do concelho, refletindo-se na evolução favorável do número de visitantes, das
dormidas e da capacidade instalada das unidades. Ressalva-se, todavia, os impactos da
pandemia Covid-19, nos totais apurados no ano civil 2020.

Considerando a generalidade dos meios do alojamento turístico (estabelecimentos de


alojamento turístico3, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), em 2019 estavam
em atividade e com movimento de hóspedes 25 estabelecimentos, com capacidade total de
561 camas, correspondendo, face a 2009, a um acréscimo de 257% e a um decréscimo de
11,37%, respetivamente. Em 2020, como consequência da pandemia COVID-19, verificou-se uma
diminuição de 4 estabelecimentos e de 72 camas.

A generalidade dos meios de alojamento turístico registou, em 2019, 20697 hóspedes, que
proporcionaram 48857 dormidas, traduzindo-se em diminuições, face a 2009, de 0,62% e 20,81%,
respetivamente, (-37,70% e -45,04%, relativamente a 2020).

A hotelaria concentrou, em 2020, 19,05% do total de estabelecimentos, 52,35% da capacidade-


camas, 55,53% no total de hóspedes e 61,01% no total de dormidas, no contexto dos
estabelecimentos de alojamento turístico.

A proporção de hóspedes estrangeiros, no total de hóspedes rececionados nos alojamentos


turísticos concelhios, foi, em 2009 de 17,6% e, em 2019, de 30,7% (16,1%, em 2020), revelando um
aumento significativo.

Em termos globais, apesar do PDM não assegurar, por si só, a concretização das ações propostas
ao nível do turismo, muitas delas dependentes do investimento privado, a significativa evolução
positiva nos anos mais recentes justifica uma avaliação globalmente positiva dos objetivos
preconizados.

3 - Hotelaria (hotéis, hotéis-apartamentos, apartamentos e aldeamentos turísticos, pousadas e quintas da Madeira),


turismo no espaço rural/ habitação e alojamento local (AL com 10 ou mais camas)

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 134


SÍNTESE CONCLUSIVA

Quadro 31 - Síntese da evolução dos indicadores – atividades económicas

Área
Domínio Indicador 2001 2011 2019 2020 Evolução
temática

População residente Empregada (n.º de


3407 2583 --- ---
indivíduos)
Setor Primário 1064 424 --- ---
Setor Secundário 652 454 --- ---
Setor Terciário 1691 1705 --- ---
Emprego
Pessoal ao serviço nas empresas não
1778 1700 --- ---
financeiras (n.º de indivíduos)

Desempregados inscritos IEFP


--- 354 --- 320
(média anual)

ATIVIDADES Taxa de Desemprego (%) 8,30% 11,90% --- ---


ECONÓMICAS
Empresas Empresas não financeiras (n.º) --- 857 --- 958

Alojamentos Turísticos (n.º) --- 7 25 21

Capacidade nos Alojamentos Turísticos


624 561 489
(n.º de camas)
Turismo
Hóspedes nos alojamentos turísticos (n.º) --- 18 965 20 697 12 975

Dormidas nos alojamentos turísticos (n.º) --- 45 295 38 690 26 853

Estada média nos alojamentos turísticos


2,4 1,9 2,1
(média de dias)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata

Considera-se, face ao exposto, que, pese embora o seu carater mais generalista, as ações
propostas no PDM, em vigor, que visam o desenvolvimento económico do concelho de Idanha-
a-Nova, se encontram, de um modo geral, concretizadas.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 135


6.2.4.3 – Habitação e Equipamentos Coletivos

HABITAÇÃO

A questão habitacional é um dos principais fatores que levam à transformação do território, daí
que, já o Decreto-Lei n-º 69/90, de 2 de março e o Decreto-Lei n-º 211/92, de 8 de outubro, que
regulavam os Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT), definissem, como um dos
objetivos destes Planos, “determinar as carências habitacionais, enquadrando as orientações e
soluções adequadas no âmbito da política de habitação.” (alínea c), n.º 2, Art.º 5.º.).

O parque habitacional do concelho de Idanha-a-Nova era constituído, em 2001, por 11413


alojamentos familiares, os quais albergavam 11659 pessoas (população residente),
constatando-se que, neste concelho, havia quase “uma casa por pessoa”. Em termos objetivos,
esta dotação traduzia uma baixa ocupação do parque habitacional, atendendo a que, em
média cada família era composta por 2,3 membros. De facto, dos 11413 alojamentos familiares
do concelho, só cerca de 45% era habitado de forma permanente, concluindo-se que os
restantes 55% ou eram utilizados sazonalmente, ou estavam devolutos.

Nos últimos vinte anos, registou-se um tímido crescimento do parque habitacional de 8,24% (940
novos alojamentos), tendo sido, contudo, contrário à evolução da população, que no mesmo
período diminuiu 28,33% (menos 3303 indivíduos). As dinâmicas demográficas nem sempre estão
associadas às dinâmicas construtivas, isto é, nem sempre o crescimento demográfico tem
implícito o crescimento do parque habitacional, como também o inverso não sucede
frequentemente.

Em 2021, o parque habitacional concelhio é constituído por 12338 alojamentos familiares, os


quais acolhem 8356 residentes, aferindo-se a média de 1,48 alojamentos por pessoa. Relevando
o facto de, em média, cada família ser composta por 2,1 membros, conclui-se uma baixa
ocupação do parque habitacional. Dos 12322 alojamentos familiares clássicos do concelho, só
cerca de 31% é habitado de forma permanente, resultando na constatação que os restantes
69% ou são utilizados sazonalmente (residência secundária) ou estão vagos (e, eventualmente,
devolutos).

O comportamento do parque habitacional, entre 2011 e 2021, permite ainda identificar, três
grandes grupos de freguesias:

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 136


• Freguesias que verificaram um crescimento positivo
Rosmaninhal (14,56 %)
U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha (9,76 %)
U.F. Zebreira e Segura (6,36 %)
Penha Garcia (5,52 %)
Medelim (5,01 %)
U.F. Idanha-a-Nova e Alcafozes (4,22 %)
São Miguel D'Acha (4,12 %)
Ladoeiro (1,91 %)
• Freguesias que registaram crescimento negativo
Toulões (-9,25 %)
Proença-a-Velha (-4,59 %)
Oledo (-2,13 %)
U.F. Monfortinho e Salvaterra (-0,83 %)
• Freguesias que mantiveram estabilizado o parque de alojamentos
Aldeia de Santa Margarida (0,00 %)

Figura 11 – Variação do número de Alojamentos| Freguesias | 2011 – 2021

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 137


O peso das situações críticas, designadamente no que se refere aos “alojamentos não clássicos”
considerados como todos aqueles que não correspondem aos padrões de habitabilidade
socialmente aceites (barracas, improvisações, construções rudimentares de madeira,
instalações móveis, entre outros), não são aparentemente significativos, identificando-se, em
2011, um total de 11 alojamentos não clássicos (0,09%), nos quais viviam 11 famílias.

No que concerne à obsolescência do parque edificado, de acordo com os censos 2011, a idade
média dos edifícios é de 42,45 anos, reconhecendo, do ponto de vista da sua degradação:
• 5,58% de edifícios com necessidade de grandes reparações ou muito degradados (649
edifícios);
• 34,90% de edifícios com necessidade de reparação (4059 edifícios).

SÍNTESE CONCLUSIVA

Quadro 32 - Síntese da evolução dos indicadores – Habitação

Domínio Indicador 2001 2011 2019 2020 Evolução

Número de Alojamentos familiares 11 403 11 835 12 338 ---

Alojamentos familiares clássicos 11 380 11 824 12 322 ---

Residência Habitual 5061 4340 3803 ---

Residência Secundária 5284 6357 6870 ---


HABITAÇÃO
Vagos 1035 1127 1649 ---
Edifícios licenciados para habitação
--- 68 51 40
familiar
Construção Nova --- 17 25 20

Ampliações, alterações e reconstruções --- 51 26 20

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) / Pordata

Face ao exposto, e aos dados apurados referentes às décadas que o antecederam, refere o
atual PDM que: “A conservação e qualificação do parque existente é, pois, uma tarefa
prioritária, que tem de acompanhar a evolução deste, de modo a conseguir-se uma estrutura
urbana equilibrada. Neste sentido, será importante o desenvolvimento de ações que permitam
melhorias, nomeadamente nas condições de habitabilidade, designadamente:

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 138


Quadro 33 - Nível de execução das ações propostas no PDM em vigor: Habitação

Habitação Nível de
Designação da ação execução

• Qualificar a rede de infraestruturas, particularmente, o abastecimento de água,


aumentando a capacidade e regularidade do serviço, de modo a serem ✔
satisfeitos.
• Intervir diretamente na reconversão ou recuperação dos alojamentos para
resolução de situações de ausência de infraestruturas e equipamentos de apoio.

• Criar sistemas de incentivo e apoio técnico e financeiro aos proprietários e
ocupantes de modo a qualificar as habitações

• Desenvolver processos de manutenção e recuperação do parque habitacional. ✔
• Desenvolvimento de uma política de conservação / valorização do parque
habitacional nos centros históricos dos aglomerados mais antigos do concelho.

• Preservação e reabilitação dos edifícios com valor histórico-arquitetónico. ✔
• Estabelecimento de políticas municipais que desincentivem a manutenção de
casas devolutas.

• Definição de critérios que orientem as intervenções urbanísticas no tecido
consolidado ou de expansão, tendo como objetivo a preservação do tecido ✔
urbano.

Fonte: PDM, em vigor / Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

Destacam-se, dos diversos apoios e projetos municipais implementados com o objetivo de


melhorar as condições de acesso e permanência na habitação, os seguintes:

• Apoios Sociais do Município de Idanha-a-Nova

• Estratégia Local de Habitação de Idanha-a-Nova;

• Programa de Arrendamento e Reconstrução Acessível de Habitações (destinatários:

população em geral – construção/aquisição/reabilitação de 200 imóveis)

• Programa de Requalificação e Adaptação Funcional de Habitação (destinatários:

população idosa/necessidades específicas – 50 imóveis);

• Programa de Apoio à Habitação para Estudantes do Ensino Superior (aquisição de imóvel

para reabilitação para Residência de Estudantes – 311 estudantes);

• Programa Integrado de Apoio (destinatários: população em situação de risco e de

exclusão social – construção/reabilitação de 32 imóveis);

• Programa de Apoio à Manutenção e Reabilitação de Habitação Própria (apoio em obras

de reabilitação/conservação);

• Delimitação de 17 Áreas de Reabilitação Urbana;

• Definição de 17 Operações de Reabilitação Urbana.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 139


EQUIPAMENTOS COLETIVOS

A caracterização da rede de equipamentos coletivos, realizada na elaboração do atual PDM,


com o fim de identificar os problemas e carências, permitiu apresentar as perspetivas e
estratégias de redução dos níveis de insatisfação e promoção de qualidade de vida.

Equipamentos Educativos

Em 1991, todas as freguesias do concelho eram servidas por escolas primárias, localizadas nas
respetivas sedes. Existiam, inclusivamente, nas freguesias de Idanha-a-Nova e Monsanto,
unidades instaladas fora das sedes (na Sra. da Graça, para a freguesia de Idanha-a-Nova e em
Relva e Carroqueiro, para Monsanto). No total das 27 escolas primárias existentes, apenas 25 se
encontravam a funcionar, já que uma se encontrava desativada e outra apenas a funcionar
como posto de telescola, acolhendo um total de 665 alunos.

Relativamente ao, então, ensino preparatório e secundário, existia, no concelho, apenas 1


escola com estes dois tipos de ensino, destinada a ministrar do 5.º ao 9.º ano de escolaridade.
Esta unidade encontrava-se implantada em Idanha-a-Nova (Escola Secundária C+S de Idanha-
a-Nova) e albergava um total de 819 alunos.

Se, de acordo com o atual PDM, e relativamente ao ensino primário, “(…) as carências
quantitativas não existem.”, o mesmo não sucedia com a situação da rede escolar afeta ao
ensino preparatório e secundário, uma vez que “(…) apenas existe um estabelecimento
localizado na sede concelhia. (…) Em termos quantitativos, o ensino preparatório e unificado
está assegurado a todos os indivíduos com idades entre os 10 e os 14 anos, embora não se possa
dizer o mesmo em termos qualitativos. Assim, conclui-se que não há número de utilizadores que
justifique a construção de novas instalações, mas tem que criar condições que reduzam os custos
relativos às deslocações dos alunos para Idanha.

Apurados os dados relativos ao ano letivo 2019/2020 conclui-se que o concelho se encontra
bem-dotado face aos quantitativos populacionais em presença (rede pública e privada): 9
estabelecimentos de ensino com Educação Pré-Escolar, 6 estabelecimentos de ensino com 1.º
ciclo do Ensino Básico, 1 estabelecimentos de ensino com o 2.º ciclo do Ensino Básico, 2
estabelecimentos de ensino com o 3.º ciclo do Ensino Básico, 2 estabelecimentos de ensino com
Ensino Secundário e 1 estabelecimento de Ensino Superior, acolhendo um total de 1396 crianças
/ alunos.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 140


Equipamentos de Solidariedade e Segurança Social

No atual PDM (1994), foram identificados 4 equipamentos de apoio à infância - 1 creche, em


Idanha-a-Nova, e 3 Jardins de infância (Idanha-a-Nova, Ladoeiro e Penha Garcia) - detetando-
se carências nas freguesias da Zebreira e em Idanha-a-Nova.

Em 2020, ao nível do apoio à infância, há a registar a existência de 4 creches, considerando-se


que, face aos quantitativos populacionais em presença, se encontra razoavelmente dotado.
Face ao exposto e considerando que os Jardins de Infância passaram a integrar os
equipamentos educativos (Educação Pré-Escolar), constata-se que existiu um incremento de 3
creches, no território concelhio.

No que respeita à dotação de equipamentos e serviços sociais, ao nível do apoio à 3.ª idade, o
concelho dispunha, em 1994, de 2 lares (em Idanha-a-Nova e Monsanto) e de um terceiro, em
construção (Zebreira). Atualmente, foram identificados 17 equipamentos, um conjunto muito
significativo de estruturas de apoio, que integra serviços de lares (7), centros de dia (14), centro
de noite (1) e serviços de apoio domiciliário (15).

Equipamentos de Saúde

O atual PDM inventariou um total de 24 equipamentos de saúde: 1 Hospital, 17 postos de saúde


e 6 farmácias.

De acordo com a informação disponibilizada pela Infarmed – Autoridade Nacional do


Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. e pelo Ministério da Saúde (consultada em 11/02/2022),
existem, atualmente, no concelho de Idanha-a-Nova, 25 Equipamentos de Saúde: 1 Centro de
Saúde, 20 Extensões de Saúde e 4 Farmácias / Postos Farmacêuticos Móveis. Refira-se, também,
que Idanha-a-Nova possui uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), que
disponibiliza cuidados paliativos e reabilitação, gerida pela Santa Casa da Misericórdia de
Idanha-a-Nova. O concelho de Idanha-a-Nova usufrui, ainda, da “Casa de Saúde de Idanha-a-
Nova”, que presta Serviços médicos e de enfermagem para os beneficiários do Cartão Raiano
Saúde 0-114, bem como de Unidades Móveis de Saúde (com médico e enfermeiro), que,
regularmente, percorrem o território.

Todavia, e à semelhança do que é referido no atual PDM, “(…) mostra-se urgente a adoção de
medidas que incentivem a fixação de quadros técnicos necessários (…).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 141


Menciona ainda o mesmo plano que: “As restantes freguesias possuem locais para consultas,
designados por postos de saúde, que em alguns casos funcionam nas instalações das juntas de
freguesia ou dos edifícios do povo. No entanto, na maioria das freguesias, o número de consultas
semanais é insuficiente e a maior parte destes locais não possuem condições mínimas
satisfatórias para a função que desempenham.”

Equipamentos Desportivos de Cultura e Tempos Livres

No que se refere aos equipamentos desportivos, foram identificados, no atual PDM, 20


equipamentos, com predominância dos campos de futebol (14). Aludia o mesmo plano que:
“De acordo com os indicadores oficiais (4 m2/ha. de superfície desportiva útil), este concelho
ultrapassa largamente o definido oficialmente (7,1 m2/ha. de superfície desportiva útil).”

Atualmente, o território concelhio é dotado de um total de 44 equipamentos desportivos: 24


pequenos campos de jogos, 11 grandes campos de jogos, 6 piscinas, 2 pavilhões e 1 pista de
atletismo.

Em termos de equipamento culturais, existe, no concelho de Idanha-a-Nova, oferta alargada de


equipamentos de cultura e tempos livres, reconhecendo-se, em 1994, face aos quantitativos
populacionais em presença e à própria estrutura etária, uma oferta razoável de equipamentos.

Ressalva-se, ainda, a importância da intervenção da população, nomeadamente materializada


nas diversas associações culturais / recreativas / desportivas existentes.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 142


Apresenta-se, de seguida, o nível de execução das ações propostas no PDM, em vigor, relativas
aos Equipamentos Coletivos.

Quadro 34 - Nível de execução das ações propostas no PDM em vigor: Equipamentos Coletivos

Equipamentos Coletivos Nível de


Designação da ação execução

Equipamentos Educativos
• Realizar contratos com as empresas de transportes para aumentar a frequência

do serviço, ajustar os percursos e os horários;
• Criar e implementar instrumentos financeiros, com a participação dos serviços
escolares, para apoiar a população com mais dificuldades;

• Colocar em funcionamento um transporte camarário que efetue,
exclusivamente, o transporte dos estudantes que residem em áreas mais ✔
afastadas e não servidas, de forma ajustada, pelos transportes coletivos;
• Funcionamento de equipamentos complementares, na escola ou em
instalações associadas, para a prática de atividades culturais, recreativas e ✔
desportivas;
• Prestação de serviço alimentar através de bares e refeitórios, o que permite a

realização de refeições de qualidade e nos horários adequados.
Equipamentos de Solidariedade e Segurança Social
• Colocar em funcionamento 9 novas unidades de jardim de infância (3 meses
aos 5 anos), das quais 3 localizadas em Idanha-a-Nova e as restantes distribuídas ✔
igualmente por Zebreira, Rosmaninhal e S. Miguel D’Acha;
• Quanto às creches, a solução mais viável e ajustada à dispersão do
povoamento e à distância entre os vários aglomerados e Idanha-a-Nova, é
implementar instalações locais dimensionadas para o quantitativo

populacional;
• Implementar Centros de Dia em cada sede de freguesia. (*) −
Equipamentos de Saúde
• Melhorar as condições de instalação dos postos de saúde, que existem em todas

as sedes de freguesia;
• Aumento do número de farmácias de menor dimensão e que assegurem os

serviços mínimos.
Equipamentos Desportivos de Cultura e Tempos Livres
• Associação atividades afetas a diferentes grupos etários, promovendo a
continuidade de certas tradições que identificam culturalmente a população;

• Criação de instrumentos de apoio às associações e solicitar a sua participação
na animação cultural – festejos, feiras, etc. – o que promove a imagem e a
dinâmica do concelho e permite obter meios para aumentar a qualidade das

atividades sociais.

(*) – Exceciona-se a U.F. Monsanto e Idanha-a-Velha


Obs.: ( - ) Parcialmente cumprido

Fonte: PDM, em vigor / Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 143


6.2.4.4 – Acessibilidades e Infraestruturas Urbanas

ACESSIBILIDADES

Um dos vetores estratégicos do PDM do Idanha-a-Nova incide na melhoria das acessibilidades.


De acordo com o mesmo plano:

“Confirma-se a importância para o desenvolvimento de uma região da sua rede de


infraestruturas viárias e a acessibilidade e mobilidade que ela permite, para que, com as
ligações mais fácies, possa representar um instrumento para o desenvolvimento regional.
Podemos, assim, concluir como primeiro facto limitativo ao desenvolvimento do concelho, o
facto de se encontrar à margem do eixo de crescimento da Região da Beira Baixa Interior,
visto não existirem infraestruturas viárias que permitam uma acessibilidade e mobilidade
indispensáveis para sustentarem as relações de troca entre os vários agentes económicos, de
forma a possibilitarem o seu desenvolvimento.”

A conjugação deste enunciado com a leitura do relatório do plano e, em particular, do relatório


sectorial dedicado à Rede Viária e Transportes, permite concluir que este objetivo se desdobra
em três áreas críticas:

• Estabelecimento duma adequada rede de ligações ao exterior do concelho, tendo


em atenção a localização dos vários polos geradores de deslocações motorizadas
de e para o concelho e a configuração da rede viária;
• Implementação de uma hierarquização viária funcional da rede, que permita
segregar convenientemente os vários tipos de tráfego, de modo a poder
proporcionar níveis de serviço adequados com o mínimo de custos de exploração e
manutenção;
• Definição de normas de projeto de infraestruturas viárias – troços e interseções que,
em estrita ligação viária estabelecida, permitam dotar as diferentes vias municipais
das características físicas mais adequadas ao desempenho das respetivas funções,
sem encarecer desnecessariamente a sua construção.”

No que respeita às intervenções no sistema viário, o esforço de racionalização proposto no PDM


centrava-se, em grande medida, numa hierarquização do sistema, de modo a clarificar as
funções de cada arruamento. Distingue-se um sistema viário principal, constituído por eixos
estruturantes e de articulação intermunicipal, de um sistema complementar correspondente a
uma rede viária de nível secundário, destinada a estabelecer um compromisso entre o tráfego
de acesso à rede principal e as funções localizadas (residência, estacionamento, cargas e
descargas...). A hierarquização prevista no PDM inclui ainda uma rede de provimento local,
terciário, constituída pelas vias municipais menos importantes.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 144


A par da hierarquização da rede, o PDM propõe intervenções nos arruamentos, de modo que
estes possam responder adequadamente às funções que lhes são acometidas. É igualmente
proposta uma expansão da rede em zonas do território onde se verifica uma insuficiência da
dotação de arruamentos com funções adequadas.

Quadro 35 – Extensões viárias totais | 1994-2021

Extensão Viária Variação


Proporção (%)
Tipos de Vias (km) (km), 1994 -
1994 2021 1994 2021 2021

Estradas Nacionais 220,0 140,50 70,40% 30,76% -79,50


Estradas Municipais 71,5 174,30 22,88% 38,16% 102,80
Outras Vias 21,0 142,00 6,72% 31,09% 121,00
TOTAL 312,5 456,80 100,00% 100,00% 144,30

Fonte: Volume VI – Rede Viária e Transportes, PDM, em vigor (1994) / Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

Analisando a distribuição das extensões viárias por categoriais de vias, referentes a 1994,
constata-se que a mesma se apresenta distorcida, relativamente ao que seria desejável, uma
vez que, em geral, numa rede viária com estruturação adequada, as extensões viárias devem
decrescer com o aumento da categoria hierárquica das vias, exatamente o inverso do que
sucedia na rede viária do concelho.

Em 2021, decorrente, também, da redefinição e reclassificação da rede rodoviária nacional e


estradas regionais, transferidas para património municipal, a distorção constata-se atenuada,
tendo em consideração que 38,16% da extensão viária, integra estradas municipais.

Desde a entrada em vigor do PDM de Idanha-a-Nova até 2021, foram concretizados, um total
de 144,30 km, correspondendo a uma variação da extensão viária de 46,18%. Entre as principais
intervenções efetuadas, previstas no PDM, destacam-se:

• Caminho rural entre Idanha-a-Nova e a localidade da Mata;


• Via de ligação entre Segura e o Rosmaninhal;
• Prolongamento do caminho municipal a partir de Cegonhas até ao limite com o
concelho de Castelo Branco, para permitir a ligação a Monforte da Beira;
• Via de ligação entre Toulões e Monfortinho;
• Via de ligação entre Ladoeiro e EN353.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 145


Por fim, refira-se que para além das vias integradas nos três sistemas funcionais atrás descritos –
as que asseguram funções relevantes neste âmbito –, existe um conjunto considerável de
caminhos rurais e estradas florestais (alguns deles com características bastante razoáveis),
assumindo importância no âmbito do escoamento da produção florestal e agrícola do concelho
e, nalguns casos, como percursos de interesse turístico e recreativo.

INFRAESTRUTURAS URBANAS

No concelho de Idanha-a-Nova, o abastecimento de água e saneamento de águas residuais é


atualmente da responsabilidade da empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo, S.A. De acordo
com o Instituto Nacional de Estatística, a totalidade da população do concelho de Idanha-a-
Nova era, em 2009, servida por sistemas de abastecimento de água, sistemas de drenagem de
águas residuais e por estações de tratamento de águas residuais (ETAR).

A recolha, triagem, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos no concelho de


Idanha-a-Nova está a cargo da VALNOR - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos do
Norte Alentejano, S.A.. Em Idanha-a-Nova, a VALNOR possui uma Estação de Transferência e um
Ecocentro, que entrou em funcionamento no ano de 2010, com uma capacidade instalada de
4.800 ton/ano (de acordo com o Plano de Ação 2020 da VALNOR, S.A., 2015).

Em 2020, o volume de resíduos urbanos recolhidos no município de Idanha-a-Nova foi de 602,90


kg/hab, valor superior face a 2002 (381,70 kg/hab) e aos valores registados ao nível da NUTS II
Centro e NUTS III Beira Baixa (465,80 kb/hab e 482,50 kg/hab, respetivamente). Afere-se, ainda,
em 2020, 14,2% de recolha seletiva de lixo, constituindo-o como o município com a 2.º menor
percentagem entre os municípios da Beira Baixa.

De acordo com a Direcção-Geral de Energia e Geologia, em 2020, o consumo anual de energia


elétrica por habitante no município de Idanha-a-Nova foi de 3794 kWh/hab. Entre os municípios
da Beira Baixa, o município de Idanha-a-Nova apresenta o 3.º maior consumo de energia elétrica
por habitante.

O consumo de energia no município de Idanha-a-Nova foi, em 2020, maioritariamente


doméstico (42,40%), não-doméstico (19,00%) e proveniente da atividade agrícola (14,17%). A
indústria, por sua vez, absorve 3,82% do consumo. Ao nível da administração pública, a
iluminação das vias públicas do município correspondeu a cerca de 10,82% do consumo total
de energia elétrica do município e a iluminação interior dos edifícios do Estado a 9,78%, valores
que se encontram consideravelmente acima dos valores registados em 1994, e que denotam as
preocupações municipais na adoção de medidas de eficiência energética e de redução dos
consumos de energia.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 146


SÍNTESE CONCLUSIVA

Face ao exposto, analisa-se o nível de execução das ações propostas no PDM, em vigor, relativas
às Acessibilidades e Infraestruturas Urbanas.

Quadro 36 - Nível de execução das ações propostas no PDM em vigor: Acessibilidades e Infraestruturas
Urbanas

Acessibilidades e Infraestruturas Urbanas Nível de


Designação da ação execução

Acessibilidades
• Dotar o concelho de alternativas de ligação em condições, no mínimo,
razoáveis nas duas direções preferenciais, que a localização dos diversos polos
geradores, de nível local e a própria estrutura da rede envolvente aconselham:

Norte-Sul e Poente- Nascente.
• Adoção de um traçado que, a partir da atual EN233 passe junto à sede do
concelho e termina na nova fronteira a construir nas Termas de Monfortinho.

• Adoção de um corredor para a implantação do traçado semelhante ao da
atual EN239, na zona norte do concelho, terminando, igualmente, na nova ✔
ponte sobre o ERGES.
• Ligações ao exterior do concelho, asseguradas por:
IC8, que atravessará transversalmente o território, ligando-o, no sentido poente,

a Castelo Branco
IP2, assegurando, no sentido nascente, a ligação à rede viária do país vizinho. 
A terceira ligação mais importante à rede viária exterior será completada pela

atual EM557, que efetuará as ligações a Penamacor, Fundão e Vilar Formoso.
Infraestruturas Urbanas
• Manifesta-se necessária a revisão / renovação de redes de distribuição de água
em zonas de execução mais antiga (com sintomas de envelhecimento), nos ✔
aglomerados de Idanha-a-Nova, Ladoeiro e Segura.
• Execução das redes de recolha, com tratamento de esgotos domésticos, em
aglomerados não servidos e que já dispõem de abastecimento domiciliário de ✔
água, nas freguesias de Idanha-a-Nova, Monsanto e Rosmaninhal.
• Execução de sistema de tratamento em Aldeia de Santa Margarida. ✔
• Execução de ETAR em Idanha-a-Nova com extensão de tratamento a todos os

efluentes recolhidos.
• Revisão, com correção de deficiências no funcionamento, da rede de recolha
do Ladoeiro.

• Execução de sistema de tratamento de esgotos em Ladoeiro. ✔
• Execução de sistemas de tratamento de esgotos de Monfortinho e na povoação
de Torre;

• Execução de sistema de tratamento em São Miguel D’Acha. ✔
• Construção de aterro sanitário controlado. ✔

Fonte: PDM, em vigor / Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 147


Considera-se que as ações propostas neste âmbito se apresentem maioritariamente cumpridas,
total ou parcialmente, ou em fase de execução, com destaque para aquelas que contemplam
a beneficiação e melhoria das acessibilidades aos diversos aglomerados do concelho, bem
como para as que se relacionam com a remodelação das redes de águas e esgotos e com a
recolha, gestão e tratamento de resíduos sólidos.

Relativamente à acessibilidade externa, entende-se que deverá ser, fundamentalmente,


assegurada pelas vias integradas na Rede Nacional as quais, atendendo aos seus padrões de
conceção, construção e exploração, deverão corresponder mais adequadamente às
exigências funcionais impostas pela sua inerente utilização por parte do tráfego de penetração
e de atravessamento.

Para tal, deverá a administração central assegurar aos municípios acessibilidades exteriores,
adequadas ao desenvolvimento harmonioso e ao ordenamento equilibrado do território, quer à
escala nacional, quer regional, através das vias integradas na Rede Complementar, formada
por Itinerários Complementares (IC) e por Estradas Nacionais (EN).

6.2.4.5 – Património Cultural e Natural

O conceito e âmbito de Património Cultural é definido pelo Estado Português, através da Lei n.º
107/2001, de 08 de Setembro4, na sua redação atual, que estabelece as bases da política e do
regime de proteção e valorização do património cultural, como englobando todos os bens
materiais e imateriais que constituam parcelas estruturantes da identidade e da memória
coletiva portuguesas, sejam testemunhos com valor de civilização ou de cultura, portadores de
interesse cultural relevante, que sejam da maior relevância para a compreensão, permanência
e construção da identidade nacional, e possibilitem, ao mesmo tempo, uma democratização
da cultura.

Através da salvaguarda e valorização do património cultural, deve o Estado: “assegurar a


transmissão de uma herança nacional cuja continuidade e enriquecimento unirá as gerações
num percurso civilizacional singular”. (artigo 3.º, Lei n.º 107/2001, de 08 de setembro)

A Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural, adotada no dia 16 de


novembro de 1972 pela UNESCO, considerou como Património Cultural:

4 Lei de bases do Património Cultural.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 148


• Monumentos: obras arquitetónicas, de escultura ou de pintura monumentais, elementos
de estruturas de carácter arqueológico, inscrições, grutas e grupos de elementos com
valor universal excecional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência;
• Conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas que, em virtude da sua
arquitetura, unidade ou integração na paisagem têm valor universal excecional do
ponto de vista da história, da arte ou da ciência;
• Locais de interesse: obras do Homem, ou obras conjugadas do Homem e da natureza, e
as zonas, incluindo os locais de interesse arqueológico, com um valor universal excecional
do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico.

Considerou ainda como Património Natural:

• Monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por grupos de tais
formações com valor universal excecional do ponto de vista estético ou científico;
• As formações geológicas e fisiológicas e as zonas estritamente delimitadas, que
constituem habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas, com valor universal
excecional do ponto de vista da ciência ou da conservação;
• Os locais de interesse naturais ou zonas naturais estritamente delimitadas, com valor
universal excecional do ponto de vista da ciência, conservação ou beleza natural.

Nesta perspetiva, proceder-se-á, no presente capítulo, à análise do património cultural e natural


do concelho de Idanha-a-Nova.

PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO

De acordo com o número 1, do artigo 74.º, da Lei n.º 107/2001, de 08 de setembro, que
estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural,
“integram o património arqueológico e paleontológico todos os vestígios, bens e outros indícios
da evolução do planeta, da vida e dos seres humanos:

a) Cuja preservação e estudo permitam traçar a história da vida e da humanidade e a sua


relação com o ambiente;
b) Cuja principal fonte de informação seja constituída por escavações, prospeções, descobertas
ou outros métodos de pesquisa relacionados com o ser humano e o ambiente que o rodeia.”

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 149


De acordo com o número 2, do mesmo artigo, “o património arqueológico integra depósitos
estratificados, estruturas, construções, agrupamentos arquitetónicos, sítios valorizados, bens
móveis e monumentos de outra natureza, bem como o respetivo contexto, quer estejam
localizados em meio rural ou urbano, no solo, subsolo ou em meio submerso, no mar territorial ou
na plataforma continental.”.

O património arqueológico é património nacional, uma vez que constituem testemunhos com
valor de civilização ou de cultura, portadores de interesse cultural relevante e refletem valores
de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade, ou
exemplaridade, competindo ao Estado proceder ao seu arquivo, conservação, gestão,
valorização e divulgação.

A base de dados, disponibilizada pela Direção Geral do Património Cultural, permite a


identificação, no concelho da Idanha-a-Nova, de 232 sítios arqueológicos, 78,45% dos quais
situados na União de Freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha (182), 13,36%, em Proença-a-
Velha (31), 2,16% em São Miguel de Acha (5), 1,72% na União de Freguesias de Idanha-a-Nova e
Alcafozes e União de Freguesias de Monfortinho e Salvaterra (4), 1,29% na Aldeia de Santa
Margarida (3) e 0,43% nas freguesias de Medelim, Oledo e Penha Garcia (1).

PATRIMÓNIO NATURAL

“Conservar e valorizar a biodiversidade, os recursos e o património natural, paisagístico e cultural,


utilizar de modo sustentável os recursos energéticos e geológicos e prevenir e minimizar os riscos”
foi consagrado como um dos objetivos estratégicos que constituem o quadro referencial de
compromissos das políticas nacionais, com incidência territorial, constantes no Programa
Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT).

As várias Opções Estratégicas da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da


Biodiversidade (ENCNB, Resolução de Conselho de Ministros n.º 55/2018, de 7 de maio) destacam
claramente a importância do ordenamento do território para a sua prossecução, figurando,
entre elas a promoção da integração da política de conservação da natureza e do princípio
da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas
diferentes políticas setoriais, aperfeiçoando a articulação e a cooperação entre a administração
central, regional e local.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 150


Neste âmbito, e como já referido, foram consideradas, no atual PDM, várias servidões
administrativas e restrições de utilidade publica, que condicionam o uso do território,
designadamente: Reserva Agrícola Nacional (R.A.N.), Reserva Ecológica Nacional (R.E.N.),
Parques e reservas naturais, áreas sujeitas a regime florestal e áreas integradas no domínio
público hídrico.

A Área Protegida, de carácter nacional, do Tejo Internacional, foi criada pelo Decreto
Regulamentar n.º 9/2000, de 18 de agosto - Parque Natural do Tejo Internacional. Esta área
ocupa parte do concelho de Idanha-a-Nova e tem como com objetivo primordial “proteger o
património natural, através de um correto ordenamento, conforme as potencialidades e
características de cada zona, tendo em vista a preservação da biodiversidade e a utilização
sustentável das espécies, habitats e ecossistemas.”

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 170/2008, de 21 de novembro, aprovou, por sua vez, o
Plano de Ordenamento da Albufeira de Idanha (POAI), que abrange o Plano de Água e a Zona
de Proteção da Albufeira, integrando o território do concelho de Idanha-a-Nova. O
ordenamento do plano de água e zona envolvente procura conciliar a forte procura desta área
com a conservação dos valores ambientais e ecológicos e, principalmente, a preservação da
qualidade da água e o aproveitamento dos recursos através de uma abordagem integrada das
potencialidades e das limitações do meio, com vista à definição de um modelo de
desenvolvimento sustentável para o território.

A Rede Natura 2000, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21
de julho, é uma rede ecológica que tem por objetivo contribuir para assegurar a biodiversidade
através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território da
União Europeia e integra cerca 11 300,92 ha do território concelhio (8%).

PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO

A análise ao património arquitetónico do concelho da Idanha-a-Nova, que agora se inicia,


baseou-se fundamentalmente nos dados disponibilizados pelo Inventário do Património
Arquitetónico (IPA), que, tendo começado a ser elaborado no início da década de 90 do século
passado, pela entretanto extinta Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN),
é desenvolvido, desde 2007, pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU, I.P.),

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 151


Trata-se de uma base de dados, assente em metodologias e ferramentas de identificação,
registo, documentação, interpretação, estudo e divulgação, que documenta o património
arquitetónico, urbanístico e paisagístico português e de raiz portuguesa, não só edifícios e
estruturas construídas, aglomerados urbanos (centros históricos, quarteirões, ruas, praças, etc.) e
paisagens culturais, como também dos múltiplos valores, significados e sentidos que aqueles
podem virtualmente encerrar para comunidades e agentes.

Contrariando o conceito de que património arquitetónico são apenas os monumentos históricos,


foram categorizadas intervenções de cariz mais modesto, obras de épocas mais recentes, bem
como conjuntos urbanos, que representam valores de civilização e contribuem, de igual forma,
para a identidade cultural do concelho.

Da análise aos dados disponibilizados pelo Inventário do Património Arquitetónico, referentes ao


concelho da Idanha-a-Nova, resulta a constatação da identificação de 3 categorias distintas
de património arquitetónico, existente no concelho, designadamente:

1 – Conjunto Arquitetónico;
2 – Conjunto Urbano;
3 – Monumentos (Edifícios e Estruturas construídas).

Definindo-se conjuntos arquitetónicos como grupos homogéneos de construções urbanas ou


rurais, notáveis pelo seu interesse histórico, arqueológico, artístico, científico, social ou técnico,
identificam-se, nesta categoria:

• Bairro da Santa Casa da Misericórdia de Idanha-a-Nova;


• Bairro da Santa Casa da Misericórdia de Medelim;
• Casas Quinhentistas na Rua Conde de Proença-a-Velha, n.º 18 a 21
• Casas Quinhentistas na Rua de São Pedro, n.º 11 a 15, União das freguesias de Idanha-a-
Nova e Alcafozes;
• Conjunto de Lagariços em Monsanto
• Estação Arqueológica Romana de São Lourenço, União das freguesias de Monsanto e
Idanha-a-Velha
• Estação de Fomento Pecuário da Beira Baixa
• Estação Fronteiriça de Monfortinho
• Estação Fronteiriça de Segura
• Passos da Via Sacra e Capela do Senhor do Calvário em Proença-a-Velha
• Villa Romana de Barros, Oledo

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 152


No que se refere aos conjuntos urbanos, reconhecem-se:

• Núcleo urbano da vila de Idanha-a-Nova


• Povoação de Idanha-a-Velha / Conjunto arquitetónico e arqueológico de Idanha-a-
Velha
• Povoação de Medelim / Aldeia de Medelim
• Povoação de Monsanto / Aldeia Velha de Monsanto
• Povoação de Proença-a-Velha / Aldeia de Proença-a-Velha

Os monumentos abarcam todo o tipo de edifícios e estruturas construídas, de todas as classes


tipológicas, épocas e estilos artísticos (incluindo o património não monumental) no que concerne
à forma, estrutura e respetivos componentes. No conceito do IPA, cabe sob a categoria
de Monumento todo e qualquer objeto edificado que se distinga enquanto contentor de
significados que ultrapassam o âmbito estritamente construtivo, arquitetónico ou urbanístico,
para transmitir relevância histórica, social, política, científica, técnica, ecológica ou outra.

De acordo com o Inventário do Património Arquitetónico (IPA), são inventariadas, no território


concelhio, 159 existências na categoria de “Edifício e Estrutura”.

O património arquitetónico é um recurso de importância vital para a identidade coletiva e um


fator de diferenciação e de valorização territorial, que importa preservar e legar para as
gerações futuras.

A sua conservação, valorização e divulgação tem um potencial de projeção local, regional,


nacional e, em casos específicos, mundial, com capacidade de atratividade de diferentes
públicos, atendendo à diversificação dos valores associados: de ordem histórica, urbanística,
arquitetónica, etnográfica, social, industrial, técnica, científica e artística.

As intervenções no património cultural devem, pelo exposto, observar e cuidar das diversas
valências e expressões que o caracterizam, numa operação técnica pluridisciplinar integrada e
rigorosa, decisiva para a futura fruição pública dos monumentos, conjuntos ou sítios e dos
respetivos contextos que com eles possuem uma relação interpretativa e informativa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 153


PATRIMÓNIO CLASSIFICADO

A Lei n.º 107/2001, de 08 de setembro, na sua redação atual, que estabelece as bases da política
e do regime de proteção e valorização do património cultural, através do seu artigo 15.º,
estabelece que, consoante o seu valor relativo, os bens imóveis de interesse cultural podem ser
classificados como de interesse nacional, de interesse público ou de interesse municipal.

Um bem considera-se de interesse nacional quando a respetiva proteção e valorização, no todo


ou em parte, represente um valor cultural de significado para a Nação, sendo que para os bens
imóveis classificados como de interesse nacional, sejam eles monumentos, conjuntos ou sítios,
adotar-se-á a designação “monumento nacional”.

Um bem considera-se de interesse público quando a respetiva proteção e valorização


represente ainda um valor cultural de importância nacional, mas para o qual o regime de
proteção inerente à classificação como de interesse nacional se mostre desproporcionado.

Consideram-se de interesse municipal os bens cuja proteção e valorização, no todo ou em parte,


representem um valor cultural de significado predominante para um município.

Determina ainda, através do mesmo artigo, que os bens imóveis podem pertencer às categorias
de monumento, conjunto ou sítio, nos termos em que tais categorias se encontram definidas no
direito internacional,

O Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15 de junho (que regulamenta as intervenções sobre bens


classificados) determina que os estudos, projetos e obras devem obedecer aos princípios da
prevenção (garantindo a apreciação prévia), planeamento (assegurando programação prévia
e qualificada), graduabilidade (adequando valor/exigência técnica), acompanhamento e
informação (promovendo a divulgação para fins histórico-documentais, de investigação e
estatísticos).

Já o Decreto-Lei n.º 115/2011, de 5 de dezembro, estabelece o procedimento de classificação


dos bens imóveis de interesse cultural, bem como o regime jurídico das zonas de proteção e do
plano de pormenor de salvaguarda.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 154


Quadro 37 - Imóveis Classificados – Concelho de Idanha-a-Nova

Categoria /
Designação Categoria de Proteção Freguesia
Tipologia
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Villa de
Villa Romana de Barros Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 edificação Oledo
dezembro 1997 romana.
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial:
Pelourinho de Penha Garcia Penha Garcia
Decreto n.º 23 122, DR n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho
Religiosa:
Edifício e Igreja da Santa Casa
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, edifício de
da Misericórdia de Proença-a- Proença-a-Velha
Decreto n.º 67/97, DR n.º 301 de 31 dezembro 1997 confraria /
Velha
irmandade
Igreja Paroquial de Proença-a- Religiosa:
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público,
Velha / Igreja de Nossa Senhora igreja Proença-a-Velha
Decreto n.º 5/2002, DR n.º 42 de 19 fevereiro 2002
da Silva paroquial
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial:
Pelourinho de Proença-a-Velha Proença-a-Velha
Decreto n.º 23 122, DG n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial:
Pelourinho de Rosmaninhal Rosmaninhal
Decreto n.º 23 122, DG n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho
Religiosa: U.F. de
Igreja da Santa Casa da Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público,
igreja de Monfortinho e
Misericórdia de Salvaterra do Portaria n.º 178/2013, DR, 2.ª série, n.º 67 de 05 abril
confraria / Salvaterra do
Extremo 2013
irmandade Extremo
U.F. de
Igreja Paroquial de Salvaterra Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Religiosa:
Monfortinho e
do Extremo / Igreja de Nossa Decreto n.º 67/97, DR n.º 301 de 31 dezembro de igreja
Salvaterra do
Senhora da Conceição 1997 paroquial
Extremo
U.F. de
Pelourinho de Salvaterra do Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial: Monfortinho e
Extremo Decreto n.º 23 122, DG n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho Salvaterra do
Extremo
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público,
Capela Românica de São Pedro Religiosa: U.F. de Monsanto
Decreto n.º 42 007, DG n.º 265 de 06 dezembro
de Vir-à-Corça capela e Idanha-a-Velha
1958
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público,
Decreto n.º 40 684, DG n.º 146 de 13 julho 1956. Religiosa: U.F. de Monsanto
Catedral de Idanha-a-Velha
Incluído na Zona do Proteção do Conjunto catedral e Idanha-a-Velha
arquitetónico e arqueológico de Idanha-a-Velha
Estação Arqueológica Romana Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Agrícola e U.F. de Monsanto
de São Lourenço Decreto n.º 26 - A / 92, DR n.º 126 de 01 junho 1992 florestal: villa e Idanha-a-Velha
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial: U.F. de Monsanto
Pelourinho de Idanha-a-Velha
Decreto n.º 23 122, DR n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho e Idanha-a-Velha
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial: U.F. de Monsanto
Pelourinho de Monsanto
Decreto n.º 23 122, DR n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho e Idanha-a-Velha
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público,
Decreto n.º 40 684, DG n.º 146 de 13 julho 1956. Transportes: U.F. de Monsanto
Ponte sobre o Rio Ponsul
Incluído na Zona do Proteção do Conjunto ponte e Idanha-a-Velha
arquitetónico e arqueológico de Idanha-a-Velha
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público,
Povoação de Monsanto / Aldeia U.F. de Monsanto
Decreto n.º 28/82, DR, 1ª série, n.º 47 de 26 Não aplicável
Velha de Monsanto e Idanha-a-Velha
fevereiro 1982
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº
Militar: castelo
Castelo e Muralhas de 37 077, DG, 1.ª série, n.º 228 de 29 setembro 1948 / U.F. de Monsanto
e cerca
Monsanto ZEP, Portaria, DG, 2.ª Série, n.º 265 de 14 novembro e Idanha-a-Velha
urbana
1950
Povoação de Idanha-a-Velha /
Conjunto arquitetónico e Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº U.F. de Monsanto
Não aplicável
arqueológico de Idanha-a- 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 e Idanha-a-Velha
Velha
Castelo de Segura / Fortaleza Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, U.F. de Zebreira e
Militar: castelo
de Segura Decreto n.º 42 255, DG n.º 105 de 08 maio 1959 Segura
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial: U.F. de Zebreira e
Pelourinho de Segura
Decreto n.º 23 122, DG n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho Segura
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Judicial: U.F. de Zebreira e
Pelourinho de Zebreira
Decreto n.º 23 122, DG n.º 231 de 11 outubro 1933 pelourinho Segura

FONTE: Direção Geral do Património Cultural

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 155


SÍNTESE CONCLUSIVA

Em 1994, data de entrada em vigor do PDM de Idanha-a-Nova, encontravam-se classificados ou


em vias de classificação:

1. Imóveis classificados:

Monumento Nacional
• Castelo e Muralhas de Monsanto

Imóveis de Interesse Público

• Catedral e Ponte Velha, a Este, sobre o Rio Ponsul (Idanha-a-Velha)


• Aldeia Velha de Monsanto (Monsanto)
• Capela de São Pedro de Vir-à-Corça (Monsanto)
• Fortaleza de Segura (Segura)
• Igreja da Misericórdia de Proença-a-Velha (Proença-a-Velha)
• Pelourinho de Idanha-a-Velha (Idanha-a-Velha)
• Pelourinho de Penha Garcia (Penha Garcia)
• Pelourinho de Proença-a-Velha (Proença-a-Velha)
• Pelourinho do Rosmaninhal (Rosmaninhal)
• Pelourinho de Salvaterra do Extremo (Salvaterra do Extremo)
• Pelourinho de Segura (Segura)
• Pelourinho de Zebreira (Zebreira)

2. Imóveis em vias de classificação:

• Edifício na Rua de São Pedro, 13-15, em Idanha-a-Nova;


• Casa do Couce ou do Corso, em Idanha-a-Nova;
• Antiga aldeia de Penha Garcia, em Penha Garcia;
• Capela da Santa Casa da Misericórdia, em Idanha-a-Nova;
• Igreja do Ladoeiro, no Ladoeiro;
• Igreja Matriz, em Proença-a-Velha;
• Igreja da Misericórdia, em Segura;
• Igreja do Rosmaninhal, no Rosmaninhal;
• Capela de São Miguel, em Monsanto.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 156


Face ao exposto, conclui-se que, desde 1994, procederam-se às seguintes alterações ao
património classificado e em vias de classificação:

Quadro 38 - Alterações ao património classificado e em vias de classificação desde 1994 - 2022

Designação Categoria de Proteção Categoria / Tipologia Freguesia

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse


Villa de edificação
Villa Romana de Barros Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª Oledo
romana.
série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Religiosa: edifício de
Edifício e Igreja da Santa Casa da Proença-a-
Público, Decreto n.º 67/97, DR n.º 301 confraria /
Misericórdia de Proença-a-Velha Velha
de 31 dezembro 1997 irmandade
Igreja Paroquial de Proença-a- Categoria: IIP - Imóvel de Interesse
Religiosa: igreja Proença-a-
Velha / Igreja de Nossa Senhora da Público, Decreto n.º 5/2002, DR n.º 42
paroquial Velha
Silva de 19 fevereiro 2002
Igreja da Santa Casa da Categoria: MIP - Monumento de Religiosa: igreja de U.F. de
Misericórdia de Salvaterra do Interesse Público, Portaria n.º 178/2013, confraria / Monfortinho e
Extremo DR, 2.ª série, n.º 67 de 05 abril 2013 irmandade Salvaterra do
Extremo
Igreja Paroquial de Salvaterra do Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Religiosa: igreja U.F. de
Extremo / Igreja de Nossa Senhora Público, Decreto n.º 67/97, DR n.º 301 paroquial Monfortinho e
da Conceição de 31 dezembro de 1997 Salvaterra do
Extremo
Povoação de Idanha-a-Velha / Categoria: MN - Monumento Não aplicável U.F. de
Conjunto arquitetónico e Nacional, Decreto nº 67/97, DR, 1.ª Monsanto e
arqueológico de Idanha-a-Velha série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 Idanha-a-Velha

FONTE: Direção Geral do Património Cultural

Constata-se um evidente dinamismo, neste âmbito, uma vez que, decorridos 28 anos, se verifica
um incremento de 1 Monumento Nacional, 1 Monumento de Interesse Público e 4 Imóveis de
Interesse Público.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 157


6.3 – PLANOS DE PORMENOR

Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova

O Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova, atualmente em vigor, foi aprovado


pela Assembleia Municipal, em 29 de fevereiro de 1992, e ratificado através da Portaria n.º 682/93
de 21 de julho, publicada no 2.ª Série-B do Diário da República. O seu conteúdo manteve-se
inalterável desde essa data até aos dias de hoje, independentemente de, no próprio articulado
do regulamento do plano, nomeadamente no número 4 do artigo 1.º, estipular que: “(…) o Plano
de Pormenor deve ser revisto antes de decorrido o prazo de 10 anos a contar da data da sua
entrada em vigor (…) “.

Quadro 39 – Quadro síntese da ocupação do solo

Área (m2)

Área total do terreno 553 500


Área total dos lotes industriais 283 650
Áreas de equipamento comum 25 800
Áreas do arruamento, passeios e estacionamentos públicos 76 100
Área de espaços livres e verdes públicos 142 450
Área de reserva 25 500

FONTE: Portaria n.º 682/93, de 21 de julho, publicada no 2.ª Série-B do Diário da República

O Plano de Pormenor, constitui um instrumento de planeamento e gestão territorial, que com


base na estratégia de desenvolvimento municipal, desenvolveu e concretizou em detalhe as o
regime de ocupação do solo, estabelecendo regras sobre a localização, a implantação, a
volumetria e as regras para a edificação.

Contudo, a evolução dos territórios, na sequência das dinâmicas sociais, económico-financeiras


e urbanísticas, pode determinar a necessidade de adequação dos planos, o que implica um
planeamento territorial necessariamente mais flexível, integrador e mais dinâmico.

Com efeito, num mundo global e incerto, as oportunidades podem ser diversas, mas existem
sérios riscos de virem a ser desperdiçadas, o que poderá comprometer as estratégias de
desenvolvimento municipal a médio ou longo prazo, sendo necessário, por vezes, repensar as
opções do plano para determinados territórios.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 158


Ao longo do tempo, e em consequência da evolução das condições ambientais, económicas,
sociais e cultural, as quais nunca foram acompanhadas por uma adequação e alteração das
premissas definidas no plano, que se manteve estático, foram surgindo na área da sua
incidência, alguns equipamentos e infraestruturas considerados essenciais, mas que eram
incompatíveis com as disposições constantes no plano, como é o caso da estação de
tratamento de águas residuais da zona industrial (ETAR), da estação de transferência e do
ecocentro.

Qualquer uma destas infraestruturas foram construídas a mais de 20 anos, e encontram-se desde
então em funcionamento. Atualmente, essas infraestruturas assumem-se como essenciais e
imprescindíveis ao normal desenrolar da atividade da recolha dos resíduos sólidos urbanos de
todo o concelho de Idanha-a-Nova, assim como o tratamento das águas residuais de toda a
Zona Industrial.

No entanto, recentemente o Ecocentro e a Estação de Transferência de Idanha-a-Nova, viram


indeferidos os procedimentos de licenciamento, por motivos de desconformidade com os
instrumentos de gestão territorial, nomeadamente o Plano de Pormenor da Zona Industrial de
Idanha-a-Nova, independentemente de estarem em funcionamento ininterruptamente desde a
data da sua construção.

O iminente encerramento da Estação de Transferência de Idanha-a-Nova e do Ecocentro, irá


ocasionar graves impactes negativos em termos ambientais no concelho de Idanha-a-Nova,
originando eventualmente em algumas zonas do concelho problemas ao nível de saúde
pública.

Face ao exposto, e decorridos mais de 29 anos sobre a aprovação do Plano de Pormenor da


Zona Industrial de Idanha-a-Nova, era incontornável a necessidade da atualização das
premissas desse instrumento de gestão territorial, pelo que se julgou ser oportuno despoletar o
procedimento de revisão, necessário para garantir a sua adaptação e ajustamento as
necessidades atuais e exigências em termos de ordenamento do território.

Através do Aviso n.º 6415/2021, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 67, deu-se início
ao procedimento de revisão do plano e à sua suspensão parcial, com a adoção de medidas
preventivas, verificadas as circunstâncias excecionais resultantes da alteração significativa das
perspetivas de desenvolvimento económico e social local ou situações de fragilidade ambiental
incompatíveis com a concretização das opções estabelecidas no plano, com a incidência
territorial apenas numa parcela com a área aproximada de 7,2700 ha.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 159


Figura 12 – Suspensão Parcial do PP da Zona Industrial de Idanha-a-Nova | Área sujeita a medidas
preventivas

FONTE: Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

Os procedimentos referidos não se encontram ainda concluídos.

Figura 13 – Evolução dos Territórios artificializados| Zona Industrial de Idanha-a-Nova | 1995 e 2018

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) – COS 1995 e 2018

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 160


Plano de Pormenor da Zona Industrial da Vila de Penha Garcia

A Resolução do Conselho de Ministros 11/96, de 6 de fevereiro, ratifica o Plano de Pormenor da


Zona Industrial da Vila de Penha Garcia, no município de Idanha-a-Nova, que tem por objetivo
estabelecer as regras e orientações a que deverá obedecer a ocupação e uso do solo dentro
dos limites da sua área de intervenção.

Quadro 40 – Quadro síntese da ocupação do solo

Área (m2)

Área total do terreno 72 630


Área total dos lotes industriais 34 310
Áreas de equipamento comum 19 525
Áreas do arruamento, passeios e estacionamentos públicos 8 915
Área de espaços livres e verdes públicos 9 880

Figura 14 – Territórios artificializados| Zona Industrial de Penha Garcia | 1995, 2007 e 2018

Fonte: Direção-Geral do Território (DGT) – COS 1995 e 2018

O plano não foi objeto, desde a sua publicação, de qualquer alteração, considerando-se
necessária a sua adequação às alterações significativas das perspetivas de desenvolvimento
económico e social local.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 161


6.4 – OUTROS INSTRUMENTOS DE CARIZ ESTRATÉGICO, COM INCIDÊNCIA TERRITORIAL

6.4.1 – ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO

As estratégias locais de são instrumentos de planeamento de iniciativa municipal, que visam


assegurar a integração da Nova Geração de Políticas de Habitação, fixando objetivos com base
numa visão partilhada e num modelo de intervenção simplificado e largado, quer de partilha,
quer de recursos e compromissos.

O Decreto-Lei n.º 37/2018, de 04 de junho, veio proporcionar um conjunto de medidas que


incentiva e agiliza o processo de apoio ao acesso à habitação, fomentando a disseminação de
ações direcionadas nesse sentido. A Nova Geração de Políticas de Habitação, aprovada pela
Resolução de Conselho de Ministros N.º 50-A/2018, de 2 de maio, é orientada de forma a
acomodar o elevado número populacional excluído do acesso a habitações condignas, por
situações de carências financeiras e vulnerabilidades várias, incentivando com este programa a
reabilitação e também o arrendamento público.

Um conjunto de procedimentos englobados na Estratégia Local de Habitação que permite


impulsionar e operacionalizar os esforços desenvolvidos pela Câmara Municipal de Idanha-a-
Nova nas soluções habitacionais às especificidades locais, através de uma abordagem
integrada e estratégica na sua implementação, bem como garantir soluções habitacionais a
desenvolver com apoio público, permitindo assim a integração socio territorial de comunidades
menos favorecidas.

A abordagem a ser tomada nesta temática é considerada particularmente sensível, no que diz
respeito aos instrumentos de apoio ao acesso à habitação por parte de famílias que vivem em
situações de grave carência habitacional, e que geralmente enfrentam outros obstáculos mais
profundos à sua inclusão, como o caso da pobreza, desemprego, discriminação e falta de
qualificações. Sendo por isso, urgente, a necessidade da elaboração de um programa desta
natureza, que visa a promoção de soluções habitacionais para pessoas e agregados familiares
que vivem em condições indignas, não dispondo de capacidade financeira para suportar o
custo de uma habitação adequada.

A Estratégia Local de Habitação de Idanha-a-Nova foi aprovada em 29 de junho de 2020 e


apresenta, enquanto eixos orientadores:

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 162


OBJETIVO 1: Estimular e Apoiar o ARRENDAMENTO

Este objetivo visa o financiamento, em condições favoráveis face às de mercado, de operações de


reabilitação de edifício que, após a conclusão das obras, se destinem ao arrendamento habitacional.
Prevê-se adequação das condições de financiamento oferecidas face às necessidades especificas
presentes no Município, de modo a conceber uma resposta aos residentes e agregados familiares que não
obtém resposta por via de mercado. Assumindo assim uma abordagem de promoção de oferta pública
para este segmento, contribuindo para a sua viabilização económica e para um aumento da oferta. Com
este efeito, o Município tem a capacidade demonstrada de desempenhar um papel importante na
promoção da acessibilidade à habitação no seu território, sendo que esta articulação pode permitir e
viabilizar a reabilitação de imóveis habitacionais devolutos e que descaracterizam os aglomerados
urbanos.

OBJETIVO 2: Impulsionar e Reforçar a REABILITAÇÃO do Edificado Degradado ou funcionalmente


inadequado

Este objetivo prevê a dinamização do processo de reabilitação em detrimento da construção nova, sendo
que esta solução aumenta a vida útil dos edifícios com consequente rentabilização dos recursos ambientais
já investidos, sendo que contribui também para a minimização dos resíduos de construção e para a
conservação da natureza e biodiversidade. Neste contexto, considera-se fundamental estimular e apoiar
a intervenção física e funcional no edificado, criando condições para que a reabilitação seja a principal
forma de intervenção ao nível do edificado e do desenvolvimento urbano, passando a reabilitação da
exceção à regra, assumindo a generalização da sua expressão territorial e fomentando intervenções
integradas.

OBJETIVO 3: CONSTRUÇÃO de novos Empreendimentos Habitacionais

Pretende-se com este objetivo fomentar uma alternativa à compra de habitação, através do
desenvolvimento de novas formas de habitação acessíveis, incentivando a colocação de fogos privados
no mercado do arrendamento. O conhecimento atual permite sublinhar a importância da diversidade e
da transformação das estruturas familiares, por isso, este objetivo deverá ter a capacidade de adaptação
do sistema habitacional a necessidades emergentes associadas a essas transformações. A ELH, deverá por
isso ter como objetivo a valorização da diversidade de soluções e escolhas habitacionais. Reconhecendo
a necessidade da existência de uma "Bolsa de Habitações" para a integração de alojamentos de
emergência, de transição ou de inserção, que respondam a situações de risco, abrangendo por exemplo
casos de violência doméstica, população sem abrigo ou em habitação precária, refugiados, ou
realojamento de comunidades desintegradas como, comunidades ciganas, quer também as situações
excecionais decorrentes.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 163


OBJETIVO 4: AQUISIÇÃO

Este objetivo relaciona-se diretamente com qualquer um dos objetivos supracitados, na medida em que
este Instrumento de Financiamento é apenas viável com a complementaridade de uma solução
habitacional de construção ou de reabilitação, promovida com o financiamento concebido nos termos e
ao abrigo do Programa do 1º Direito. A aquisição de terrenos, pode ser útil na regularização de áreas de
génese ilegal e clandestina, no sentido de opor a concentração espacial de habitação social, que
frequentemente abrangendo famílias com problemas, aumenta a discriminação e segregação social, e
inclusivamente, potenciar conflitos e marginalidade, o que pode levar à constituição de "guetos" territoriais,
entende-se que esta opção vem vincular a opção da construção de pequenos núcleos de habitação, por
exemplo de cariz social dispersos no tecido urbano, facilitando a integração das famílias a realojar,
fortalecendo a coesão territorial.

Tendo por base a visão preconizada para o território, é possível identificar diferentes grupos-alvo que detém
diferentes necessidades e enfrentam diferentes desafios no acesso à habitação, considerando o contexto
analisado, identificam-se as seguintes prioridades de atuação:

No âmbito do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU 2020), e do Fundo
Especial de Investimento de Imobiliário Fechado (FUNDIESTAMO):

• População Idosa e com necessidades Específicas, nomeadamente agregados desta faixa etária
e/ ou com necessidades especificas que apresentam a viver em situações de insalubridade e
insegurança, precariedade, sobrelotação e inadequação, necessitando de apoio no acesso e
manutenção da sua habitação. Disponibilizando soluções habitacionais adequadas às
necessidades da população e incentivar a reabilitação do parque edificado.
• Estudantes do Ensino Superior, nomeadamente alunos nacionais deslocados de fora do concelho
e alunos internacionais oriundos de países de Língua Oficial Portuguesa (Palop's), promovendo
soluções de reabilitação do edificado de forma a revitalizar o património habitacional do
Concelho.
• População Geral, considerando que se trata de uma estratégia abrangente, que visa promover
soluções de arrendamento e reconstrução acessível de habitações, por parte do Município ou
privados, para agregados familiares em carência financeira ou particulares que optem residir no
Concelho de Idanha-a-Nova. Por parte dos privados pretende-se promover e incentivar a
reabilitação do parque urbano, que optem por adquirir imóveis devolutos ou em ruína
pertencentes ao património Municipal por um valor simbólico (de acordo com a avaliação do
respetivo imóvel), desde que estes se comprometam à reabilitação dos mesmos.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 164


No âmbito do 1.º Direito- Programa de Apoio ao Acesso à Habitação:

• População em situação de Risco e de Exclusão Social, nomeadamente, os indivíduos e/ ou


agregados familiares em situação de emergência, ou em situação de insalubridade, insegurança,
precariedade, sobrelotação e inadequação. Este plano de ação foca-se em grupos ou indivíduos
com necessidades mais urgentes de apoio para o acesso à habitação, promovendo a melhoria
das condições habitacionais e facilitando a inclusão social.

No âmbito do enquadramento financeiro Municipal:

• População em Carência Financeira, indivíduos e/ ou agregados familiares que devido à


incapacidade financeira não consigam suportar o custo para obras de manutenção e
reabilitação da habitação própria. Este plano de ação visa apoiar agregados familiares
ou indivíduos em obras de manutenção e reabilitação das habitações próprias, levando
à melhoria das condições de habitabilidade das mesmas.

No âmbito do Programa Porta ao Lado:

• Constituição de um Gabinete de Apoio ao Munícipe, que assumirá a operacionalização


de toda a ELH, disponibilizando informações, identificando, acompanhando e gerindo
cada caso de forma personalizada.

De forma a sintetizar e sistematizar a informação dos Programas a Desenvolver, defrontamos o


enquadramento financeiro e orçamental dos programas estabelecidos na Estratégia Local de Habitação
ao abrigo do 1º Direito e dos restantes instrumentos financeiro, no que diz respeito a potenciais fontes de
financiamento a valorizar e ter em conta para a implementação da ELH.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 165


Quadro 41 – Estratégia Local de Habitação | Programas a Desenvolver | Quadro Síntese

Fonte: Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

166
6.4.2 – OPERAÇÕES DE REABILITAÇÃO URBANA (ORU)

No período de vigência do PDM foram empreendidas diversas ações de reabilitação,


requalificação e regeneração urbanas em diversos aglomerados do concelho. Mais
recentemente, no quadro do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (Decreto-Lei n.º 307/2009,
de 23 de outubro, na sua redação atual), foram aprovadas Operações de Reabilitação Urbana
(ORU) para 17 aglomerados concelhios: Alcafozes, Aldeia de Santa Margarida, Idanha-a-Nova,
Idanha-a-Velha, Medelim, Monfortinho, Monsanto, Oledo, Penha Garcia, Proença-a-Velha,
Rosmaninhal, Salvaterra do Extremo, São Miguel D'Acha, Segura, Termas de Monfortinho, Toulões
e Zebreira.

Estas Operações de Reabilitação Urbana constituem o conjunto articulado de intervenções,


que, de uma forma integrada, visam a reabilitação urbana de uma determinada área. A cada
Área Reabilitação Urbana (ARU) corresponde uma ORU. Os limites definidos para as ARU são, na
sua maioria, coincidentes com os limites dos perímetros urbanos, integrando as áreas que
possuem fortes relações físicas e funcionais com os centros dos aglomerados, e/ou aquelas que,
por razões estratégicas e pelas suas condições locativas, urbanísticas, patrimoniais e
socioeconómicas, podem contribuir decisivamente para o processo de reabilitação dos
aglomerados referidos.

Refira-se, ainda, que as diferentes ORU, consubstanciam uma operação de reabilitação urbana
sistemática, enquadradas por um Programa Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) os quais,
sem prejuízo dos deveres de reabilitação de edifícios que impedem sobre os particulares e da
iniciativa particular, na promoção da reabilitação urbana, enquadra as intervenções tendentes
à respetiva execução, as quais são ativamente promovidas pelas entidades gestoras.

Com a delimitação das diversas ARU e correspondentes ORU pretende-se dar cumprimento aos
desígnios enunciados pelo Município de Idanha-a-Nova, no sentido de aumentar a qualidade
de vida dos residentes, através de operações que visam mitigar vulnerabilidades sociais e
aumentar a qualidade do espaço público, criando, simultaneamente, condições para a
revitalização do tecido económico e social, através da colmatação urbanística e do
aproveitamento sustentável do terreno expectante, com a consequente fixação de nova
população residente.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 167


Quadro 42 – Delimitação das 17 áreas de Reabilitação Urbana (ARU) | Quadro Síntese

ARU de Alcafozes ARU de Aldeia de Santa Margarida

ARU de Idanha-a-Nova ARU de Idanha-a-Velha

ARU de Medelim ARU de Monfortinho

ARU de Monsanto ARU de Oledo

ARU de Penha Garcia ARU de Proença-a-Velha

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 168


ARU de Rosmaninhal ARU de Salvaterra do Extremo

ARU de São Miguel D’Acha ARU de Segura

ARU de Termas de Monfortinho ARU de Toulões

ARU de Zebreira

Fonte: Câmara Municipal de Idanha-a-Nova

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 169


7. SÍNTESE E CONTRIBUTOS PARA A REVISÃO DO PDM

A revisão de um Plano Diretor Municipal constitui um momento importante na reflexão acerca


do futuro do concelho a que respeita, já que é o instrumento adequado para resolver problemas
suscitados quer pelo anterior processo de elaboração do PDM, quer pela sua aplicação
posterior, quer, ainda, por questões surgidas ao longo do seu período de vigência decorrentes
de novas acessibilidades, de problemas socioeconómicos, de desequilíbrios ambientais, de
constrangimentos urbanos, etc..

Numa era marcada pela incerteza e pela mudança rápida, num contexto de grande interação
entre territórios e de estabelecimento de relações complexas entre os mesmos, o planeamento
estratégico municipal não pode corresponder apenas a uma postura reativa, de mero
ajustamento a tendências, dada a necessidade constante de mudança e inovação, palavras-
chave na afirmação de territórios. Dessa forma, o planeamento estratégico deverá refletir uma
visão ofensiva, qualitativamente ambiciosa, contemplando uma postura proactiva ao lado dos
atores locais, particularmente, da autarquia.

7.1 – SÍNTESE DOS FATORES DE MUDANÇA INTERNOS

A analise à evolução da ocupação do território de Idanha-a-Nova sugere a ausência de


alterações muito significativas, sendo que as maiores ocorreram, fundamentalmente, no período
compreendido entre 1995 e 2007. Em 2018, mantém-se o predomínio das Áreas Florestais em 37%
do território, seguindo-se as Áreas Agrícolas com peso de 20,4%. Por sua vez, a ocupação urbana
corresponde a 0,6% da globalidade do território concelhio.

Na última década, dos 100 municípios que constituem a região Centro, 87 registaram
decréscimos populacionais e apenas 13 registaram aumentos. Segundo os resultados
preliminares dos Censos 2021, residem no concelho de Idanha-a-Nova 8356 pessoas, das quais
3999 homens (48%) e 4357 mulheres (52%). Nos últimos 10 anos, a população residente no
concelho reduziu-se em 1360 pessoas, correspondendo a um decréscimo populacional de 14,0%
(inferior à penúltima década, 16,67%). Os seis concelhos que integram a sub-região apresentam
decréscimo populacional. Idanha-a-Nova regista a terceira pior quebra populacional, entre
2011 e 2021, depois de Penamacor (-16,09%) e de Oleiros (-14,26%). Atualmente, o efetivo
populacional do concelho representa 10,34% do total da sub-região da Beira Baixa, mantendo-
o como o segundo maior polarizador da envolvente sub-regional.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 170


A análise da escala intra concelhia permite verificar que, entre 2011 e 2021, o decréscimo
populacional tem sido progressivo e generalizado às 13 freguesias, destacando-se a União de
Freguesias de Zebreira e Segura e a freguesia de Aldeia de Santa Margarida, que registaram o
menor (4,00%) e maior (31,16%) decréscimo populacional, respetivamente.

Nas últimas décadas, o comportamento demográfico do concelho tem sido marcado pela
evolução negativa das duas componentes de crescimento: o crescimento natural tem sido
determinado pelo número superior de óbitos do que de nascimentos e o crescimento migratório
tem sido justificado pelo número de saídas do concelho ser muito superior ao número de
entradas. Em 2020, o enfraquecimento do crescimento natural, que atingiu valores negativos (-
215 indivíduos), em conjugação com a aceleração do crescimento migratório para valores mais
elevados (98 indivíduos), tiveram como consequência a desaceleração do ritmo de crescimento
efetivo negativo (-117 indivíduos, taxa de crescimento efetivo de -1,47%, superior a 2011, que se
cifrou em -2,05%).

Entre 2011 e 2021, verificou-se uma diminuição da população em todos os grupos etários. O
grupo dos 0 aos 14 anos sofreu a redução mais significativa (-14,3%). Desta forma, agravou-se o
fenómeno do duplo envelhecimento da população, caracterizado pelo aumento da
população idosa e pela redução da população jovem. Esta estrutura etária envelhecida
encontra justificação na existência de apenas 8,68% população jovem (até aos 14 anos), de
48,53% de população adulta (dos 14 aos 64 anos) e de 42,80% de população idosa (com mais
de 65 anos). Consequentemente, no concelho, passámos a ter 493 idosos por cada 100 jovens,
ou seja, o número de idosos no concelho é sensivelmente o quíntuplo dos jovens residentes. No
conjunto dos municípios da sub-região da Beira Baixa, o concelho de Idanha-a-Nova regista,
simultaneamente, o terceiro maior peso de jovens (8,68%) e o terceiro menor peso de população
idosa (42,80%). Oleiros, Penamacor e Vila Velha de Rodão são os concelhos mais envelhecidos
da sub-região.

Na década entre 2020 e 2010, a população estrangeira no concelho cresceu muito


significativamente (97,25%), representando agora 6,20% do total da população residente (2,6%,
em 2010), facto que consagra o território concelhio como o segundo concelho da sub-região
da Beira Baixa com maior proporção de população estrangeira residente, precedido apenas
por Penamacor (8,5%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 171


O nível de escolaridade da população também aumentou consideravelmente na última década
(2011-2021), com o reforço da população com ensino superior e com ensino secundário e pós-
secundário. Assim, em 2021, 8,23% dos residentes no concelho têm como qualificação o ensino
superior (4,61% em 2011) e 15,17% o ensino secundário/pós-secundário (7,99%, em 2011). A
percentagem de população sem nenhum nível de ensino completo é de 21,30% (31,67%, em
2011).

Em 2021, no concelho existem menos famílias clássicas e com uma dimensão média inferior. São
3823 agregados domésticos privados, traduzindo um decréscimo de 12,86%, face a 2011. Na
última década, aumentou também o número de pessoas que vivem sozinhas, representando,
em 2021, 34,1% do total de agregados familiares do concelho (30,7% em 2011).

O parque edificado concelhio é composto por 12078 edifícios (que aumentaram 3,85% face a
2011) e por 12322 alojamentos clássicos (variação de 4,21%, relativamente a 2011). O concelho
concentra 20,7% dos edifícios da sub-região da Beira Baixa e 16,67% do total de alojamentos.
Destes alojamentos, 30,86% são para residência habitual, 55,75% de residência secundária e
13,38% estão vagos. A importância dos alojamentos vagos aumentou (9,53 pontos percentuais)
na última década, em detrimento das outras formas de ocupação.

No âmbito da estrutura económica, em 2011 (dados censitários de 2021 ainda indisponíveis) os


9716 residentes no concelho de Idanha-a-Nova, agrupavam-se da seguinte forma, quando
analisados em função da sua atividade perante a atividade económica:
• População até 14 anos: 8,71% (em 2001 era de 8,98%);
• População com atividade económica (população ativa – empregada e
desempregada): 30,18% (em 2001 era de 31,86%);
• População sem atividade económica, na qual se integram os estudantes, reformados,
incapacitados para o trabalho, e outros casos: 91,29% (em 2001 era de 91,02%).

Verifica-se, face ao exposto, que, em 2011, a população ativa total em Idanha-a-Nova


totalizava os 2932 indivíduos, aferindo-se uma taxa de atividade (33,1%), inferior à registada na
sub-região da Beira Baixa (45,6%). Do mesmo modo, a taxa de desemprego (11,90%), no mesmo
momento, era superior à da sub-região da Beira Baixa (10,30%), traduzindo uma posição
desfavorável no mercado de emprego local, relativamente a contextos geográficos mais vastos.

Na distribuição sectorial dos ativos observa-se, em 2011, uma preponderante afetação ao setor
terciário (66,01%), face aos setores secundário (17,58%) e primário (16,42%), em consonância, em
termos estruturais, com a repartição setorial da sub-região da Beira Baixa.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 172


O setor do turismo é uma atividade económica fundamental para a geração de riqueza e
emprego no concelho. Afere-se que, em 2020, o número de hóspedes no concelho tenha
atingido 12 975, correspondendo a uma diminuição de 37,31%, face a 2019, consequência da
pandemia COVID-19, que proporcionaram 26853 de dormidas, traduzindo-se numa diminuição
de 30,59%, comparativamente a 2019. Considerando a generalidade dos meios do alojamento
turístico (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas
da juventude), em 2020, estavam em atividade e com movimento de hóspedes 21
estabelecimentos, o que corresponde a uma redução de 0,16%, face a 2009.

Ressalva-se, todavia, que o concelho de Idanha lidera, notoriamente, no contributo de


alojamentos turísticos, para o total aferido na sub-região da Beira Baixa (38%). No que concerne
à capacidade-cama dos alojamentos turísticos, o Município de Idanha-a-Nova é, em 2020, o
segundo município a acumular o maior número de hóspedes (21%) e a garantir a maior
capacidade-camas (29%), no contexto dos alojamentos turísticos.

No âmbito ambiental, de acordo com a Direcção-Geral de Energia e Geologia, em 2020, o


consumo anual de energia elétrica por habitante no município de Idanha-a-Nova foi de 3794
kWh/hab. Entre os municípios da Beira Baixa, o município de Idanha-a-Nova apresenta o 3.º
maior consumo de energia elétrica por habitante. O consumo de energia no município de
Idanha-a-Nova foi, em 2020, maioritariamente doméstico (42,40%), não-doméstico (19,00%) e
proveniente da atividade agrícola (14,17%). A indústria, por sua vez, absorve 3,82% do consumo.
Ao nível da administração pública, a iluminação das vias públicas do município correspondeu a
cerca de 10,82% do consumo total de energia elétrica do município e a iluminação interior dos
edifícios do Estado a 9,78%, valores que se encontram consideravelmente acima dos valores
registados em 1994, e que denotam as preocupações municipais na adoção de medidas de
eficiência energética e de redução dos consumos de energia.

No que se refere aos resíduos urbanos, os dados concelhios, apurados para 2020, apontam para
uma recolha de 4814 toneladas de resíduos urbanos (decréscimo de -192 toneladas,
relativamente a 2011), correspondente, em 2020, a 602,90 quilogramas de resíduos urbanos
gerados por habitante (518,0 kg/hab. em 2011). Foram recolhidos de forma seletiva (ecopontos,
porta-a-porta, circuitos especiais, ecocentros e grandes produtores de resíduos urbanos), em
2020, 685 toneladas de resíduos urbanos (655 toneladas em 2011), um incremento de 30
toneladas (4,6%).

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 173


7.2 – SÍNTESE DAS ALTERAÇÕES AO CONTEXTO LEGAL E ESTRATÉGICO

Decorridas, praticamente, três décadas, desde a publicação do PDM de Idanha-a-Nova, o


contexto legal conheceu profundas alterações, quer ao nível da organização do sistema
nacional de gestão territorial, quer ao nível do âmbito, conteúdo e procedimentos de
elaboração, acompanhamento e aprovação dos planos municipais.

À data de elaboração do PDM de Idanha-a-Nova, o quadro de referência estratégico, a que


este estava sujeito, se resumia, no essencial:

• Decreto-lei n.º 69/90, de 2 de março, que regulava a elaboração, aprovação e


ratificação dos planos municipais de ordenamento do território;
• Decreto-lei n.º 468/71 de 5 de novembro - Regime jurídico dos terrenos no domínio público
hídrico;
• Decreto-lei n.º 313/80 de 19 de agosto – Lei dos solos;
• Decreto-lei n.º 93/90 de 19 de março - Reserva Ecológica Nacional;
• Decreto-lei n.º 196/89 de 14 de junho - Reserva Agrícola Nacional;
• Decreto-lei n.º 205/88 de 16 de junho - Estabelece as regras a que ficam sujeitos os
projetos de arquitetura em imóveis classificados e respetivas zonas de proteção, impondo
nomeadamente que sejam da responsabilidade de arquitetos;
• Decreto-lei n.º 4/78, de 11 de janeiro, que definiu a orgânica dos parques naturais,
reservas e património paisagístico;
• Decreto-lei n.º 613/76 de 20 de março - Sistema Nacional de Parques e Reservas Naturais;
• Resolução de Conselho de Ministros n.º 17-B/86 de 14 de fevereiro – que aprova o Plano
Nacional de Turismo.

Atualmente, do ponto de vista legal, essa situação foi inteiramente modificada, e o quadro com
influência direta sobre o ordenamento do território é, hoje, denso, complexo e multissetorial. A
este acrescem os instrumentos de gestão do território, propriamente ditos, do âmbito nacional
ao local.

O Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, que revogou o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de


setembro, aprova a revisão do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) e
desenvolve as bases da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo
(Lei n.º 31/2014, de 30 de maio), definindo o regime de coordenação dos âmbitos nacional,
regional, intermunicipal e municipal do sistema de gestão territorial, o regime geral de uso do
solo e o regime de elaboração, aprovação, execução e avaliação dos instrumentos de gestão
territorial.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 174


No âmbito deste novo RJIGT, os planos territoriais de âmbito municipal estabelecem, de acordo
com as diretrizes estratégicas de âmbito regional e com as opções de desenvolvimento
estratégico local, o regime de uso do solo e a respetiva execução. Por sua vez, o Decreto
Regulamentar n.º 15/2015, de 19 de agosto, constitui o diploma legal que estabelece os critérios
de classificação e reclassificação do solo, bem como os critérios de qualificação e as categorias
do solo rustico e do solo urbano em função do uso dominante, aplicáveis a todo o território
nacional.

Para alem das alterações constantes no novo RJIGT, o PDM, enquanto instrumento que define
uma estratégica de base territorial para o desenvolvimento local, integra e articula as
orientações (particularmente de natureza estratégica) dos Instrumentos de Gestão Territorial de
âmbito nacional e regional, bem como de outros documentos orientadores internacionais,
nacionais, regionais, intermunicipais e mesmo municipais, e constitui um instrumento de
referência para o desenvolvimento das intervenções setoriais.

Face ao exposto, integram o Quadro de Referência Estratégico fundamental todos os planos e


programas que, em função do seu âmbito territorial, importam equacionar no PDM.

Quadro 43 - Quadro de Referência Estratégico | Âmbito Nacional, Regional e Municipal

ÂMBITO NACIONAL
Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT)
Programa Nacional de Regadios
Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020-2030 (PNAC)
Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água 2012-2020 (PNUEA)
Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020
Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PANCD)
Plano de Ordenamento do Parque Natural do Tejo Internacional
Plano de Ordenamento da Albufeira de Idanha
Plano de Gestão da Região Hidrográfica Tejo e Ribeiras do Oeste (RH5)
Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) 2030
Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas (PETI3+) 2014-2020
Plano Estratégico Nacional dos Serviços de Abastecimento de Água e de Águas Residuais
(PENSAAR) 2020
Plano Nacional da Água (PNA)
Plano Nacional de Ação Ambiente e Saúde (PNAAS) 2008-2013
Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais (PNAPRI)
Plano Rodoviário Nacional
Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN 2000)
Turismo 2020 – Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal
Estratégia Nacional para a Habitação 2015-2031
Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade para 2030

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 175


ÂMBITO NACIONAL (Continuação)
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável – 2005-2015
Estratégia Nacional para as Florestas
Estratégia Nacional para o Efluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030
Estratégia para o Regadio Público 2014-2020
Estratégia Turismo 2027
Portugal 2020
ÂMBITO REGIONAL
Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro (PROT Centro)
Programa Regional de Ordenamento Florestal do Centro Interior (PROF CI)
Programa Operacional Regional do Centro 2014-2020
Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos
Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável da Beira Baixa
Plano de Melhoria da Qualidade do Ar na Região Centro
Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE)
Plano Regional de Desenvolvimento Turístico (2020-2030)
Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial da Beira Baixa 2014-2020
Vistão Estratégica para a Região Centro 2030
RIS3 do Centro de Portugal – Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização
Inteligente
Estratégias de Eficiência Coletiva (EEC)
ÂMBITO MUNICIPAL
Plano de Pormenor da Zona Industrial de Idanha-a-Nova
Plano de Pormenor da Zona Industrial da Vila de Penha Garcia
Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios
Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil
Diagnóstico Social de Idanha-a-Nova 2015
Plano de Desenvolvimento Social 2005-2008
Plano de Ação da Rede Social – CLAS 2005-2008
Carta Educativa 2006
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Aldeia de Santa Margarida
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Alcafozes
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Idanha-a-Nova
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Idanha-a-Velha
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Medelim
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Monfortinho
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Monsanto
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Oledo
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Penha Garcia
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Proença-a-Velha
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Rosmaninhal
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Salvaterra do Extremo
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de São Miguel D’Acha
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Segura
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Termas de Monfortinho
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Toulões
Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Zebreira

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 176


Pese embora a importância relativa de todos, e no sentido de não tornar exaustiva a
abordagem, serão objeto de uma análise mais detalhada, quer numa perspetiva de articulação
com o instrumento, atualmente em vigor, quer numa perspetiva de incorporação de elementos
a atender numa futura revisão, o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
(PNPOT), o Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro (PROT-C), o Plano de
Ordenamento do Parque Natural do Tejo Internacional e o Plano de Ordenamento da Albufeira
de Idanha.

O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), Lei n.º 99/2019 -


publicada em 5 de setembro de 2019 (Diário da República n.º 170/2019, Série I). Trata-se da 1.ª
revisão do PNPOT de 2007 (Lei n.º 58/2007, de 4 de setembro), assume-se como o referencial
estratégico nacional para os demais instrumentos de gestão territorial, para a territorialização
das políticas publicas e para a programação de investimentos territoriais a financiar por
programas nacionais e comunitários.

No âmbito da “Estratégia e Modelo Territorial” destaca a importância da promoção de “um


sistema urbano policêntrico”, capaz de proporcionar várias funções e criar oportunidades que
levem à melhoria do bem-estar das populações. Neste sentido, é colocado em relevo a
importância das cidades enquanto “motores de internacionalização” e é sugerida a
necessidade de orientar esforços para promover a qualidade ambiental, a inclusão social e a
criação de emprego, tirando partido dos recursos sociais, culturais e económicos que os centros
urbanos oferecem.

“Uma Agenda para o Território”, são as políticas de intervenção no território a assumir o papel
central. A necessidade de intervir com políticas detalhadas e a importância da monitorização
(por exemplo, do estado dos solos) são pontos importantes desta rubrica, que aponta, ainda, os
efeitos esperados no território (a título de exemplo, a redução das áreas expectantes para
urbanização) e elenca, para cada efeito esperado, as entidades com responsabilidades na
concretização dos resultados práticos.

No “Diagnóstico Territorial”, são caracterizadas as tendências e o desempenho do território na


última década e é enquadrada a posição de Portugal relativamente ao resto do continente
europeu. Este documento dá, também, conta do salto positivo que Portugal deu no decorrer da
última década (2007-2017), no que respeita à produção de informação técnica e científica
sobre o Ordenamento do Território, assim como da conceção e implementação de sistemas de
informação que contribuíram para a aplicação de políticas sectoriais.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 177


Não se encontrando ainda aprovado, o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do
Centro desempenhará um papel decisivo nas dinâmicas urbanas de Idanha-a-Nova, devido às
funções de charneira desempenhadas pelos PROT no sistema português de planeamento. Com
efeito, estes planos visam articular de forma coerente os objetivos, as orientações e as aspirações
dos municípios com as dos diferentes setores da Administração Central. Os PROT deverão, deste
modo, enquadrar à escala regional os investimentos estruturantes e os diversos planos de
ordenamento. A sua elaboração constitui uma responsabilidade das Comissões de
Coordenação e Desenvolvimento Regional, que deverão envolver nesse processo os municípios,
os diferentes setores da Administração Central e a sociedade civil.

A elaboração do PROT da Região Centro foi determinada em 2006 por Resolução do Conselho
de Ministros n.º 31/2006, de 23 de março, abrangendo a totalidade da região. Entre as funções
do plano com maior relevância para o concelho de Idanha-a-Nova, conta-se:
• A proteção, valorização e gestão sustentável dos recursos hídricos e florestais;
• O aproveitamento do potencial turístico, dando projeção internacional ao património
natural, cultural e paisagístico;
• A mobilização do potencial agropecuário e a valorização dos grandes
empreendimentos hidroagrícolas;
• O reforço da cooperação transfronteiriça, visando uma melhor inserção ibérica das sub-
regiões do interior.

O Plano de Ordenamento do Parque Natural do Tejo Internacional (POPNTI), aprovado por


Resolução do Conselho de Ministros n.º 176/2008, de 24 de novembro, tem a natureza jurídica de
regulamento administrativo e com ele se devem conformar os planos municipais e
intermunicipais de ordenamento do território, bem como os programas e projectos a realizar na
sua área de intervenção. Este Plano estabelece os regimes de salvaguarda de recursos e valores
naturais e fixa os usos e o regime de gestão a observar na sua área de intervenção com vista a
garantir a conservação da natureza e da biodiversidade, a manutenção e a valorização da
paisagem, a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento económico das populações
aí presentes.

Ocupa agora uma área de cerca de 26 484 ha, abrangendo parte dos concelhos de Castelo
Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 178


Constituem objetivos gerais do POPNTI:

a) Assegurar, à luz da experiência e dos conhecimentos científicos adquiridos sobre o património


natural desta área, uma correta estratégia de conservação e gestão que permita a
concretização dos objetivos que presidiram à classificação como parque natural;
b) Corresponder aos imperativos de conservação dos habitats naturais da fauna e flora
selvagens protegidas, nos termos do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, na redação dada
pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro;
c) Fixar os usos e o regime de gestão compatíveis com a proteção e a valorização dos recursos
naturais e o desenvolvimento das atividades humanas em presença, tendo em conta os
instrumentos de gestão territorial convergentes na área protegida; d) Determinar, atendendo
aos valores em causa, os estatutos de proteção adequados às diferentes áreas, bem como
definir as respetivas prioridades de intervenção.

O Plano de Ordenamento da Albufeira de Idanha, aprovado pela Resolução do Conselho de


Ministros n.º 170/2008, incide sobre o plano de água e respetiva zona de proteção com uma
largura de 500 m contada a partir do nível de pleno armazenamento (cota 255,5 m) e medida
na horizontal, encontrando-se a totalidade da sua área integrada no concelho de Idanha-a-
Nova.

A albufeira de Idanha localiza-se num troço do rio Ponsul, dispondo de uma capacidade total
de armazenamento de cerca de 78 100 dam3 e de uma superfície inundável, ao nível pleno de
armazenamento, de 678 ha.

Encontra-se classificada, pelo Decreto Regulamentar n.º 2/88, de 20 de janeiro, como albufeira
protegida. De acordo com aquele diploma, “albufeiras protegidas são aquelas cuja água é ou
se prevê que venha a ser utilizada para abastecimento de populações e aquelas cuja proteção
é ditada por razões de defesa ecológica”.

O ordenamento do plano de água e zona envolvente procura conciliar a forte procura desta
área com a conservação dos valores ambientais e ecológicos e, principalmente, a preservação
da qualidade da água e o aproveitamento dos recursos através de uma abordagem integrada
das potencialidades e das limitações do meio, com vista à definição de um modelo de
desenvolvimento sustentável para o território.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 179


7.3 – CONTRIBUTOS PARA A REVISÃO DO PDM DE IDANHA-A-NOVA

Desenhar um modelo de desenvolvimento futuro para um dado território, envolve uma análise
do passado, para se compreender o presente, de forma a evitar a definição de propostas
irrealistas e desfasadas da realidade local. Estas propostas devem ser ambiciosas e inovadoras,
mas, ao mesmo tempo, realistas e coerentes com o território e com a sua população.

Um primeiro momento na definição de uma estratégia de desenvolvimento territorial, consiste


em avaliar e diagnosticar a situação atual desse território, nos seus vários domínios
(socioeconómica, biofísica, história e património, rede urbana, etc.), distinguindo, entre esses
vários elementos, as linhas estratégicas de atuação que visam não só a mitigação dos bloqueios
identificados, como também uma enfatização das potencialidades do concelho, que possam
permitir um desenvolvimento sustentável, e por inerência, uma maior qualidade de vida aos
habitantes de Idanha-a-Nova.

Neste sentido, considerando a importância do PDM, enquanto instrumento de ordenamento do


e desenvolvimento do território, definem-se, como diretrizes de orientação, ainda que
preambulares:

• Adaptar do seu conteúdo ao novo quadro legal (Lei de Bases e RJIGT).

• Propor um modelo de ordenamento atualizado, que assegure um desenvolvimento


territorial equilibrado e integrado, assente em critérios de contenção, adequação e
racionalização.

• Dotar o concelho de Idanha-a-Nova de um instrumento eficiente, operacional,


facilitador da gestão urbanística e de caráter eminentemente estratégico, que vá de
encontro às tendências e oportunidades atuais.

• Dar oportunidade a uma atualização/reconfiguração do seu programa de ações, como


documento onde se fazem refletir as componentes espacializadas das intervenções que
consubstanciam a estratégia municipal de desenvolvimento, sendo que a formulação
das suas opções e objetivos deve procurar:
i. A potenciação das tendências positivas emergentes;
ii. A atenuação/superação das fragilidades detetadas.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 180


• Promover os princípios de desenvolvimento sustentável, apelando à coesão social,
económica e ecológica.

• Definição de uma estratégia de desenvolvimento territorial e de um modelo de


organização territorial que permita a valorização dos recursos naturais, patrimoniais e
históricos.

• Contenção da artificialização do solo, nomeadamente através da redução e controlo


dos perímetros urbanos, e restrição da nova edificação dispersa e isolada em solo rustico.

• Articulação do PDM com os instrumentos de ordenamento florestal e com o sistema de


defesa da floresta contra incêndios, numa logica de compatibilização entre a gestão do
risco de incendio e salvaguarda de pessoas e bens e o desenvolvimento económico.

• Definição de uma estratégia de desenvolvimento territorial e de um modelo de


organização territorial que procure reverter ou atenuar as dinâmicas de regressão
populacional, garantindo a viabilidade da rede de equipamentos públicos e de serviços
às populações, ao nível da mobilidade e transportes, educação, saúde e outros serviços
sociais.

• Diversificação da base económica concelhia, através da aposta em clusters produtivos


locais, devendo ser privilegiada a fileira agroalimentar, através de o desenvolvimento de
uma agricultura biológica.

• Valorização turística do concelho de Idanha-a-Nova. O desenvolvimento da atividade


turística no concelho de Idanha-a-Nova deverá ser orientado numa perspetiva de
integração entre as várias tipologias possíveis de exploração, bem como destas com os
recursos do território, assim como do concelho de Idanha-a-Nova com os concelhos
envolventes.

• Reflexão sobre problemas, desafios e objetivos estratégicos da política municipal de


habitação (Estratégia Local de Habitação) e reabilitação urbana (Áreas de Reabilitação
Urbana e Operações de Reabilitação Urbana, nomeadamente no que concerne com a
resolução das carências habitacionais e com processos de requalificação e revitalização
de centros urbanos.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 181


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATISTA E SILVA, JORGE; LANDEIRO, CLARA; GONÇALVES, JORGE; SOARES, RITA; CAMBRA, PAULO. (2009)
Participação Pública e Monitorização de Planos e Projectos. In “Métodos e Técnicas para o
Desenvolvimento Urbano Sustentável – A experiência dos projectos Polis”. Lisboa, ParqueExpo, pp. 139-172
LAMBIN, E.F., TURNER, B.L., GEIST, H.J., AGBOLA, S.B., ANGELSEN, A., BRUCE, J.W., COOMES, O.T., DIRZO, R.,
FISCHER, G., FOLKE, C., GEORGE, P.S., HOMEWOOD, K., IMBERNON, J., LEEMANS, R., LI, X., MORAN, E.F.,
MORTIMORE, M., RAMAKRISHNAN, P.S., RICHARDS, J.F., SKÅNES, H., STEFFEN, W., STONE, G.D., SVEDIN, U.,
VELDKAMP, T.A., VOGEL, C., XU, J., (2001). The causes of land-use and land-cover change: moving beyond
the myths. Global Environmental Change 11, 261–269. doi:10.1016/S0959-3780(01)00007-3
PRADA, OLGA. (2008) Relatórios de Estado do Ordenamento do Território: Orientações Metodológicas para
a sua elaboração, Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Urbanística e Gestão do Território.
Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa.
VASCONCELOS, Marco António; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva,
1998.

1.ª Revisão do PDM de Idanha-a-Nova – REOT 182

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