W Do Campo Teoe Luisa
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A teoria tradicional da comunicação (VANOYE, 2007.) estabelece que esta deva se processar
a partir, basicamente, de sete elementos: a origem da mensagem é denominada de fonte; o
responsável pela transmissão da informação proveniente desta fonte, seja pela linguagem
verbal (oral ou escrita) ou por qualquer outro sistema de códigos, é entendido como sendo o
emissor; a informação a ser transmitida, que é veiculada pelo sistema de códigos manipulado
pelo emissor, é denominada de mensagem; o elemento a que se destina a mensagem (um
indivíduo, grupo ou auditório) é denominado genericamente como sendo o receptor; o campo
de circulação da mensagem deve ser entendido como sendo o canal de comunicação, este é o
responsável pelo deslocamento espacial e/ou temporal da mensagem; aquilo que veicula a
mensagem e que é trabalhado pelo emissor, o sistema de signos, é compreendido como sendo
um código, o qual pode ser verbal ou não verbal, o primeiro utiliza-se da palavra falada e/ou
escrita e o segundo pode ser constituído pelos mais variados meios e técnicas; o sistema de
comunicação se completa com o elemento ao qual a mensagem se refere, que pode
corresponder a objetos materiais ou a aspectos abstratos que compõem a situação ou o
contexto da comunicação, a esse elemento dá-se o nome de referente.
Um dado importante sobre a linguagem verbal e que contribui para o entendimento de sua
especificidade é o fato de esta ser um tipo de código, dentre vários, que pode falar dos
próprios signos que constituem o seu sistema ou mesmo referir-se a outros signos. Esse
caráter meta-referencial da linguagem verbal possibilita, ainda, a criação de “jogos” com os
seus signos e suas significações. Daí o caráter de abertura inventiva que a linguagem verbal
permite.
Mas, se a linguagem é um “sistema de signos”, resta o entendimento do que seja o signo. Este
deve ser pensado a partir da compreensão da relação entre três termos: o significante, o
significado e o referente. O elemento “material” do signo (sonoro ou escrito), perceptível
sensorialmente, é o que se entende por significante. O elemento conceptual, não perceptível, a
idéia geral do que aquele dado material pode significar é entendido como sendo o significado.
Já o referente é o objeto real ao qual remete o signo numa determinada instância de
enunciação. Assim, como exemplifica Vanoye,
[...] no caso do signo mesa, diversos significantes (um som, ou melhor, uma combinação de
sons ou uma combinação gráfica, etc.) correspondem a um significado (o conceito de mesa)
que, por sua vez, designa uma classe de referentes (mesa de um só pé, mesa redonda, mesa
baixa, etc.). Em outros casos, um mesmo significante pode remeter a vários significados (por
exemplo, o significante folha remete aos significados ‘folha de árvore’ e ‘folha de papel’); é o
contexto que elimina a ambigüidade. (VANOYE, 2007.)
Referente
Mensagem
Emisso Receptor
Canal
Código
Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem
para o receptor.
Receptor: também denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a
mensagem emitida pelo emissor.
Mensagem: é o conteúdo que será compartilhado entre emissor e receptor, o conjunto de
informações transmitidas pelo locutor (emissor).
Contexto: também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão
inseridos o emissor e receptor. É o assunto do qual a mensagem trata.
Código: representa o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado
para elaborar a mensagem: o emissor codifica aquilo que o receptor irá decodificar. Por
exemplo temos a Língua Portuguesa, a LIBRAS, o Braile, o código Morse, semáforos e
placas de trânsito, cores, sons, cifras musicais.
Para que haja comunicação é necessário que haja todos esses elementos e que eles estejam em
sintonia.
Caso isso não ocorra, poderá haver um ruído na comunicação: ele ocorre quando a mensagem
não é decodificada de forma correta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo
locutor, desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros.
Canal: e-mail.
Contexto: escolar.
Conclusão
A linguagem, nesse sentido, extrapola certo entendimento primeiro de comunicação como
simples processo de transmissão de mensagens e passa a ser vista de acordo com a idéia de
um trabalho simbólico que institui e promove a mediação das relações sociais. Assim, a
linguagem suporta também aquilo que não é dito, aquilo que é sugerido, além de valores
éticos e morais que lhe são externos. Essa concepção nos abre as portas para podermos falar
sobre as relações entre linguagem e poder e sobre heterogeneidade lingüística.
Referências
BALDWIN, Timothy T.; RUBIN, Robert; BOMMER, William. Desenvolvimento de
habilidades gerenciais. Tradução de Arlete Simille Marques. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
REBOUL, Olivier Reboul. Introdução à retórica. Tradução Ivone Castilho Benedetti. São
Paulo: Martins Fontes, 2000. VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na
produção oral e escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2007.