Azdoc - Tips A Cultura Da Manga PDF
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Iguatu/ CE
Novembro 2012
CULTURA DA MANGUEIRA (Mangifera Indica L.)
1. INTRODUÇÃO:
3. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Reino: Plantae
Classe: Dicotiledônea
Família: Anacardiaceae
Gênero: Mangifera
4.2. Temperatura
A temperatura do ar atua no processo de evapotranspiração, devido ao fato de
que a radiação solar absorvida pela atmosfera e o calor emitido pela superfície
cultivada, elevam a temperatura do ar. O ar aquecido próximo às plantas, transfere
energia para a cultura na forma de fluxo de calor sensível, aumentando as taxas
evapotranspiratórias. Além disso, a temperatura interfere na atividade fotossintética das
plantas, por que este fenômeno envolve reações bioquímicas, cujos catalisadores, as
enzimas, são dependentes da temperatura para expressar sua atividade máxima.
A faixa de temperatura considerada ideal para o cultivo da mangueira situa-se
entre 24ºC a 30ºC, sendo que valores acima de 48ºC limitam a produção. Valores baixos
também são limitantes e quando próximos a 0ºC por poucas horas, provocam danos
severos ou morte das plantas.
De maneira geral, não havendo excesso de precipitação pluvial, quanto mais
elevada for a temperatura da região, dentro dos limites críticos de cultivo, maior será a
concentração de açúcar e menor a acidez nos frutos, favorecendo a qualidade.
4.3. Insolação
A radiação solar absorvida pela cultura da mangueira, interfere no seu ciclo
vegetativo e no período de desenvolvimento do fruto, sendo de grande importância para
o crescimento, floração e frutificação.Uma maior intensidade de radiação solar incidente
promove maiores teores de açúcar e de ácido ascórbico nos frutos.
4.5. Precipitação
Em termos de exigências hídricas, a mangueira é muito resistente à seca, graças
ao seu sistema radicular que é capaz de atingir grandes profundidades, sobrevivendo até
8 meses sem chuvas, nas regiões onde não é irrigada. As regiões de cultivo incluem
áreas onde a ocorrência de baixas precipitações e alta demanda evapotranspiratória
impõem o fornecimento de água através da irrigação. Nessas condições, mesmo
irrigada, a mangueira sofre um certo grau de estresse hídrico. O excesso de chuvas, por
outro lado, combinado com temperaturas elevadas, torna a cultura muito suscetível a
doenças fúngicas e pragas, sendo conveniente que não ocorram precipitações durante
todo o período vegetativo. A cultura, porém, apresenta tolerância à inundação. Um
período seco precedendo o florescimento favorece a produção, porém, a cultura requer
umidade edáfica do início da frutificação à maturação, o que também influencia na
promoção de novo crescimento vegetativo. Portanto, em regiões com baixas taxas de
precipitações pluviométricas é recomendável a irrigação com base nos requerimentos de
água da cultura.
4.6. Ventos
Existem poucos estudos com relação ao efeito do vento sobre o comportamento
da mangueira, existindo divergências quanto ao efeito sobre o crescimento das plantas,
produção e da importância da utilização de quebra ventos. A velocidade do vento é
outro parâmetro importante no processo de evapotranspiração. A remoção do vapor
d’água depende, em grande parte, do vento e da turbulência do ar. Nesse processo, o ar
acima da cultura vai se tornando gradativamente saturado com vapor d’água e se não há
reposição de ar seco, a evapotranspiração da cultura decresce.
5. SOLOS:
A mangueira cresce bem em qualquer solo, desde que não sejam encharcados, alcalinos,
rochosos, extremamente rasos ou demasiado pobre. Adapta-se melhor em solos
profundos, moderadamente férteis e bem drenados. Prospera igualmente bem em solos
leves e pesados se as outras condições forem favoráveis.
De modo geral, as exigências edáficas para o cultivo da mangueira são solos de
fertilidade e textura média, profundos e permeáveis. Entretanto, no Vale do São
Francisco solos de textura arenosa até muito argilosa são bastante explorados com a
cultura, tais como Neossolos Quartzarênicos, Argissolos, Latossolos e Vertissolos.
Entre estes, os solos ligeiramente ácidos e com pH variando de 5,5 a 6,8 são os mais
interessantes.
6. ÉPOCA DE PLANTIO:
Em geral, faz-se o plantio da muda no início das chuvas, para facilitar um
melhor estabelecimento da mesma no solo, embora sob condições irrigadas, essa
operação possa ser realizada em qualquer época do ano. Devem-se selecionar mudas
enxertadas, sadias e com dois fluxos vegetativos. Para evitar rachaduras no caule,
causadas pela incidência direta da radiação solar, que favorece a entrada de fungos no
caule, deve-se fazer uma pintura com tinta látex branca, diluída em água, na proporção
de 1:1.
7. PRINCIPAIS CULTIVARES:
A escolha da variedade de manga a ser plantada deve estar relacionada com as
preferências do mercado consumidor, o potencial produtivo da variedade para uma dada
região, as limitações fitossanitárias e de pós-colheita da variedade, e principalmente a
tendência em médio prazo do tipo de fruto a ser comercializado. Sendo a mangueira
uma planta com longo período juvenil, a escolha da variedade errada poderá significar
enormes prejuízos em curto prazo. Assim, a escolha da variedade é considerada um dos
fatores econômicos mais importantes para o estabelecimento competitivo da
mangicultura.
As variedades mais indicadas são as que apresentam alta produtividade,
coloração atraente do fruto, preferencialmente avermelhado, polpa doce,
com percentagem de açucares (Brix) superior a 17%, pouca ou nenhuma fibra, além da
resistência ao manuseio e ao transporte para mercados distantes. Compete ao
mangicultor procurar a variedade que associe o maior número de características
desejadas, ou que pelo menos atenda ao maior número de características desejadas pelo
mercado consumidor.
ESPADA:
Uma das variedades brasileiras mais antigas e comuns. A árvore é muito vigorosa, porte
elevado e muito produtiva. O fruto é verde intenso ou amarelo esverdeado, de tamanho
médio (em torno de 300 g), com casca lisa e espessa. A polpa tem muita fibra e
coloração amarelada. Possui sabor de regular para bom (em torno de 18º Brix) e tem
lugar de destaque no mercado interno; responde ao manejo da indução floral com o uso
de paclobutrazol. É muito utilizada como porta-enxerto e a semente é poliembriônica,
coberta com fibras e possui muitas nervuras representando 22% do fruto. Essa variedade
crioula produz, geralmente, duas vezes por ano.
ROSA:
A exemplo da ‘Espada’ é uma das variedades brasileiras mais conhecidas. A
árvore possui porte médio, de crescimento lento e copa arredondada. O fruto varia de
amarelo para rosa – vermelho, peso médio em torno de 350 g. A casca é espessa e lisa; a
polpa é amarelo ouro e moderadamente suculenta, fibrosa e de bom sabor (21,8% de
Brix). A semente é poliembriônica. Suscetível a antracnose. Cultivar importante no
mercado do Distrito Federal, sendo usado tanto para suco como também para consumo
fresco. Geralmente, produz em mais de uma época do ano e responde ao manejo da
indução floral com o paclobutrazol.
COQUINHO:
Planta produtiva, de porte médio e esgalhada. O fruto possui coloração amarelo-clara a
esverdeada, pesando de 120 a 150 g. a semente é poliembriônica e representa cerca de
26% do peso do fruto. A polpa é muito fibrosa e representa apenas 52% do peso total do
fruto, sabor de regular a medíocre, teor de sólidos solúveis ao redor de 13,5% Brix.
Apresenta boa tolerância à antracnose. Tem sido muito utilizada como porta-enxerto.
HADEN:
Origem Flórida, EUA. A árvore é grande e com copa densa. Fruto variando de 350 a
680 g, ovalado, amarelo quase coberto com vermelho, sabor suave, com pouca
terebintina e pouca fibra. Semente monoembriônica. Relação polpa/fruto em torno de
0,66. Apresenta baixo vingamento dos frutos, o que pode ser minimizado pela utilização
de polinizadores como a Tommy Atkins é a Palmer. Precoce, suscetível a antracnose.
Como outras variedades selecionadas na Flórida, a Haden apresenta o problema do
colapso interno do fruto. Devido a baixa produção e ao seu sabor alcança elevados
preços no mercado interno
KEITTE:
Porte da planta um tanto ereto e ramos de crescimento longos e finos. O fruto é grande,
em torno de 610 g, oval com ápice ligeiramente obliquo, verde amarelado, corado de
vermelho-róseo, bom sabor (19º Brix) fibra somente em volta da semente. A coloração
do fruto não é das mais desejáveis. É comercializada no mercado interno, no entanto
vem sendo substituída, pelos produtores, por outras cultivares. Semente
monoembriônica. Relação polpa/fruto em torno de 70%. Resistente ao míldio e
suscetível à antracnose. Sua produção é tardia permitindo prolongamento do período
das safras. Possui boa vida de prateleira.
KENT
Origem Flórida, EUA. Árvore ereta, de copa aberta e vigor médio. O fruto é oval, verde
amarelado, corado de vermelho purpúreo, grande, de 550 a 1000 g (com média de 657
g), muito saboroso, (20,1% de Brix) e alta qualidade de polpa (quase sem fibra), casca
de espessura média, relação polpa/fruto de 0,62%. Semente monoembriônica. Suscetível
a antracnose e ao colapso interno do fruto e baixa vida de prateleira. Ciclo de maturação
médio a tardio. Com relação a mercado apresenta boas perspectivas para exportação.
TOMMY ATKINS
Originada na Flórida, EUA, possui fruto de tamanho médio para grande, 460 g, com
casca espessa e formato oval. Apresenta coloração do fruto atraente (laranja-amarela
coberta com vermelho e púrpura intensa). A polpa é firme, suculenta, e teor de fibra
médio. Resistente a antracnose e a danos mecânicos e com maior período de
conservação. Precoce, amadurece bem se colhido imaturo. Apresenta problemas do
colapso interno do fruto, malformação floral e teor inferior em sabor e de Brix (16% de
Brix), quando comparado com as variedades Palmer e Haden. É uma das variedades de
manga mais cultivadas mundialmente para exportação. Apresenta facilidade para
indução floral em época quente, alta produtividade e boa vida de prateleira. Essa
variedade representa 90% das exportações de manga no Brasil.
PALMER
Variedade semi-anã, de copa aberta, originada na Flórida, em 1945. Na Austrália
participa de 5% da área de manga, e no Brasil experimenta pequeno aumento na área
cultivada. Os frutos possuem casca roxa quando “de vez” e vermelhos quando maduros.
A polpa é amarelada, firme, bom sabor (21,6% de Brix), com pouca ou nenhuma fibra.
Relação polpa/fruto é de 72%, teor médio de fibras e casca fina. As sementes são
monoembriônicas e compridas. Apresenta boa vida de prateleira e produções regulares e
é bem aceita no mercado interno. A produção é tardia, permitindo prolongamento do
período das safras, e responde ao manejo da indução floral com paclobutrazol.
VAN DYKE
Arvore moderadamente vigorosa e de copa aberta. Fruto de tamanho médio, 300 a 400
g, coloração atraente (amarela com laivos vermelhos). A polpa é firme e sem fibras
longas. Possui sabor agradável e aroma superior ao da Tommy Atkins. A semente é
monoembriônica. Apresenta certa irregularidade na produção. Variedade de frutificação
tardia. Atualmente, não apresenta expressão significativa para comercialização.
8. SISTEMA DE CULTIVO:
8.1. Preparo do solo:
As operações de preparo do solo são feitas três a quatro meses antes do plantio
e consistem na roçagem e destocamento da área. Em seguida procede-se a coleta de
amostras do solo para posterior análise, visando avaliar a necessidade de calagem e
fertilização.
As operações de aração, gradagem leve e/ou pesada, ou qualquer outra visando
o preparo do solo, deverão ser definidas em função das condições da área a ser
preparada. Em casos de solos compactados, é recomendável proceder uma subsolagem
da área, com incorporação de matéria orgânica, ou pelo menos das linhas de plantio.
Com uma enxada ou arado revolve-se o solo até a profundidade de 20 cm.
8.2. Aração:
Caso seja necessário, fazer uma aração a uma profundidade de 30 - 40 cm,
visando principalmente a incorporação dos restos culturais, romper camada de
impedimento, eliminação de ervas daninhas, entre outras.
8.3. Gradagem:
É recomendada uma gradagem leve, gradagem pesada ou subsolagem. Após a
aração no caso de haver sido aplicado calcário, deve ser feita uma gradagem cruzada
com a operação anterior (aração, gradagem pesada ou subsolagem).
9. PROPAGAÇÃO:
A mangueira pode ser propagada por sementes, enxertia, borbulhia (T
Invertido, em placa ou escudo), garfagem (no topo em fenda cheia, Inglesa Simples,
Lateral).
A propagação por semente não é um método recomendado por não garantir à
nova planta as mesmas qualidade da planta matriz, como produtividade e qualidade de
fruto, embora para as variedades poliembriônicas este seja o tipo de propagação
utilizado. A propagação por semente é o processo utilizado na formação dos porta-
enxertos.
Entre as mais recomendadas estão:
9.1. Enxertia:
Consiste na união do garfo da variedade copa com o porta-enxerto, de modo a
formar uma única planta. Na operação de enxertia, o porta-enxerto deve ser cortado com
uma tesoura de poda, 20 cm acima do colo da planta, e com um canivete, desinfetado
em álcool ou solução de água sanitária a 5% (50 ml do produto comercial em 1 litro de
água), será feita uma fenda de 3 a 4 cm de profundidade, de cima para baixo.
O garfo deve ser preparado, com o canivete, em forma de cunha, fazendo
cortes com 3 ou 4 cm de comprimento. Logo em seguida, deve ser encaixado no corte
do porta-enxerto, de modo que, pelo menos um dos lados da região do enxerto e porta-
enxerto coincida casca com casca. Para fixar o enxerto e impedir a entrada de água é
necessário que seja enrolada uma fita plástica, de baixo para cima. Para formar um
ambiente úmido e proteger contra o ressecamento, deve-se cobrir o garfo e a região da
enxertia com saquinho plástico.
9.2. Borbulhia:
9.2.1. T Invertido
O método de borbulhia em "T" invertido tem como principal vantagem a
economia de material propagativo. Uma porção terminal origina de 5 a 10 borbulhas
(enxertos). O inconveniente desse tipo de enxertia é a dificuldade de conseguir gemas
entumescidas que emitam brotações. Geralmente, utiliza-se porta enxertos com 6 a 12
meses de idade e 1 cm de diâmetro, fazendo-se um corte vertical de 3 cm a 5 cm em "T"
invertido no porta enxerto a uma altura de 15 cm a 20 cm do solo. Um segundo corte
(horizontal) é feito na base do porta-enxerto, ajustando-se a seguir a gema e fazendo-se
o amarrio com fita plástica.
Após 20 dias da enxertia, a fita plástica é retirada e a gema fica exposta, e se a
borbulha apresentar aspecto verde e com os tecidos unidos aos do porta-enxerto, é sinal
de que o pegamento do enxerto foi adequado.
Entre 40 a 45 dias após a enxertia a gema começa a brotar, e faz-se o corte ou
decapitação do porta-enxerto a altura de 5 cm acima do ponto de enxertia. Quando
ocorrer o segundo fluxo vegetativo (5 a 7 meses após a enxertia), faz-se o corte da parte
restante do porta-enxerto rente a este ponto, e amarra-se um tutor até a muda se
desenvolver totalmente e estar pronta para o plantio no campo. O período total de
produção da muda, desde a obtenção do porta-enxerto até esta fase é de 10 a 12 meses.
9.3. Garfagem:
A garfagem é um processo que consiste em soldar um pedaço de ramo (garfo),
destacando da planta-matriz a propagar, sobre outro vegetal (cavalo), de maneira a
permitir o seu desenvolvimento.
11. ADUBAÇÃO:
A mangueira (Mangifera indica L.) é considerada uma das mais importantes
fruteiras tropicais cultivadas no mundo, posicionando-se logo depois da banana, do
abacaxi e do abacate. Existem poucos estudos sobre as suas exigências nutricionais, em
razão da dificuldade de conduzir experimentos com esta cultura e também pelas
informações existentes na literatura de que a mangueira é muito eficiente em absorver
nutrientes e praticamente não responder a adubação. Esta espécie apresenta relativa
tolerância a solos de baixa fertilidade e a períodos secos.
Com análises de solo e folhas e com informações da literatura é possível
estabelecer um programa de adubação racional. Portanto, devem ser consideradas as
exigências nutricionais da mangueira nas fases de plantio, formação e frutificação em
diferentes condições de cultivo.
12. IRRIGAÇÃO:
Os métodos de irrigação por superfície (sulcos, bacias em nível, faixas), bem
como a aspersão subcopa fixa ou móvel e a irrigação localizada ( gotejamento e
microaspersão), podem ser usados com a cultura da manga. A seleção do método e do
sistema de irrigação mais adequado a uma dada situação depende de avaliação dos
recursos físicos existentes, tais como suprimento de água (quantidade, qualidade e
localização), características dos solos (textura, estrutura, profundidade, salinidade,
drenagem, topografia, erosibilidade).
A cultura da manga, sob condições irrigadas, vem sendo cultivada
principalmente no Semi-Árido, onde os recursos hídricos são escassos e a racionalidade
no uso da água é um imperativo, isto é, a eficiência da irrigação deve ser a maior
possível.
O sistema de irrigação mais usado com a mangueira é a microaspersão,
principalmente pela maior área molhada que ele proporciona em relação ao gotejamento
em solos de textura média a arenosa (ALLEN, 1992). Geram eficiência de aplicação
entre 70% a 95%.
A microaspersão é o sistema mais comum na mangueira porque apresenta as
seguintes vantagens (Bernardo, 2002):
- Maior eficiência no uso da água;
- Maior produtividade;
- Maior eficiência na adubação:
- Economia de mão-de-obra
13. PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS:
13.1. Pragas:
Moscas-das-frutas
Ácaros
Tripes
Cochonilhas
Microlepidópteros da inflorescência – Pleuroprucha asthenaria (Lepidóptera:
Geo metridae) e Cryptoblabes gnidiella (Lepdoptera: Pyralidae)
a) Moscas-das-frutas
As moscas-das-frutas fazem parte de um grupo de pragas responsáveis por
grandes prejuízos econômicos na cultura da mangueira, não só pelos danos diretos que
causam à produção, como também, pelas barreiras quarentenárias impostas pelos países
importadores. A presença de C. capitata (espécie de mosca-das-frutas de importância
quarentenária para países que importam fruta in natura) e de Anastrepha fraterculus e
Anastrepha obliqua são as mais frequentes no País.
Ceratitis capitata
O adulto de C. capitata mede de 4 mm a 5 mm de comprimento e de 10 mm a
12 mm de envergadura; tem coloração predominantemente amarela escuro, olhos
castanhos-violáceos, tórax preto na face superior, com desenhos simétricos brancos;
abdomen amarelo escuro com duas listras transversais acinzentadas amarelas. A fêmea
coloca de 1 a 10 ovos por fruto já amarelado, introduzindo seu ovipositor dentro da
casca. As fêmeas podem viver até 10 meses e colocar até 800 ovos. A larva de C.
capitata tem o hábito de dobrar o corpo e saltar para deixar o seu meio. A pupa é
marrom, na forma de barril. O ciclo total médio é de 31 dias. Normalmente, os frutos
atacados pelas larvas de moscas-das-frutas amadurecem e caem das plantas antes do
tempo.
Anastrepha spp.
Os adultos de Anastrepha obliqua e A. fraterculus medem cerca de 6,5 mm de
comprimento, possuem coloração amarela, tórax marrom e asas com faixa sombreada
em forma de S que vai desde a base até a extremidade da asa e outra em forma de V
invertido na borda posterior da asa.
A biologia é muito semelhante a da C. capitata, porém, as fêmeas possuem
ovipositores maiores e podem colocar de 1 a 3 ovos em frutos “de vez” ou verdes. A
fêmea inicia a oviposição de 7 a 30 dias de idade, prolongando-se por 46 a 62 dias,
colocando em média 408 ovos durante sua vida reprodutiva. O ciclo total é em média de
30 dias.
b) Ácaros
c) Cochonilhas
Aulacaspis turbercularis
A fêmea de A. turbercularis caracteriza-se por possuir uma escama protetora
de formato quase circular, um pouco convexa, de coloração branco-acinzentada opaca,
medindo em torno de 2 mm de diâmetro. O macho possui escama branca, alongada,
com as margens laterais quase paralelas, tem asas e consegue voar.
Pseudaonidia trilobitiformis
A fêmea da espécie P. trilobitiformis é recoberta por uma carapaça de
coloração acinzentada e mede de 3 mm a 4 mm de diâmetro. A escama do macho é
alongada, menor e mais achatada que a da fêmea.
Saissetia coffeae
A fêmea de S. coffeae possui corpo mais ou menos esférico, sendo as margens
do corpo estreitas e achatadas. Mede cerca de 3,5 mm de comprimento por 2,7 mm de
largura e 2 mm de altura. Sua coloração varia do pardo claro ao escuro. O dorso é liso,
luzidio e de consistência dura. Sua reprodução é por partenogênese, ou seja, sem a
participação do macho (Figura 4).
Pinnaspis sp.
Também conhecida por escama farinha, Pinnaspis sp. vive, geralmente, no
tronco, hastes e folhas. É fácil a sua destruição, porque os machos formam
aglomerações cujo aspecto é como se as partes atacadas da planta estivessem pintadas
de branco. A escama da fêmea adulta é marrom-amarelada, quase transparente e mede
cerca de 2 mm de comprimento.
Pseudococus adonidum
b
a) Antracnose (anamorfo Colletotrichum gloeosporioides;teleomorfoGlomerella cingulata).
É considerada uma das doenças mais frequentes e responsáveis pelas maiores
perdas econômicas em áreas produtoras de manga no mundo, necessitando, em certas
ocasiões, de tratamento pós-colheita. Alta severidade da antracnose ocorre em locais ou
épocas onde há frequência de chuvas e predominância de alta umidade relativa. No
Semiárido nordestino, sua importância é restrita às épocas em que a floração e o
desenvolvimento de frutos, coincidem com a ocorrência de chuvas.
Os períodos críticos de maior suscetibilidade da mangueira às infecções por C.
gloeosporioides são: fase de florescimento, frutificação, emissão de folhas novas e
gemas florais. São nessas ocasiões em que o patógeno pode causar queima de panículas,
mumificação de frutos e necroses em folhas
Recomenda-se além de aplicações de fungicidas (cúpricos, mancozebe,
tiofanato metílico e tebuconazole), também adotar as práticas culturais para reduzir o
nível de inóculo e as condições favoráveis à doença. Entre as medidas recomendadas,
destacam-se: eliminar ramos doentes; indução em épocas em que a floração não
coincida com períodos chuvosos; realizar podas que propiciem boas condições de
arejamento; efetuar limpeza do pomar, retirando e queimando restos de cultura
contaminados; não deixar frutos infectados nas plantas;
b) Índices de colheita:
São baseados, em sua maioria, em características relacionadas à forma e
aspecto do fruto. Se as variáveis responsáveis pela aparência externa não forem
suficientes para o técnico definir o ponto de colheita, ele deve atentar para as variações
da cor da polpa. A idade do fruto é um método bastante seguro para avaliar a maturação
de mangas. Geralmente, dos 110 aos 120 dias após a floração, os frutos encontram-se
em ponto de colheita. Quando os frutos destinam-se a mercados distantes, podem ser
colhidos com teor de sólidos solúveis totais de 7-8 % Brix e para os mercados regionais,
com 10 % Brix
14.2. Colheita:
14.2.1. Procedimentos na colheita?
Os contentores devem estar limpos, sanitizados com água clorada e em bom
estado de conservação. Devem ser colocados ao longo da linha de plantio, à sombra,
sem contato com o solo. Colocar os frutos nos contentores, com cuidado, deixando um
espaço vazio de, pelo menos 10 centímetros acima dos frutos nos contentores. Isto evita
que as frutas se machuquem ou sejam comprimidas quando se colocar um contentor
sobre o outro.
a) Recepção - Cada lote de fruta que chega ao galpão deve ser identificado, com
informações sobre a procedência, manejo antes e durante a colheita e a hora de chegada,
para processar por ordem cronológica. A manga destinada a mercados que exigem
controle de mosca-das-frutas, ao chegar ao galpão, deve ser imediatamente
inspecionada. Para isso, se corta-se um fruto por caixa, ou menos, conforme o tamanho
do lote, para verificar se há infestação. Qualquer lote infestado deve ser rejeitado.
b) Lavagem - Os contentores devem ser esvaziados manualmente, em água tratada
com hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio, na concentração de 100ppm de Cloro.
Se forem utilizados detergentes, deve-se usar água sem clorar antes do tratamento
hidrotérmico, já que os detergentes neutralizam a ação germicida do cloro
Mercado Externo
Apesar da pouca expressão da manga no mercado internacional de frutas, as
exportações vem crescendo rapidamente, sendo o México, Brasil e Paquistão os
maiores, que juntos responderam por 52,75% do total exportado em 2000.
Em 2000, o valor das exportações mundiais de manga foi de aproximadamente
US$ 381 milhões, referentes a 611,2 mil toneladas da fruta, comercializadas na forma in
natura, sendo pouco representativo o comércio da polpa e do suco. Esse valor é
pequeno, se compararmos com a produção mundial de 23,5 milhões de toneladas. É
interessante ressaltar que grande parte da produção mundial de manga é oriunda de
variedades pouco conhecidas no mercado internacional. Outro fator que pode estar
influenciando negativamente as exportações é o pouco conhecimento da fruta pela
maioria da população dos principais mercados importadores.
Características do mercado
a) Preferência do consumidor;
b) Modalidade de pagamento;
c) Estrutura de mercado;
d) Sazonalidade da oferta e demanda ;