Apostila MELANCIA
Apostila MELANCIA
Apostila MELANCIA
NA PRODUÇÃO DE OLERÍCOLAS
CULTURA DA MELANCIA
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1. INTRODUÇÃO
A melancia (Citrullus lanatus Schrad), pertence à família das cucurbitáceas, sendo
originária do continente africano. É uma planta anual, de crescimento rasteiro, com
várias ramificações que alcançam até 5 m de comprimento. Tem grande importância
socio-econômica no Nordeste brasileiro, por ser cultivada principalmente por
pequenos agricultores, sob condições irrigadas e de chuva, devido ao seu fácil
manejo e menor custo de produção, quando comparada a outras hortaliças.
Entre os Estados, os maiores produtores foram: Rio Grande do Sul (com 24% da
produção total), Bahia (22%), São Paulo (15%), Santa Catarina (6%) e Goiás (5%)
2. CLIMA
As condições de clima ameno a quente, de dias longos e de baixa umidade relativa
do ar favorecem o desenvolvimento da cultura e a qualidade dos frutos de melancia.
Para a germinação, a temperatura mínima do solo deve ser de 16ºC, com um ótimo
de 20 a 35º C. Na floração, a temperatura ideal é entre 20 e 21ºC, sendo que, para
a abertura das anteras, a temperatura mínima deve ser de 18ºC. Temperaturas
elevadas, acima de 35º C, estimulam a formação de flores masculinas.
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O pegamento e a boa formação dos frutos dependem da polinização eficiente das
flores. As abelhas têm maior atividade na faixa de temperatura de 21 a 39ºC, o que
favorece a polinização. O ótimo fica em torno de 28 e 30ºC.
3. ÉPOCA DE PLANTIO
No Nordeste o cultivo da melancia ocorre sob condições de chuva e sob irrigação.
A época de plantio mais adequada é aquela em que durante todo o ciclo da cultura
ocorrem as condições climáticas favoráveis. Para cada região, estas condições
podem acontecer em épocas distintas do ano, de acordo com sua localização e
altitude. Em geral, nas regiões de clima frio, o plantio da melancia é feito de outubro
a fevereiro; nas de clima ameno, de agosto a março, e nas regiões de clima quente,
o ano todo, com uso da irrigação. Deve-se evitar, porém, as épocas de chuvas
intensas.
O cultivo em áreas irrigadas no vale do São Francisco pode ocorrer durante o ano
todo, sendo o período de agosto a outubro, o de maior concentração de plantio , que
também corresponde à época de menor preço no mercado. No período de
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novembro a março, há uma menor área plantada, devido aos riscos de perda na
colheita causado pelas chuvas; no entanto, geralmente é quando se encontra um
maior preço no mercado.
4. CULTIVARES
As cultivares de melancia tradicionalmente mais plantadas no Brasil são de origem
americana ou japonesa, que se adaptaram bem às nossas condições. O produtor
tem a sua disposição um grande número de cultivares que diferem entre si quanto à
forma do fruto, coloração externa e da polpa, tolerância a doenças, etc. Na escolha
da cultivar para o plantio, deve-se considerar o tipo de fruto preferido pelo mercado
e sua resistência ao transporte, a adaptação da cultivar à região e a tolerância a
doenças e aos distúrbios fisiológicos.
Os híbridos, cujas sementes são mais caras, podem apresentar maior precocidade,
produção e frutos maiores e mais uniformes.
5. SOLO
Embora possa ser produzida em vários tipos de solos, a melancia desenvolve-se
melhor em solos de textura média, profundos, com boa drenagem interna e boa
disponibilidade de nutrientes. Devem-se evitar solos pesados e sujeitos a
encharcamentos, o que a cultura não tolera.
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aplicar de preferência o calcário dolomítico, pois a melancia responde bem tanto á
aplicação de cálcio, quanto à de magnésio, em termos de produção e qualidade de
frutos .
Para uma boa produtividade é necessário que o solo seja bem preparado.
Inicialmente, torna-se necessário verificar se o solo está compactado, sendo
constatado, deve-se realizar com antecedência a subsolagem, depois procede-se
uma aração a uma profundidade de 30cm, seguido de uma gradagem, no sentido
contrário aração.
6. ADUBAÇÃO
A recomendação de adubação mineral é feita com base na análise de solo, como
mostra a Tabela 1. Um terço do nitrogênio, todo o fósforo e um terço do potássio
devem ser aplicados em fundação, antes do plantio. O resto do nitrogênio e do
potássio devem ser aplicados em duas vezes em cobertura, aos 25 e 40 dias
após o plantio.
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Tabela 1. Adubação para a cultura da melancia segundo a análise de solo.
7. PLANTIO
A cultura é estabelecida por semeadura direta, usando-se três sementes por cova, à
profundidade de 2-3 cm.
8. ESPAÇAMENTO
O espaçamento recomendado para plantio irrigado é de 3,0 m x 0.8m - deixando
uma planta por cova (4.166 plantas/hectare). Podendo ser usado o espaçamento de
2,5 x.0,70 m, 2,5 x 1,0 m, 3 x1,0 m a depender da época de plantio e da cultivar,
tendo em vista que as cultivares de origem americanas requerem maior
espaçamento do que as de origem japonesa e no período frio as melancias crescem
menos do que no período quente.
9. TRATOS CULTURAIS
9.1. Desbaste de plantas
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eliminando as demais. Recomenda-se cortar com tesoura para evitar que prejudique
a raiz da planta que vai ficar.
Consistem em se afastar as ramas para fora dos sulcos de irrigação e das faixas do
terreno reservados ao trânsito. Esta operação é feita de três a quatro vezes durante
o ciclo. Além de facilitar as capinas, as pulverizações e a colheita, evita o
apodrecimento dos frutos causados pelo contato com água ou pelos danos
mecânicos. O penteamento, após o vingamento do fruto, deve ser evitado, pois
pode causar o desprendimento deste. Essa prática é mais utilizada em plantios com
irrigação por sulco.
9.3. Polinização
Devem ser eliminados todos os frutos defeituosos e com podridão estilar, pois além
da planta perder sintetizados com frutos que não serão comercializados,
provavelmente a presença dos mesmos inibirá o pegamento de outros frutos na
planta. De acordo com Cunningham, citado por Costa & Pinto (1977), tanto as
condições fisiológicas da planta como o número de frutos já produzidos, parecem
determinar o número de flores pistiladas que surgirão mais tarde.
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9.6. Proteção da parte inferior dos frutos
9.7. Irrigação
a) o consumo total de água durante o ciclo cultural varia de 300 a 400 mm, ou 3000
a 4000 m3/ha, dependendo do clima e do desenvolvimento das plantas. Isto
corresponde a uma lâmina média de irrigação de 3,5 a 4,5 mm/dia;
b) a irrigação deve ser suficiente para manter o solo úmido até uma profundidade
de 40 cm, evitando-se o excesso em qualquer fase da cultura. O intervalo entre
as irrigações deve ser de dois a quatro dias em solos arenosos, até cinco a sete
dias em solos argilosos, com maior capacidade de retenção de água.
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10. DISTÚRBIOS FISIOLÓGICOS
10.1. Podridão apical – conhecido como fundo preto, este distúrbio, tem sido
relacionado com a deficiência de cálcio. Os sintomas da podridão aparecem em
frutos de diversos tamanhos. A extremidade do fruto torna-se escura e, às vezes,
achatada, com uma podridão seca, acompanhada ou não por sinais de murcha. A
presença deste tecido morto inutiliza os frutos para o comércio, pois na necrose
ocorre infecção por microorganismos. Além da deficiência de cálcio, estão
relacionados como determinantes do distúrbio: a freqüência de irrigação,
temperaturas elevadas e ventos secos na fase de crescimento do fruto. Além
desses fatores, há o componente genético que predispõe à podridão estilar. O
formato alongado é mais suscetível à ocorrência do distúrbio que o arredondado.
10.2. Rachadura dos frutos - tem sido relacionada com o excesso de umidade
disponível à planta, principalmente na fase de maturação e temperatura elevada
(acima de 35oC).
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11.1. Mosca Branca (Bemisia argentifolii) - É considerada mundialmente, a mais
importante praga transmissora de viroses, causando danos em várias culturas de
expressão econômica. No Brasil, o inseto está presente em todas as regiões
agrícolas causando grandes prejuízos nas cucurbitáceas. A mosca Branca causa
prejuízos diretos provocando a formação de fumagina, que afeta o desenvolvimento
das plantas e a qualidade da produção e indiretos devido à transmissão de viroses e
ocorrência de desordens fisiológicas.
11.2. Pulgões ( Aphis gossypii ) - Estes insetos, quando adultos, medem cerca de
3 mm e têm coloração amarelo-claro a verde escura. Ocorrem durante todo o ciclo
da cultura, na face inferior das folhas e nas brotações novas, sugando-lhes a seiva e
injetando-lhes toxinas, o que retarda o desenvolvimento da planta. Seu maior
prejuízo, no entanto, deve-se à transmissão de viroses, como o vírus do mosaico da
melancia ( WMV ).
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12. PRINCIPAIS DOENÇAS
A cultura da melancia pode ser afetada por várias doenças provocadas por fungos,
vírus e bactérias. Desse modo, para se obter uma boa produtividade e frutos de boa
qualidade, necessita-se identificar esses patógenes para então adotarem-se
medidas de controle adequadas para cada doenças.
A doença pode-se manifestar em toda a parte aérea da planta, durante todo seu
ciclo, causando desfolhamento precoce, perda de vitalidade e até mesmo morte das
plantas. Nos frutos, as lesões apresentam-se circulares, deprimidas e de coloração
negra com o centro recoberto por uma massa rosada.
A determinação do ponto de colheita da melancia exige certa prática e pode ser feita
através das seguintes características indicadoras:
c) mudança na casca do fruto que passa de opaca para um tom mais brilhante;
d) ao bater no fruto com o nó do dedo, se o som for “ metálico “, o fruto ainda não
está no ponto de colheita e se o som for “ ôco”, o fruto está maduro.
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A classificação dos frutos da melancia é feita de acordo com o peso, em frutos
grandes ( acima de 9 kg ), médios ( de 6 a 9 kg ), sendo os frutos com peso acima
de 7 kg os que obtêm os melhores preços.
Total R$ - - 3.807,00
H/m = hora máquina; d/h = dias homem; Produtividade esperada 40.000 kg/ha.
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