Trabalho Fatec Fabio Original
Trabalho Fatec Fabio Original
Trabalho Fatec Fabio Original
Metalografia
Trabalho acadêmico
Professor: Fabio Conte Correia
Resumo
E o estudo da morfologia e estrutura dos metais. A metalografia é uma área da
materialografia que além do estudo dos materiais metálicos, compreende a plastografia
(materiais plásticos ou poliméricos e a ceramografia(materiais cerâmicos).
1 Introdução
A metalografia consiste basicamente no estudo dos produtos metalúrgicos, com
o auxílio do microscópio, permitindo observar e identificar a granulação do material, a
natureza, forma, quantidade e distribuição dos diversos constituintes ou de certas
inclusões etc. A técnica desenvolvida através da prática de vários anos, define a
preparação metalográfica manual como sendo um trabalho laborioso, técnico e
altamente artesanal. Os estágios para a análise de um material metálico são, a
preparação da superfície, ataque e observação ao microscópio. Este procedimento
prescreve os conceitos gerais aplicados na preparação do corpo de prova para análise
microscópica. Aplica-se a todos os materiais e produtos metálicos ferrosos. As técnicas
metalográficas dos não ferrosos são, em princípio, semelhantes às utilizadas nas ligas
ferrosas, por exemplo, aços e ferros fundidos, exigindo, entretanto, preparação mais
meticulosa, alicerçadas na total atenção, paciência e imaginação do preparador.
A superfície do metal polido corretamente reflete a luz de forma homogênea e não
permite distinguir os microconstituintes de sua estrutura, assim para a revelação da
estrutura, torna-se necessário atacar a superfície previamente polida com soluções
reativas apropriadas. O ataque químico depende do processo de oxidação e/ou
redução que ocorre na superfície do corpo de prova. A superfície polida da amostra,
quando submetida uniformemente à ação de soluções químicas, tem determinadas
regiões atacadas preferencialmente, pois os grãos de natureza diversa, assim como os
seus limites granulares, são corroídos diferentemente. A intensidade do contraste irá
depender dos diferentes potenciais eletroquímicos dos microconstituintes da estrutura.
2) Revisão Bibliográfica
2.1) Aços
Ligas à base de ferro ocupam lugar de destaque entre os materiais industriais
há, pelo menos, dois séculos. Existem duas famílias principais de ligas à base de ferro:
aços e ferros fundidos. Os aços são as ligas à base de ferro mais amplamente
aplicadas. Uma das características mais importantes que diferencia os aços dos ferros
fundidos é a capacidade que os aços têm de serem deformados plasticamente.
Vários fatores contribuem para a importância que o aço tem, presentemente,
dentre os materiais industriais: a abundância do ferro encontrado em minérios na crosta
terrestre, o custo relativamente baixo de produção atingido nas usinas modernas e as
notáveis combinações de propriedades físicas e mecânicas capazes de serem
atingidas são alguns dos fatores classicamente importantes. Atualmente os aços são
especialmente valorizados, também pela facilidade de serem reciclados, pela vida
relativamente curta quando descartados e pelo consumo específico de energia
relativamente baixo em sua produção, fatores que levam a sua caracterização como
material de elevada "sustentabilidade".
A possibilidade de se obter desempenho extraordinário do aço, associada às
notáveis combinações de propriedades físicas e mecânicas, está intimamente ligada à
capacidade de se manipular as suas características, através do processamento, de
modo a obter as combinações de composição química e estruturas (em várias escalas)
mais favoráveis para determinada.
2.2) Metalografia
A
metalografia passa por alguns processos para que seja possível a análise e
interpretação dos metais e suas ligas para retirada das informações, independente do
objetivo de a avaliação ser macro ou microestrutural.
Figura 1. Fluxograma do processo de análise metalográfica.
2.2.1) Corte:
Nessa etapa, o corpo de prova analisado é levado para uma Cortadora
Metalográfica. Nela o processo de corte será realizado utilizando-se de um disco
abrasivo com especificações próprias. Este processo é arrefecido por um fluido
refrigerante, que realiza o controle de temperatura da peça para que esta não tenha
suas propriedades alteradas. Com uma pequena amostra do corpo de prova em mãos,
levamos para embutir.
2.2.2) Embutimento:
Devido ao pequeno tamanho da amostra retirada, utilizam-se polímeros para
embuti-la e fornecer uma base para que o operador possa manusear com segurança e
dar prosseguimento nas etapas. Comumente, emprega-se a baquelite, que é colocado
em pó dentro da embutidora junto com a amostra. Na embutidora, eles são
condicionados a alta temperatura e pressão, de modo a formarem um único corpo bem
fixado.
2.2.3) Lixamento:
Com a amostra embutida e pronta para o manuseio começa o processo de
lixamento. Essa etapa visa eliminar os riscos presentes na peça, para torná-la cada vez
mais lisa, e, posteriormente, ser levada ao polimento.
Assim, começamos o processo com lixas de granulometria menores (mais grossas), a
fim de eliminar os riscos visíveis a olho nu. Seguimos progredindo até granulometrias
maiores, em torno de 1500, de modo que até mesmos os riscos visualizados com
auxílio de lupa, sejam eliminados.
Nota-se que esse processo em especial exige a experiência e habilidade de um
especialista, para que a amostra não seja comprometida e gere resultados errôneos ao
final.
2.2.4) Polimento:
Com a amostra já bem espelhada, ela é levada a uma politriz metalográfica,
onde é polida com a utilização de abrasivos como a alumina. Esse processo visa
conferir à peça uma superfície muito bem-acabada e brilhosa, que é verificada em
microscópio óptico para assegurar a uniformidade e qualidade do processo.
Confirmado que a peça está extremamente lisa, ela é levada ao processo posterior.
Com a amostra polida é possível realizar análises e conclusões sobre sua
microestrutura, porém algumas características ainda permanecem ocultas durante a
observação.
3) Materiais e Métodos
3.1) Materiais:
• Aço inox 1020 (barra azul) ; Aço inox 1045 (barra verde)
• Cortadora metalográficas
• Polidora metalográficas
• Lixas: (100, 180, 240, 320, 400, 600 e 1200)
• Álcool etílico
• Suporte de lixas
• Pasta diamante
• Secador
• Lixadeira e politriz
3.2) Métodos:
Recebemos o material (Aço-1020) com o intuito de avaliar e verificar sua
estrutura e assim que disponibilizado o material realizamos o corte do aço na cortadora
metalográfica para amostra, figura 1.
mas antes de realizar o corte fizemos uma checagem no equipamento para que não
haja nenhum tipo de dano, tanto para o equipamento como o material, pois uma
ausência de manutenção na metalografia e se a bomba funcionar e não dispersar fluido
refrigerante o ponto de corte poderá causar modificações estrutural, por isso é
fundamental a manutenção no equipamento. Primeiro fizemos o preparo do material
para visualizar adequadamente a superfície do material. Ao receber o material
realizamos uma avaliação no microscópio e tivemos o resultado no qual já era
esperado e não conseguimos visualizar a estrutura do material então fomos para a
preparação do material, vale lembrar que o embutimento não foi necessário devido ao
tamanho do material e então no próximo passo foi o lixamento, na figura 2.
onde a função do lixamento é fazer a extração dos riscos na superfície da amostra com
as seguintes lixas: (100, 180, 240, 320, 400, 600 e 1200) no suporte de lixas e após
pronto fomos analisar o aço para verificarmos a estrutura do material.
4) Resultados e discussões
Analisando as imagens obtidas pela microscopia óptica, podemos ver na figura 4
e 6, o aço 1020, e sua principal composição, a cementita (~3%) e ferrita (~97%), em
proporções idênticas àquelas previstas pelo diagrama de fases (0,18 ~ 0,23% C).
Praticamente todo o carbono presente no aço 1020 está na forma de cementita (Fe3C -
6,67%C + 93,33%Fe), apesar da mesma só representar 3% do volume. O restante do
carbono está junto da ferrita (~0,02%C). Para a formação do aço, geralmente é
utilizado um resfriamento lento, no qual observa-se a nucleação da ferrita nos
contornos de grão da austenita. Também, é observado a formação de lamelas entre a
ferrita e cementita, na perlita. Partindo para a análise do aço 1045, figuras 3 e 5,
percebemos que a parte mais escura aumentou de tamanho, isso porque a
concentração de carbono também aumentou. Consequentemente, a quantidade de
ferrita diminuiu. Assim como no aço 1020, no 1045, praticamente todo o carbono está
na forma de cementita (Fe3C - 6,67%C + 93,33%Fe) e, o restante, está junto da ferrita
(~0,02%C). Notamos que, como era de se esperar, o aço 1045 tem mais carbono do
que o 1020, característica essa que se chama tenacidade. Também podemos ver que a
área elástica é maior no caso do aço 1045, então o mesmo pode ser "esticado" sem
deformar-se permanentemente.
Figura . Estrutura do aço 1045 em 500x
5) Conclusão
Em vista dos argumentos apresentados, analisando os resultados obtidos na
microscopia, conseguimos perceber que a quantidade de carbono adicionada ao ferro
influencia diretamente nas suas propriedades. Propriedades essas que irão determinar
a melhor aplicação do aço, seja na construção civil, automobilística, ou ainda
participando indiretamente. Ainda, concluímos que o processo de lixar as peças e
atacar com ácido, revelou sua verdadeira microestrutura ao microscópio e, realizando
uma análise visual, determinamos que as peças em questão são constituídas por aço
perlítico. E, também que a quantidade de carbono no aço 1045 é superior ao aço 1020.
E consequentemente no material conseguimos observar que quanto mais carbono
menos ductilidade (elasticidade) e mais resistente é o material e quanto menos carbono
adicionamos mais ductilidade (elasticidade) e menos resistência.
Referencias:
[1] Processos de metalografia
[2] Metalografia
[3] HUBERTUS COLPAERT – METALOGRAFIA DOS PRODUTOS SIDERURGICOS
COMUNS