CIÊNCIAS Políticas
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Em que pese a atuação do poder público conter respaldo legal, nota-se que o
exercício do poder de polícia não é ilimitado, vez que, pelo fato de atentar contra
liberdades garantidas no texto constitucional, deverá a intervenção obedecer ao
equilíbrio entre autoridade e liberdade, mais precisamente, atender ao princípio da
proporcionalidade.
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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
➢ Analisar o impacto da Legitimidade do uso da força do poder Estatal em
tempos da Pandemia em Moçambique.
1.1.1.1.Específicos
➢ Descrever as ênfasesque a protecção da saúde pública autoriza ao Estado
ter um poder (i) limitado, que entram em choque com os direitos
fundamentais.
➢ Descrever os impactos do poder da polícial no controle da Pandemia.
2. Metodologia
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3. Fundamentação teórica
3.1.Pandemia
Segundo Vieira (1971), afirma que “Pandemia é uma palavra de origem grega,
formada com o prefixo neutro pan que significa todo e demos que significa povo. Foi
pela primeira vez empregada por Platão em seu livro das leis”.
Vieira (1971), diz que “Platão usou da palavra no sentido genérico, referindo-se
a todo acontecimento capaz de alcançar toda a população. No mesmo sentido, a palavra
foi usada por Aristóteles. Galeno utilizou o adjectivo pandêmico em relação às doenças
epidêmicas de grande difusão”.
Segundo Vieira (1971), enfatiza que “Primeira Guerra mundial, nos anos de
1918-1919 e que causou a morte de cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo.
No entanto, de acordo com Rayquard, Barbosa ettal. De forma geral, a pandemia é o
nome dado a ocorrência epidêmica caracterizada por larga distribuição espacial
atingindo várias nações”.
Em outras palavras, a pandemia pode ser tratada como ocorrência de uma série
de epidemias localizadas em diferentes regiões e que ocorrem em vários países ao
mesmo tempo.
Segundo Cambrão (2020), afirma que “De acordo com Pedrito Cabrão, os
coronavírus pertencem a uma grande família de vírus que causam doenças que variam
de gripes comuns e doenças respiratórias mais graves como a Síndrome de oriente
médio (MERS-CoV) identificada em 2012 e a síndrome respiratória aguda grave
(SARS-CoV) identificada em 2002”.
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De acordo com Vargas assim como Ferreira et al48 no que diz respeito a
infecção pelo novo corona vírus (2019-nCoV), o espectro clínico não está descrito
completamente bem como não se sabe o padrão de letalidade, mortalidade, efectividade
e transmissibilidade.
Segundo Cambrão (2020), enfatiza que “Não havendo ainda cura definitiva, o
uso de vacinas e outros medicamentos disponíveis actualmente é de suporte e não
definitivo. A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARS-CoV é em média de
7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do Novo Coronavírus
(2019-nCoV) sugerem que a transmissão pode ocorrer, mesmo sem o aparecimento de
sinais e sintomas”.
Até o momento, não há informação suficiente que defina quantos dias anteriores
ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus. A OMS
declarou a Covid-19 como pandemia no dia 11 de Março de 2020 porque o vírus já
tinha se alastrado quase por todos os países do mundo, cerca de 114 países
tinhamconfirmado a presença da Covid-19 e com cerca de 1118 mil casos globais.
Segundo Novais (2010, p. 193), afirma que “Os direitos fundamentais não são
direitos ilimitados ou ilimitáveis. Vivendo os indivíduos numa sociedade, é normal que
o Direito seja chamadoa limitar os direitos fundamentais de modo a proteger os direitos
fundamentais de outras pessoas ou ainda a garantir bens jurídicos de relevo específico,
como a segurança ou a ordem pública”.
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sobre a vida privada de um indivíduo quer dizer, questiona-se até aonde vai a liberdade
de imprensa e dos meios de comunicação social, quando se considera o direito à
privacidade das pessoas e o direito de acesso à informação por parte do público.
6. Poder Policial
“Já polícia designava a atuação fora da polis, a vida familiar, em que o patriarca
comandava seus subordinados despoticamente, os bens e as pessoas da casa eram seus
recursos, assim como o uso da violência” (BinemboJm, 2016, p. 27-28).
“Essa dicotomia entre poderes adquiriu nova dinâmica durante o período feudal
europeu. Ali, o senhor feudal, assemelhado ao patriarca, exercia polícia sobre seus
servos, vassalos e familiares, bem como praticava política com os demais senhores
feudais com os quais não possuía relação de subordinação” (BinemboJm, 2016, p. 28-
29).
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“Diferente de sua contraparte feudal, o rei absolutista exercia de fato o poder. O
monarca baixava leis, instituía e cobrava tributos, comandava o exército, nomeava
funcionários, organizava a justiça etc” (Arruda, 1974, p. 61).
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“Numa interpretação mais restrita, poder de polícia se dá nas intervenções
estatais gerais, como regulamentos, ou específicas, como autorizações ou licenças,
emanadas pelo Poder Executivo para prevenir atividades particulares de encontro ao
interesse social” (Mello, 2010, p. 822).
“Da mesma forma, em grande parte dos casos concretos, a Administração decide
o melhor meio e momento de agir ou a sanção aplicável diante das previstas legalmente.
Nessas circunstâncias, o poder de polícia é discricionário. Entretanto, em face de
determinados requisitos, a solução previamente estabelecida deve ser adotada. Nesse
momento, o poder é vinculado” (Di Pietro, 2019, p. 154-155).
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Quanto à indelegabilidade do exercício do poder de polícia a pessoas jurídicas
de direito privado, a jurisprudência, incluído o Supremo Tribunal Federal (STF), tem
reconhecido essa vedação sob o argumento de que se trata de atividade típica do Estado.
Os atributos referidos anteriormente somente podem ser exercidos por quem seja
legalmente competente (DI PIETRO, 2019, p. 157).
“No que concerne a estes dois últimos, ainda que domine a discricionariedade,
esta deve ser exercida nos limites legais” (DI Pietro, 2019, p. 158).
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Verifica-se então o problema: quando a intervenção estatal limitadora de direitos
fundamentais será legítima? Quando existir equilíbrio entre autoridade e
liberdade.Quando houver efetiva e real supremacia do interesse coletivo. Quando a
coerção mantiver finasintonia entre as razões e os objetivos que a fundamentam. Em
síntese, quando a atuação do poder público for proporcional. Explica-se.
Para Paulo Bonavides (2006, p. 393), o aludido princípio possui dois principais
sentidos: amplo e restrito. Em sentido mais amplo, é a regra fundamental a quem devem
obedecer tanto aos que exercem, quanto os que padecem do poder. Numa dimensão
menos larga, se caracteriza pelo fato de presumir a existência da relação adequada entre
um ou vários fins determinados e os meios que são levados a cabo.
Logo, nesta última acepção, haverá violação do princípio toda vez que os meios
destinados a realizar um fim não são por si mesmos apropriados, e/ou quando a
desproporção entre meios e fim é particularmente evidente ou manifesta.
“Será proporcional a opção que melhor atender a tarefa de otimização das regras
em disputa, considerando-se que cada qual apresenta pesos variáveis de importância
conforme o caso concreto que esteja em exame” (Hesse, 1983, p. 46).
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9. Conclusão
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10. Referência bibliográfica
1. Arruda, J. J. A. (1974). História moderna e contemporânea. São Paulo
2. BinenboJm, G. (2016). Poder de polícia, ordenação, regulação. Belo
Horizonte
3. Cabrão, P. (2020). Covid-19 e as suas implicações em
Moçambique.Maputo
4. DI Pietro, M. S. Z. (2019). Direito administrativo. Rio de Janeiro
5. Mello, C. A. B. (2010). Curso de direito administrativo. São Paulo
6. Vieira, F. (1871). Grande dicionário. Porto
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