Ana Maria CP
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Ana Maria CP
Autor:
Chimoio
Agosto de 2022
ÍNDICE
Conteúd
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1
1.1 Contextualização.......................................................................................................................1
1.1 Objectivos.................................................................................................................................1
1.1.1 Geral...................................................................................................................................1
1.1.2 Específicos.........................................................................................................................1
1.2 Metodologia..............................................................................................................................2
2. EMBASAMENTO TEÓRICO.......................................................................................................3
3. CONCLUSÃO..............................................................................................................................11
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................12
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Embora o assunto proposto tenha sido objecto de análise pelos mais variados prismas
(políticos, económicos, sociais e até jurídico), a matéria ainda carece de uma investigação que leve
em conta os preceitos doutrinários tradicionais e contemporâneos dos direitos administrativo e
constitucional. O presente trabalho objectiva examinar a legitimidade da intervenção estatal
limitadora de direitos fundamentais.
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
1.1.2 Específicos
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1.2 Metodologia
A pesquisa bibliográfica foi elaborada por meio de livros, internet, artigos já publicados,
de maneira qualitativa, em que é um estudo não-estatístico. Segundo Vergara (2016), os dados
qualitativos são codificados, analisados e expostos de maneira mais estruturada. As pesquisas
bibliográficas contribuirão para o compreendimento dos possíveis encalces relacionados ao tema. O
material foi colectado nas bases electrónicas de dados Medline, Lilacs e SciELO. Foram
seleccionados os periódicos com textos completos, na área de administração pública.
O presente trabalho está organizado em capítulos, com isso para uma melhor ilustração
segue abaixo o resumo da estrutura: Capitulo I: Introdução contendo os objectivos, a estrutura do
trabalho e Metodologia; Capitulo II: Revisão da Literatura; Capitulo III: Considerações finais;
Capitulo IV: Referências Bibliográficas (segundo a regra de APA).
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2. EMBASAMENTO TEÓRICO
Essa dicotomia entre poderes adquiriu nova dinâmica durante o período feudal europeu.
Ali, o senhor feudal, assemelhado ao patriarca, exercia polícia sobre seus servos, vassalos e
familiares, bem como praticava política com os demais senhores feudais com os quais não possuía
relação de subordinação (BINENBOJM, 2016, p. 28-29).
Percebe-se que o poder de polícia deixa o âmbito doméstico, passando a actuar também na
vida dentro da polis, vez que se concentram na mesma figura, Estado e patriarca, pelo menos em
relação ao feudo independente. Essa ampliação do poder de polícia é intensificada durante o
período absolutista europeu, sistema político contraposto ao modelo feudal, no qual o rei, embora
considerado primeiro entre iguais, tinha poder bastante limitado ou até mesmo figurativo.
Essa dimensão do poder de polícia, que de fato continha toda a actividade administrativa,
justificando inclusive a expressão Estado de Polícia, começou a ter suas primeiras restrições
durante a Revolução Francesa, sendo efectivamente afectado por dois grandes giros do direito
administrativo: o regime democrático constitucional, contemporâneo ao pós-guerra, que busca a
legitimidade da organização e funcionamento da Administração Pública em oposição ao regime
autocrático; e o pragmático, esforço concentrado na aproximação entre teorias e experiências de
fato, analisando decisões ante as consequências práticas, em contexto concreto, sem referência a
premissas teóricas inquestionáveis (BINENBOJM, 2016, p. 23-60).
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O democrático constitucional influencia os aspectos político-jurídicos do poder de polícia,
superando o conceito de seu exercício em razão de uma supremacia geral do Estado sobre o
particular em favor de uma fonte de legitimidade extraída dos direitos fundamentais e da
democracia, sem chegar a formar uma sujeição completa em favor do particular, mas se tratando de
um conjunto de compromissos entre particular e colectividade que habilitam e delimitam a
actividade ordenadora do poder de polícia (BINENBOJM, 2016, p. 63-65).
A polícia referida difere da polícia judiciária, vez que a primeira se predispõe unicamente a
impedir e paralisar actividades anti-sociais; já a última se preocupa com a responsabilização dos
violadores da ordem jurídica. Cabe ressaltar que, enquanto a judiciária observa as regras da
legislação processual penal, a administrativa é regida pelas normas administrativas (MELLO, 2010,
p. 835).
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Verifica-se então o problema: quando a intervenção estatal limitadora de direitos
fundamentais será legítima? Quando existir equilíbrio entre autoridade e liberdade. Quando houver
efectiva e real supremacia do interesse colectivo. Quando a coerção mantiver fina sintonia entre as
razões e os objectivos que a fundamentam. Em síntese, quando a actuação do poder público for
proporcional. Explica-se antes de adentrar na investigação da proporcionalidade na seara da
administração pública, tema de interesse do artigo, necessárias algumas considerações gerais sobre
esse importante postulado jurídico.
O conceito de proporcionalidade foi empregado pela primeira vez em 1802, por Von Berg,
na Alemanha, e somente depois de um século, foi efectivamente utilizado no campo do Direito de
Polícia, por obra do Superior Tribunal Administrativo da Prússia. Cumpre ressaltar ainda acerca da
jurisprudência constitucional da Alemanha onde, muito cedo, sedimentou-se o entendimento de que
a proporcionalidade consubstanciava relevante meio de controle estatal, visando a observância e
concretização dos direitos fundamentais do cidadão (ANTUNES, 2006, p. 11).
Para Paulo Bonavides (2006, p. 393), o aludido princípio possui dois principais sentidos:
amplo e restrito. Em sentido mais amplo, é a regra fundamental a quem devem obedecer tanto aos
que exercem, quanto os que padecem do poder. Numa dimensão menos larga, se caracteriza pelo
fato de presumir a existência da relação adequada entre um ou vários fins determinados e os meios
que são levados a cabo. Logo, nesta última acepção, haverá violação do princípio toda vez que os
meios destinados a realizar um fim não são por si mesmos apropriados, e/ou quando a desproporção
entre meios e fim é particularmente evidente ou manifesta.
Será proporcional a opção que melhor atender a tarefa de optimização das regras em
disputa, considerando-se que cada qual apresenta pesos variáveis de importância conforme o caso
concreto que esteja em exame (HESSE, 1983, p. 46).
Dessa forma, o princípio da proporcionalidade, conhecido por limite dos limites, atua
como ferramenta indispensável para impingir a legitimidade e a adequação das normas com os
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ditames da justiça e da razão. Todavia, o exercício do referido método interpretativo não pode ser
realizado de forma crua, pouco elaborada e com base em critérios subjectivos. O referido postulado
possui dimensões que condicionam a sua aplicação e eliminam o perigo da subjectividade. Essas
dimensões são concretizadas por meio da observação dos subprincípios da adequação, necessidade
e proporcionalidade em sentido estrito.
A real importância dessa ordem fica patente quando se tem em mente que a aplicação da
regra da proporcionalidade nem sempre implica a análise de todas as suas três sub-regras. Pode-se
dizer que tais sub-regras relacionam-se de forma subsidiária entre si. Essa é uma importante
característica, para a qual não se tem dado a devida atenção. A impressão que muitas vezes se tem,
quando se mencionam as três sub-regras da proporcionalidade, é que o juiz deve sempre proceder à
análise de todas elas, quando do controle do ato considerado abusivo. Não é correto, contudo, esse
pensamento. É justamente na relação de subsidiariedade acima mencionada que reside a razão de
ser da divisão em sub-regras.
Por adequação entende-se que devem ser utilizadas medidas apropriadas para alcançar a
finalidade prevista no mandamento. Deve-se perguntar se o meio escolhido foi pertinente para
atingir o resultado almejado. Se não, desrespeitou-se o princípio da proporcionalidade e a escolha
será ilegítima. Exige-se, assim, que a opção adoptada seja apta a alcançar os objectivos pretendidos.
O aplicador da norma examinará se o meio é “simplesmente inadequado”, “objectivamente
inadequado”, “manifestamente inadequado ou desnecessário”, “fundamentalmente inadequado”, ou
se “com sua utilização o resultado pretendido pode ser estimulado” (MENDES; BRANCO, 2015, p.
332).
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Em relação ao segundo subprincípio, a necessidade, exige-se que a decisão escolhida seja a
que produz menor prejuízo para o cidadão e para a colectividade, não podendo ser excessiva, nem
tampouco insuficiente. Nem de mais, nem de menos. Em outros termos, o meio não será necessário
se o objectivo almejado puder ser alcançado com a adopção de medida que se revele, a um só
tempo, adequada e menos onerosa (MENDES; BRANCO, 2015, p. 333). Um ato estatal que limita
um direito fundamental é somente necessário caso a realização do objectivo perseguido não possa
ser promovida, com a mesma intensidade, por meio de outro ato que limite, em menor medida, o
direito fundamental atingido (SILVA, 2002, p. 38).
Assim sendo, forçoso concluir que, ainda que uma medida que limite um direito
fundamental seja adequada e necessária para promover outro valor constitucional, isso não
demonstra, por si só, que ela deve ser considerada como proporcional. Necessário é esse terceiro e
derradeiro exame, que consiste em um sopesamento entre a intensidade da restrição ao direito
fundamental atingido e a importância da realização do direito fundamental que com ele colide e que
fundamenta a adopção da medida restritiva.
Para serem legítimas, as medidas de limitação de direitos devem manter congruência com
os motivos e fins que as justificam (MEDAUAR, 2018, p. 337). Será necessário que o Estado tenha
cuidado ao agir, nunca se servindo de meios mais enérgicos que os necessários à obtenção do
resultado pretendido pela lei (BANDEIRA DE MELLO, 2013, p. 589). Como assevera José dos
Santos Carvalho Filho:
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proporcional entre os meios e os fins da actividade administrativa. (CARVALHO FILHO, 2017, p.
91).
A coerção das liberdades públicas somente poderá ocorrer para tutelar interesses
considerados maiores no caso concreto e exactamente no grau necessário ao atingimento da
finalidade pública, sempre atento à forma menos invasiva para o cidadão.
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2012, p. 47-48). Dispõe então, o direito humano supracitado, de uma dúplice vertente, sendo a
primeira negativa ou omissiva, em que o Estado deve abster-se de práticas que prejudiquem a saúde
do cidadão, e a segunda, positiva ou comissiva, que impõe ao Governo a adopção de acções que
visem garantir o antevisto direito social.
Sendo protecção à saúde um interesse público e obrigação do Estado, logo, poderá ser
objecto de exercício do poder de polícia. Ademais, a vigilância epidemiológica, definida pela Lei n°
8.080/90 como “um conjunto de acções que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção
de qualquer mudança nos factores determinantes e condicionantes de saúde individual ou colectiva,
com a finalidade de recomendar e adoptar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos” decorre da obrigação constitucional de protecção à saúde (BRASIL, 1990, §2º do art. 6º).
Com efeito, condutas estatais restritivas de direitos fundamentais com base na prevenção e
contenção de epidemias podem ser adoptadas. Foi o que ocorreu no Brasil em 2006, diante
proliferação do mosquito transmissor da dengue, em que a União lançou e pôs em prática o
Programa Nacional de Controle da Dengue5, que dava amparo legal à execução das acções de
campo – imóveis fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelo morador.
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adentrar no mérito das anunciadas restrições − diante da ausência de dados técnicos sobre a
enfermidade e em face do exíguo tempo transcorrido desde o seu aparecimento, verifica-se que esta
actuação de poder público é juridicamente possível, por estar fundamentada na lei e no bem estar
social, mas apenas será considerada legítima se observar os limites acima despendidos,
notadamente o princípio da proporcionalidade, medida suprapositiva das condutas do poder
executivo, que proíbe o excesso e preconiza a conformação entre os meios e os fins.
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3. CONCLUSÃO
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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