Trabalho Faculdade
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PARAÍSO
CURSO DE DIREITO
PROJETO DE PESQUISA
PROF. DRA. PRISCILA RIBEIRO JERONIMO DINIZ
1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
5 CRONOGRAMA
ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Escolha do tema X
Elaboração do X X X X X X X X X X X
Projeto
Encontros com o X X X X X X X X X X X
Orientador
Levantamento X X X X
Bibliográfico
Produção do X X X
Projeto
Entrega do Projeto X
Primeira Parte
Entrega do Projeto X
Segunda Parte
Apresentação X
do Projeto
Entrega do 1° X
Capítulo da
Monografia
Entrega do 2° X
Capítulo da
Monografia
Entrega do 3° X
Capítulo da
Monografia
Revisão e X
Redação Final
Apresentação X
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Aquele que pratica uma ação por determinação legal, ou seja, que cumpre
um dever que a lei impõe, consoante art. 23, III, do Código Penal, não
pratica crime. Aqui não se tem faculdade, mas dever. Como exemplos de
prática de conduta típica por imposição de dever legal podemos dar os
seguintes: a do carrasco, em países onde a pena de morte é admitida; a do
policial que prende o criminoso em flagrante delito ou em cumprimento à
ordem emanada de autoridade judiciária competente; a do oficial de justiça
que viola o domicílio para cumprimento de mandado judicial, bem como, na
hipótese de resistência, a utilização dos meios necessários para se
defender ou para vencer a resistência, conforme art. 292 do CPP (Ávila et
al., 2023, p.415).
legal, não devendo haver recusa ao seu cumprimento. No entanto, para que uma
conduta esteja inserida dentro deste princípio, é necessário que atenda a uma série
de elementos.
O primeiro deles, como citado acima, é a existência de um dever legal, que é
uma obrigação direta ou indiretamente derivada de lei. Assim, sobre tal classificação
as juristas Augusta Diniz e Ruth Araujo Viana explanam:
Destarte, quando se fala que o dever legal deriva da lei, não está restringindo
apenas a lei em sentido estrito, mas também em sentido amplo, a qual condiz com
toda norma apta de provocar direitos e obrigações, como bem ilustrado acima.
Todavia, esta norma não poderá ter caráter particular, pois segundo Bitencourt:
“Se a norma tiver caráter particular, de cunho administrativo, poderá,
eventualmente, configurar a obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte, do CP), mas
não o dever legal” (Bittencourt, 2024, p.211).
Não obstante, a norma autorizadora não poderá, sob nenhuma hipótese,
permitir que os agentes estatais possam ferir ou até mesmo matar os indivíduos que
não obedecem às leis brasileiras. Porquanto, sendo necessária a utilização de força
violenta, em razão de grave ameaça ou agressão injusta, configura o princípio da
legítima defesa própria ou de terceiros. Deste modo, se caracteriza como caso de
uma excludente de ilicitude inclusa dentro da aplicação de outra.
Além disso, é necessário que a conduta seja realizada dentro dos limites
legais e que não cause danos injustificados a terceiros e deve ser realizada com a
intenção de cumprir o dever legal e não com motivações pessoais ou arbitrárias.
Logo, motivações sociais, morais ou religiosas não funcionam como justificativa
plausível para a aplicação deste instituto no caso concreto.
Outrossim, embora o princípio em questão seja comumente invocado pelos
agentes de segurança pública, não existe nenhum impedimento legal para que ele
não possa ser aplicado ao cidadão comum. Não obstante, para que isso ocorra, é
preciso que o indivíduo atue sob a imposição de um dever e a ação praticada não
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precisa necessariamente estar amparada pelo ramo do direito penal. Ou seja, para
deixar mais claro, Bittencourt (2024) levanta a hipótese de os pais responsáveis pela
criança, que possuem os deveres de vigilância e educação dos seus filhos,
constrangê-los de alguma forma, dentro dos limites legais, estarem amparados pela
excludente de ilicitude.
Como visto ao longo desta discussão, uns dos pontos de convergência das
excludentes de ilicitude tratadas aqui, é a proporcionalidade, a qual traduz-se em um
princípio fundamental com o objetivo de garantir que a conduta do agente, mesmo
quando amparada por uma excludente, seja realizada de forma equilibrada e
proporcional à situação enfrentada. Sobre o tema, Alexis Couto de Brito em sua obra
“Direito Penal Brasileiro, disserta o seguinte:
Enfim, o excesso punível, seja a título de dolo, seja a título de culpa, que
acontece no momento em que se exercita uma ação de salvaguarda ou uma
conduta consentida, decorre, normalmente, da escolha de meio inadequado,
ou do uso imoderado ou desnecessário de determinado meio, em princípio
ajustado, que causa resultado mais grave do que o razoavelmente
suportável nas circunstâncias. Nos casos em que o sujeito se excede
porque crê estar amparado por uma causa de justificação, incidindo num
erro de permissão, sua conduta é completamente ilegítima, e deverá
receber o mesmo tratamento do erro de proibição indireto (...) (2024, p.
200).
Não obstante, embora não sejam abordadas pela lei, existem mais duas
classificações doutrinárias segundo alguns doutrinadores como Cezar Roberto
Bittencourt e Alex Couto de brito, as quais são o excesso extensivo e intensivo. À
vista disso, a primeira classificação ocorre quando o agente continua a agir mesmo
após cessadas as situações que justificavam a defesa, ultrapassando os limites da
exclusão de ilicitude. Ou seja, o indivíduo age movido pela sensação de vingança,
pois a agressão não se configura mais como atual ou iminente, mas sim como
passada.
Para mais, a segunda categoria pode ser conceituada como aquela em que o
sujeito realiza uma ação que não preenche os requisitos de nenhuma excludente de
ilicitude, consequentemente, há presença de um delito que pode ser enquadrado
tanto na modalidade dolosa como culposa. Portanto, torna-se passível de punição
perante o direito penal, atentando-se às atenuantes previstas nos art. 65, III, alínea c
ou as atenuantes genéricas do artigo 66 do Código Penal, a luz do caso concreto.
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REFERÊNCIAS
DINIZ, Augusta; VIANA, Ruth A. DIREITO PENAL: PARTE GERAL. [DIGITE O
LOCAL DA EDITORA]: GRUPO GEN, 2024. E-BOOK. ISBN 9786559649341.
DISPONÍVEL EM:
HTTPS://INTEGRADA.MINHABIBLIOTECA.COM.BR/#/BOOKS/9786559649341/.
ACESSO EM: 14 DE MAIO. 2024.
HTTPS://WWW.PLANALTO.GOV.BR/CCIVIL_03/DECRETO-LEI/DEL2848.HTM
OLIVÉ, Juan Carlos F.; BRITO, Alexis Couto de. DIREITO PENAL BRASILEIRO, 2ª
EDIÇÃO. [DIGITE O LOCAL DA EDITORA]: SRV EDITORA LTDA, 2017. E-BOOK.
ISBN 9788547215231. DISPONÍVEL EM:
HTTPS://INTEGRADA.MINHABIBLIOTECA.COM.BR/#/BOOKS/9788547215231/.
ACESSO EM: 21 MAI. 2024.