CT - Cenog - Iv - 2018 - 02 PDF
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CAMPUS CURITIBA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CENOGRAFIA
CURITIBA
2018
BEATRIS BATISTÃO DE SOUZA CRUZ
CURITIBA
2018
TERMO DE APROVAÇÃO
__________________________________
(Nádia Moroz Luciani)
Prof.a Orientadora
___________________________________
(Ismael Scheffler)
Membro titular
___________________________________
(Fernanda Botter)
Membro titular
Ao único que faz grandes maravilhas, e seu amor durará para sempre.
AGRADECIMENTOS
The present work is focused on architecture and scenic lighting in the urban context.
In order to do so, it must present the concepts of Cultural and Architectural Patrimony,
as well as its forms of preservation, followed by a research on scenic lighting, its
concept, specific typologies and different forms of application in architecture. The work
is shedding light on the idea of enlightenment as an instrument for valuing and
preserving heritage. The main methodology used for the research was bibliographical,
but it was also performed through a data and specialized data search for the practice
of an analysis session.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 28
4 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 29
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1 INTRODUÇÃO
1 Modulo: Laboratório de Iluminação Cênica, lecionado pela Professora Ms. Nádia Moroz Luciani.
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2 PATRIMÔNIO CULTURAL
correndo o risco de sofrer depredações ou demolições e até, por vezes, sendo alvo
de pichações e outras ações de vandalismo, além de estarem sujeitos a intempéries
e à falta de manutenção preventiva.
Coelho (1992) lista as diversas ameaças ao patrimônio arquitetônico, como
imperfeições do próprio sistema construtivo, fenômenos químicos, físicos e biológicos,
botânicos e microbiológicos, além de fenômenos naturais como maremotos,
terremotos, vulcões, ciclones, inundações e incêndios capazes de destruir
construções e cidades inteiras. Além destas ameaças, há também a ação destrutiva
do homem, que pode ser causada por guerras, pela falta de formação e informação
da população ou à sensação de não pertencimento, gerado pelas crises sociais e
econômicas, que levam os indivíduos a não valorizarem os bens e testemunhos de
sua história, destruindo seus próprios bens culturais.
Ainda segundo Coelho (1992), as edificações históricas vêm assumindo maior
importância na sociedade contemporânea, pois seus governantes têm buscado
preservar a memória e a história do seu povo conservando os monumentos,
edificações e centros históricos das cidades. A forma mais eficaz de conservação
desses bens culturais é a sua integração no cotidiano da sociedade contemporânea
pelo restauro e aproveitamento destas edificações para diferentes fins, muitas vezes
distintos dos seus propósitos de origem, como instituições bancárias, comerciais,
culturais ou de lazer. Coelho conclui que o uso conserva as obras arquitetônicas.
Portanto é necessário dar a essas edificações uma vivência própria, um uso que se
adeque à sociedade contemporânea, para que os cidadãos possa interagir com esses
monumentos, não mais intocáveis.
A iluminação, poderá colaborar na conservação e preservação, podendo ser
usada como recurso para tornar edificações de interesse histórico parte do contexto
urbano de uma cidade e do cotidiano da sociedade que nela habita. Pois a história de
um povo está expressa em seus monumentos e em sua arquitetura, cujo tratamento
pode valorizar e evidenciar esse bem. Para Eloy (2014), a poética que a luz cria ao
destacar uma edificação histórica enaltece a obra que resistiu, durante anos, à
passagem do tempo e que continuará a ser um marco de uma determinada época,
contando às gerações futuras a sua história. E esse destaque pode ser feito pela
interpretação da arquitetura, conforme afirma Lima (2010, p.105):
Eloy (2014) afirma que durante muito tempo a iluminação urbana se restringia
apenas à funcionalidade de permitir a visão noturna para circulação das vias e
identificação das edificações, sem explorar seu potencial cenográfico e simbólico. Nos
dias atuais, conforme a Resolução n° 456 da ANEEL - Agência Nacional de Energia
Elétrica– Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de 29 de Novembro
de 2000, a iluminação de destaque de fachadas e monumentos é também
considerada como iluminação pública.
Segundo Godoy (2003), iluminar o patrimônio histórico é uma diretriz de
embelezamento da cidade por parte da administração pública, uma benfeitoria bem
vista pelos cidadãos e também atrativa para os turistas e que, por isso, deve fazer
parte do Plano Diretor das cidades, garantindo a unidade visual e evitando a poluição
luminosa. Para isso, esse tipo de iluminação deve evitar efeitos de ofuscamento, luz
invasora e implicações na população, nos pedestres, nos sistemas de transporte, em
plantas e animais:
Um ambiente bem iluminado deve utilizar as apropriadas tecnologias
disponíveis, baseando-se nas condições sociais e econômicas da cidade,
suficientemente definidas, objetivando as seguintes questões:
-Utilização somente da quantidade de luz necessária e suficiente para cada
aplicação;
-Utilização de sistemas que não prejudiquem a visão noturna;
-Eliminação do ofuscamento;
-Controle do fluxo luminoso em função da aplicação, do local e do período
noturno. (GODOY, 2003, p.28).
Figura 1 – Releitura urbana através da iluminação do vilarejo e do Castelo Torres Vedras. Fonte:
Revista L+D. Ed. 10, 2006.
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Figura 2 – Efeito de direcionamento do olhar do espectador para o topo do Edifício das Corporações
Medievais criado pela iluminação. Fonte: Revista L+D. Ed. 54, 2015.
Tipos de Iluminação
Existem diferentes tipos de iluminação, definidos pela maneira como a luz
emitida por uma fonte luminosa atinge a superfície iluminada, gerando diferentes
efeitos visuais e alterando a percepção que o observador vem a ter do resultado total
da imagem gerada. Canosa (2003) apresenta uma classificação para os tipos de
iluminação usados nas fachadas arquitetônicas segundo o percurso que a luz faz
antes de atingir a superfície a ser iluminada:
- Luz direta: quando os raios luminosos atingem diretamente a superfície
produz uma sombra precisa. É um recurso muito utilizado na iluminação de fachadas.
Esse tipo de luz pode causar ofuscamento, o que torna importante tomar cuidado com
o posicionamento da fonte luminosa e, se necessário, fazer uso de anteparos para
garantir o conforto visual dos observadores.
- Luz indireta: quando os raios luminosos atingem a superfície a ser iluminada
indiretamente, após serem rebatidos por uma superfície espelhada ou difusa. No caso
da superfície difusa, uma parte da luz é absorvida, gerando uma sombra imprecisa ou
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das sombras que incidem sobre a superfície está diretamente relacionado com a altura
e posição do refletor, bem como os ângulos de focalização (CEMIG, 2012).
A variação entre luz e sombra é decisiva no resultado final do projeto. O efeito
da iluminação apresentará mais contraste quanto mais acentuado forem as
sombras ou mais direcional for a iluminação. [...] isto não significa que esse
efeito contribuirá na valorização da iluminação, mas o excesso na utilização de
contraste pode alterar o entendimento arquitetônico da edificação. (CEMIG,
2012, p.40)
Figura 3 – Variação de luz e sombra na iluminação para composição harmônica e destaque dos
detalhes arquitetônicos do Victoria Theatre and Concert Hall em Singapura. Fonte: Revista L+D. Ed.
54, 2015.
Refletância e Iluminância
Outro fator importante destacado por Eloy (2014) e que deve ser considerado
no projeto de iluminação cênica para determinado monumento é o nível de refletância
(relação entre a luminosidade refletida por uma superfície e o fluxo luminoso que
incide sobre ela) e iluminância (medida em lux e determinada pelo fluxo luminoso
que incide em uma superfície a uma determinada distância) da superfície. O manual
de distribuição de Projetos de Iluminação Pública (CEMIG, 2012) destaca que a
iluminação de um objeto pode ter diferentes percepções dependendo da claridade do
seu entorno imediato. Para isso deve ser calculado o nível de iluminância necessário
para que uma fachada se destaque em determinado contexto e área da cidade.
O nível de iluminância necessário para destacar uma fachada no centro de uma
cidade é maior do que em um bairro residencial periférico, considerando a quantidade
de luz existente em um e outro contexto. A refletância deve ser considerada na
definição dos níveis de iluminância, pois quanto mais clara for a superfície, menor
poderá ser a luz incidente necessária para destaca-la.
Ofuscamento
Além do cuidado da relação entre a iluminação e o edifício, Eloy (2014), destaca
a importância do controle de ofuscamento responsável pela redução da capacidade
de distinguir objetos ou detalhes devido a brilhos intensos ou contrastes excessivos
decorrentes de uma distribuição desfavorável das fontes luminosas.
É imperativo considerar que, em nenhum caso, a iluminação decorativa deve
comprometer o conforto visual dos pedestres e dos condutores de veículos que
transitam no entorno da edificação. Esse cuidado pode ser tomado pelo
posicionamento correto dos equipamentos, considerando a abertura do facho
luminoso e o ângulo de reflexão da luz emitida. Em regras gerais, os refletores devem
ser instalados perpendicularmente ao sentido da via e a abertura do facho luminoso
deve estar limitada ao ângulo de meia intensidade luminosa para evitar desconfortos
aos transeuntes, pedestres e motoristas.
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Equipamentos e Sustentabilidade
A escolha da fonte luminosa é um ponto de grande relevância no
desenvolvimento de qualquer projeto e, segundo Leão (2008), deve, além de ser
adequado aos resultados desejados, atender aos princípios ecológicos e de
sustentabilidade. Para isso, o profissional deve selecionar rigorosamente os
equipamentos e posicioná-los de forma a garantir o máximo de aproveitamento da
luminosidade, evitando desvio de luz e poluição luminosa, e consequentemente o
grave desperdício de energia.
Também é importante considerar a utilização de equipamentos de controle,
como um temporizador para controlar o tempo em que as luminárias ficam ligadas ou
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até mesmo um sistema mais avançado que possa controlar tanto o tempo quanto a
intensidade e as mudanças da iluminação compatíveis com a demanda do projeto e
do espaço.
A iluminação de fachadas e monumentos pode ser feita com diferentes
equipamentos. Dentre os apresentados por Eloy (2014) estão: projetores, lâmpadas,
filtros (de diversos tipos), fibras óticas, LED´s, além de acessórios como postes,
suportes, reatores, ignitores, entre outros. Todos esses equipamentos, em conjunto,
devem ser selecionados de forma a garantir a segurança e a eficiência energética do
projeto de iluminação. Na escolha das lâmpadas é importante considerar tanto sua
eficiência luminosa (relação entre o fluxo luminoso e a energia consumida) quanto
fatores como preço, tonalidade, vida útil e facilidade de manutenção.
Os equipamentos escolhidos variam de acordo com a iluminação projetada pelo
profissional, como indicado por Candura e Godoy (2009):
1) Para iluminação primária ou básica normalmente são utilizados refletores
externos ou embutidos de solo, cujo resultado é uma iluminação homogênea ao longo
da edificação;
2) Para iluminação secundária ou complementar utilizam-se refletores de
menor porte. Equipamentos lineares com lâmpadas fluorescentes ou mesmo LEDs
também podem ser utilizados em casos específicos, resultando na correção de
possíveis distorções criadas pela iluminação primária;
3) Na iluminação de destaque, em geral são especificados spots de pequeno
porte, com iluminação pontual balizadora, embutidos de solo de pequeno porte e até
mesmo equipamentos lineares.
A diferença entre o resultado obtido pelo uso do refletor e do spot é que o
projetor emite luzes mais abrangentes, para superfícies maiores, enquanto os spots
iluminam áreas menores e permitem soluções mais pontuais. A escolha de um ou de
outro deve ser feita considerando o fato das mesmas serem responsáveis pelo
controle e distribuição espacial do fluxo luminoso da lâmpada, direcionado a
determinados objetos e superfícies, buscando evitar o ofuscamento e a poluição
luminosa.
Existem ainda alguns efeitos pontuais, como alguns equipamentos com LED
que não projetam luz, necessariamente, mas fazem a luz surgir da fachada, ou seja,
o edifício não é iluminado, mas sua luz destaca elementos e formas a serem
percebidos pelo observador.
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3 CONCLUSÃO
4 REFERÊNCIAS
FRANCO, Gilberto. O antigo encontra o novo. Revista L+D. Ed. 54, 2015.