CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

FACULDADES DOCTUM DE CARATINGA

LUIZ FELIPE DA SILVA BATISTA

A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NA CRIAÇÂO DE UM CENTRO

CULTURAL, NA CIDADE DE BOM JESUS DO GALHO-MG

CARATINGA
2020

1
!
 LUIZ FELIPE DA SILVA BATISTA

A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NA CRIAÇÂO DE UM CENTRO

CULTURAL, NA CIDADE DE BOM JESUS DO GALHO-MG

Projeto de Pesquisa apresentado ao

curso de Arquitetura e Urbanismo da
Faculdade Doctum de Caratinga, como
requisito parcial para a obtenção do títu-
lo de Bacharel em Arquitetura e Urba-
nismo.

Orientadores: Prof.: Esp. Leonardo de

Souza Caetano e Prof.: Dr.: Rogério
Francisco Werly Costa

CARATINGA
2020


2
!
 DEDICATÓRIA

A todos que se empenham em ver uma sociedade mais justa e igualitária.

Aos que vivem de arte e acreditam que ela pode mudar vidas, possibilitando a in-
clusão de todos.

3
!
 AGRADECIMENTOS

À força divina que sempre me ajudou.

À minha família e amigos que sempre me apoiaram durante a graduação.
Aos colegas de classe e futuros colegas de trabalho, que fizeram meus dias
mais felizes e inesquecíveis.
Aos professores em geral, pela paciência e incentivo durante todo o período.

4
!
 RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo apresentar como a arquitetura, pode

apresentar aspectos e configurações que auxiliam na criação de projetos culturais
como por exemplo, centros culturais em pequenos municípios, com intuito de impul-
sionar interesses voltados à sociedade , relacionados a cultura local de maneira que
a população consuma e conheça as manifestações culturais por ela apresentada,
assim direcionando o desenvolvimento e protegendo as diversas atividades culturais
presentes em municípios como Bom Jesus do Galho-MG. O intuito do trabalho foi
apresentar a realidade de um grupo de moradores do município, que buscam apre-
sentar a cultura às pessoas por meio de um instituto, este que por sua vez tem sede
em local sem estruturas arquitetônicas adequadas, onde não é devidamente projeta-
do para exercer as funções as quais o grupo necessita, de forma a não atender os
requisitos e necessidades dos frequentadores, que por sua vez limitando as tarefas
realizadas, além afastar os usuários. O processo metodológico foi constituído inici-
almente por um levantamento geral dos aspectos do local em estudo, por meio de
registros fotográficos dos principais pontos do instituto, reconhecendo os erros, pato-
logias e limitações de projetos, afim de realizar uma análise corretiva baseada em
projetos e aspectos arquitetônicos de acessibilidade e desempenho para transfor-
mação do meio em local adequado ao funcionamento de atribuições culturais. A me-
todologia apresentou ainda uma pesquisa de campo e entrevistas com os moradores
da cidade, afim de obter informações relacionadas à opinião da população no que se
refere a junção de arquitetura e cultura na cidade. Com isso, obteve-se diretrizes ca-
pazes de identificar diversos problemas que afetam os usuários do Instituto causa-
das pela falta de setorização, e assim, foi possível elaborar junto com o fundador e
os representantes do Instituto, sugestões e ideias de como melhorar a imagem arqui-
tetônica do edifício, e por fim adequar a ele necessidades básicas , melhorando a
percepção da população quanto a sua cultura e quanto ao ambiente destinado a
apresenta-la.
Palavras-chave: Centro Cultural; Atividades Culturais; Arquitetura; Setorização.

5
!
 ABSTRACT

The purpose of this work was to present how architecture can help to create a
Cultural Center project with the objective of boosting interests so that society can
consume and learn about local culture, thus directing development and protecting the
diverse cultural activities present in Bom Jesus do Galho-MG. The purpose of the
work was to show the reality of a group of people who seek to present culture to peo-
ple through an Institute, but because the location where the headquarters is located
is not properly designed to perform the functions they need, it ends up alienating
users and limiting the Institute's tasks. The methodological process consisted of se-
veral photographic surveys, so that to know the existing pathologies in the headquar-
ters building of the Institute in order to transform it into a true Cultural Center, field re-
search and interviews with the residents of the city, in order to gather information
about how the population sees the junction of architecture and culture. With this, in-
formation was obtained to identify several problems that affect the users of the Insti-
tute caused by the lack of sectorization, and thus, it was possible to elaborate to-
gether with the founder and representatives of the Institute, suggestions and ideas on
how to improve the architectural image of the I build and adapt it to pending needs,
improving the population's perception of their culture and the environment intended to
present it.
Keywords: Cultural Center; Cultural Activities; Architecture; Sectoriza-
tion.

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!
LISTA DE IMAGENS

Imagem 1- Fachada Centro Cultural Georges Pompidou.......................................XII

Imagem 2- Fachada Centro Cultural São Paulo.....................................................XIII
................................................................................................................................
Imagem 3- Fachada Centro Cultural de
Jabaguara.................................................XIII
Imagem 4- Localização do Centro Cultural UFG....................................................XVI
Imagem 5- Fachada voltada para a praça.............................................................XVII
Imagem 6- Planta térreo........................................................................................XVII
Imagem 6.1- Planta Primeiro Pavimento..............................................................XVIII
Imagem 7- Localização do Centro Cultural Arauco.............................................. XIX
Imagem 8-. Fachada do Centro Cultural................................................................XX
Imagem 9- Planta térreo.........................................................................................XX
Imagem 10- Planta Primeiro Pavimento. ...............................................................XXI
Imagem 11- Jardim Externo...................................................................................XXI
Imagem 12- Mapa do município de Bom Jesus do Galho como cidade, no Brasil e
em Minas Gerais, respectivamente.......................................................................XXII
Imagem 13- Grupo Teatral Encenação da Paixão de Cristo...............................XXIV
Imagem 14- Desfile de 7 de setembro................................................................XXIV
Imagem 15-- Festa do Senhor Bom Jesus, Jubileu.............................................XXIV
Imagem 16- Projeto de Percussão de Rua, Para Estimular a Inclusão de Jovens
Através da Arte.....................................................................................................XXVI
Imagem 17- Alunos Durante a Febrat.................................................................XXVII
Imagem 18- Alunos Participando de Cursos Oferecidos Pelo Instituto Criar…..XXVII
Imagem 19- Croqui Instituto Criar.......................................................................XXIX
Imagem 20- Fachada Principal do Edifício Sede do Instituto Criar.....................XXX
Imagem 21- Acesso e Escada do Acesso..........................................................XXXI
Imagem 22- Piso.................................................................................................XXXI
Imagem 23- Cozinha................................. ........................................................XXXII
Imagem 24-Banheiros........................................................................................XXXIII
Imagem 25- Sala de Atividades Culturais..........................................................XXXIII
Imagem 26- Telhado e Umidade Causada Pela Chuva....................................XXXIV

7
!
Imagem 27- Mureta da Fachada Principal e Piso.............................................XXXV
Imagem 28- Janelas..........................................................................................XXXVI
Imagem 29- Mureta do Corredor e Entulhos do Térreo ....................................XXXVI
Imagem 30- Gráfico da Pergunta: Idade dos Entrevistados..............................XXXVII
Imagem 31- Gráfico da Pergunta: Considera Importante Um Espaço Destinado A
Atividades Culturais Na Cidade? .....................................................................XXXVII
Imagem 32- Gráfico da Pergunta: Um Projeto Arquitetônico Pode Fazer Com Que
O Instituto Criar Atraia Novos Usuários? ........................................................XXXVIII
Imagem 33- Programa de Necessidades........................................................XXXIX

8
!
SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................III

ABSTRACT .........................................................................................................IV
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................VIII
2. REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................IX
2.1.A IMPORTÂNCIA DA CULTURA ...................................................................X
2.2.A ARQUITETURA DE CENTROS CULTURAIS - CONTEXTUALIZAÇÂO ...X
2.3.CENTRO CULTURAL: A IMPORTÂNCIA DA ACESSIBILIDADE E CONFORTO
AMBIENTAL...................................................................................................XIII
3. OBRAS REFERENCIAIS ...............................................................................XV
3.1 CENTRO CULTURAL UFG............................................................................XV
3.2 CENTRO CULTURAL ARAUCO ...................................................................XVII
4. CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIDADE ONDE SE INSERE OBJETO DE ESTU-
DO XXI
4.1 HISTÓRICO DE BOM JESUS DO GALHO/MG ............................................XXI
5. INSTITUTO CRIAR .........................................................................................XXIV
5.1 LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO DO EDIFÍCIO SEDE DO INSTITUTO
CRIAR ................................................................................................................... ......
................................................................................................................XXIVI
5.2 PESQUSIA COM A COMUNIDADE ACERCA DA IMPORTANCIA DESTE EQUI-
PAMENTO PARA O
MUNICÍPIO ........................................................................................................... ......
..............................................................................................................XXXV
5.3 LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES, PARA PLENO FUN-
CIONAMENTO DO INSTITUTO
CRIAR...............................................................................................................XXXVI
6. CONCLUSÂO ..................................................................................................XL

9
!
1. INTRODUÇÃO

A arte contribui para o entendimento e crescimento tanto social quanto psi-

cológico de uma pessoa, sendo possível mudar hábitos e gerar economia para
determinada cidade, por meio de sua cultura artística. A arte pode e deve ser vista
como instrumento de inclusão social, complementando as diversas formas de de-
senvolver aprendizagens (CARVALHO, 2017).
Um centro cultural pode ser descrito como a estrutura arquitetônica necessá-
ria ao acontecimento de atividades culturais diversas e têm função de promover a
cultura e arte entre os habitantes de uma comunidade (CONCEITO, 2013).
Uma organização não governamental (ONG) é uma instituição criada pela
inciativa privada, através de associações coletivas sem fins lucrativos. As ONGs
atuam em diversas áreas, podendo ser ligadas a causas ambientais, dos direitos
dos animais, da proteção das minorias, esporte, cultura, dentre outros (PORFÍ-
RIO, FRANCISCO, 2020).
Situado na cidade de Bom Jesus do Galho-MG, o “Instituto Criar”, fundado
em 2004, funciona como um semeador de arte local, tendo como objetivo principal
a inclusão social de jovens de baixa renda na cadeia produtiva da cultura, ofere-
cendo condições para que estes tenham acesso ao contexto artístico das diversas
manifestações culturais. O edifício receptor do espaço destinado ao Instituto Criar,
é conhecido no município pelo nome de “Casa da Criança”, o mesmo espaço teve
outras destinações como Escola Municipal, Creche, e Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS) e está localizado na praça central da cidade.
Por se tratar de uma edificação cedida pela Prefeitura para vários fins, reci-
cladas ao longo do tempo, denota-se que tal estrutura não foi concebida e pro-
gramada originalmente para receber e atender a um programa de necessidades
arquitetônicas mais relevantes, não apresentando, portanto, condições de abrigar
um Centro Cultural e quaisquer atividades interligadas a ela, tanto pelo seu aspec-
to funcional, quanto pelo aspecto visual artístico . Neste sentido, justifica-se o pre-
sente trabalho à necessidade de se analisar e explorar a realidade do conceito
arquitetônico ora existente na Sede do Instituto Criar, de forma a se obter dados

! 10
 funcionais, técnicos e construtivos, visando estabelecer um diagnóstico sobre as
condições arquitetônicas existentes para o pleno funcionamento desta Instituição
na atual sede, de forma a intervir de maneira relevante nos aspectos essenciais
de um espaço destinado a cultura.
Este trabalho se desenvolveu em Bom Jesus do Galho, cidade situada no in-
terior do estado de Minas Gerais, região sudeste do país, localizada no Vale do Rio
Doce, possuindo mais de 15.010 habitantes (IBGE, 2018). A principal manifestação
cultural no município é o artesanato, alguns grupos teatrais e de manifestações tra-
dicionais.
O objetivo geral apresentado para realização deste trabalho, se baseia no de-
senvolvimento de análises críticas do espaço em questão, quanto à sua arquitetura e
acessibilidade, através de levantamento de dados baseados no histórico de utiliza-
ção local e a atual condições da própria arquitetura , de forma a se obter um diag-
nóstico prévio de medidas necessárias, no que se implica no pleno funcionamento
desta instituição, e assim estabelecer diretrizes arquitetônicas para uma adequação
ou estruturação e composição de uma nova sede para a mesma.
Os objetivos específicos aqui estabelecidos, visam auxiliar no alcance do ob-
jetivo geral, para tanto serão realizados estudos diversos, tais como:
1. Levantamento arquitetônico do edifício sede do Instituto;
2. Realização de pesquisas com a comunidade, acerca da importância
deste patrimônio artístico local, como ferramenta de manifestações
culturais para com município;
3. Análise do programa de necessidade, no que se refere a ideal com-
plementação para o pleno funcionamento do Instituto, através de
pesquisa baseada em opiniões dos responsáveis
A metodologia adotada foi constituída por estudos bibliográficos direcionados
a levantamento teórico de estruturação arquitetônicas, bases técnicas de controle de
necessidade, distribuição de espaços, flexibilidade, aspectos disciplinares e ainda
sobre o planejamento de edificação de contemplação de espaços culturais, tendo em
vista fatores relevantes no aspecto de subsídios arquitetônicos tais como tipologia,
localização e papel simbólico. Pesquisa de obras análogas referenciais que forne-
çam base projetivas e de funcionamento para estruturas arquitetônicas onde funcio-
nam centros culturais e as atividades culturais vinculadas a este. Posteriormente foi

!11
desenvolvido a busca de informações coletadas através de entrevistas aos membros
responsáveis, tendo em vista que a percepção dos frequentadores acerca do espaço
é de suma importância, quando retratado as condições que o mesmo oferece, foi re-
levante ainda uma pesquisa de campo com cidadãos do município, estes que por
sua vez desempenham papel importante na análise e estruturação de possíveis mo-
dificações.
Isto posto, ao término deste trabalho almeja-se obter um diagnóstico das ne-
cessidades arquitetônicas necessárias para que o instituto Criar possa exercer suas
funções de forma pertinente, em conformidade com o perfil da população local, pro-
movendo assim o desenvolvimento da Cultura no Município de Bom Jesus do Galho
e a inclusão social de pessoas que não tem acesso a Cultura.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão abordadas bibliografias relacionadas ao tema perti-

nente a elaboração de estudos prévios de complementação do trabalho supraci-
tado, apresentando os mais relevantes conceitos, características e intersecções
acerca do assunto abordado, do ponto de vista técnica elaborada por outros auto-
res.

2.1 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA

A Cultura está e sempre esteve presente em nosso dia a dia, manifestada em

diversas formas e atividades. Segundo Regina (2006), a cultura é o jeito próprio de
ser, estar e sentir o mundo, fazendo com que determinada pessoa a expresse de
uma forma característica, tendo variedades de riqueza, formas e existências.
É de suma importância buscar conhecer a história da cultural local, e desta
forma se estabelecer como cidadão na sociedade, através da conexão sociocultural
a qual existe em quaisquer espaço de cidadania. “Um povo que não tem raízes aca-
ba se perdendo no meio da multidão. São exatamente nossas raízes culturais, fami-
liares, sociais, que nos distinguem dos demais e nos dão uma identidade de povo,
de nação” (PEDROSO, 1999).
Ao se referir em importância e valorização, Canclini (2003, p.44) afirma que
existem duas maneiras, sendo a primeira pelas formas que possuímos de comunica-
ção, diversos gestos, mandigas da nossa cultura, concluindo o valor de cada mani-

! 12
festação, a segunda são as manifestações, que acelera uma disputa a competição
sadia, trabalhado a criatividade, a terceira e não menos importante é o afeto, sem
distinção.
Pode-se entender segundo Santos (1996) que cultura é como um tipo de di-
mensão do processo social e a utilizá-la como instrumento para compreender as so-
ciedades contemporâneas. Por ser tão extensa não se deve discuti-la, ignorando a
quão poderosa ela é socialmente (SANTOS, 1996, p.80).
É importante que todos grupos culturais, classes e meios sociais, trabalhem
suas particularidades e ao mesmo tempo, mas de modo que uma não passe uma
imagem de domínio para a outra, pois não é a intensão, buscando lutar contra a de-
sigualdade e pela transformação da cultura (COELHO,1997). Isto posto, é fácil ob-
servar que o conhecimento artístico cultural se baseia em toda sociedade e o estilo
de vida a que se assemelha, podendo gerar mudanças, crenças e unificação de dife-
renças.

2.2 A ARQUITETURA DE CENTROS CULTURAIS- CONTEXTUALIZAÇÃO

A Sociedade sempre anseia por transformações, e neste direcionamento,

caminhou também o meio cultural, construídos com o objetivo de promover a ima-
gem da cidade, o poder público usou estes ambientes como se fossem mercadorias,
e então desde sempre meios culturais servem como um meio de divulgação de cida-
des (NEVES, 2012).
A iniciativa de usar a arquitetura de centros culturais para divulgar a imagem
de cidades, vem da Europa, a França e Inglaterra passaram a investir em cultura e
democratizar, o que fez gerar em vários países interesse no assunto, mas a França
em 1975 foi a primeira a concluir a iniciativa, com a inauguração do Centro Nacional
de Arte e Cultura Georges Pompidou (imagem 1), sendo um incentivo para o inves-
timento de centros culturais em todo o mundo (Silva, 1995).

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Imagem 1 – Fachada Centro Cultural Georges Pompidou

!
Foto: Klook

De acordo com Neves (2012) a medida em que o direcionamento do poder

público visou o interesse da sociedade pela cultura, foi desencadeado inúmeros in-
vestimentos em arquitetos de renome, buscando criar, por tanto, centros culturais
monumentais e emblemáticos, logo criando uma imagem aperfeiçoada da cidade,
além de incentivar e promovendo o turismo, no entanto de acordo com o autor, a
construção deve proporcionar mais que capital, ela deve criar laços com a comuni-
dade, e o local em que é inserida, proporcionando informações culturais para todos
os tipos de classe social, promovendo a interação de todos os grupos.
Os primeiros centros culturais implantados no Brasil foram na década de 80,
após indícios de interesse por meio do Ministério da Educação com o Programa de
Ação Cultural, ambos surgiram em São Paulo, sendo eles o Centro Cultural São
Paulo (imagem 2) e o Centro Cultural de Jabaquara (imagem 3) (Ramos,2007). O
Brasil então passa a tencionar como a cultura pode gerar capital e ao mesmo tempo
ser alvo de outros países como exemplo de atividades artísticas, seja a arquitetura
empregada ou pela vinda de turistas, acometidos pela exuberância de heranças cul-
turais construídas ao longo do tempo.

! 14
Imagem 2- Fachada Centro Cultural São Paulo

!
Foto:Shieh

Imagem 3- Fachada Centro Cultural de Jabaquara

!
Foto:Archdaily

Nesta linha de raciocínio, é fácil evidenciar como o poder público ampliou

através de leis de incentivo a visão crítica aos espaços culturais, tornando-os, por-

! 15
tanto, mais abrangentes.
O poder público tem realizado diversos investimentos nesse tipo de constru-
ção. Os centros culturais brasileiros, diante de uma diversidade da produção, possi-
bilitam identificar quatro formas: a grande construção; a restauração; o remendo; e a
mistura grossa (MILANESI, 2003, p. 172).
No contexto que se refere a projeção de centros culturais, segundo Milanesi
(2003) ele pode ser implantado em qualquer espaço, no entanto antes deve ser feita
uma análise do imóvel, para que desta forma possa passar por alterações e posteri-
ormente aptos a liberação para uso. “São criadas geralmente em edifícios, que ge-
ralmente desenvolvem outras atividades. No entanto, os projetos são realizados, os
edifícios são construídos, reformados ou restaurados, para abrigar os Centros Cultu-
rais.” (MILANESI, 2003, p. 172).
O profissional de arquitetura ao realizar o planejamento de um espaço cultu-
ral, disposto a centro de cultura, deve-se ter em vista, a necessidade de espaços
para conhecimento, convivência, discussão e criação, explica Milanesi (2003, p.
199). Ou seja, o arquiteto precisa estar ciente das informações cabíveis no ato de
estruturação e elaboração do projeto conforme necessidade da instituição e quais
atividades culturais serão realizadas, para que dessa forma, o programa atenda
condições básicas e não ocorrer incidentes futuros, ao longo do exercício das ativi-
dades dentro do espaço cultural.

2.3 CENTRO CULTURAL: A IMPORTÂNCIA DA ACESSIBILIDADE E CONFORTO

AMBIENTAL

A acessibilidade e o conforto ambiental são elementos de extrema importância

no ato de projetar, visto que enquanto a acessibilidade tem o poder de englobar e
promover a igualdade, o conforto ambiental possui a funcionalidade de proporcionar
bem-estar de modo a deixar o ambiente mais apto às necessidades dos frequenta-
dores
No Brasil, os profissionais que atuam na área da construção civil e planeja-
mento urbano tem como referência a ABNT NBR 9050, usada para acessibilidade,
esta norma aplica-se em ambientes, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e
elementos a maior quantidade possível de pessoas, não importando a sua idade, es-

! 16
tatura, limitação ou percepção, assim não gerando exclusão.
Entende-se que, parcela dos ambientes considerados públicos, não possuem
normais adequadas de acessibilidade, uma vez que não apresentam significativa-
mente uma receptividade para aqueles que possuem alguma necessidade (BIT-
TENCOURT, 2002). Ainda conforme autor, é possível compreender que a acessibili-
dade é um processo que possibilita a liberdade do ser humano, por meio do ir e vir.
Pois permite que as pessoas possam conviver nesse espaço de maneira que não se
sintam diferentes ou limitadas, tendo em vista o conhecimento o direito de cidadania,
por meio da inclusão nas atividades que proporcionam a sua integração.
O Autor Cambiaghi (2012) explica que, os deslocamentos dessas pessoas
devem ocorrer, levando em consideração a autonomia e segurança, por isso deve-se
pensar em acessibilidade em projetos, assim os usuários terão o perfeito aproveita-
mento do espaço, e conseguir desenvolver as atividades oferecidas pelo Centro Cul-
tural.
Sobre Conforto Ambiental, compreende-se como diversas condições ambien-
tais com o objetivo de proporcionar para o homem seu bem-estar acústico, térmico,
antropométrico e visual, além de garantir a qualidade do ar e do conforto olfativo
(LAMBERTS et al.2014). Atualmente, na arquitetura o termo “Bioclimática” tem sido
um assunto muito discutido pelos profissionais, o uso em edificações alcança melho-
rias em conforto, sem a necessidade de usar equipamentos elétricos, tornando o
projeto com custo-benefício viável.
O termo “Bioclimático”, abrange diversas definições , seja por meio da arqui-
tetura integrada - referente da adaptação ao ambiente físico, socioeconômico e cul-
tural, usando materiais próprios da região e as técnicas mais tradicionais auxiliando
assim na inclusão visual e diminuindo os impactos ambientais -, ou pela arquitetura
de alta eficiência energética, que busca economizar de modo que quanto menos
usar a energia elétrica melhor, seja por meio de captação, produção ou transforma-
ção realizada no interior da construção, assim reduzindo o consumo energético e
diminuindo a poluição ambiental (CORREA, 2001).
Segundo Schiffer (2001) o arquiteto deve compreender que adequar a arquite-
tura da construção em um determinado local, onde ele for construído, é oferecer ao
homem condições de conforto, pensando sempre em alguma maneira de diminuir o
frio, o calor ou ventos, proporcionando ao mesmo tempo espaços tão aconchegantes

! 17
como estar no ar-livre em climas amenos.
De acordo com a ABNT (2005) a norma responsável por estabelecer conjun-
tos de recomendações técnicos-construtivas para garantir a melhoria do conforto
térmico é a NBR 15220-3, definindo técnicas de acordo com a divisão do território
brasileiro, sem oito zonas bioclimáticas distintas. Ainda que assim, em dias muito
quentes ou muito frios pode ser necessário o uso de aquecedores ou ar-condiciona-
do, para não gerar desconforto aos usuários (ABNT, 2005).

3. OBRAS REFERENCIAS

Neste capítulo foram apresentadas obras de referências, que podem ser

usadas de subsídios relevantes de análise e propostas de intervenção de melhoria
para o instituto cultural supracitado, uma vez que com o objetivo de exemplificar a
importância de projetos mais modernos e de confortos físicos e visuais, que possam
atender locais de acesso a atividades artísticas e meios de comunicação pela socie-
dade, visto que a necessidade empregada pela tipologia e finalidade do local, onde a
base de infraestrutura, arquitetura e de acessibilidade são de extrema importância
no contexto final de utilidade das atividades culturais, e por fim serem empregadas
como ideias de implantação no Instituto de Bom Jesus do Galho.

1. CENTRO CULTURAL UFG

O Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás, é situado junto a Praça

Universitária (imagem 4), em Goiânia, Construído em 2010, projeto de autoria do ar-
quiteto Fernando Simon, após a construção do centro cultural na cidade, a praça ga-
nhou diversos novos usos e pessoas com outros interesses, aumentando o indicie
de interesse cultural dos moradores e universitários.

Imagem 4- Localização do Centro Cultural UFG.

! 18
!
Fonte: Archdaily

O local atualmente recebe um grande grupo de pessoas, principalmente a

comunidade universitária da Federal e PUC Goiás, o centro cultural é situado em
uma esquina com sua fachada principal voltada para a praça (imagem 5) dando a
sensação de integração dos dois, ambiente este onde antes abrigava um galpão,
que funcionava uma oficina de manutenção de veículos.

Imagem 5- Fachada voltada para a praça.

!
Fonte: Archdaily

A restauração do galpão contou com a realização de um processo de recon-

versão arquitetônica, de tal forma que a modificação do ambiente pudesse oferecer
estrutural e espaço que abrigasse um espaço cultural inteiro, voltado para receber a
execução de diversas formas atividades culturais, tendo no seu interior a proposta

! 19
de três (3) setores principais, sendo a administração, teatro e galeria de arte (ima-
gem 6 e 6.1).

Imagem 6 – Planta térreo.

1- ENTRADA TEATRO 6- ADMINISTRAÇÃO E REUNIÃO 11- ANTE- SALA 16- DEPOSITO EXPOSIÇÃO
2- ENSAIOS E DANÇA7- AÇÃO EDUCATIVA 12- DEPÓSITO GALERIA 17- TEATRO
3- SANITÁRIOS 8- ACERVO 13- COPA 18- SALA DE EXPOSIÇÕES
4- SECRETARIA 9- FOYER 14- DML 19- ENTRADA EXPOSIÇÕES
5- RECEPÇÃO 10- CIRCULAÇÃO 15- ESCADA

Fonte: Archdaily

Imagem 6.1 – Planta Primeiro Pavimento.

! 20
 !
20- EQUIPAMENTOS DE SOM 25- SALA DE CAMERAS
21- MAQUINAS TEATRO 26- SANITARIO
22- GUARDA MATERIAL 27- PASSARELA
23- VARA DE LUZ DO TEATRO 28- AR CONDICIONADO E INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
24- TELEFÕNICAS
Fonte: Archdail

A estrutura original pertencente ao antigo galpão, foi construída em estruturas

pré-moldadas e em concreto armado, todavia, caso seja necessários modificações
entre o que já foi construído, com a inserção de novos pavimentos ou repartições
atribuídas a outras atividades, foi inserido pelo arquiteto estruturas metálicas inde-
pendentes, tanto no interior da construção, quanto no exterior, o que permitiu portan-
to a intervenção e modificações para com o local, transformando-o posteriormente
no centro cultural, mas sem perder a imagem original de um galpão.

2. CENTRO CULTURAL ARAUCO

Localizado na cidade de Arauco – Chile (imagem 7), o centro cultural Arauco

é considerado relevante centro cultural, sua criação se deu após terremoto ocorrido
no país no ano de 2010, que teve como uma das consequências, a danificação da
biblioteca municipal e do Teatro municipal Luis Jery, este fato levou a iniciativa de um
arquiteto a reconstruir o patrimônio perdido, levando então a construção de uma ins-
tituição a qual abrigaria novamente os monumentos destruídos.

Imagem 7 – Localização do Centro Cultural Arauco.

! 21
!
Fonte: Archdaily

A iniciativa do edifício, portanto, se dá pela ideia de criação de um espaço que

se torne um ponto de encontro, participação e expressão, pela público que ali per-
tence, além de consolidar um ponto importante da cidade, sendo permeável aos
usuários e aos visitantes, dessa forma se tornando um ambiente de inclusão a todos
que possam de alguma forma participar de quaisquer eventos ali recriados no espa-
ço cultural. (imagem 8)

! 22
Imagem 8 – Fachada do Centro Cultural

!
Fonte: Archdaily

O edifício é composto por 2 pavimentos, sendo o térreo e o primeiro

pavimento, nas acomodações do térreo se encontram as atividades massivas e pú-
blicas, o foyer, a loja, cafeteria, teatro e as salas multiuso, interligadas com o exterior
(imagem 9).

Imagem 9 – Planta térreo.

! 23
!
Fonte: Archdaily

Já o segundo pavimento foi construído a partir da disposição térreo, no

entanto utilizando parte que no térreo conforta a calçada que libera o acesso e pas-
sagem dos pedestres, o pavimento abriga a biblioteca, que por ser um local de maior
conforte, permite também ter menos obstruções sonoras. (imagem 10).

Imagem 10 – Planta Primeiro Pavimento.

!
Fonte: Archdaily

O espaço conta ainda, com espaço dedicado a jardinagem, onde define o es-

! 24
paço como lugar de lazer, permitindo, portanto, o usuário a realização de leitura,
ponto de encontro de grupos e entre outras atividades. (imagem 11).

Imagem 11 – Jardim Externo.

!
Fonte: Archdaily

A criação do espaço cultural, trouxe consigo a renovação de elementos perdi-

dos ao longo do tempo, levando então, a frequente presença de usuários que com o
tempo deixaram de frequentar, trouxe ainda novos meios de lazer, seja pelo café ou
até mesmo pela calmaria e conforte, permitindo, portanto, que as atividades ali fre-
quentadas se tornam assíduas e proveitosas, intensificando e valorizando ainda
mais espaços artísticos e de manifestações culturais.
A percepção ao fim da análise das obras supracitadas, é considerada de im-
portância na realização do trabalho, uma vez identificado que o programa de neces-
sidade a diversos ambientes devem seguir normas e padrões arquitetônicas de con-
forto e idealização, que são de suma importância em centros culturais, e as variáveis
de escolha de cada espaço, se dão pela necessidade de cada atividade, que deve
seguir no mínimo uma setorização adequada, com salas multifuncionais e áreas des-
tinadas ao lazer, prática das atividades, bem como as apresentações das mesmas
ao público pertencente ao espaço.

4. CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIDADE ONDE SE INSERE OBJETO DE ESTUDO

! 25
 Nesta etapa foram analisados contextos histórico, geográfico e social a qual
se insere o objeto captado para estudo, durante a realização do presente trabalho
de conclusão de curso, sendo, portanto, o centro cultural pertencente a cidade de
Bom Jesus do Galho- MG.

4.1 HISTÓRICO DE BOM JESUS DO GALHO/MG

A sede do Instituto Criar está inserida no município de Bom Jesus do Galho,

no estado de Minas Gerais MG (imagem 12), a cidade foi fundada na data de 1880 e
o seu nome de acordo com fatos históricos de contexto histórico do município, foi
concedido pelo fundador Adão Coelho, que após contrair uma doença, que conside-
rada incurável, aclamou pelo senhor Bom Jesus. (IBGE, 2001).

Imagem 12- Mapa do município de Bom Jesus do Galho como cidade, no Brasil e em Minas Gerais, respectiva-
mente

! Fon-
te: Adaptado do Google Earth, 2020.

Localizada a cerca de 300 km da capital, o município pertence ao colar me-

tropolitano do Vale do Aço. Possui uma extensão territorial de 592,289 km² e apre-
senta uma população de 15 010 habitantes (IBGE, 2018).
Sua economia está baseada na agropecuária e na área prestação de servi-
ços, possui um clima tropical, tendo muito mais pluviosidade no verão que no inver-
no. Segundo Geiger (2004), a temperatura média anual é de 22 °C, uma pluviosida-
de média anual de 1163 mm.
As principais manifestações culturais presentes no município são, o artesana-

! 26
to, e por se tratar de uma cidade cristã, acontecem teatros e danças em determina-
das épocas do ano, como por exemplo na semana santa, onde um grupo de pesso-
as se reúnem, normalmente no centro da cidade para as apresentações, as mesmas
acontecem na praça da cidade, pelo falta de lugar destinado, portanto , para ativida-
des e manifestações culturais, os ensaios e apresentações seguem a mesma orien-
tação e o mesmo local de execução. (imagem 13).

Imagem 13- Grupo Teatral Encenação da Paixão de Cristo

!
Fonte: Arquivo Pessoal, 2018.

Outro evento marcante de manifestação cultural que acontece na cidade, é

apresentação destinada a comemoração da data da independência do brasil, comu-
mente chamada pela população por desfile de “7 de Setembro” (imagem 14), O

! 27
evento conta com a colaboração de todo município, principalmente das instituições
municipais e estaduais como as escolas, grupo musical, entre outros. As apresenta-
ções anuais contam com elaboração de desfiles cívicos, com apresentação de nú-
meros de dança, confecção de maquetes temáticas, musicas, e figurinos de diversos
temas representativos ao país, visto que é reconhecido pela cidade como um dos
principais eventos comemorados pela cidade e por todo Brasil, onde é celebrado a
independência do país.

Imagem 14- Desfile de 7 de setembro

!
Fonte: Folhadocomercio, 2019.

No entanto o evento considerado de maior público na cidade, é a festa do

Senhor Bom Jesus, também conhecida como “Jubileu” (imagem 15), festa comemo-
rativa e centralização religiosa, em homenagem ao Senhor Bom Jesus, que por sua

! 28
vez é realizada pelos fieis da cidade e romeiros vindo de várias partes da região, se-
gue ainda a comemoração do aniversário da cidade, que permite através da junção
das datas comemorativas a iniciativa de várias atividades artísticas , como apresen-
tações de alguns grupos teatrais e de manifestações tradicional popular, missas rea-
lizadas a céu aberto durante toda duração do evento, sendo uma das maiores festas
da região, recebendo portanto, inúmeras pessoas vidas das cidades próximas,
chamados de romeiros por toda região, e até de fora do estado.
Imagem 15- Festa do Senhor Bom Jesus, Jubileu

!
Fonte: Diário de Caratinga, 2019.

A manifestação cultural supracitada é considerada de suma importância pelo

do valor artístico e cultural, bem como o valor comercial, visto que as vendas são
alavancadas durante o período de festa, uma vez que o jubileu do senhor bom jesus
é tradicional pelos enormes números de barracas espalhadas por todo centro da ci-
dade, oferecendo vários tipos de produtos religiosos, vestuários, brinquedos, entre
outros. O “Jubileu” recebe cerca de cinco mil pessoas na praça central da cidade, o

! 29
evento tem a durabilidade de cerca de sete dias e é muito respeitado e adorado pela
população.
É perceptível ainda notar que a cidade tem manifestações culturais presentes
em seu contexto histórico, mas a falta de um espaço que atendam às necessidades
básicas de adequação de cada número ou apresentação, ou até mesmo as informa-
ções e divulgação do contexto cultural do município, acabam por desvalorizar o
meio, visto que o incentivo e a dissipação das informações acerca do conteúdo his-
tórico do município, é o que atrai olhares tanto dentro da própria cidade, como fora
dela, buscando assim valorização e reconhecimento do patrimônio histórico que por
ser considerado a cidade de Bom Jesus do Galho, pois por se tratar de uma cidade
centenária é de suma importância mostrar a sua história, riquezas e suas diversas
formas culturais, podendo assim ser demonstrada inicialmente por intermédio de ins-
titutos e meios culturais, como o centro cultural em estudo, se tornando posterior-
mente semeador de informações e ao mesmo tempo um receptor de atividades cul-
turais.

5. INSTITUTO CRIAR

Por meio de uma entrevista informal o professor e idealizador do Instituto Cri-

ar, Reginaldo Eustáquio, diz que, ‘’O propósito do Instituto é servir de apoio ao cida-
dão que busca o autodesenvolvimento cultural, cognitivo e emocional, resgatar jo-
vens das ruas, desenvolver a autoestima, resgatar manifestações artísticas na re-
gião, e possibilitar inclusão social dentre outros benefícios”. Destaca ainda que o co-
nhecimento vem de um exercício fundamental no processo de aprendizagem, e sub-
sidio de conhecimento e cultura.
A iniciativa de criar o Instituto Criar surgiu no ano de 2003 (imagem 16), após
se deparar com muitos jovens sem nenhum tipo de acesso à cultura, em entrevista o
idealizador ressalta ainda que, desde o início dos projetos criados por ele, foram en-
frentados vários contratempos e problemas, visto que entre eles destacou-se a falta
de um local adequado para reunir os jovens e posteriormente realizar as atividades
propostas.
Sem sede para dar início ao projeto do Instituto Criar, os ensaios e reuniões
eram realizados em lugares adaptados, como por exemplo casas, salas de aula im-
provisadas de determinadas escolas, e em situações mais extremas, ensaios e reu-

! 30
niões feitas até mesmo rua (problema este enfrentado ainda por outros grupos que
executam atividades artísticas na cidade e de outras manifestações culturais presen-
tes no município), o início do projeto teve como base apresentações de dança de
rua, percussão e palestras de ciências dada pelo fundador do Instituto.

Imagem 16- Projeto de Percussão de Rua, Para Estimular a Inclusão de Jovens Através da Arte.

!
Fonte: Arquivo Pessoal De Reginaldo Eustáquio, 2003.

Ao longo deste período, Reginaldo através da percepção cultural construída

ao longo das experiencias vividas durante os projetos os quais participou, identificou
que a cultura local precisava ser conhecida por todos os munícipes e visitantes, não
somente os jovens que aos poucos aderiram e ingressaram no projeto, mas como
um todo, e dessa forma, foram surgindo a ideia de disseminar a toda população a
valorização da cultura local por meio de execução de projetos de incentivos e apoio
a todas atividades ali praticadas, investindo assim, na transferência de conhecimen-
tos e conexão entre as pessoas, com o maior objetivo de levar a toda a população a
importância cultural, e esclarecendo ainda que a cultura ainda poderia ser ferramen-
ta eficaz de inclusão, podendo capacitar jovens e adultos, que futuramente movi-
mentariam a renda e economia do município.

! 31
 Inaugurado oficialmente em 2020, o Instituto está localizado na Rua José Sa-
turnino da Silva, número 292, no centro da cidade, o edifício que abriga sede do ins-
tituto é conhecido no município pelo nome de “Casa da Criança”, e já funcionou
como Escola Municipal, Creche, e Centro de Referência de Assistência Social
(CRAS).
O Instituto tem atendido por meio de um projeto os alunos da Escola Estadual
Padre Dionísio, sendo crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, com o auxílio presta-
do pelo Instituo alguns destes alunos conseguiram ser classificados para participar
de uma Feira de Ciências na Inglaterra (imagem 17), após ganharem o prêmio de
primeiro lugar e segundo lugar na FEBRAT em 2019 (feira cientifica que promove a
divulgação dos trabalhos desenvolvidos por estudantes da Educação Básica e Edu-
cação Profissional e Tecnológica), todo o trabalho oferecido pelos educadores do
Instituto Criar é de forma voluntaria.

Imagem 17- Alunos Durante a Febrat

! !
Fonte: Diariodecaratinga, 2019.

O instituto oferece ainda, o atendimento livre ao público que por ventura,

busca conhecimento em várias áreas, independentemente da idade ou da sua clas-
se socioeconômica. O Instituto Criar objetiva que as pessoas desenvolvam paixão
pela cultura, e a partir de cursos e atividades artísticas oferecidos pelo Instituto (ima-
gem 18), promover a capacitação, reconhecendo e potencializando suas habilida-
des, que por hora possa oferecer espaços para que as atividades culturais já exis-
tentes na cidade sejam realizadas.

! 32
Imagem 18- Alunos Participando de Cursos Oferecidos Pelo Instituto Criar

!
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

O Instituto Criar, se encaixa no papel de descobridor, pois o município possui

cultura extraordinária, no entanto desamparado ao longo do tempo, pelo fato de vá-
rios setores das artes que eram presentes no dia a dia, fora sendo desvalorizadas,

! 33
pelo fato de não existir a disseminação de conhecimento e reconhecimento. O Cen-
tro Cultural é importante por ser em prol de toda sociedade, fazendo que a cultura
local seja potencializada, e preservada por meio desses movimentos.
Reginaldo relata que , devido a sede ter sido projetada para outras funções, o
Instituto Criar, enfrenta diversos problemas, pois o edifício não é atrativo aos olhos,
não proporciona aos usuários um ambiente de lazer, as atividades culturais estão
cada dia mais limitadas, devido à falta de setorização , e até mesmo se limitam a ex-
pandir o variedade de atividades, por não possuírem condições adequadas, no en-
tanto segue como plano futuro, mediante a modificação que o espaço possa apre-
sentar. A setorização e a criação de um ambiente versátil para a área cultural, procu-
ra atender o exercício de atividades como: salas para aulas de capoeira, dança e
balé, mini auditório, salas separadas para exposições, salas funcionais, banheiros e
locais acessíveis, setores administrativos e técnicos, necessidades básicas do Insti-
tuto Criar.

5.1 LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO DO EDIFÍCIO SEDE DO INSTITUTO

CRIAR

Para melhor compreensão deste trabalho, foi necessário o levantamento foto-

gráfico, que permitiu por sua vez evidenciar as principais necessidades que o Institu-
to Criar possui. Possibilitando, portanto, uma leitura do espaço e seus ambientes,
diagnosticando assim suas carências e desconformidades, bem como as patologias
encaradas pelo local de estudo.
A localização do Instituto dentro do edifício no momento é no primeiro pavi-
mento (imagem 19), pois é ainda, o único local dentre os demais ambientes do edifí-
cio, que possui melhor atendimento aos usuários e tende ainda ser o que tem maior
espaço dentre as opções encontradas pelo instituto.

! 34
Imagem 19- Croqui Instituto Criar

!
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

O edifício que anteriormente creche e escola, apresenta pouca infraestrutura,

tendo em vista que a análise do local permitiu observar inúmeras adaptações e mão
de obra grosseiras, que acabam por fim comprometendo a qualidade de realização
das atividades oferecidas, o térreo possui uma loja adaptada alugada para uma rede
de ensino, um acesso que direciona a porta de entrada a antiga creche, atualmente
consumida por entulhos e completamente sem uso, e outro acesso por onde recebe
o grupo do Instituto Criar.
Ao se analisar a fachada principal (imagem 20), é imaginável que o prédio
seja confundido como uma residência sem muita arquitetura, que além dos pavimen-
tos citados anteriormente, ainda é visível a presença de um terraço que se encontra
sem acesso, dessa forma a primeira percepção do local, não transmite ser um centro
de cultural , por onde são realizados atividades artísticas , sendo assim pouca atrati-
va aos olhos de quem passa, possui seu acabamento da face exposto em reboco,

! 35
tinta e um pedaço com azulejo, apresentando, fissuras e sujidades causadas pela
humidade.

Imagem 20- Fachada Principal do Edifício Sede do Instituto Criar

!
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

O acesso direcionado ao Instituto não possui uma portaria de identificação,

nenhum tipo de proteção ao decorrer do trajeto feito pelos usuários, exceto por uma
escada em condições desfavoráveis, que liga o portão até a entrada do centro cultu-
ral, a escada possui serias marcas de infiltração, resultado possível pela falta de
acabamento do piso, este que ainda se encontra na fase de concreto exposto, foi
analisado ainda a irregularidade apresentada pelos degraus e a falta de padroniza-
ção de medidas, o que é fator significante na ergonomia dos que ali frequentam,
além de não possuir segurança suficiente, visto que existem espelhos e patamares
com medidas distintas do início ao fim da escada, que podem por sua vez, ocasionar

! 36
acidentes aos usuários (imagem 21).

Imagem 21- Acesso e Escada do Acesso

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

Ao adentrar pelo instituto observa-se que o edifício é falho quanto as medidas

de segurança, existe diferentes níveis entre um piso ao outro, não possui revesti-
mento a cima do concreto armado, apresentando envelhecimento dos materiais, hu-
midade, deterioração, infiltrações e fissuras (imagem 22).

Imagem 22- Piso

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

O espaço destinado à cozinha (imagem 23) está sendo usado como deposito
de objetos de serviço doméstico e alimentos para animais, comprometendo a higie-

! 37
nização correta, e não atendendo aos requisitos exigidos pela ANVISA (Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária), as ocupações não possuem equipamentos e instala-
ções essenciais para o dia-a-dia, as torneiras estão com fugas de água, que acome-
tem infiltrações, a caixa d’água do edifício que por hora está localizada na cozinha,
tem altura e estrutura inadequadas e que futuramente pode vim a trazer riscos de
acidentes para os usuários, pois a mesma deveria estar localizada na parte superior
do edifício.

Imagem 23- Cozinha

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

A parte do interior próxima a cozinha, possui dois banheiros (imagem 24) que
estão visualmente ultrapassados, com infraestrutura inadequada para receber usuá-
rios com condições de higiene e condições básicas, o espaço dos sanitários mesmo
possuindo um espaço consideravelmente grande, ambos só recebem uma pessoa
por vez, pode-se observar que eles possuem um patamar onde está presente a ba-
cia sanitária e a pia, sem proteção de antiderrapante, as tubulações hidráulicas es-
tão totalmente expostas e com vazamentos, o revestimento das paredes e chão es-
tão apresentando fissuras, devido ao uso de argamassa de assentamento de quali-
dade inferior ou por má colocação, além de deformações na estrutura.

! 38
Imagem 24- Banheiros

! !
Fonte: Arquivo pessoal, 2020.

O espaço que deveria ter repartições para atender a prática de diversas ativi-
dades culturais (imagem 25) é completamente integrado, não possuindo setorização,
forro, iluminação adequada, ventilação, mobiliários, entre outros materiais, sendo as-
sim o Instituto acaba não podendo receber a todos, tendo que atender apenas algu-
mas atividades, e em diferentes horários, criando assim uma limitação.

Imagem 25- Sala de Atividades Culturais

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

No que se refere ao telhado, por se tratar de telhas galvanizadas metálicas

simples (imagem 26), em dias de chuva o telhado é acometido por muito barulho,

! 39
que a água faz ao ter contato com o material, atrapalhando, portanto, a acústica do
lugar. Pode-se observar ainda que a cobertura possui telhas deslocadas, as calhas
estão com danificações, não estão dimensionadas para receber a vazão total, apre-
sentam estar entupidas por acumulação de detritos e musgos, que por sua vez cau-
sam o trasbordamento, que acaba por molhar as paredes, causando umidade tanto
na parede, quanto no piso. No que se refere aos dias quentes, o desconforte se im-
plica pela distância mínima entre o telhado e o piso, que gera alto aquecimento ao
local, dificultando a prática das atividades.

Imagem 26- Telhado e Umidade Causada Pela Chuva

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

A mureta presente na fachada principal, carece de medidas de segurança,

visto que apresenta diversos fios elétricos expostos, que por sua vez podem ser fato-
res relevantes em causas de acidentes por choque elétrico, a mureta ainda é expos-
ta a umidade excessiva causada pela chuva, os materiais estão envelhecidos, e por
não possuir cobertura total é um dos maiores causadores da deficiência de isola-
mento sonoro e térmico presente no edifício (imagem 27).

! 40
Imagem 27- Mureta da Fachada Principal e Piso

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

As janelas existentes estão obstruídas, sem vidros, enferrujadas e algumas

foram cobertas por alvenaria, em consequência destas ações ou faz muito calor ou
muito frio, seja pelo excesso de janelas ou pela falta de algumas, quando chove a
água entra na sala causando enormes poças no piso e sujidades nas paredes, ca-
racterizada pela má vedação a agua e ao ar, tomam totalmente o ambiente depen-
dendo da situação, o que ocasiona empenos, deterioração, mau isolamento térmico
e acústico, além de comprometer a segurança do local, por ser de medida menor
que a desejada.(imagem 28).

Imagem 21- Janelas

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

! 41
 Entre os problemas apresentados, destaca-se a mureta do corredor, que por
sua vez sofre dos mesmos problemas da mureta da fachada principal, não possui
proteção, que por receber pessoas de diferentes idades, pode oferecer riscos relaci-
onadas a quedas, pois não existe nenhuma grade de proteção. Nota-se ainda as
condições precárias apresentadas pelo térreo, onde o acúmulo de entulhos ao longo
do tempo, traz risco de aparição de animais peçonhentos e de riscos à saúde huma-
na. (imagem 29).

Imagem 29- Mureta do Corredor e Entulhos do Térreo

! !
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

Explorando o levantamento arquitetônico até o momento verificado no edifício,

pode-se concluir que os componentes existentes na edificação sede do Instituto Cri-
ar não atende as necessidades básicas de um Centro Cultural, necessita, portanto,
de medidas e reparos em termos de conforto, estrutura e segurança, com atribuições
ergonômicas e básicas de ambientes adequados para ser receptor de diferentes ati-
vidades culturais, criando setorização dos espaços existentes , estabelecendo os
limites entre áreas públicas e privadas, fornecendo conforto ambiental e acústico
para os usuários, modificando as áreas de risco oferecendo mais segurança e aces-
sibilidade para acolher todas as classes sociais e econômicas.

! 42
5.2 PESQUISA COM A COMUNIDADE ACERCA DA IMPORTÂNCIA DESTE
EQUIPAMENTO PARA O MUNICÍPIO

Afim reconhecer e analisar a visão dos munícipes em relação ao instituto, foi

elabora e posteriormente aplicado um questionário, que por sua vez trouxe resulta-
dos e informações que são relevantes na finalização deste trabalho, os dados dos
questionários foram coletados por meio de entrevistas com um grupo de alunos das
escolas presentes do no município e selecionados de forma aleatória no grupo
amostral, o questionário e entrevistas foram ainda aplicados em moradores de cida-
de selecionados de forma aleatória por meio das ruas de Bom Jesus do Galho. Os
gráficos que seguem, foram elaborados a partir das respostas dos entrevistados.

Imagem 30- Gráfico da Pergunta: Idade dos Entrevistados

13%

50%

37%

! De 8 a 17 anos 18 a 30 anos Acima de 30 anos

Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

Com o Gráfico da imagem 30, observa-se que os grupos foram divididos em

diferenças faixas etárias, compreendendo pessoas de 8 a acima de 30 anos, no en-
tanto, 50% são crianças e adolescentes, buscando analisar perceptiva acerca do
tema cultura ainda no início de formação de opinião dos mais jovens.

! 43
Imagem 31- Gráfico da Pergunta: Considera Importante Um Espaço Destinado A Atividades Culturais Na Cidade?

3%

97%

! SIM NÃO

Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

No gráfico 31, as respostas relacionadas a importância do espaço cultural,

foram predominantemente positivas, onde 97% dos entrevistados disseram ser de
grande importância, o que se torna relevante para fins do presente trabalho, a ma-
neira que a resposta implica no entendimento da população sobre a valorização de
espaços culturais no município.

Imagem 32: Gráfico da Pergunta: Um Projeto Arquitetônico Pode Fazer Com Que O Instituto Criar Atraia Novos
Usuários?

1%

99%

! SIM NÃO

Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

! 44
 A medida em que o questionário foi aplicado, ocorreu uma pequena apresen-
tação à aqueles que desconheciam por completo o espaço usado pelo instituto, o
que pode ser explicado pela falta de atenção que o edifício pode gerar as pessoas
que passam por ele, posteriormente a apresentação, foi realizada a pergunta pre-
sente no gráfico da imagem 32. 99% dos entrevistados ao se deparar com a precari-
edade arquitetônica de um espaço destinados a fins culturais, reconheceram que
projetos e alterações no espaço, podem atrair olhares e novos frequentadores, a
porcentagem predominante pode ser explicada ainda, pela falta sentida pelos cida-
dãos do município, de um local de destaque na cidade, para receber vários tipos de
atividades e meios artísticos.
Através das pesquisas, observa-se que os munícipes, mesmo que de forma
simples, entendem a importância para com a cidade, de um local destinado a reali-
zação de oficinas e atividades que priorização a preservação do conteúdo histórico e
cultural da cidade, além de possuírem um local onde o lazer e o bem estar da popu-
lação sejam objetivados, logo identificando um profissional de arquitetura pelo traba-
lho apresentado, em modificar ambientes, mudar a perspectiva e transformar locais
em verdadeiras instituições que tem como variável principal, o conforto visual, físico
e ergonômico, visando que a partir de um projeto arquitetônico de determinado am-
biente, é possível identificar as falhas e as melhorias que podem ser aplicadas, ex-
plorando o que o ambiente tem a melhor oferecer, à aqueles que o frequentam, logo
impulsionando o desejo das pessoas a estarem participativas ao local e consequen-
temente se sentirem acolhidas e bem recebidas.

5.3 LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES ARQUITETÔNICAS,

PARA UM PLENO FUNCIONAMENTO DO INSTITUTO CRIAR

Após realização do levantamento arquitetônico das patologias e condições

ambientais presentes no edifício e através das entrevistas aplicadas aos moradores
da cidade, a análise e exploração dos resultados foram apresentados por meio de
uma reunião com o Idealizador do Instituto Criar, alguns professores de Atividades
Culturais e apoiadores, com a iniciativa de elaborar em conjunto um programa de
necessidades (imagem 33), pautando no objetivo de ampliar a capacidade de vagas

! 45
para atender a população, bem como a melhoria nas condições já existentes.

Imagem 33- Programa de Necessidades

PROGRAMA DE NECESSIDADES

SETOR AMBIENTES

P PRAÇA DE CONVIVÊNCIA
Ú
B RECEPÇÃO/ATENDIMENTO
L SANITÁRIO FEMININO E MASCULINO
I
C SALA DE ESPERA

O
AUDITORIO

A
D
M SECRETARIA
I DIREÇÃO
N
I SALA DE REUNIÃO
S
T COPA
R
A SANITÁRIOS
T ALMOXARIFADO
I
V
O

! 46
 COZINHA
S
E REFEITÓRIO
R
V DESPENSA
I VESTIÁRIOS E SANITÁRIOS
Ç
O COPA
S
LIXO

DML

C SALAS MULTIUSO
U
LABORATÓRIO PARA CURSOS
L
T SALA DE EXPOSIÇÃO
U
ESPAÇO ZEN
R
A SALA DE DANÇA

SALA DE MULTIMÍDIA

ÁREA VERDE

AUDITORIO

Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.

Nota-se que o atual ambiente por eles frequentados, tem vários déficits
quanto a disposição, localização, ambiente e conforte, desta forma não atende as
condições básicas essenciais do projeto de um centro cultural, desta forma existem
várias limitações que comprometem o encaminhamento e realização das atividades
já existentes e as atividades futuras apresentadas como objetivo do fundador. Atra-
vés da análise de toda etapa explorativa do presente trabalho, pode-se observar que
um dos maiores problemas enfrentados é a falta de setorização do ambiente, um vez
que as atividades não são separadas por salas ou oficinas de acordo com a execu-
ção, além das inúmeras patologias apresentadas na edificação, necessitando, por-

! 47
tanto, de projeto arquitetônico e estrutural, tratando de problemas que influenciam
diretamente no funcionamento do centro cultural, isto posto tornando o ambiente um
local que possa ser usado de forma correta pelos seus usuários e ainda seja atrati-
vo. Em critérios de necessidade, foram colocados em seus programas diversos seto-
res essenciais de execução tais como: o setor público, administrativo, serviços e cul-
tura, que lideram por sua vez o gerenciamento e bom funcionamento de quaisquer
ambientes abertos a público. Desta forma podendo atender as atividades existentes
dentro do cronograma artístico cultural do projeto, e por sua vez com ideias simplifi-
cadas para escolha e discussão ao fim de um programa de necessidade completo e
eficiente para o Instituto Criar.

6. CONCLUSÂO

Com base no que foi apresentado neste trabalho pode-se observar como o
conhecimento cultural muita das vezes está oculto dentro da sociedade, mas ao
mesmo tempo ele pode ser um agente de mudanças, capaz de englobar diferentes
pessoas em um determinado local, porem a dificuldade advém das políticas públicas
que não buscam incentivar e oferecer locais de exposição e criação de projetos cul-
turais adequados ou pela falta de interesse da população.
Em relação a construção de um Centro Cultural disposto no presente trabalho
é possível afirmar que objetiva além de um espaço adequado de criação, alcança
intermédios de incentivos a cultura, a imagem histórica da cidade e a valorização dos
artísticas locais, visto que a implantação de centro cultural em espaços desvaloriza-
dos acometem a falta de interesse em grande parte da população, e a medida em
que um espaço mesmo que pequeno, seja transformado com a finalidade de ser re-
ceptor de cultura, o ambiente passa a ter outros valores e visões. O arquiteto ao pro-
jetar ou adequar um ambiente de Centro Cultural, necessita de estar ciente do valor
cultural acometido pelo espaço, bem como as necessidades por ele instituídas, des-
ta forma as atividades programáticas são realizadas adequadamente, contudo um
programa com excelência em criar e manifestar várias formas de arte.
Sobre a diretrizes existentes, é de suma importância em um Centro Cultural o
uso das normas ABNT, para que desta forma, projeta-se um ambiente adequado, a
partir das diretrizes aplicadas, serem os critérios de execução considerados indis-
pensáveis ao conforto ambiental e acústico, seja pelo clima em determinado ambien-

! 48
te, iluminação, ergonomia de execução, interações em grupos, realização de ofici-
nas, criação, manifestação e apresentação de todas formas artísticas. E no que se
refere a NBR 9050, que rege a acessibilidade, seguir regras e disposições, para que
desta forma possa receber a todos independentemente das condições por elas
apresentadas, sendo ferramenta de inclusão e quebra de paradigma relacionado a
limitações.
Isto posto, para que o Instituto Criar venha a atender as suas necessidades e
a de seus usuários, por meio dos levantamentos apresentados, conclui-se que a
sede do Instituto necessita de mudanças na infraestrutura superficial do ambiente,
para adequar novas salas para atender as diferentes atividades culturais, a criação
de projetos de correção arquitetônica por meio de reforma que englobe todos os se-
tores, desde segurança, conforto, visual, arte, na melhoria do local onde se encontra
o instituto, e caso a demanda de modificações se exceda pela pouca infraestrutura
do local, exista a proposta de criação de um novo edifício no mesmo local onde está
a sede, aproveitando os espaços que estão abandonados ou sem uso, afim de tor-
ná-lo um lugar seguro, confortável , e arquitetonicamente melhor, seguindo todas
as normas da construção civil.
Ademais, este estudo, busca contribuir de forma sucinta, com a conscientiza-
ção da população quanto a relevância de um Centro Cultural em uma cidade, mos-
trando a importância não somente para Bom Jesus do Galho mas para qualquer ou-
tra cidade, pois é de extremo valor buscar conhecer a história da cultura local onde
moramos ou visitamos, desta forma se situar como cidadão na sociedade, conhe-
cendo suas raízes e valorizando o que está tão presente no dia-a-dia de cada um.

! 49
BIBLIOGRAFIA

CENTRO CULTURAL: A CULTURA À PROMOÇÃO DA ARQUITETURA. Goiânia: Revis-

ta On-Line IPOG: Especialize. 2013 -.

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO. História. [200-?]. Disponível em: < http://centrocultu-
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! 51
 FACULDADES DOCTUM DE CARATINGA
FORMULÁRIO 9
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
TERMO DE APROVAÇÃO

TERMO DE APROVAÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NA CRIAÇÃO DE UM CENTRO

CULTURAL NA CIDADE DE BOM JESUS DO GALHO - MG, elaborado pelo(a) aluno(a) LUIZ FELIPE DA SILVA BATISTA foi
aprovado por todos os membros da Banca Examinadora e aceito pelo curso de Arquitetura e Urbanismo das FACULDADES
DOCTUM DE CARATINGA, como requisito parcial da obtenção do título de

BACHAREL EM Arquitetura e Urbanismo.

Caratinga, 18 de dezembro de 2020

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LEONARDO DE SOUZA CAETANO
Prof. Orientador

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CAMILLA MAGALHÃES CARNEIRO

Prof. Avaliador 1

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TIAGO DA CUNHA ROSA
Prof. Avaliador 2