Teorias Da Cidade
Teorias Da Cidade
Teorias Da Cidade
E-ISSN: 1984-8501
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Universidade Federal de Goiás
Brasil
BGG
Resenha
RESENHA
FREITAG, Barbara. Teorias da cidade. Campinas, São Paulo: Papirus, 2006. 192 p.
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Além disso, aponta com base em Sassen a reorientação geográfica dos fluxos
de capital financeiro do eixo norte-sul para o leste-oeste, alterando os efeitos
sobre a cidade. Por isso mesmo, a passagem da economia industrial para a
economia de serviços, coloca as “cidades-globais” no centro das discussões
econômicas mundiais (p.116-117). A autora revela a proposta tipológica de
cidades feita por Sassen: Cidades globais, megacidades, metrópoles, cidades
marginais ou periféricas e as cidades satélites, ou como conhecemos no Bra-
sil, cidades dormitório.
O quinto capítulo Teorias da cidade: a recepção no Brasil, assim
como o sexto capítulo, são os principais da obra. A autora aponta a escassez
de teorias como as de Marx e Engels que permitam entender melhor o pro-
cesso de megalopolização (assunto aprofundado no sexto capítulo), mecani-
zação do campo e explosão demográfica principalmente na América Latina.
A autora relaciona a influência das escolas analisadas na produção ur-
bana brasileira. Para ela, o alemão Benjamin influenciou significativamente
os trabalhos de Willi Bole da USP, Luiz Sérgio Duarte da Silva em sua aná-
lise sobre Brasília e Renato Cordeiro no Rio de Janeiro. No caso da escola
francesa, Haussmann influenciou preponderantemente as revitalizações do
centro paulista e carioca na primeira metade do século XX. Le Corbusier,
exerceu influência considerável sobre Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. “Se-
gundo Petter Hall, Brasília pode ser considerada um quase-projeto corbusie-
riano, pois concretiza boa parte dos princípios consubstanciados na Carta
de Atenas” (p. 130).
A influência de Alan Touraine e Manuel Castells nas temáticas urba-
nas brasileiras são evidentes segundo a autora. A partir das teorias desses
dois pensadores, vários trabalhos foram feitos, partindo da inspiração fran-
cesa, no Brasil. Porém, uma contribuição ainda maior dessa escola relacio-
nada aos assuntos urbanos é, segundo a autora, a de Henry Lefebvre. Ele teve
um papel importante formação e obra de Milton Santos acerca da produção
do espaço urbano no Brasil.
A repercussão da escola britânica não foi tão acentuada quanto a da
escola francesa. Ela deixou as suas marcas na iluminação paulista duran-
te a década de 1920 e na urbanização de Londrina no Paraná. Por outro
lado, Freitag diz que as teorias e práticas urbanas norte-americanas no Brasil
são “hegemônicas” (p. 131). Para ela, percebemos isso na arquitetura dos
arranha-céus, shopping centers e na implantação do transporte rodoviário.
Assim, as cidades brasileiras encontram-se organizadas à lógica do auto-
móvel e com todos os problemas causados por esse emprego monolítico de
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28, n. 2: 227-232, 2008
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Leandro Oliveira de Lima – Mestrando do programa de pós-graduação do Instituto de Estudos Sócio Ambientais
da Universidade Federal de Goiás.