Trabalho de Extensão 123
Trabalho de Extensão 123
Trabalho de Extensão 123
DIREITO
Alunos:
ITAJUBÁ
2023Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................1
1.1 DEFINIÇÃO ..................................................................................................................... 1
3. BIBLIOGRAFIA................................................................................................................3
I
1. Introdução
Trabalho Discente Efetivo realizado com intuito de apresentar sobre Violência no Ambiente
Escolar, proposto pelo Profª. Raissa.
1.1 Definição.
VIOLÊNCIA ESCOLAR
A violência escolar é um fato que vem crescendo e tem assumido as mais variadas formas, o que
nos faz investigar as razões sociais, políticas, culturais e até psicológicas para se entender e debelar
tal crise.
A definição de violência escolar é bem complexa, e uma tarefa difícil, pois o que geralmente se
entende por violência depende de aspectos culturais, históricos e individuais. Apesar dessa
dificuldade, é possível e necessária a sistematização do que se considera pertencente ou não ao
fenômeno da violência escolar. Somente com parâmetros bem estabelecidos é que se pode
desenvolver pesquisas de forma a comparar dados de diferentes escolas, regiões e épocas,
compreende que a violência escolar incorpora tanto a perspectiva mais explícita da violência, como
agressão entre indivíduos, quanto a violência simbólica que ocorre por meio das regras, normas e
hábitos culturais de uma sociedade desigual. Ao se utilizar do termo violência escolar é importante
indicar o local de ocorrência das situações de violência, quais são os envolvidos, se estes são
autores, vítimas e/ou testemunhas de violência, a tipologia das ações de violência e se os episódios
violentos possuem alguma especificidade, como o bullying e o cyberbullying.
A violência dentro no meio escolar se manifesta entre os estudantes pelas agressões físicas,
verbais, materiais, cyberbullying, social e psicológica, essas comumente são ações que perpetram
o bullying.
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REALIDADE NO BRASIL
A escola deve ser referenciada como lugar de acesso ao conhecimento e para formação intelectual
do desenvolvimento e aprendizagem humana, deve ser um locus de segurança e proteção. Mais,
infelizmente, a mídia e a pesquisas apontam um agudo crescimento da violência, principalmente,
depois de longo intervalo promovido por conta da pandemia de Covid-19.
A retomada das aulas presenciais produziu cenário preocupante nas unidades de ensino, apenas em
2022, viralizaram nas redes sociais vídeos de brigas em escolas brasileiras, especialmente, as
públicas. Com a pandemia agravou-se a crise por diversos problemas o que afetou a presencialidade
dos discentes. E, com a retomada das aulas, as escolas não conseguem evitar confrontos e
espetáculos de violência.
Na cidade de São Paulo, um aluno agrediu fisicamente a Diretora da escola por conta da falta de
merenda (conforme informação disponível no site: https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-
leite/aumento-da-violencia-escolar-na-escola-brasileira).
A diretora desmaiou e fora levada para o hospital. De fato, é um veraz equívoco acreditar que é
necessário apenas a retomada do conteúdo, torna-se necessário refazer o acolhimento de discentes
bem como dos meios para agregar a aprendizagem dos discentes.
De fato, os índices recentes da violência nas escolas são alarmantes. E, também os de evasão
escolar.
O que contribuiu para haver uma atmosfera de medo e vulnerabilidade, tanto para os professores
quanto para os discentes. E, as vítimas são propensas a terem problemas severos de saúdo, sejam de
ordem física, quanto mental, propiciando a evasão e o ensino-aprendizagem negativos.
É possível, necessário e urgente combater a evasão escolar. Sempre é tempo para recomeçar, a vida
é longa e os benefícios da educação são eternos. Pandemia de Covid-19 e exclusão digital estão
dentre os principais motivos da alta da taxa de evasão e atraso escolar.
Estudos divulgados pela FGV em 19.01.2022 apontou a evasão escolar aumentou na faixa de cinco
a nove anos durante a pandemia, passando de 1,41% para 5,51% entre 2019 e 2020, crescimento de
197,8%.
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A gratuidade da violência na escola redunda no medo que é comum nos seus depoimentos e, a
hostilidade é ainda estimulada pelo convívio em ambientes violentos, como as comunidades mais
pobres da cidade, onde chacinas se tornam frugais e justificada pelo combate à criminalidade.
Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, os alunos apenas reproduzem a violência e não abrem, pois,
para aprender, deve-se abrir espaço para o questionamento, ao qual não ocorre.
Há, igualmente, os pais que transferem para a escola toda a responsabilidade de educar e cuidar dos
seus filhos, retirando sobre si, a obrigação de formar um cidadão apto a integrar o convívio social.
Registra-se ainda a existência de pais e responsáveis excessivamente autoritários e violentos, e que
não têm autoridade, e passam a influenciar o desempenho e o comportamento dos filhos no
convívio escolar.
E, nesses casos a vítima tem grandes probabilidades de vir a se tornar um agressor na próxima
oportunidade, e causar o mesmo enorme sofrimento que lhe é habitualmente proporcionado. E, tudo
isso afeta grandemente o desenvolvimento do discente.
E, assim, quando o professor é autoritário e não traduz uma educação reflexiva e com participação
ativa dos aprendentes, tende a criar sentimentos de ódio e hostilidade pelo professor e, produz ainda
a falta de interesse pelas aulas, gerando oportunidade para conflitos, violências contra os
professores e contra o patrimônio da escola.
Evidentemente deve-se evitar rotular a vítima ou agressor e, procurar construir sólida política
cultura do diálogo e da paz nas escolas e, ainda promover o devido atendimento psicossocial para os
profissionais de educação, alunos e comunidade.
De acordo com Debarbieux que recomenda que as famílias a escola devam trabalhar em conjunto
para acompanhar as mudanças, e manter a realidade familiar junto com a existente na escola, visto
que seja relevante para obtenção da dignidade humana e desenvolvimento dos aprendentes.
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A instituição de ensino deve atuar juntamente com a comunidade escolar e deve repensar seus
papéis e finalidades para arregimentar estratégias capazes de minimizar a violência na escola e,
ainda buscar a presença do Poder Pública para aperfeiçoar a infraestrutura e criar novas
metodologias para que o professor possa estimular e auxiliar o discente a construir o conhecimento
e galgar o desenvolvimento.
De fato, a violência sempre esteve presente em todos os ambientes e jamais poderá ser erradicada
por completo, mas existem muitas alternativas para mitigação dessa, seja a médio ou a longo prazo,
desde que haja o apoio de todos os segmentos envolvidos, como a comunidade, a família, o Poder
Público e a escola.
Nas escolas brasileiras as violências mais cotidianas são as ações de depredação do espaço físico
como a ação de vandalismo, pichações, embates físicos, bullying, o cyberbullying, o que envolve
ameaças, xingamentos, insultos, discriminação, preconceitos, intimidações, agressões físicas,
morais, verbais e psicológicas e, também ocorrem incivilidades, indisciplina, além de uso de
comércio de drogas, furtos e utilização de armas ocasionando possíveis mortes.
As escolas públicas brasileiras lidam habitualmente com muitos problemas e desafios estruturais ao
se comparar com as escolas privadas e reflete, obviamente, as desigualdades sociais. Principalmente
as escolas públicas situadas próximas as comunidades carentes, que muitas vezes são fechadas
quando existem incursões policiais e operações de segurança pública.
Infelizmente, a violência também existe em escolas destinadas às elites, mas não se torna tão
frequente como nas áreas mais carentes de segurança, saneamento e saúde, pois que não assegurem
as condições de vida digna, e fatores que contribuam para um controle da situação.
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Há a falta de investimentos e estruturas adequadas na rede pública de ensino, como também há a
falta constante de recursos o que afeta o desenvolvimento escolar e, portanto, ocasionando os
conflitos interpessoais. Afinal, não como tratar das violências cotidianas na escola sem relacioná-las
com o cenário mais amplo de violências estruturais.
É preciso reconhecer que os discentes são outros, tendo outras criações e necessidades, fazendo com
que a tradicional figura autoritária do professor e do ensino não faça mais o mesmo sentido do que
antes.
Enfim, a violência escolar é o resultado de pequenas violências que ocorrem diariamente, como o
de empurrar, cutucar, andar pela sala, falar enquanto o professor está falando, gritar, sujar a sala de
aula, dar risadas ou vaias, entre outros episódios e comportamentos recorrentes em sala de aula e
que promovem a desordem e, que sem intervenções podem evoluir para as agressões mais
perigosas.
Atente-se ainda que a violência verbal, moral e psicológica pode ser tão nociva quanto a física visto
que demore mais a apresentar seus sinais, dificultando que se identifique o problema e, por vezes, é
até visto como mera brincadeira.
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Além dessa divisão, pode-se separar a violência escolar em duas categorias: agressões verbais, que
compreendem xingamentos, desrespeito, ofensas, modos grosseiros de se expressar e discussões
(Abramovay, 2005) e violência não verbal (agressões físicas, destruição de material, roubo, etc.).
Uma outra maneira comum de categorização é por violência direta ou violência indireta e
emocional (Neto & Saavedra, 2003). A violência direta engloba ações que podem ser físicas (como
chutar, bater, empurrar, roubar) ou verbais (apelidos, insultos). Já a violência indireta diz respeito a
ações com o objetivo de fazer com que uma pessoa seja discriminada e/ou excluída de seu grupo
social, como por rumores ou disseminação de boatos.
A configuração dos atos violentos é outro aspecto importante para ser discutido em relação à
definição de violência escolar. Os atos violentos são únicos em si, pois cada um tem uma
configuração em relação aos envolvidos, duração, motivos, espaço geográfico ocorrido,
características das ações violentas, data e horário de ocorrência e desfecho. Contudo, quando
determinados atos violentos tendem a ter características semelhantes, eles costumam ser agrupados
em categorias específicas a fim de que obtenham destaque pelos pesquisadores, instituições
escolares e sociedade.
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Já o cyberbullying é uma extensão do bullying. É a forma pela qual um indivíduo ou grupo de
indivíduos busca causar dano a outro de modo repetitivo, com o uso de tecnologias eletrônicas,
como celular e computador. Nessa modalidade de violência os autores superam a relação tempo-
espaço, uma vez que agridem suas vítimas, por meio de mensagens ou imagens, como vídeos e e-
mails, em qualquer horário do dia e em qualquer local (Patchin & Hinduja, 2006). Além disso, a
tecnologia eletrônica permite que o autor do ato violento haja de modo mais secreto do que
no bullying tradicional, que o evento violento (e-mail, vídeo, foto) seja preservado ao longo do
tempo e disponibilizado rapidamente a outros usuários da tecnologia eletrônica (Li, 2006).
No cyberbullying, supõe-se, ainda, que a diferença de poder entre agressor e vítima, seja esta
suposta ou real, se configure por diferença na habilidade de utilização da tecnologia eletrônica para
intimidar outros e não necessariamente em características físicas, popularidade e outras mais
relacionadas ao bullying tradicional (Patchin & Hinduja, 2006).
Notas explicativas:
Abandono escolar é um dos indicadores que, junto com a reprovação e a aprovação, compõe o que
se denomina de rendimento escolar. Esses dados são gerados por cada escola ao final do ano letivo.
Evasão escolar é a situação do estudante que abandonou a escola em determinado ano letivo e que
não efetuou a matrícula no ano seguinte. Neste caso, portanto, evade-se do sistema de ensino. Para
combater a evasão escolar deve-se promover a Busca Ativa Escolar.
A desigualdade social é um fenômeno histórico e possível de ser revertido. Suas várias formas (de
classe, racial, sexo etc.) "são diferenças hierárquicas evitáveis e moralmente injustificadas ... A
desigualdade é uma violação aos direitos humanos". As relações sociais, em tal contexto, são
permeadas por relações de dominação de classes sociais. Diversas categorias de indivíduos
encontram-se, por vários fatores, compreendidos como excluídos: idosos, homossexuais, mulheres,
pessoas com deficiências, índios, população de rua etc. É inegável que os processos de segregação
desumanizam esses "desfiliados". As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário.
Petrópolis: Vozes.) e que as camadas segregadas se tornam invisíveis para a sociedade e/ou são
percebidas como inferiores e como objetos de temor. Contudo, pode-se entender que um conceito o
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qual aborda tantos grupos sociais e tantos fenômenos diferentes é demasiado abrangente e precisa
ser utilizado de forma crítica. O conceito de desigualdade social é aqui utilizado por marcar o
caráter concreto, histórico e estrutural das sociedades capitalistas contemporâneas. Isso não
significa deixar de considerar os autores citados, mas articular analiticamente os conceitos de
desigualdade e exclusão.
Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa indefesa, que
podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. O termo surgiu a partir do inglês bully,
palavra que significa tirano, brigão ou valentão, na tradução para o português.
São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas no Estatuto
da Criança e do Adolescente - Lei 8.069/1990.
Para os efeitos da Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.
Direitos Individuais
Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
informado acerca de seus direitos.
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Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as
seguintes medidas:
a) Advertência;
d) Liberdade assistida;
Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
Advertência
A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios suficientes
da autoria.
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Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for
o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma,
compense o prejuízo da vítima.
Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.
Prestação de Serviços à Comunidade
Prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de
modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.
Liberdade Assistida
A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada
por entidade ou programa de atendimento.
A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor.
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· Diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o
meio aberto, possibilitada a realização das atividades externas, independentemente da autorização
judicial.
A medida não comporta prazo determinado, aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à
internação.
Internação em estabelecimento educacional
Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo
expressa determinação judicial em contrário.
A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
Atingido o limite de tempo estabelecido, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
semiliberdade ou de liberdade assistida.
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Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
Público.
A determinação judicial mencionada poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
2. Bibliografia
https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/aumento-da-violencia-escolar-na-escola-
brasileira
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2010000100005