Lesões de Menisco Ap

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UNIVERSIDADE PRIVADA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE MEDICINA
ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

Lesões de Menisco

Autores: 5º, MED51: Conceição Marta ; Edna Canivete; Edson dos Santos;
Eduarda Kapata; Eliane Maurício; Erika dos Santos.
Orientador/a: Dr. Prof. Henrique
Luanda – Angola Novembro 2022
Apresentadores

• Edson dos Santos

• Eduarda Kapata

• Eliane Maurício

• Edna Canivete

• Erika dos Santos

• Conceição Marta
Sumário
• Introdução
• Objetivo
• Conceituação
• Anatomia
• Etiologia
• Classificação
• Apresentação clínica
• Exames físicos
• Exames complementares
• Tratamento
• Conclusão
Introdução
• A distribuição das lesões meniscais entre indivíduos do
sexo masculino e feminino ocorre na relação de 2,5 a 4:1
e geralmente as lesões agudas são mais prevalentes na
faixa etária dos 20 a 30 anos nos homens, enquanto as
lesões degenerativas são mais prevalentes nos indivíduos
com idade superior a 40 anosr os impactos causados pelo
constante contado entre as extremidades ósseas.
Metodologia e Objetivo
• A busca foi realizada em Novembro de 2022. Para a seleção dos artigos, foram
estabelecidos os critérios de inclusão: artigos originais e publicados no período de
2008 a 2022, em português ou inglês. Foram excluídos artigos que não
respondiam à questão norteadora, ou que não atendessem aos critérios de inclusão
propostos.

• O objetivo desse artigo é Descrever os tipos e as disfunções causadas pela lesão


meniscal, abordando também, as maneiras de serem tratadas no pós-operatório
pelo profissional ortopédico.
Anatomia de joelho e meniscos
Os meniscos são coxins
fibrocartilaginosos bicôncavos,
semilunares, emforma de C entre o fêmur
e o platô tibial.
Os meniscos proporcionam a baixa transmissão e a
congruência da articulação tibiofemoral. Como trabalham em
conjunto com os ligamentos cruzados, os meniscos ajudam a
controlar o movimento Antero-posterior e a rotação ¹, e é o
responsável por aproximadamente 50% da distribuição de carga
durante a marcha 4.
Lesão de menisco
• A incidência das lesões meniscais que resultam em cirurgia é
de 61:100.000. De todas as lesões meniscais um terço ocorre
na prática esportiva, sendo mais frequente a do menisco
medial, já que ele é o menos móvel que o menisco lateral.

• Os meniscos do joelho podem ser lesados quando se faz


uma torção da junta com o membro apoiado, sendo o
menisco medial o mais frequentemente lesado (75% dos
casos).

• O menisco medial é lesado quando o joelho é torcido


externamente e forçado em valgo; o menisco lateral é
lesado quando o joelho é torcido internamente e forçado
em varo. Em ambas as situações, o menisco migra para a
parte mais central da articulação sendo esmagado entre o
côndilo femoral e a tíbia antes que haja tempo de recuar à
sua posição normal.
Tipos de Lesão de menisco
Rupturas longitudinais periféricas – Este padrão de
ruptura encontra-se normalmente orientado
verticalmente e paralelo ao bordo meniscal.

Rupturas radiais – são rupturas maioritariamente


de etiologia traumática podendo ser completas ou
incompletas. Apresentam-se orientadas
verticalmente estendendo-se do bordo central
para a periferia do menisco.

Rupturas em asa-de-cesto – Quando o fragmento


interior de uma ruptura longitudinal se desloca
para a fossa intercondiliana, é denominada ruptura
em asa-de-cesto.
Rupturas horizontais – Neste tipo de ruptura as Flap ou rupturas “bico de papagaio” – São
superfícies superior e inferior do menisco rupturas normalmente radiais com extensão
encontram-se divididas. Têm maioritariamente circunferencial criando um fragmento pediculado
etiologia degenerativa e afetam principalmente de tecido meniscal.
idosos.
Rupturas complexas – Estas rupturas resultam
da combinação das restantes quando ocorrem
concomitantemente em múltiplos planos,
incluindo dois ou mais padrões de ruptura
diferentes.
Lesões das raízes meniscais – Este tipo de ruptura foi
descrita pela primeira vez recentemente e recebe cada
vez mais atenção por parte da comunidade científica.
Quadro clínico/diagnóstico
O diagnóstico da lesão do menisco é caracterizado pela história de trauma
de torção no joelho, seguido de dor, acompanhado ou não por derrame
articular, paciente se queixa também de bloqueio da articulação do joelho,
da flexão ou da extensão, quando uma parte do menisco lesado se dirige
para o centro da articulação, limitando os movimentos

Neste exame podemos detectar hipersensibilidade ao


longo da linha articular e derrame intra-articular. O
paciente sente dor e, em alguns casos é possível detectar
um estalido ao longo da linha articular com a flexão e a
rotação forçada do joelho.
O diagnóstico clínico de menisco se torna mais difícil e
incerta na presença de lesões ligamentares agudas de
joelho. A sensibilidade para o diagnóstico de menisco
medial diminui para 45%, e a sensibilidade para o
diagnóstico de menisco lateral diminui para 58% quando
o ligamento cruzado anterior é rompido.
- Sinal de Smillie ou Testes de palpação: Sensibilidade da
interlinha articular – O doente deita-se na marquesa em decúbito
dorsal com flexão do joelho e pé apoiado na mesma. O
examinador segura o joelho com uma mão e com o polegar da
mão contralateral pressiona a interlinha articular. Caso o doente
sinta dor localizada na interlinha articular o teste é positivo.
Nível de evidência: sensibilidade 64.1% (64.0 – 64.2%);
especificidade 65.4% (65.3 – 65.5%); valor preditivo positivo
74.5% (74.4 – 74.6%); valor preditivo negativo 53.6% (53.5 –
53.7%).
- Teste de Thessaly – O doente coloca-se em posição
ortostática apoiado unicamente no membro inferior do
joelho afetado com os braços esticados e o examinados
segura nas mãos do doente. De seguida pede-se ao doente,
mantendo o joelho ligeiramente fletido (~20º), rode
internamente e externamente o seu joelho e o seu corpo
três vezes. Doentes com suspeita de ruptura meniscal
experienciam desconforto da interlinha articular interna e
externamente podendo apresentar bloqueio do joelho.
Nível de evidência: sensibilidade 68.8% (65.4 – 72.0%);
especificidade 84.1% (79.7 – 87.7%); valor preditivo
positivo 90.5% (87.8 – 92.7%); valor preditivo negativo
54.9% (50.6 – 59.2%).
- Teste de McMurray: O doente deita-se na marquesa em
decúbito dorsal com flexão do joelho. Mantendo a coxa o
máximo possível próxima da anca, o examinador segura o joelho
com uma mão colocando o polegar e o indicador sobre a
interlinha articular e utiliza a outra mão para segura e rodar o
pé em rotação interna e rotação externa. Caso o doente sinta
dor e possivelmente se ouça um “click” na zona em que o
examinador segura o joelho, estamos perante um teste positivo.
Nível de evidência: sensibilidade 55.2% (53.0 – 57.5%);
especificidade 82.7% (80.4 – 85.0%); valor preditivo positivo
85.1% (83.1 – 87.1%); valor preditivo negativo 50.8% (48.4 –
53.1%).
- Teste de Appley: O doente deita-se na marquesa em decúbito
ventral com o joelho afetado dobrado a 90º. O examinador
segura a coxa encostandoa à marquesa com uma mão enquanto
utiliza a outra mão para torcer o pé do doente em rotação
interna e rotação externa aplicando uma força compressiva no
menisco. Se o doente sentir dor, assume-se a presença de
patologia meniscal. Nível de evidência: sensibilidade 37.4% (34.1
– 40.8%); especificidade 87.5% (84.4 – 90.0%); valor preditivo
positivo 81.2% (76.8 – 84.9%); valor preditivo negativo 49.1%
(46.0 – 52.2%).
- Teste de Steinmann: com o paciente sentado sobre a mesa,
com os joelhos fletidos a 90° e pendentes, faz -se rotação
externa e interna da perna, segurando pelo pé. A presença de dor
ou estalido junto à interlinha articular é sinal de lesão do
menisco correspondente - Teste de Childress ou Marcha de pato: com o paciente
agachado no chão, pedidos para que ele dê alguns passos. Na
lesão do corno posterior do menisco medial, há dor que impede
o paciente de executar o movimento.
- Teste de Ege – O teste é realizado com o doente em
posição ortostática. Pede-se ao doente que coloque os membros
em extensão com os pés afastados a 30 – 40 cms no início do
teste. Para detetar uma ruptura do menisco interno pede-se ao
doente que execute um agachamento com rotação externa
máxima de ambos os membros inferiores e que de seguida volte
lentamente à posição inicial. Para detetar uma ruptura do
menisco externo pede-se ao doente que execute um
agachamento com rotação interna máxima de ambos os
membros inferiores e que de seguida retorne lentamente à
posição inicial. O teste é positivo quando o doente sente dor ou
um “click” (muitas vezes audível pelo examinador) na região da
interlinha articular correspondente à lesão meniscal. Nível de
evidência.
- Teste de Payr – O doente coloca-se em cima da
marquesa com as pernas cruzadas e aplica-se uma força - Teste de Bohler – Este teste consiste na aplicação de
descendente na região interna do joelho provocando uma stress em valgo e em varo ao joelho com o membro inferior
força de compressão ao compartimento interno. Caso o em extensão. O teste é positivo quando o doente refere dor
doente refira dor na região interna da interlinha articular manifestada por compressão do menisco afetado. Nível de
considera-se o teste positivo e sugestivo de lesão do corno evidência: sensibilidade 41.4% (25.1 – 60.7%);
posterior do menisco interno. Nível de evidência: especificidade 79.5% (68.6 – 87.1%); valor preditivo
sensibilidade 59.5% (39.0 – 77.0%); especificidade 79.1% positivo 43.3% (26.0 – 62.3%); valor preditivo negativo
(68.7 – 86.8%); valor preditivo positivo 47.1% (30.2 – 78.3% (76.6 – 86.3%).
64.6%); valor preditivo negativo 86.1% (76.0 – 92.5%).
Exames De Imagem

A ressonância magnética (RM) é uma técnica muito


esclarecedora na avaliação da articulação do joelho, e é
considerado na atualidade como o mais preciso das mobilidades
de diagnóstico por imagem para a avaliação das patologias do
joelho 14.
A sensibilidade da ressonância magnética (RM) aproxima-se
de 95% no diagnóstico das lesões meniscais, o que permite
classificá-las como (fig ).
• Grau 0: menisco normal
• Grau 1: hipersinal intrameniscal, porém sem atingir a
superfície articular superior.
• Grau 2: hipersinal intrameniscal, porém sem atingir a
superfície articular inferior.
• Grau 3: hipersinal intrameniscal atingindo a superfície
articular, o que corresponde à lesão meniscal.
Tratamento
A maioria das lesões meniscais não cicatrizam sem intervenção. Porém, nos casos mais
leves, o tratamento conservador pode e deve ser tentado.

O tratamento inicial das lesões do menisco deve ser feito com os seguintes procedimentos:

• Repouso do joelho. Evite posições e atividades que coloquem pressão excessiva na


articulação do joelho até que a dor e o inchaço desapareçam. Tais atividades incluem:
agachar, ajoelhar-se, torcer e girar, correr, dançar, nadar ou realizar flexão repetitiva (por
exemplo: subir escadas, sair da posição sentada e pedalar).
• Aplique gelo no joelho por 15 minutos a cada quatro a seis horas.
• Mantenha a perna levemente elevada sempre que estiver deitado ou sentado (ponha uma
ou duas almofadas no calcanhar para elevar o membro).
• Use muletas se a dor for intensa para andar.
• Uma cinta ou faixa de contenção patelar pode ser útil se o seu músculo quadríceps for
fraco e o joelho frequentemente “ceder”.
• Anti-inflamatórios para controlar a dor e a inflamação da articulação.
O tratamento conservador nem sempre é suficiente. Se a rotura for grande, se o joelho se mantiver instável,
dolorido ou com sintomas de bloqueio, a cirurgia costuma ser necessária.

O tratamento cirúrgico deve ser feito nos primeiros três meses após a lesão para que haja melhores resultados. O
procedimento geralmente é simples e na maioria dos casos você pode ir para casa já no mesmo dia.

Os seguintes fatores sugerem que a cirurgia será necessária:

• A lesão foi grave e a atividade não pôde ser retomada depois.


• O joelho encontra-se travado ou o movimento está severamente restrito.
• A dor se desenvolve com o teste de McMurray mesmo com flexão mínima do joelho.
• Existe uma rotura do ligamento cruzado anterior associada.
• Há pouca melhora nos sintomas após três a seis semanas, apesar do tratamento conservador adequado.
• Lesões grandes, complexas ou envolvendo a área branca do menisco.
O tratamento cirúrgico consiste na remoção parcial do menisco lesionado (meniscectomia parcial), remoção
completa do menisco (meniscectomia total) ou simples sutura da lesão. A via cirúrgica pode ser a aberta
(cirurgia tradicional) ou através de artroscopia.

O objetivo da cirurgia deve ser sempre poupar ao máximo o menisco. Se for possível realizar apenas uma sutura
para reparação do menisco, melhor. No entanto, isso nem sempre é possível.
Cirurgia artroscópica
A via artroscópica costuma ser a preferida, pois é menos invasiva e a recuperação é bem
mais rápida. A cirurgia aberta é atualmente muito pouco utilizada.
Conclusão

O tratamento de lesões em menisco torna-se complexa pelo inúmeros tipos de traumas


que ele pode receber, tornando assim, o pós-operatório complicado e necessitando de
extremo cuidado do profissional que está atuando na reabilitação.
Portanto, o tratamento de lesões meniscais deve ser realizado com cautela, e obedecendo,
à evolução do paciente, e suas dificuldades
Referências
• 1. Heintjes E, Berger MY, Bierma-Zeinstra SM, Bernsen RM, VerhaarJA, Koes BW. Exercise
• therapy for patellofemoral pain syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2008; 4. 03472.
• 2. Keller J, Levine W. Evaluation and Imaging of the PatellofemoralJoint. Oper Tech
• Orthop.2007; 17: 204-10.
• 3. Thomeé R, Augustsson J, Karlsson J. Patellofemoral PainSyndrome: a Review of Current
• Issues. Sports Med. 1999; 28(4): 245-62.
• 4. Earl JE, Vetter CS. Patellofemoral Pain. Phys Med Rehabil Clin NAm. 2007; 18: 439–58.
• 5. LaBotz M. Patellofemoral Syndrome : diagnostic pointers andindividualized treatment.
• Phys Sports Med. 2004; 32(7): 22-9.
• 6. Collado H, Fredericson, M. Patellofemoral Pain Syndrome. ClinSports Med. 2010; 29: 379–
• 98.
• 7. Elias DA, White LM. Imaging of Patellofemoral Disorders. ClinRadiol. 2004; 59: 543-57.
• 8. Fredericson M, Yoon K. Physical examination and patellofemoralpain syndrome. Am J Phys
• Med Rehabil. 2006; 85: 234–43.
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