Importância Da Psicologia Clínica Na Medicina

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Psicologia Clínica

Importância da Psicologia Clínica


na Medicina

Autor:
Edson Miguel Eduardo dos Santos – Nº 1019443
Erika Sayonara Boaque dos Santos – Nº 1019558
Isabel Dina Hengo Pacavira – Nº 1018517
Janeth Dombo Miguel – Nº 1020313
Jessé Acrisio da Rosa Marcos – Nº 1020616
Faculdade de Saúde
Curso: Medicina – 3º ano/ 2020
Orientador/a: Prof. Dra. Celeste dos Santos
“CONHEÇA TODAS AS TEORIAS, DOMINE TODAS AS TÉCNICAS, MAS AO
TOCAR UMA ALMA HUMANA, SEJA APENAS OUTRA ALMA HUMANA”

(C.G. JUNG)

Objetivo Geral
Abordagem histórica e conceitual da psicologia
clínica e de sua importância na Medicina;
Especifico
Na capacitação do conhecimento sobre a psicologia
clínica e a medicina, psicologia médica, psicologia na
saúde, para melhor
Sumário

Introdução...............................................................................3
Histórico e Desenvolvimento..................................................4
Conceituação............................................................................5
Sua Importância na Medicina................................................6
Considerações Finais...............................................................7
Referências bibliográficas.......................................................8
Introdução 3

A importância crescente da atividade dos psicólogos e o esclarecimento através


de legislação das práticas das diversas psicologias implica, uma reflexão
aprofundada sobre o que é hoje a Psicologia Clínica, que papel cumpre na
sociedade e na relação com outros saberes e outros profissionais. Se nunca é fácil
estabelecer conceitos, noções, ideias, sobre atividades simultaneamente
científicas e profissionais que emergem e se desenvolvem rapidamente, a
Psicologia Clínica parece comportar dificuldades acrescidas já que nunca foi una,
nem mereceu consensos, e se estabeleceu de acordo com escolas de pensamento
que cada um aceita, e a partir da qual propõe a «sua» Psicologia Clínica.
A prática profissional da Psicologia - o ser psicólogo – é atualmente uma prática
socialmente reconhecida. Esse reconhecimento tem sido conquistado ao longo dos
anos mediante, por um lado, a sistematização e clarificação daquilo que é o corpo
científico do conhecimento desta ciência e, por outro lado, através do desempenho
de profissionais competentes e eficazes em inúmeros contextos.
A ciência psicológica, que toma como objeto de estudo e intervenção o
comportamento e todos os processos mentais subjacentes, quando saí do
laboratório e dos quadros teóricos em que precisa de se alicerçar, encontra uma
extensa pluralidade de campos de intervenção já que pode, e utilmente tem uma
palavra a dizer, em todas as situações da vida quotidiana.
É assim que a psicologia se desdobra, enquanto profissão, num sem número de
especialidades focadas sobre contextos específicos: a psicologia educacional, a
psicologia do desenvolvimento, a psicologia organizacional, a psicologia
económica, a psicologia do trabalho, etc. Mas, talvez a área de atividade que maior
reconhecimento tenha conseguido e que no senso comum prefigure a profissão de
psicólogo seja a Psicologia Clínica, ainda que esta não corresponda, de facto, a
um tipo de Psicologia ao serviço de um contexto particular.
A expressão Psicologia Clínica tem sido utilizada pelos profissionais de
psicologia conferindo à expressão Clínico um sentido próximo do que lhe é dado
na medicina, ou seja, um atendimento do doente à “cabeceira”, que é como quem
diz, individualizado, personalizado e prático. Há que reconhecer que a Psicologia
Clínica apareceu associada ao modelo médico a que num primeiro momento
recorreu para se afirmar como ciência. Mas, mercê das suas próprias condições de
emergência, essa relação restringiu-se a uma especialidade médica - a psiquiatria-
e o uso da expressão Psicologia Clínica, na sua forma mais populista, tendeu a
qualificar a psicologia que se fazia com as pessoas com perturbações mentais
(Fox, 1994) e a confundir- se com uma psicologia patológica.
Históricos e Desenvolvimento 4

A criação da expressão «Psicologia Clínica» é atribuída a Lightner Witmer


doutorado pela Universidade de Leipzig em 1892, que sucedeu a Cattell como
director do laboratório de psicologia na Universidade da Pensilvânia.
Em 1896, Witmer apresentou na reunião anual da APA, um novo método de
investigação e instrução que intitulou «the clinical method in psychology and the
diagnostic method of teaching» (Garfield, 1965). A expressão «Clínico» sublinha,
em oposição ao laboratório, a função prática do psicólogo e o seu empenhamento
numa função social útil.
Esta estabelecia-se na prática nos procedimentos de avaliação que eram utilizados
com crianças com debilidades mentais e físicas. Na época, de resto, a preocupação
dos pioneiros da Psicologia Clínica com as crianças deficientes era grande. Disso
mesmo dá testemunho a criação, em 1906, do Vineland Institute para a
investigação do atraso mental, e do Chicago Child Guidance Clinic, em 1909.
Em 1916, Poppelreuther, inaugura aquilo que se poderia chamar de «readaptação
psicológica» de indivíduos com ferimentos cerebrais. A partir do exame das
funções mentais, ele estudou as possibilidades de retorno ao mundo laboral destes
doentes, e promoveu-a efetivamente.
Se a extensão desta proposta não se pode considerar típica da época é, no entanto,
relevante como exemplo daquilo que se pretendia que fosse a Psicologia Clínica:
uma atividade prática e útil.
Mas, para lá desta relevância social, sem dúvida meritória, a Psicologia Clínica
precisava de encontrar o seu estatuto epistemológico que a comprometesse como
ciência e a alicerçasse teoricamente. É nesse sentido que recorre à formalização
de dois conceitos que acabam por ser centrais:
- O Método Clínico
- O Raciocínio Clínico
A Psicologia Clínica desenvolveu-se e adquiriu notoriedade após a Segunda
Guerra Mundial na contribuição para a resolução dos problemas das vítimas da
guerra, tanto na Europa (Zazzo, 1968), como nos Estados Unidos da América
(Garfield, 1965) focando primariamente as perturbações mentais (Belar,
Deardorff, & Kelly, 1987; Fox, 1994). Mas, como sempre, podemos recuar um
pouco e referir a utilização de métodos psicológicos no domínio Clínico já no
período da Primeira Guerra Mundial.
É, entretanto, importante constatar que nessa época, a Psicologia Clínica se
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alicerçava, como atividade, em torno da medição.
De facto, no período entre as duas guerras a Psicologia Clínica foi,
essencialmente, um acantonamento de «medidores de funções» ao serviço das
psiquiatrias e neurologias da época.
Daqui decorrem, dois eixos de análise que habitualmente se constituem, hoje
como ontem, como grandes definidores da Psicologia Clínica:
- a objetivação e a medida, traduzida nos testes
- proximidade e serviço em relação á psiquiatria.

Conceituações
Diferentemente de outras psicologias que se vieram a instalar ao longo dos anos
a Psicologia Clínica, na sua designação, pretende promover a ideia de que possuiu
um método – o método clínico – e que é esse método que a diferencia e define.
A divisão de Psicologia Clínica da American Psychological Association (APA),
em 1935, declarava que «a Psicologia Clínica tem por finalidade definir as
capacidades comportamentais e as características do comportamento de um
indivíduo através dos métodos de medição análise e observação e, na base duma
integração desses resultados com os provenientes dos exames físicos e história
social, fornecer recomendações com vista ao apropriado ajustamento do
indivíduo» (MacKay, 1975, p. 75).
Pierón (1968) esclarecia que a Psicologia Clínica refere-se à ciência da conduta
humana baseada, principalmente, na observação e análise aprofundada dos casos
individuais, tanto normais como patológicos, podendo estender-se aos grupos.
Garfield (1965), define Psicologia Clínica como o ramo da Psicologia que se
interessa pelos problemas de ajustamento e de modificação da personalidade.
Assim, definida como a aplicação dos conhecimentos e métodos de todos os
campos práticos da Psicologia, na promoção e manutenção da saúde física e
mental do indivíduo e na prevenção, avaliação e tratamento de todas as formas de
perturbação mental e física, nas quais as influências psicológicas podem ser
usadas ou podem contribuir para aliviar o mau funcionamento ou «distress».
(Ribeiro e Leal, 1996).
"Psicologia Clínica é a parte da psicologia que se dedica ao estudo dos
transtornos mentais e dos aspectos psíquicos de doenças não mentais. Seus temas
incluem a etiologia, classificação, diagnóstico, epidemiologia, intervenção
(prevenção, aconselhamento, psicoterapia, reabilitação, acesso à saúde,
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avaliação)".

Sua importância na Medicina


É essencialmente para o tratamento de artigos específicos da saúde mental do
indivíduo, considerando desde transtornos mentais e psicodiagnósticos simples
até a intervenção psicológica (com papel importante da psicoterapia), psicologia
da reabilitação.
Ainda torna-se cada vez mais evidente o fato de que muitas patologias têm seu
quadro clínico agravado por complicações emocionais do paciente. Daí a
importância da psicologia hospitalar, que tem como objetivo principal minimizar
o sofrimento causado pela hospitalização." (Angerami, Trucharte, Knijnik,
Sebastiani; 2010). Visto a importância de um profissional da psicologia nos
hospitais, torna-se indiscutível a sua validade nestes ambientes e a extrema
necessidade destes profissionais para a recuperação dos enfermos, nos casos
terminais a importância está na elaboração de técnicas que proporcionem melhor
qualidade de vida para estes pacientes.
Seu papel na medicina vem da análise de etiologia, classificação, diagnóstico,
epidemiologia, prevenção, reabilitação e avaliação mental, que pôde promover
maior acesso à saúde da mente e a garantia de tratamento para diversos transtornos
mentais que não recebiam qualquer atenção ou cuidado posteriormente à análise
aprofundada do conceito de psicologia clínica.
Na aplicação da Psicologia Médica:
- Compreender o homem como um ser biopsicossocial e cósmico. Manejar a
atmosfera psicológica do paciente e de sua família. Identificar os que necessitam
de apoio psicológico do clínico ou tratamento psiquiátrico. Compreender a
personalidade do paciente, a doença e a consciência de estar doente favorecendo
o insight. Identificar as dificuldades emocionais e o relacionamento com a morte
promovendo uma visão crítica.
- Aplicada a Medicina tendo por objetivo o estudo da relação humana no contexto
médico, a interação biopsicossocial e cultural entre corpo e mente englobando o
estudo da Medicina Psicossomática (Segundo Jean Piaget estuda a relação e a
interação entre o corpo e a mente. Um segmento interdisciplinar estudando a
origem, o desenvolvimento e a integração das ciências comportamentais e
biomédicas objetivando a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças
orgânicas e psíquicas associadas).
- A Psicologia Médica é a Psicologia do estudante, do médico e do paciente. O
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médico deve se constituir um agente de bem-estar orgânico e psicossocial
harmonizando vivências psicoativas, religiosas, políticas e econômicas. Que seria
da humanidade sem os médicos? Certamente um mundo de enfermidades físicas
e mentais com imensuráveis óbitos. A Psicologia é a ciência do comportamento e
o médico o cientista da saúde e da vida. Uma relação divina entre o paciente, o
médico e Deus. Salve a Medicina.

Considerações Finais
Os percursos e trajetos dos saberes e das disciplinas que se vão constituindo na
Psicologia como em todas as ciências humanas, acabam por também ser fruto do
seu tempo. Fruto deste tempo, o nosso tempo de participação e intervenção
numa Psicologia Clínica que se exerce em contextos de saúde, é a reflexão aqui
apresentada.
Do ponto de vista que aqui defendemos a discussão de uma Psicologia Clínica
de grande importância na sua aplicação na pratica de medicina sendo contornada
a psicologia Médica, com tudo, a psicologia clínica permite o diagnóstico, a
prevenção, a avaliação mental e a reabilitação da pessoa, proporcionando a
saúde da mente e o tratamento de transtornos mentais muitas vezes
negligenciados pelo sistema de saúde.
Referências bibliográficas 8

António Ferreira de Macedo, Ana Telma Pereira, Nuno Madeira;Psicologia na


Medicina, August 2018, Publisher: LIDEL Edições Técnicas, Editor: Macedo A,
Pereira AT,
Belar, C. D., Deardorff, W. W., & Kelly, K. E. (1987). The practice of clinical
health psychology. New York: Pergamon Press.
Fox, R. (1994). Training professional psychologists for the twenty-first century.
American Psychologist, 49 (3), 200-206.
Garfield, S. L. (1965). Historical Introduction. In B. B. Wolman (Ed.), Handbook
of clinical psychology (pp. 125-140). New York: McGraw-Hill Book Company.
Isabel Leal, Filipa Pimenta, Marta Marques; Intervenção em Psicologia Clínica e
da Saúde: Modelos e Práticas 1ª Edição. Setembro 2012 ISBN- 978-989-8463-
37-1 Detalhe da obra do artista Vik Muniz, releitura em puzzle da obra Orphan
girl at cemetery, Delacroix. Paula Mangia Lisboa: Placebo, Editora LDA.
JOSÉ PAIS RIBEIRO , ISABEL PEREIRA LEAL ; (1996); Psicologia clínica da
Saúde.
MacKay, D. (1975). Clinical psychology: theory and therapy. In Peter Herriot
(Dir.), Essential pychology. London: Ed. Methuen & Cº Ltd.
MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; ROMAGNOLI, Roberta
Carvalho and NEVES, Edwiges de Oliveira. O surgimento da clínica
psicológica: da prática curativa aos dispositivos de promoção da saúde. Psicol.
cienc. prof. [online]. 2007, vol.27, n.4.
Piéron, H. (1968). Vocabulaire de la psychologie. Paris: PUF.
Ribeiro, J. L. P. (1994). A psicologia da saúde e a segunda revolução da saúde. In
T. McIntire (Ed.), Psicologia da saúde: áreas de intervenção e perspectivas futuras
(pp. 33-55). Braga: Associação dos Psicólogos Portugueses.
Sandro Brito; A psicologia clínica- Procura uma Identidade; 2010.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/arquivo/psicologia-medica-
1.450173
https://www.redepsi.com.br/2010/07/16/psicologia-cl-nica-uma-introdu-o/
https://secad.artmed.com.br/blog/psicologia/veja-por-que-desenvolver-
habilidades-em-psicologia-clinica-e-da-saude/
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