ESPONDILOARTRITES

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Aluna: Yasmin Bianchi

8º período - turma 009

ESPONDILOARTRITES

Definição: É definido como um grupo de doenças inflamatórias, que são causadas por
uma alteração genética, vão levar a um acometimento do esqueleto axial ou do esqueleto
periférico, devido a inflamação da articulação das vértebras.
Anatomia Básica: Esqueleto axial (coluna vertebral, articulações sacroilíacas e caixa
torácica). Esqueleto periférico (membros superiores e inferiores).
Doenças: Espondilite Anquilosante (esqueleto axial); Espondilite indiferenciada (esqueleto
axial); Artrite Psoriásica (esqueleto periférico); Artrite Reativa/Síndrome de Reiter
(esqueleto periférico) e Atrite Enteropática (esqueleto periférico).

1. ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Epidemiologia: mais frequente no sexo masculino; Acomete sobretudo faixa etária entre
20 a 30 anos e no máximo 40 a 45 anos; Ela é sempre mais comum na etnia caucasiana.
Etiologia: Está associada com uma alteração conjunta entre genética (HLA-B27) e
ambiente (alteração no microbiota intestinal, impacto sobre as articulações).
HLA-B27: É um marcador fortemente associado a doença, alelo responsável por produzir
moléculas apresentadoras de antígeno que irão ficar na superfície de células do sistema
imune.
Fisiopatologia: A apresentação dos antígenos para o sistema imune já vai estar
comprometida devido o HLA-B27.
Devido a isso vai levar a uma resposta imune disfuncional onde será produzido muitas
citocinas inflamatórias como (TNF, IL-17, IL-23) Essas citocinas vão migrar para região da
enteses gerando um grande processo inflamatório que é a entesite.
Sinais e Sintomas: Lombalgia inflamatória (ela inicia de forma insidiosa, em pacientes
com menos de 40 anos, precisa ter 3 meses ou mais de duração, o padrão clássico é o
paciente jovem que vem apresentando dor na região lombar que pode irradiar para a
região glútea, piora quando o paciente fica muito tempo em repouso devido a isso
geralmente o paciente sempre vai acordar com dor e rígido com dificuldade de fazer
movimento com a coluna e a dor vai melhorando ao longo do dia conforme o paciente vai
se movimentando, então é uma dor que melhora com exercícios e ao levantar); Uveite
anterior (olho vermelho, com dor, fotofobia, incomodo, o comum é ela ser aguda,
unilateral, recorrente); Entesite (inflamação do tendão de aquiles é o mais comum); Artrite
(o comum é ter oligoartrite de 2 a 4 articulações acometidas, com padrão assimétrico,
sobretudo MMII - pé e joelhos); Dactilite (inflamação no dedo das mãos ou dos pés);
Menos comum (Insuficiência aórtica; Fibrose pulmonar.

Obs.: Todo paciente com menos de 40 anos que apresente dor lombar crônica de caráter
inflamatório, precisamos pensar em espondiloartrites, sobretudo em espondilite
anquilosante.

Exame Físico:
• Teste de Schober ele é usado para avaliar a flexão lombar (vamos pedir para o paciente
tirar a blusa e virar de costas, vamos marcar a altura da crista ilíaca superior e depois
fazer uma nova marca 10 cm acima, em seguida pedimos para o paciente inclinar o
corpo para frente e fazemos uma medida entre os dois pontos, para ser negativo a
distancia precisa ser > 15 cm e positivo < 15 cm).
• Teste de Gaenslen ele é usado para avaliar lesão na região sacroilíaca (a perna não
testada é mantida em extensão e para fora da maca, enquanto a perna testada é
colocada em flexão máxima, vou colocar uma mão sobre o joelho da perna não testada
e a outra mão sobre o joelho da perna testada para aplicar uma pressão o teste vai ser
positivo se o paciente sentir do na região sacro ilíaca indicando que houve estiramento
dos ligamentos dessa região.).
• Teste de Patrick Fabere ele é usado para avaliar lesão no quadril ou na sacroilíaca (o
paciente vai flexionar, abduzir e fazer uma rotação externa do quadril, vamos colocar
uma mão sobre a região da crista ilíaca anterossuperior e a outra mão apoiando sobre a
região medial do joelho, se durante o teste o paciente sentir dor na região do quadril,
indica lesão de quadril e se relatar dor na região posterior do quadril, indica lesão na
sacro ilíaca).

Exames laboratoriais: HLA-B27 (positivo); PCR e VHS (elevados enquanto a doença


estiver ativa); Hemograma (anemia crônica); Punção de líquido articular (celularidade
elevada).
OBS: FAN e Fator reumatoide estarão negativos.
Exames de Imagem:
• Raio X de Sacroilíacas (1a exame que precisamos solicitar, virá sacroileite com
esclerose)
• Raio X de Coluna (corpos vertebrais quadrados e calcificações ligamentares anteriores
– que dará origem aos sindesmófitos)
• RM de Sacroilíacas (posso solicitar quando o paciente tiver uma clínica muito típica e
não vier alteração no raio X ou quando ficar com dúvida só pelo raio X).

Acometimento: A doença começa na região da sacroilíaca e vai ascendendo para a


coluna vertebral. Quando ele acomete a coluna ele vai gerar um processo de ossificação
de ligamento e outras estruturas ali na coluna isso acaba conectando uma vertebra a
outra, dando um aspecto de “coluna em bambu”. Isso pode acabar levando o paciente a
adotar a posição do esquiador, onde ele passa a ficar com a cervical protusa.
Critérios ASAS: É usado para fechar o diagnóstico.
Tratamento: Não farmacológico é cessar tabagismo, realizar exercícios físicos, fazer
fisioterapia, fornecer apoio psicossocial, fazer triagem para depressão (devido as
limitações). Farmacológico AINE continuo em dose plena, é a 1o linha de escolha porque
eles atuam bloqueando a produção das prostaglandinas. Se não melhorar com eles, a 2o
droga de escolha são os Imunobiológicos sobretudo a classe dos anti -TNF
(Adalimumabe, Infliximabe, Etanercepte). Inibidores de IL-17 como por exemplo o
(Secukinumabe ou então Ixekizumabe).Corticoide intra articular (em casos severos de
dor).
Encaminhamento: Se o paciente tiver idade inferior a 45 anos, se tiver HLA-B27 positivo,
se tiver característica de lombalgia inflamatória e se nos exames de imagem vier com
sacroileite.
Controle: É feito por meio de um escore com varias perguntas, é feito no inicio do
diagnostico e 12 semanas após para ver se está tendo melhora dos sintomas. Um escore
igual ou superior a 4 em uma escala de 0 a 10 indica doença ativa.
2. ARTRITE PSORIÁSICA
Psoríase: Definida pela presença de placas eritematosas, com descamação, presente em
superfícies extensoras. O paciente também pode apresentar lesões ungueais (distrofia,
onicólise, depressões puntiformes, manchas de óleo).

Epidemiologia: Acomete de forma igual o sexo feminino e masculino; Faixa etária entre 20
a 50 anos; Tem comprometimento articular em 30% dos casos.
Etiologia: Está associada com uma alteração conjunta entre genética (histórico familiar de
psoríase ou de artrite psoriásica) e ambiente (microtraumas e infecções - HIV).
Fisiopatologia: É marcado por uma interação entre predisposição genética a manifestar a
doença associado com alterações ambientais Isso vai levar a uma resposta imune
disfuncional onde será produzido muitas citocinas inflamatórias.
Sinais e Sintomas: Psoríase (em 70% dos casos ela aparece antes do quadro articular);
Artrite (inicialmente o comum é ter oligoartrite de 2 a 4 articulações acometidas, com
padrão assimétrico, periférica. Ao longo da doença esse padrão começa a se assemelhar
com a artrite reumatoide onde irão apresentar mais de uma articulação acometida, de
forma simétrica que pode acometer grandes ou pequenas articulações); Dactilite
(inflamação no dedo das mãos ou dos pés); Lesões cutâneas (placas eritematosas, com
descamação, presente em superfícies extensoras); Conjuntivite; Uveite; Lesões ungueais
(distrofia, onicólise, presença de depressões puntiformes, manchas de óleo) Colite.
Exames Laboratoriais: PCR e VHS (elevados enquanto a doença estiver ativa);
Hemograma (anemia crônica); Ácido úrico (pode estar elevado nos pacientes com doença
cutânea mais grave e extensa).
Exames de Imagem: Raio X das mãos (aumento de partes moles, redução do espaço
articular, periostite – proliferação de periósteo é típico, lesão do tipo pencil in cup onde vai
tendo reabsorção ossea).
Tratamento: Não farmacológico é cessar tabagismo, e realizar algum tipo de exercícios
físicos (para diminuir o risco cardiovascular). Farmacológico AINE, é a 1o linha de escolha
porque eles atuam bloqueando a produção das citocinas. Se não melhorar com eles ou se
a doença estiver muito extensa é indicado utilizar Imunossupressores sintéticos como o
Metotrexato, Sulfassalazina, Ciclosporina (ajuda nas lesões de pele e nas dores
articulares). Se ainda assim não resolver, utilizar Imunobiológicos sobretudo a classe dos
anti -TNF (Adalimumabe, Infliximabe).
3. ARTRITE REATIVA OU SÍNDROME DE REITER
Epidemiologia: Acomete mais o sexo masculino; Faixa etária entre 20 a 40 anos; Ela é
sempre mais comum na etnia caucasiana.

Etiologia: É desencadeada por uma infecção que ocorre fora da articulação, geralmente
por infecção de trato gastrointestinal ou genitourinária. Ai cerca de 1 a 4 semanas após o
episodio infeccioso, o paciente vai iniciar com queixa articular.

Fisiopatologia: As infecções no TGU (Chlamydia trachomatis) ou TGI (Shigella,


Salmonela, Yersinia, Campylobacter).

Sinais e Sintomas: Artrite (oligoartrite 2 a 4 articulações acometidas, com padrão


assimétrico, periférica); Conjuntivite; Uretrite (marcado por inflamação da uretra);
Ceratoderma blenorrágico (placas descamativas na planta dos pés ou nas mãos);
Balanite circinada (lesões indolores que aparecem na glande do pênis); Úlcera oral (rasas
na base da língua); Colite.

Exames Laboratoriais: PCR e VHS (elevados enquanto a doença estiver ativa).

Critérios Diagnósticos: É histórico de infecção + clinica + achados laboratoriais.

Tratamento: Farmacológico AINE, é a 1o linha de escolha porque eles atuam bloqueando


a produção das citocinas. Se não melhorar com eles é indicado utilizar Corticoide via oral
ou intra-articular como a Prednisona. Se acontecer do paciente cronificar podemos pensar
em utilizar Imunossupressores sintéticos ou os Imunobiológicos sobretudo a classe dos
anti -TNF (Adalimumabe, Infliximabe).
4. ARTRITE ENTEROPÁTICA
Epidemiologia: diretamente associado com as DII Retocolite ulcerativa e Doença de
Chron; Faixa etária entre 20 a 30 anos; Ela é sempre mais comum na etnia caucasiana.

Fisiopatologia: Devido a DII o individuo vai ter aumento da permeabilidade intestinal Isso
vai levar a uma maior translocação de bactérias, elas vão cair na corrente sanguínea, vão
ser apresentadas ao sistema imune com isso o HLA-B27 faz a apresentação dos
antígenos gerando uma extensa resposta inflamatória.

Sinais e Sintomas: Artrite (oligoartrite de 2 a 4 articulações acometidas, com padrão


assimétrico, periférica).

Exames Laboratoriais: PCR e VHS (elevados enquanto a doença estiver ativa, pode ser
pela própria DII ou pelo acometimento articular); Hemograma (anemia crônica ou
ferropriva); Ácido úrico.

Tratamento: Farmacológico dentre ele o Glicocorticoide em associação com algum


Imunossupressor sintético como exemplo o Metotrexato ou Sulfassalazina ou usar
Imunossupressores biológico.

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