Ética Social

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
O Conhecimento como Valor Ético

Nome de estudante: Arcelia Mário Simbe


Código: 708204059

Curso: Licenciatura em ensino de Português


Cadeira: Ética Social
Docente: Albino Caramba
Ano de frequência: 3º Ano

Milange, Julho de 2022


1.
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organizacionais  Discussão 0.5
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(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
2.0
(expressão escrita
Conteúdo cuidada,
coerência / coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão  Teóricos 2.0
 práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referêcias
bibliografia bibliográficas
2.
Recomendações de melhorias

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................3
1.1. Objectivos....................................................................................................................3
1.1.1. Objectivo Geral....................................................................................................3
1.1.1.1. Objectivos Específicos......................................................................................3
2. Conceitos Gerais..................................................................................................................4
3. Essência do Conhecimento...................................................................................................5
4. Tipos de conhecimentos.......................................................................................................6
4.1. Conhecimento sensorial/sensível..................................................................................6
4.2. Conhecimento intelectual.............................................................................................6
4.3. Conhecimento vulgar/popular......................................................................................6
4.4. Conhecimento científico...................................................................................................7
4.5. Conhecimento filosófico...............................................................................................7
4.6. Conhecimento religioso/teológico................................................................................7
4.8. Conhecimento e valores éticos.....................................................................................8
5. Ética do Conhecimento......................................................................................................10
6. Ética do Conhecimento e o ideal Socialista........................................................................11
7. Auto-dominio.....................................................................................................................11
8. Estratégia de Autodomínio:................................................................................................13
9. Conclusão...........................................................................................................................14
10. Referência bibliográfica.................................................................................................15
3. Introdução

Ao longo de toda existência o homem vem acumulando conhecimentos


desde o seunascimento, conhecimentos vitais e necessários para a sua
sobrevivência. O conhecimento chega a ser uma necessidade, uma capacidade
inerente ao ser humano. O conhecimento é o caminho obrigatório para a
evolução humana, acontece naturalmente, pelo simples convívio com seus
semelhantes, através também de fontes, sensações, perceção, imaginação,
memória.

Para o escritor Aristóteles o conhecimento só acontece quando sabemos


qual a causae o motivo dos fenômenos. Para se produzir conhecimento, nos
devemos objetivar a produção de hipóteses, modelos, e teorias, o que pode ser
alcançado através da coletas de dados e informações sobre um determinado
assunto. Dessa forma passa a avançar o que se deseja aprofundar, sem deixar
passar despercebido.

O presente trabalho debruça-se em torno do Conhecimento como Valor


Ético, que serve de 2º trabalho na cadeira de Ética Social, no Curso de
Licenciatura em Ensino de Português, 3º Ano. Em concernente a elaboração do
mesmo, usaram-se vários artigos publicados na internet, livros, e entre outros, no
que culminou a uma pesquisa bibliográfica.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Analisar o impacto do Conhecimento como valor ético.
1.1.1.1. Objectivos Específicos
 Conceituar Conhecimento;
 Conceituar ética;
 Descrever a essência do conhecimento assim como os seus diferentes
tipos;
 Explicar como o conhecimento afecta o valor ético, bem como o ideal
socialista.

3
2. Conceitos Gerais

A ética faz parte da vida do ser humano, todos os homens têm


comportamentos diferenciadose únicos. A ética é um princípio que cada
indivíduo traz consigo desde a infância. É um valoradquirido na sua relação
familiar, e cotidiano de sua existência.

Segundo Arduini (2007, p.35), afirma que “O ser humano é chamado a


estruturar, desde cedo, o sentido de sua personalidade. A pessoaconstrói-se
através de fases, desde a fecundação genética até a ida ao túmulo”.

Para Fromm (1968, p.30), enfatiza que:

“ o Homem não é uma folha de papel em branco em que a culturapode


escrever seu texto: é uma entidade com sua carga própria de energia
estruturada dedeterminadas formas, que, ao ajustar-se, reage de
maneira específica e verificável ascondições exteriores. Através dos
valores, que são princípios morais, o homem adquire ocomportamento
ético, que rege suas atitudes na sociedade em que vive. O
comportamentoético conduz o homem a fazer o que considerar

importante em sua vida”.

Bonder (2006) afirma que o tema "conhecimento" inclui, mas não está
limitado a descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos
que são úteis ou verdadeiros. Oestudo do conhecimento é a gnoseologia. Hoje
existem vários conceitos para esta palavra e éde ampla compreensão que
conhecimento é aquilo que se sabe sobre algo ou alguém. Isso emum conceito
menos específico”.

No entender de Arduine (2007), afirma que “quando o indivíduo busca


aprendizagem e conhecimentos, procuram ambientes em que todos tenham o
mesmo objectivo, como as escolas. Algunspodem encontrar mais dificuldades
para alcançar o que almejam. Outros possuem ouencontram mais oportunidades
de crescimento”.

4
Ainda de acordo com Arduine (2007), afirma que “as oportunidades
variam de indivíduo para indivíduo etambém a forma que cada pessoa vê as
oportunidades e ameaças no ambiente externo”.

Cadaindivíduo de acordo com a sua convivência familiar cria a sua


capacidade para melhorar a suarealidade de vida. Alguns criam possibilidades e
alimentam esperanças de mudanças edescobrem melhores caminhos para um
futuro promissor. Outros transformam as dificuldadesem possibilidades e
mudam o rumo dos seus destinos.

Vásquez (1984, p.69), afirma que:

“como sendo um sistema de normas, princípios e valores, segundo o


qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou
entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas
de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e
conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira
mecânica, externa ou impessoal. Cada pessoa possui valores
individuais e intransferíveis”.

Aconsciência do certo ou errado e suas próprias convicções, ideais,


opiniões sobre as pessoas ebens materiais, que influenciam e manifestam nos
relacionamentos sociais.

3. Essência do Conhecimento

“O conhecimento (do latim cognoscere, "acto de conhecer"), como a


própria origem da palavra indica, é o acto ou efeito de conhecer.
Como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato;
conhecimento de um documento; termo de recibo ou nota em que se
declara o aceite de um produto ou serviço; saber, instrução ou cabedal
científico (homem com grande conhecimento); informação ou noção
adquiridas pelo estudo ou pela experiência; (autoconhecimento)
consciência de si mesmo”(Bonder, 2006).

O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como


um produto. Quando se refere a uma acumulação de teorias, ideias e conceitos, o
conhecimento surge como umproduto resultante dessas aprendizagens, mas
como todo produto é indissociável de umprocesso, pode-se então olhar o

5
conhecimento como uma actividade intelectual por meio daqual é feita a
apreensão de algo exterior à pessoa.

“definição clássica de conhecimento,originada em Platão, diz que este


consiste numa crença verdadeira e justificada. Aristótelesdivide o conhecimento
em três áreas: científica, prática e técnica” (Hessen, 1980).

Segundo a teoria do objectivismo, o objecto é o elemento decisivo entre


os dois membros darelação cognitiva, ou seja, o objecto determina o sujeito,
onde o sujeito toma sobre si, de certomodo, as propriedades do objecto,
reproduzindo-as.

“Isto supõe que o objecto enfrenta comoalgo já acabado, algo já definido,


a consciência cognoscente, sendo algo dado, algo querepresenta a uma estrutura
totalmente definida, estrutura que e reconstituída pela consciência cognoscente”
(Durant, 1960).

Contrariamente ao objectivismo, o subjectivismo procura fundamentar o


conhecimentohumano no sujeito. Para isso, coloca o mundo das ideias, o
conjunto dos princípios doconhecimento, no sujeito.

“Este apresenta-se como ponto de que depende, por assim dizer,


averdade do conhecimento humano, tendo em conta que com o sujeito não se
pretendesignificar o sujeita concreto, individual, do pensamento, mas sim um
sujeito superior, transcendente” (Durant, 1960).

4. Tipos de conhecimentos

Hessen (1980) afirma que “ cerca de sete (7) principais tipos de


conhecimento, nomeadamente, o conhecimento sensorial ou sensível, o
conhecimento intelectual, oconhecimento vulgar/popular, o conhecimento
científico, filosófico, religioso/teológico e declarativo”.

4.1. Conhecimento sensorial/sensível

“É o conhecimento comum entre seres humanos e animais. Obtido a


partir de nossasexperiências sensitivas e fisiológicas (tato, visão, olfato, audição
e paladar)” (Hessen, 1980).

4.2. Conhecimento intelectual

6
“Trata-se de um raciocínio mais elaborado do que a mera comunicação
entre corpo e ambiente.Aqui já pressupõe-se um pensamento, uma lógica”
(Hessen, 1980).

4.3. Conhecimento vulgar/popular

“É a forma de conhecimento do tradicional (hereditário), da cultura, do


senso comum, sem um compromisso com uma apuração ou análise
metodológica. Não pressupõe reflexão, é umaforma de apreensão passiva,
acrítica e que, além de subjetiva, é superficial” (Hessen, 1980).

4.4. Conhecimento científico

“O conhecimento científico preza pela apuração e constatação, busca por


leis e sistemas, nointuito de explicar de modo racional aquilo que se está
observando. Não se contenta comexplicações sem provas concretas; seus
alicerces estão na metodologia e na racionalidade.Análises são fundamentais no
processo de construção e síntese que o permeia, isso, aliado àssuas demais
características, faz do conhecimento científico quase uma antítese do
popular”(Hessen, 1980).

4.5. Conhecimento filosófico

“Mais ligado à construção de ideias e conceitos. Busca as verdades do


mundo por meio daindagação e do debate; do filosofar. Portanto, de certo modo
assemelha-se ao conhecimentocientífico - por valer-se de uma metodologia
experimental -, mas dele distancia-se por tratarde questões imensuráveis,
metafísicas. A partir da razão do homem, o conhecimentofilosófico prioriza seu
olhar sobre a condição humana” (Hessen, 1980).

4.6. Conhecimento religioso/teológico

“Diz respeito ao conhecimento adquirido a partir da fé teológica, é fruto


da revelação dadivindade. A finalidade do teólogo é provar a existência de Deus
e que os textos bíblicosforam escritos mediante inspiração Divina, devendo por
isso ser realmente aceitos comoverdades absolutas e incontestáveis. A fé pode

7
basear-se em experiências espirituais, históricas, arqueológicas e coletivas que
lhe dão sustentação” (Hessen, 1980).

4.7. Conhecimento declarativo

Para Hessen (1980), o conhecimento declarativo seria o referente a coisas


estáticas, paradas, como por exemplo os conceitos de uma ciência, ou a
descrição de um objecto. Um exemplotípico de conhecimento estático é o
significado dos termos de classificação de relevo”.

Aopasso que o conhecimento procedural refere-se às coisas funcionando,


como os processos, astransformações das coisas, e também como que deve ser o
comportamento de um profissional em uma determinada situação.

4.8. Conhecimento e valores éticos

Durant (1965) afirma que “ os sistemas tradicionais colocavam ética e


valores além doalcance do homem. Os valores não lhe pertenciam; eles lhe
foram impostos, e ele lhespertencia. Hoje ele sabe que eles são dele e somente
dele, mas agora ele é o mestre deles, elesparecem estar se dissolvendo no vazio
indiferente do universo”.

De acordo com Monod (1970), afirma que “a ética e conhecimento estão


inevitavelmente ligados na eatravés da acção. A acção coloca conhecimento e
valores simultaneamente em jogo ou emquestão. Toda ação significa uma ética,
serve ou desrespeita certos valores; constitui umaescolha de valores, ou finge.
Por outro lado, o conhecimento está necessariamente implícitoem toda acção,
enquanto reciprocamente, a ação é uma das duas fontes necessárias de
conhecimento”.

“Num sistema animista, a interpenetração da ética e do conhecimento


não cria conflito, umavez que o animismo evita qualquer distinção básica entre
essas duas categorias: as vê como dois aspectos da mesma realidade. A ideia de
uma ética social fundada nos chamados direitos"naturais" do homem também
reflete essa perspectiva, exibida, mas muito mais sistemática eenfaticamente, nas
tentativas de delinear a ética implícita no marxismo” (Monod, 1970).

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Monod (1970), afirma que:

“A partir do momento em que a objetividade é feita, a condição sine


qua non do conhecimentoverdadeiro é estabelecida entre os domínios
da ética e do conhecimento, uma distinçãoradical, indispensável à
própria busca da verdade. O conhecimento em si é exclusivo de
todojulgamento de valor (exceto o do "valor epistemológico"),
enquanto a ética, em essência, nãoobjetiva, é para sempre excluída da
esfera do conhecimento”

Com efeito, éessa distinção radical, estabelecida como uma axioma, que
criou a ciência. Essa distinção nãoapenas permitiu que a ciência seguisse seu
próprio caminho (desde que não ultrapasse odomínio do sagrado); preparou a
mente para uma distinção muito mais radical colocada peloprincípio da
objetividade.

“ Ocidentais costumam ter problemas para entender que, paracertas


religiões, não existe e não pode haver distinção entre sagrado e profano: para
ohinduísmo, tudo fica dentro dos limites do sagrado; o próprio conceito de
'profano”' (Monod, 1970).

O postulado da objetividade, denunciando a "antiga aliança", proíbe ao


mesmo tempoqualquer confusão de julgamentos de valor com julgamentos
alcançados através doconhecimento.

No entanto, permanece o fato de que essas duas categorias


inevitavelmente seunem na forma de ação, incluindo o discurso (Vasquez,
1984). Para cumprir nosso princípio, deve-se, portanto, assumir que nenhum
discurso ou acção deve ser consideradosignificativo, autêntico, a menos que - ou
apenas na medida em que - explique e preserve adistinção entre as duas
categorias que combina.

Assim definido, o conceito de autenticidadese torna a rodada comum em


que ética e conhecimento se reencontram; onde valores everdade, associados
mas não intercambiavam, revelam todo o seu significado para o homematento,
vivo, para sua ressonância.

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“Em troca, o discurso inautêntico, onde as duas categoriassão confusas,
pode levar apenas ao absurdo mais pernicioso, ao mais criminoso, mesmo que
inconsciente” (Vasquez, 1984).

Arduini (2007) afirma que “ um sistema objectivo, qualquer confusão de


conhecimento com valores é ilegal, proibida. Mas - e este é o ponto crucial - o
elo lógico que liga radicalmente o conhecimento e os valores - essa proibição,
esse 'primeiro mandamento' que garante a base do conhecimento objectivo, ele
próprio não é e não pode ser objetivo. É uma regra moral, uma disciplina”.

O conhecimento verdadeiro desconhece os valores, mas deve


serfundamentado em um julgamento de valor, ou melhor, em um valor
axiomático. É óbvio quea posição do princípio da objetividade como condição
do verdadeiro conhecimento constituiuma escolha ética e não um julgamento
alcançado a partir do conhecimento, uma vez que, segundo os próprios termos
do postulado, não poderia ter havido nenhum conhecimento'verdadeiro' antes
deste, escolha arbitral.

“Para estabelecer a norma para o conhecimento, oprincípio da


objetividade define um valor: esse valor é o próprio conhecimentoobjetivo.
Concordar com o princípio da objetividade é, portanto, declarar a proposição
básicade um sistema ético: a ética do conhecimento” (Vasquez, 1984; Arduini,
2007).

Para Nietzsche, ao patrocinar o conhecimento do mundo e a correção dos


erros humanos pelarazão, Sócrates cria o protótipo do homem teórico, ser
extremamente infeliz por que se achacondenado a morrer aos poucos à medida
que bebe o veneno da racionalidade, cada vez maispresente nas diferentes
esferas da vida.

O homem teórico, que expressa a comunhão totalentre o conhecimento e


a ética, é visualizado por Platão, conforme foi discutido, como sendoo rei-
filósofo. Este tinha por função educativa disciplinar as ações humanas a partir de
ideaisem tudo contrários ao ideal agonístico.

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“Em vista disso, o autor da República concebia atragédia como
fundamentalmente mentirosa, devendo ser censurada para não comprometer
otrabalho de formação dos futuros governantes” (Vasquez, 1984).

5. Ética do Conhecimento

Na ética do conhecimento, é a escolha ética de um valor primário que é o


fundamento. Aética do conhecimento difere assim radicalmente da ética
animista, que todos afirmam basear-se no "conhecimento" de leis imanentes,
religiosas ou "naturais" que deveriam se impor ao homem”.

A ética do conhecimento não se impõe ao homem; pelo contrário, é ele


quem oimpõe, tornando-o a condição axiomática da autenticidade para todo
discurso e toda ação.

O Discurso sobre o método propõe uma epistemologia normativa, mas


também deve serlida acima de tudo como uma meditação moral, um exercício
espiritual (Monod, 1970).

Para Vasquez (1984), afirma que“

“a ética do conhecimento também é, em certo sentido, "conhecimento


da ética", isto é, dos impulsos e paixões, das necessidades e limitações
do ser biológico. É capaz de confrontar o animal no homem, vê-lo não
como absurdo, mas estranho, precioso em sua própria estranheza: a
criatura que, pertencente simultaneamente ao reino animal e ao reino
das ideias, é ao mesmo tempo rasgada e enriquecida por essa
dualidade agonizante, expresso da mesma forma na arte e na poesia e
no amor humano”.

Por outro lado, os sistemas animistas preferem, em um grau ou outro,


ignorar, denegrir ouintimidar o homem biológico, e fazê-lo temer ou abominar
certas características inerentes àsua natureza animal.

“A ética do conhecimento, por outro lado, o encoraja a honrar e


assumiressa herança, enquanto sabe como dominá-la quando necessário.

“Quanto às mais elevadasqualidades humanas, coragem, altruísmo,


generosidade, ambição criativa, a ética doconhecimento reconhece sua origem

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sócio-biológica e afirma seu valor transcendente aserviço do ideal que define”
(Monod, 1970).

6. Ética do Conhecimento e o ideal Socialista

Para Monod (1970), afirma que “a ética do conhecimento é a única


atitude racional e resolutamenteidealista e sobre a qual um socialismo real pode
ser construído. Para os jovens de espírito, essa grande visão do século XIX ainda
persiste com intensidade intensa”.

O messianismohistórico baseado no materialismo dialético continha as


sementes de todos os perigosencontrados posteriormente. Talvez mais do que os
outros animismos, o materialismo histórico é baseado em uma total confusão das
categorias de valor e conhecimento.

“Nas fontes da própria ciência, na ética sobre a qual o conhecimento é


fundado e que, por livreescolha, torna o conhecimento o valor supremo - a
medida e a garantia de todos os outrosvalores. Uma ética que baseia a
responsabilidade moral na própria liberdade dessa escolha axiomática” (Monod,
1970).

7. Auto-dominio

Segundo Monod (1970), afirma que “O auto domínio ou autocontrolo


segundo (Saura Calixto, 1995) é o controlo das emoções e acções que dão
segurança para se tomar decisões combatendo a ansiedade e impulsividade. As
suas características principais são”;

 A aquisição de máxima independência do controlo externo do que


conhece;
 Serve para optimizar as condutas em função de um objecto concreto;
 Potencia a reflexão e decisão racional ou cognitiva.

Segundo Monod (1970), enfatiza que“

“Diz-se que o conhecimento do individuo leva a felicidade pois, este


conhece o seu agir e sempre age com autodomínio mas, este
conhecimento individual pode ser influenciado por atitudes,
costumes, hábitos de pessoas dentro da sua sociedade, razão pela qual

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a cognição deve ser tratado como elemento de estudo na ética e como
um valor ético, quando nos leva a felicidade”.

Segundo Leonor (1957), afirma que “ cognição social é um valor ético


que provém de conhecimento do individuo, esta, pode ser influenciada por
costumes, hábitos, etc. E, cada individuo dentro da sociedade tem o seu modo de
agir dependendo das suas capacidade cognitivas adquiridas”. Fala-se de;

 Dissonância cognitiva, como o conhecimento de algo por um individuo


que pode influenciar o comportamento do outrem;
 Dissonância cognitiva, como estado interno desagradável que as pessoas
têm perante o conhecimento de certo valor ético (costume, hábito) que
este tende a reduzir sempre que possível através do conhecimento do acto
(Mau), para conseguir equilibrar enfim, consonância é o equilíbrio do
conhecimento.

A cognição ou conhecimento no seio individual ou social, envolve:

 Percepção de desejo;
 Julgamento;
 Intenção de conhecer;
 Deliberação através do consentimento individual ou social do acto a
efectuar;
 O Juízo pratica através da escolha;
 Comando da razão usando os meios da consciências e
 Percepção de alcance ou do gozo do facto ético.

Portanto, a consonância cognitiva neste caso, seria a capacidade de


conhecimento do Homem do seu comportamento ou conduta em equilíbrio com
o conhecimento dos valores éticos (costumes e hábitos) Bons ou Maus vividos
dentro da sociedade.

8. Estratégia de Autodomínio:

Manos (1970), afirma que “Se o individuo conhece e pretende atingir a


Felicidade, a conduta assertiva deve ser a sua virtude, pois cria uma defesa
adequada dos próprios direitos e actoséticos”.

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Manod (1970), enfatiza que “Conduta agressiva; é uma defesa
inadequada do próprio indivíduo sobretudo quando conhece ou não o direito, o
valor ético do facto. Pode o indivíduo agir também com ignorância. Quer com
conhecimento, quer com ignorância as duas posições sempre tendem a conduta
Má dentro do contexto soutrem”.

Conduta não agressiva é quando reconhecemos que há violação dos


direitos e valores éticos das pessoas, por não ser expressos ou orientados.
Embora constate-se, não se liberta para as expressa-los, fazendo com que os
outros não percebam da reacção perante o facto ocorrido dentro da sociedade,
podendo se corrigir em casos oportunos.

O conhecimento é um valor ético social pois, o agir humano, embora


livre e voluntário, deve ser virtuoso, cheio de conhecimento para poder discernir
valores Bons e Maus, desenvolver e divulgar os actos Bons garantindo a sua
continuidade e evolução, selecionar Bons valores, etc. com certa segurança e
sustentabilidade como valores ou actos Bons e Maus mediante o contexto real
duma determinada sociedade.

9. Conclusão

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Várias são as teorias que explicam o conhecimento, relativamente ao
problema do objecto e sujeito. Para a teoria do objectivismo, o objecto é o
elemento decisivo entre os dois membros da relação cognitiva, ou seja, o objecto
determina o sujeito, onde o sujeito toma sobre si, de certo modo, as propriedades
do objecto, reproduzindo-as. O subjectivismo procura o conhecimento humano
no sujeito. Para isso, coloca o mundo das ideias, o conjunto dos princípios do
conhecimento, no sujeito.

Ainda no que diz respeito ao conhecimento, contataram-se sete (7)


principais tipos, nomeadamente: o conhecimento sensorial ou sensível, o
conhecimento intelectual, o conhecimento vulgar/popular, o conhecimento
científico, filosófico, religioso/teológico e declarativo.

No que diz respeito ao conhecimento como valor ético, constatou-se que


a ética e o conhecimento estão inevitavelmente ligados na e através da acção. A
acção coloca conhecimento e valores simultaneamente em jogo ou em questão.
Toda ação significa uma ética, serve ou desrespeita certos valores; constitui uma
escolha de valores, ou finge.

Por outro lado, o conhecimento está necessariamente implícito em toda


acção, enquanto reciprocamente, a acção é uma das duas fontes necessárias de
conhecimento. Por fim, a ética do conhecimento é, a meu ver, a única atitude
racional e resolutamente idealista e sobre a qual um socialismo real pode ser
construído.

15
10. Referência bibliográfica
1. Aduini, J. (2007). Ética responsável e criativa. São Paulo.
2. Bizzo, N. M. (1998). "O paradoxo social eugênico e os professores. São
Paulo
3. Bonder, N. (2006). Ter ou não ter, eis a questão. Rio de Janeiro:.
4. Durant, W. (1965). Filosofia da Vida. SãoPaulo
5. Fromm, E. (1969). Análise do Homem. Rio de Janeiro:
6. Monod, J. (1970). A Ética do Conhecimento e ideal Socialista.São Paulo
7. Vasquez, A. S. (1984). Ética. Rio de Janeiro

16

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