Ética Social 1
Ética Social 1
Ética Social 1
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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................1
1.1. Objectivos.......................................................................................................................1
1.2. Metodologia....................................................................................................................1
3. Conclusão..............................................................................................................................10
4. Referências bibliográficas.....................................................................................................11
1. Introdução
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Compreender o conhecimento como valor ético.
1.2. Metodologia
Para fazer face a realização do trabalho foi necessário a consulta de fontes de modo a adquirir
informações que versam sobre o conteúdo em estudo. As tais fontes incluem manuais físicos
que se referem a livros e trabalhos realizados anteriormente e manuais electrónicos adquiridos
por via da internet e os seus respectivos indicadores estão presentes na última página do
trabalho, onde estão pontuados como referências.
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2. Conhecimento como valor ético
A ética faz parte da vida do ser humano, todos os homens têm comportamentos diferenciados
e únicos. A ética é um princípio que cada indivíduo traz consigo desde a infância. É um valor
adquirido na sua relação familiar, e cotidiano de sua existência. Segundo Arduini (2007, p.35)
O ser humano é chamado a estruturar, desde cedo, o sentido de sua personalidade. A pessoa
constrói-se através de fases, desde a fecundação genética até a ida ao túmulo.
Para Fromm (1968, p.30), o Homem não é uma folha de papel em branco em que a cultura
pode escrever seu texto: é uma entidade com sua carga própria de energia estruturada de
determinadas formas, que, ao ajustar-se, reage de maneira específica e verificável as
condições exteriores. Através dos valores, que são princípios morais, o homem adquire o
comportamento ético, que rege suas atitudes na sociedade em que vive. O comportamento
ético conduz o homem a fazer o que considerar importante em sua vida.
Bonder (2006) afirma que o tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a descrições,
hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são úteis ou verdadeiros. O
estudo do conhecimento é a gnoseologia. Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é
de ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe sobre algo ou alguém. Isso em
um conceito menos específico.
Cada indivíduo de acordo com a sua convivência familiar cria a sua capacidade para melhorar
a sua realidade de vida. Alguns criam possibilidades e alimentam esperanças de mudanças e
descobrem melhores caminhos para um futuro promissor. Outros transformam as dificuldades
em possibilidades e mudam o rumo dos seus destinos.
Vásquez (1984, p.69) define a moral como sendo um sistema de normas, princípios e valores,
segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a
comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um carácter histórico e social, sejam
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acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira
mecânica, externa ou impessoal.
O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando
se refere a uma acumulação de teorias, ideias e conceitos, o conhecimento surge como um
produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um
processo, pode-se então olhar o conhecimento como uma actividade intelectual por meio da
qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa. A definição clássica de conhecimento,
originada em Platão, diz que este consiste numa crença verdadeira e justificada. Aristóteles
divide o conhecimento em três áreas: científica, prática e técnica (Hessen, 1980).
Já o realismo, defende que o problema do sujeito e do objecto ainda não existe para ele, ou
seja, não distingue em absoluto entre a percepção, que é um conteúdo da consciência e o
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objecto percebido, e não vê que as coisas não nos são dadas em si mesmas, imediatamente, na
sua corporeidade, mas somente como conteúdos da percepção (Durant, 1960).
Hessen (1980) afirma que existem cerca de sete principais tipos de conhecimento,
nomeadamente:
O conhecimento intelectual;
O conhecimento vulgar/popular;
O conhecimento científico;
Filosófico;
Religioso/teológico;
Declarativo.
Trata-se de um raciocínio mais elaborado do que a mera comunicação entre corpo e ambiente.
Aqui já pressupõe-se um pensamento, uma lógica (Hessen, 1980).
O conhecimento científico preza pela apuração e constatação, busca por leis e sistemas, no
intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando. Não se contenta com
explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia e na racionalidade.
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Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que o permeia, isso, aliado às
suas demais características, faz do conhecimento científico quase uma antítese do popular
(Hessen, 1980).
Mais ligado à construção de ideias e conceitos. Busca as verdades do mundo por meio da
indagação e do debate; do filosofar. Portanto, de certo modo assemelha-se ao conhecimento
científico - por valer-se de uma metodologia experimental -, mas dele distancia-se por tratar
de questões imensuráveis, metafísicas. A partir da razão do homem, o conhecimento
filosófico prioriza seu olhar sobre a condição humana (Hessen, 1980).
Para Hessen (1980), o conhecimento declarativo seria o referente a coisas estáticas, paradas,
como por exemplo os conceitos de uma ciência, ou a descrição de um objecto. Um exemplo
típico de conhecimento estático é o significado dos termos de classificação de relevo. Ao
passo que o conhecimento procedural refere-se às coisas funcionando, como os processos, as
transformações das coisas, e também como que deve ser o comportamento de um profissional
em uma determinada situação.
Tendo sido demostrado os sete diferentes tipos de conhecimento, importa salientar o conjunto
de conhecimento existente em um individuo, dão a ele uma determinada consciência ou valor
ético, sendo estes que determinam o modo de agir, de proceder, observar e analisar as coisas
ao seu redor. Por exemplo, o conhecimento teológico de um pastor ou um padre, quando
combinado com todas as suas crenças, fazem com que ele tenha determinados valores e
princípios éticos (amor ao próximo, caridade, amor a Deus, etc.) (Hessen, 1980).
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Durant (1965) afirma que todos os sistemas tradicionais colocavam ética e valores além do
alcance do homem. Os valores não lhe pertenciam; eles lhe foram impostos, e ele lhes
pertencia. Hoje ele sabe que eles são dele e somente dele, mas agora ele é o mestre deles, eles
parecem estar se dissolvendo no vazio indiferente do universo.
Num sistema animista, a interpenetração da ética e do conhecimento não cria conflito, uma
vez que o animismo evita qualquer distinção básica entre essas duas categorias: as vê como
dois aspectos da mesma realidade. A ideia de uma ética social fundada nos chamados direitos
"naturais" do homem também reflecte essa perspectiva, exibida, mas muito mais sistemática e
enfaticamente, nas tentativas de delinear a ética implícita no marxismo (Monod, 1970).
Com efeito, é essa distinção radical, estabelecida como uma axioma, que criou a ciência. Essa
distinção não apenas permitiu que a ciência seguisse seu próprio caminho (desde que não
ultrapasse o domínio do sagrado), preparou a mente para uma distinção muito mais radical
colocada pelo princípio da objectividade. Os ocidentais costumam ter problemas para
entender que, para certas religiões, não existe e não pode haver distinção entre sagrado e
profano: para o hinduísmo, tudo fica dentro dos limites do sagrado; o próprio conceito de
profano (Monod, 1970).
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Para cumprir nosso princípio, deve-se, portanto, assumir que nenhum discurso ou acção deve
ser considerado significativo, autêntico, a menos que - ou apenas na medida em que - explique
e preserve a distinção entre as duas categorias que combina.
É no discurso "político" que essa amálgama perigosa é praticada de maneira mais consistente
e sistemática. E não apenas por políticos profissionais. Os próprios cientistas, fora de seu
campo, geralmente se mostram perigosamente incapazes de distinguir entre as categorias de
valores e de conhecimento (Vasquez , 1984).
Arduini (2007) afirma que em um sistema objectivo, qualquer confusão de conhecimento com
valores é ilegal, proibida. Mas - e este é o ponto crucial - o elo lógico que liga radicalmente o
conhecimento e os valores - essa proibição, esse 'primeiro mandamento' que garante a base do
conhecimento objectivo, ele próprio não é e não pode ser objectivo. É uma regra moral, uma
disciplina. O conhecimento verdadeiro desconhece os valores, mas deve ser fundamentado em
um julgamento de valor, ou melhor, em um valor axiomático.
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função educativa disciplinar as acções humanas a partir de ideais em tudo contrários ao ideal
agonístico. Em vista disso, o autor da República concebia a tragédia como fundamentalmente
mentirosa, devendo ser censurada para não comprometer o trabalho de formação dos futuros
governantes.
A ética do conhecimento, por outro lado, o encoraja a honrar e assumir essa herança,
enquanto sabe como dominá-la quando necessário. Quanto às mais elevadas qualidades
humanas, coragem, altruísmo, generosidade, ambição criativa, a ética do conhecimento
reconhece sua origem sociobiológica e afirma seu valor transcendente a serviço do ideal que
define (Monod, 1970).
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Esse princípio geral ético de justiça e bem-estar serve para qualquer área do conhecimento; da
Medicina às Engenharias, do Direito à Pedagogia, da Mecatrónica à Teologia, todos querem
conhecer o mundo para melhorá-lo. Esse princípio rege tanto o ponto de partida quanto o
ponto de chegada da linha de produção do conhecimento. (Boff, 2002)
Mas também as outras áreas do conhecimento têm uma dimensão ética, mesmo que isso não
esteja tão explícito. Toda área do conhecimento lida com pessoas e com o mundo, por mais
técnica que seja. Pensemos nas Engenharias, com o seu campo de estudo dos impactos
ambientais das obras urbanas, ou do uso de determinado material poluente. Ou pensemos na
Biologia, com seu campo de estudos da bioética e da manipulação genética da vida.
Como seriam essas áreas de estudo se não houvesse uma preocupação ética com o
conhecimento? Ética está no horizonte de todo o conhecimento. Finalmente, a dimensão ética
do conhecimento está evidente também quando tratamos do conhecimento comum, aquele da
vida cotidiana, seja a educação que recebemos do pai e da mãe, seja da experiência cognitiva
que acumulamos ao longo da vida em nossas relações pessoais e de trabalho. (Boff, 2002)
A forma como reconhecemos as pessoas, o valor que damos a elas e às suas atitudes, as
classificações e nossos conceitos e preconceitos sobre a vida, são exemplos evidentes nos
quais conhecimento e ética estão relacionados. Conhecimento tem a ver até com o
reconhecimento do lugar onde moramos. Sobre esse aspecto, leia atentamente o comentário
da pensadora Ivone Gebara, no livro Teologia Ecofeminista: “Nossa vida cotidiana está
repleta de exemplos de como nosso conhecimento tem implicações éticas. Basta perceber a
importância de conhecer melhor nosso bairro para actuar sobre ele. (Boff, 2002)
Não me refiro apenas ao espaço geográfico no qual as casas estão construídas, mas às pessoas
que nele moram, suas dificuldades, forma de sobrevivência, esperanças e sonhos. Na mesma
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dinâmica tento captar porque são ‘estas coisas’ e não outras que chamam mais minha atenção,
porque ‘estas’ e não outras habitam mais meu campo de interesses. Penso também na
vegetação pobre ou rica presente no bairro, na qualidade do ar, na cor do céus, na quantidade
de estrelas visíveis à noite. Dependendo da forma de meu conhecimento, minha acção ou
relação com as pessoas e as coisas se modifica. Portanto, a relação entre ética e epistemologia
não está num mundo abstracto, mas enraizada no concreto de nossa existência”. (Boff, 2002)
3. Conclusão
Com a realização deste trabalho, pude perceber que aas diferentes formas de relacionar
conhecimento e ética, está evidente a importância de considerar a experiência de vida como
ponto de partida do conhecimento. Conhecimento tem tudo a ver com a experiência de vida
de quem conhece. O modo de perceber as coisas está intimamente ligado à nossa experiência,
à nossa formação, àquilo que já vivemos no passado ou experimentamos no presente. Pois em
todo acto de conhecimento há uma visão e compreensão do mundo e do ser humano que
transparece na acção de conhecer e nas consequências do conhecimento. Conhecer é tomar
uma posição mesmo espontaneamente; é afirmar-se como ser humano em relação a um
mundo de valores; é tomar uma posição diante do seres vivos, dos humanos e de mim mesma.
Estar atento à forma como conhecemos é saber que outras pessoas, com experiências
diferentes, podem ter outra ideia da realidade ou do objecto do conhecimento.
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4. Referências bibliográficas
Arduini, J. (2007). Ética responsável e criativa. São Paulo.
Bizzo, N. M. (1998). O paradoxo social eugénico e os professores: ontem e Hoje.
Ciência e cultura na Educação. Unisinos.
Boff, Leonardo (2002). Saber cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. 8ª
Ed. Petrópolis: Vozes.
Bonder, N. (2006). Ter ou não ter, eis a questão! A sabedoria do consumo. Rio de
Janeiro: Elsevier.
Durant, W. (1965). Filosofia da Vida. São Paulo: 13 Edição. Tradução Monteiro
Lobato. Campanha editora nacional.
Fromm, E. (1969). Análise do Homem. Tradução Octávio Alves Velho. Rio de
Janeiro: Zahar Editores.
Hessen, J. (1980). Teoria do conhecimento. Colonia: Universidade da Colonia.
Kanaane, R. (2008). Comportamento Humano nas Organizações: O Homem rumo
ao Século XXI. 2ª.Ed. São Paulo.
Vasquez, A. S. (1984). Ética. Tradução João DellAnna. Rio de Janeiro: Editora
Civilização Brasileira .
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