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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

TEMA: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA FILOSOFIA

Nome do Estudante: Flora Nhar Manhiçe


Código: 708216253

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Introdução à Filosofia
Ano de Frequência:2o

Nampula, Agosto de 2022


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

TEMA: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA FILOSOFIA

Nome do Estudante: Flora Nhar Manhiçe


Código: 708216253

Trabalho de carácter Investigativo


da disciplina de Introdução à
Filosofia, a ser entregue no Instituto
de Ensino à Distância da UCM de
Nampula, para fins avaliativos.

Nampula, Agosto de 2022


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organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução.......................................................................................................................... 2

Breve contextualização histórica da Filosofia ..................................................................... 3

Etapas da Filosofia Grega Clássica ..................................................................................... 9

Conclusão ........................................................................................................................ 11

Referências Bibliográficas ............................................................................................... 12


Introdução
O presente trabalho de disciplina de introdução a Filosofia com o tema “Breve
contextualização histórica da filosofia” tem como objectivo principal contextualizar a
história da filosofia. E apresenta como objectivos específicos descobrir as condições que
levaram o surgimento da filosofia, a passagem da fase mítica a fase racional, sem se
esquecer de mencionar as fases ou etapas da filosofia clássica.
O trabalho está estruturado obedecendo a seguinte lógica: introdução;
desenvolvimento – onde estão esgrimidos a fundamentação teórica; a conclusão e as
respectivas referências bibliográficas.
Metodologia: Para o desenvolvimento do presente trabalho privilegiou-se a revisão
metodológica.

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Breve contextualização histórica da Filosofia
Segundo Jerphagnon (1992), “o início da filosofia como explicação racional da
realidade, baseada em argumentos, deve-se ao conjunto de pensadores helénicos
conhecidos como pré-socráticos, que elaboraram sua obra no período compreendido entre
os séculos VI e VII a.C., pouco antes do nascimento de Sócrates. Mediante suas indagações
sobre a origem e princípios do mundo, assim como das leis que determinam suas
mudanças, impulsionaram o avanço da filosofia e estabeleceram os conceitos fundamentais
que marcariam a evolução posterior do pensamento ocidental” (p.45).

Para Jerphagnon (1992), “os primeiros pensadores pré-socráticos - Tales,


Anaximandro e Anaxímenes - chamados milésios por terem nascido na cidade grega de
Mileto, na Anatólia - centralizaram suas investigações na busca do arké, princípio
fundamental que constituiria tanto a origem ou fonte das coisas como a própria substância
de que eram compostas”. Nesse sentido, uma solução aparentemente ingénua proposta por
Tales, que acreditou encontrar o arké na água, implicava já duas abstracções fundamentais
na génese do saber filosófico: a noção segundo a qual as múltiplas formas que se verificam
no mundo sensível têm na realidade uma origem comum, e a ideia segundo a qual por trás
do movimento e da mudança dos fenómenos encontra-se subjacente um princípio invariável
que impulsiona esse processo. A filosofia milésia constituiu, pois, um primeiro esforço
conceitual no sentido da compreensão do ser, ou essência da realidade, por meio de uma
cosmologia monista de tendência materialista.

Essa "metafísica da matéria" seria mais tarde retomada por outros pensadores que
elaboraram diversas cosmologias pluralistas - Anaxágoras, Empédocles, os atomistas -
enquanto outros filósofos, como os pitagóricos, criadores de uma concepção do ser como
harmonia matemática, tenderam para uma interpretação do mundo baseada em princípios
mais racionalistas do que materialistas.

A distinção comum a todo o pensamento pré-socrático entre aparência e realidade


encontrou sua formulação plena em dois filósofos que, no entanto, ofereceram uma visão
radicalmente oposta do ser. A doutrina dinâmica de Heráclito de Éfeso admitia o
movimento - cujo símbolo seria o fogo, em perpétua mudança e apesar disso sempre
idêntico - como única realidade, regido pelo logos ou lei racional do universo. A doutrina
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de Parmênides, fundador da escola de Eléia, postulava a identificação do pensar e do ser
numa realidade imutável e negava a existência do movimento, mera aparência, produto de
ilusão dos sentidos.

Segundo Nisbet (1982), no século V a.C., o surgimento dos sofistas, mestres que
descartaram os problemas metafísicos e estabeleceram um relativismo baseado na reflexão
sobre o homem e seu acontecer prático, marcou o início do período clássico da filosofia
grega. Esse período, em que se destacaram os pensadores de Atenas, teve como figuras
exponenciais Sócrates, Platão e Aristóteles, que se empenharam principalmente em
formular uma teoria filosófica global, à qual não eram estranhas as preocupações com a
organização social.

Sócrates, cujos ensinamentos se conhecem apenas pelos diálogos platônicos e outras


fontes indiretas, centrou seu pensamento no homem, como os sofistas, mas se opôs
radicalmente ao relativismo deles e se propôs estabelecer valores universais que servissem
de guia para a conduta humana.

O maior dentre seus discípulos, Platão, retomou a herança da ética socrática e se


debruçou sobre a antinomia - estabelecida com as idéias de Heráclito e Parmênides - entre
uma realidade transcendente e imutável e o contínuo devir do mundo físico. Fruto disso foi
sua teoria das idéias, consideradas estas como modelos inalteráveis da realidade sensível, e
a identificação do Bem com a idéia absoluta. Platão, cujo pensamento foi a fonte de todas
as doutrinas idealistas posteriores, não chegou, no entanto, a precisar o tipo de relação que
se estabelece entre as idéias e as coisas, o que deixou um vazio entre a ordem sensível e a
inteligível.

Aristóteles, discípulo de Platão, buscou resolver o problema mediante a rejeição do


sistema das idéias em favor de uma concepção hierarquizada da realidade como união
indissolúvel de matéria-substrato e forma-determinação, surgida do impulso inicial de um
primeiro motor imóvel - o deus de Aristóteles e causa última do ser.

Pelo extraordinário esforço sistematizador desse filósofo estabeleceram-se as bases


metodológicas da lógica e da metafísica. Aristóteles empreendeu, junto com seus

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discípulos, a investigação e classificação das ciências. Seu pensamento foi o ponto alto do
período clássico da filosofia grega e firmou uma visão geral do mundo e do saber científico
que dominaria o pensamento ocidental até o começo do Renascimento.

A progressiva dissolução das cidades-estados gregas e a posterior decomposição do


império criado por Alexandre o Grande motivaram a decadência política da Grécia antiga.
A consequente descrença nos ideais clássicos traduziu-se claramente nas concepções
filosóficas. Assim, os grandes sistemas metafísicos se viram substituídos por outros mais
pragmáticos, centrados fundamentalmente na ética e na busca da paz interior.

Essa tendência dominou o primeiro período da chamada filosofia helenístico-


romana e encontrou suas figuras mais expressivas no estoicismo, que preconizava a
moderação das paixões; no epicurismo, que se baseou na cosmologia atomista e exaltou a
busca do prazer mediante o exercício do gozo estético e intelectual e a temperança; e no
ceticismo, que negava a possibilidade do conhecimento absoluto, tese que serviu de suporte
ao individualismo.

A partir das últimas décadas do século II da era cristã, porém, o mundo romano
experimentou a crescente influência das religiões orientais e suas doutrinas salvacionistas,
frequentemente unidas a elementos extraídos da tradição pitagórica e dos cultos dos
mistérios gregos. O maniqueísmo e as diferentes seitas gnósticas são exemplos típicos
dessas tendências. O neoplatonismo, que partilhou sua orientação espiritualista, tinha
porém uma base filosófica mais sólida. Seu maior pensador, Plotino, elaborou, mediante a
síntese da cosmologia aristotélica e o idealismo platônico, uma concepção harmoniosa do
mundo como emanação divina que exerceria influência duradoura no Ocidente.

Durante esse período ocorreu também o auge do cristianismo e a lenta elaboração da


teologia cristã. Embora muitos dos primeiros pensadores cristãos tenham demonstrado
hostilidade declarada à filosofia pagã, outros, inspirados numa passagem de são Paulo na
qual se afirmava a existência de um conhecimento natural de Deus, que os gentios também
tinham, buscaram conciliar as noções filosóficas gregas com os dogmas revelados. Nessa
tendência destacaram-se os mestres da patrística grega, em especial as escolas de
Alexandria e Capadócia, e, sobretudo, santo Agostinho. Este, embora tenha resgatado

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numerosos conceitos do neoplatonismo, destacou sempre a primazia da fé e da revelação,
elaborou uma doutrina da criação como ato livre da vontade divina e estabeleceu as bases
da teologia medieval.

A concepção cristã de Deus, do homem e da natureza dominou por completo o


Ocidente medieval. Apesar disso, seria errôneo considerar o pensamento da época como um
conjunto monolítico. A filosofia foi, sem dúvida, o principal instrumento a serviço da
teologia, mas o problema sobre o grau de autonomia dessas áreas, tomadas uma em relação
à outra, foi motivo de contínuas polêmicas entre as diferentes escolas e de numerosas
condenações eclesiásticas. Particular importância assumiu a questão sobre a possibilidade
de demonstração racional das verdades reveladas, que para alguns só eram acessíveis pela
graça divina da fé. A proliferação dos movimentos heréticos foi outro indicador importante
da inquietação espiritual que se escondia sob o manto da ortodoxia medieval.

Dominados os primeiros séculos da Idade Média pela influência da patrística e do


neoplatonismo, que conheceu singular reorganização na obra de Escoto Erígena, a partir do
século XI começou a crescer o número de escolas que funcionavam em conventos e
catedrais, núcleos das futuras universidades. Passou a predominar assim a escolástica, que
se centralizou inicialmente em temas agostinianos e platônicos. A partir do final do século
XII, manifestou-se um interesse crescente pela lógica e pela metafísica de Aristóteles,
graças principalmente aos comentários e traduções de autores árabes, como Avicena e
Averroés, e judeus, como Maimônides.

Essa tendência atingiu o ponto máximo no século seguinte, com pensadores como
santo Alberto Magno e sobretudo santo Tomás de Aquino, principal artífice da adaptação
dos conceitos aristotélicos à teologia cristã. O intelectualismo tomista, que preconizava a
harmonia entre filosofia e teologia, se impôs, em linhas gerais e depois de grandes
dificuldades, como doutrina dominante. Ao lado dele sobreviveram, profundamente
arraigadas, tendências voluntaristas - Duns Scotus, são Boaventura - e místicas, que
rejeitavam o tomismo pelo excessivo racionalismo.

Nos séculos XIV e XV surgiram as primeiras fendas na filosofia escolástica, que viu
brotarem em seu interior as sementes que propiciariam a ascensão dos ideais renascentistas.

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Figuras paradigmáticas nesse sentido foram Guilherme de Occam e Nicolau de Cusa. O
nominalismo de Occam, dirigido a demonstrar que as verdades reveladas pertenciam ao
terreno da fé e careciam de demonstração racional, propiciou de fato uma renovação
científica que terminaria com o abandono da física aristotélica. Cusa, ligando a Idade
Média ao Renascimento, demonstrou como o estudo da natureza e do mundo pode servir de
instrumento para a intuição da divindade.

A revolução científica foi sem dúvida o eixo central das novas concepções. Ao
substituir o rígido geocentrismo aristotélico-escolástico pela ideia de um universo aberto e
plural, regido pelas leis da mecânica e presidido pela ordem matemática, abriu a passagem
"do mundo fechado para o universo infinito" e abriu vastas possibilidades para o
conhecimento. A síntese da observação e da experimentação com a dedução matemática
caracterizou a atitude científica do Renascimento, que teve figuras geniais em Copérnico e
Galileu, e alcançou seu ponto máximo no século XVII graças ao "sistema do mundo"
proposto por Isaac Newton. Uma postura mais especulativa, baseada na idéia de homem
como "microcosmo" e ponto de união entre Deus e a realidade física, distinguiu os
chamados filósofos da natureza, que sofreram influência de doutrinas esotéricas como a
alquimia e a cabala.

A reflexão sobre o homem e seu lugar no novo mundo descrito pela ciência foi o
ponto central do heterogéneo grupo de pensadores chamados tradicionalmente de
humanistas. Partilharam a rejeição aos preceitos da escolástica, o desejo de recuperar e
reorganizar os valores culturais da antiguidade clássica e o interesse pela estética e a
retórica. Dentro desses amplos limites ideológicos, no entanto, os autores adotaram
posturas muito diversas. Em linhas gerais prevaleceram o humanismo cristão e a tendência
à revalorização de Platão frente a Aristóteles, mas prosperou também um pujante neo-
aristotelismo, livre já de seus lastros medievais. No domínio da moral, revitalizaram-se as
escolas helenísticas inspiradas no estoicismo, no cepticismo e no epicurismo.

A ruptura da ordem feudal criou a necessidade de estabelecer critérios adequados


para a organização das novas sociedades, o que encorajou um progresso extraordinário do
pensamento político e social. A dicotomia básica entre práxis e ética, exemplificada pela
oposição entre Nicolau Maquiavel, defensor da primazia da razão de estado, e Thomas
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More, cujo universalismo ético viu na virtude a base do "estado ótimo", prolongou-se no
século XVII em Hugo Grotius, criador do direito natural, e Thomas Hobbes, que justificou
o absolutismo como garantia única da ordem social. A difícil conciliação entre necessidade
política e lei moral constituiu desde o Renascimento uma questão central na teoria política.

Assim como o pensamento renascentista se caracterizou pela decidida ruptura com


as convenções medievais e a assimilação de um vasto conjunto de novos conhecimentos e
inquietações, o período da filosofia moderna, que se iniciou no meado do século XVII com
o avanço do racionalismo e do empirismo e chegou ao ponto culminante com Immanuel
Kant, foi marcado pela disposição crítica e o desejo de estabelecer critérios de certeza que
validassem o conhecimento.
Essa preocupação pela epistemologia, comum às principais escolas da época, levou
a concepções filosóficas muito diferentes, de acordo com as mais diversas considerações
sobre as relações entre razão e experiência. O racionalismo, que teve seu fundador em René
Descartes e destacados representantes em Baruch de Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz,
destacou a primazia da razão e do método matemático-dedutivo como forma de
conhecimento do mundo sensível, enquanto o empirismo britânico, iniciado por Francis
Bacon e formulado por Thomas Hobbes e John Locke, fundamentou-se na observação,
experimentação e indução - princípios da "filosofia experimental" newtoniana - e
considerou a razão prioritariamente como organizadora das informações proporcionadas
pelos sentidos. O racionalismo foi, dessa forma, a fonte de criação de grandes sistemas
metafísicos, enquanto o empirismo chegou, por meio de David Hume, a uma postura
próxima do cepticismo epistemológico.
A publicação na França da Encyclopédie (1751-1772) dirigida por Diderot, as
teorias da igualdade dos cidadãos, enunciadas por pensadores sociais como Jean-Jacques
Rousseau e Montesquieu, e os ataques de Voltaire a todo fanatismo e intolerância são
exemplares das atitudes dos iluministas. Outro ponto a ressaltar é que, embora autores
como o italiano Giambattista Vico tentassem conciliar as novas idéias com uma visão cristã
da história, o século XVIII conheceu também as primeiras doutrinas filosóficas
declaradamente atéias e materialistas.
O idealismo crítico de Kant, que considerou o conhecimento como produto da
aplicação de certos princípios a priori da razão sobre os dados da experiência, afirmou que

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não se pode conhecer a "coisa em si", mas apenas o fenómeno tal como se apresenta ao
entendimento humano. Essa concepção tem sido considerada uma "revolução copernicana"
na história da filosofia, por refutar a possibilidade de racionalismo e empirismo radicais e
negar a validade de toda metafísica baseada na razão teórica. Pelo contrário, postulou que
os objectos da metafísica, como Deus e a alma, pertencem ao terreno da moral ou razão
prática e só nela podem encontrar justificação.
Se do Renascimento aos momentos finais do Iluminismo, os problemas relacionados
à ciência, à razão e à teoria do conhecimento haviam constituído o fio condutor do
pensamento ocidental, o século XIX caracterizou-se pela extrema variedade de opções e
enfoques filosóficos, muitas vezes divergentes tanto em métodos como em objectivos. Essa
variedade foi devida principalmente às profundas mudanças intelectuais e sociais da época,
entre as quais se destacam a eclosão do romantismo e sua valorização dos elementos
irracionais da natureza humana; a acentuação das diferenças sociais como resultado da
revolução industrial, o que motivou grande instabilidade política e deu origem a numerosos
movimentos filosóficos de reforma social; e em especial a comoção produzida no mundo da
ciência com a divulgação das teorias evolucionistas de Darwin.
Nesse clima de agitação ideológica, a filosofia viu desgarrar-se de seus domínios
uma série de disciplinas como a sociologia, a psicologia e a antropologia. Abriu-se assim o
caminho para um debate sobre a função e a abrangência da filosofia no mundo moderno,
que encontraria expressão plena no século seguinte.

Etapas da Filosofia Grega Clássica


Segundo Rosa, a história da Grécia costuma ser dividida pelos historiadores em quatro
fases ou épocas:
a) a da Grécia Homérica, correspondente aos 400 anos narrados pelo poeta Homero, em
seus dois grandes poemas, Ilíada e Odisséia;
b) a da Grécia arcaica ou dos sete sábios, do século VII ao século V a. C, quando os
gregos criam cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Mégara, Samos, etc., e predomina a
economia urbana, baseada no artesanato e no comércio;

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c) a da Grécia clássica, nos séculos V e IV a. C, quando a democracia se desenvolve, a
vida intelectual e artística no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial
e militar;
d) a helenística, a partir do final do século IV a. C., quando a Grécia passa para o poderio
do império de Alexandre da Macedônia e, depois, para as mãos do Império Romano,
terminando a história de existência independente.
Os períodos da filosofia não correspondem exactamente a essas épocas, já que ela não
existe na Grécia Homérica, e só aparece nos meados da Grécia arcaíca. O apogeu da
Filosofia acontece durante o apogeu da cultura e da sociedade gregas; portanto, durante a
Grécia clássica. Os quatro grandes perodos da Filosofia grega, nos quais seu conteúdo
muda e se enriquece são:
Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a. C.,
quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das
transformações na Natureza.
Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a. C., quando
a Filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas ( em grego,
antropos quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico).
Período sistemático, do final do século IV ao final do século III . C., quando a Filosofia
busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a antropologia,
interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objecto de conhecimento
filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente
estabelecidas para oferecer os critérios da verdade e da Ciência.
Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a. C. até o século VI depois
de Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos Padres da Igreja,
a Filosofia se ocupa sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das
relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.

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Conclusão
Depois de fazer uma análise sobre a história da filosofia constatou-se a filosofia
sofreu várias nuances no que concerne ao modo de pensar consoante o seu tempo.
O início da filosofia como explicação racional da realidade, baseada em
argumentos, deve-se ao conjunto de pensadores helénicos conhecidos como pré-socráticos,
que elaboraram sua obra no período compreendido entre os séculos VI e VII a.C., pouco
antes do nascimento de Sócrates.
O surgimento da racionalidade crítica foi o resultado de um processo lento,
preparado pelo passado mítico, cuja características não desapareceram na nova abordagem
filosófica do mundo, ou seja, o surgimento da filosofia na Grécia não é o resultado de um
salto, um “milagre”, realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um
processo que se fez através dos tempos e tem sua dívida com o passado mítico.
A reflexão sobre o homem e seu lugar no novo mundo descrito pela ciência foi o
ponto central do heterogéneo grupo de pensadores chamados tradicionalmente de
humanistas. Partilharam a rejeição aos preceitos da escolástica, o desejo de recuperar e
reorganizar os valores culturais da antiguidade clássica e o interesse pela estética e a
retórica. Dentro desses amplos limites ideológicos, no entanto, os autores adoptaram
posturas muito diversas. Em linhas gerais prevaleceram o humanismo cristão e a tendência
à revalorização de Platão frente a Aristóteles, mas prosperou também um pujante neo-
aristotelismo, livre já de seus lastros medievais. No domínio da moral, revitalizaram-se as
escolas helenísticas inspiradas no estoicismo, no cepticismo e no epicurismo.

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Referências Bibliográficas
Jerphagnon, L.(1992). História das grandes filosofias; trad. de Luís Eduardo de Lima
Brandão. São Paulo.

Nisbet, R. (1982). Os filósofos sociais. Brasília.

Rosa, A. L. Introdução à Filosofia: Manual de Tronco Comum. Universdade Catolica de


Mocambique. Beira.

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