W Filosofia-1
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Conclusão ........................................................................................................................ 11
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Breve contextualização histórica da Filosofia
Segundo Jerphagnon (1992), “o início da filosofia como explicação racional da
realidade, baseada em argumentos, deve-se ao conjunto de pensadores helénicos
conhecidos como pré-socráticos, que elaboraram sua obra no período compreendido entre
os séculos VI e VII a.C., pouco antes do nascimento de Sócrates. Mediante suas indagações
sobre a origem e princípios do mundo, assim como das leis que determinam suas
mudanças, impulsionaram o avanço da filosofia e estabeleceram os conceitos fundamentais
que marcariam a evolução posterior do pensamento ocidental” (p.45).
Essa "metafísica da matéria" seria mais tarde retomada por outros pensadores que
elaboraram diversas cosmologias pluralistas - Anaxágoras, Empédocles, os atomistas -
enquanto outros filósofos, como os pitagóricos, criadores de uma concepção do ser como
harmonia matemática, tenderam para uma interpretação do mundo baseada em princípios
mais racionalistas do que materialistas.
Segundo Nisbet (1982), no século V a.C., o surgimento dos sofistas, mestres que
descartaram os problemas metafísicos e estabeleceram um relativismo baseado na reflexão
sobre o homem e seu acontecer prático, marcou o início do período clássico da filosofia
grega. Esse período, em que se destacaram os pensadores de Atenas, teve como figuras
exponenciais Sócrates, Platão e Aristóteles, que se empenharam principalmente em
formular uma teoria filosófica global, à qual não eram estranhas as preocupações com a
organização social.
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discípulos, a investigação e classificação das ciências. Seu pensamento foi o ponto alto do
período clássico da filosofia grega e firmou uma visão geral do mundo e do saber científico
que dominaria o pensamento ocidental até o começo do Renascimento.
A partir das últimas décadas do século II da era cristã, porém, o mundo romano
experimentou a crescente influência das religiões orientais e suas doutrinas salvacionistas,
frequentemente unidas a elementos extraídos da tradição pitagórica e dos cultos dos
mistérios gregos. O maniqueísmo e as diferentes seitas gnósticas são exemplos típicos
dessas tendências. O neoplatonismo, que partilhou sua orientação espiritualista, tinha
porém uma base filosófica mais sólida. Seu maior pensador, Plotino, elaborou, mediante a
síntese da cosmologia aristotélica e o idealismo platônico, uma concepção harmoniosa do
mundo como emanação divina que exerceria influência duradoura no Ocidente.
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numerosos conceitos do neoplatonismo, destacou sempre a primazia da fé e da revelação,
elaborou uma doutrina da criação como ato livre da vontade divina e estabeleceu as bases
da teologia medieval.
Essa tendência atingiu o ponto máximo no século seguinte, com pensadores como
santo Alberto Magno e sobretudo santo Tomás de Aquino, principal artífice da adaptação
dos conceitos aristotélicos à teologia cristã. O intelectualismo tomista, que preconizava a
harmonia entre filosofia e teologia, se impôs, em linhas gerais e depois de grandes
dificuldades, como doutrina dominante. Ao lado dele sobreviveram, profundamente
arraigadas, tendências voluntaristas - Duns Scotus, são Boaventura - e místicas, que
rejeitavam o tomismo pelo excessivo racionalismo.
Nos séculos XIV e XV surgiram as primeiras fendas na filosofia escolástica, que viu
brotarem em seu interior as sementes que propiciariam a ascensão dos ideais renascentistas.
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Figuras paradigmáticas nesse sentido foram Guilherme de Occam e Nicolau de Cusa. O
nominalismo de Occam, dirigido a demonstrar que as verdades reveladas pertenciam ao
terreno da fé e careciam de demonstração racional, propiciou de fato uma renovação
científica que terminaria com o abandono da física aristotélica. Cusa, ligando a Idade
Média ao Renascimento, demonstrou como o estudo da natureza e do mundo pode servir de
instrumento para a intuição da divindade.
A revolução científica foi sem dúvida o eixo central das novas concepções. Ao
substituir o rígido geocentrismo aristotélico-escolástico pela ideia de um universo aberto e
plural, regido pelas leis da mecânica e presidido pela ordem matemática, abriu a passagem
"do mundo fechado para o universo infinito" e abriu vastas possibilidades para o
conhecimento. A síntese da observação e da experimentação com a dedução matemática
caracterizou a atitude científica do Renascimento, que teve figuras geniais em Copérnico e
Galileu, e alcançou seu ponto máximo no século XVII graças ao "sistema do mundo"
proposto por Isaac Newton. Uma postura mais especulativa, baseada na idéia de homem
como "microcosmo" e ponto de união entre Deus e a realidade física, distinguiu os
chamados filósofos da natureza, que sofreram influência de doutrinas esotéricas como a
alquimia e a cabala.
A reflexão sobre o homem e seu lugar no novo mundo descrito pela ciência foi o
ponto central do heterogéneo grupo de pensadores chamados tradicionalmente de
humanistas. Partilharam a rejeição aos preceitos da escolástica, o desejo de recuperar e
reorganizar os valores culturais da antiguidade clássica e o interesse pela estética e a
retórica. Dentro desses amplos limites ideológicos, no entanto, os autores adotaram
posturas muito diversas. Em linhas gerais prevaleceram o humanismo cristão e a tendência
à revalorização de Platão frente a Aristóteles, mas prosperou também um pujante neo-
aristotelismo, livre já de seus lastros medievais. No domínio da moral, revitalizaram-se as
escolas helenísticas inspiradas no estoicismo, no cepticismo e no epicurismo.
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não se pode conhecer a "coisa em si", mas apenas o fenómeno tal como se apresenta ao
entendimento humano. Essa concepção tem sido considerada uma "revolução copernicana"
na história da filosofia, por refutar a possibilidade de racionalismo e empirismo radicais e
negar a validade de toda metafísica baseada na razão teórica. Pelo contrário, postulou que
os objectos da metafísica, como Deus e a alma, pertencem ao terreno da moral ou razão
prática e só nela podem encontrar justificação.
Se do Renascimento aos momentos finais do Iluminismo, os problemas relacionados
à ciência, à razão e à teoria do conhecimento haviam constituído o fio condutor do
pensamento ocidental, o século XIX caracterizou-se pela extrema variedade de opções e
enfoques filosóficos, muitas vezes divergentes tanto em métodos como em objectivos. Essa
variedade foi devida principalmente às profundas mudanças intelectuais e sociais da época,
entre as quais se destacam a eclosão do romantismo e sua valorização dos elementos
irracionais da natureza humana; a acentuação das diferenças sociais como resultado da
revolução industrial, o que motivou grande instabilidade política e deu origem a numerosos
movimentos filosóficos de reforma social; e em especial a comoção produzida no mundo da
ciência com a divulgação das teorias evolucionistas de Darwin.
Nesse clima de agitação ideológica, a filosofia viu desgarrar-se de seus domínios
uma série de disciplinas como a sociologia, a psicologia e a antropologia. Abriu-se assim o
caminho para um debate sobre a função e a abrangência da filosofia no mundo moderno,
que encontraria expressão plena no século seguinte.
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c) a da Grécia clássica, nos séculos V e IV a. C, quando a democracia se desenvolve, a
vida intelectual e artística no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial
e militar;
d) a helenística, a partir do final do século IV a. C., quando a Grécia passa para o poderio
do império de Alexandre da Macedônia e, depois, para as mãos do Império Romano,
terminando a história de existência independente.
Os períodos da filosofia não correspondem exactamente a essas épocas, já que ela não
existe na Grécia Homérica, e só aparece nos meados da Grécia arcaíca. O apogeu da
Filosofia acontece durante o apogeu da cultura e da sociedade gregas; portanto, durante a
Grécia clássica. Os quatro grandes perodos da Filosofia grega, nos quais seu conteúdo
muda e se enriquece são:
Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a. C.,
quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das
transformações na Natureza.
Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a. C., quando
a Filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas ( em grego,
antropos quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico).
Período sistemático, do final do século IV ao final do século III . C., quando a Filosofia
busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a antropologia,
interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objecto de conhecimento
filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente
estabelecidas para oferecer os critérios da verdade e da Ciência.
Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a. C. até o século VI depois
de Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos Padres da Igreja,
a Filosofia se ocupa sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das
relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.
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Conclusão
Depois de fazer uma análise sobre a história da filosofia constatou-se a filosofia
sofreu várias nuances no que concerne ao modo de pensar consoante o seu tempo.
O início da filosofia como explicação racional da realidade, baseada em
argumentos, deve-se ao conjunto de pensadores helénicos conhecidos como pré-socráticos,
que elaboraram sua obra no período compreendido entre os séculos VI e VII a.C., pouco
antes do nascimento de Sócrates.
O surgimento da racionalidade crítica foi o resultado de um processo lento,
preparado pelo passado mítico, cuja características não desapareceram na nova abordagem
filosófica do mundo, ou seja, o surgimento da filosofia na Grécia não é o resultado de um
salto, um “milagre”, realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um
processo que se fez através dos tempos e tem sua dívida com o passado mítico.
A reflexão sobre o homem e seu lugar no novo mundo descrito pela ciência foi o
ponto central do heterogéneo grupo de pensadores chamados tradicionalmente de
humanistas. Partilharam a rejeição aos preceitos da escolástica, o desejo de recuperar e
reorganizar os valores culturais da antiguidade clássica e o interesse pela estética e a
retórica. Dentro desses amplos limites ideológicos, no entanto, os autores adoptaram
posturas muito diversas. Em linhas gerais prevaleceram o humanismo cristão e a tendência
à revalorização de Platão frente a Aristóteles, mas prosperou também um pujante neo-
aristotelismo, livre já de seus lastros medievais. No domínio da moral, revitalizaram-se as
escolas helenísticas inspiradas no estoicismo, no cepticismo e no epicurismo.
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Referências Bibliográficas
Jerphagnon, L.(1992). História das grandes filosofias; trad. de Luís Eduardo de Lima
Brandão. São Paulo.
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