Etica Profissional

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Ética e Deontologia Profissional: a Excepção das Profissões da Educação

Paula Emiliano Tenente

Código: 708210750

Quelimane, Maio de 2024


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Ensino à Distância

Ética e Deontologia Profissional: a Excepção das Profissões da Educação

Paula Emiliano Tenente

Código: 708210750

Curso: Lic. Em Ensino de História


Disciplina: Ética Profissional
Ano de Frequência: 4º Ano
Tutor: Tânia da Conceição Manuel Carlos
Turma: H
Quelimane, Maio de 2024
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problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada,
coerência / coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução..................................................................................................................4

1.1 Objectivos...............................................................................................................4

1.2 Metodologia............................................................................................................4

2. Ética e Deontologia Profissional: a Excepção das Profissões da Educação..............5

2.1 O Conceito de Ética................................................................................................5

2.2 O Conceito de Deontologia....................................................................................5

2.3 O Conceito de Profissão.........................................................................................6

2.4 Ética e Deontologia Profissional na Educação.......................................................6

2.5 Situação Paradoxal das Profissões da Educação....................................................7

2.5.1 Valorização Social e Valorização Económica....................................................7

2.5.2 Expectativas Elevadas e Recursos Limitados.....................................................8

2.5.3 Formação Inicial e Realidades do Mercado de Trabalho...................................8

2.6 Impacto na Motivação e Retenção de Professores.................................................9

2.7 Visão Redutora da Profissionalidade das Profissões da Educação........................9

2.7.1 Dimensões da Profissionalidade Docente.........................................................10

2.8 Carência Deontológica das Profissões de Educação............................................10

2.9 Necessidade de um Órgão Profissional de Novo Tipo.........................................11

3. Conclusão.................................................................................................................13

4. Referências Bibliográficas.......................................................................................14
4

1. Introdução

A ética e a deontologia profissional desempenham um papel fundamental


no bom exercício de diversas áreas profissionais. No entanto, é interessante
analisar a excepção que as profissões da educação representam nesse contexto.
Este tema de pesquisa oferece uma oportunidade única para explorar e
compreender as éticas e deontológicas específicas que cercam as práticas
educacionais. Ao investigar de forma mais aprofundada essa excepção, é
possível contribuir para um melhor entendimento dos desafios éticos enfrentados
pelos profissionais da educação e identificar maneiras de promover uma conduta
ética e responsável nesse importante campo de actuação.

A pesquisa sobre ética e deontologia profissional, com foco na excepção


das profissões da educação, representa um campo de estudo relevante e
complexo. Ao explorar as questões éticas e deontológicas específicas que
permeiam as práticas educacionais, podemos obter insights valiosos sobre as
peculiaridades dessa área profissional. Esta introdução busca delinear a
importância e a relevância desse tema, destacando a necessidade de
compreender e abordar as éticas que surgem no contexto das profissões ligadas à
educação. Ao aprofundar essa análise, buscamos contribuir para a reflexão e o
desenvolvimento de práticas éticas e responsáveis no âmbito educacional.

1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
 Investigar e analisar os princípios éticos e deontológicos que norteiam as
diversas profissões, excluindo aquelas ligadas à educação.
1.1.2 Específicos
 Descrever a situação paradoxal das profissões da educação;
 Explicar a Visão redutora da profissional idade das profissões da educação;
 Conceitualizar a Carência deontológica das profissões de educação;
1.2 Metodologia

Para a elaboração deste trabalho, foi possível através de uso de pesquisa


qualitativa quanto a sua abordagem. O estudo bibliográfico ajudou na obtenção
de informações com base nas leituras de diferentes obras bibliográficas e
5

material disponibilizado pelo docente da disciplina e artigos científicos


disponíveis em várias plataformas electrónicas para sustentar o teor do trabalho.
6

2. Ética e Deontologia Profissional: a Excepção das Profissões da Educação


2.1 O Conceito de Ética

A Ética é uma palavra que vem do grego “ethos” que significa carácter, modo de ser, mas
também morada ou habitação. Este significado aplica-se tanto para indivíduos como grupos de
sociedade. De acordo com Monteiro e Ferreira (2013; p. 54) a Ética e Deontologia é o espaço
para se pensar e reflectir acerca da pessoa humana, seja no seu universo pessoal (em sim
mesmo), seja no espaço relacional (com os outros), seja ainda na sua realização profissional (o
modo como se inscreve no que se pretende fazer).

Cortella (2010; p. 98) define a termo ética como conjunto de princípios e valores da nossa
conduta na vida junta. Portanto, ética é o que faz fronteira entre o que natureza manda e o que
nós decidimos. A ética é aquilo que orienta a sua capacidade de decidir, julgar, avaliar. Por seu
turno, Dias (2013; p. 67) definem a ética como um conjunto de valores que orientam o
comportamento do homem em relação aos outros na sociedade em que vive, garantindo,
igualmente o bem-estar social, ou seja, é a forma que o homem se deve comportar no seu meio
social. Tanto Cortella (2010; p. 98) como Dias (2013; p. 67) consideram a ética como um
conjunto de princípios e valores que orientam o comportamento do homem.

2.2 O Conceito de Deontologia

Por definição o termo de deontologia pode significar o conjunto de princípios e regras de


conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua
deontologia própria para regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética da
sua categoria.

Sobre o conceito de deontologia há varias definições. Uma delas é a de Monteiro e


Ferreira (2013; p. 54) segundo a qual a deontologia tem um âmbito mais específico e é mais
frequentemente utilizada no terreno das profissões. Para os mesmos autores, este conceito
significa lógica ou disciplina do dever e diz respeito aos direitos e obrigações inerentes ao bom
cumprimento de uma determinada profissão.

Na mesma perspectiva de análise, Bentham (1834) citado por Monteiro (2004; p. 54)
entende que na acepção restrita o termo deontologia designa os princípios e preceitos que
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definem os deveres inerentes ao exercício de uma profissão, reflectindo valores morais


dominantes, formulados num código com força jurídica ou penal moral, adoptada pela respectiva
classe profissional ou por iniciativa do poder político. Isto significa que a deontologia como
ramo da ética é uma disciplina normativa, trata de princípios da conduta humana, directrizes no
exercício de uma profissão, e estipula os deveres que devem ser seguidos no desempenho de uma
actividade profissional.

2.3 O Conceito de Profissão

Targino (2000; p. 67) observa que o termo profissão é originário da palavra latina
professione e remete ao acto de professar. Indefere a este termo um sentido de confissão pública
de uma crença, opinião ou modo se ser, conduzindo à concepção de uma actividade ou ocupação
especializada, que requer formação. Neste sentido, a profissão pode ser definida como uma
actividade, que exige conhecimentos e habilidades específicas, e que envolve algum tipo de
remuneração.

Na mesma senda, Comparato (2006; p. 89) define a profissão como uma actividade
pessoal, desenvolvida de maneira estável e honrada, ao serviço dos outros e para benefício
próprio, de conformidade com a própria vocação e em atenção à dignidade humana. Isto significa
que a finalidade do exercício de uma profissão é o bem comum. Este consiste num conjunto de
condições da vida social que consistam e favoreçam o desenvolvimento integral da pessoa
humana.

2.4 Ética e Deontologia Profissional na Educação

Monteiro e Ferreira (2013; p. 54) explicam que do ponto de vista social, pode-se dizer
que as relações humanas são regidas por um conjunto de normas indispensáveis para a
organização da sociedade e sobrevivência colectiva. E desta asserção decore o posicionamento
do Monteiro (2008; p. 43) ao considerar que a maior parte das profissões têm regras, por mais
elementares que sejam, têm normas profissionais codificadas, que definem o seu objecto e
serviços, identificam, os valores e qualidades que distinguem a profissão e os respectivos
profissionais, assim com declaram as responsabilidades que assumem.
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Para Monteiro (2008; p. 44) existe um código cujo respeito é a condição de possibilidade
da coexistência, comunicação e cooperação entre os membros de uma colectividade. Assim, em
cada colectividade os homens encontram diversas formas para padronizar o respeito a tais regras.

Camparato (2006; p. 89) observa que a importância de se adoptar um código de ética para
as profissões são várias, isto decorre da necessidade de delimitar os espaços de actuação de um
profissional, neste caso, um professor, no contexto do seu relacionamento com o aluno e outros
membros da sociedade de inserção da escola.

Este raciocínio sugere um entendimento segundo o qual, a ética e deontologia de uma


profissão, constitui em conjunto o seu código de conduta profissional, que garante a segurança da
sociedade e defesa dos próprios profissionais face a comportamentos inadequados a que possam
ser sujeitos. E, face às perspectivas convocadas, surge logo a ideia de que um código de conduta
profissional é uma componente essencial e indispensável para o exercício livre e responsável de
uma profissão, no caso vertente, a profissão de docente, digna de confiança pública. Desta forma,
a ética profissional é de interesse e importância da educação e do também do professor
profissional que procura o desenvolvimento da sua carreira.

2.5 Situação Paradoxal das Profissões da Educação

NietzscheI (1997, p. 87) diz que a situação paradoxal das profissões da educação é um
tema complexo que reflecte várias contradições inerentes ao campo educacional. Este paradoxo
envolve aspectos como a valorização social e económica dos profissionais da educação, as
condições de trabalho, e as expectativas em torno da formação e desempenho desses
profissionais. Apresenta-se uma análise detalhada dos principais elementos que compõem esse
paradoxo:

2.5.1 Valorização Social e Valorização Económica

Na valorização social, os profissionais da educação, especialmente os professores são


frequentemente exaltados pela sociedade como figuras essenciais para o desenvolvimento
humano e social. O discurso público e as políticas educacionais muitas vezes reconhecem a
importância da educação de qualidade e a necessidade de profissionais bem preparados e
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dedicados. A educação é vista como a chave para a melhoria de indicadores sociais, como a
redução da pobreza e a promoção da igualdade de oportunidades (NietzscheI, 1997; p. 87).

Enquanto na valorização económica apesar da valorização social, a realidade económica


dos profissionais da educação muitas vezes não corresponde a essa exaltação. Em muitos países,
os professores enfrentam salários baixos, que não reflectem a importância de sua função. Isso
leva a uma desvalorização económica que contrasta directamente com o reconhecimento social
de sua importância.

2.5.2 Expectativas Elevadas e Recursos Limitados

 Expectativas Elevadas: há uma pressão constante sobre os profissionais da educação


para que desempenhem papéis diversos além do ensino, incluindo a formação de
cidadãos críticos, a mediação de conflitos, o apoio psicológico e a inclusão de alunos com
necessidades especiais. As políticas educacionais frequentemente estabelecem metas
ambiciosas, e os professores são esperados a serem agentes de transformação social
(Morin, 1999; p. 67).

 Recursos Limitados: entretanto, os recursos disponíveis para que os professores possam


cumprir essas expectativas são frequentemente insuficientes. Salas de aula superlotadas,
falta de material didáctico adequado, infra-estrutura precária e acesso limitado a
formação continuada são desafios comuns enfrentados por educadores. Esse descompasso
entre o que se espera dos professores e os recursos que lhes são oferecidos contribui para
um ambiente de trabalho stressante e desmotivador.

2.5.3 Formação Inicial e Realidades do Mercado de Trabalho

Na formação inicial os cursos de formação de professores costumam oferecer uma base


teórica sólida e preparam os futuros educadores para um ideal de prática pedagógica. As
universidades e instituições de ensino superior focam em ensinar metodologias de ensino, teorias
da educação e práticas de estágio supervisionado que são essenciais para o desenvolvimento
profissional (Formosinho & Machado, 2010; p. 55).

Na realidade do mercado de trabalho, ao ingressar no mercado de trabalho muitos


professores encontram uma realidade bastante diferente. Enfrentam desafios práticos que muitas
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vezes não foram abordados durante a formação inicial, como a gestão de sala de aula em
contextos adversos, a burocratização do sistema educacional, e a necessidade de adaptar-se
constantemente a mudanças curriculares e tecnológicas. Esse choque entre a formação inicial e a
realidade profissional pode levar à frustração e ao desânimo.

2.6 Impacto na Motivação e Retenção de Professores

O paradoxo das profissões da educação tem um impacto directo na motivação e retenção


de professores. A desvalorização económica, as condições de trabalho desafiadoras, e o
descompasso entre expectativas e realidade contribuem para a alta taxa de desistência na
profissão. Muitos professores deixam o magistério em busca de melhores condições de trabalho e
remuneração em outras áreas, o que agrava a escassez de profissionais qualificados na educação
(Guerra, 2002; p. 11-33).

2.7 Visão Redutora da Profissionalidade das Profissões da Educação

A profissionalidade refere-se à qualidade de ser profissional, ou seja, ao conjunto de


habilidades, conhecimentos e atitudes que caracterizam uma pessoa como competente em sua
área de actuação. No contexto das profissões da educação, a profissionalidade envolve não
apenas o domínio técnico, mas também a ética, a reflexão crítica e a capacidade de adaptação.

Diferentemente da dimensão externa da profissionalização, isto é, do profissionalismo, a


profissionalidade cumpre um papel que Sacristán (1991, p.64) assinala como sendo aquilo que é
afirmativo e específico da acção docente, isto é, “o conjunto de comportamentos, conhecimentos,
destrezas, atitudes e valores que constituem a especificidade de ser professor”. Assim
caracterizada, a profissionalidade apresenta-se como a dimensão antropológica do professorado,
ou seja, do que faz com que um professor seja o que vem sendo.

Nos dias atuais, o termo profissionalidade está, em grande parte, relacionado à “hiper-
responsabilização” (Sacristán, 1991, p. 63), que o discurso pedagógico dos segmentos
dominantes da sociedade confere aos docentes, ao acusá-los pelos baixos índices de
aprendizagem discente e a má qualidade do ensino. Esta situação reflecte o papel institucional
central que o sistema de ensino unilateralmente atribui aos docentes, pelo sucesso ou insucesso
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da educação escolar, de modo a tentar infligir um modelo de ser profissional aos professores
(Sacristán, 1991).

2.7.1 Dimensões da Profissionalidade Docente

O Conselho Nacional de Educação (CNE) considera várias dimensões estruturantes da


profissão docente, essas dimensões incluem:

 Conhecimento Profissional Específico: Os professores precisam dominar o conteúdo da


disciplina que ensina, bem como estratégias pedagógicas eficazes.

 Visão do Professor como Profissional: O professor deve ser visto como um profissional
autónomo, capaz de tomar decisões fundamentadas.

 Formação Multidimensional: A formação docente deve abranger diversas áreas, incluindo


conhecimento técnico, ética e prática reflexiva.

2.8 Carência Deontológica das Profissões de Educação

Tavares (2004, p. 132) diz que a carência deontológica das profissões de educação refere-
se à falta de normas éticas e de conduta claramente definidas e aplicadas no exercício das
funções educacionais. Esse conceito envolve várias dimensões:

 Ética Profissional: a necessidade de um código de ética bem estruturada que oriente o


comportamento dos profissionais da educação. Isso inclui princípios como integridade,
respeito, equidade, e responsabilidade.

 Formação e Capacitação: a formação dos educadores deve incluir componentes de ética


profissional, para que estejam preparados para lidar com dilemas morais e éticos no
ambiente escolar.

 Supervisão e Avaliação: a existência de mecanismos para supervisionar e avaliar a prática


ética dos educadores. Isso pode envolver avaliações regulares e sistemas de feedback que
levem em consideração a conduta ética.
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 Políticas e Regulamentações: a implementação de políticas e regulamentações que


estabeleçam claramente as expectativas e as consequências para comportamentos
antiéticos.

 Cultura Organizacional: fomentar uma cultura dentro das instituições educativas que
valorize e promova a ética profissional. Isso inclui lideranças que dêem exemplo de
conduta ética.

A carência deontológica pode resultar em várias consequências negativas, como a perda


de confiança dos alunos e da comunidade, a desvalorização da profissão, e a ocorrência de
injustiças e desigualdades no ambiente educacional. Portanto, é essencial que haja um esforço
conjunto para desenvolver, implementar e manter padrões éticos elevados na educação (Tardif,
2001; p. 45).

2.9 Necessidade de um Órgão Profissional de Novo Tipo

Compreendo a importância de órgãos profissionais na regulamentação e orientação das


profissões. Um órgão profissional de novo tipo poderia ser uma oportunidade para abordar
desafios específicos enfrentados pelas profissões de educação (Menezes, 2010; p. 87). Este novo
órgão teria como objectivo principal assegurar que os profissionais da educação mantenham
padrões éticos e de conduta elevados, obedecendo as seguintes das características e funções:

 Definição e Actualização de Códigos de Ética: O órgão seria responsável por


desenvolver, implementar e revisar periodicamente um código de ética que reflicta as
melhores práticas e os valores essenciais da profissão.

 Formação e Desenvolvimento Profissional: Ofereceria programas de formação contínua


em ética e deontologia para educadores, garantindo que todos os profissionais estejam
actualizados e bem preparados para enfrentar dilemas éticos.

 Supervisão e Fiscalização: Monitoraria a prática profissional, garantindo que as normas


éticas sejam seguidas. Isso poderia incluir visitas de supervisão, auditorias e a criação de
canais para denúncias de conduta inadequada.
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 Avaliação e Certificação: Implementaria sistemas de avaliação e certificação para


assegurar que todos os profissionais da educação possuam e mantenham os padrões éticos
necessários. Certificados de conformidade ética poderiam ser exigidos para a prática
profissional.

 Mediação e Resolução de Conflitos: Actuaria como mediador em casos de conflitos


éticos, oferecendo um fórum para resolução justa e imparcial de disputas que envolvam
questões de ética profissional.

 Promover a Cultura Ética: Trabalharia para promover uma cultura de ética nas
instituições educacionais, incentivando práticas que valorizem a integridade, a
transparência e a justiça.

 Pesquisa e Desenvolvimento: Investiria em pesquisa sobre ética e deontologia na


educação, contribuindo para a criação de novos conhecimentos e práticas inovadoras que
possam ser aplicados no campo.

A criação de um órgão de novo tipo se faz necessária para enfrentar os desafios éticos
complexos que os educadores encontram em seu dia a dia e para garantir que a educação seja
conduzida de maneira justa, equitativa e responsável. Este órgão actuaria não apenas como um
regulador, mas também como um facilitador do desenvolvimento contínuo e da melhoria das
práticas profissionais na educação (Reboul, 2000; p. 54).
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3. Conclusão

Na conclusão da pesquisa sobre "Ética e Deontologia Profissional: A Excepção das


Profissões da Educação" podemos destacar a existência de uma situação paradoxal no contexto
das profissões da educação. Enquanto essas profissões são fundamentais para a sociedade e têm
um impacto significativo no desenvolvimento humano, muitas vezes enfrentam uma visão
redutora de sua complexidade e importância. A carência deontológica nesses campos também se
faz presente, evidenciando a necessidade de estabelecer directrizes éticas sólidas e
universalmente aceitas para orientar a conduta dos profissionais da educação.

Além disso, a pesquisa ressalta a urgência de se criar um órgão profissional de novo tipo,
capaz de promover não apenas a excelência técnica, mas também a integridade ética nas práticas
educacionais. Esse órgão poderia actuar como um mediador entre os profissionais, as instituições
de ensino e a sociedade, contribuindo para elevar o nível de profissionalismo, reforçar a
responsabilidade social e estabelecer padrões éticos elevados no campo da educação. Portanto, a
discussão sobre ética e deontologia profissional nas profissões da educação aponta para a
importância de repensar as práticas e normas vigentes, visando o aprimoramento contínuo e a
promoção de uma conduta ética e responsável em prol de uma sociedade mais justa e equitativa.

Neste contexto, torna-se evidente a necessidade de um órgão profissional de um novo


tipo, que possa promover uma abordagem mais ampla e abrangente das questões éticas e
deontológicas no campo da educação. Esse órgão teria a missão de desenvolver e regulamentar
directrizes éticas específicas, além de oferecer suporte e orientação aos profissionais da educação
diante de situações complexas. Assim, a criação de um órgão desse tipo poderia contribuir
significativamente para a valorização e aprimoramento das práticas éticas no âmbito educacional.
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4. Referências Bibliográficas

Comparato, F.K. (2006). Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo,
Companhia das Letras;

Cortella, M. S. (2010). Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e
ética. RJ: Vozes;

Dias, M.S. (2012). Dar rosto ao futuro: educação como compromisso ético: In Baptista, Dar
Rosto ao futuro. Porto, Portugal: Proto edições;

Formosinho, J., Machado, J. (2010). Formação, Desempenho e Avaliação de Professores.


Mangualde: Edições Pedagogo.

Guerra, M. S. (2002). Como num Espelho: Avaliação qualitativa das escolas. In J. Azevedo
(Coord.) Avaliação das Escolas: Consensos e divergências (pp. 11-33). Porto: Edições;

Menezes, M. A. (2010). Reflexões sobre educação. Luanda: Editora Mayamba;

Monteiro, H. Ferreira, P. (2013). Ética e Deontologia: Grupo Porto Editora, Lda;

Morin, E. (1994). As Grandes Questões do Nosso Tempo (4.ª ed.). Tradução de Adelino dos
Santos Rodrigues. Editorial Notícias.

NietzscheI F. (1997). Ecce Homo. Como se Chega a Ser o que Se É. Tradução de José Marinho.
Lisboa: Guimarães Editores;

Reboul, O. (2000). Filosofia da Educação. Lisboa: Edições 70;

Sacristán, José G. (1991). Consciência e acção sobre a prática como libertação profissional dos
professores. In: Nóvoa, António (Org.). Profissão professor. Porto: Porto Editora. p. 61-92.

Tardif, M.; Lessard & Gauthier, C. (2001). Formação dos professores e contextos sociais. Porto,
Portugal: Rés editora, 2001.

Tavares, J. C. (2004) Fundamentos teóricos para uma deontologia profissional. In:


SEMINÁRIO SOBRE ÉTICA PROFISSIONAL.

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