Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
VOLUNTARIADO E
DESENVOLVIMENTO
DE PROJETOS
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
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Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
F481t
ISBN 978-65-5646-249-3
ISBN Digital 978-65-5646-250-9
CDD 657.98
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
O Terceiro Setor..........................................................................7
CAPÍTULO 2
Gestão de Organizações do Terceiro Setor.......................... 57
CAPÍTULO 3
Projetos e Mobilização de Recursos.................................... 111
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina Terceiro Setor, Voluntariado
e Desenvolvimento de Projetos, do curso de pós-graduação em Terceiro Setor e
Projetos Sociais da Uniasselvi.
Bons estudos!!!
Professor Loriberto.
C APÍTULO 1
O Terceiro Setor
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O crescimento do terceiro setor representa uma mudança na forma de
participação das pessoas em sociedade. Isso porque um bom número destas
organizações tem a participação de voluntários.
Sabemos que muitas sequer são registradas, ou seja, sequer aparecem nas
estatísticas do setor. São organizações de fato. Isso traz algumas implicações,
como a impossibilidade de receber recurso público.
Por outro lado, esse mesmo sistema pode trazer alguns aspectos
inconvenientes, como as organizações que só existem no papel e que são usadas
em esquemas de desvio de recursos públicos. São as entidades-fantasma. Não
faltam notícias a respeito desse tipo.
Que bom que a esmagadora maioria existe e busca prestar sua assistência
e serviços de forma justa e honesta, em grande parte com recursos vindos
de doações espontâneas da própria comunidade. Outras, devido as suas
características de interesse público, celebram parcerias com o poder público,
sendo por ele subsidiadas.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Por fim, vamos identificar que algumas organizações do terceiro setor podem
buscar o reconhecimento público, por meio de certificados, títulos e qualificações.
Uma vez portadoras desses reconhecimentos, abrem-se novas portas quanto a
sua atuação e, juntamente, aumentam as obrigações e responsabilidades.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Mais adiante, os ensinamentos judeus tinham foco nos direitos dos pobres,
para amparo das viúvas, órfãos, deficientes, enfermos e prisioneiros. Assim, as
igrejas cristãs primitivas criaram fundos para apoiar os necessitados, onde se
esperava que os fiéis levassem seus donativos para serem compartilhados com
quem nada tinha.
Vejam que até a rainha da Inglaterra chegou a promulgar uma lei, permitindo
ao primeiro ministro que investigasse de que forma os recursos destinados à
filantropia eram usados e o mau uso deles acarretaria sanções aos que estivessem
praticando abusos, entre eles, perder apoio para continuar arrecadando donativos.
Parece atual, não é mesmo? Pois então! Essa lei é do ano de 1601!!!
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
No início dos anos 1980, a expressão terceiro setor também foi adotada
pelos europeus, com um propósito bem específico: caracterizar um determinado
conjunto de organizações, para diferenciá-las em primeiro lugar, das organizações
estatais, em seus aspectos burocráticos, e em segundo lugar das organizações
mercantis, em seus aspectos de maximização dos seus lucros.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Nessas
Nessas organizações voluntárias eram oferecidos serviços
organizações
voluntárias eram que iam da assistência médica e financeira até à organização de
oferecidos serviços funerais, além de indicar locais de refúgio e abrigo aos mendigos.
que iam da Em geral, as organizações voluntárias tinham estatutos próprios,
assistência médica mas que deveriam passar pela aprovação do governo e pela lei
e financeira até à eclesiástica. A independência na forma de atuação, no entanto era
organização de
respeitada.
funerais, além de
indicar locais de
refúgio e abrigo aos Como exemplos dessas organizações, podemos citar as
mendigos. Santas Casas de Misericórdia e os Institutos de Beneficência, que
se estabeleceram por todo o Brasil, com a construção dos primeiros
hospitais, hospedarias e asilos.
No final dos anos 1970, ocorreu um movimento que deu nova dimensão
às organizações do terceiro setor no Brasil. A anistia a exilados políticos e o
processo de abertura democrática impulsionaram a criação de uma multiplicidade
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
Desde então o terceiro setor tem se desenvolvido, ou seja, está aí, presente
e atuante em diversas frentes de ação. Conhecer um pouco da sua origem nos
ajuda a entender as lutas que estas organizações enfrentam a cada dia. Entender
esse contexto, em que muitas vezes elas são injustamente acusadas de algo
que não é de sua competência, ou de receber muito pouco reconhecimento pela
excelência com que realizam suas atividades.
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O que se pode afirmar é que o terceiro setor encontra-se fora do âmbito das
atividades estatais, também reconhecidas como sendo do primeiro setor e das
atividades privadas com fins particulares, o segundo setor ou ‘mercado’.
FONTE: <https://plenarinho.leg.br/wp-content/uploads/2017/02/3-
poderes.jpg>. Acesso em: 15 set. 2020.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
Isso não quer dizer que essas organizações não possam ter recursos
excedentes, como sobras ou superávits. No Capítulo 2, vamos abordar com maior
profundidade esse aspecto tão importante para as organizações, mas que, muitas
vezes, é motivo de preconceito.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
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Esse documento elaborado pela ONU pode ser considerado como um passo
importante para a melhoria das informações e conceitos sobre o terceiro setor.
Encontra-se uma definição que acomoda todas as entidades alcançadas pelo
terceiro setor e, ao mesmo tempo, esclarece as diferenças entre primeiro setor e
segundo setor. Vejamos o texto a seguir:
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
Perspectiva Conceito
Funcional São separadas do governo, com autonomias próprias
Legal Até um determinado ponto são institucionalizadas, ou seja, pos-
suem uma estrutura formalizada
Econômico-financeira Nenhum retorno de lucros é destinado para seus diretores
Estrutural Possuem característica de autogestão
Operacional Possuem um grau significativo de participação voluntária
Fiscal Possuem características especiais, gozando de isenção de alguns
tributos.
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3.1 CARACTERÍSTICAS
Como qualquer outra forma de organização, também as que compõem o
conjunto de atividades da economia solidária têm suas características próprias.
Queremos destacar as principais, para uma melhor compreensão de sua
abrangência e possibilidades de ação.
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Tudo ia muito bem até que tiveram um problema de desfalque, com o desvio
de significativos recursos por parte do presidente e do tesoureiro. Segundo
relato de um membro, a cooperativa só não fechou naquele momento porque os
membros ainda enxergavam aquele empreendimento como a realização de um
sonho, que infelizmente fechou, tempos mais tarde.
Gestão democrática
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
A figura a seguir ilustra uma rede de colaboração solidária, com todo o seu
possível alcance.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Quero destacar a Justa Trama, que é uma rede composta por trabalhadores
organizados em pequenos empreendimentos da economia solidária. Nela, estão
inseridos agricultores, fiadores, tecedores, costureiras, artesão, coletores e
beneficiadores de sementes.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
4 ORGANIZAÇÕES DE INTERESSE
PÚBLICO
Algumas organizações do terceiro setor cooperam com o Estado, no
atendimento do interesse público. Para tanto, celebram termos de cooperação
e fomento, recebendo recursos orçamentários dos entes federativos, ou ainda a
cessão de bens e outros instrumentos previstos em leis específicas. Ou seja, o
poder público paga para as organizações atuarem em seu nome.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
contratos com o Estado. Nos próximos itens, queremos explorar um pouco mais
essas possibilidades, estudando a o enquadramento dessas organizações,
os certificados, qualificações e títulos possíveis de alcançar e, talvez o mais
importante, as obrigações e responsabilidade advindas dessa relação.
4.2 CERTIFICAÇÕES,
QUALIFICAÇÕES E TÍTULOS
As organizações do terceiro setor podem buscar um reconhecimento junto ao
poder público. Esse reconhecimento, ou ‘selo’, em geral, classificam-se em títulos,
certificações e qualificações. Apesar de se tratar de formas de reconhecimento,
eles não são obrigatórios e cada um possui características próprias, pois são
concedidos para funções específicas.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
Embora no âmbito federal esse título não exista mais, nos municípios e em
âmbito estadual, ainda estão vigentes, cada ente com suas próprias regras e
normas para requerimento.
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FONTE: O autor
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
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Com base nesses dados, vamos simular as duas situações: a primeira delas
considerando que esse hospital não tem o CEBAS, e na segunda situação, com o
CEBAS. Com essa simulação, vamos verificar quanto (em R$) o hospital deixa de
recolher aos cofres públicos, por conta da sua certificação junto ao CEBAS. Para
realizar o cálculo, sabemos que a contribuição social patronal é de 20%, além da
incidência do PIS na ordem de 1% sobre o valor da folha. Esses percentuais têm
sua base em legislação tributária específica.
FONTE: O autor
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
É muito comum ouvirmos a expressão “eu abri uma OSCIP”. A rigor, o que
ocorre é a constituição de uma organização do terceiro setor, com interesses
sociais e que apresenta em seu estatuto as disposições necessárias para se
buscar a qualificação de OSCIP.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
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4.3 OBRIGAÇÕES E
RESPONSABILIDADES
Observe o texto da reportagem e responda: O que o texto pode nos
indicar? Que é necessária maior transparência e visibilidade às informações que
interessam não só aos associados de organizações, mas também a um número
maior de interessados, como os beneficiários, parceiros, financiadores, sociedade
e o poder público. São os chamados stakeholders, o público com quem as
organizações se relacionam.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
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Legalidade significa dizer que deverão cumprir o que diz a legislação vigente e
seus atos constitutivos
Impessoalidade determina que seus processos decisórios sejam imparciais
Moralidade as escolhas da gestão devem ser éticas e íntegras
Publicidade seus atos e fatos devem ser divulgados, tais como relatórios e contas,
para que qualquer pessoa tenha conhecimento
Economicidade deverá observar o que tiver maior relação custo/ benefício, otimizando
o emprego do capital e suas contratações devem ser por preços de
mercado – vantajosos/justos para a organização
Eficiência impõe-se ao estabelecimento de metas, formulação de projetos e
avaliação de resultados
FONTE: O autor
Ser uma organização do terceiro setor não significa estar imune a problemas,
como os escândalos de corrupção ocorridos no início dos anos 1990, que
apontaram irregularidades na transferência de recursos do governo federal para
organizações ilegítimas e que culminaram com a criação de duas Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs), em 2001 e 2007, trazendo uma visão
incriminadora e resultando em mácula à reputação do terceiro setor de forma
geral.
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Artigo: <https://jus.com.br/artigos/54024/organizacoes-sociais-
e-organizacoes-da-sociedade-civil-de-interesse-publico>.
Vídeos: <https://www.youtube.com/watch?v=Kz8sl0CAHE8>.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Assim chegamos ao final desta primeira jornada. Encerramos o Capítulo 1 e
antes de seguir adiante, vamos rememorar os assuntos que abordamos até aqui.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Esperamos você.
Bons estudos!!
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, C. P. A Lei nº 13.019/2014: destaques, controle e perspectivas.
Revista Jurídica da Universidade de Cuiabá e Escola da Magistratura Mato-
Grossense, v. 4, p. 37-61, jan/dez 2016.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
BÜCHS, M.; EDWARDS, R.; SMITH, G. Third sector organisations’ role in pro-
environmental behaviour change – a review of the literatura and evidence.
(Working paper 81). Southampton: Third Sector Research Centre. May, 2012.
LAVILLE, J. What is the third sector? From the non-profit sector to the social and
solidarity economy: Theoretical debate and European reality. EMES European
Research Network Working Papers, v. 11, n. 1, 2011. pp. 1-16.
LECA, B.; GOND, J, P.; CRUZ, L. B. Building critical performativity engines for
deprived communities: the construction of popular cooperative incubators ind
Brazil. Organization. 2014. v. 21, n. 5. pp. 683-712.
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Capítulo 1 O Terceiro Setor
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C APÍTULO 2
Gestão de Organizações do
Terceiro Setor
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No Capítulo 1 destacamos o crescimento do terceiro setor e nos preocupamos
com delimitar o espaço dele.
Porém, se esse passo não for dado com segurança, os reflexos poderão
trazer sérias consequências, como excesso de tributação, impossibilidade
de captar recursos como organização do terceiro, impossibilidade de admitir
voluntários para o serviço. Assim, o adequado reconhecimento da natureza
jurídica poderá ajudar a impulsionar as atividades da organização.
2 ASPECTOS SOCIETÁRIOS E
LEGAIS
Nesta seção, vamos avançar para os conceitos e possíveis aplicações
relacionadas aos aspectos societários e tributários aos quais às organizações
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Assim, ela nasce do desejo de um instituidor, que doa parte de seu patrimônio
para o bem comum. Na prática, esse indivíduo ou indivíduos ou ainda outras
pessoas jurídicas de naturezas distintas necessitam lavrar uma escritura pública
ou ainda declarar o desejo, por meio de um testamento, no qual será designada
qual a parcela de seus bens se destina à fundação e para qual finalidade eles
devem servir.
O Código Civil (Lei nº 10.406/2002), em seu artigo 62, parágrafo único, indica
que a partir da sua instituição, as fundações somente poderão ser constituídas
com a finalidade religiosa, moral, cultural ou de assistência.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
Dito isso, no artigo 150, inciso VI, alínea “c” da Constituição Federal, nós
temos a seguinte determinação em relação a matéria tributária:
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
[...]
I – Não distribuem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
suas rendas a qualquer título;
II – Aplicarem, integralmente no País, seus recursos na
manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - Manterem escrituração de suas receitas e despesas em
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua
exatidão.
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Desta forma, essas organizações do terceiro setor fazem com que outras
pessoas jurídicas e físicas se legalizem, emitindo os documentos fiscais
necessários e, com isso, aumentam a base de tributação. Aumentando a base
de tributação, aumenta a arrecadação de tributos e assim ela pode gozar
dos benefícios concedidos por sua parcela de contribuição no aumento da
arrecadação de tributos.
Nos quadros que seguem, apresenta-se de forma resumida a base legal para
isenção de tributos aos quais as organizações do terceiro setor estão sujeitas. É
importante lembrar que essa base legal pode sofrer alterações, portanto, a sua
aplicação é válida para o mês de junho do ano de 2020 e tem caráter didático.
Após essa data, é importante rever a legislação para o adequado enquadramento.
Regime • Cumulativo.
FONTE: O autor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
QUADRO 5 – CSLL
Origem Isenção de impostos sempre decorrente de lei (art. 15
da Lei nº 9532/97).
Enquadramento Filantrópico, cultural, recreativo, científico e asso-
ciações civis.
Regime tributário Isenta da CSSL (IN 390/2004 e art. 15 Lei nº 9532/97).
FONTE: O autor
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FONTE: O autor
FONTE: O autor
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
A lei tem como fundamentos para sua existência a gestão pública A lei tem como
democrática, a participação social, o fortalecimento da sociedade civil fundamentos para
e a transparência na utilização de recursos públicos. Significa dizer sua existência a
gestão pública
que o texto trouxe vários aspectos que revelam diversos avanços em
democrática, a
relação a toda a legislação vigente até então, como o controle por participação social,
resultados, a criação do PMIS – Procedimento de Manifestação de o fortalecimento
interesse Social, o chamamento público, a corresponsabilidade de da sociedade civil
todos os gestores da organização do terceiro setor, além dos gestores e a transparência
públicos responsáveis pelo repasse ou não do recurso. na utilização de
recursos públicos.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Por outro lado, também existem alguns aspectos que ainda são
considerados problemáticos na nova lei, especialmente por ainda existirem focos
de insegurança jurídica, ou seja, pontos que a qualquer momento podem gerar
demandas e processos questionando determinadas ações, o universo ainda
limitado de organizações favorecidas, já que nem todas conseguem se adequar
em suas organizações internas para estarem habilitadas a buscar recurso, e, por
fim, uma tendência forte de padronização e burocratização.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
Por fim, nem todos concordam com a classificação dada ao MROSC como
sendo um “marco regulatório”. Isso porque justifica-se que existe farta legislação
que já normatizava as relações do poder público com as organizações do terceiro
setor. Mas mesmo que a Lei nº 13.019/2014 não seja considerada como um
marco, há de se concordar que é um feito importante essa tentativa de consolidar
em um único documento o que se encontrava espalhado.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
3 ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E
FINANCEIROS
Na Seção 2 apresentamos conceitos relacionados aos aspectos societários
e legais de uma organização do terceiro setor. Evidenciamos que o estatuto é o
documento no qual se evidencia a natureza jurídica dessas organizações.
Mas o papel do estatuto vai muito além. É o documento que vai regular
todo a vida de uma organização. No estatuto, serão delimitados os objetivos da
organização, as regras de funcionamento, a forma como se dará a administração,
quais recursos para manutenção. Enfim, o estatuto é a base para qualquer ação
que a organização pretenda realizar.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
FONTE: O autor
O órgão deliberativo é a Assembleia Geral, que tem o poder máximo dentro
da organização. É o órgão soberano e que pode tudo. Entre suas atribuições,
destacamos: aprovação do estatuto, em que são estabelecidas as regras
relacionadas à forma como se elegem os membros dos órgãos de gestão e
controle, a forma como novos associados são admitidos, demitidos ou excluídos,
os deveres e direitos dos associados, as penalidades, a forma de obtenção de
recursos e a forma como se deve prestar contas, os requisitos para se alterar
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
FONTE: <https://www.admfacil.com/principais-funcoes-
do-administrador/>. Aceso em: 22 set. 2020.
A função de planejamento tem o objetivo de prever e preparar A função de
o futuro da organização. Ali são determinados os objetivos, definem- planejamento tem o
se os recursos e quais os meios que serão utilizados para alcançar objetivo de prever e
os objetivos. Sem um planejamento, tem-se dificuldade para definir o preparar o futuro da
que se deve fazer, qual caminho seguir e como avaliar os resultados. organização.
Nessa função, define-se o que fazer.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
FONTE: <https://www.portal-administracao.com/2014/06/planejamento-
gestao-estrategica-o-que-e.html?m=1>. Acesso em: 8 out. 2020.
Em geral, as organizações estão sujeitas a um alto grau de incertezas,
especialmente no que se refere ao financiamento das atividades, tornando a tarefa
de revisar o planejamento estratégico algo frequente. Por outro lado, torna-se um
processo constante de aprendizagem a respeito da dinâmica de funcionamento da
organização, que melhora a capacidade de tomar decisões rápidas e acertadas.
Os aspectos financeiros serão abordados nas próximas seções.
Na função de
organização, Na função de organização, viabiliza-se a execução dos
viabiliza-se trabalhos necessários para alcançar os objetivos propostos no
a execução planejamento. Dito de outra forma, nessa função se estabelecem
dos trabalhos as atribuições e responsabilidades, são distribuídos os recursos e
necessários
definidas as formas de trabalho. Aqui, estabelece-se quem faz o
para alcançar os
objetivos propostos. que, com que recursos e de que forma.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
função organização busca definir quem toma as decisões e sobre quais assuntos,
estabelecer quem deve realizar quais atividades, apontar quem deve acompanhar
e controlar cada atividade além de indicar as relações entre os membros.
Vimos que antes de dar início às atividades, a organização deve realizar seu
planejamento e depois organizar os trabalhos. Mas essas funções, por si só, não
são suficientes para garantir que de fato as atividades sejam realizadas.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
O conselho fiscal tem uma responsabilidade muito grande, que antes da Lei nº
13.019/2014, o Marco Regulatório, entrar em vigor, era manifesto implicitamente,
porém, agora, evidenciou-se de tal forma que se tornou órgão obrigatório nas
organizações. O Conselho Fiscal pode sofrer penalidades caso seja identificada
omissão em relação a alguma irregularidade ou ainda se ele foi conivente com
alguma irregularidade praticada pelos órgãos de gestão.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
FONTE: O autor
Já na fase de execução é na qual ocorrem os gastos previstos, ou seja,
o desembolso de recursos para cumprir as obrigações assumidas e também
o ingresso dos recursos, sejam provenientes de mantenedores ou vindos de
prestação de serviços ou venda de produtos.
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exige que se faça um adequado planejamento dos momentos dos gastos, das
aplicações. E o mais importante: ter um controle e acompanhamento rígidos das
despesas a serem realizadas em determinado período.
Conta Corrente específica Serve para exercer um controle efetivo do fluxo de valores
nas Entidades sem Fins Lucrativos.
Conciliação mensal dos sal- É importante fazer pelos menos uma vez por mês a verifi-
dos das contas bancárias cação dos cheques emitidos, depósitos realizados, débitos
e créditos efetuados pelo banco, para confirmação do saldo
bancário constante do extrato de contas.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Ou seja, o fluxo de caixa tem como objetivo básico a projeção dos ingressos
e saídas dos recursos financeiros para determinado período, em que poderá
verificar se há necessidade de captar empréstimos ou aplicar os excedentes de
caixa.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
FONTE: O autor
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FONTE: O autor
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4 RECURSOS HUMANOS E O
VOLUNTARIADO
Para iniciar este tema, é bom lembrar que o direito do trabalho não foi fruto de
concessões ou invenção de alguém que acordou de manhã e disse ‘hoje vou criar
regras trabalhistas’. Foram pelo menos dois séculos de lutas que culminaram, no
Brasil, em um sistema mínimo de proteção de direitos da classe trabalhadora e
que se encontram consolidados na CLT – Decreto Lei nº 5.452/43. O principal
fundamento desse sistema é dar proteção jurídica ao empregado.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
FONTE: <http://etecaf.com.br/programa-de-voluntarios-
facaadiferenca/>. Acesso em: 8 out. 2020.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Voluntário, portanto,
é aquela pessoa Voluntário, portanto, é aquela pessoa que eventualmente se
que eventualmente apresenta para auxiliar em determinada tarefa, que precisa ficar
se apresenta muito clara. Adiante veremos que existe um documento que serve
para auxiliar em para dar a devida cobertura jurídica para o trabalho voluntário – o
determinada tarefa, termo de adesão ao trabalho voluntário.
que precisa ficar
muito clara.
A organização pode criar regras para o trabalho voluntário? A
resposta é sim. Cada organização pode estabelecer os procedimentos para que
uma pessoa possa se candidatar a uma vaga como voluntário. Citamos alguns
exemplos que constam no manual do voluntário do Centro de Voluntariado de
São Paulo no quadro a seguir.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Mas uma vez que vagas para voluntários são abertas, elas devem ser
preenchidas, pois são oportunidades de trocas entre as duas partes. De um lado
a organização ganha, pois supre uma necessidade pontual e conta com uma
carga de experiência trazida pelo voluntário. E ganha o próprio voluntário, que
pode adquirir experiência em sua área de formação ou ainda a possibilidade de
gerar uma oportunidade para desenvolver novas habilidades.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
aqui é uma alegria, faço com carinho. Preciso ajudar o próximo. Até
quando eu puder, eu vou continuar”. Voluntária de uma APAE.
“Eu sinto que, quando eu não venho, que tem alguma coisa
me faltando, sinto falta quando não venho. É muito gratificante estar
com as colegas, quando você chega, esse ambiente de trabalho é
agradável. Você chega aqui, começa a fazer as coisas e esquece de
tudo. Depois tem a gratificação com o trabalho, em saber que você
está ajudando alguém”. Voluntária de um asilo.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
FONTE: <http://www4.goiania.go.gov.br/portal/site.
asp?s=782&tt=not&cd=13897&fn=true>. Acesso em: 8 out. 2020.
É bom ter claro que o trabalho voluntário não é igual ao estágio, que por sua
vez tem outra regulamentação. E mesmo que se tenha a legislação do voluntariado
em mãos, é necessário tomar alguns cuidados a fim de se prevenir de demandas
judiciais no futuro. Trabalho voluntário é coisa séria.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
FONTE: <https://motivacaoefoco.com.br/a-importancia-do-
reconhecimento/>. Acesso em: 8 out. 2020.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
Por vezes, razões com maior peso ou importância podem influenciar tal
decisão, especialmente por motivos éticos e morais, como a divulgação indevida
de informações confidenciais de beneficiários, ofensas a outros voluntários,
funcionários ou beneficiários, ou ainda aproveitar-se de situações para obter
vantagens indevidas. Para todos os casos, deve-se deixar claro o motivo do
afastamento, permitindo uma boa relação e, dependendo do caso, até mesmo um
retorno.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Com o tema voluntariado encerramos este segundo capítulo. Um capítulo
denso, com muito conteúdo e informações extremamente importantes para o
dia a dia das organizações do terceiro setor. A seguir vamos relembrar o que
aprendemos neste capítulo.
Nossa jornada seguiu pela lei que está agora batiza de Marco Regulatório do
Terceiro Setor e adentramos em alguns aspectos da aplicação e limitação dessa
lei.
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
Bons estudos!!!
REFERÊNCIAS
ABONG. Manual de administração jurídica, contábil e financeira para
organizações não-governamentais. São Paulo: Peirópolis, 2003.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 2 Gestão de Organizações do Terceiro Setor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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C APÍTULO 3
Projetos e Mobilização
de Recursos
112
Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este capítulo é especial, pois trata de um assunto que é essencial para
qualquer organização do terceiro setor: a captação e mobilização de recursos.
Bons estudos!
2 PROGRAMAS E PROJETOS
Nesta seção, vamos estudar um assunto que é superimportante para as
organizações do terceiro setor que são os projetos. Frequentemente se ouve
na mídia e/ou junto a patrocinadores e financiadores que recursos para projetos
existem, mas o que falta na realidade são bons projetos para receberem recursos.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
E para que serve um projeto? De forma simples, ele serve para dar respostas,
apresentar resultados. Podem até ser mais de uma resposta ou resultados, mas
é certo que devem responder a um problema concreto. Para alcançar isso, vamos
estudar na sequência como se elabora um projeto que atenda ao proposto.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
Os projetos são
Mas quando focamos sob a ótica do terceiro setor, os projetos
propostos para
são ideias que viram ações, que em última análise apresentam uma resolver problemas
resposta a uma pergunta, a uma dor, a um problema. Ou seja, os específicos para
projetos são propostos para resolver problemas específicos para públicos específicos.
públicos específicos.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Um projeto é
Portanto, um projeto é um instrumento de sistematização
um conjunto
de informações de ações que nos levam a resolver problemas. No caso das
organizadas em organizações do terceiro setor, seu intento é resolver problemas
função do tempo, sociais. Dizendo de outra forma, um projeto é um conjunto de
do espaço e dos informações organizadas em função do tempo, do espaço e dos
recursos, visando recursos, visando alcançar os objetivos propostos.
alcançar os
objetivos propostos.
Mas então, como eu organizo um projeto? Quais são as etapas
necessárias para se elaborar um projeto? Não há outra forma de iniciar um projeto
senão por um bom planejamento. Isso demanda um tempo, já que se espera
juntar um grupo que possa discutir a respeito da situação. Quando a organização
do terceiro setor identifica uma situação problema que pretende resolver, alguns
passos básicos são requeridos.
Neste material vamos apresentar essas quatro etapas, mas a dica é você
não ficar limitado a elas. Como sugestão de pesquisa, consulte os guias de
gerenciamento de projetos da PMI – Project Management Institute.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
A organização deve ter em mente quais ações podem ser desenvolvidas para
alcançar cada objetivo proposto. Essas ações podem ser agrupadas em linhas
de trabalho, para facilitar o entendimento. Na sequência definir quais métodos de
trabalho podem ser adotados, ou seja, quais atividades podem ser atribuídas para
cada ação.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
nas escolhas feitas. Pode-se usar como justificativa outros projetos que utilizaram
a mesma metodologia e que alcançaram bons resultados. Outras formas, como
depoimentos e opiniões de especialistas também contribuem para fortalecer a
escolha de um método de trabalho.
As funções de cada pessoa envolvida devem estar muito claras, para que se
coloque a pessoa certa na responsabilidade certa. Essa etapa da elaboração do
plano deve ocorrer preferencialmente após a definição dos procedimentos.
Mas como escolher a pessoa certa? Não existe uma fórmula para isso. Mas
pode-se sugerir maneiras de como fazer. Uma das maneiras é por indicação.
Essa se dá de várias formas: por afinidade com alguma temática, por experiência
de atuação, por projetos já liderados. Mas atenção, para evitar constrangimentos,
não é recomendável que alguém indique a si próprio, pois não haver concordância
de alguém da equipe.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
decisões serão tomadas? Qual a autonomia dos envolvidos ou qual o limite para
tomada de decisões?
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
Investimentos $ 0,00
Gastos Operacionais $
Objetivo 1 0,00 Gastos Operacionais Gastos Operacionais
$ 0,00 $ 0,00
b) .... Recursos Humanos $ 0,00
Investimentos $ 0,00
Gastos Operacionais $
0,00
c) .... Recursos Humanos
$ 0,00
Investimentos $ 0,00
Gastos Operacionais
$ 0,00
Ação 2 d) ....
e) ....
Objetivo A ç ã o ...
‘n’ ‘n’
FONTE: O autor
Uma vez que essas tarefas estão concluídas, o passo final é a elaboração do
orçamento que será incorporado ao documento projeto. Os documentos auxiliares
citados até aqui serão consolidados em uma planilha contendo os valores por
período de execução. Esses períodos vão depender de cada projeto. Se forem de
curto prazo, pode ser apresentado de forma mensal e, se for de longo prazo, pode
ser de forma anual.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
FONTE: O autor
Quando o projeto passa pelas etapas que discutimos até aqui, queremos
realmente que ele tenha sucesso ao final de sua execução. Isso certamente nos
deixará satisfeitos, já que o propósito foi alcançado.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
A provocação que aqui trago em relação ao impacto é para que você, futuro
gestor de projetos e de organizações do terceiro setor, lembre-se de que cada
projeto é uma iniciativa específica para resolver um conjunto de problemas e que
se deve buscar planejamentos amplos para resolver os problemas.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
3 CAPTAÇÃO E MOBILIZAÇÃO DE
RECURSOS
Na Seção 2, aprofundamos nosso estudo na elaboração de um projeto.
Agora chegou a hora de buscar os recursos para viabilizar a execução do projeto.
Nesta seção vamos conhecer e buscar alternativas ao caminho das pedras de um
número muito grande de organizações do terceiro setor: a captação e mobilização
de recursos.
FONTE: <https://medium.com/@dtiriba/dinheiro-nasce-em-
%C3%A1rvore-4a0101252114>. Acesso em: 22 set. 2020.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Saber quem pode ser uma fonte de recursos para a organização do terceiro
setor ajuda bastante e, para auxiliar, vamos começar do início. Mas, por onde
começar? Em primeiro lugar elaborando um plano de captação. Atuar com
estratégias na captação gera melhores resultados.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
FONTE: O autor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Por fim, outra fonte pública é originária dos incentivos fiscais, que são
oferecidos pelo governo à iniciativa privada sob a forma de dedução de impostos
e não se apresenta como uma forma direta de captação, mas sim como
benefício fiscal. Os incentivos têm se mostrado uma fonte muito interessante às
organizações. Vamos dedicar uma subseção só para tratar deles.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
FONTE: O autor
FONTE: <https://wdrfree.com/stock-vector/download/cartoon-icon-of-sketch-stick-
figures-in-cute-miniature-scenes-140934032>. Acesso em: 22 set. 2020.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Muitas organizações deixam de lado a busca de doações de indivíduos, pois
avaliam que o trabalho para alcançar esse recurso é muito maior do que o valor
efetivamente recebido. Para Cruz e Estraviz (2003), isso pode ser verdadeiro em
um primeiro momento. No entanto, o envolvimento dos indivíduos na causa pode
trazer doações duradouras, alcançando inclusive outros indivíduos que até então
nada doavam. Isso significa fidelizar o doador.
A outra fonte privada são as empresas. A primeira coisa que se deve fazer
antes de solicitar recursos para empresas é fazer uma pesquisa para entender o
potencial do apoiador. Para isso, é importante identificar a área de atuação, porte,
faturamento e histórico da empresa, inclusive se ela apoia ações sociais. Após
esse levantamento, pergunte a si mesmo se a empresa pode se interessar pelo
projeto.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
Cruz e Estraviz (2003) nos dão as seguintes dicas para a apresentação: ela
deve ser visualmente atraente, com um relato suscinto e claro do histórico da
organização. Além disso, mostre projetos já executados e, com relação ao novo
projeto, deixe claro quais são os objetivos, quem é o público, qual a duração,
qual o impacto dele na sociedade e quais os custos do projeto. Para finalizar a
apresentação, peça o montante desejado, juntamente com um cronograma de
desembolso.
QUADRO 12 – BENEFÍCIOS
Tipo de Benefício Descrição
Apoio à causa A empresa será identificada como apoiadora da causa.
Divulgação dos resultadosA forma como serão mensurados e avaliados os resultados
e a sua divulgação ajudam na decisão da empresa, pois
isso pode ajudar a agregar valor para a empresa.
Retorno de imagem para a Inserção de logo da empresa nos materiais e apresentações
empresa em eventos públicos, citação do financiador nas aparições
na mídia, menção em publicações ou relatórios da organi-
zação, banner com logo do financiador, entrega de folder/
material publicitário do financiador em eventos ou para os
beneficiários do projeto.
Benefícios fiscais Demonstração dos incentivos fiscais com dedução de trib-
utos.
Outros benefícios Oferecimento de cotas de ingressos, disponibilização de
mailing dos participantes, participação dos funcionários da
empresa nas ações do projeto.
FONTE: O autor
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Chegamos ao final desta seção navegando por várias fontes de recurso para
organizações do terceiro setor.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
A lei de incentivo à cultura, também conhecida como lei Rouanet, foi instituída
em 1991 pela Lei nº 8.313. Atualmente é o principal mecanismo para o fomento
das atividades ligadas à cultura. Apesar de não ser restrito às organizações do
terceiro setor, elas têm feito uso dela.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Na área da saúde, temos uma lei que atende a dois programas: O PRONON
(Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) e o PRONAS/PCD (Programa
Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência). A Lei nº
12715/2012 instituiu esse incentivo, que era um clamor antigo das organizações
do terceiro setor que atuam na área da saúde.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
Talvez você fique com uma pulga atrás da orelha, pois no Capítulo 2
esclarecemos que as organizações do terceiro setor não buscam lucros. Isso
é verdadeiro. Assim como também é verdadeiro que as organizações podem
desenvolver projetos de renda própria. Cruz e Estraviz (2003) detacam que, em
muitas organizações do terceiro setor, a renda própria representa mais de 65% de
todos os recursos. No quadro a seguir, apresentamos algumas estratégias para
geração de renda.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
FONTE: <https://www.hospitaldocancer.org.br/comeca-venda-de-tiquetes-para-o-
mcdia-feliz-em-prol-do-hospital-do-cancer-em-uberlandia/>. Acesso em: 22 set. 2020.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
4 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
O monitoramento e avaliação consistem no exame sistemático e objetivo de
um projeto ou programa. Ele pode estar finalizado ou ainda em curso. A avaliação
contempla o desempenho, implementação e resultados, com vistas a determinar
a eficiência, eficácia, impacto, sustentabilidade e relevância dos objetivos. Caso
necessário, pode-se corrigir rumos ou mesmo suspender um programa ou projeto.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
FONTE: <https://agoraentert.com.br/insights/5-motivos-para-acabar-com-as-
avaliacoes-de-desempenho-tradicionais/>. Acesso em: 22 set. 2020.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
FONTE: O autor
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
4.2 INDICADORES
Os indicadores são formas específicas de se operacionalizar os critérios de
avaliação estabelecidos, já que os critérios são compostos por dados qualitativos.
Eles ajudam a avaliar o andamento do projeto com indicadores do processo
e auxiliam a organização a verificar se os resultados esperados foram ou não
alcançados, com os indicadores de resultado.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
- Qualidade da participação.
Nível de associativismo - Número e tipo de organizações pre-
sentes na comunidade.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
aspecto medido e avaliado é fruto do projeto. Cada indicador deve ter associado
seu meio de verificação. Assim, é necessário que os objetivos, resultados e
atividades estejam interligados nessa análise. Pode-se ainda classificar os
indicadores em quatro categorias, que apresentamos no quadro a seguir.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
4.3 RELATÓRIOS
Terminada a execução do projeto e coletadas as informações do monitoramento
e avaliação, procede-se a elaboração dos relatórios. A tabulação dos dados deve ser
clara, de modo que as evidências das diversas fontes de coleta possam ser reunidas
e comparadas. A Unesco (2009, p. 66) aponta algumas questões que podem ajudar
nessa tarefa:
FONTE: <https://bsbr.com.br/gerenciamento-das-
comunicacoes-projeto/>. Acesso em: 22 set. 2020.
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
Na etapa de identificar as partes interessadas, a organização identifica
quem são os públicos que podem ser ou foram afetados pelo projeto e os que
têm interesse nos resultados. As partes podem ser indivíduos, patrocinadores,
clientes ou governo. Esse levantamento ajuda a determinar o nível de informação
que será divulgado e deve-se documentar as informações relevantes a cada um
deles, desde o início do projeto.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
1. CONSECUÇÃO DO OBJETO
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
2. COMPROVANTE DE EXECUÇÃO
3. EXECUÇÃO FINANCEIRA
5. CONCLUSÃO
Comentários finais.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Prezado acadêmico, finalizamos o capítulo e a disciplina, monitorando
e avaliando projetos. Mais uma vez um capítulo denso, com muito conteúdo e
informações importantes referentes à sustentabilidade das organizações do
terceiro setor. Vamos relembrar o que aprendemos neste capítulo.
Dedicamos um espaço para tratar das leis de incentivo, que são uma fonte
interessante para financiar projetos específicos, com todas as possibilidades
no âmbito federal. Evidenciamos que nas esferas municipal e estadual também
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Capítulo 3 Projetos e Mobilização de Recursos
existem leis de incentivo, mas o nosso espaço seria muito pequeno para abranger
a todas.
Bons estudos!!!
REFERÊNCIAS
ABONG. Manual de administração jurídica, contábil e financeira para
organizações não-governamentais. São Paulo: Peirópolis, 2003.
GODOY, M. 103 Dicas: o que toda empresa precisa saber para utilizar incentivos
fiscais. São Paulo: DCL, 2009.
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Terceiro Setor, Voluntariado e Desenvolvimento de Projetos
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