Transtornos Do Neurodesenvolvimento
Transtornos Do Neurodesenvolvimento
Transtornos Do Neurodesenvolvimento
NEURODESENVOLVIMENTO
1ª Edição
Indaial - 2019
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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ISBN XXXXXXXXXXXXX
1.Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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CDD XXXX.XXX
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Transtorno do Neurodesenvolvimento:
O Que Diz o DSM-5?........................................................................7
CAPÍTULO 2
O Que é a Inclusão Escolar?......................................................61
CAPÍTULO 3
Transtorno do Neurodesenvolvimento
e a Intervenção Pedagógica.......................................................97
APRESENTAÇÃO
Caro pós-graduando,
Excelente estudo!
C APÍTULO 1
TRANSTORNO DO
NEURODESENVOLVIMENTO:
O QUE DIZ O DSM-5?
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
Saber:
Fazer:
8
TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo apreenderemos o que é o Transtorno do Neurodesen-
volvimento, pois torna-se fundamental, nós profissionais que atuamos na
educação termos conhecimento científico e informações claras sobre as
patologias que envolvem o processo de aprendizagem.
2 TRANSTORNO DO
NEURODESENVOLVIMENTO
E O MANUAL ESTATÍSTICO E
DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNOS
MENTAIS (DSM-5): CONCEITOS.
Iniciaremos este capítulo buscando compreender o Manual de Diagnóstico
e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM), o qual se apresenta como um dos
principais sistemas de classificação. O referido manual desde a sua primeira pu-
blicação em 1952, passou por cinco grandes revisões, resultando no DSM-5 ela-
borado pela American Psychiatry Association (APA, 2014).
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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FIGURA 3 - CROMOSSOMO
FONTE: <https://escolaeducacao.com.br/doencas-relaciona-
das-aos-cromossomos/>. Acesso em: 19 jan. 2020.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
FONTE: <https://primeirahora.com.br/saude-de-rondonopolis-alerta-pa-
ra-importancia-do-teste-do-pezinho/>. Acesso em: set. 2019.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Maciel et al. (2013) ainda destacam que os bebês com hipotireoidismo con-
gênito apresentam peso e estatura dentro da normalidade. No entanto, um dos
sinais observados é a icterícia neonatal prolongada. O diagnóstico do hipotireoi-
dismo congênito também ocorre por meio de triagem neonatal de rotina, ou seja,
(“Teste do pezinho”).
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
FONTE: <https://guiamedicobrasileiro.com.br/sindro-
me-x-fragil/>. Acesso em: 22 dez. 2019.
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FONTE:<https://www.movimentodown.org.br/2014/04/alteracao-que-origina-sin-
drome-de-nao-esta-apenas-cromossomo-21/>. Acesso em: 22 dez. 2019.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
Queiroz e Barros (2014) ainda destacam que a síndrome foi evidenciada pelo
Dr. Reet, em 1966, que relatou, nessa época, casos de 130 meninas com a sín-
drome. Queiroz e Barros (2014) demonstraram em seus estudos que a síndrome
acomete cerca de 10.000 a 15.000 meninas, nas quais se tornou mais frequente a
deficiência intelectual.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Mediante o exposto, vale destacar que a criança com paralisia cerebral apre-
senta um determinado ritmo de evolução do sistema nervoso, porém, junto a esse
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
Atividades de Estudo:
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3 TRANSTORNO DA COMUNICAÇÃO
FIGURA 7 - TRANSTORNO DA COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://tutores.com.br/blog/alguns-disturbios-da-linguagem-e-da-fala-2/>.
• Transtorno da linguagem;
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
• Transtorno da fala;
• Transtorno da comunicação social – pragmática;
• Transtorno da fluência com início na infância (gagueira).
Sobre o Transtorno da Fala podemos inferir que este abarca uma dificul-
dade persistente para produção da fala que interfere na inteligibilidade da fala
ou impede a comunicação verbal de mensagens, causando limitações na comu-
nicação as quais interferem na participação social, no sucesso acadêmico ou no
desempenho profissional.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
fenda palatina, surdez ou perda auditiva, lesão cerebral traumática ou outras con-
dições médicas ou neurológicas (APA, 2014).
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
Atividades de Estudo:
RELATO DE CASO
R.:____________________________________________________
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Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
Podemos destacar ainda que a pessoa com TEA apresenta alterações impor-
tantes na Interação social, como:
COMPORTAMENTOS RES-
NÍVEL DE GRAVIDADE COMUNICAÇÃO SOCIAL
TRITOS E REPETITIVOS
Nível 3 Déficits graves nas habilidades de Inflexibilidade de comportamento,
comunicação social, verbal e não extrema dificuldade em lidar com a
“Exigindo apoio muito verbal causam prejuízos graves mudança ou outros comportamen-
substancial” de funcionamento, grande limita- tos restritos/repetitivos interferem
ção em dar início a interações so- acentuadamente no funcionamen-
ciais e resposta mínima a abertu- to em todas as esferas. Grande
ras sociais que partem de outros. sofrimento/dificuldade para mudar
o foco ou as ações.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
Atividades de Estudo:
RELATO DE CASO
R.:____________________________________________________
___________________________________________________
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Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
Atividades de Estudo:
Desatenção Hiperatividade/impulsividade
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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FIGURA 10 - DISLEXIA
FONTE: <https://bit.ly/2MxU7t9>.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
Ao encontro do anunciado por Rotta (2006), Ciasca (2008) destaca que se-
gundo a World Federation of Neurology a dislexia compreende “a dificuldade de
aprendizagem de leitura, independente de instrução convencional e outros fatores
citados, mas depende de dificuldades cognitivas, que são de origem constitucio-
nal e funcional” (CIASCA, 2008, p. 56-57).
FIGURA 11 - DISLEXIA-EXEMPLO
FONTE: <https://dislexia.pt/exemplos/>.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
FIGURA 13 - DISORTOGRAFIA
FONTE: <http://bit.ly/2OyMmUJ>.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Corroborando com Pereira (2011), Coelho (2014) anuncia que a criança com
disortografia demonstra, na sua grande maioria, pouca vontade para escrever e
os seus textos são pequenos, desorganizados e utilizam os sinais de pontuação
de forma incorreta.
FIGURA 14 - DISGRAFIA
FONTE: <https://bit.ly/365eJk3>.
Rodrigues (2017) considera que uma criança com disgrafia apresenta dificul-
dades na caligrafia, apresentando erros que prejudicam a qualidade (forma, tama-
nho, etc.), a velocidade ou comodidade (postura, pegar, etc.) da escrita manual.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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FIGURA 15 - DISCALCULIA
FONTE: <https://bit.ly/2rytOM5>.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Atividades de Estudo:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste primeiro capítulo, nós compreendemos o conceito de Transtorno do
Neurodesenvolvimento e identificamos os Transtornos do Neurodesenvolvimento,
os quais segundo o DSM-5, vão de limitações especificas na aprendizagem ou no
controle de funções executivas à prejuízos em habilidades sociais.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
REFERÊNCIAS
AAIDD, American Association on Intellectual and Developmental Disabilities.
Definição de deficiência intelectual. 2019. Disponível em: https://www.aaidd.
org/. Acesso em: 19 set. 2019.
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TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO:
Capítulo 1 O QUE DIZ O DSM-5?
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C APÍTULO 2
O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
Saber:
Fazer:
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Em continuidade aos nossos estudos, neste capítulo faremos reflexões so-
bre a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008),
mediante uma breve contextualização histórica pontuando alguns elementos re-
ferentes à modalidade da Educação Especial no contexto brasileiro. As reflexões
realizadas nos farão perceber que essa trajetória foi marcada muitas vezes pelo
olhar indiferente perante as pessoas com deficiência/transtornos. Faz-nos perce-
ber também que embora tenha havido progressos em relação as políticas de edu-
cação especial, discussões ainda se fazem presentes.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
2 DAS CONFERÊNCIAS
INTERNACIONAIS À POLÍTICA
DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA (2008): BREVE
CONTEXTUALIZAÇÃO
Para iniciarmos discussões sobre a Política de Educação Especial, faz-se ne-
cessário, primeiramente, uma breve contextualização histórica pontuando alguns
elementos referentes à modalidade da Educação Especial no contexto brasileiro.
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
FONTE: <https://www.slideshare.net/vivianrodrigs/lei-939496-atualizada-2017>.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
A referida resolução, em seu Art. 2º, igualmente determinou que “Os siste-
mas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organiza-
rem-se para o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais,
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para
todos” (BRASIL, 2001).
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
FONTE: <https://brasa.org.br/convencao-das-nacoes-unidas-
-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia/>.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
FONTE: <https://pt.slideshare.net/katiaemarcelo7/mar-
cos-politicos-e-legais-da-ed-especial>.
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
Nos termos legais, o AEE deverá ser garantido pelos sistemas de ensino
e ofertado, prioritariamente, nas escolas comuns e em espaços definidos como
Sala de Recursos Multifuncional (SRM.)
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Atividade de Estudo:
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
FONTE: <https://www.opopular.com.br/noticias/ludovica/blogs/viva-a-diferen%C3%A7a/
viva-a-diferen%C3%A7a-1.925289/direito-ao-professor-de-apoio-1.1075014>.
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
FONTE: <https://www.kentuckyteacher.org/features/2013/02/
need-art-help-call-out-the-swat-team/>.
Vale destacar que as ações do AEE devem ser articuladas com a sala de
aula, de modo a favorecer situações que enriqueçam o currículo e viabilizem for-
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
Atividade de Estudo:
R.:____________________________________________________
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Para tanto, torna-se Para tanto, torna-se fundamental que a escola proporcione ao alu-
fundamental que a no com deficiência/transtorno condições para a igualdade de direitos e
escola proporcione a sua permanência na escola, bem como apoio pedagógico que atenda
ao aluno com
às suas especificidades e necessidades, focando sempre a aprendiza-
deficiência/
transtorno condições gem de todos (TRENTIN, 2011).
para a igualdade
de direitos e a sua Frente a este contexto, destacamos Santos (2011), que ressalta a
permanência na necessidade de que a pessoa tenha o direito de ser diferente quando a
escola, bem como igualdade a descaracteriza, e o direito de ser igual, quando a diferença
apoio pedagógico
a inferioriza. Assim, entender as diferenças está entre os desafios da
que atenda às suas
especificidades educação, pois os alunos são singulares, e tratá-los de forma homogê-
e necessidades, nea é restringir as expectativas que cada um traz consigo na busca do
focando sempre a conhecimento.
aprendizagem de
todos (TRENTIN, A educação inclusiva concebe a escola como um espaço de
2011). todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segun-
do suas capacidades, expressam suas ideias livremente, par-
ticipam ativamente das tarefas de ensino e se desenvolvem
como cidadãos, nas suas diferenças. Essas escolas reúnem,
em seus espaços educacionais, os alunos tais quais eles são:
únicos, singulares, mutantes, compreendendo-os como pesso-
as que diferem umas das outras, que não conseguimos conter
em conjuntos definidos por um único atributo, o qual elegemos
para diferenciá-las (ROPOLI et al, 2010, p. 9).
78
Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
Assim, cabe destacar que para a escola ser inclusiva, a matrícula de alunos
com deficiência/transtorno se constitui em apenas uma das partes integrantes des-
se processo. Ela se torna inclusiva a partir do momento em que se reestrutura para
atender à diversidade de alunos, com suas necessidades e dificuldades, propician-
do um ensino de qualidade para todos, o qual, de acordo com documento A Edu-
cação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: A Escola Comum Inclusiva.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
FONTE: <http://bit.ly/38ejPeW>.
Podemos inferir que a inclusão escolar visa uma educação para todos, sen-
do que essa educação se efetivará a partir do comprometimento de todos os pro-
fissionais que atuam nas escolas, envolvendo os gestores, professores, pais e
serviços gerais. Temos a compreensão de que esse comprometimento com uma
educação para todos, aliado ao entendimento da diversidade no âmbito escolar e
à reflexões sobre a essência no processo de ensinar e aprender, promove trans-
formações e que essas transformações possibilitam aos professores reconhece-
rem cada aluno como ser único, respeitando as diferenças na aprendizagem e
proporcionando a inclusão de todos no contexto escolar (TRENTIN, 2011).
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
A autora também concebe a inclusão escolar como [...] uma inovação que
implica um esforço de modernização e de reestruturação das condições atuais da
maioria de nossas escolas (especialmente as de nível básico), ao assumirem que
as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam, em grande
parte, do modo como o ensino é ministrado e de como a aprendizagem é concebi-
da e avaliada (MANTOAN, 2003, p. 32).
81
Transtornos do Neurodesenvolvimento
gem para todos. Por meio dessas ações, a inclusão escolar busca romper com as
discriminações que permeiam os alunos com deficiência/transtornos, possibilitando
novos olhares para as singularidades que os compõem (MANTOAN, 2003).
Atividade de Estudo:
R.:____________________________________________________
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Agora que você expôs seu entendimento sobre o que significa a singularida-
de no aprender, podemos inferir que em uma escola inclusiva, o professor precisa
trabalhar com todos os alunos em suas diferenças, propiciando oportunidades de
aprendizagens, utilizando-se de recursos e estratégias que viabilizem o processo
de construção do conhecimento.
Assim compreendemos que ao almejar uma educação para toda a escola ne-
cessita oferecer uma educação que ultrapasse a matrícula escolar, pois esta não
garante que a inclusão escolar seja efetivada. A educação para todos pressupõe a
compreensão das singularidades dos alunos, o respeito as suas diferenças no pro-
cesso de aprender e o entendimento de que a aprendizagem e o desenvolvimento
ocorrem por meio das relações estabelecidas no contexto escolar (TRENTIN, 2011).
82
Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
Escrito por uma das maiores especialistas em inclusão escolar no Brasil, esta
obra aborda o assunto de maneira clara e didática. Baseando-se na legislação
sobre o tema, Maria Teresa Eglér Mantoan explica o que é educação inclusiva,
discute os passos necessários para implantá-la e ressalta suas vantagens. Livro
fundamental para educadores que desejam saltar da teoria para a prática.
Atividade de Estudo
:
1 Com base nas palavras diferença, diversidade, compreensão
da singularidade e educação de qualidade, disserte sobre o
que significa a inclusão escolar.
R.:____________________________________________________
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Agora que você expôs suas ideias sobre a inclusão escolar, podemos desta-
car que em um contexto inclusivo, o indivíduo se desenvolve por meio das inte-
rações sociais. Assim, discorreremos no próximo capítulo sobre Vygotsky (1997),
o qual salientava, já nas primeiras décadas do século XX, a importância e a ne-
cessidade das relações sociais entre crianças com deficiência/transtorno e sem
deficiência, compreendendo como fundamental a promoção de acesso e perma-
nência dessas crianças no âmbito social, pois, se não houvesse essa participa-
ção, seus destinos seriam a segregação e o isolamento, o que desfavoreceria seu
desenvolvimento.
83
Transtornos do Neurodesenvolvimento
4 DEFECTOLOGIA E A IMPORTÃNCIA
DA COLETIVIDADE, DA
COLABORAÇÃO E DA EXPERIÊNCIA
NO CONTEXTO DA ESCOLA
INCLUSIVA
Na abordagem que envolve a perspectiva histórico-cultural, principalmente
nas obras de Vygotsky (1997), destaca-se a Defectologia.
Assim, a criança com deficiência deve ser compreendida, como sujeito com ca-
pacidades para desenvolver-se, sendo que, no desenvolvimento dessa criança, tor-
na-se essencial a compreensão das singularidades. A ideia de que a criança, confor-
me sua idade, deveria estar em determinado nível de desenvolvimento passa a ser
inválida, pois, por meio das concepções vygotskyanas, torna-se possível destacar a
construção do desenvolvimento individual, que independe da idade, mas sim, dos es-
tímulos que a criança recebe do meio em que está inserida (TRENTIN, 2011).
84
Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
FIGURA 7 - COLETIVIDADE
FONTE: <https://www.santacatarina24horas.com/creches-de-ver-
ao-de-itapema-com-atividades-recreativas-as-criancas/>.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
86
Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
No entanto, porque Vygotsky (1997) afirma que nas crianças com deficiência
as funções psicológicas superiores se desenvolvem de modo incompleto?
Frente ao anunciado por Vygotsky (1997) podemos inferir que se torna im-
prescindível que o professor tenha uma prática pedagógica voltada às relações
sociais, para que haja o desenvolvimento das funções psicológicas superiores,
pois a deficiência secundária é passível de modificações.
87
Transtornos do Neurodesenvolvimento
Vygotsky (1997) ainda destaca que uma das condições fundamentais para
a existência da coletividade é a formação de comunidades heterogêneas, pois
dentro de coletividades infantis livres, emergem novos aspectos da personalidade
88
Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
da criança. Nesses espaços ela encontra uma “[...] uma fonte de desenvolvimento
que se eleva a um nível superior no processo de atividade coletiva de colabora-
ção” (VYGOTSKI, 1997, p. 225).
Assim, podemos apreender que a coletividade não tem validade, caso não
sejam desenvolvidas práticas culturais de colaboração, pois “um dos fatores cen-
trais do desenvolvimento cultural [...] é a colaboração” (VYGOTSKY, 1997, p. 293).
FIGURA 8 - COLABORAÇÃO
FONTE: <http://bit.ly/38hSngk>.
89
Transtornos do Neurodesenvolvimento
90
Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
FIGURA 9 - VIVÊNCIA/EXPERIÊNCIA
FONTE: <https://www.romanews.com.br/colunistas/post/livre-
-brincar-a-infancia-para-os-nossos-filhos/405/>.
Sob esse ângulo, Vygotsky (2014, p.13) anuncia que “quanto mais o sujeito
ouvir e experimentar, quanto mais aprender e assimilar, quanto mais elementos
da realidade tiver a sua disposição na sua experiência, mais importante e produ-
tiva será sua atividade imaginativa.” Assim, considera-se a ampliação das vivên-
cias uma condição essencial para a aprendizagem.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Atividade de Estudo:
R.:____________________________________________________
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Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, apreendemos que o direito à educação para todos tem sido
um dos principais temas de discussão nas últimas décadas. Discussões sobre a
temática no Brasil emergiram a partir da década de 1990. Década esta em que
ocorreram movimentos internacionais, que tinham como slogan “A educação para
todos”, como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) a Declaração
de Salamanca (1994) e a Declaração de Montreal (2004), que proclamaram a ne-
cessidade de criação de políticas públicas educacionais direcionadas à igualdade
de oportunidades. Os princípios desses acordos começam a ser incorporados à
legislação brasileira, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN n. 9.394/96) e nas resoluções, pareceres e decretos que decorreram des-
sa lei. Emergindo assim, a Política Nacional de Educação Especial na Perspec-
tiva Inclusiva (2008), que aponta para novas possibilidades no ambiente escolar
e também define a função da educação especial no contexto da escola comum.
REFERÊNCIAS
BEYER, H. O. Inclusão e avaliação na escola: de alunos com necessidades
educacionais especiais. Porto Alegre: Mediação, 2006.
93
Transtornos do Neurodesenvolvimento
BRAUN, P.; MARIN, M. Ensino colaborativo como prática de inclusão escolar. In:
GLAT, R.; PLETSCH, M. D. (Orgs.). Estratégias educacionais diferenciadas para
alunos com necessidades especiais. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. p. 49-64.
94
Capítulo 2 O QUE É A INCLUSÃO ESCOLAR?
95
Transtornos do Neurodesenvolvimento
96
C APÍTULO 3
TRANSTORNO DO
NEURODESENVOLVIMENTO E A
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
Saber:
Fazer:
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Aprendemos ao longo deste livro que os Transtornos do Neurodesenvolvi-
mento de acordo com o DSM-5, vão de limitações especificas na aprendizagem
ou no controle de funções executivas a prejuízos em habilidades sociais.
Preparado?
99
Transtornos do Neurodesenvolvimento
2 O PAPEL DO PROFESSOR NA
ESCOLA INCLUSIVA
Apreendemos no Capítulo 2 deste livro o que significa a inclusão escolar e
fizemos reflexões sobre os estudos da Defectologia, os quais fornecem subsídios
para a prática docente junto à escola inclusiva. Nesse contexto, emergiu Vygotsky
(1997; 2010; 2014), que nos mostrou a importância da coletividade, da colabora-
ção e da vivência/experiência. Ressaltamos, que estes conceitos evidenciados
por Vygotsky, contribuem para o entendimento de como ocorre a aprendizagem.
Tais contribuições, vinculadas à prática pedagógica, podem promover a inclusão
de todos os alunos no processo de aprender.
FONTE: <http://bit.ly/39jhiAc>.
100
Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
101
Transtornos do Neurodesenvolvimento
102
Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
103
Transtornos do Neurodesenvolvimento
teriza como um importante signo mediador, uma vez que possibilita a organização
do pensamento em categorias conceituais.
104
Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Atividade de Estudo:
1 Disserte sobre o papel do professor na escola inclusiva.
R.:____________________________________________________
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____________________________________________________
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3 ATUAÇÃO DO PROFESSOR
FRENTE AO TRANSTORNO DO
NEURODESENVOLVIMENTO
Ao nos referirmos ao Transtorno do Neurodesenvolvimento e o papel dos
professores, vale destacarmos Bento (2016), a qual ressalta que o professor ne-
cessita no processo que envolve a intervenção incluir objetivos/metas, juntamente
ao planejamento de atividades específicas e adequadas às capacidades, necessi-
dades e dificuldades de cada aluno (BENTO, 2016). Podemos inferir ainda que as
intervenções realizadas necessitam ser individualizadas.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
O professor deve sempre priorizar estratégias que permitam ao aluno com DI desenvolver
habilidades fundamentais para sua autonomia e vida diária como: cuidados com a saúde,
segurança e higiene pessoal, conceitos básicos de cálculo, leitura, uso do dinheiro e habilidades
sociais e profissionais.
FONTE: <http://www.andislexia.org.br/cartilha.pdf>.
No contexto que envolve as AVD, torna-se importante frisar que estas ativida-
des experienciais são de extrema importância para o aluno com deficiência/trans-
torno, o qual por meio o desenvolvimento delas passa a desenvolver-se, sentir-se
útil e integrado ao meio escolar, familiar e social.
Hoffmann (2010) ainda destaca que as Atividades de Vida Diária (AVD) en-
volvem:
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Agora que já sabemos o que significa AVD, vale questionar: quais os motivos
para ensinar e aprender Atividades de Vida Diária?
• a autonomia;
• o desenvolvimento de habilidades sociais;
• a solução de problemas nas situações do cotidiano;
• a articulação dos conteúdos pedagógicos desenvolvidos na escola facili-
tando sua compreensão e assimilação;
• autoestima;
• estabelecimento de relacionamentos fundamentados na afetividade e
não na dependência.
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Servir-se de líquidos. • Para ensinar o aluno a servir-se de líquido, use uma jarra pe-
quena com pouco líquido.
• Faça o aluno segurar o copo, pegar a jarra e apoie sua mão
direcionando-a até o copo.
• Retire a ajuda progressivamente. Usar pouco líquido para evi-
tar derramamento.
Servir-se do lanche, dentro • Colocar a vasilha com o alimento perto do aluno e estimulá-lo
de suas possibilidades. a servir-se.
• Usar colher grande ou concha para apoiar sua mão.
• Retirar a ajuda progressivamente.
• Possibilite ao aluno também se servir de pão ou bolacha dando
orientação verbal para que ele pegue quantidade adequada.
Alimentar-se sem au- • Ensinar o aluno a pegar a colher.
xílio usando talher • Retirar o alimento do prato.
• Levar a colher até a boca.
• Repor a colher no prato.
Escovar os dentes. • Ensinar o aluno a abrir a torneira. • Pegar o copo e enchê-lo
com água.
• Colocá-lo no lugar e pegar a escova (já com pasta).
• Levar a escova até a boca e escovar os dentes.
• Colocar a escova sobre a pia. Pegar o copo e colocar água na
boca.
• Cuspir a água.
• Colocar o copo no lugar.
• Pegar a escova, lavá-la e colocá-la no lugar.
• Lavar a boca.
• Secar a boca e as mãos.
• Retirar a ajuda gradativamente, até que o aluno realize a ativi-
dade somente com ordem verbal.
Levar bilhetes. • Pedir para que o aluno leve bilhetes até a secretaria.
• No início acompanhar o aluno, depois apenas supervisionar.
Lavar e secar as mãos. • Ensinar a abrir a torneira.
• Molhar as mãos.
• Pegar o sabonete.
• Passar o sabonete nas mãos.
• Colocar o sabonete no lugar.
• Friccionar as mãos.
• Enxaguar as mãos e fechar a torneira.
FONTE: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1068-2.pdf>.
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
rações e novas vivências. Essas novas vivências influenciadas pelo meio social-
mente construído, torna-se imprescindível para uma abordagem pedagógica que
possibilite novas experiências aos sujeitos. Assim, as reflexões apresentadas nos
remetem ao processo de autonomia, o qual é essencial para a pessoa com defi-
ciência/transtornos. Este processo de autonomia podemos chamar de Atividades
de Vida Diária (AVD), o qual apresenta razões para seu ensino e aprendizagem,
fazendo a pessoa com deficiência/transtornos aventurar-se e desafiar-se a expe-
rienciar atividades cotidianas que até então eram desconhecidas.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Até aqui descobrimos algumas estratégias para sala de aula as quais envol-
vem a Deficiência Intelectual. Descobrimos também o que é a Atividade de Vida
Diária (AVD) e a importância destas atividades para o desenvolvimento da auto-
nomia. Em continuidade aos nossos estudos, buscaremos estratégias para auxi-
liar o aluno com Transtorno do Espectro Autista no processo de aprendizagem.
4 TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA: ESTRATÉGIAS PARA SALA
DE AULA
No primeiro capítulo deste livro apreendemos que entre os Transtornos Men-
tais que compõem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), apresenta-se o Trans-
torno Autista (TA), a Síndrome de Asperger (AS) e o Transtorno Global do Desen-
volvimento sem Outra Especificação (TGDSOE) (APA, 2014).
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
PROFESSOR....
Identifique quais os talentos que seu aluno com TDAH possui. Estimule, aprove, encora-
je e ajude o aluno em seu desenvolvimento.
Elogie sempre que possível e evite ao máximo evidenciar os fracassos.
O prejuízo à autoestima frequentemente é o aspecto mais devastador para o TDAH.
O prazer está diretamente relacionado à capacidade de aprender. Seja criativo e afetivo
buscando estratégias que estimulem o interesse do aluno para que este encontre prazer
na sala de aula.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Solicite ajuda sempre que necessário. Lembre-se que o aluno com TDAH conta com
profissionais especializados neste transtorno.
Evite o estigma conversando com seus alunos sobre as necessidades específicas de
cada um, com transtorno ou não.
SALA DE AULA...
O aluno com TDAH deve sentar-se próximo à área onde o professor permanece o maior tempo e
distante de outros locais que possam provocar distração (janela, porta, etc.).
O aluno deve ser colocado para sentar-se perto de alunos que possam colaborar.
Na medida do possível, o professor deve se posicionar próximo ao aluno enquanto ensina o con-
teúdo.
Na medida do possível, o professor deve dar assistência individual a este aluno, verificando seu
entendimento a cada passo da explicação.
Um quadro bem visível com as rotinas e comportamentos desejáveis em sala de aula deve ser
fixado próximo a esse aluno.
Somente o material necessário deverá ficar em cima da carteira. No caso de crianças pequenas
vale a pena guardar seu material e fornecer somente o necessário.
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Designar responsabilidades e tornar o aluno com TDAH um ajudante de sala de aula. Essa provi-
dência pode ser muito útil para atenção, autoestima e comportamento;
O aluno com TDAH deve receber as informações e executar suas tarefas em grau de dificuldade
adequado para suas necessidades (sucesso alcançável);
Simplificar e dividir instruções complexas, tornando-as mais concretas e atreladas a conhecimen-
tos prévios, relevantes e da vida diária do aluno;
Tempo mínimo (evitando que o aluno abandone a atividade antes de tentar finalizá-la) e tempo
extra para a execução das atividades devem ser previamente estabelecidos pelo professor;
Evitar hábitos de multitarefas (executar várias tarefas ao mesmo tempo dividindo a atenção entre
elas) em casa e na sala de aula;
O uso de recursos tecnológicos (computador, tablet, calculadora, corretor ortográfico etc.) na rea-
lização das atividades de sala de aula e tarefas de casa pode ser de grande ajuda;
Os trabalhos de maior duração devem ser divididos em segmentos, podendo ser entregues em
várias etapas;
Quando houver acesso à internet, o professor pode auxiliar o aluno enviando para ele anotações
e resumos das aulas dadas, bem como lembrá-lo das tarefas de casa.
As avaliações do aluno com TDAH devem atender aos seguintes princípios:
O professor deve priorizar o progresso individual do aluno com TDAH, tendo por base um Plano
Educacional Individualizado e a valorização de aspectos qualitativos ao invés de quantitativos;
É recomendado que ao invés de poucas avaliações cobrando um grande conteúdo de informa-
ções, seja realizado maior número de avaliações com menor conteúdo de informações;
Quando achar necessário, o professor pode ler as perguntas para o aluno, aplicar avaliação oral
ao invés de escrita;
Na medida do possível permitir que o aluno faça suas avaliações em lugar com menos estímulos
que possam comprometer sua atenção;
Tempo mínimo (evitando que o aluno abandone a avaliação antes de tentar finalizá-la) e tempo
extra podem ser previamente estabelecidos pelo professor quando assim achar necessário;
O aluno não deve ser avaliado pela sua caligrafia.
Para o melhor desenvolvimento da capacidade de organização do aluno com TDAH, os seguintes
princípios devem ser seguidos:
O aluno deve levar para casa o material didático utilizado na escola;
Agenda ou fichário pode ser um bom instrumento para ajudar o aluno a se organizar. O professor
deve pedir a ele para anotar os deveres e recados, bem como certificar-se de que ele o fez;
Em casa, os pais devem auxiliar o professor no desenvolvimento das habilidades de organização
da criança.
COMPORTAMENTO...
O aluno deve ser frequentemente informado sobre seu comportamento para desenvolver sua ca-
pacidade de auto regulação;
O professor deve ajudar a criança nos momentos mais críticos como na hora do recreio e das
refeições;
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
Programar pausas e outras recompensas para atitudes adequadas, como se comportar bem e
permanecer atento à aula. O importante é que essas recompensas não sejam distantes, ocorram
em curto prazo.
REALIZANDO ATIVIDADES...
As instruções devem ser simples;
Destaque palavras-chaves fazendo uso de cores, sublinhado ou negrito;
Estimule o aluno a destacar e sublinhar as informações importantes contidas nos textos e enunciados;
Evite atividades longas, subdividindo-as em tarefas menores. Reduza o sentimento de “eu nunca
serei capaz de fazer isso”;
Mescle tarefas com maior grau de exigência com as de menor;
Incentive a leitura e compreensão por tópicos;
Utilize procedimentos alternativos como testes orais, uso do computador, máquina de calcular,
dentre outros;
Estimule a prática de fazer resumos. Isto facilita a estruturação das ideais e a compreensão do
conteúdo;
Oriente o aluno a como responder provas de múltiplas escolhas ou abertas;
Estenda o tempo para a execução de tarefas, testes e provas;
A agenda pode contribuir na organização do aluno e na comunicação entre escola e família.
FONTE: <http://www.andislexia.org.br/cartilha.pdf>.
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
sível intervenção, pois ele avalia a situação do aluno no contexto escolar, consi-
derando a influência de fatores internos e externos sobre a aprendizagem, permi-
tindo assim que a dificuldade seja identificada. Vale destacarmos neste contexto
que envolve o diagnóstico a importância da participação do professor, escola e a
família (CIASCA, 2008).
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
• Levar em consideração que a velocidade da escrita do aluno com Dislexia é mais lenta em razão
de dificuldades de orientação e mapeamento espacial.
• Sempre que necessário, permitir o uso de tabuadas, material dourado e ábaco nas séries ini-
ciais, e o uso de fórmulas, calculadora, gravador e outros recursos, nas séries mais avançadas.
• O professor pode fornecer dicas, atalhos, regras e associações para auxiliar o aluno a lembrar-
-se das informações, executar atividades e resolver problemas.
• Como opção para atividades de aprendizado complementar além da leitura, indicar filmes, do-
cumentários, peças de teatro, visita a museus, quadrinhos e, sobretudo, recursos digitais.
As avaliações do aluno com Dislexia devem atender aos seguintes princípios:
• O professor deve priorizar o progresso individual do aluno com Dislexia, tendo por base um Pla-
no Educacional Individualizado e a valorização de aspectos qualitativos ao invés de quantitativos.
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
• O professor antes de iniciar a avaliação deve ler a prova para todos os alunos, certificar-se de
que o aluno disléxico compreendeu as questões e oferecer assistência frequente a ele. Em um
segundo momento o professor pode em separado da turma, corrigir a prova individualmente com
o aluno, permitindo que responda oralmente as questões erradas. Torna-se considerável a neces-
sidade desse aluno fazer prova oral ou atividade que utilize diferentes expressões e linguagens.
• Personalizar a avaliação com recursos gráficos que substituam palavras e textos auxilia muito o
aluno com Dislexia. Avaliações que contenham exclusivamente textos, sobretudo textos longos,
devem ser evitadas nesses alunos.
• Disponibilizar maior tempo para as avaliações conforme a necessidade do aluno nas habilidades
de leitura e escrita.
• Não faça anotações na folha da prova, sobretudo que façam referência a juízo de valor.
• O aluno com Dislexia tem dificuldade para reconhecer e orientar-se no espaço visual. Dessa
forma, observar as direções da escrita (da esquerda para a direita e de cima para baixo) em todo
o corpo da avaliação.
• O professor deve tratar o aluno disléxico com naturalidade, com incentivo, valorizando seus
acertos e estimulando sua perseverança e autoestima.
• Cuidar para não expor esse aluno perante seus colegas em virtude de suas dificuldades, sobre-
tudo de ler ou escrever em público.
• Fazer com que ele interaja com os demais colegas não deixando que suas dificuldades para
determinadas atividades escolares, possa levar seus colegas a rejeitá-lo.
FONTE: <http://www.andislexia.org.br/cartilha.pdf>.
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Capítulo 3 TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO E A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
• Estimular o aluno a escrever uma sentença matemática a partir de uma sentença verbal.
• Construir respostas incorretas para os problemas auxiliando o aluno a discriminar a correta da
incorreta.
• Incorporar dinheiro e estratégias de medida para adicionar relevância.
FONTE: <http://www.andislexia.org.br/cartilha.pdf>.
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Transtornos do Neurodesenvolvimento
• Elaborar junto com o aluno um molde laminado com o formato desejado dos trabalhos escritos.
Recorte no molde uma janela para o preenchimento do nome, data e título do trabalho. Faça os
orifícios para encaixe no fichário. Esse molde ajudará o aluno a preencher o cabeçalho e delimitar
a área de escrita no início de cada tarefa escrita.
• Dividir a atividade escrita em estágios ensinando o aluno a fazer o mesmo. Ensinar os estágios do
processo da escrita (levantamento de ideias, rascunho, edição, revisão, etc.). Considerar essa etapa
na avaliação do aluno dando pontos para cada estágio. Se o escrever é muito trabalhoso para ele,
permitir que faça apenas algumas marcas de edição ao invés de reescrever tudo após a correção.
• O aluno pode iniciar o rascunho no computador, copiá-lo para o papel e em seguida revisá-lo, o
que também auxilia o professor em sua avaliação.
• Incentivar o aluno a usar um corretor ortográfico.
• Desenvolver projetos colaborativos entre os alunos onde cada um possa exercer funções espe-
cíficas: elaborar as ideias, organizar as informações, redigir, revisar e ilustrar.
• Em trabalhos de longo prazo, fornecer suporte extra e estabelecer data limite para cada etapa
de realização, ao invés de um único prazo final. Ajudar o aluno a encontrar alguém que o acompa-
nhe ao longo das diversas etapas não deixando que se atrase.
Quanto aos instrumentos utilizados nas atividades escritas para o aluno com Disgrafia as
seguintes modificações devem ser consideradas:
• Largura de espaçamento de linhas de sua escolha.
• Permitir que o aluno use papel ou instrumentos de escrita de cores diferentes e papel quadricu-
lado para a matemática.
• Permitir que o aluno use o instrumento de escrita que lhe é mais confortável. Muitos alunos têm
dificuldade em escrever com canetas esferográficas, preferindo lápis, lapiseiras ou canetas que
tenham maior atrito em contato com o papel.
• Escrever em um plano ligeiramente inclinado também pode ajudar esse aluno.
• Para casos mais graves, considerar a alternativa de uso de um processador de texto. Para
esses alunos, pode também ser difícil aprender a usar um processador de texto, pelas mesmas
razões que lhe dificultam executar a escrita. No entanto, existem alguns programas de ensino de
digitação que atendem às necessidades de aprendizagem dos alunos com Disgrafia. Os recursos
podem incluir o ensino das teclas em ordem alfabética (ao invés da tradicional fileira matriz) ou
marcadores em teclas referenciais para que o aluno as encontre mais facilmente. Para esses alu-
nos, a possibilidade de escrever digitando representa uma nova, e muitas vezes única, esperança
de se comunicar através da escrita.
• Para esses casos, considerar também o uso de software de reconhecimento de voz. Tal como
acontece com o processamento de texto, as mesmas razões que tornam difícil a escrita, podem
dificultar o aprendizado no uso desse recurso, especialmente se o aluno apresenta dificuldade
para ler ou se expressar. No entanto, se o aluno e o professor estão dispostos a investir tempo e
esforço nisso, esse recurso pode transpor as dificuldades de escrita ou digitação.
A avaliação de alunos com Disgrafia deve obedecer aos seguintes princípios:
• Não utilizar como critérios de avaliação a caligrafia, ortografia ou a aparência da redação.
• Não avaliar a ortografia em rascunhos ou atividades que não possibilitem a revisão.
• Estabelecer tempo extra para as avaliações.
FONTE: <http://www.andislexia.org.br/cartilha.pdf>.
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Atividade de Estudo:
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Com as sugestões de estratégias, chegamos ao final deste capítulo e encer-
ramos, também, esta disciplina. Esperamos que você tenha aproveitado todos os
temas desenvolvidos aqui e possa refletir, a cada nova situação, sobre o contexto
que envolve os Transtornos do Neurodesenvolvimento.
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REFERÊNCIAS
APA - American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of
Mental disorders - DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Associa-
tion, 2014.
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