Atendimento e Planejamento de Campanha
Atendimento e Planejamento de Campanha
Atendimento e Planejamento de Campanha
PLANEJAMENTO
DE CAMPANHA
Indaial – 2020
1a Edição
Elaboração:
Profª. Heloisa Rosa
R788a
Rosa, Heloisa
ISBN 978-65-5663-113-4
ISBN Digital 978-65-5663-108-0
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
A comunicação é uma atividade complexa que envolve diversos aspectos
para cumprir seu papel de transmitir uma mensagem. Ao abordarmos o ambiente
organizacional, especificamente, devemos nos atentar ao conhecimento do cenário
para estabelecimento das estratégias e às particularidades para implantação de
campanhas. Desta forma, neste Livro Didático você aprenderá sobre esses processos
analíticos e estratégicos da comunicação, por meio de discussões sobre as Estratégias
de Comunicação e Mídia. Também, conhecerá os processos operacionais de uma
campanha publicitária em um mercado publicitário composto por anunciantes, agências,
fornecedores e veículos de comunicação.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................185
UNIDADE 1 -
PLANEJAMENTO DE
CAMPANHA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Para que seja possível definir estratégias que entreguem resultados aos negócios,
o Planejamento de Comunicação deve ser iniciado considerando uma avaliação geral da
realidade de negócio. Este conhecimento é fundamental para a criação de estratégias
coerentes e com baixo risco. Afinal, quanto mais conhecemos uma realidade, menores
são os riscos de erro. O diagnóstico de comunicação é a primeira etapa de um bom
planejamento e compreende etapas fundamentais de compreensão da realidade,
avaliando importantes pontos conforme apresentado na figura a seguir.
FONTE: A autora
3
2 IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
Entender as características do produto e serviço de uma marca é um dos pontos
fundamentais para entregar ações de comunicação de resultado. Afinal, atualmente, as
marcas passam a entregar produtos cada vez mais semelhantes, gerando diferenciações
em elementos intrínsecos como posicionamento, valores e experiência.
DICAS
Acesse o link https://bit.ly/3Ls1WNK e assista ao vídeo da
marca Starbucks e reflita: o que diferencia o produto desta
marca com os produtos de outras cafeterias?
Ao avaliar o vídeo apresentado anteriormente, vemos que um produto vai além de sua
entrega técnica. No caso da marca Starbucks, por exemplo, a percepção de valor de seus produ-
tos permeia toda a entrega de serviço do estabelecimento, gerando bem-estar ao consumidor
que não busca apenas pelo café, mas também pela experiência que este produto causa.
4
QUADRO 1 – TIPOS DE PRODUTOS
5
desafio você a pensar sobre todos os elementos que fazem parte do escopo do produto e
que muitas vezes não são pensados. Por exemplo, na figura a seguir, você pode encontrar
diversas decisões estratégicas que compõem a caracterização de um produto que vai além
de suas entregas técnicas. Como produto, vamos simular novamente a marca Starbucks.
Perceba que, como benefício central temos o café, que passa a ser rodeado de outros
elementos estratégicos que contribuem na valorização do produto pelo consumidor.
Como você pode ver, o benefício central de um produto, ou seja, sua entrega
funcional, é apenas um dos elementos que contribui para a valorização do produto,
dependendendo de inúmeros outros fatores que agregam valor ao produto e tornam
a experiência de compra mais efetiva. Esses elementos, classificados como níveis de
produto por Kotler e Armstrong (2014), são denominados: produto ampliado, produto
básico e produto núcleo. Eles representam características fundamentais que, ao serem
adicionadas, agregam valor ao produto elevando seu patamar de entrega ao consumidor,
como você pode ver na figura a seguir, simulada no exemplo da marca Starbucks.
6
FIGURA 3 – NÍVEIS DO PRODUTO
Esses níveis de produtos apontam os elementos que podem ser vistos como vantagens
competitivas para as marcas no momento de desenvolver suas estratégias de comunicação.
Compra
Conveniência Especialidade Não procurado
comparada
Compra fre- Compra menos Pouca conscienti-
Comportamento de
Forte preferência e
quente, pouco frequente, muito zação ou conheci-
fidelidade de marca,
planejamento, planejamento e mento do produto
Compra
esforço especial
pouca compara- esforço na com- (ou, quando há
na compra, pouca
ção ou esforço pra, comparação conscientização,
comparação de
na compra, bai- de marcas quanto pouco interesse
marcas, baixa sen-
xo envolvimento a preço, qualidade, ou até interesse
sibilidade ao preço.
do cliente. estilo. negativo).
Propaganda e Promoção mais Propaganda
Promoção
Distribuição
Distribuição
Distribuição exclusiva em um
Distribuição seletiva
ampla, único ou poucos
em menos ponto- Varia.
localizações pontos-de-venda
de-venda.
convenientes. por área de
mercado.
Exemplos
Seguros de
Creme dental, Eletrodomésticos,
Bens de luxo. vida, doação de
sabão em pó. televisão, vestuário.
sangue.
8
Como você pode ver, as estratégias apresentadas são particulares às necessidades
de cada abordagem de consumo. Uma compra por conveniência, por exemplo, exige
um esforço de comunicação muito mais massivo do que a compra comparada, que, por
sua vez, exige uma complexidade na escolha de canais mais específicos. Esse cenário
demonstra que o tipo do produto e, principalmente, sua forma de consumo interfere
diretamente nas estratégias de comunicação, preço e distribuição do produto. Assim,
os profissionais desse campo devem compreender esses cenários, para que possam
desenvolver estratégias adequadas para os momentos de compras (SOLOMON, 2002).
3 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA
Um dos pontos importantes de um diagnóstico é o reconhecimento dos
concorrentes. Nesse momento, são identificadas as marcas ou produtos que estão
na competição pela liderança no mercado de atuação. É importante reconhecer os
pontos fortes e fracos da concorrência, possibilitando, assim, a criação de estratégias
competitivas. Como reconhecer os concorrentes?
Por exemplo, imagine uma marca de cosméticos que apresenta grande parte da
sua fatia de vendas em “produtos para presente”. Essa marca identificou que seu foco
de negócio se relaciona muito mais com o “ato de presentear” e consegue gerar grandes
receitas em virtude do posicionamento adotado. Neste mesmo cenário de produtos para
presente, a marca reconhece que determinados produtos podem roubar a fatia deste
mercado de presentes, representados por produtos como chocolates finos ou sandálias
de borracha. Assim, precisa estabelecer estratégias para ser competitiva no momento
de escolha do consumidor sobre qual tipo de produto presentear.
9
Esse caso representa um cenário de uma marca que apresenta concorrentes
que fogem do seu segmento de atuação, no entanto, apresentam alto grau de risco
à marca, se colocando, assim, como concorrentes diretos. Dessa forma, a partir da
definição dos concorrentes claros, chega o momento de realizar análises específicas
sobre os pontos competitivos presentes (YANAZE, 2013):
4 PÚBLICOS DE INTERESSE
É comum, ao falar de ações de comunicação, termos em mente
somente um público que deve ser considerado: os consumidores. Esta lógica considera
que o consumidor é o único receptor que deve ser considerado pois somente ele trará
resultados positivos às marcas.
10
Todas essas ações visam alcançar o consumidor, tornando o produto conhecido
para o público de interesse. Paralelamente a isso, outros públicos precisam ser considerados
com o intuito de garantir que essas ações com o consumidor ocorram de maneira positiva.
Nesse simples exemplo, com apenas dois públicos de interesse, vemos uma
complexidade de ações que devem ser consideradas para garantir que objetivos
mercadológicos sejam atendidos.
FONTE: A autora
11
Esse exemplo apresenta um pequeno recorte das estratégias de comunicação de
uma campanha mercadológica e não considera outros importantes públicos, para além dos
consumidores e colaboradores. Imagine que, ao estabelecer estratégias de comunicação,
outros importantíssimos públicos devem ser considerados e compreendidos para que,
assim, sejam definidas ações de comunicação que contribuam para atingir objetivos
de uma organização. Freeman (1984) defende que os públicos de interesse de uma
organização podem ser definidos como primários, que apresentam grande influência ao
negócio; e secundários, que apresentam pouca influência sobre o negócio.
Definir públicos prioritários para a comunicação não é uma tarefa fácil que possa
ser definida por meio de regras. Não existem, por exemplo, regras que delimitam o grau
de importância de determinados públicos, sendo que cada marca, em cada situação,
deverá analisar quais são suas prioridades em relação aos públicos mapeados. É papel do
comunicador no momento do diagnóstico do público, compreender quais stakeholders
afetarão de maneira mais incisiva os objetivos de marketing e comunicação identificados.
12
QUADRO 3 – PÚBLICOS DE INTERESSE
13
4.1 PERFIL DOS PÚBLICOS
No campo da definição de públicos, ainda precisa ser claro de que maneira estes
públicos se portam. Afinal, qual é o perfil dos públicos prioritários da marca? Reconhecer
o real perfil do consumidor contribui de maneira efetiva para a proposição da ideia
criativa da campanha, bem como seleção das estratégias e veículos de comunicação.
Dados Características
Sexo, idade, grau de instrução, estado civil, grupo étnico, local de
Demográficos
residência.
Hábitos de
compra, uso, Procedimentos usuais, diferenças de comportamento entre os
consumo, diversos públicos.
estilo de vida
14
DICAS
Neste cenário de definição do perfil dos públicos, podemos
ir à frente e definir um personagem para esse público.
Esse personagem é definido no Marketing como Persona,
pois ajuda personificar o público trazendo mais clareza
na construção das estratégias. Quer saber mais sobre
Persona? Veja o vídeo que a Rock Content preparou:
https://www.youtube.com/watch?v=TzlVl6qY_JA
DEMANDA DA COMUNICAÇÃO
DIMENSÃO MOVIMENTO
PROMOCIONAL EM VÁRIOS
COMPORTAMENTAL PARA COMPRA
ESTÁGIOS
Ações no PDV e transações com
Conativo Compra
o varejo.
(O reino dos motivos)
Comunicação objetiva e oferta
Ações que estimulem e dirijam
de “última-chance”.
os desejos.
Convicção Apelo de preço e venda pessoal.
Comunicação argumentativa e
Afetivo
competitiva.
(O reino das emoções)
Preferência
Ações que mudem atitudes e
Trabalhar a imagem.
sentimentos.
Apelo de status, glamour.
Envolvimento
Ações de comunicação mais
Cognitivo descritivas – uso de formas
(O reino dos sentimentos) Conhecimento chamativas e marcantes.
Ações que apresentem
informações e fatos. Campanhas de sinalização da
chegada do produto/serviço.
Consciência
16
FIGURA 5 – HAVAIANAS E IPANEMA
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
17
Como você pode ver nos estágios apresentados, os públicos (sendo consumidores
ou outros stakeholders) se colocam de maneiras específicas. Em um primeiro estágio
de consciência de marca, por exemplo, as marcas devem fazer grandes esforços de
reconhecimento da marca que não é conhecida ou percebida por seus públicos. Enquanto em
outros estágios, como o da lealdade, por exemplo, a marca compreende que os consumidores
são leais e deve estabelecer estratégias de manutenção desta lealdade existente.
Um ponto que deve ser compreendido em relação a esta jornada, é que uma
marca nunca terá todos os seus stakeholders enquadrados em um estágio só. Dessa
maneira, ela deve reconhecer que são inúmeros objetivos distintos de acordo com os
momentos dos públicos, estabelecendo, assim, ações de comunicação que atinjam
objetivos relacionados à consciência de marca, associação de marca, qualidade
percebida, confiança de marca e lealdade.
18
Levados pela curiosi- Pedir conselhos a ami-
dade, os consumidores gos. Pesquisar avalia-
pesquisam ativamente ções on-line do pro-
ESTOU
ARGUIÇÃO para obter informações duto. Contatar central
CONVENCIDO
adicionais dos amigos e de atendimento. Com-
da família, da mídia e/ parar preços. Testar o
ou direto das marcas. produto nas lojas.
Reforçados pelas infor-
mações adicionais, os
Comprar na loja físi-
consumidores decidem
ca ou on-line. Usar o
comprar uma marca
produto pela primei- ESTOU
AÇÃO específica e interagem
ra vez. Reclamar de COMPRANDO
de forma mais profun-
um problema. Obter
da por meio de proces-
atendimento.
sos de compra, consu-
mo e/ou serviço.
Com o tempo, os con-
sumidores podem de-
senvolver uma sensa- Continuar usando a
ção de forte fidelidade à marca. Recomprar a
APOLOGIA EU RECOMENDO
marca, refletida em re- marca. Recomendar a
tenção, recompra e de- marca a outros.
fesa da marca perante
seus pares.
FONTE: Kotler (2017, p. 96)
6 OBJETIVOS DE COMUNICAÇÃO
Um dos pontos essenciais para definir as estratégias de Comunicação é a
definição clara dos objetivos. Muitas campanhas, por vezes, acabam não trazendo
resultados positivos por não haver clareza pela organização sobre qual de fato é o
objetivo a ser alcançado. Ainda nesse contexto, existe uma simplificação de que as ações
de comunicação cumprem exclusivamente papéis mercadológicos de realizar a compra
(YANAZE, 2013). Neste tópico, vimos dois elementos importantes que ajudam a contestar
esta mentalidade de objetivos exclusivamente atrelados à compra de um produto:
19
1. Existem diversos públicos de interesse que precisam ser atendidos, que contribuem
para resultados mercadológicos. No entanto, tais públicos não se portam como
públicos mercadológicos (acionistas, sócios, colaboradores, fornecedores,
comunidade, imprensa e grupos de pressão). Desta forma, a comunicação não deve
considerar apenas a finalidade de compra em suas estratégias.
2. A própria jornada do consumidor, exposta especialmente por Aaker (2007) e Kotler
(2017), evidencia estágios para além da compra, como a manutenção da lealdade do
consumidor após a compra.
20
QUADRO 8 – OBJETIVOS A SEREM CONSIDERADOS ANTES DAS DEFINIÇÕES DAS ESTRATÉGIAS DE
COMUNICAÇÃO
OBJETIVO DESCRIÇÃO
Despertar certo grau de consciência das necessidades e
Despertar a
carências, relacionadas ao objeto da comunicação, deve ser a
consciência
primeira etapa do processo de comunicação.
A pessoa que já tenha certo grau de consciência de suas
necessidades e carências, certamente terá sua atenção
despertada com maior facilidade. Obviamente, mensagens
Chamar a
repletas de elementos criativos, exóticos, engraçados e até
atenção
grotescos tendem a chamar atenção. No entanto, se o receptor
não tiver nenhuma consciência da relevância da mensagem para
ele, o processo de extinguir a atenção.
A consciência prévia direciona a atenção do indivíduo,
Suscitar o despertando o interesse. Para isso, é importante que os
interesse elementos utilizados na chamada de atenção para a mensagem
estejam relacionados com despertar da consciência.
O receptor interessado está pronto para receber uma informação
Proporcionar mais detalhada e obter ou ampliar seus conhecimentos sobre o
conhecimento objeto da comunicação. Nesta etapa, a mensagem de ser mais
informativa e consistente, a fim de facilitar a compreensão.
As informações devem ser elaboradas e transmitidas levando-
Garantir se em consideração as características e as possibilidades de
Identificação, percepção do receptor – seu vocabulário literário e gráfico e
Empatia perfil psicossociodemográfico – para que ele se identifique com o
objeto da comunicação e estabeleça uma relação de empatia.
Uma vez que o indivíduo se identifique com as propostas,
Criar Desejo mensagens e produtos apresentados, o processo de
e/ou suscitar comunicação deve lançar mão de elementos que criem desejo
Expectativa de compra ou suscitem expectativa favorável à efetiva aquisição,
posse e uso do bem, serviço, ideia ou conceito oferecido.
Como a empresa emissora da comunicação não está sozinha
no mercado, o próximo passo do processo exige argumentos
que garantam a preferência do indivíduo, a despeito das ofertas
Conseguir a
dos concorrentes. Algumas empresas conseguem levar os
preferência
receptores até a fase anterior, do desejo ou expectativa, mas não
conseguem evitar que os potenciais clientes comprem produtos
de seus concorrentes.
Depois de conseguir a preferência do receptor, a comunicação
Levar à
deverá levá-lo a se decidir pela compra ou a realizar aquilo que o
decisão
objeto de comunicação preconiza.
21
Muitas vezes a tomada de decisão não é imediatamente seguida
da ação objetivada pela comunicação. São vários os fatores que
podem interferir no prosseguimento da sequência: ausência
de recursos financeiros para consumar a aquisição; falta de
Efetivar a ação tempo para se dirigir ao local de vendas; surgimento de outras
prioridades etc. A comunicação deve identificá-los previamente
e procurar minimizar seus efeitos ou valorizar outros fatores que
levem seu público-alvo à ação. Trata-se da principal consagração
de todo esforço de marketing, mas não é a única, nem a reta final.
Os Serviços de Atendimento ao Cliente (SAC) e os serviços de
treinamento e orientação ao cliente são alguns dos aparatos à
disposição das empresas para manter uma relação positiva com
Garantir e os compradores, mesmo depois da realização da venda. Anúncios
manter a e mensagens diretas, que elogiam a decisão de compra (ou da
Satisfação ação) e que ratificam o bom gosto e a inteligência da preferência
pós-ação pela marca (ou da realização), geralmente contribuem para a
redução da dissonância cognitiva (FESTINGER, 1957), ajudando
na manutenção de certo nível de satisfação, mesmo que o
produto em si (ou a ação em si) não o proporcione.
As novas tecnologias, principalmente as relacionadas com a
internet, possibilitam às empresas estabelecer um fluxo contínuo,
de duas mãos, com seus interlocutores. As reclamações e
Estabelecer
as sugestões, se bem recebidas e processadas, podem se
interação
transformar em elogios e em desenvolvimento efetivo dos
negócios da empresa em um processo constante e consistente
de melhoria de relações com seus públicos.
22
Todas os objetivos propostos por Yanaze, Freire e Senise (2010) apresentam
fortes relações com os elementos da jornada do consumidor apresentado no tópico
anterior. Isto somente demostra a importância de se reconhecer o comportamento
do consumidor, buscando identificar quais objetivos de comunicação precisam ser
atendidos a cada momento.
Nesse caso, além de reconhecer que os objetivos podem ser divididos em momentos
específicos, é importante que você compreenda que uma campanha de comunicação
pode ser definida a partir de diversos objetivos que, consequentemente, são atendidos por
estratégias específicas de comunicação. Uma campanha promocional de lançamento de
produto, por exemplo, pode trazer em seu escopo alguns objetivos a serem atendidos:
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O perfil dos públicos pode ser definido considerando algumas características, como
dados: demográficos, socioculturais, econômicos, religiosos, psicológicos, hábitos
de compra e atitudinais.
24
• O reconhecimento dos estágios de uma jornada contribui para o oferecimento de
ações pertinentes às necessidades de cada etapa de envolvimento com a marca
pelo consumidor.
25
AUTOATIVIDADE
1 Os produtos podem ter características específicas que os diferenciam de outros
grupos de produtos. Essas características contribuem para a definição estratégica de
produto, distribuição, preço e promoção. Quando falamos de estratégias de promoção,
qual estratégia, das citadas a seguir, garantem melhores resultados para os produtos
de conveniência?
3 Para que uma marca tenha força no mercado é necessário que estabeleça ações
de comunicação constantemente, buscando atingir diversos objetivos distintos de
acordo com necessidades específicas. Um consumidor, por exemplo, apresenta etapas
de envolvimento com a marca, que denominamos como jornada do consumidor.
Assim sendo, sinalize as etapas corretas para cada situação apresentada:
(A) Assimilação.
(B) Atração.
(C) Arguição.
(D) Ação.
(E) Apologia.
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( ) Reforçados pelas informações adicionais, os consumidores decidem comprar uma
marca específica e interagem de forma mais profunda por meio de processos de
compra, consumo e/ou serviço.
( ) Os consumidores processam as mensagens que são expostos - criando memória
de curto prazo ou ampliando a memória de longo prazo - são atraídos somente
para uma lista curta de marcas.
27
28
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Você já viu até aqui que existem particularidades no diagnóstico e que elas influenciam
na determinação das estratégias, considerando objetivos claros das marcas. Neste tópico,
você verá como as estratégias de comunicação podem ser definidas considerando diversos
aspectos antes da definição dos canais de comunicação. Questões como tipo de campanha
oferecida, estratégia de campanha e definição do mix de comunicação são fundamentais
antes mesmo de definir se uma campanha veiculará em televisão aberta ou internet. Essas
definições compreendem a primeira etapa da estratégia de comunicação, podendo ser
organizada conforme os elementos apresentados na figura a seguir.
FONTE: A autora
29
Essas estratégias representam posicionamentos específicos da estratégia
relacionados aos objetivos e à abordagem mais adequada para garantir a atenção do
público da campanha. E os elementos representam o primeiro passo da campanha,
sendo essencial ter definições claras antes mesmo da definição dos canais de contato,
que são classificados como táticas.
2 TIPOS DE CAMPANHAS
Um dos primeiros pontos a serem considerados na definição da estratégia é
a delimitação do tipo de campanha. Essa definição está altamente relacionada aos
objetivos de comunicação e deve ser responsável por nortear as demais estratégias de
abordagem na mensagem e escolha dos canais de comunicação. Uma campanha pode
ser enquadrada em diversos tipos. Lupetti (2012) defende que as campanhas podem ser
enquadradas em características institucionais e mercadológicas. Para compreender a
grande diferença entre estas duas abordagens, observa os anúncios a seguir.
Para trazer essa discussão a uma abordagem conceitual, podemos trazer alguns
argumentos sobre as seguintes abordagens de Comunicação.
30
2.1 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Considerando que as organizações são responsáveis pelo desenvolvimento das
regiões em que estão inseridas, é necessário que as marcas estejam presentes e utilizem
a comunicação como eixo central de negociação de interesses, capacitando as vozes
envolvidas para as situações vividas pela organização (PEREIRA et al., 2009). Nesse contexto,
as ações de comunicação de cunho institucional contribuem para a fixação de imagem das
organizações, estando relacionada com o segmento de atuação (LUPETTI, 2012).
31
Acreditamos ou confiamos em determinadas organizações, com-
pramos com maior segurança e aceitamos novas abordagens. Isso
porque reconhecemos uma série de atributos e de experiências rela-
cionadas que contribuem efetivamente para a adoção e até a propa-
gação mediante nossos testemunhos.
32
Até aqui vimos que existem diversos tipos de campanhas que podem ser consi-
derados em um planejamento. Nessa realidade, devemos compreender que, consideran-
do as demandas atuais de mercado e a complexidade dos negócios, uma marca dificil-
mente trabalhará em uma campanha isoladamente, como já afirmamos. A realidade que
temos hoje demanda que uma marca trabalhe simultaneamente para garantir o atendi-
mento de diversos objetivos, para diversos públicos e, principalmente, considerando tipos
de campanha diferenciados. Diferentemente da época de comunicação de massa, focada
em produtos e comunicação unidirecional, as organizações atuais precisam atender di-
versos objetivos simultâneos, como: fortalecer sua reputação, garantir reconhecimento
de marca, proporcionar a venda de produtos, queimar estoques, lançar novas linhas etc. E,
nesse caso, a definição do tipo de campanha que irá atender cada objetivo é fundamental.
3 ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA
Após definir o tipo da campanha necessário, de acordo com os objetivos do negócio,
é hora de definir as estratégias que nortearão a campanha. Essas estratégias de campanha
não dizem respeito às escolhas dos canais de comunicação, mas sim, da abordagem em
que a informação será oferecida aos stakeholders da campanha (LUPETTI, 2012).
Para você compreender melhor do que esta necessidade diz respeito, vamos ver
alguns exemplos de estratégias: estratégias de campanha de informação, estratégias
de campanha de testemunho, estratégias de campanha de comparação, estratégias de
campanha de humor, estratégias de campanha ofensiva, estratégias de campanha de
defesa e estratégia de campanha de posicionamento/reposicionamento.
Depois de estourar nas redes sociais com uma campanha que literalmente
encerrava a história de Caverna do Dragão, a Renault agora volta a apostar em um
comercial de alto orçamento para divulgar o seu novo Stepway. O tema? Uma história
de espionagem protagonizada pela atriz Marina Ruy Barbosa, que pela primeira vez
na carreira “ficou loira”.
33
“Ficou loira” porque bem, descobre-se que no fim da peça criada pela DPZ&T a
personagem vivida pela artista estava apenas usando uma peruca para se infiltrar numa
festa do que parece ser uma máfia russa e extrair uma digital do líder da organização.
Além de mostrar a versatilidade da direção do veículo, o vídeo intitulado “Aposta” busca
passar o novo posicionamento do Stepway no mercado brasileiro, que agora é vendido
pela marca como “O SUV à altura de sua aventura”. Confira o comercial na íntegra acima.
De acordo com Fabio Mozeli, diretor de criação da DPZ&T, a ideia por trás
da campanha foi tirar o Stepway do enfoque tradicional da publicidade sob o
segmento ao qual se enquadra: “Enquanto a maioria dos concorrentes no segmento
cross retrata o escapismo com produções na montanha e na praia, exploramos um
conceito original de aventura, inspirado no cinema de espionagem, como 007, ‘Sr. e
Sra. Smith’ e ‘Atômica’“ declara o criativo.
34
CASO: Mastercard Priceless
Antes de ter seu nome indissociavelmente ligado à Apple o iPhone fez seu
debute no País como uma criação da Gradiente. A empresa fez o registro da marca
no Brasil em 2000, sete anos antes da Apple lançar mundialmente o seu modelo.
O aparelho celular com acesso à internet foi apresentado ao mercado nacional na
Telexpo e virou notícia no Estadão de 3 de abril de 2000. Baseado no modelo 7160
da Nokia, empresa com a qual a Gradiente tinha um acordo tecnológico, o aparelho
era "o primeiro celular equipado com microbrowser" da empresa, contava a matéria.
Na época a Apple ainda não havia entrado no mercado de smartphones, que era
disputado pela Motorola, Nokia e Samsung.
35
DICAS
Assista ao vídeo que evidencia a comparação entre produtos, disponibilizado
pela Gradiente no endereço: https://bit.ly/367FxFj.
Para ilustrar, a seguir você pode ver um caso da marca Havaianas, que utiliza
esta estratégia frequentemente para promover seu produto.
36
3.5 ESTRATÉGIA DE CAMPANHA OFENSIVA
Esta estratégia é semelhante à Estratégia Comparativa que vimos anterior-
mente. No entanto, ela tem como foco o ataque ao concorrente, considerando suas
vulnerabilidades. Ao realizar comparações que atacam as fraquezas do concorrente, o
anunciante tem o objetivo de ganhar participação ao enfraquecer o produto de outra
marca (LUPETTI, 2012). Existem diversas vantagens no uso desta estratégia, pois ela
garante melhor desempenho na lembrança de marca, lembrança dos argumentos da
mensagem, geração de credibilidade, geração de atitudes favoráveis do consumidor,
possibilita maior intenção de compra (CRESCITELLI; SHIMP, 2012). Como exemplo prá-
tico, podemos citar o Guaraná Antarctica que atacou a Coca-Cola em uma campanha.
O Super Bowl este ano será realizado em Atlanta, capital da Geórgia que
também foi onde a Coca-Cola nasceu. É meio óbvio, então, que a região seja
dominada pela marca quando o assunto é refrigerante: além de sua sede, a Coca
mantém um museu inteiro dedicado à bebida na cidade, que basicamente tem no
líquido uma de suas maiores forças econômicas.
37
CASO: A eterna número 1
Em julho de 1999, o mercado foi surpreendido com a notícia da fusão entre os dois
principais concorrentes do setor cervejeiro, Brahma e Antarctica, movimento que resul-
tou na formação da AmBev, ou Companhia de Bebida das Américas. E a conta mudou de
agência. Superar uma campanha com o apelo popular da Número 1 era um desafio e tanto.
E quem o encarou foi a F/Nazca, que na época já fazia um bom trabalho para Skol.
38
CASO: Skol e seu reposicionamento
Agora, em sua nova campanha de verão (que é o Super Bowl brasileiro das
cervejas), a marca continua nesse caminho, mas pretende iniciar o debate com bom
humor e leveza. Com o comercial “Mãe” Skol resgata o “Desce Redondo” para falar de
preconceitos. Comentários ofensivos, que são quadrados e afastam as pessoas, são
trocados por uma atitude redonda.
4 MIX DE COMUNICAÇÃO
A partir da definição da Estratégia de Campanha, é possível definir o Mix de
Comunicação que será colocado em prática, ou seja, como as ações serão compostas. Esta
diz respeito à escolha das estratégias que contribuirão para atender aos objetivos de uma
campanha e servem de base para a seleção das táticas, ou seja, os canais de comunicação
que serão utilizados para cada estratégia. Para entender melhor, veja a figura a seguir, que
aponta algumas estratégias de Mix de Comunicação de uma campanha hipotética.
FONTE: A autora
39
Todas as ações apresentadas dizem respeito a categorias que definimos como
mix de comunicação ou composto de comunicação e que podem ser utilizadas de
acordo com a realidade do negócio. Estas ações, denominadas como propaganda,
merchandising, patrocínio de eventos, relações públicas e assessoria de imprensa são
descritas nos subtópicos a seguir.
4.1 PROPAGANDA
A propaganda tem como objetivo central informar benefícios, características e
atributos de uma marca. É caracterizada pelo envio de mensagem para uma grande quantidade
de pessoas por meio de mídias de massa (PÚBLIO, 2008). Ocorre em lançamento de produtos,
divulgação de eventos ou de uma marca específica (LUPETTI, 2012). Esta estratégia pode ser
definida como estática, ou seja, não dialoga diretamente com o consumidor pois cumpre o
papel de apenas emitir uma mensagem. Ainda, este formato se caracteriza por ser viabilizado
a partir da compra de um espaço comercial pela marca anunciante, com o intuito de fixar esta
marca. A propaganda pode ocorrer em diversos formatos, conforme você pode ver a seguir:
40
Todas as variações apresentadas são possibilidades que podem ser escolhidas
pelo anunciante de acordo com seu diagnóstico e estratégia de campanha. Então,
percebemos que todas as variações são semelhantes, pois apresentam em sua
característica a exibição da mensagem comercial em espaço comprado pelo anunciante.
No entanto, mesmo demonstrando semelhanças, é possível traçar diferenciações nas
ações digitais em relação às ações não digitais.
4.2 MERCHANDISING
O merchandising é uma estratégia que visa “construir um cenário favorável para
a compra de um produto no ponto de venda” (LUPETTI, 2012, p. 21). Esta estratégia
está altamente relacionada com conversões de vendas de consumidores já dispostos
a comprar o produto, podendo ser representadas por experimentação de produto,
demonstração de produto e alinhamento da identidade da marca ao ponto de venda.
Veja na imagem a seguir como a marca Havaianas expôs o produto com o intuito de
gerar maior atenção ao consumidor:
41
IMPORTANTE
Merchandising na TV é merchandising?
Você já deve ter ouvido falar sobre Merchandising em programas de Televisão, certo?
Bom, este nome é frequentemente utilizado no mercado, conceituando erroneamente o
merchandising conforme os conceitos que vimos até aqui.
42
É importante ressaltar que para que uma Promoção de Vendas ocorra, ela
dependerá de outras estratégias do Mix de Comunicação, como Propaganda em mídias
segmentadas ou de massa, ações de Merchandising no Ponto de Venda ou outras ações
que você verá neste tópico.
43
O patrocínio de eventos e causas especiais permite aos
Direcionamento para profissionais de marketing direcionar suas comunica-
regiões ou grupos ções e esforços promocionais a regiões geográficas es-
específicos. pecíficas, ou a grupos com aspectos demográficos e es-
tilos de vida específicos.
FONTE: Crescitelli e Shimp (2012, p. 474)
As ações proativas são ditas como ações provocadas pela marca, com o intuito
de gerar uma imagem positiva sobre ela ou sobre um produto. Neste contexto, podemos
acompanhar dois exemplos de ações proativas em relações públicas:
• Exemplo 1: uma marca que tenha previsto um lançamento de produto, por exemplo,
poderia potencializar a credibilidade deste produto por meio de releases de produtos,
publicados canais de renome da sua área.
• Exemplo 2: declarações do CEO da empresa sobre o novo produto lançado, gerando
envolvimento com o setor de atuação e, consequentemente, exposição em mídia.
DICAS
Que tal assistir um exemplo de relações públicas na prática?
Frequentemente, durante os lançamentos de seus produtos, a marca
Apple tinha como premissa apresentar seu novo produto por meio de
seu CEO, Steve Jobs, gerando assim credibilidade no setor e exposição
gratuita na mídia. Assista ao vídeo no link a seguir: https://bit.ly/34xMleM.
44
Já no campo das ações reativas em relações públicas, são associadas as
medidas que a organização precisa tomar para reverter alguma imagem negativa, obtida
sem seu devido controle (CRESCITELLI; SHIMP, 2012). Para você compreender melhor
esse cenário, veja o exemplo a seguir:
• No ano de 2007, a marca Mattel Inc. precisou realizar três grandes recalls de seus
produtos pois apresentavam níveis perigosos de chumbo. Assim, a marca colocou
em prática ações que visavam a substituição dos produtos e transparência com a
comunidade impactada (CRESCITELLI; SHIMP, 2012).
Fez um barulho danado nos últimos dias a notícia de que Chiquinho Scarpa,
esta figura mítica agora também das redes sociais, enterraria um de seus bens mais
preciosos, um Bentley avaliado em R$ 1,5 milhões.
45
FIGURA – ENTERRO DO BENTLEY DE CHIQUINHO SCARPA
Ocasião em que Chiquinho Scarpa “desistiu” da ideia e afirmou que, por mais
precioso que seja, nada tem valor depois de enterrado.
Essas estratégias que você viu até aqui são alguns exemplos de ações
que podem ser colocadas em prática. No entanto, é importante que você perceba
que, considerando os avanços da tecnologia e mudanças causadas por eles, novas
possibilidades de estratégias no campo da comunicação podem surgir alterando
todo um cenário. É fundamental que você perceba que nenhuma estratégia é eficaz
sozinha, sendo altamente dependente de outras estratégias que cumprem papeis
distintos e específicos aos problemas de comunicação existentes. Dessa forma, é papel
dos profissionais de comunicação compreenderem a existência das estratégias, dos
problemas de negócio para que, com coerência, coloque em prática as ações mais
adequadas dentro do contexto exigido.
46
IMPORTANTE
Eficiência de marketing: como deixar de jogar no escuro
A avalanche dos meios digitais, com sua ampla gama de ferramentas de medição, mudou
o mindset das empresas na área de comunicação e marketing. Agora, os investimentos
no próprio meio digital ou mídia tradicional, eventos, brindes e ações variadas estão
condicionados a provar sua real contribuição aos objetivos de negócio das empresas, sejam
eles refletidos em fortalecimento de marca ou, principalmente, contribuição com as vendas.
É então que chegamos à grande pergunta: mas conseguimos medir com razoável nível de
solidez e de forma exequível o retorno financeiro (ou em imagem) dos investimentos em
marketing? A resposta cabal é sim, mesmo nas ações off-line.
A dúvida que fica então é “como fazer isso?”. Uma primeira resposta apressada seria realizando
pesquisas de campo, o que de fato é possível, porém é custoso e demanda um tempo que, na
maioria das vezes, acaba sendo lento para retroalimentar as estratégias de negócios.
Diante disso, foi preciso desenvolver uma modelagem customizada criando um registro
histórico de eventos temáticos realizados nas diferentes unidades, informações de fluxo de
pessoas e outros dados como indicadores socioeconômicos e metragem de cada unidade para
construir um modelo que respondesse à seguinte pergunta: Qual o fluxo adicional de clientes
47
gerado por cada tipo de evento em cada um dos diferentes shoppings da rede? Dessa forma,
foi possível desenvolver uma ferramenta que suportasse, de forma analítica, a criação
de planos de comunicação mais eficientes para cada uma das unidades.
48
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O mix de comunicação representa ações que podem ser desenvolvidas, sendo que
cada ação apresenta um objetivo e característica diferente.
49
AUTOATIVIDADE
1 O mix de comunicação consiste em um conjunto de ações que visam atender a objetivos
diferentes em uma campanha, contribuindo, assim para atingir o objetivo de comunicação
principal. As ações presentes no mix são diversas, podendo ser representadas por
propaganda, merchandising, promoção de vendas, patrocínio, relações públicas e
assessoria de imprensa. Assim sendo, sinalize o conceito correto de cada ação.
(A) Propaganda.
(B) Merchandising.
(C) Promoção de Vendas.
(D) Patrocínio.
(E) Relações públicas.
(F) Assessoria de Imprensa.
2 Os tipos de campanha evidenciam qual será a abordagem da campanha de acordo com seus
objetivos de negócio e comunicação. Dentre os variados tipos de campanha, podemos citar
a campanha guarda-chuva, muito utilizada por marcas do segmento de eletrodomésticos.
Sobre este tipo, assinale a alternativa que apresenta seu conceito correto.
50
c) ( ) Além de divulgar o produto, objetivando tornar a marca conhecida e levar o consumidor
à ação de compra, caracteriza-se, também, por acelerar as vendas, manter contato
direto com o público, bloquear a ação da concorrência e reativar um produto.
d) ( ) É voltada à redução de preços de diversas formas, como liquidação por exemplo.
a) ( ) Estratégias de informação.
b) ( ) Estratégias de testemunho.
c) ( ) Estratégia de posicionamento/reposicionamento.
d) ( ) Estratégias de comparação.
51
52
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
PLANO DE COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Após compreender que os diferentes critérios de um diagnóstico de negócio
e estratégias de comunicação, chegou o momento de compreender como podemos
colocar tudo isso em prática em um plano de comunicação.
Por fim, você compreenderá que todos os elementos que vimos até aqui, nesta
unidade, estão interligados e são altamente interdependentes. Vamos lá?
Veja na figura a seguir, que simula como um plano de comunicação, como ele
pode contribuir para a organização em diferentes níveis.
53
FIGURA 10 – AÇÕES DE COMUNICAÇÃO PARA OS DIFERENTES NÍVEIS
FONTE: A autora
De acordo com Correa (2017), Lupetti (2012), Ferrari (2002), Kunsch (2003) um Pla-
no de Comunicação deve ser composto por uma análise de cenário, com levantamento de
informações necessárias sobre o negócio, produto, públicos de interesse e outras questões
relevantes ao negócio. Ainda devem ser apresentados os objetivos e ações que sejam coe-
rentes para o atendimento desses objetivos. Por fim, devem ser formalizadas as formas de
controle das ações. Quais são as etapas necessárias? Bom, não existem modelos melhores
ou piores, mas existem modelos adequados à realidade do negócio. A seguir você pode
identificar as etapas necessárias de acordo com os quatro autores citados anteriormente.
54
QUADRO 12 – ESTRUTURAS DE UM PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO
Estabelecimento
Posicionamento Posicionamento
de estratégias
Definição do
Público-alvo Tema
público-alvo
Objetivos e
Estratégias de Conteúdo básico
estratégias de Objetivos e metas
campanha da comunicação
criação e mídia
ESTRATÉGIAS
Discriminação
de verbas de Definições de Estratégia de
Estratégias
veiculação, mídia comunicação
produção, PDV
Relação
Construção do
das peças
plano de mídia
publicitárias
Determinação
dos sistemas Controle e Controle da Programas de
de avaliação de avaliação execução ação
resultados
GERENCIAMENTO
Cronograma de Administração/
aplicação do coordenação das Recursos
plano áreas da agência
Finalização da
Anexos Controle
campanha
Avaliação de
resultados
FONTE: Adaptado de Correa (2017); Lupetti (2012); Ferrari (2002); Kunsch (2003)
55
Perceba que cada modelo apresentado se caracteriza por etapas específicas. É
necessário que você compreenda que não existem modelos fechados de um plano de
comunicação, pois este documento deve ser flexível para atender as necessidades de
uma organização e seu respectivo problema.
56
Como de fato ocorrem as atividades para cada área? Bom, você aprendeu até
aqui que existem formas de ser analisar o negócio sobre diversos aspectos, propondo um
diagnóstico do negócio. Você viu também, que existem diversos elementos estratégicos
de comunicação, seja na definição do tipo de uma campanha, estratégias de campanha,
escolha de estratégias de comunicação, entre outros elementos. E viu também que devem
existir maneiras de se gerenciar uma campanha, de maneira que ela ocorra de maneira
correta e atinja os resultados esperados. Apesar do modelo de Julian Cole se colocar de
maneira distinta, ele apresenta diversos elementos que vimos por aqui, em modelos mais
tradicionais de um planejamento de comunicação, conforme você pode ver a seguir.
57
No caso do exemplo PUMA, conside-
rou-se que as barreiras, tarefas e táti-
Determinação das barreiras e Tarefas
o cronograma de desdobramento da
campanha, que coloca toda as táticas
em uma linha do tempo; o ecossiste-
ma de campanha, que serve para de-
monstrar como os meios e ações se
relacionam e os indicadores-chave de
performance que determinam como
os resultados serão medidos.
FONTE: Silveira e Costa (2018, p. 7-10)
Como você pode ver, este modelo apresenta um elemento inicial de definição do
problema em que são apresentadas informações relacionadas ao diagnóstico, elementos
relacionados à definição das estratégias, como posicionamento estratégico, a ideia de
criativa e determinação das barreiras e tarefas. E, por fim, um elemento que diz respeito
ao gerenciamento das atividades, representado pelos elementos complementares da
Arquitetura. Perceba que, de uma maneira sintética e, cumprindo o papel de ser direto,
este modelo de Arquitetura de Marca de Julian Cole pode ser adequado a diversos
modelos de negócio, assim, como outros modelos já apresentados neste tópico.
58
3 ROTEIRO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO
Para que você compreenda melhor as etapas necessárias, após
identificar diversos modelos que apresentam etapas e abordagens diferenciadas,
vamos considerar que: para que uma estratégia de comunicação ofereça resultados
positivos às marcas, é necessário: Entender o contexto, planejar e controlar as ações.
Observe a figura a seguir, que aponta como alguns elementos já vistos neste capítulo se
colocam no processo de desenvolvimento do Planejamento de Comunicação.
FONTE: A autora
A segunda etapa, por sua vez, será responsável por definir as estratégias,
relacionadas ao tipo de campanha, estratégias de campanha, mix de comunicação
e orçamentos. Perceba que a definição da estratégia compreende tanto ações que
envolvam aspectos de negócio (tipo da campanha), de atenção (estratégia da campanha)
e de contato (mix de comunicação). O agrupamento de todas estas ações, resultará, por
fim, em um orçamento com a apresentação de valores de planejamento de campanha
da agência e outros fornecedores envolvidos na execução da campanha.
A terceira etapa, por sua vez, diz respeito à aplicação das estratégias planejadas
na segunda etapa. Por isso, é importante compreender que um planejamento de
comunicação de sucesso só é possível mediante a organização das atividades e
distribuição das tarefas dos profissionais envolvidos. Ou seja, de nada adianta planejar
ações que atendam objetivos, se estas ações não conseguem ser executadas no grupo de
trabalho. Ainda, é válido reforçar que a etapa de gerenciamento e controle apresenta um
importante papel de acompanhamento dos resultados obtidos, permitindo mudanças de
estratégias em casos de estratégias que não estejam trazendo os resultados esperados.
59
Desse modo, percebemos que, durante o processo de planejamento de comunicação,
ao identificar o insucesso de uma estratégia, os profissionais podem retomar ao diagnóstico
com o intuito de levantar mais informações, desenvolver novas estratégias com maiores
possibilidades de acerto e colocá-las em prática para reduzir perdas. Perceba que, planejar,
por muitas vezes, não é uma tarefa linear com início, meio e fim, podendo retomar etapas já
passadas para reverter erros identificados. Para finalizar este conteúdo, vamos tentar resumir
o que vimos até e aqui e entender como colocar em prática em um plano de comunicação?
Veja a figura a seguir que representa um mapa de todos os elementos vistos nesta unidade e
que garantem que um plano de comunicação seja bem executado.
FONTE: A autora
60
LEITURA
COMPLEMENTAR
MCDONALD’S ESPALHA SEUS APELIDOS PELO BRASIL
Renato Rogenski
CMO da rede, João Branco revela próximos passos da ação que pretende
mostrar a intimidade do público com a marca: "É fácil fazer piada e ser polêmico, difícil
é construir uma relação"
61
Tudo começou em 30 de agosto, quando a companhia mudou a grafia da fa-
chada de dois de seus restaurantes para “Méqui”, sem fazer nenhum alarde. O “mistério”
se espalhou pelas redes sociais e veículos de mídia. Já em uma segunda fase da cam-
panha, na semana passada, a grafia “Méqui” substituiu “McDonald’s” nos avatares dos
perfis oficiais da marca no Twitter, Facebook e Instagram. Nessas plataformas, o público
também foi convidado a revelar quais são os apelidos que costuma colocar no fast-food.
Meio & Mensagem — Qual foi o impacto das primeiras etapas dessa
campanha?
João Branco — Quando trocamos as fachadas, a repercussão nos surpreendeu
muito. Esperávamos um impacto grande, mas não tão gigantesco como foi.
Inclusive, o próprio engajamento interno dos funcionários foi algo fora do
planejado. Mudei o meu perfil nas redes sociais para “João Branco do Méqui”
e não pedi para ninguém fazer o mesmo, mas várias pessoas resolveram fazer.
Criei também uma montagem com o meu nome na fachada das lojas e depois
abrimos para todos os funcionários, já que recebemos dois mil pedidos, desde
franqueados até os funcionários. De maneira geral, calculamos neste primeiro
momento ter atingido mais de 40 milhões de pessoas de forma espontânea. Foi
uma ação que teve um investimento pequeno de mídia, mas muita força de PR.
M&M — O que você pode dizer sobre os cuidados da marca para não
ultrapassar a linha tênue entre ser divertido e forçar a barra?
João — É preciso ser atrativo para o público, mas sem deixar de ser você mesmo.
É essencial entender como o cliente enxerga a sua marca de verdade. É fácil
fazer piada e ser polêmico, difícil é construir uma relação sólida e duradoura
com os consumidores, preenchendo um espaço que ninguém é capaz de
preencher. E mais do que isso, fazer tudo sem atacar ninguém, se comparar
ou polemizar apenas para ser mais falado. Não precisamos forçar a barra para
sermos queridos. Apesar disso, é claro que as pessoas querem que a gente
aborde coisas legais, que estejamos atualizados e que falemos sobre coisas do
62
dia a dia. Isso se reflete, inclusive, no nome dos nossos produtos. Lançamos
recentemente, por exemplo, o Picanha das Galáxias. Vivemos um momento em
que o público gosta da informalidade e da proximidade.
63
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O modelo de Julian Cole propõe que o planejamento deve contar com as etapas:
problema de negócio, posicionamento estratégico, ideia de criativa, determinação
das barreiras e tarefas, elementos complementares da arquitetura.
• O problema de negócio apresenta qual problema deve ser resolvido com a comunicação.
• As barreiras apontam quais elementos podem impedir que as ações ocorram com sucesso.
• As tarefas apontam quais ações são necessárias para resolver os problemas identificados.
64
AUTOATIVIDADE
1 Existem diversas atividades que devem ser realizadas durante o processo de
desenvolvimento de um plano de comunicação. Cada uma cumpre um papel
importante e contribui para a etapa que diz respeito, podendo ser enquadradas em
três grandes etapas: diagnóstico, estratégia, gerenciamento. A respeito destas ações,
sinalize a qual etapa pertence cada atividade.
2 O modelo de plano de comunicação proposto por Julian Cole se diferencia dos demais
devido ao seu caráter sintético e direto. Este modelo, denominado como Arquitetura
de Planejamento de Marca oferece algumas etapas necessárias. Desta forma,
identifique alguma campanha realizada recentemente e simule seu planejamento por
meio do modelo proposto por Julian Cole nas etapas apresentadas a seguir:
65
3 Durante este tópico você viu diversos modelos de planos de comunicação que podem
trazer resultados positivos às marcas na apresentação de uma campanha. De acordo
com o que foi visto, qual é o melhor modelo a ser colocado em prática atualmente?
66
UNIDADE 2 —
PLANEJAMENTO DE MÍDIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
67
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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68
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
1 INTRODUÇÃO
Após a definição de todas as estratégias de campanha, apresentadas na Unidade
1 deste livro didático, chega o momento de discutir estrategicamente quais canais de
comunicação serão escolhidos para a campanha. A escolha destes canais compreende
as etapas de um planejamento de mídia, em que serão escolhidos os meios e veículos de
comunicação mais adequados para dialogar com o consumidor. Para que isso seja possível,
diversos estudos, análises e cálculos são esperados, conforme você verá nesta unidade.
FONTE: A autora
69
O diagnóstico, primeira etapa de um Planejamento de Mídia, é uma importante etapa
antes da definição das estratégias, em qualquer campo de planejamento. Nesta etapa, são
identificadas as variáveis de Marketing que impactam diretamente nas decisões de mídia,
como características do produto, preço, distribuição e ações de comunicação já existentes.
Ainda são compreendidas questões fundamentais sobre o consumidor, que contribuem
para a escolha dos melhores meios e veículos de comunicação de acordo com índices de
audiência. Além de identificados os objetivos de mídia, de maneira que estejam altamente
relacionados com os objetivos de Marketing e Comunicação de uma organização.
FONTE: A autora
70
FIGURA 3 – AÇÃO REALIZADA PELO SPOTIFY
FONTE: A autora
71
Ainda, é importante levar em consideração, que determinadas mídias podem
explorar diferentes aspectos de um mesmo produto. Por exemplo, imagine uma marca de
veículos que busca lançar seu novo veículo e precisa dar ênfase ao design interno e externo
do veículo. Neste cenário, considerando que o foco do produto é extremamente visual, a
mídia deverá ser amparada, principalmente, por canais que tenham apelos visuais fortes,
como televisão, cinema, internet e revista (BARBAN et al., 2001). Meios que não possibilitem
de maneira clara este apelo como rádio e outros meios visuais com baixa qualidade de
visualização (como jornais e mídias exteriores) podem ser repensados na estratégia.
FIGURA 4 – FATOR 1
FONTE: A autora
72
FIGURA 5 – FATOR 2
FONTE: A autora
FIGURA 6 – FATOR 3
FONTE: A autora
73
GIO
O que é o Guaraná Jesus?
Por exemplo, imagine que uma marca de roupas X busca aumentar em 30% as
vendas do produto Y em determinados mercados-alvo. Para que isto aconteça, a partir
de uma verba definida, a marca desenvolve um plano de comunicação com as seguintes
74
estratégias: propaganda dirigida ao consumidor, propaganda dirigida para as lojas que
revendem seu produto, vendas pessoais, promoção de vendas para o consumidor e
promoção de vendas para o revendedor. Partindo dessas escolhas, a distribuição do
investimento pode ser realizada como você pode ver em uma simulação a seguir.
FONTE: A autora
76
mais velho,
casado, com mais velho,
outros
filho com mais solteiro
de 18 anos
Religião Católica Protestante Judaica Outras
Afro-
Raça/Etnia Branca Asiática
-americana
Região Centro-
Nordeste Centro-leste Sul
geográfica Oeste
Região Região
Localização
Metropolitana Suburbana
FONTE: Barban et al. (2001, p. 45)
Perceba que existem uma série de características que podem ser aplicadas ao
público, com a finalidade de identificar as mídias mais adequadas para se estabelecer
um relacionamento. No entanto, cabe aos profissionais compreenderem se estas
características apresentadas são pertinentes ao negócio e se não existem outras
características que devam ser consideradas para uma maior assertividade.
77
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS SOCIOPSICOLÓGICAS
Como você pode ver existem particularidades sobre os indivíduos que são extrema-
mente diferentes das características demográficas. Essas características sociopsicológicas,
como as do exemplo anterior, ditam o comportamento de consumo de mídia desses indiví-
duos, fazendo com que estejam em grupos sociais totalmente distintos, mesmo apresen-
tando características demográficas semelhantes. Por exemplo, ao abordarmos consumo
de informação na internet para estes dois personagens, podemos supor que o Consumidor
A tende a ler, diariamente, veículos de comunicação da área de negócios. No entanto, o
Consumidor B tende a ler, diariamente, veículos de comunicação da área de turismo e lazer.
NOTA
A definição das características sociopsicológicas muito se assemelha
à definição de uma Persona para a campanha. Você sabe a diferença
entre Público-Alvo e Persona? “Público-alvo é, de uma maneira geral, uma
parcela abrangente da sociedade para quem você vende seus produtos
ou serviços. Já a persona [...] é a representação do seu cliente ideal, de
forma mais humanizada e mais personalizada” (SIQUEIRA, 2016, s.p.).
4 OBJETIVOS DE MÍDIA
Na vida cotidiana temos vivência com inúmeros objetivos. São
objetivos relacionados ao crescimento profissional (Quero receber uma promoção até o
final do ano!) ou pessoal (Vou perder 2 quilos neste mês!).
78
A definição clara destes objetivos, nos ajuda a criar estratégias para atingir os objetivos
propostos, e com o Planejamento de Mídia não é diferente. Nesse caso, você precisa definir
objetivos claros para o plano, de maneira que possa contribuir para que a marca alcance seus
objetivos de marketing e objetivos de comunicação. Veja a simulação a seguir.
FONTE: A autora
79
Dessa forma, cada objetivo de comunicação contribuirá para um determinado
objetivo de marketing. E, para cada objetivo de comunicação, existem variados objetivos
de mídia, que devem ser delimitados de acordo com a realidade da campanha. Desta
forma, o que temos, no momento de definição dos objetivos de mídia, é uma relação
próxima entre objetivos de marketing, objetivos de comunicação e objetivos de mídia,
conforme aponta Katz (2003). Assim, percebemos que só é possível construir um bom
planejamento de mídia, a partir de objetivos claros anteriores.
Os objetivos de Mídia devem ser claros ao apresentar quais serão os públicos impactados,
em quais períodos, buscando relacionar frequência em que a publicidade será apresentada ao
consumidor, seu alcance (KATZ, 2003; SCISSORS; BARON, 2010) e outras questões.
Para contribuir na definição dos objetivos, considerando que deve ser uma
tarefa complexa envolvendo diversas variáveis de Marketing e Comunicação, Katz
(2003, p.48-49) propõe algumas perguntas que devem ser respondidas no momento de
definir os objetivos de mídia. Para a sua compreensão nesta disciplina, realizamos uma
breve alteração na proposta da autora que você pode ver na simulação a seguir.
80
QUADRO 3 – QUESTÕES PARA DELIMITAÇÃO DE OBJETIVOS DE MÍDIA
2. Qual é o objetivo de
Despertar a consciência do produto X.
Comunicação?
3. Qual é o estágio
Consumidores a serem impactados
da Jornada do
não conhecem o produto.
Consumidor?
Impactar de 80% dos
4. Quais são seus Públicos X e Y, dos
públicos a serem Público X e Público Y. estados Y e Z, em um
impactados? período de 12 meses.
5. Qual é a região
de cobertura da Região norte do país, nos estados Y e Z.
campanha?
6. Qual é o prazo da
12 meses.
campanha?
Impactar de maneira massiva,
7. Qual é o alcance da
com amplo alcance nas regiões
campanha?
delimitadas.
FONTE: A autora
A simulação expõe uma séria de perguntas que são apresentadas de maneira que
seja possível construir um objetivo de mídia. Perceba que, nas perguntas iniciais (1,2 e 3),
são expostos os objetivos de comunicação, que contribuem para a definição do público.
Vemos nesses dois casos, que o produto X precisa ser vendido para o consumidor que
não conhecem o produto. Dessa maneira, seria possível ampliar as vendas do produto
em questão. Já nas perguntas 4 e 5 são apresentadas questões relacionadas ao perfil
do público e onde este público se encontra. E, nos itens 6 e 7 são apresentadas as
informações que delimitam o período em que a campanha deve ser veiculada nas mídias
e de que maneira deve-se impactar os públicos (de maneira massiva ou segmentada.
81
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
82
AUTOATIVIDADE
1 O diagnóstico de mídia é importante para oferecer uma percepção da realidade
para, assim, definir os objetivos de mídia e estratégias de campanha. Neste cenário,
existem particularidades do Composto de Marketing que influenciam diretamente
nas decisões de mídia. Estão apresentadas, a seguir, algumas decisões de mídia
considerando os P’s do Composto de Marketing. Para cada decisão, assinale o P que
apresenta relação direta.
I - Produto.
II - Preço.
III - Praça.
IV - Promoção.
83
I - Objetivo de Marketing.
II - Objetivo de Comunicação.
III - Objetivo de Mídia.
( ) Impactar 100% dos potenciais consumidores Y nos pontos de venda das regiões Y
e Z, durante os 6 primeiros meses da campanha.
( ) Proporcionar conhecimento da marca Y.
( ) Aumentar em 20% a distribuição do produto no país.
( ) Conseguir a preferência do produto X em relação aos concorrentes B e C.
( ) Reduzir em 10% a venda da linha de produto X.
( ) Levar à decisão de compra nos pontos de venda.
( ) Atingir 50% do público Z nas regiões norte e leste da cidade X.
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
1 INTRODUÇÃO
Definir estratégias de mídia é uma tarefa complexa que depende de inúmeros
fatores que devem ser considerados e, portanto, compreendidos.
Partindo desse pressuposto, neste tópico você verá alguns importantes con-
ceitos, como a diferença entre meios e veículos e as especificidades da TV, rádio, jornal,
revista, cinema e mídias digitais.
Toda esta discussão está amparada sob a ótica dos autores Crescitelli e Shimp
(2012) que fornecem conceitos importantes sobre os meios estudados.
E, para iniciar, vamos a uma pergunta: na sua opinião, qual dos meios de
comunicação a seguir são mais fortes entre a população brasileira? Ou seja,
qual meio de comunicação, alcança mais pessoas?
85
FIGURA 9 – MEIOS DE COMUNICAÇÃO
FONTE: A autora
Como você pode ver, são variados os meios de comunicação. Todos estes meios
apresentam particularidades em públicos específicos. Dessa forma, cada meio apresenta
pontos positivos para cada realidade e pode trazer muitos resultados para uma campanha
publicitária. Vamos retomar a nossa pergunta. Segundo dados de pesquisa de audiência,
alguns meios apresentam maiores possibilidades de alcance, ou seja, são meios que
atingem uma grande quantidade de pessoas. O Mídia Dados Brasil do ano de 2019 apontou
que a TV Aberta ainda é o meio que mais alcança pessoas. No gráfico a seguir você pode
ver o percentual de participação de cada meio na população brasileira.
GRÁFICO 2 – PERCENTUAL DE PENETRAÇÃO DOS MEIOS
Avaliando estes dados e sua resposta à pergunta sobre os meios mais fortes,
reflita: você acertou ou errou? Como profissionais de comunicação, é fundamental que
saibamos desenvolver estratégias baseadas em dados de pesquisa, deixando de lado
nossos próprios comportamentos e nossas próprias preferências quanto ao consumo
de mídia. Neste cenário, por exemplo, alguns meios podem ser mais adequados para
públicos específicos. A seguir, você pode ver dois gráficos que demonstram o quanto
cada meio é forte para características como classes sociais e faixa etária.
86
GRÁFICO 3 – PARTICIPAÇÃO DOS MEIOS POR CLASSE SOCIAL
87
Perceba que os gráficos apontam semelhanças entre os meios nos públicos
específicos. No entanto, alguns meios apresentam características muito particulares,
sendo mais efetivos em alguns grupos especificamente. Por exemplo, ao avaliarmos o
meio “Cinema”, percebemos que seu público se diferencia dos demais em dois aspectos:
a) o público jovem (12/19 e 20/24) é mais presente nesse meio se comparado aos outros meios;
b) a classe A/B se coloca mais presente em comparação aos outros meios, como TV
aberta e rádio.
Ainda, aliado a estas características dos meios, devemos considerar que cada
meio de comunicação apresenta uma infinidade de veículos de comunicação, ou seja,
uma série de organizações que tem como atividade a produção e distribuição de conteúdo
em cada meio. Dessa forma, temos, a seguir, alguns exemplos de meios e veículos.
Meios Veículos
Jornal (Impresso + Digital) Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de São Paulo.
88
Para compreender melhor as particularidades de cada meio, você verá nas
próximas seções o detalhamento de alguns meios de comunicação: TV aberta, mídia
digital, rádio AM+FM, jornal (impresso + digital), revista (impresso + digital) e cinema.
2.1 TV ABERTA
Como você já viu até aqui, a televisão predomina na disputa no quesito alcan-
ce. “Os aparelhos de TV estão presentes em um pouco mais de 98% de todos os lares
norte-americanos” (CRESCITELLI; SHIMP, 2012, p. 175) e isso não se faz muito diferente
no Brasil, em que 95% dos lares brasileiros possuem um aparelho de TV. Apesar de apre-
sentar inúmeros fatores positivos, como alcance e qualidade na mensagem transmitida,
o consumidor deste meio apresenta maiores possibilidades de distração do espaço pu-
blicitário, o que reduz a força de uma campanha publicitária. Este meio, através de seus
veículos e suas repetidoras locais, apresenta grandes possibilidades para anunciantes
nacionais e locais, pois oferece espaços comerciais distribuídos entre cobertura nacio-
nal e local, garantindo, também, sua sustentabilidade financeira.
Pontos Fortes
Nenhum outro meio pode alcançar os consumidores simultaneamente
por meio dos sentidos auditivo e visual. Isso considerando, é claro,
somente as mídias tradicionais, pois se considerarmos a Internet
Habilidade de
essa afirmação já não é mais tecnicamente verdadeira, porém, ainda
demonstração
é válida se pensarmos em termos de cobertura da TV em relação à
Internet. Os espectadores podem ver e ouvir um produto sendo usado,
identifica-se com os usuários do produto, e se imaginar utilizando-o.
Os comerciais de TV envolvem os sentidos da pessoa e atraem a
atenção mesmo quando ela prefere não ser exposta aos anúncios. É
Valor de
muito mais fácil evitar um anúncio em revista (simplesmente mudando
intrusão
de página), ou em rádio (mudando de estação). Costuma ser mais fácil
ver um comercial de TV em vez de tentar evitá-lo física ou mentalmente.
89
Os produtos anunciados podem criar vida ou parecer maiores que
Habilidade
a vida. Anunciados na televisão, podem ser apresentados de forma
de gerar
dramática, dando a impressão de serem mais excitantes e menos
excitação
comuns que talvez de fato o sejam.
Pontos Fracos
Programas independentes, televisão a cabo, Internet e alternativas
de lazer e recreacionais diminuíram o número de pessoas que
assistem à TV aberta.
[...] Usando como referência as telenovelas – por serem os programas
mais populares e tradicionais da TV aberta – podemos observar que
Erosão do
os patamares de audiência veem caindo ao longo dos anos. Enquanto
público
na década de 1980 o índice médio era de 60 pontos (Roque Santeiro,
espectador
67 e Tieta, 63 pontos), atualmente esse índice é alcançado somente
no último capítulo da novela, que em geral, é o pico da audiência.
O Jornal Nacional, o programa de maior audiência da TV aberta
brasileira, também passa por situação semelhante. Sua audiência na
grande São Paulo caiu de 39 para 31 pontos na última década.
Os espectadores passam uma boa parte de seu tempo mudando de
canal para canal, zapeando os comerciais. O zapping ocorre quando
os espectadores mudam para outro canal no momento em que os
comerciais vão ao ar [...]. As pesquisas revelam que talvez quase 1/3
do público potencial de um comercial de TV pode ser perdido devido
Zapping
ao zapping. Embora o zapping seja extenso, um estudo intrigante
apresentou evidências sugerindo que os comerciais que são zapeados
são ativamente processados antes de o zapping acontecer, e podem
ter um efeito mais positivo sobre o comportamento de compra da
marca que comerciais que não são zapeados.
A concentração se refere à quantidade crescente de comerciais e
outros materiais como mensagens de utilidade pública e anúncios
promocionais de estações e programas. Na verdade, a cada hora
Concentração
de transmissão do horário nobre, o conteúdo que não é programa
representa um pouco mais de 15 minutos entre as principais redes
de TV, ou mais de 25% do tempo.
FONTE: Crescitelli e Schimp (2012, p. 322-323)
90
• Vídeos de 15”, 30”, 45” e 60”: são espaços de 15 a 60 segundos disponibilizados em
intervalos comerciais. Existe a possibilidade de formatação de espaços especiais,
com mais de 60 segundos.
• Patrocínios: são investimentos do anunciante em programações específicas, que
oferecem visibilidade por meio de espaços no intervalo comercial do programa em
questão e, citações especiais no início e término do programa.
• Merchandising: denominados como Merchandising, Merchandising Tie-in ou
Product Placement, são espaços comerciais no conteúdo da programação, seja
uma novela, filme ou programa de entretenimento. Representa a apresentação
da marca ou produto fora do horário comercial, ou seja, durante a programação,
gerando maior visibilidade para o anunciante.
Como você pode ver, o que ocorreu foi a identificação de uma oportunidade de
negócio que virou um formato tradicionalmente conhecido na emissora. E, além desse
ocorrido, outras novas possibilidades podem surgir, seja na programação televisiva ou
aliando a televisão a outros meios.
91
DICAS
Você sabia que além desses formatos, cada emissora de TV pode
desenvolver seus próprios formatos? Veja a lista de formatos que a Rede
Globo oferece, acessando o link a seguir: https://negocios8.redeglobo.com.
br/FormatosComerciais
2.2 RÁDIO
O rádio é um meio presente nos lares e forte entre os anunciantes há muito
tempo. Apesar dos avanços tecnológicos, este meio ainda apresenta muita força,
estando presente em 65% dos lares brasileiros (CRESCITELLI; SHIMP, 2012). Dentre suas
características principais está a tradição e amplo alcance obtido pelo grande número de
emissoras no país. Segundo o Grupo de Mídia SP (2019), são mais de seis mil emissoras
de rádio (AM e FM) oferecendo conteúdo para as regiões brasileiras. “Apesar do rádio
ser uma mídia tradicional e de amplo alcance, o grande número de emissoras torna o
setor altamente competitivo e com estações cada vez mais segmentadas e audiência
extremamente pulverizada” (CRESCITELLI; SHIMP, 2012, p. 316)
92
Como os custos da produção de rádio não são caros e os
Datas curtas de prazos de cronogramas são curtos, as mudanças de texto
fechamento podem ser feitas rapidamente para aproveitar importantes
desenvolvimentos e mudanças no mercado.
Pontos Fracos
O rádio é o único grande meio de propaganda incapaz de
empregar visualizações. Porém, os anunciantes de rádio
tentam superar a limitação visual do meio usando efeitos
Ausência de visuais sonoros e escolhendo palavras concretas para criar imagens
mentais no ouvinte. É importante notar que muitas campa-
nhas usam o rádio como suplemento de outras formas de
mídia em vez de mídia única.
A seletividade é uma das principais vantagens da propagan-
da nesse meio, mas ao mesmo tempo o anunciante é inca-
Fragmentação do
paz de alcançar um público diverso, porque cada estação e
público
programa tem seu próprio grupo especial de aspectos de-
mográficos e interesses por parte do público.
Esse problema é particularmente grave no caso de um
anunciante nacional que deseja ter espaços em diferentes
Dificuldade para mercados por todo o país. Com tantas emissoras de rádio em
comprar operação, a compra de tempo é complicada por estruturas
de preço não padronizadas que incluem uma variedade de
combinações de preços fixos e descontos.
* Custo por Mil: Custo para atingir mil pessoas. Você verá mais sobre esta nomenclatura ainda nesta Unidade.
93
• Merchandising: assim como na televisão, são denominados como Merchandising,
Merchandising Tie-in ou Product Placement, os espaços comerciais no conteúdo
da programação. No caso dos programas de rádio, este formato é muito utilizado
em programas de debate.
DICAS
Você sabia que os veículos oferecem Mídia Kits com dados de audiência para
os anunciantes? Estes Mídia Kits contribuem para informar o anunciante
sobre o perfil do veículo, para que possam decidir sobre os investimentos
nestes veículos. Veja o Mídia Kit da rádio Jovem Pan, neste link: https://
jovempan.com.br/panflix/downloads/midia-kit-grupo-jp-completo.pdf.
2.3 JORNAL
Os jornais, por muito tempo, alcançaram as primeiras posições no consumo de
informação pelos consumidores. Com o passar dos anos e com o avanço de tecnologias,
que proporcionou o surgimento de novas mídias, a leitura de jornais passou a ceder
espaço para o consumo de outros meios, como televisão (CRESCITELLI; SHIMP, 2012)
e internet. No entanto, assim como todos os meios de comunicação, o jornal apresenta
particularidades positivas como, por exemplo, a forte presença local. Os jornais, assim
como as emissoras de rádio, cumprem papel regional, buscando trazer informação às
regiões em que estão inseridos (CRESCITELLI; SHIMP, 2012).
94
Pontos fortes e fracos do meio:
Pontos Fortes
Cobertura em massa Apresenta alcance amplo. Sua cobertura não fica restrita a
do público públicos muito específicos.
Pontos Fracos
Concentração de Há alta concentração de anúncios, para pouco tempo de
anúncios atenção para o leitor.
95
FIGURA 10 – JORNAL: FORMATOS
DICAS
Você já parou para pensar sobre os custos de mídia para anunciar em
grandes jornais? Muitos veículos de comunicação disponibilizam suas
tabelas de preço na internet. Veja a tabela de preços do jornal Folha de São
Paulo, acessando este link: www.publicidade.folha.com.br/folha/
2.4 REVISTA
Apesar de serem consideradas como mídia de massa, as revistas apresentam
particularidades de acordo com suas temáticas podendo atingir grupos diferentes de
acordo com os interesses e estilos de vida dos consumidores (CRESCITELLI; SHIMP,
2012). No momento de se planejar a presença do anunciante neste tipo de mídia, os
planejadores se atentam a índices que demonstram o custo benefício dos veículos.
No Brasil, o IVC (Instituto Verificador de Circulação) visa assegurar a transparência
e confiança dos números de circulações de mídias impressas e digitais por meio da
verificação dos números de circulação (CRESCITELLI; SHIMP, 2012). Isso garante maior
segurança ao anunciante, que obtém as informações reais dos veículos.
96
Este meio, assim como o jornal, recebeu impacto negativo a partir da proliferação
de tecnologias. Portanto, vem perdendo títulos que passam a não ser distribuídos de
maneira impressa, migrando para o digital. No gráfico a seguir, disponibilizado pelo
Grupo de Mídia SP (2019), você pode ver a queda no número de revistas auditadas pelo
IVC, representando, assim, uma queda no volume de títulos no Brasil.
Perceba que a quantidade de veículos reduziu, no entanto, isto não significa que
o meio deixou de ser importante em uma estratégia de mídia, pois, assim como outros
meios, existem veículos que podem dialogar muito bem com os públicos necessários de
uma campanha, visando atingir um objetivo especifico.
Pontos Fortes
Diferente das outras formas de mídia, as revistas com
frequência são usadas como referência e guardadas por
Vida longa
semanas em casa (e em barbearias, salões de beleza,
consultórios de dentis- tas e médicos etc.).
No que se refere a considerações qualitativas, as revistas
como meio de propaganda são excepcionais quanto a ele-
gância, qualidade, beleza, prestígio e apelo de superioridade.
Essas características resultam do alto nível da qualidade de
Alta qualidade de
reprodução de imagens e do conteúdo editorial que, com fre-
reprodução
quência, é transferido para o produto anunciado. Por exemplo,
os itens alimentícios anunciados na Ana Maria sempre pare-
cem saborosos; móveis em Casa e Jardim parecem elegan-
tes; e os itens de vestuário na Estilo parecem estar na moda.
97
São, particularmente, uma boa fonte de informações de-
talhadas sobre o produto, porque transmitem essas in-
Habilidade para formações com um senso de autoridade. Ou seja, como o
transmitir informações conteúdo editTorial das revistas costuma incluir artigos que
com autoridade por si mesmos representam visão, experiência e credibili-
dade, os anúncios publicados nessas revistas transmitem
um sentido similar de autoridade ou retidão.
Pontos Fracos
Nos jornais e na mídia de rádio e TV é relativamente fácil
mudar o texto de um anúncio com pouco tempo de antece-
dência e em mercados específicos. As revistas, em compa-
ração, têm longas datas de fechamento que exigem que os
Longas datas de
materiais de propaganda sejam entregues com alguns dias
fechamento
de antecedência da data real de publicação. Não existe um
prazo padrão, mas para ilustrar, de acordo com os kits de
mídia disponíveis na internet, os anúncios quatro cores e as
datas de fechamento das revistas Caras e Veja são de 9 dias.
A propaganda nas revistas também apresenta menos opções
geográficas que outras formas de mídia, embora algumas re-
Opções geográficas um
vistas de grande circulação, como a Veja, tenham uma seleti-
tanto limitadas
vidade considerável. Por exemplo, a Veja oferece preços dife-
rentes para os suplementos regionais, como Veja São Paulo.
Uma limitação final da propaganda em revista é a variabili-
dade nos padrões de circulação de mercado para mercado.
A revista Rolling Stone, por exemplo, é lida mais em regiões
metropolitanas. Por isso, os anunciantes que estão inte-
Variabilidade nos ressados em, digamos, alcançar homens jovens não teriam
padrões de circulação muito sucesso com leitores que não residem nas áreas me-
do mercado tropolitanas. Para isso, eles precisariam colocar anúncios em
uma ou mais revistas além da Rolling Stone, o que aumen-
taria o custo total da compra de mídia. Rádio, TV, ou ambos,
podem atender melhor às necessidades desse anunciante e
permitir uma cobertura mais uniforme do mercado.
FONTE: Crescitelli e Schimp (2012, p. 312-313)
98
FIGURA 11 – FORMATOS - EDITORA ABRIL
Novamente, assim como todos os meios, os espaços com maior visibilidade, ge-
rarão maiores custos ao anunciante. Dessa forma, contracapas ou terceiras capas ge-
ralmente apresentam altos custos, se comparadas às páginas internas das publicações.
DICAS
A Editora Abril, detentora de inúmeros títulos de revistas impressas, dis-
ponibiliza um site com todas as informações necessárias para comerciali-
zação de seus espaços publicitários. Está curioso para saber quanto custa
anunciar na contracapa da revista Veja? Acesse o link a seguir e consulte as
tabelas de preços: http://publiabril.abril.com.br/svp/tabelas/precos.
2.5 CINEMA
Além das propagandas exibidas nos filmes, denominadas como Merchandising,
Merchandising Tie-in ou Product Placement, as salas de cinema passaram a receber
outros formatos de anúncios. Como você viu no início deste subtópico, a participação do
Cinema nas ações publicitárias ainda é pequena, tendo apenas 16% de participação sobre
a atenção do público (Grupo de Mídia SP, 2019). No entanto, anunciar nestes ambientes
pode gerar inúmeros resultados, dependendo do objetivo de mídia pretendido.
99
No quesito público, é válido ressaltar que este meio se mostra estável, mesmo
considerando novas tecnologias e novas possibilidades de consumo de filmes, como os
serviços de streaming. A realidade apresentada pelo Grupo de Mídia SP (2019) aponta
que este meio não apresentou quedas no número de ingressos vendidos, conforme
você pode ver no gráfico a seguir.
100
IMPORTANTE
Coca-Cola pede silêncio no cinema
A marca ainda lançou outros vídeos, que não foram editados em tempo real,
mas que também incluem os telespectadores nas cenas do cinema. Quer
conferir esta ação? Acesse o link no endereço a seguir: https://bit.ly/2Z9EKxL.
101
GRÁFICO 7 – PERCENTUAL DA POPULAÇÃO COM INTERNET (10 OU MAIS ANOS)
Perceba que o gráfico demonstra que, até o ano de 2016, 64% da população
brasileira tinha acesso à internet.
E, conforme já vimos no início deste tópico, este meio é o terceiro com mais
força entre a população brasileira. Isso nos mostra que, a internet tem muito potencial
para ter mais força ainda.
102
Assim, as marcas precisam prever ações que possam atingir os consumidores de
maneira individual, e, ainda assim, estabelecer diálogos constantes entre os consumidores.
Portanto, este meio apresenta complexidades de planejamento, e execução, conforme
apontam Crescitelli e Shimp (2012, p. 335) no trecho a seguir.
FORMATO DESCRIÇÃO
O website de uma marca é um meio valioso de propaganda para
transmitir informações sobre a empresa e seus produtos, fazer
ofertas promocionais, construir valor de marca e interagir com os
consumidores. Talvez a principal diferença entre os sites e outros
WEBSITE
103
ANÚNCIOS DE O formato mais popular na curta história da propaganda na Internet
DISPLAY OU
BANNER
é o anuncio estático conhecido como display ou banner. Os anúncios
de banner, um elemento principal da propaganda na Internet, são
estáticos – de certa forma, análogos aos impressos em revistas e
jornais – e aparecem em sites visitados com frequência.
Pode ser entendida como ferramentas multimídia que permitem
transmitir a maior quantidade de informações por meio de interfaces
RICH MEDIA
104
O e-mail pode ser um instrumento de Comunicação de Marketing
muito eficiente para transmitir mensagens e oferecer incentivos de
E-MAIL vendas a grandes públicos ou a grupos menores selecionados. Todavia,
essa forma de comunicação on-line foi de certa forma prejudicada
por profissionais de marketing que enviam junk mail, em uma prática
conhecida como “spamming” (SPAM).
PROPAGANDA
BUSCADORES
105
FIGURA 13 – COBERTURA X ALCANCE
Como você pode ver, o alcance faz parte da cobertura. O alcance se refere ao
número, ou percentual de pessoas que são expostas ao meio de comunicação analisado.
Enquanto a cobertura se refere ao percentual que poderia ser impactado pela mídia. Em
termos práticos podemos considerar um veículo de TV Aberta que cobre o país inteiro,
este veículo tem potencial para cobrir todos os habitantes do país (cobertura), mas,
considerando particularidades dos consumidores desta mídia, pode alcançar uma parte
reduzida dos habitantes do país (alcance).
Vamos ao exemplo prático a seguir. Imagine que quatro, das seis pessoas a
seguir, precisam ser impactadas de maneira agressiva pela campanha X. Neste cenário,
precisaremos obter uma frequência de três exibições da campanha publicitária para este
público. A mídia planejada em mídia aberta obteve o seguinte.
106
QUADRO 10 – ALCANCE, COBERTURA E FREQUÊNCIA
FONTE: A autora
Como você pôde ver, a mídia planejada tinha uma cobertura potencial de
seis pessoas e alcançou apenas quatro pessoas. No entanto, mesmo com o alcance
planejado, a campanha conseguiu uma frequência planejada em apenas três indivíduos
e não quatro, conforme planejado. Assim, obteve apenas dez exibições nos quatro
indivíduos, conseguindo uma frequência de 2,5 exibições por pessoa.
Já o Share é uma variável que traz uma estimativa do público que assistiu a um
determinado programa, em relação a todos os televisores ligados. Dessa maneira, o Share
contribui para identificar quais são os programas ou veículos com maior participação,
entre o próprio meio (SISSORS; BUMBA, 2003). Para compreender melhor, veja o esquema
a seguir. Imagine que precisamos medir a audiência e o Share em um público de cinco
pessoas, sendo que cada pessoa consome apenas um meio/veículo específico.
107
QUADRO 11 – AUDIÊNCIA X SHARE
Pontos de Pontos de
GRP TRP
Programa Frequência Custo Audiência Audiência CPP
BRUTO (Classe C)
Bruta na Classe C
Programa 1 1 $ 100 50 10 50 10 2
Programa 2 2 $ 60 25 25 50 50 2,4
108
Como você pode ver na simulação apresentada, temos dois programas com
custos e audiências específicos. Nesta realidade, podemos compreender que o Programa
1 apresenta um custo por inserção maior e uma audiência considerável. Se o planejador de
mídia focasse sua análise apenas no custo da inserção, perceberia que este programa é
mais caro que o Programa 2. No entanto, ao avaliar o CPP, que analisa o custo em relação
à audiência, o planejador verificaria que este programa apresenta um custo benefício
melhor, pois seu CPP é de 2, em relação ao CPP do Programa 2, que é 2,4.
No exemplo que você viu, temos dois programas com preços e audiências
específicas, no entanto, mesmo apresentando características específicas, estes dois
programas apresentam a mesma forma, ou seja, apresentam o mesmo GRP.
109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Share é uma variável que traz uma estimativa do público que assistiu a um
determinado programa, em relação a todos os televisores ligados.
• Alguns indicadores contribuem para medir o custo benefício de uma mídia, como
CPP, GRP e TRP.
• O TRP é um indicador usado por planejadores que buscam identificar a força de uma
programação em um grupo específico.
110
AUTOATIVIDADE
1 Meios e veículos são denominações fundamentais no campo de Mídia e que devem
ser compreendidas para que as estratégias possam ser desenvolvidas. Na listagem a
seguir, você pode ver uma série de meios e veículos, organizados de maneira aleatória.
Para organizá-los, sinalize M para meio e V para veículo.
( ) Rádio. ( ) SBT.
( ) Jornal Extra. ( ) Internet.
( ) Televisão. ( ) Mídia Exterior.
( ) Folha da São Paulo. ( ) Rádio Globo.
111
112
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
ESTRATÉGIAS DE MÍDIA
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico, veremos que existem algumas decisões fundamentais em
uma programação de mídia, como a definição da exibição da mensagem em períodos
específicos definida como timing de campanha.
QUADRO 13 – CONTINUIDADE
113
Na “continuidade”, temos um padrão contínuo, em que uma mensagem poderia
ser exibida, por exemplo, durante 365 dias no ano. “A continuidade é necessária quando
um anunciante tem uma mensagem que não deseja que os consumidores esqueçam.
A publicidade contínua funciona como um lembrete, mantendo a mensagem sempre
diante do consumidor” (SISSORS; BARON, 2010, p. 234). Dentre as vantagens da
continuidade, é possível elencar (SISSORS; BARON, 2010, p. 234):
QUADRO 14 – FLIGHTING
114
QUADRO 15 – PULSING
115
4 ROTEIRO DE UM PLANO DE MÍDIA
O roteiro de um plano de mídia, assim como no planejamento de comunicação,
deve considerar elementos de análise de cenário, definição de estratégias e questões
operacionais. Paulo Tamanaha (2013), autor de diversos livros na área de mídia e publici-
tário que atuou por diversos anos na agência de Publicidade DPZ, propõe um roteiro de
Plano de Mídia que pode ser seguido. Perceba, em sua leitura, que diversos pontos des-
se roteiro dizem respeito aos elementos que vimos durante esta Unidade de estudos.
• Parte 1 – informações básicas recebidas pelo cliente: nesta etapa devem ser
consideradas as informações recebidas em um Briefing com o cliente. São informa-
ções essenciais como situação do mercado, concorrência, estratégias de marketing
e comunicação que podem impactar no planejamento de mídia. Ainda, são espera-
das informações operacionais e táticas da campanha como período de veiculação,
regiões que devem ser impactadas (e quais devem ser priorizadas), verba disponível
para a mídia e perfil do público (socioeconômico e psicográfico).
FIGURA 15 – PARTE 1
116
• Parte 2 – definição dos objetivos: neste momento, considerando a análise do
cenário apresentada anteriormente, é possível definir os objetivos que nortearão as
estratégias de mídia. Assim, são esperadas as definições sobre variáveis quantita-
tivas, que representam quantidade de pessoas que se pretende atingir, frequência
média que deve apresentar a campanha e continuidade da campanha durante o
período da campanha e, após seu término.
FIGURA 16 – PARTE 2
117
FIGURA 17 – PARTE 3
CRONOGRAMA DE VEÍCULAÇÃO
MEIOS
Objetivo Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Televisão Básico x x x x x x
Rádio Complementar x x
Internet Reforço x x x x
Revista Complementar x
FONTE: A autora
• Parte 5 – definição da tática de veiculação: esta etapa diz respeito a uma con-
sequência da etapa anterior, em que são detalhadas as particularidades da progra-
mação de cada meio, considerando cronogramas detalhados da programação (dias
e formatos específicos) e análises de rentabilidade (audiência, Share, CPP, GRP e
TRP). Esta é uma importante etapa que contribui para a execução da compra dos
espaços de acordo com as particularidades detalhadas.
118
TABELA 1 – PROGRAMAÇÃO DE VEICULAÇÃO
• Parte 6 – apresentação dos elementos de apoio: por fim, devem ser apresenta-
das informações adicionais, que dão embasamento aos elementos já apresentado,
seja na apresentação da situação inicial ou demais etapas. Informações como da-
dos de pesquisa, propostas de patrocínio detalhadas que foram consideradas e já
apresentadas brevemente na programação de veiculação e negociações especiais
com os veículos de comunicação considerados. Esta etapa tem como objetivo apre-
sentar informações que não foram aprofundadas em etapas anteriores, mas são
fundamentais para a compreensão do planejamento de mídia como um todo.
119
LEITURA
COMPLEMENTAR
A DONA DO PEDAÇO (E DO MERCHANDISING)
Bárbara Sacchitiello
Uma cena exibida nesta semana na novela A Dona do Pedaço chamou a atenção
dos espectadores e de quem comentava a novela nas redes sociais. Com a participação
do personagem Rock, interpretado pelo ator Caio Castro, a Globo exibiu um comercial
da Casas Bahia dentro de uma cena da novela, com direito às vinhetas que separam o
break do conteúdo da programação.
120
A mistura entre conteúdo e comercial não é uma novidade na dramaturgia
da Globo, mas ganhou contornos diferentes em A Dona do Pedaço. Antes da trama
de Walcyr Carrasco, a emissora restringia aos capítulos da novela a interação dos
personagens com marcas e produtos. Não era permitido que um personagem saísse
da trama e aparecesse no intervalo comercial, com a mesma roupa e trejeitos da ficção,
apresentando uma marca ou produto.
O fato de contar com uma personagem que faz parte do universo das redes
sociais (a Vivi Guedes, interpretada por Paolla Oliveira), trouxe a Globo um universo
amplo de oportunidades de inclusão de marcas na trama. Assim como acontece na
vida real, Vivi Guedes é requisitada para ações publicitárias, tanto nos capítulos
da trama como no Instagram (o perfil @estiloviviguedes, atualmente, conta com
mais de 1,8 milhão de seguidores). A personagem já apareceu em campanhas da
Fiat, Avon e, recentemente, do Globoplay, a plataforma de streaming da emissora.
Não apenas com a influenciadora da ficção que a área comercial da Globo viu a
possibilidade de experimentar outras entregas publicitárias. Além do caso de Rock com
as Casas Bahia, a personagem Maria da Paz também foi utilizada em ações publicitárias
que tiveram participação importante no rumo da trama.
121
Casas Bahia – Maria da Paz e Rock
Antes da ação envolvendo o ator Caio Castro, a rede de varejo já havia entrado
no ambiente de A Dona do Pedaço com a ação Casa de Novela – projeto que já havia sido
realizado anteriormente pela agência Y&R com a trama Segundo Sol. Em um episódio, a
protagonista Maria da Paz visitou uma das lojas da rede para comprar eletrodomésticos e
encontrou o garoto-propaganda Fabiano Augusto. Na ocasião, a personagem havia acabado
de sofrer um golpe, que a fez perder toda a sua fortuna. A compra na loja, então, representava
um recomeço na vida da boleira da ficção. Posteriormente, a ação ganhou continuidade com
o comercial protagonizado por Rock. Para complementar a iniciativa, as Casas Bahia também
fizeram a exposição de alguns itens que aparecem no cenário da novela em suas lojas.
A relação da Globo com a fintech Stone foi mais além do que uma ação de
merchandising na trama. A marca apareceu em alguns capítulos da novela, como uma
alternativa para facilitar as transações comerciais da loja de bolos da protagonista. Na
mesma época, foi anunciado que o Grupo Globo investiu 33% em uma joint venture com
a Stone para a comercialização de máquinas de processamento de cartões no Brasil.
122
Globoplay – Vivi Guedes e Kim (Monica Iozzi)
123
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
124
AUTOATIVIDADE
1 Dentre as estratégias de timing de campanha, uma delas considera hiatos entre a
exibição da mensagem, garantindo que a campanha seja veiculada por um período
maior de tempo, mesmo que com hiatos. Assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, a nomenclatura desta estratégia.
a) ( ) Timing out.
b) ( ) Pulsing.
c) ( ) Flighting.
d) ( ) Contínua.
e) ( ) Timing in.
2 Um plano de mídia deve contar com diversas etapas. Tais etapas, apresentam
particularidades entre si e devem ser elaboradas com atenção, de maneira que
possam contribuir para as etapas seguintes. Em uma das etapas são detalhadas
as particularidades da programação de cada meio, considerando os cronogramas
detalhados da programação (dias e formatos específicos) e análises de rentabilidade
(audiência, Share, CPP, GRP e TRP). Qual é esta etapa?
125
126
UNIDADE 3 —
ATENDIMENTO
PUBLICITÁRIO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
127
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
128
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
MERCADO PUBLICITÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Para compreendermos as funções do atendimento em uma campanha de co-
municação, precisamos compreender todo o cenário em que este profissional está in-
serido: o mercado publicitário. Este mercado é altamente complexo e depende de inú-
meros agentes que garantem que as campanhas sejam entregues com qualidade, de
maneira a atingir os objetivos de Marketing e Comunicação propostos pela organização.
Dessa forma, neste primeiro tópico, compreenderemos todas as dinâmicas que repre-
sentam esse mercado.
Por fim, neste tópico, você verá ainda as formas de remuneração de uma agên-
cia. Afinal, para que ela possa ser sustentável financeiramente, é necessário estabelecer
critérios de remuneração. Aqui, veremos que existem alguns modelos de remuneração
e que cabe às agências e anunciantes estabelecerem os melhores formatos para as
suas realidades. Ao todo, veremos os seguintes modelos de remuneração: comissões
estabelecidas pela Lei nº 4.680; comissões estabelecidas pela lei com descontos pro-
gressivos; fee mensal fixo; markup; remuneração baseada em resultados e participação;
remuneração por resultados; fee mensal acrescido de um percentual sobre os resulta-
dos e honorários de cláusula de resultados.
Todos esses conteúdos foram pensados de maneira que você possa compreender
o cenário em que o atendimento está inserido, pois ele é peça fundamental para garantir
o sucesso do cliente em uma campanha de comunicação.
129
2 DINÂMICAS DO MERCADO PUBLICITÁRIO
O mercado publicitário depende de uma série de agentes para funcionar,
demonstrando uma complexidade e interdependência entre anunciantes, veículos de
comunicação e fornecedores que atuam de maneiras especificas. Todos estes agentes,
quando unidos, conseguem entregar grandes campanhas que dialogam com seus
públicos e garantem relacionamentos duradouros entre marcas e públicos de interesse.
2.1 ANUNCIANTES
O anunciante é definido com toda organização que busca comunicar alguma
coisa para um público específico. Atualmente, podemos compreender que os anunciantes
podem ser definidos, conforme seu modelo de negócio, que impactará diretamente no
seu porte, estrutura interna complexas ou simples. O fato é que não existem modelos de
anunciantes que sejam padronizados em nosso mercado e, essa complexidade, exige
que as agências conheçam a fundo seus clientes para entregar melhores resultados.
Como você pode ver na citação de Lupetti (2009), a personalização das ações
passa a ser uma exigência para se estabelecer relacionamentos com consumidores. Logo,
se os anunciantes são pressionados a diversificar suas ações de comunicação, as agências
131
passam a ser pressionadas a oferecer estes serviços aos anunciantes. Nesse caso, as novas
exigências do consumidor, que busca cada vez mais personalização em seus diálogos, exige
cada vez mais diversificação dos seus serviços às agências.
132
FIGURA 2 – FUNÇÕES DO CONTATO PUBLICITÁRIO
Como você pode ver, a atuação dos contatos publicitários se refere às questões
analíticas sobre o uso do seu veículo ou meio de comunicação de maneira que contribua
para comercializar o espaço publicitário, e assim, garantir a sustentabilidade do veículo
de comunicação que representa.
IMPORTANTE
Globo integra comercial e cria divisões por segmentos
Em mais uma etapa do projeto Uma Só Globo, que visa unificar todas as marcas da empresa
em uma única estrutura, a Globo anunciou a unificação de toda a sua área comercial. Na
prática, a emissora não irá mais comercializar, de forma isolada, espaços para anúncios na
TV aberta, nos canais Globosat ou no Globplay. Toda o pilar de publicidade será integrado
para que as negociações com anunciantes contemplem todas as plataformas.
Para complementar a mudança, a Globo também cria uma nova divisão em sua estrutura
comercial, baseada no segmento dos anunciantes. As equipes da emissora serão
estruturadas em núcleos para o atendimento e desenvolvimento de projetos das marcas de
Serviços & Telecom, Bens de Consumo, Financeiro & Auto, Comércio e Governo. Segundo a
Globo, esse novo formato, que passa a valer a partir de 1o de fevereiro, “será pautado pela
inteligência de mercado, aliada ao desenvolvimento de produtos e soluções que atendam
às estratégias de negócios e de comunicação dos clientes, em projetos desenhados em
parceria com suas agências”, como diz a emissora, em nota.
133
Eduardo Schaeffer, diretor de negócios integrados em publicidade da Globo, explica que
“o modelo tem como objetivo fortalecer a relação com todos os agentes do mercado
publicitário, reforçando o vigor do ecossistema e contribuindo para que ele se mantenha
robusto e capaz de gerar valor para todos os envolvidos”. O executivo ainda diz que a
busca pela eficiência nos projetos de publicidade passa pela compreensão
dos desafios dos mercados anunciantes e que a Globo está empenhada em
entendê-los com mais profundidade.
A Globo também criará uma frente exclusiva de atendimento voltada às
agências, cuja proposta será discutir novas oportunidades de negócios e
estratégias para marcas.
Desde janeiro deste ano, a Globo vem aplicando o projeto de atuar como
uma única empresa, que abriga as operações de TV aberta (Globo), T paga
(Globosat), digital (globo.com) e streaming (Globoplay).
2.3 FORNECEDORES
Você viu até aqui que existem relações próximas entre agência, anunciante e
veículo de comunicação, que garantirá resultados positivos para todos estes agentes.
Pare para pensar: Será que esses agentes são suficientes para garantir que você,
enquanto consumidor, assista ao VT do anunciante X no veículo Y? A resposta é: não.
Existem diversos fornecedores que contribuem para garantir que um material seja
produzido e entregue ao veículo de comunicação, ou até mesmo, disponibilizado em um
ponto de venda do anunciante conforme aponta Lupetti (2009, p. 103).
134
O trabalho dos fotógrafos envolve a seleção dos modelos, das
cenas, dos cenários a serem fotografados, do figurino, dos
objetos de decoração e de extensa série de aspectos visuais
Fotógrafos
que influenciam nesse trabalho. Na realização das tarefas,
o fotógrafo conta com um constante acompanhamento do
diretor de arte da agência.
O trabalho dos ilustradores tem alguma semelhança com um
dos fotógrafos, mas possui suas particularidades também. É a
criação que chama ilustradores, solicita algum tipo de arte com
Ilustradores
base no layout e algumas referências. Pede ao ilustrador que
forneça uma mancha de seu trabalho, ou seja, uma espécie de
rascunho do que fará.
135
3 ESTRUTURA DE UMA AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO
Entregar os serviços de comunicação de uma agência depende de uma divisão
clara de atividades, denominadas nas funções de uma agência. Tradicionalmente
a estrutura de uma agência é organizada conforme departamentos que entregam
serviços específicos nas etapas de um planejamento de comunicação. Ao abordar, por
exemplo, o processo de desenvolvimento de uma campanha, podemos compreender as
responsabilidades dos envolvidos, conforme apresentado a seguir.
136
Perceba que, nesse processo, diversas áreas são envolvidas em diversos mo-
mentos do processo. Isso demonstra que as áreas propostas, como atendimento, pla-
nejamento, criação, produção e mídia, são responsáveis por atividades desde a concep-
ção de uma campanha até a entrega da mesma. Como essas áreas são compostas na
estrutura de uma agência? Bom, a visão clássica nos traz que os departamentos de uma
agência de comunicação são organizados conforme suas atividades desempenhas. As-
sim, cada função é departamentalizada, conforme apresentado na figura a seguir.
137
IMPORTANTE
Todas iguais?
3.1 ATENDIMENTO
O profissional de atendimento em uma agência é responsável por ser o interlocutor
em dois aspectos. Primeiramente, é o interlocutor do cliente na agência, tomando as deci-
sões sobre o desenvolvimento das campanhas, orientando as equipes da agência quanto
às particularidades do cliente. Da mesma maneira, esse profissional se coloca como inter-
locutor da agência no cliente, participando das reuniões sobre novos produtos ou marcas.
Neste ponto, o atendimento dialoga com os clientes a respeito do que sua agência pode
desenvolver, negociando projetos, prazos e entregas (SANT’ANNA; JÚNIOR, GARCIA, 2002).
138
Perceba que, de maneira geral, conforme apontado por Lupetti (2009), esse profis-
sional deve exercer funções relacionadas ao pensar, fazer e controlar, envolvendo todos os
processos de uma campanha e, consequentemente, todos os profissionais envolvidos no pla-
nejamento desta, seja no cliente ou na agência. Dessa forma, existem diversas atividades que
são de responsabilidade do atendimento, conforme você pode ver na figura a seguir.
Essas atividades são fundamentais para garantir que os serviços sejam entre-
gues da melhor maneira aos clientes garantindo assim, que seus objetivos sejam atin-
gidos. Além destas funções, é fundamental que um bom atendimento esteja a par de
questões operacionais do mercado publicitário como formas de remuneração de uma
agência de comunicação, leis e regulamentos que regem o mercado. Ainda, é neces-
sário que saiba prospectar novos clientes e estabelecer bons relacionamentos com os
clientes existentes, sabendo negociar valores, demandas e prioridades. Todas essas
particularidades você verá nos tópicos a seguir, que estão focados nos processos de
trabalho e necessidades básicas de um bom profissional de atendimento.
139
3.2 TRÁFEGO
Os profissionais responsáveis pelo Tráfego em uma agência (e assim
denominados) são responsáveis pelo controle de “Pedidos Internos de Trabalhos” (PIT ou
JOB). Sua função é próxima ao atendimento, realizando atividades internas e controlando
demandas, de maneira que os prazos sejam entregues, conforme o acordado entre
atendimento e cliente. Dessa forma, o profissional de tráfego acompanha as demandas,
negociando prioridades entre as atividades a serem realizadas.
3.3 CRIAÇÃO
Por muito tempo esta área foi a mais cobiçada entre os estudantes de
comunicação, com foco em publicidade. Pode-se dizer que é a área mais cobiçada,
visto que a lembrança de uma campanha, muitas vezes, está atrelada à ideia criativa de
uma campanha que, por sua vez, é de responsabilidade deste setor.
Conforme já vimos até aqui, esta área é composta por profissionais representados
pelo diretor de criação, diretor de arte, redator e arte-finalista. Todas estas funções apre-
sentam contribuições essenciais para uma campanha publicitária e devem ser valoriza-
das de maneira específica conforme suas entregas. O que de fato faz cada profissional?
140
a preocupação estética e harmonia das campanhas criadas. Entre suas atividades, este
profissional atua, em parceria com o redator, na criação de layouts, ou seja, no esboço
da campanha a ser aprovada pelo cliente (SANT’ANNA; JÚNIOR, GARCIA, 2002).
• Redator: este profissional apresenta atividades relacionadas à redação de uma
campanha publicitária. O desenvolvimento de um título, texto ou slogan, é de
responsabilidade deste profissional, que deve trabalhar em parceria com o diretor de
arte, compondo a chamada “dupla criativa” ou “dupla de criação” (LUPETTI, 2009).
• Arte-finalista: ao olhar para o processo de criação de uma campanha, o arte-finalis-
ta é o último profissional que terá contato com a campanha. Mais focado em materiais
impressos, este profissional vai adequar o layout aprovado às especificações técnicas
exigidas pelo veículo ou fornecedor de comunicação. Assim, tem a responsabilidade
de ajustar medidas, cores, e formatos de entrega de acordo com exigências, garantin-
do a qualidade do material publicitário (SANT’ANNA; JÚNIOR, GARCIA, 2002).
Como você pode ver, existem particularidades no que diz respeito aos profissio-
nais de Criação. No entanto, todos eles estão diretamente envolvidos com as peças publi-
citárias criadas, garantindo que a campanha seja veiculada e entregue aos públicos-finais.
3.4 PRODUÇÃO
Conforme você já viu anteriormente, além dos veículos de comunicação,
existem agentes importantes no mercado publicitário, denominados fornecedores de
comunicação, podendo ser representados por gráficas, produtoras, fotógrafos, agências
de modelos etc. Dessa maneira, os profissionais alocados em setores de produção
desenvolvem atividades relacionadas a estes agentes, apresentando contato direto,
realizando orçamentos e garantindo a produção dos materiais.
Produtor produz. Produz o quê? Ele produz ou finaliza o que foi criado
pela dupla de criação. Se a criação de um folheto, o produtor se encar-
regará de concretizar a ideia, ou seja, responsável por transformar em
um número “X’ de folhetos que serão distribuídos para o cliente. Nes-
se caso ele é chamado de produtor gráfico. Quando a criação cria um
filme, o produtor se encarregará de tomar todas as providências para
que a filmagem ocorra sem problemas. O mesmo ocorre com a criação
de peças publicitárias para o cinema ou para o rádio. Nesse caso ele é
chamado de produtor de rádio, TV ou cinema (PRTVC). Ambos servem
de suporte técnico para a dupla de criação (LUPETTI, 2009, p. 20).
Como você pode ver, o produtor tem a função de viabilizar determinadas ações
de comunicação, atuando diretamente com a equipe de criação e mídia. Para que isso
aconteça, é necessário que estes profissionais tenham conhecimentos técnicos sobre
os processos que atuam, garantindo que os materiais sejam entregues com qualidade.
141
da ação de comunicação e verba da campanha (LUPETTI, 2009). Esse profissional deve
estar apto para fazer as melhores escolhas, como: qual é a gramatura do papel? O fôlder
será com verniz localizado? O papel será fosco ou brilhante? É um formato especial? O
material será entregue no prazo do início da campanha?
ATENÇÃO
Ainda, é válido ressaltar que, em casos específicos, o produtor na
agência de publicidade apresentará contato direto com produtores
das próprias produtoras, que são responsáveis por viabilizar questões
específicas do vídeo, como: contratação de modelos, produção de
cenários, locação de espaços etc.
3.5 MÍDIA
Durante a Unidade 2 deste livro, falamos muito sobre o profissional de mídia, que
está altamente conectado com os meios e veículos de comunicação, desempenhando
análises às atividades operacionais de compra de espaços em veículos de comunicação.
De maneira geral, as atividades de mídia se resumem às negociações, requisições e
controle do que foi veiculado (SANT’ANNA; JÚNIOR, GARCIA, 2002).
142
Além do planejamento, visto na Unidade 2, e especificações, os profissionais
de mídia devem, ainda, controlar toda a mídia veiculada. Ou seja, deve-se fazer a
checagem se o que foi comprado realmente foi entregue pelo veículo de comunicação
(SANT’ANNA; JÚNIOR, GARCIA, 2002).
3.6 PLANEJAMENTO
A existência de um profissional de planejamento em uma agência de comunica-
ção dependerá muito da estrutura da agência e dos clientes que atende. Em determina-
dos casos, pode existir uma área de planejamento. Já em outros, esta função pode ser
diluída em diversos profissionais, como atendimento, criação e mídia.
Devemos lembrar que planejar não é uma tarefa para uma única
pessoa. É uma tarefa de equipe. Por isso planejar uma campanha
requer esforço conjunto do pessoal da criação, da mídia, do
atendimento e da pesquisa, coordenadas e orientados pelo planejador
(LUPETTI, 2009, p. 33).
4 REMUNERAÇÃO DA AGÊNCIA
A remuneração de uma agência pode ser estabelecida de acordo com determi-
nadas práticas, que garantem a sustentabilidade do negócio pois diversos profissionais
estão envolvidos e, precisam ser valorizados. A mais comum é o comissionamento es-
tabelecido por lei, seguido pelo fee mensal. No entanto, não existe um modelo que seja
melhor que outro. Cabe à agência e seus anunciantes negociaram o formato mais ade-
quado de remuneração dos serviços realizados, de acordo com suas realidades. Nesta
seção, veremos com maior profundidade alguns modelos de remuneração das agências
de comunicação, conforme você pode ver listados a seguir.
143
FIGURA 6 – REMUNERAÇÃO EM UMA AGÊNCIA
FONTE: A autora
144
Perceba que os serviços desempenhados pela agência são fundamentais para
que o veículo de comunicação (ou fornecedor) possa desempenhar seu papel para o
anunciante. Dessa forma, é fundamental direcionar determinada remuneração às agên-
cias que são envolvidas no processo. Como, de fato ela ocorre? Veja a seguir duas simu-
lações: uma para Veiculação e outra para Produção.
COMISSIONAMENTO DE VEICULAÇÃO
Preço cobrado pelo veículo R$1.000,00 100%
Comissão da agência R$ 200,00 20%
Valor pago ao veículo R$ 800,00 80%
COMISSIONAMENTO DE PRODUÇÃO
Preço cobrado pelo fornecedor R$ 5.000,00 100%
Comissão da agência R$ 750,00 15%
Valor pago ao fornecedor R$ 4.250,00 85%
FONTE: Lupetti (2009, p.120-121)
Como você pode ver, a distribuição dos valores é específica para cada tipo de
serviços e garante a valorização dos profissionais que estão envolvidos no processo de
compra de espaços em mídia e viabilização de materiais produzidos para uma campanha.
145
O Quadro 3 apresenta quatro opções de negociações que poderiam ser esta-
belecidas entre uma agência e um anunciante, considerando investimentos a partir de
um milhão de reais em mídia. Perceba que neste exemplo, o percentual de comissiona-
mento diminui conforme o investimento total do cliente aumenta. Esse formato garante
que o anunciante tenha um desconto gradativo, devido seu alto investimento em mídia.
Mesmo tendo maior previsibilidade, é importante que, neste modelo, haja clareza
sobre os serviços prestados e cobrados no fee, de maneira que a relação entre cliente e agência
não seja desgastada. É válido ressaltar que, neste modelo, além do fee, custos relacionados ao
comissionamento são mantidos, conforme a negociação entre agência e cliente.
4.4 MARKUP
Este formato de remuneração não apresenta tanta popularidade no Brasil, sendo
muito utilizado em agências norte-americanas. Ele consiste na definição de percentuais
de remuneração para serviços realizados com terceiros, em que se deve estabelecer um
acordo para percentuais de acordo com serviços frequentes realizados com veículos ou
fornecedores de comunicação. “Normalmente o preço final a ser cobrando do cliente
deve ser mais alto do que o preço cobrado pelos fornecedores (custos)m afinal, a agência
precisa cobrir as despesas operacionais e ainda gerar lucro. A diferença entre o preço
final e o custo é o Markup” (LUPETTI, 2009, p. 123). Nesse modelo, a agência pode definir
percentuais para serviços, como fotografia, produção, veiculação, pesquisa, impressão.
Assim, este percentual é acrescido ao valor cobrado pelo cliente.
146
4.5 REMUNERAÇÃO POR RESULTADOS
Neste formato, a agência não é remunerada considerando comissionamentos
de produção ou veiculação, mas sim, de acordo com os resultados obtidos pelo cliente,
de acordo com seu objetivo de marketing. Lupetti (2009) aponta que agência e cliente
podem definir um percentual fixo de remuneração caso os objetivos sejam atendidos.
É fundamental que haja clareza sobre a mensuração dos resultados a serem pre-
tendidos no objetivo de Marketing. Por exemplo, caso a remuneração esteja atrelada ao au-
mento da lembrança de marca do cliente, é necessário que se saiba mensurar a lembrança
antes e após as ações de comunicação. Somente assim, será possível compreender se a
campanha realizada pela agência surtiu efeitos sobre o objetivo de Marketing proposto.
FONTE: A autora
147
4.7 HONORÁRIOS DE CLÁUSULA DE RESULTADOS
Neste caso, os comissionamentos sobre veiculação e produção são mantidos.
Ainda, caso o cliente alcance os objetivos propostos na campanha, a agência é remune-
rada com um valor absoluto, ou seja, um valor fechado. Este caso é semelhante ao caso
anterior, no entanto, neste modelo, a agência é remunerada a um valor fixo caso o clien-
te atinja seus resultados ou extrapole excessivamente os resultados (LUPETTI, 2009).
Por exemplo, imagine que uma agência está trabalhando em uma campanha
do cliente Y, que busca aumentar em 5% as vendas do produto X. O acordado entre
as partes foi que, se alcançado o objetivo, a agência será remunerada no valor de R$
30.000. Tendo o acordo realizado, a campanha é iniciada e o desempenho do cliente Y
extrapola as expectativas, obtendo um aumento de 8% sobre as vendas do produto X.
148
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
149
• As agências podem ser remuneradas de diversas maneiras, considerando comis-
sionamentos, fee, markup e remuneração baseada em resultados.
150
AUTOATIVIDADE
1 O mercado publicitário depende de inúmeros agentes para se organizar, e para que
possamos, enquanto comunicadores, entregar resultados para uma organização,
dependemos de inúmeras organizações e inúmeros serviços. Sobre o exposto, analise
as sentenças a seguir.
151
3 A remuneração de uma agência deve ser discutida entre anunciantes e agências de
maneira que haja coerência e justiça sobre os serviços realizados e retornos financeiros
recebidos pela agência. Nesse caso, existem diversos modelos de remuneração para
as agências. A respeito deste cenário, analise as sentenças a seguir.
152
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
ATENDIMENTO AO
CLIENTE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos alguns elementos essenciais de um bom profissional de
atendimento relacionados a questões comportamentais e atividades fundamentais deste
profissional. Aqui, você entenderá que este profissional é multifacetado e precisa, cada vez
mais, apresentar visão de negócios e representar o cliente em uma agência. Algumas per-
guntas básicas, que você pode ver na figura a seguir, serão respondidas neste tópico.
FONTE: A autora
Neste tópico, você conhecerá todas as respostas para essas perguntas e poderá
aplicá-las em seu dia a dia. E mesmo que estejamos falando de um profissional de atendi-
mento, devemos lembrar que sempre que prestamos algum serviço a alguém, devemos ter
noção do atendimento. Então, conhecer as particularidades deste cenário é fundamental,
também, para outras áreas ou até modelos de negócio. Afinal, você já parou para pensar que
até um freelancer, que oferece serviços de criação, precisa saber atender bem?
153
2 QUEM É O ATENDIMENTO?
Até aqui você já viu de que maneira o profissional de atendimento pode se envolver
com outros profissionais e com as dinâmicas de uma campanha de comunicação.
Existem muitos outros pontos que podem ser aprofundados sobre suas características
essenciais. Antes de adentrar a estas particularidades, vamos a um detalhe básico:
existem diversas nomenclaturas para esse profissional no mercado publicitário.
154
Já a organização mental diz respeito à organização das ideias colocadas em
pauta em uma reunião ou conversa de trabalho. Como isso ocorre? Bom, durante reuniões
de trabalho, é comum sermos apresentados a uma série de informações aleatória, que
podem contribuir com o objetivo de trabalho. Dessa forma, deve-se estabelecer uma
organização mental, agrupando assuntos por semelhanças e seguindo uma lógica de
discussão (CORRÊA, 2006).
IMPORTANTE
O caso do ¼ de página
155
Em vista deste fato, você poderá pensar que o atendimento perdeu uma oportunidade de
faturar uma verba 4 vezes maior, deixando escapar uma oportunidade só para fazer bonito
frente ao gerente. Muito bem, no curto prazo até se poderia aceitar essa colocação, mas a
consequência foi um sensível aumento de credibilidade por parte do cliente.
Devido a essa postura transparente, sem ganância por parte da agência, foi
criado um clima propício para o anunciante aceitar futuras recomendações,
inclusive de aumento de verbas, como de fato veio acontecer em várias
oportunidades.
156
Essa noção é muito importante. Muitas propostas são boas em si
mesmas, porém não são necessariamente adequadas para o cliente.
Por exemplo, o oferecimento do patrocínio de um concurso de beleza
é uma coisa boa se organizada por gente competente. No entanto,
se o xampu fabricado pelo seu cliente é um anticaspa, acredito que
este patrocínio não seria adequado nem para o concurso, nem para
o produto. A associação malévola de que uma futura miss tem caspa
não seria benéfica para ninguém (CORRÊA, 2006, p.51).
IMPORTANTE
O caso dos três layouts para aprovação
O meu primeiro encontro com a nova gerente de uma linha de produtos, que estava a
cargo da agência para a qual trabalhava, foi muito importante para estabelecermos um
bom relacionamento profissional. Meu primeiro objetivo foi colocá-la a par de todas as
ações de comunicação que a agência estava fazendo para cada um desses produtos que
iam ficar sob a sua responsabilidade. Por sua vez, ela começou a explicar o seu método de
trabalho, de como gostava de lidar com a agência e outros pormenores.
A uma certa altura da conversa, a gerente me disse que gostaria de sempre receber três
alternativas de layouts para cada peça publicitária que viesse a ser criada, pois dessa forma
ela teria opções de escolha. Procurei explicar que ela seria melhor servida se houvesse uma
flexibilidade enquanto essa norma. Seria mais proveitoso que a agência tivesse a liberdade de
apresentar um, três, cinco ou dez alternativas de layouts, dependendo do caso.
Não fazia sentido levar rigorosamente três alternativas somente para seguir uma regra. Quando
ocorressem várias boas ideias, com diferentes abordagens sobre o mesmo tema, elas
seriam apresentadas. Quando houvesse apenas uma solução, da mesma forma,
apenas esta seria levada. O ponto principal estava na qualidade do material ou nas
diferentes formas de solucionar o mesmo problema e não na aceitação de uma
regra, neste caso, o número 3. A gerente compreendeu a minha postura e a aceitou
porque percebeu, inteligentemente, que teria a ganhar muito mais na execução
dos trabalhos se fosse flexível.
157
Nesse caso, vemos um exemplo de como um olhar para o negócio e um bom
relacionamento podem trazer frutos positivos entre cliente e agência. Isso reflete muito o
novo perfil de profissional exigido ao falarmos de entregas de um atendimento.
DICAS
Que tal conhecer mais o mercado publicitário? Acesse o site do Grupo
de Atendimento e Negócios, o qual apresenta notícias, cursos e materiais
de interesse a profissionais de atendimento e negócios das agências
brasileiras. Disponível em: https://www.ganegocios.com.br/.
158
4 TIPOS DE CLIENTES ATENDIDOS
Reconhecer os tipos de anunciantes do mercado publicitário é fundamental para
que o profissional de atendimento saiba tomar as decisões adequadas considerando
às indústrias as quais pertencem estes anunciantes, afinal, um cliente do setor
automobilístico se comporta de maneira diferente do que um cliente do setor artístico,
como uma banda ou influenciador digital.
159
Os anunciantes de bens de consumo são representados por empresas que oferecem
seus produtos ao consumidor final, dependendo das estratégias de comunicação para trazer
reconhecimento de marca e venda. Estão nessa categoria empresas que produzem alimentos,
bebidas, vestuário, eletrodomésticos, automóveis etc. Para a comercialização de produtos,
dependem de outras empresas caracterizadas como intermediárias (LUPETTI, 2009).
160
Dessa forma, considerando todas as particularidades apresentadas dos mais
variados tipos de clientes que uma agência pode atender, o profissional de atendimento
deve compreender os variados cenários, buscando contribuir para maior assertividade
nas estratégias de comunicação.
5 APRESENTAÇÃO DE CAMPANHAS
Apresentar campanhas planejadas na agência é uma das tarefas realizadas
pelo profissional de atendimento, podendo ocorrer individualmente ou com apoio dos
profissionais de planejamento, mídia ou criação. Ainda, pode haver a apresentação em
conjunto com o fornecedor ou veículo de comunicação. De qualquer forma, na maioria
das vezes, é responsabilidade do atendimento garantir que a reunião ocorra de maneira
produtiva, conduzindo-a (CORRÊA, 2006).
E, para que isto ocorra com clareza, um segundo ponto é essencial: a existência
de um responsável pela condução. O profissional é encarregado de preparar a pauta e
comunicar os assuntos da reunião com antecedência aos envolvidos, de maneira que
todos possam se preparar (CORRÊA, 2006). Já no decorrer da reunião, este responsável
deverá se atentar a manter o foco das discussões, evitando fugas dos temas da pauta e
garantindo maior produtividade aos envolvidos.
161
5.2 COMO PREPARAR A SALA?
Na preparação da sala em que ocorrerá a reunião de apresentação da campanha,
alguns elementos devem ser considerados, como: público, disposição das mesas e cadeiras,
materiais, treinamento, ordem de apresentação e debates, distribuição de materiais e slides
da campanha. Estes elementos você pode ver em detalhes no quadro a seguir.
162
Esses são alguns elementos essenciais que devem ser considerados quando
o atendimento prepara uma reunião de apresentação de campanha. No entanto, ainda
devem ser consideradas as particularidades do cliente que podem influenciar nas
discussões da apresentação. Dessa forma, é fundamental que o atendimento (e demais
envolvidos) preparem-se para este momento que é crucial para a agência e cliente.
6 AVALIAÇÃO DA CAMPANHAS
A avaliação de campanhas é um dos momentos vivenciados por profissionais de
atendimento e cliente. E, conforme você já viu até aqui, o atendimento deve ter os olhos do
cliente e realizar avaliações anteriores ao cliente, buscando entregar as estratégias com
maior assertividade. Nesse momento de avaliação, é fundamental que os profissionais
envolvidos deixem de lado opiniões pessoais e se atentem às particularidades da marca
em que a campanha está focada. Para isso, Corrêa (2006) apresenta alguns critérios
que devem ser levados em consideração, ao se avaliar uma campanha.
163
• Credibilidade: a campanha deve transparecer credibilidade, fazendo com que o
receptor confie na mensagem que está recebendo. Muitas vezes, as campanhas focam
em excesso de valorização do produto, gerando descrença ao receptor. Conforme
Corrêa (2006, p. 224) diz: “Diga sempre a verdade e não tente esconder nada”.
ATENÇÃO
Vamos colocar em prática? Pense em uma campanha recente e
reflita: a marca foi coerente em todos os aspectos estratégicos que
vimos por aqui?
7 NEGOCIAÇÃO
Negociar é uma prática fundamental para o desenvolvimento das campanhas
e constante em um mercado de comunicação. Isso se dá considerando que agências
de comunicação não oferecem serviços que sejam padronizados, podendo oferecer
um preço fechado aos clientes. Cada agência, fornecedor ou veículo poderá avaliar seu
serviço oferecido e propor um preço que seja coerente (LUPETTI, 2009).
ATENÇÃO
No mercado de comunicação existem preços tabelados como valores
padronizados por veículos de comunicação, serviços de impressão
e até serviços de agência. A Tabela SINAPRO, que você pode ver no
link a seguir, é um exemplo. Ainda assim, os agentes presentes na
negociação têm a liberdade de barganhar os preços apresentados,
ou seja, reduzir os preços de acordo com as possibilidades e
realidades. Veja: https://bit.ly/3uVQK66.
164
Nesse caso de preços, formatos especiais, prioridades e pautas de trabalho cheias,
cabe aos profissionais de agência e, especialmente, o profissional de atendimento, saber
negociar. Assim, a capacidade de negociação de um profissional, buscando o bem mútuo,
pode trazer bons frutos para uma agência (LUPETTI, 2009). Como iniciar uma negociação?
Bom, Lupetti (2009, p. 126) afirma que é necessário saber entrar no jogo da negociação.
165
Em um primeiro momento, denominado como planejamento, ocorre a preparação
da negociação em que são definidos os objetivos, prioridades e limitações inerentes ao con-
texto. Dessa forma, o negociador deve pensar em características dos objetivos de negocia-
ção, que devem ser “mensuráveis, realistas e viáveis” (LUPETTI, 2009, p. 128). A partir desses
objetivos, é possível imaginar quais ofertas seriam feitas pela outra parte da negociação e,
assim, delimitar quais concessões são possíveis. Nesse momento, é importante que haja
um esforço de preparação pelos profissionais, de maneira que possam prever situações.
166
A partir da apresentação da proposta, é possível partir para a fase seguinte: a
barganha. Neste momento, as partes buscam trazer maior benefício para si, analisando
as propostas apresentadas. Lupetti (2009) expõe a importância, neste momento, do
planejamento realizado, afirmando que uma boa estratégia é oferecer diversas propostas
ao adversário. Dessa maneira, coloca-se sob a responsabilidade dele, a decisão de
propostas previamente selecionadas por seu “adversário”.
8 PROSPECÇÃO DE CLIENTES
Dentre as atividades realizadas em uma agência, está a prospecção de novos
clientes, que garantirá a sustentabilidade da agência. Geralmente, essa atividade é
desempenhada por profissionais que tenham perfis comerciais e técnicos da agência,
como diretor comercial, ou até o profissional de atendimento (SANT’ANNA; JÚNIOR,
GARCIA, 2002). Essa atividade diz respeito à busca de novos clientes e envolve a seleção
de clientes potenciais, contato e relacionamento.
167
FIGURA 12 – ESTRATÉGIAS DE PROSPECÇÃO
• História da agência.
• Métodos de trabalho.
• Habilidades ou experiências do quadro de colaboradores.
• Campanhas de êxito que desenvolveu.
• Anúncios e demais materiais produzidos.
• Situação financeira da agência.
168
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Existem diversos tipos de clientes que podem ser atendidos, como Bens de
consumo, Serviços, Bens industriais (ou Business to Business), Intermediários,
Entretenimento, Associações e Governo.
• Bens de consumo são organizações que vendem produtos para o consumidor final.
• Bens industriais (ou Business to Business) são organizações que vendem produtos
ou serviços para outras empresas, podendo ser para uso ou revenda.
169
• Cabe ao profissional de atendimento compreender as particularidades dos tipos de
anunciantes, para oferecer as melhores estratégias.
• Para avaliar uma campanha, o atendimento deve considerar alguns critérios técnicos
e fugir das opiniões pessoais. Dentre os aspectos técnicos estão: ser uma ideia
diferente, apresentar o produto como foco principal, apresentar fácil compreensão,
ter impacto, ser simples, ter uma ideia central forte e credibilidade.
170
AUTOATIVIDADE
1 Uma das tarefas de um profissional de atendimento é avaliar as peças publicitárias
desenvolvidas, antes de apresentá-las ao cliente. Neste momento, o profissional deve
ter um olhar atento às particularidades que devem ser atendidas e solicitar ajustes
caso seja necessário. Uma campanha só pode ser apresentada para o cliente se já
passou pelo olhar no Atendimento. De acordo com o exposto, relacione os critérios de
análise da campanha a seguir.
2 A prospecção de clientes é uma das atividades que pode ser desempenhada pelos pro-
fissionais de atendimento, além da gestão de campanhas e atendimento a clientes. A
prospecção é tão importante quanto a gestão de clientes e deve ser considerada por uma
agência de comunicação. O que é a prospecção de clientes e qual é a sua importância?
171
a) ( ) Controle de prazos.
b) ( ) Relacionamento com clientes.
c) ( ) Prospecção de novas contas.
d) ( ) Aprovação de campanhas.
e) ( ) Orçamento com veículos de comunicação.
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UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
BRIEFING
1 INTRODUÇÃO
Você já viu nas Unidades 1 e 2 deste livro que é necessário planejar as ações
de comunicação sob diferentes aspectos, desde as estratégias envolvendo canais às
estratégicas que envolvem uma “sacada” criativa. Viu também que o mercado publicitário
se configura de maneira complexa envolvendo diversos agentes e que o atendimento é
um profissional fundamental em uma agência, exercendo o papel de “orquestrar” uma
campanha, prospectar clientes, estabelecer relacionamento com clientes e se envolver
em negociações importantes.
173
Essa transferência de informações pode ocorrer de diversas formas, seja
presencialmente, por telefone ou e-mail, sendo formalizadas em um documento.
Mesmo podendo ocorrer de diversas maneiras, o fundamental de um bom briefing é
a minuciosidade na apresentação de informações, que garantirá diversos ganhos no
processo de desenvolvimento de uma campanha, como:
1. Primeiramente, um briefing deve ser tão longo e tão curto quanto necessário, não
deixando de lado informações fundamentais, nem, apresentando informações
desnecessárias.
2. Um briefing deve ser seletivo, ou seja, apresentar somente as informações que
sejam relevantes ao processo. Isso contribui para definir foco e evitar dispersões.
3. Devemos evitar que o briefing seja o objeto final, com demasiadas informações. Deve
ser um instrumento de um objeto final que, no caso, é a campanha de comunicação.
4. Um bom briefing deve estar completo, fornecendo informações suficientes. Um
briefing muito reduzido, deixa espaço livro para imaginação. Nesse caso, há o risco
de fuga do que foi proposto.
Como você pode ver, o briefing deve ser assertivo, apresentando informações
que sejam realmente relevantes para o processo de desenvolvimento de uma campanha,
evitando desperdícios de informação ou ausência da mesma. Garantir que todas as
informações sejam coletadas e repassadas aos profissionais da agência garantirá que
estes tenham maior segurança no desenvolvimento das estratégias, pois terão a certeza
que caminharão para a direção correta, conforme realidade e expectativas do cliente.
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FIGURA 13 – PLENEJAMENTO DE CAMPANHA
FONTE: A autora
Dessa forma, vemos que o briefing deve ser coletado e distribuído aos
profissionais de maneira adequada. Como coletar essas informações? Bom, Sampaio
(1999) aponta que o processo de coleta deve considerar uma sequência de perguntas
que devem ser respondidas pelo anunciante em formalizadas em um documento. Essas
perguntas podem estar estruturadas em um checklist que deve ser preenchido pelo
profissional de atendimento, considerando cinco grandes tópicos: produto (ou serviço),
mercado, consumidores, objetivos, estratégia básica. Todos estes tópicos apresentam
relações diretas com etapas do planejamento de comunicação que, por sua vez,
demandam tarefas dos profissionais da agência.
175
QUADRO 5 – ETAPAS DO BRIEFING, PLANEJAMENTO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS
Etapas do
Etapas do Planejamento Profissionais envolvidos
Briefing
Atendimento, Planejamento,
Estratégias: orçamentos.
Mídia e Produção.
FONTE: A autora
4 ROTEIRO DE UM BRIEFING
Até aqui você já compreendeu que este documento e fundamental para o início
de um serviço em comunicação e que, para que ocorra, é necessário considerar alguns
elementos. Como, de fato, este documento se configura? Bom, o briefing consiste em
um documento que deve ser preenchido considerando diversas etapas relacionadas à
marca do cliente, produto e expectativas.
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QUADRO – MODELO DE CHECKLIST DO BRIEFING
ETAPA 1 (PRODUTO OU SERVIÇO)
1. Nome.
2. Descrição.
3. Propriedades.
4. Histórico.
5. Aparência física.
6. Embalagem.
7. Preço e tendência.
8. Custo x benefício.
9. Vantagens.
10. Desvantagens.
11. Como é usado.
12. Frequência de uso.
13. Local de fabricação.
14. Capacidade de produção.
15. Disponibilidade.
16. Concorrentes.
17. Vantagens e desvantagens relativas aos concorrentes.
18. Diferencial.
19. Imagem de marca.
ETAPA 2 (MERCADO)
20. Canal de venda.
21. Importância relativa.
22. Como se vende o produto ou se presta o serviço.
23. Tamanho do mercado (presente e potencial).
24. Sobreposições de mercado.
25. Influência do atacado e do varejo.
26. Tendências das vendas (do produto ou serviço, da categoria, do mercado total).
27. Influências (regionais, sazonais, demográficas).
28. Distribuição.
29. Organização do mercado.
30. Atitudes dos distribuidores.
31. Influência da força de vendas.
32. Efeitos da propaganda.
33. Investimentos em comunicação.
34. Concorrência.
35. Pesquisas realizadas.
ETAPA 3 (CONSUMIDORES)
36. Os compradores (do produto/serviço, da concorrência e potenciais),
(os itens a seguir se aplicam a cada um dos três grupos definidos acima, quando
essa separação tiver sentido no caso específico).
37. Ocupação.
38. Profissão.
39. Posição social e cultural.
40. Quantidade.
41. Nível de Escolaridade.
42. Localização (onde eles moram, trabalham, passeiam).
43. Grupos de idade.
177
44. Sexo.
45. Nível de renda.
45 Segmentação psicográfica.
47. Decisões de compra (formais e informais).
48. Influenciadores da compra (dentro e fora de casa/empresa).
49. Necessidade do produto/serviço.
50. Atitudes do consumidor (preço, qualidade, utilidade, conveniência).
51. Atitudes subconscientes.
52. Grau de conscientização sobre o Produto.
53. Hábito de compra/uso.
54. Frequência de compra /uso.
55. Principais ações de compra/uso.
ETAPA 4 (OBJETIVOS)
56. Objetivos estratégicos da empresa.
57. Objetivos de marketing (da empresa, linha, marca, produto) em termos de volume,
valor, participações, ampliação do mercado, rentabilidade).
58. Objetivos de venda (resultado prático final).
59. Objetivos de comunicação (quem atingir, quantos atingir, o que comunicar, que
atitude/resposta se deseja motivar a curto e a longo prazo).
60. Problemas (que atrapalham a obtenção dos objetivos).
61. Oportunidades (que facilitam a vida da obtenção dos objetivos).
Como você pode ver, o briefing é organizado com a finalidade de ceder informações
sobre o cliente em diversos aspectos, exigidos no Planejamento de Comunicação e
Planejamento de Mídia que vimos nas Unidades 1 e 2. A partir dessas informações
coletadas junto ao cliente, é possível estabelecer as análises de cenários necessárias para
as construções das estratégias de comunicação e de mídia que possam atingir os objetivos
propostos. É válido ressaltar que, em alguns casos, muitas das informações não poderão
ser coletadas devido ao formato do anunciante, seja em sua estrutura organizacional,
modelo de negócio ou até mesmo capacidades do setor de Marketing em oferecer essas
informações. É fundamental que exista um esforço para obter o máximo de informações
sobre o cliente, garantindo, assim, maior assertividade na construção das estratégias a
serem aprovadas, e, principalmente, no atingimento dos objetivos do anunciante.
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LEITURA
COMPLEMENTAR
RIP, AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO
Alexandre Alfredo
Modelo atual só reforça o pensamento arcaico em lidar com reputação das marcas;
sua morte é inevitável caso nada seja feito
Não quero ser o cavaleiro do Apocalipse, mas trago más notícias: o modelo atual
das agências de comunicação faliu, morreu e não será ressuscitado. Sim, você leu certo!
As agências de relações públicas (muitas são ainda, na verdade, assessorias de imprensa)
estão com seus dias contados. Explico: como a mentalidade da maioria delas ainda é
focar em atividades envolvendo exclusivamente jornalistas, espécie em extinção, está
chegando a hora em que elas não terão mais com quem falar, infelizmente. O foco em
atividades direcionadas a editores e repórteres é só a ponta do iceberg. Basta mergulhar
um pouco mais para entender que o modus operandi trincou. Acompanhe a seguir:
1) Fala que eu te escuto: em geral, quando uma empresa vai atrás de uma consultoria
de comunicação é porque está em apuros ou quer vender um determinado produto ou
serviço. E, como o nome consultoria sugere, busca orientação, conselho, direcionamento. O
que acontece na prática é que as agências acabam falando menos e reagindo mais.
Este approach reativo está calcado no fato de muitas agências ainda terem pencas
de jornalistas em seus quadros de funcionários. E jornalistas sempre foram treinados para
atuar com um chapéu específico: contar histórias no mundo off-line. Não existe certo ou
errado aqui, mas a verdade é que as habilidades necessárias para vencer em um ambiente de
agência vão muito além um bom texto. Faço uma ressalva aqui. Desde os 12 anos de idade,
quis ser jornalista. Me formei na área e exerci a profissão por vários anos. A verdade dói, mas
precisamos reconhecer que nossa profissão, como foi desenhada inicialmente, virou pó.
179
Outro ponto a ser discutido é a juniorização das agências. Em primeiro lugar,
há que ser justo e notar que ela acontece na mesma proporção e velocidade adotadas
pelas áreas de comunicação das grandes corporações, o que só prejudica o jogo.
Dez em cada dez pitches seguem o mesmo script: os caciques das agências
costumam aparecer frente aos contratantes e discursar sobre como a sua empresa
é diferente, integrada, só trabalha com gente bem preparada para fazer as entregas
necessárias, blá blá blá. O walk the talk dura algumas horas, talvez dias e, passada as tais
reuniões de imersão, os atendimentos são as cabeças que debatem e decidem a reputação
das corporações. Será que alguém com dois ou três anos de experiência tem capacidade
para decidir o posicionamento de uma marca X sobre o universo LGBTQ+ ou as recentes
queimadas na Amazônia? Sobre o uso de canudinhos? Ou ainda economia circular?
Não estou aqui dizendo que deveria ser diferente. Entendo que, se você quer
ganhar um negócio, tem que ir com o melhor time disponível. Nada mais justo que esse
mesmo time esteja presente sempre que necessário. Raramente é o caso.
Uma segunda leva é formada por aquelas agências que nasceram, cresceram
e se casaram com grupos internacionais (leia-se: foram compradas pelas WPPs e
Omnicoms deste planeta). O próximo passo, como nos ensinou Galileu Galilei em seu
Ciclo da Vida, é morrer. Sim, porque, geralmente, sua essência vira fumaça no momento
que o cheque gordo é depositado na conta bancária dos fundadores.
A terceira e mais populosa turma (estudos apontam que temos hoje mais de
duas mil agências Brasil afora) ainda são empresas familiares. E aí, meus caros, temos o
anjo e o demônio de mão dadas.
O bem se faz presente porque, teoricamente, elas poderiam ser ágeis e astutas em
fazer primeiro. Em desbravar mercados. Em testar novos produtos e formatos de atendimento.
Tudo isso sem ter que passar pelos vários níveis de aprovação que as agências gringas exigem.
Gostou? Faz! Quer testar? Tô dentro! Vamos nessa! E sem precisar passar por oito calls, seis
versões de um plano em Power Point, catorze reuniões, incluindo gente que se senta em Nova
York, São Francisco ou Londres e que sabe pouco ou nada do mercado local.
Diferentemente das histórias da Disney, aqui o mal prevalece sobre o bem. Isso porque
as agências familiares parecem seguir a mesma cartilha de funcionamento: decisões lentas (e
muitas vezes erradas por serem baseadas puramente em emoções), falta de processos (o que
exige retrabalho e horas gastas com tarefas inúteis feitas por gente cuja hora laboral é cara e
que deveria estar participando de outras atividades como inovar, por exemplo) e carência de
180
visão estratégica (Hamlet, personagem icônico de Shakespeare, nos fez pensar sobre existir
ou não existir ao declamar To be or not to be, that´s the question). Pois é, as agências nacionais
precisam refletir sobre o que querem ser nesta vida. É oferecer mais do mesmo?
Qual é a sua razão de ser? Sua causa? Seu diferencial? São perguntas que devem
ser respondidas. Até acredito que algumas delas querem discutir seu propósito. Não sabem
como. Tampouco sabem pedir ajuda. É tudo muito caseiro, tosco e recheado do tal jeitinho.
Muitas gritam por socorro quando já estão debaixo d´água – muito esforço para quase zero
resultado. Outras parecem acreditar que, num passe de mágica, tudo será resolvido.
É como se elas fizessem parte do filme O Dia da Marmota, estrelado por Bill
Murray e Andie MacDowell. A película conta a história de Phil Connors, um meteorologista
presunçoso e arrogante que fica preso em uma armadilha atemporal que o faz reviver o
mesmo dia sem fim. Todos perdem neste cenário. Nem por isso devemos abolir agências
de comunicação dos planos de negócios e planilhas de budget em Excel das empresas.
Não estou aqui cuspindo no prato que comi (já trabalhei em agências de pequeno,
médio e grande porte. E aprendi muito em todas elas. Aprendi a acertar. E a errar também).
Ao contrário. Como disse no início deste artigo, o modelo atual das agências caducou.
Ainda acredito que seja possível proteger e projetar marcas valendo-se de tecnologias
disruptivas, pessoas com capacidade de pensar em profundidade e, acima de tudo, doses
intravenosas de coragem, muita coragem para arriscar e fazer diferente. Caso contrário,
as agências de comunicação viverão para sempre o seu dia da marmota.
FONTE: ALFREDO, A. RIP, agências de comunicação. Meio e mensagem, 2019. Disponível em: <https://bit.
ly/3JvmqmO>. Acesso em: 15 abr. 2020.
181
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Um briefing bem feito pode trazer diversos benefícios, como: otimização do tempo,
redução de riscos, redução de retrabalho, assertividade nas estratégias e objetivos.
• Os cinco principais tópicos que devem ser considerados no briefing são: produto (ou
serviço), mercado, consumidores, objetivos, estratégia básica.
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AUTOATIVIDADE
1 O briefing é um documento que faz parte do processo de coleta de informações do
anunciante para a agência. Dessa forma, os profissionais que estão envolvidos na coleta de
informações devem se atentar a informações específicas, de maneira que possa garantir
assertividade nas ações planejadas. Sobre o briefing, analise as sentenças a seguir.
a) ( ) Mídia.
b) ( ) Produção.
c) ( ) Planejamento.
d) ( ) Nenhuma das alternativas.
1. Imagem e marca.
2. Influenciadores de compra.
3. Objetivos de marketing.
4. Peças sugeridas e conteúdo básico.
5. Tendências de venda.
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( ) Produto ou serviço.
( ) Mercado.
( ) Consumidores.
( ) Objetivos.
( ) Estratégia básica.
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REFERÊNCIAS
AAKER, D. Construindo marcas fortes. São Paulo: Bookman, 2007.
AAKER, D. Marcas brand equity: gerenciando o valor da marca. São Paulo: Ne-
gócio, 1998.
GLOBO. Manual básico de mídia. Rio de Janeiro: Globo, 2015. Disponível em:
https://negocios8.redeglobo.com.br/PDF/MidaKit/Globo_ManualBasico_pages.
pdf. Acesso em:15 jan. 2020.
185
KELLER, K. L. Conceptualizing, measuring, and managing customer-based brand
equity. Journal of Marketing, Chicago, v. 57, n. 1, p. 1-22, 1993.
KOTLER, P. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: GMT Editores Ltda., 2017. Disponível
em: https://bit.ly/3rQ5npF. Acesso em: 23 out. 2019.
SIQUEIRA, A. Persona: como e por que criar uma para sua empresa. Resulta-
dos Digitais, Florianópolis, 14 jan. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3AhC8wV.
Acesso em:15 jan. 2020.
186
SOLOMON, M. R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e
sendo. Porto Alegre: Bookman, 2002.
187