Contabilidade e Planejamento Tributário
Contabilidade e Planejamento Tributário
Contabilidade e Planejamento Tributário
Planejamento
Tributário
Indaial – 2022
2a Edição
Elaboração:
Profª. Josiane de Oliveira Schlotefeldt
Prof. Valdecir Knuth
S345c
ISBN 978-85-515-0464-2
CDD 657
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja muito bem-vindo ao Livro Didático de Contabilidade
e Planejamento Tributário. Você já parou para refletir que todas as empresas devem
recolher tributos, sejam elas de pequeno ou grande porte? Nesse sentido, paira a
sua importância, como futuro contador, de realizar cálculos e controles eficientes e
adequados desses desembolsos, bem como efetuar pesquisas e fazer o planejamento
para que essas organizações sejam as mais eficazes possíveis no que diz respeito à
carga tributária.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................152
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................213
UNIDADE 1 -
ASPECTOS GERAIS DA
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
ELEMENTOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE
TRIBUTÁRIA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos, de forma teórica, o que é contabilidade
tributária e o seu objeto de estudo. Além disso, estudaremos os conceitos dos tributos
que nortearão o restante desta unidade, são eles: ISS, ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPJ e CSLL.
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A partir disso, percebe-se que a contabilidade tributária utiliza a contabilidade
geral e a legislação tributária para atender aos seus usuários. Dessa forma, os principais
usuários da contabilidade tributária são os sócios e o próprio governo. No caso dos
sócios, as informações geradas pela contabilidade tributária são de suma importância,
visto que os tributos representam uma grande fatia das despesas das empresas, o
que, diretamente, consome grande parte do faturamento auferido. No que se refere
ao governo, ele está interessado no correto recebimento da sua receita, ou seja: dos
tributos, por isso verifica se as empresas estão recolhendo tributos para os cofres
públicos de forma adequada e lícita.
O CTN (BRASIL, 1966, s.p.) traz em seu artigo 3º o conceito de tributo, que é o
seguinte: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Como exemplos de tributos,
podem-se citar os tributos sobre importação, exportação, mercadorias, serviços,
produtos industrializados, sobre o lucro, sobre a folha de pagamento. A figura a seguir
traz alguns exemplos de tributos:
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Entendido o conceito de tributo, é importante que compreendamos alguns
elementos relacionados aos tributos, conhecidos como elementos dos tributos. São
eles: fato gerador, contribuinte, base de cálculo, alíquota, crédito, compensação e
pagamento. É o CTN que dá embasamento e explica o que significa cada um deles.
Cada tributo tem o seu próprio fato gerador, podendo ser: a circulação de
mercadorias, rendas de qualquer natureza, saída de produtos para o exterior, entrada
de produtos estrangeiros, prestação de serviços etc.
3.2 CONTRIBUINTE
Segundo o artigo 121 do CTN (1966), contribuinte é o sujeito passivo da obrigação
principal, que é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo. Ou seja, é quem se sujeita,
conforme a legislação, a pagar tributos, podendo ser pessoa física ou jurídica. O foco
nesta disciplina de Contabilidade e Planejamento Tributário é o contribuinte personificado
em pessoa jurídica (empresa). Assim como acontece no fato gerador, o contribuinte
pode variar dependendo do tributo em questão. Alguns exemplos de contribuinte são: o
importador, o exportador, o proprietário, comerciante etc.
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3.4 ALÍQUOTA
Após conhecermos o fato gerador, o contribuinte e a base de cálculo, precisamos
da alíquota para definir o valor a ser pago de determinado tributo. A alíquota indica o
percentual aplicado sobre a base de cálculo para encontrar o valor do tributo. Como
esperado, a alíquota varia de tributo para tributo, mas também pode variar em um
mesmo tributo, pois conforme veremos nas próximas unidades, existem regimes de
tributação e eles definem algumas regras, entre elas, as alíquotas aplicáveis. O quadro a
seguir apresenta alguns exemplos:
Alíquota Tributo
9% Contribuição Social
0,65% PIS cumulativo
1,65% PIS não cumulativo
3% COFINS cumulativo
7,6% COFINS não cumulativo
FONTE: Os autores
Ficou curioso para conhecer mais sobre cada tributo? Nos próximos subtópicos
estudá-lo-emos de uma forma bem aprofundada.
3.5 CRÉDITO
O crédito também é um elemento muito relevante. Algumas empresas possuem o
direito de acumular créditos fiscais decorrentes do pagamento de tributos na aquisição de
mercadorias, insumos e outras operações. Apenas empresas que estão em regimes “não
cumulativos” do tributo possuem direito a esse crédito. É o caso de empresas do regime do
Lucro Real no que se refere ao PIS, COFINS e ICMS, ou empresas do Lucro Presumido no que
se refere ao ICMS, por exemplo. Os créditos fiscais, abordaremos com mais profundidade
no subtópico 3.6, quando falarmos de cumulatividade e não cumulatividade.
3.6 COMPENSAÇÃO
Sabe aquelas empresas que têm direito ao crédito fiscal? Essas empresas
utilizam o crédito fiscal do tributo para fazer a compensação dos valores que têm para
pagar no final do período (normalmente um mês).
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Essa compensação acontece depois de calcular o valor que deve ser pago de
determinado tributo. Os créditos vêm para abater nesse valor. Por exemplo: compensam-
se os créditos fiscais de PIS com os débitos (a pagar) de PIS, logo, o valor a ser
desembolsado efetivamente é o valor dos débitos menos os créditos. A compensação
de créditos fiscais abordaremos com mais profundidade no Subtópico 1.6, quando
falarmos de cumulatividade e não cumulatividade.
NOTA
Se uma empresa possui R$ 650,00 a pagar de determinado tributo, mas
também possui R$ 270,00 a compensar, o valor a ser pago no período será
apenas a diferença entre eles: R$ 650 – R$ 270 = R$ 380,00.
3.7 PAGAMENTO
Conforme o artigo 162, inciso I, do CTN (1966), o pagamento do tributo é
efetuado em moeda corrente. Dessa forma, as datas de vencimento de cada tributo
variam, podendo ser mensal, trimestral, anual, ou outras formas. O pagamento do tributo
extingue o débito do contribuinte, eliminando a obrigação principal.
NOTA
Não confunda CTN com STN. CTN é a sigla para Código Tributário Nacional,
lei que aborda as principais questões tributárias. Já STN é a sigla para Sistema
Tributário Nacional, no qual é composto por um conjunto de leis federais,
estaduais e municipais que formam a complexa estrutura tributária brasileira.
7
Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na
Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis
complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das
respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em
leis estaduais, e em leis municipais (CTN, 1966, s.p.).
No artigo 2º, vemos que o STN é formado por diversas leis, sejam elas federais,
estaduais ou municipais. A referida Emenda Constitucional – EC – nº 18, de 1965, também
possui informações importantes sobre o STN. Em seu artigo 1º afirma que:
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Por exemplo, no artigo 145, a Constituição Federal fixa tributos, mas não
especifica cada um deles, além disso, no artigo 146, comenta que cabe à lei complementar
normatizar diversas questões, como segue:
Você pensava que imposto e tributo eram sinônimos? Fique tranquilo, muita
gente também pensa assim. No entanto, veja só: os impostos, como taxas e contribuições,
são espécies de tributos. Ou seja: imposto é um tributo, mas não necessariamente um
tributo será um imposto, visto que poderá ser taxa ou contribuição. Falando em imposto,
vamos conhecer mais sobre eles?
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4.1 IMPOSTOS
Sobre o significado de imposto, o artigo 16 do CTN (1966) indica que: “imposto
é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Sobre a quais poderes compete
instituir determinados tributos, o CTN (1966, s.p.) complementa com o artigo 18:
QUADRO 2 – IMPOSTOS
Impostos Sigla
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Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar (BRASIL,
1988).
FONTE: As autoras
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A partir da exposição dos artigos da CF, deu para compreender como a pirâmide
da hierarquia das leis funciona? A CF, por exemplo, comenta a existência de impostos,
mas é só no CTN (que é uma lei complementar) que constam todos eles. Interessante e
complexo, não é?
4.2 CONTRIBUIÇÕES
Sobre as contribuições, o artigo 149 da Constituição Federal (1988) já limita
ser de competência exclusiva da União, ou seja: não há contribuição dos Estados ou
Municípios, apenas Federais:
12
As contribuições relatadas nos artigos 149, 195 e 239 são as seguintes:
Do Empregador Do Trabalhador
INSS; PIS;
CSLL. INSS.
FGTS; COFINS.
FONTE: As autoras
NOTA
Como o “INSS” começa com a letra “I”, muitas pessoas acreditam que
ele é considerado um imposto. No entanto, não confunda: INSS é uma
contribuição social, e é paga tanto pela empresa como pelo empregado.
4.3 TAXAS
O CTN (1966) aborda as taxas a partir do seu artigo 77. Percebe-se que as taxas
podem ser de competência tanto da União, como dos Estados e Municípios:
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.
13
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam
postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo
funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades
autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por
parte de cada um dos seus usuários (CTN, 1966, s.p.).
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4.4 CUMULATIVIDADE E NÃO CUMULATIVIDADE
Conforme estudamos no Tópico 3.5, em alguns casos existe a possibilidade
do crédito fiscal. O crédito fiscal está diretamente ligado à cumulatividade e não
à cumulatividade de um tributo e é de suma importância compreendermos esses
conceitos antes de irmos para o Tópico 2.
No mês de abril de X1, uma empresa no regime em que PIS e COFINS são
cumulativos adquiriu mercadorias à vista para estoque no valor de R$ 26.000,00.
Supondo que o valor de PIS totalizou R$ 169,00 e o de COFINS R$ 780,00, como fica a
contabilização dessa compra?
D – Estoque R$ 26.000,00
C – Caixa R$ 26.000,00
Ainda em abril, digamos que a empresa vendeu todo esse estoque por
R$ 72.000,00 a prazo e que nesta venda houve a incidência de R$ 468,00 de PIS e
R$ 2.160,00 de COFINS para a empresa recolher aos cofres públicos, como fica a
contabilização dessa venda?
Perceba que, independente dos tributos pagos na compra, tudo foi contabilizado
no estoque. No caso da venda, perceba que todo o valor da compra do estoque se
transformou em custo da mercadoria vendida no momento da venda de mercadorias.
Além disso, os valores de R$ 468 e R$ 2.160 deverão ser pagos integralmente, pois há
valores a compensar.
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No mês de abril de X1, uma empresa no regime em que PIS e COFINS são não
cumulativos adquiriu mercadorias à vista para estoque no valor de R$ 26.000,00.
Supondo que o valor de PIS totalizou R$ 429,00 e o de COFINS R$ 1.975, como fica a
contabilização dessa compra?
D – Estoque R$ 23.596,00
D – PIS a recuperar R$ 429,00
D – COFINS a recuperar R$ 1.975,00
C – Caixa R$ 26.000,00
Ainda em abril, digamos que a empresa vendeu todo esse estoque por R$
72.000,00 a prazo e que nesta venda houve a incidência de R$ 1.188,00 de PIS e
R$ 5.472,00 de COFINS para a empresa recolher aos cofres públicos, como fica a
contabilização dessa venda?
PIS COFINS
Débitos R$ 1.188 R$ 5.472
Créditos R$ 429 R$ 1.975
Valor a recolher R$ 759 R$ 3.497
FONTE: As autoras
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TABELA 1 – CÁLCULOS
1 R$ 429,00 R$ 429,00 3
R$ -
3 R$ 429,00 R$ 1.188,00 2
R$ 759,00
1 R$ 1.975,00 R$ 1.975,00 3
R$ -
3 R$ 1.975,00 R$ 5.472,00 2
R$ 3.497,00
FONTE: As autoras
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zerado no final do mês: nos casos em que a empresa tem menos valores a recolher do que a
recuperar, faz-se a transferência dos saldos, mas o valor remanescente na conta de tributo
a recuperar é transportado para o mês seguinte, podendo ser utilizado normalmente.
FONTE: As autoras
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QUADRO 7 – OPERAÇÕES QUE DÃO DIREITO A CRÉDITO NA NÃO CUMULATIVIDADE
FONTE: As autoras
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A Constituição Federal e suas Emendas Constitucionais são a lei máxima, mas que
leis complementares e ordinárias complementam os assuntos não abordados nelas.
• Os tributos cumulativos não dão direito a crédito fiscal. Os tributos não cumulativos
dão e não compõem o custo de determinado bem ou mercadoria.
• Os tributos não cumulativos no Lucro Real são: PIS, COFINS, IPI e ICMS.
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AUTOATIVIDADE
1 Aprendemos que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
instituir tributos, e que cabe à lei complementar dispor sobre conflitos de competência,
em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Nesse sentido, classifique os tributos em federais, estaduais ou municipais (ou todos):
ISS
IPVA
IRPJ
De Limpeza Pública
PIS
COFINS
De Vistoria
CSLL
INSS
IRPF
ITBI
II
IE
ITCMD
De Funcionamento
ITR
IPTU
ICMS
FGTS
IPI
IOF
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- Em setembro de X1, a empresa adquiriu à vista mercadorias para revenda no valor de
R$ 20.000,00. Nessa compra ela pagou R$ 330 de PIS e R$ 1.520 de COFINS.
- A empresa vendeu à vista todas as mercadorias adquiridas por R$ 35.000. Na venda
houve a incidência de R$ 577,50 de PIS e R$ 2.660,00 de COFINS.
Venda:
PIS a recolher:
COFINS a recolher:
Venda:
PIS a recolher:
COFINS a recolher:
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I- Fato gerador, compensação e pagamento, são alguns exemplos de elementos de
tributos.
II- Crédito, alíquota e base de cálculo, são alguns exemplos de elementos de tributos.
III- Contribuinte, fato gerador e alíquota são alguns exemplos de elementos de tributos.
IV- Base de cálculo, apuração e compensação, são alguns exemplos de elementos de
tributos.
23
24
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
TRIBUTAÇÃO SOBRE O FATURAMENTO E
CONTABILIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos todos os tributos incidentes sobre o
faturamento e as contabilizações envolvidas nas diversas operações que incidem sobre
esses tributos. O faturamento é todo o valor gerado pela empresa em determinado
período, são os valores de vendas e prestação de serviços.
Em seguida, o IPI será estudado. Ele é um imposto que incide sobre produtos
industrializados, mas está diretamente ligado ao faturamento da empresa. Por fim, serão
abordados PIS e COFINS, que são tributos federais incidentes sobre o faturamento das
empresas.
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§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,
cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados (BRASIL, 1988).
Vemos que a própria Constituição menciona que é uma lei complementar que irá
dizer quais as alíquotas que devem ser utilizadas e já adianta que não haverá incidência em
exportações de serviços. Para isso, foi criada a Lei Complementar 116/2003, que dispõe
sobre o Imposto Sobre Serviços, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá
outras providências. É importante compreender que como o ISS é um imposto municipal,
cada cidade terá a sua própria lei para o imposto, seguindo a Lei nº 116.
26
NOTA
A empresa Uni Serviços Ltda. prestou um serviço para a Joana Ferreira. Nesse
caso, quem é o contribuinte do ISS? De um modo geral, o contribuinte é a
empresa Uni Serviços Ltda.
A partir disso vemos que a alíquota do ISS pode variar entre 2% a 5%. Quem
define as alíquotas exatas para cada serviço é a lei do ISS de cada município. As alíquotas
podem ser diferentes de cidade para cidade.
Cabe comentar sobre mais dois artigos da Lei nº 116/2003. O artigo 3º da Lei
do ISS é muito importante. Ele menciona casos de exceção sobre em que local o ISS
será devido. De um modo geral: o serviço considera-se prestado e o imposto devido
no local do estabelecimento do prestador. No entanto, cada município, a partir da
sua própria lei, vai definir quais são essas exceções à regra. Nesse sentido, o ISS das
exceções é devido no local do estabelecimento do tomador, ou seja: na cidade de
quem contratou o serviço.
Para evitar que essas situações aconteçam, existe o artigo 6º da Lei nº 116. Ele
menciona que os municípios, a partir das suas leis, poderão atribuir a responsabilidade do
tributo para terceira pessoa, ou seja: o tomador é que deve pagar o tributo nesses casos.
27
A Lei nº 116 traz em seu artigo 6º diversos serviços em que o tomador é o responsável
pelo pagamento, no entanto, vale lembrar que cada município deverá decidir quais
serviços serão tributados dessa forma.
Agora que já aprendemos a principal lei que regulamenta o ISS, confira o resumo
dos elementos desse imposto no Quadro 8:
Base de Crédito e
Fato Gerador Contribuinte Alíquota Pagamento
Cálculo compensação
O prestador de
De 2% a
serviços, salvo as Não há,
Prestação de Preço do 5%. Cada
exceções do artigo 6º pois o ISS é Mensal.
serviços serviço município
conforme legislado por cumulativo.
define.
cada município.
FONTE: As autoras
Entendido tudo sobre a parte teórica do ISS, vamos para a parte prática e colocar
a mão na massa? Ou melhor: colocar a mão nos débitos e créditos.
DICA
Para conhecer e estudar a Lei Complementar nº 116/2003 na íntegra,
acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm.
28
Vamos supor que a empresa Só Serviços Ltda. presta serviços de consultoria. Na
cidade em que a empresa está situada, a alíquota de ISS sobre serviços de consultoria é
3%. Além disso, esse serviço não é uma exceção do artigo 3º e 6º da Lei Complementar nº
116/2003. Considerando o exposto, vejamos as operações e respectivas contabilizações
da empresa no mês de abril/X2:
R$ 30 + R$ 15 + R$ 45 = R$ 90,00.
29
FIGURA 4 – EXEMPLO DE GUIA DE ISS
Após a empresa pagar a guia de ISS, a conta de “ISS a recolher” ficará com saldo
zero, até novas notas de serviço serem emitidas e gerarem a obrigação principal.
Vamos supor que a empresa Bom Serviços Ltda. presta serviços de demolição.
Na cidade em que a empresa está situada, a alíquota de ISS sobre serviços de demolição
é 5%. Além disso, esse serviço é uma exceção do artigo 3º e 6º da Lei Complementar nº
116/2003, ou seja: além do ISS ter que ser pago no local do estabelecimento do tomador,
o responsável pelo pagamento é o próprio tomador. Considerando o exposto, vejamos
as operações e respectivas contabilizações da empresa no mês de agosto/X5:
31
Perceba que não deixamos de registrar na contabilidade o débito na despesa com
ISS e um crédito no passivo. Mesmo que não seja a empresa prestadora a responsável
por pagar o tributo, ela acaba recebendo menos do tomador, logo, isso é uma despesa.
FONTE: As autoras
O que muda na nota fiscal da Figura 6 para a nota da Figura 5 é que na Figura 6
há a informação de que o ISS é retido, e o valor líquido na nota é a diferença entre o valor
total do serviço prestado e o ISS retido. O valor dos serviços é o valor que o prestador
registrará na sua receita com prestação de serviços. O valor líquido da nota é o valor
que o tomador pagará ao prestador, e o ISS retido é o valor que o tomador pagará ao
município, além de ser registrado pelo prestador como ISS a compensar. Agora que já
aprendemos sobre o ISS, vamos para o próximo tributo?
32
3 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO
DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E
DE COMUNICAÇÃO – ICMS
O ICMS é um tributo estadual, que incide sobre operações relacionadas a
mercadorias e serviços de transporte (exceto o municipal) e de serviços de comunicação.
Como já vimos no tópico 1, o artigo 155 da Constituição Federal menciona o ICMS.
33
Sobre o contribuinte do ICMS, a Lei Kandir, em seu artigo 4º aborda que:
34
Prestação de serviço de transporte interestadual e
Preço do serviço.
intermunicipal e de comunicação.
Fornecimento de mercadoria com prestação de
serviços não compreendidos na competência tributária Valor da operação.
dos Municípios.
Fornecimento de mercadoria com prestação de
serviços compreendidos na competência tributária dos
Preço corrente da
Municípios e com indicação expressa de incidência do
mercadoria.
imposto de competência estadual, como definido na lei
complementar aplicável.
Valor da prestação
Recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no
de serviço + todos os
exterior.
encargos relacionados.
FONTE: As autoras
Algo que deve ser comentado é que os estados brasileiros possuem alíquotas
interestaduais que são utilizadas todas as vezes em que operações ocorram entre estados.
A Figura 7 apresenta as alíquotas interestaduais entre todos os estados brasileiros.
35
FIGURA 7 – ALÍQUOTAS INTERESTADUAIS DE ICMS
36
§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização
de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não
tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à
atividade do estabelecimento.
§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos
créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento
destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado:
I - a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por
mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que
ocorrer a entrada no estabelecimento;
II - em cada período de apuração do imposto, não será admitido o
creditamento de que trata o inciso I, em relação à proporção das
operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre
o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo
período;
III - para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o
montante do crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o
valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta
e oito avos) da relação entre o valor das operações de saídas e
prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações
do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as
saídas e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos (BRASIL, 1996).
O que podemos perceber do artigo 19? Que haverá crédito de ICMS nas entradas
de mercadorias na empresa e, também, na aquisição de serviços de transporte. No
entanto, há que se tomar cuidado pois, aquelas mercadorias e serviços que não tem
tributação de ICMS, não darão direito à crédito do imposto.
37
Primeiro, dividimos por 48 o crédito de ICMS, a fim de chegarmos ao 1/48 avos:
R$ 8.500 / 48 = R$ 177,08. Isso significa que se todas as vendas da empresa forem
tributadas, o valor que será possível aproveitar desse ativo imobilizado mensalmente é
R$ 177,08.
Continuando o artigo 20, ele é um tanto curioso, pois afirma que inclusive as
mercadorias destinadas ao uso ou consumo, darão direito a crédito. No entanto, é
preciso ter cautela, pois logo em seguida, no artigo 33, a Lei Kandir salienta que o crédito
proveniente de uso ou consumo somente será possível a partir de janeiro de 2033:
Conforme exposto no inciso I do artigo 33, ainda não é possível aproveitar créditos
de ICMS de entradas para uso ou consumo. Importante salientar que é considerado
uso ou consumo o material que é usado nas atividades comerciais, operacionais ou
administrativas, desde que não se agregue fisicamente ao que está sendo produzido.
Alguns exemplos são: café consumido no escritório, papéis, canetas, material de
limpeza, graxa de alguma máquina da produção etc. (FAZCOMEX, 2021).
38
No estado de Santa Catarina, por exemplo, o aproveitamento ocorre a partir
de 80% da base de cálculo de ICMS constante na nota de energia elétrica, e aplica-se
uma alíquota de 25% sobre a base. Se uma indústria tem uma conta de energia, em
determinado mês, no valor de R$ 2.500,00, e suponhamos que a base de cálculo de
ICMS seja R$ 2.000,00, qual o valor que poderá ser aproveitado dessa conta?
Pagamento Mensal.
FONTE: A autora
39
DICA
Para complementar seus estudos, que tal acessar a Lei Kandir na íntegra?
Acesse o link a seguir: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm
40
Iniciaremos fazendo as contabilizações de todas as operações:
D – Estoque R$ 49.240
D – ICMS a recuperar R$ 2.760
C – Fornecedores R$ 52.000
D – Fornecedores R$ 10.000
C – ICMS a recolher R$ 1.200
C – Estoque R$ 8.800
41
Base de cálculo constante na nota: R$ 3.000
Base de cálculo permitida pela lei: 3.000 x 80% = R$ 2.400
Aplicação da alíquota sobre a base de cálculo permitida: 2.400 x 25% = R$ 600
D – Estoque R$ 15.600
D – ICMS a recuperar R$ 1.800
C – Fornecedores R$ 17.400
7) Venda de mercadorias
42
D – ICMS a recuperar R$ 492
C – ICMS s/ vendas R$ 492
Perceba que a conta de ICMS utilizada é uma conta específica para o ativo
imobilizado, diferente daquela utilizada para mercadorias e energia. Nesse caso,
lançamos inicialmente o valor integral do crédito na conta “ICMS a recuperar do ativo
imobilizado” e só no final do mês que descobriremos o valor efetivo a ser recuperado
desse bem. Vejamos o cálculo a seguir:
43
QUADRO 12 – CONTROLE DE CRÉDITO DO ATIVO PERMANENTE
FONTE: As autoras
+ R$ 35.384 + R$ 80.000
+ R$ 380.000 + R$ 380.000
- R$ 4.100 (devolução de venda) - R$ 4.100 (devolução de venda)
= R$ 411.284 = R$ 455.900
FONTE: As autoras
Assim, multiplicamos o valor de 1/48 por 90,21% para chegar ao ICMS recuperável
do ativo imobilizado no mês de julho: 425 x 90,21% = R$ 383,39. Após encontrarmos
o valor que efetivamente iremos recuperar, precisamos contabilizá-lo. No entanto,
antes, perceba que houve uma perda no mês de julho, pois se todas as vendas fossem
tributadas, a empresa aproveitaria R$ 425, no entanto, só podemos aproveitar R$
383,39. Essa diferença é contabilizada como uma despesa de ICMS não recuperável:
44
Para compreender esse lançamento é simples: retiramos 1/48 avos, ou seja,
R$ 425, com um crédito em “ICMS a recuperar do ativo imobilizado”. Debitamos os
R$ 383,39 em ICMS a recuperar e o restante, que não será recuperado, é lançado na
despesa com ICMS não recuperável.
FONTE: As autoras
45
4 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI
O IPI é um tributo federal, que incide sobre produtos industrializados. Como já
vimos no tópico 1, é no artigo 153 da Constituição Federal que se menciona o IPI.
47
b) o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento
equiparado a industrial; ou
II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer
a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
§ 1° O valor da operação referido na alínea “b” do inciso I e no inciso
II compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das
demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte
ao comprador ou destinatário (BRASIL, 2010).
No que se refere à alíquota, o artigo 189 menciona que o imposto será calculado
mediante aplicação das alíquotas, constantes da TIPI – Tabela de Incidência do Imposto
sobre Produtos Industrializados – sobre o valor tributável dos produtos.
DICA
Para conhecer e pesquisar sobre os NCMs, acesse o site Siscomex, do Portal
único do Comércio Exterior no link a seguir: https://portalunico.siscomex.gov.br/
classif/#/sumario?perfil=publico.
48
FIGURA 8 – TIPI
FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/Anexo/AND8950.pdf>.
Acesso em: 30 mar. 2022.
DICA
A Figura 8 é apenas um pequeno recorte da TIPI. No total, a TIPI possui 425
páginas. Para conhecer a tabela de incidência na íntegra, acesse o link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/Anexo/AND8
950.pdf.
49
Depois, quando efetuar a venda da mercadoria industrializada, deverá registrar
contabilmente o valor do IPI incidente na operação. Ao final do período, o contribuinte
realizará o confronto entre créditos e débitos e poderá verificar se deve ou não pagar
o IPI do período, ou ainda, se poderá transportar o saldo de crédito do imposto para o
período ou períodos subsequentes (VELLOZA; GOMES, 2021).
Crédito e
Aquisições para utilização no processo industrial.
compensação
Pagamento Mensal.
FONTE: As autoras
• A alíquota de IPI sobre os produtos é de 10%, seja nas aquisições ou nas vendas.
• No setor de vendas, foram vendidas todas as matérias-primas adquiridas, ou seja,
zera-se o estoque.
50
• Todas as operações ocorreram a prazo.
• Desconsiderar ICMS.
51
D – Fornecedores R$ 11.000
C – IPI a recolher R$ 1.000
C – Estoque de matéria-prima R$ 10.000
FONTE: As autoras
52
A partir do Quadro 17 vemos que os débitos fiscais superam os créditos. Nesse
caso, haverá IPI a recolher no mês de julho. No entanto, como o IPI é não cumulativo,
podemos compensar os créditos, assim, o valor que fica a recolher é R$ 24.380. É
necessário efetuar uma contabilização da transferência dos créditos para os débitos:
53
Com relação à base de cálculo, o parágrafo segundo do artigo 3º menciona o
seguinte:
INTERESSANTE
A decisão do STF que excluiu o ICMS da base do PIS e da COFINS é válida
apenas para as SAÍDAS. No que se refere às entradas (aquisições), o ICMS não
deve ser excluído da base dos créditos de PIS e COFINS. Isso foi confirmado
pelo Parecer da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional SEI nº 14.483/ME,
em que menciona: “não é possível, com base apenas no conteúdo do acórdão,
proceder ao recálculo dos créditos apurados nas operações de entrada,
porque a questão não foi, nem poderia ter sido, discutida nos autos”.
54
Quanto ao elemento pagamento, PIS e COFINS são tributos mensais. Já sobre
o crédito e compensação, não existe no regime cumulativo de PIS e COFINS. Assim,
finalizamos a parte teórica de PIS e COFINS cumulativos. O Quadro 18 apresenta um
resumo dos elementos desses tributos:
Crédito e
Fato Gerador Contribuinte Base de Cálculo Alíquota Pagamento
compensação
=Receita Bruta
- Devoluções de
vendas 0,65% para PIS
Pessoa jurídica
- Descontos 3% para
Faturamento que auferir Não há Mensal
incondicionais COFINS
faturamento
- ICMS destacado
- IPI
= Base de cálculo
FONTE: As autoras
Vamos praticar?
Compra de matéria-prima
2 R$ 146.200 R$ 17.544 - -
para fabricação de bicicletas
Devolução de compra de
3 R$ 10.000 R$ 1.200 - -
matéria-prima
55
Aquisição de fretes para
5 R$ 17.400 R$ 2.088 - -
recebimento de mercadorias
Compra de material para uso
6 R$ 5.000 - - -
ou consumo
7 Venda de mercadorias R$ 80.000 R$ 9.600 R$ 457,60 R$ 2.112
Devolução de venda de
8 R$ 4.100 R$ 492 R$ 23,45 R$ 108,24
mercadorias
FONTE: As autoras
56
Na operação 8 também haverá PIS e COFINS. No momento da venda de
mercadorias nós geramos débitos fiscais para pagar esses tributos. Então, se ocorreu
uma devolução de venda, nós temos o direito de estornar os tributos. Para encontrar
a base de cálculo, exclui-se o ICMS: R$ 4.100 – R$ 492 = R$ 3.608. A partir da base de
cálculo de R$ 3.608, estornaremos R$ 23,45 de PIS e R$ 108,24 de COFINS:
57
A operação 11 tem incidência de PIS e COFINS? A resposta é: não, no caso de
regime cumulativo. Lembre-se de que no regime cumulativo, o fato gerador dos tributos
é o faturamento. Receitas financeiras não fazem parte do faturamento da empresa.
Agora que fizemos todos os lançamentos contábeis necessários, precisamos apurar PIS
e COFINS a recolher de julho/X4:
PIS COFINS
58
No que diz respeito ao elemento contribuinte, as leis mencionam que: “o
contribuinte é a pessoa jurídica que auferir as receitas”, ou seja, a empresa. No que se
refere à base de cálculo, é o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica. Conforme
o parágrafo 3º do artigo 1º da Lei nº 10.833/2003, não integram a base de cálculo:
Além do mais, o ICMS que incide sobre as vendas também deve ser excluído
base de cálculo de PIS e COFINS, conforme a decisão do STF de número 574.706/2021.
59
IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa
jurídica, utilizados nas atividades da empresa;
V - valor das contraprestações de operações de arrendamento
mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado
de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e
das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES
VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo
imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para
utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação
de serviços.
VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o
custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido suportado pela locatária;
VIII - bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha
integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada
conforme o disposto nesta Lei.
IX - energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa
jurídica.
IX - energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor,
consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica.
X - vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou
uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore
as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e
manutenção.
XI - bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização
na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços.
§ 1° O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota
prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor:
I - dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no
mês;
II - dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos
no mês;
III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados
nos incisos VI, VII e XI do caput, incorridos no mês;
IV - dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês.
§ 2° Não dará direito a crédito o valor:
I - de mão de obra paga a pessoa física; e
II - da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento
da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando
revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos
à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição.
§ 4° O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos
meses subsequentes (BRASIL, 2002).
Para resumir, de um modo geral, o que possibilita crédito de PIS e COFINS são:
60
Importante mencionar que no que se refere aos créditos de ativo imobilizado, o
aproveitamento se dará a partir da depreciação do bem, iniciando no mês de aquisição.
Crédito e
Fato Gerador Contribuinte Base de Cálculo Alíquota Pagamento
compensação
bens para
revenda;
= Receitas 1,65% para PIS
insumos;
- Devoluções de 7,6% para aluguéis pagos
Todas as
vendas COFINS; a pessoa
receitas, salvo Pessoa jurídica
- Descontos jurídica;
as isentas e que auferir Mensal
incondicionais 0,65% e 4% de máquinas e
do ativo não receitas. equipamentos,
- ICMS destacado PIS e COFINS
circulante. devolução
- IPI para receita
de vendas
= Base de cálculo financeira.
tributadas;
energia elétrica.
FONTE: As autoras
Vamos praticar?
61
QUADRO 22 – INFORMAÇÕES DA EMPRESA BICECROSS
BC PIS/
Operação Valor R$ ICMS PIS COFINS
COFINS
Compra de mercadorias
1 R$ 52.000 R$ 6.240 R$ 52.000 R$ 858 R$ 3.952
para revenda
Compra de matéria-prima
2 R$ 146.200 R$ 17.544 R$ 146.200 R$ 2.412,30 R$ 11.111,20
para fabricação de bicicletas
Devolução de compra de
3 R$ 10.000 R$ 1.200 R$ 10.000 R$ 165 R$ 760
matéria-prima
Devolução de venda de
8 R$ 4.100 R$ 492 R$ 3.608 R$ 59,53 R$ 274,21
mercadorias
FONTE: As autoras
D – Estoque R$ 40.950
D – ICMS a recuperar R$ 6.240
D – PIS a recuperar R$ 858
D – COFINS a recuperar R$ 3.952
C – Fornecedores R$ 52.000
62
Conforme foi abordado na parte teórica, as aquisições de mercadorias para
revenda geram créditos de PIS e COFINS. Perceba que nas entradas, o ICMS não deve
ser excluído da base de cálculo de PIS e COFINS, nesse sentido, a base para calcular PIS
e COFINS é R$ 52.000. A diferença entre o total da aquisição e os tributos a recuperar
vai para o estoque.
D – Estoque de MP R$ 115.132,50
D – ICMS a recuperar R$ 17.544
D – PIS a recuperar R$ 2.412,30
D – COFINS a recuperar R$ 11.111,20
C – Fornecedores R$ 146.200
D – Fornecedores R$ 10.000
C – ICMS a recolher R$ 1.200
C – PIS a recolher R$ 165
C – COFINS a recolher R$ 760
C – Estoque R$ 7.875
4) Energia elétrica
D – Estoque R$ 13.702,50
D – ICMS a recuperar R$ 2.088
D – PIS a recuperar R$ 287,10
D – COFINS a recuperar R$ 1.322,40
C – Fornecedores R$ 17.400
63
Ficou se perguntando o motivo do frete gerar crédito de PIS e COFINS? O frete
é contabilizado no estoque, assim, é considerado custo na aquisição de mercadorias e
por isso, gera crédito desses tributos.
7) Venda de mercadorias
Nas vendas precisamos diminuir o ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS, por
isso que a base é: R$ 80.000 – R$ 9.600 = R$ 70.400,00.
64
9) Venda de produtos industrializados
Nas vendas precisamos diminuir o ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS, por
isso que a base é: R$ 380.000 – R$ 45.600 = R$ 334.400.
65
Assim como a energia elétrica, o aluguel pago a pessoa jurídica também dá
direito ao crédito de PIS e COFINS, conforme o inciso IV do artigo 3º das leis de PIS e
COFINS.
Compra de Venda de
R$ 1.145,10 R$ 5.274,40 R$ 1.161,60 R$ 5.350,40
mercadoria mercadorias
Compra de Venda de
R$ 2.412,30 R$ 11.111,20 R$ 5.517,60 R$ 25.414,40
MP produtos
Prestação de
Energia R$ 53,63 R$ 247 R$ 247,50 R$ 1.140
serviços
Receitas
Aluguéis R$ 41,25 R$ 190 R$ 3,58 R$ 22
financeiras
66
Depreciação Devolução de
R$ 38,72 R$ 178,35 R$ 165 R$ 760
do AI compra
Devolução de
R$ 59,53 R$ 274,21
vendas
R$
TOTAL R$ 3.750,53 R$ 17.275,16 TOTAL R$ 7.095,28
32.686,80
FONTE: As autoras
67
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A Lei geral do ICMS é a Lei nº 87/1996, também conhecida como Lei Kandir.
• Existem alíquotas interestaduais para o ICMS, em que deve ser o estado de origem e
de destino.
• O IPI é um imposto federal, de um modo geral é não cumulativo, sua alíquota varia
conforme os produtos constantes na TIPI.
• O PIS e a COFINS são tributos federais, podem ser cumulativos e não cumulativos,
dependendo do regime de tributação adotado. Para o regime cumulativo, suas
alíquotas são, respectivamente, 0,65% e 3%. Para o regime não cumulativo são 1,65%
e 7,6%, respectivamente. Sobre as receitas financeiras há uma alíquota diferenciada
no regime não cumulativo que é 0,65% e 4%, respectivamente.
• Para o regime cumulativo, PIS e COFINS possuem a mesma lei: Lei nº 9.718 de 1998.
68
AUTOATIVIDADE
1 As possibilidades de aproveitamento de crédito fiscal variam conforme o regime de
tributação de cada empresa. Nesse sentido, dependendo do regime de tributação,
um mesmo tributo poderá ser cumulativo em um e não cumulativo em outro. Assinale
as operações que podem gerar crédito conforme cada tributo:
2 Cada tributo tem suas características, seja em relação a alíquota, base de cálculo, fato
gerador, cumulatividade, entre outras. Conforme os conteúdos estudados no Tópico 2,
indique as alíquotas de cada tributo, e suas particularidades (quando for o caso):
ISS: ____________
IPI: ____________
ICMS: ____________
PIS: ____________
COFINS: ____________
69
ICMS (12% sobre o produto): ____________
IPI (15% sobre o produto): ____________
PIS cumulativo: ____________
COFINS cumulativo: ____________
5 São vários os tributos incidentes sobre o faturamento das organizações, mas variam
conforme o setor de atuação de cada empresa. Assinale a alternativa CORRETA sobre
tributos que incidem sobre o faturamento das empresas:
a) ( ) COFINS e IRPJ
b) ( ) PIS e IRPJ.
c) ( ) PIS e COFINS.
d) ( ) PIS, COFINS e IRPJ.
70
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO, FOLHA DE
PAGAMENTO E CONTABILIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos o IRPJ e a CSLL, que são tributos sobre
o lucro das empresas, além do INSS Patronal e FGTS, que são tributos sobre a folha de
pagamento.
Ao longo dos anos, várias leis foram criadas e alteradas para legislar sobre o IRPJ
e CSLL. Atualmente, as principais são: Decreto nº 9.580/2018, também conhecido como
Regulamento do Imposto de Renda, a Instrução Normativa – IN 1.700/2017 e o CTN/1966.
71
2.1 PARTE TEÓRICA
Conforme o artigo 43 do CTN/1966, o fato gerador do IRPJ é a aquisição da
disponibilidade econômica ou jurídica:
Ou seja, são os valores que a empresa gera a partir da sua atividade: vendas
e serviços ou outros proventos: como investimentos e vendas de imobilizado. Isso
também é verdadeiro para a CSLL.
Veja que como o lucro foi trimestral, estamos trabalhando com um período de
três meses. Nesse sentido, sobre o valor que ultrapassou R$ 60.000 (R$ 20.000 x 3
meses), devem ser pagos 10% a mais. Se estivéssemos considerando um período anual,
ou seja, 12 meses, deveríamos considerar o valor de lucro que ultrapassou R$ 240.000,00.
72
Não há crédito e compensação de IRPJ e CSLL, visto que são tributos
cumulativos. Quanto ao pagamento, poderá ser trimestral ou por estimativa. No caso
do período trimestral, o artigo 31 da IN 1.700/2017 indica que as apurações trimestrais
serão encerradas em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro
de cada ano. No caso de optar pelo pagamento por estimativa, os pagamentos devem
ocorrer mensalmente, até o último dia útil.
Como o próprio nome diz, o pagamento por estimativa acontece a partir de uma
base de cálculo estimada mensal. Após ter decorrido o ano inteiro, em dezembro de cada
ano é que se verifica a “real” base de cálculo para o IRPJ e CSLL, não mais utilizando a
base estimada. Com isso, ou a empresa paga a diferença dos tributos, ou compensa o
que pagou a maior em períodos seguintes.
No que se refere à CSLL: “Art. 34. A base de cálculo da CSLL, em cada mês, será
determinada mediante a aplicação do percentual de 12% sobre a receita bruta definida
pelo art. 26, auferida na atividade, deduzida das devoluções, das vendas canceladas e
dos descontos incondicionais concedidos”.
Com relação ao IRPJ, ao optar pelo pagamento por estimativa, uma empresa
que revende combustíveis e derivados aplicará sobre a receita bruta o percentual de
1,6%. Uma transportadora de cargas, serviços hospitalares, indústria e comércio aplicará
8%. Empresa transportadora que não seja de cargas aplicará 16%. Por fim, prestadoras de
serviços aplicarão o percentual de 32%. Já a CSLL será 12% para venda de combustíveis,
comércio, indústria, transporte de cargas e serviços hospitalares. Nas demais atividades,
ligadas a serviços, será 32%.
73
Exemplo 2: Uma empresa transportadora de cargas optou pelo pagamento
de IRPJ e CSLL por estimativa. No mês de janeiro, a receita bruta menos exclusões,
totalizou R$ 27.000,00. Qual o valor de IRPJ e da CSLL a pagar por estimativa em janeiro?
Lembra do adicional de IRPJ que deve ser pago quando o lucro ultrapassa
R$ 20.000 por mês? Isso também se aplica no pagamento por estimativa, mas neste
exemplo não, pois o lucro estimado foi R$ 2.160.
74
Perceba que as receitas financeiras e o ganho de capital são incluídos no cálculo
após encontrar a base de cálculo estimada. Então, lembre-se: não se aplica percentual
de estimação aos ganhos de capitais e demais receitas que não sejam as receitas com
atividade fim da empresa. Para resumir os elementos do IRPJ e da CSLL, apresenta-se
o Quadro 25:
Base de Crédito e
Fato Gerador Contribuinte Alíquota Pagamento
Cálculo compensação
IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL IRPJ CSLL
15% + 10%
Renda ou
sobre o que Trimestral ou
proventos
Empresas Lucro ultrapassar 9% - Estimativa
de qualquer
R$ 20.000 Mensal.
natureza.
ao mês.
FONTE: As autoras
Nos casos de apuração trimestral o valor calculado para IRPJ e CSLL é lançado
a débito em conta de despesa e a crédito em conta de tributo a pagar. O lançamento
sempre ocorrerá no último dia daquele trimestre.
75
Perceba que fazemos um débito em conta de ativo circulante. Essa conta está no
grupo de tributos a recuperar, pois a empresa pagou IRPJ e CSLL por estimativa, o que
significa que ela antecipou pagamentos para a União. No final do ano, em dezembro, a
empresa fará a apuração de tudo o que foi pago por estimativa e tudo que deveria ser pago
após encontrar o lucro efetivo da empresa. Assim, fará as compensações necessárias.
QUADRO 26 – EXEMPLO 3
TOTAL
01/21 02/21 03/21 04/21 05/21 06/21 07/21 08/21 09/21 10/21 11/21 12/21
PAGO
Receita
27.000 30.000 29.000 25.000 32.000 28.000 29.000 25.000 27.000 26.000 31.000 28.000
bruta
IRPJ por
624 360 348 300 384 336 348 300 324 312 372 336 4.344
estimativa
CSLL por
471,6 324 313,2 270 345,6 302,4 313,2 270 291,6 280,8 334,8 302,4 3.819,6
estimativa
Lucro do
R$ 67.400
ano
FONTE: As autoras
76
D – Despesa CSLL R$ 6.740
C – CSLL a pagar R$ 6.740
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS –, foi criado pela Lei nº 5.107,
de 13 de setembro de 1966 e começou a valer em 1º de janeiro de 1967, com o intuito
de proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas
vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o
primeiro depósito (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2018).
77
QUADRO 27 – ALÍQUOTAS DE INSS PATRONAL
Lucro Presumido/ Lucro Real/ Indústria Varia de 26,8% a 28,8% devido ao RAT que
ou Serviços varia de 1% a 3%.
Salário-Educação: 2,5%
INCRA: 0,2%
SENAI/SENAC/SENTAT: 1,0
SESI/SESC/SEST: 1,5%
SEBRAE: 0,6%
Nesse sentido, sobre a folha dos funcionários a empresa pagará sempre 20% +
5,8% + RAT (salvo no Simples Nacional). Importante mencionar que sobre o pró-labore
dos sócios, a alíquota do INSS Patronal é 20% fixo (salvo no Simples Nacional).
78
QUADRO 28 – EXEMPLO
R$ 65.000 x 8% =
FGTS - R$ 5.200
R$ 5.200
FONTE: A autora
Em 28 de fevereiro de X2:
79
LEITURA
COMPLEMENTAR
NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NF-e): O QUE É, COMO EMITIR, EXEMPLOS E MAIS
Carin Tom
Emitir nota fiscal é uma das principais rotinas em qualquer negócio, mas ainda
gera muitas dúvidas entre micro e pequenos empreendedores. Hoje, com a nota fiscal
eletrônica, o processo está muito mais simples, prático e ágil, e a tendência é que os
antigos talões desapareçam do mercado em breve.
A nota fiscal é um documento com validade jurídica que serve para registrar
uma venda de produto ou prestação de serviço. Sua emissão é obrigatória em qualquer
transação, porque é a partir dela que o Fisco recolhe os devidos tributos sobre as
operações das empresas — do contrário, a empresa responsável pode sofrer penalidades
por praticar sonegação de impostos.
A nota fiscal de serviços eletrônica (NFS-e), como o nome sugere, é a nota digital
que registra a prestação de serviços. O Conhecimento de transporte eletrônico (CT-e) é
uma nota fiscal que registra operações de transporte rodoviário de carga.
Afinal, como as notas fiscais são validadas e quais são os órgãos envolvidos?
Bom, quando um produto é vendido, por exemplo, a empresa gera um arquivo eletrônico
com todas as informações fiscais da operação realizada – a NF-e –, que é assinado
por meio do certificado digital e enviado on-line para a Sefaz do estado em que ela
80
está localizada. Por fim, é gerada uma única via do Documento Auxiliar de Nota Fiscal
Eletrônica (DANFE), que traz em destaque o código de acesso e um código de barras
para facilitar a confirmação das informações nos postos fiscais.
FONTE: CONTA AZUL. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): o que é, como emitir, exemplos e mais. 2021.
Disponível em: https://blog.contaazul.com/emissao-nota-fiscal/. Acesso em: 30 mar. 2022.
81
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• IRPJ e CSLL são tributos federais que incidem sobre o lucro das empresas. Podem
ser pagos de forma trimestral ou por estimativa mensal.
• Quando o IRPJ e CSLL são apurados por estimativa mensal, utilizam-se percentuais
de presunção para chegar ao lucro estimado.
• A alíquota geral de IRPJ é 15% + 10% de adicional para o que ultrapassa R$ 20.000 ao
mês, ou R$ 60.000 no trimestre ou R$ 240.000 no ano.
• O INSS Patronal incide sobre a folha de pagamento e pode variar entre 26,8% a 28,8%.
Isso depende do RAT da empresa.
• O INSS Patronal também incide sobre o pró-labore dos sócios com uma alíquota de
20%.
82
AUTOATIVIDADE
1 O cálculo de IRPJ e CSLL varia conforme a empresa e conforme a forma de apuração,
podendo ser anual ou trimestral. A partir de um lucro trimestral de R$ 65.000, apure
e contabilize o IRPJ e a CSLL:
3 Os tributos podem ser divididos entre aqueles que incidem sobre o faturamento
das empresas, sobre a folha de pagamento e sobre o lucro das empresas. Assinale
a alternativa CORRETA que contém apenas tributos que incidem sobreo lucro das
empresas:
a) ( ) IRRF e CSLL.
b) ( ) IRPJ e CSLL.
c) ( ) IRRF e COFINS.
d) ( ) IRPJ e COFINS.
4 O IRPJ e CSLL são tributos relevantes para as empresas, visto que as suas alíquotas
são consideradas altas pelos empresários brasileiros. Considerando o exposto,
assinale a alternativa CORRETA que apresenta as alíquotas de IRPJ, Adicional de IRPJ
e CSLL, respectivamente:
5 Os tributos podem ser divididos entre aqueles que incidem sobre o faturamento
das empresas, sobre a folha de pagamento e sobre o lucro das empresas. Assinale
a alternativa CORRETA que contém apenas tributos que incidem sobre a folha de
pagamento:
83
REFERÊNCIAS
BONHO, F.; SILVA, F.; ALVES, A. Contabilidade básica. Porto Alegre: Sagah, 2018.
204 p.
84
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis
à União, Estados e Municípios. (Código Tributário Nacional). Brasília. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em:
30 mar. 2022.
CONTA AZUL. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): o que é, como emitir, exemplos
e mais. 2021. Disponível em: https://blog.contaazul.com/emissao-nota-fiscal/.
Acesso em: 30 mar. 2022.
FABRETTI, L. Contabilidade tributária. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 411p.
85
QUIZLET. Direito constitucional: hierarquia das normas. 2021. Disponível em:
https://quizlet.com/148487624/direito-constitucional-hierarquia-das-normas-
estrategia-c-prof-nadia-carolina-flash-cards/. Acesso em: 30 mar. 2022.
86
UNIDADE 2 —
ENQUADRAMENTOS
TRIBUTÁRIOS PARA AS
EMPRESAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• calcular e apurar ISS, PIS, COFINS, ICMS, IPI e INSS Patronal em cada regime;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
87
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
88
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
LUCRO PRESUMIDO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos o regime de tributação chamado Lucro
Presumido. Mas o que é um regime de tributação? É a forma como as empresas
calculam e pagam os seus tributos, segundo a legislação brasileira. O Lucro Presumido
é um dos regimes existentes. Inicialmente estudaremos a parte teórica, que engloba as
principais leis inerentes ao regime tributário, bem como as principais características que
embasam a prática.
89
DICA
Para ter acesso ao Regulamento do Imposto de Renda – RIR/2018 – de
forma integral, acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/decreto/D9580.htm.
Para iniciar os nossos estudos, é importante mencionar que nem todas as empresas
podem optar pelo Lucro Presumido. Existem algumas regras, conforme o RIR/2018:
90
Para a apuração do IRPJ e da CSLL no Lucro Presumido, relembramos o Quadro
1 de percentuais de presunção, que já vimos no Tópico 3 da Unidade 1:
O Quadro 1 resume o que consta nos artigos 591 e 592 do RIR/2018, bem como
o que é mencionado nos artigos 33 e 34 da IN 1.700/2017. De um modo geral, no que
se refere ao IRPJ, para o setor de revenda de combustível e derivados, a legislação
presume um lucro de 1,6%. Já para comércio, indústria, transporte de cargas e serviços
hospitalares, presume-se um lucro de 8%. Para transporte de passageiros presume-se
um lucro de 16% e para serviços em geral, intermediação de negócios e locação de bens,
presume-se um lucro de 32%.
DICA
Para acessar uma tabela mais analítica sobre os percentuais de presunção,
acesse o link: https://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-11/
boletim-16/irpj_percentuais_presuncao_irpj_csll.php.
91
2.1 BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL
Conforme vimos na Unidade 1, a base de cálculo é a expressão econômica do
fato gerador do tributo, devendo ser instituída em lei. Ou seja: é o valor monetário sobre
o qual se calcula, a partir de uma alíquota, o valor do tributo.
No entanto, a base de cálculo para o IRPJ e CSLL não para por aí. O que acontece
se a empresa tiver receitas financeiras? E se tiver ganho de capital na venda de algum
imobilizado? Isso entraria na base de cálculo? A resposta é sim e podemos encontrar no
artigo 222 do RIR/2018:
92
Art. 222. Os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados
positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo art. 208 serão
acrescidos à base de cálculo de que trata esta Subseção, para efeito
de incidência do imposto sobre a renda (BRASIL, 2018).
Analisando o Quadro 2 fica mais fácil compreender a forma para chegar à base
de cálculo do IRPJ e CSLL. Inicialmente, agrupam-se as atividades com percentual de
presunção iguais (se forem diferentes, tem que fazer o cálculo separado, por exemplo:
comércio e serviços possuem percentuais de presunção diferentes). Após, excluem-se
as devoluções de vendas, IPI e ICMS ST, e os descontos incondicionais. Dessa forma,
chega-se à receita bruta.
Logo, para chegarmos ao lucro presumido, temos que somar os valores por
trimestre, conforme o Quadro 3:
Trimestre Meses
94
Por exemplo, ISS, PIS e COFINS serão cumulativos, ou seja, não possibilitam
créditos fiscais. Já ICMS e IPI serão não cumulativos. Todos esses tributos são mensais.
INSS Patronal também é um tributo mensal, mas está relacionado à folha de pagamento.
Quais as alíquotas? Analise o Quadro 4 que resume as bases de cálculo, alíquotas,
cumulatividade, não cumulatividade e período de apuração:
Prestação de 2% a 5% Depende do
ISS Sim
serviços município
Produto,
mercadoria
Depende do Estado e
ICMS ou serviço de Não
operação
transporte ou
comunicação
3 PARTE PRÁTICA
A partir de agora iremos aplicar na prática os conhecimentos do Tópico 2.
Inicialmente, iremos analisar as informações do segundo trimestre de 2021, da empresa
Fonseca Indústria Comércio e Serviços Ltda. que está enquadrada no Lucro Presumido.
Sua atividade possui um risco de 3%, ou seja, um RAT de 3% para fins de INSS Patronal.
95
Primeiramente, faremos as contabilizações das operações, considerando todos
os tributos incidentes. Em seguida, faremos a apuração dos tributos mensais (ISS, ICMS,
IPI, PIS, COFINS e INSS Patronal) e trimestrais (IRPJ e CSLL).
FONTE: Os autores
3.1 CONTABILIZAÇÕES
O Quadro 6 apresenta todas as contabilizações por número da operação e por mês.
96
QUADRO 6 – CONTABILIZAÇÕES
D Estoque R$ - R$ 2.585,00 R$ -
C CMV R$ - R$ 2.585,00 R$ -
97
D COFINS s/ serviços R$ 630,00 R$ 510,00 R$ 555,00
C COFINS a recolher R$ 630,00 R$ 510,00 R$ 555,00
D Clientes R$ 110.000,00 R$ 112.200,00 R$ 104.500,00
C Receita de vendas indústria R$ 110.000,00 R$ 112.200,00 R$ 104.500,00
98
QUADRO 7 – CONTABILIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITO DO AI
FONTE: Os autores
DÉBITOS
Venda de mercadorias R$ 858,00 R$ 915,20 R$ 972,40
Venda de produtos R$ 637,00 R$ 649,74 R$ 605,15
Prestação de serviços R$ 136,50 R$ 110,50 R$ 120,25
Devolução de vendas - (R$ 57,20) -
TOTAL A RECOLHER R$ 1.631,50 R$ 1.618,24 R$1.697,80
99
ICMS ABRIL MAIO JUNHO
CRÉDITOS R$ 10.686,75 R$ 11.664,75 R$ 12.015,75
Compra de mercadorias R$ 6.000,00 R$ 5.640,00 R$ 6.720,00
Compra de MP R$ 4.200,00 R$ 4.320,00 R$ 4.800,00
Energia elétrica R$ 108,00 R$ 126,00 R$ 117,00
Devolução de venda - R$ 1.200,00 -
Ativo imobilizado R$ 378,75 R$ 378,75 R$ 378,75
100
No exemplo, os débitos de ICMS e IPI foram maiores que os créditos, logo, não
houve saldos de tributos a recuperar em períodos seguintes. No entanto, é necessário
registrar na contabilidade a compensação dos créditos com os débitos, ou seja:
compensamos todos os créditos fiscais:
FONTE: Os autores
Está sentindo falta de algum tributo? Sim, falta calcularmos IRPJ e CSLL. Vamos lá?
101
IRPJ CSLL
x Percentuais de presunção 32% 32%
= Lucro Presumido sobre serviços R$ 18.080,00 R$ 18.080,00
= Lucro Presumido s/ com, ind. e ser. R$ 79.440,00 R$ 110.120,00
+ Ganhos de capital R$ 5.050,00 R$ 5.050,00
+ Receitas financeiras R$ 1.240,00 R$ 1.240,00
+ Outras receitas previstas na legislação - -
= Lucro Presumido Total R$ 85.730,00 R$ 116.410,00
x Alíquotas 15% 9%
= Tributos R$ 12.859,50 R$ 10.476,90
+ Adicional de IRPJ R$ 2.573,00 -
= Total de tributos a pagar R$ 15.432,50 R$ 10.476,90
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
102
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Lucro Presumido tem esse nome por presumir, conforme legislação, um lucro
conforme o setor da empresa.
• IRPJ e CSLL são tributos apurados de forma trimestral e para calculá-los utilizam-se
percentuais de presunção.
• O INSS Patronal sobre a folha de pagamento tem alíquotas variáveis, que mudam
conforme o RAT da empresa, podendo variar entre 26,80% até 28,80%, de um modo
geral.
103
AUTOATIVIDADE
1 O Lucro Presumido é um dos regimes de tributação existentes no Brasil. Sua principal
característica é a apuração trimestral de IRPJ e CSLL com base em percentuais de
presunção que variam conforme a atividade da empresa. Sobre as características do
regime tributário Lucro Presumido, assinale a alternativa CORRETA:
2 Os percentuais de presunção são definidos em lei para presumir o lucro das empresas
e encontrar a base de cálculo para apuração de IRPJ e CSLL. Com base na tabela
de presunção e outros conhecimentos relacionados ao lucro presumido, analise as
sentenças a seguir:
I- Uma empresa que atua no ramo de comércio teve uma receita bruta trimestral no
valor de R$ 70.000,00. Como a receita bruta ultrapassou R$ 60.000,00, terá que
pagar adicional de IRPJ.
II- Uma empresa que atua no ramo de serviços gerais auferiu uma receita bruta
trimestral de R$ 200.000,00. O lucro presumido sobre serviços será de R$ 64.000,00,
seja para o IRPJ como para a CSLL.
III- As receitas financeiras e ganhos de capital devem ser adicionados à base de cálculo
do lucro presumido após a aplicação dos percentuais de presunção, pois não há
que se presumir lucro para esse tipo de receita.
104
( ) As alíquotas de PIS e COFINS são 1,65% e 3%, respectivamente.
( ) As alíquotas de ISS variam de 2% a 5%.
( ) As alíquotas gerais de IRPJ e CSLL são, respectivamente, 15% + 10% de adicional,
e 9%.
105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
LUCRO REAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos o regime de tributação chamado Lucro Real.
Na primeira parte serão abordados assuntos teóricos relacionados ao tema, tais como,
as principais leis que abrangem o Lucro Real, destacando sobre: a base de cálculo dos
tributos sobre o lucro nesse regime, formas de cálculo (anual ou por estimativa mensal),
ajustes necessários para se chegar ao lucro real (adições, exclusões e compensações).
É daí que vem a explicação para o nome “Lucro Real”, pois o lucro contábil,
muitas vezes, pode ser diferente do Lucro Real para título de cálculo de imposto de
renda. Essa dinâmica surge devido às leis fiscais que se chocam com as normas de
contabilidade, nesse sentido, existem alguns ajustes necessários a se fazer no “Lucro
Contábil” para chegar ao “Lucro Real”.
107
Art. 258. O lucro real é o lucro líquido do período de apuração
ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas
ou autorizadas por este Regulamento.
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro
líquido de cada período de apuração em observância às disposições
das leis comerciais.
Art. 259. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do
lucro operacional, das demais receitas e despesas, e das participações,
e deverá ser determinado em observância aos preceitos da lei
comercial (BRASIL, 2018).
Ajustes
108
QUADRO 13 – EXEMPLO DE PREJUÍZO FISCAL
Informação R$
FONTE: Os autores
ATENÇÃO
Prejuízo fiscal não é o mesmo que prejuízo contábil. Prejuízo contábil é o valor
negativo que consta na última linha da DRE. Prejuízo fiscal é quando o lucro
líquido ajustado nas empresas do Lucro Real é negativo.
Será que qualquer empresa pode ser do Lucro Real? A resposta é sim. Veja
alguns benefícios de optar por esse regime de tributação:
109
Art. 257. Ficam obrigadas à apuração do lucro real as pessoas
jurídicas:
I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao
limite de R$ 78.000.000,00 ou proporcional ao número de meses do
período, quando inferior a doze meses;
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de
investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento,
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras
de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedades de crédito ao
microempreendedor e à empresa de pequeno porte, distribuidoras
de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização e entidades abertas de previdência complementar;
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos
do exterior;
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios
fiscais relativos à isenção ou à redução do imposto sobre a renda;
V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento
mensal pelo regime de estimativa, na forma estabelecida no art. 219;
VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua
de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de
crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,
compras de direitos creditórios resultante de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring);
VII - que explorem as atividades de securitização de créditos
imobiliários, financeiros e do agronegócio;
VIII - que tenham sido constituídas como sociedades de propósito
específico, formadas por microempresas e empresas de pequeno porte,
observado o disposto no art. 56 da Lei Complementar nº 123, de 2006 ; e
IX - que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da nº Lei
13.043, de 2014 ;
§ 1º As pessoas jurídicas não enquadradas no disposto no caput
poderão apurar os seus resultados tributáveis com base nas
disposições deste Título.
§ 2º As pessoas jurídicas de que tratam os incisos I, III, IV e V do caput
poderão optar, durante o período em que submetidas ao Programa
de Recuperação Fiscal - Refis, pelo regime de tributação com base
no lucro presumido, observado o disposto no art. 523 (BRASIL, 2018).
• receita total no ano anterior maior que R$ 78 milhões de reais, ou maior que R$
6.500.000,00 mensais.
110
No que se refere ao demais tributos, PIS, COFINS, ICMS e IPI, são não cumulativos
neste regime e geram créditos fiscais, conforme já estudamos na Unidade 1.
(-) Exclusões
(-) Compensações
= Lucro Real (base de cálculo para IRPJ e CSLL trimestrais)
FONTE: Os autores
111
A empresa também pode pagar IRPJ e CSLL por estimativa, nesse caso, o
pagamento é mensal e utiliza-se a mesma tabela de percentuais de presunção que
é utilizada no Lucro Presumido. Assim, não precisaremos pegar a DRE, ajustar o lucro
contábil e chegar ao lucro real ao longo do ano, pois utilizaremos como base a receita
bruta, assim como é no lucro presumido, porém mensal. No entanto, é possível que
no decorrer do ano-calendário, a empresa apure um balanço, encontre o Lucro Real e
apure os valores devidos. É que o chamamos de balancete de suspensão ou redução
do pagamento mensal. Veja o exemplo prático de balancete de redução para facilitar
a aprendizagem:
112
Vamos a um exemplo de suspensão de pagamento:
FONTE: Os autores
ATENÇÃO
Lembre-se de que quando o Lucro ultrapassa R$ 20 mil reais mensais ou R$ 60
mil reais no trimestre, a empresa precisa pagar 10% de adicional de IRPJ sobre o
que ultrapassar. CSLL não tem adicional.
113
O Quadro 19 que resume a periodicidade da apuração de IRPJ e CSLL:
Art. 310. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá
escriturar o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), de que trata o
inciso I do caput do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, o qual
será entregue em meio digital.
§ 2º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real apresentará,
entre outras, as seguintes informações na ECF:
I - dados relativos ao e-Lalur, que conterá:
a) parte A, onde serão apresentadas as seguintes informações da
demonstração do lucro real de que trata a alínea “b” do inciso I do art.
8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977:
1. lucro líquido do período de apuração;
2. registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das contas
analíticas do plano de contas e indicação discriminada por
lançamento correspondente na escrituração comercial, quando
presentes; e
3. lucro real;
b) parte B, onde serão mantidos os registros de controle de prejuízos
fiscais a compensar em períodos subsequentes e de outros valores
que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos
futuros e não constem na escrituração comercial;
II - dados relativos ao e-Lacs, que conterá:
a) parte A, onde serão apresentadas as seguintes informações da
demonstração da base de cálculo da CSLL de que trata o inciso II
do § 1º do art. 50 da Lei nº 12.973, de 2014:
1. lucro líquido do período de apuração;
114
2. registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das contas
analíticas do plano de contas e indicação discriminada por
lançamento correspondente na escrituração comercial, quando
presentes; e
3. resultado ajustado;
b) parte B, onde serão mantidos os registros de controle de bases de
cálculo negativas da CSLL a compensar em períodos subsequentes
e de outros valores que devam influenciar a determinação
do resultado ajustado de períodos futuros e não constem na
escrituração comercial;
III - apuração do IRPJ de que trata a alínea "b" do inciso I do art. 8º
do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, e apuração da CSLL de que trata o
inciso II do § 1º do art. 50 da Lei nº 12.973, de 2014; e
IV - demais informações econômico-fiscais (RECEITA FEDERAL, 2017).
2% a 5%
ISS Prestação de serviços Sim
Depende do município
Produto, mercadoria ou
Depende do Estado e
ICMS serviço de transporte ou Não
operação
comunicação
IPI Produto Depende do produto Não
PIS Receita Bruta 1,65% Não
PIS Receitas financeiras 0,65% Mensal Não
COFINS Receita Bruta 7,6% Não
COFINS Receitas financeiras 4% Não
25,8% + RAT (que varia
de 1% a 3% conforme a
INSS Folha de pagamento
empresa) sobre a folha de Sim
Patronal bruta
funcionários; 20% sobre o
pró-labore bruto.
FONTE: Os autores
115
Diferentemente do Lucro Presumido, no Lucro Real incide PIS e COFINS sobre
receitas financeiras. As alíquotas são diferenciadas, sendo 0,65% para PIS e 4% para
COFINS.
Após a explicação teórica das características dos tributos no Lucro Real, iremos
para a parte prática efetuar os cálculos, apurações e contabilizações.
116
Energia elétrica
R$ 600,00 R$ 700,00 R$ 650,00
Base de cálculo do ICMS (Permite aproveita-
11
mento de 80% da base de cálculo com uma
alíquota de 25%) R$ 540,00 R$ 630,00 R$ 585,00
FONTE: Os autores
3.1 CONTABILIZAÇÕES
O Quadro 22 apresenta todas as contabilizações por número da operação e por
mês.
117
D Clientes R$ 220.000,00 R$ 215.000,00 R$ 225.000,00
C Receita de vendas R$ 220.000,00 R$ 215.000,00 R$ 225.000,00
D Estoque R$ - R$ 2.585,00 R$ -
C CMV R$ - R$ 2.585,00 R$ -
119
Valor total do crédito do ativo imobilizado: R$ 18.180
1/48: R$ 18.180 / 48 = R$ 378,75 por mês.
120
DÉBITOS R$ 5.161,15 R$ 5.053,33 R$ 5.144,52
Venda de mercadorias R$ 3.194,40 R$ 3.121,80 R$ 3.267,00
Venda de produtos R$ 1.617,00 R$ 1.649,34 R$ 1.536,15
Prestação de serviços R$ 346,50 R$ 280,50 R$ 305,25
Devolução de compra - - R$ 33,00
Receitas financeiras R$ 3,25 R$ 1,69 R$ 3,12
121
DÉBITOS R$ 38.400,00 R$ 38.040,00 R$ 38.640,00
Devolução de compra - - R$ 240,00
Venda de mercadorias R$26.400,00 R$ 25.800,00 R$ 27.000,00
Venda de produtos R$ 12.000,00 R$ 12.240,00 R$ 11.400,00
No exemplo, os débitos de ICMS, IPI, PIS e COFINS foram maiores que os créditos,
logo, não houve saldos de tributos a recuperar em períodos seguintes. No entanto, é
necessário registrar na contabilidade a compensação dos créditos com os débitos, ou
seja: compensamos todos os créditos fiscais:
122
QUADRO 25 – CONTABILIZAÇÃO DA COMPENSAÇÃO DE ICMS, IPI, PIS E COFINS
FONTE: Os autores
Está sentindo falta de algum tributo? Sim, falta calcularmos IRPJ e CSLL. Vamos lá?
123
+/- OUTRAS RECEITAS/OUTRAS DESPESAS R$ 16.970,00
Pró-labore dos sócios R$ 18.000,00
Alimentação de sócios R$ 1.820,00
Doações não dedutíveis R$ 1.000,00
Ganhos de capital R$ 5.050,00
Despesas com brindes R$ 1.200,00
= RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL R$ 94.229,93
(-) CSLL R$ 6.189,75
(-) IRPJ R$ 10.316,24
(-) Adicional IRPJ R$ 877,49
= LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 76.846,45
FONTE: Os autores
QUADRO 27 – LACS
LACS
RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL R$ 94.229,93
(+) Adições R$ 4.020,00
Alimentação de sócios R$ 1.820,00
Doações não dedutíveis R$ 1.000,00
Despesas com brindes R$ 1.200,00
(-) Exclusões R$ -
(-) Compensações R$ 29.474,98
Prejuízo fiscal de períodos anteriores R$ 29.474,98
=Lucro Real R$ 68.774,95
CSLL R$ 6.189,75
FONTE: Os autores
QUADRO 28 – LAJUR
LACS
RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL R$ 94.229,93
(+) Adições R$ 4.020,00
Alimentação de sócios R$ 1.820,00
Doações não dedutíveis R$ 1.000,00
Despesas com brindes R$ 1.200,00
(-) Exclusões R$ -
(-) Compensações R$ 29.474,98
Prejuízo fiscal de períodos anteriores R$ 29.474,98
124
=Lucro Real R$ 68.774,95
IRPJ R$ 10.316,24
Adicional de IRPJ R$ 877,49
Total de IRPJ R$ 11.193,74
FONTE: Os autores
125
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• IRPJ e CSLL podem ser apurados de forma trimestral ou por estimativa mensal
(anual).
• Quando o IRPJ e CSLL são apurados por estimativa mensal, utiliza-se a tabela
dos percentuais de presunção usadas no lucro presumido. Concomitantemente,
normalmente utilizam-se também os balancetes de suspensão ou redução.
• ICMS, IPI, PIS e COFINS são tributos não cumulativos e geram créditos fiscais.
• As alíquotas de PIS e COFINS são, respectivamente, 1,65% e 7,6%. Incide PIS e COFINS
sobre receita financeira, e as alíquotas são, respectivamente, 0,65% e 4%.
• O INSS Patronal sobre a folha de pagamento tem alíquotas variáveis, que mudam
conforme o RAT da empresa. Podendo variar entre 26,80% até 28,80%, de um modo
geral.
126
AUTOATIVIDADE
1 O Lucro Real é considerando um dos regimes de tributação mais complexos no Brasil.
Empresas maiores são as que mais aderem a esse enquadramento tributário. Sobre
as características do regime de Lucro Real, assinale a alternativa CORRETA:
2 O Lucro Real trimestral é apurado a partir do lucro líquido contábil, ajustado por
adições, exclusões e compensações. Com base na legislação pertinente, analise as
sentenças a seguir:
I- Adições são despesas que o fisco não considera dedutível para IRPJ e CSLL.
II- Exclusões são despesas que devem ser excluídas do lucro líquido.
III- Um exemplo de compensação é o prejuízo contábil de períodos anteriores.
3 Quando a empresa paga IRPJ e CSLL por estimativa deve considerar a forma diferente
de cálculo. Conforme as especificidades do pagamento por estimativa, classifique V
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
127
4 A empresa Modelo Ltda. é uma empresa do lucro real. Analise as informações da DRE
do último trimestre, encontre o lucro real, calcule IRPJ e CSLL, apresente LALUR e
LACS e explique o resultado:
5 A empresa CLASSE Ltda. é uma prestadora de serviços enquadrada no Lucro Real, com
um RAT de 2%. Analise as informações do mês de janeiro de X1, e apure ISS (3%), PIS,
COFINS e INSS Patronal, apresentando os débitos e créditos fiscais quando for o caso:
128
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
LUCRO ARBITRADO E SIMPLES NACIONAL
1 INTRODUÇÃO
As empresas que não estão enquadradas no regime tributário do lucro real
devem ser enquadradas no regime tributário do lucro arbitrado ou do Simples Nacional.
Isso ocorre quando os atos e fatos contábeis em que a empresa está inserida constitui
a sua base legal para a ocorrência.
Além disso, existe o regime tributário do Simples Nacional que nada mais é do
que uma forma simplificada de cobrança dos tributos e declarações de obrigação das
empresas que apenas podem se enquadrar nessa modalidade de tributação.
129
2 DEFINIÇÃO DO LUCRO ARBITRADO
A legislação tributária brasileira também prevê o enquadramento tributário das
empresas no lucro arbitrado. O regime de tributação com base no lucro arbitrado é
utilizado quando não é possível realizar a apuração do imposto devido por intermédio
do lucro real ou do lucro presumido e muito menos pelo Simples Nacional, que são os
demais regimes tributários contemplados pela legislação.
IMPORTANTE
Desta forma, o lucro arbitrado é um recurso disponível e quase sempre
utilizado como última alternativa, não encontrando demais modalidades
para enquadramento tributário das empresas.
130
Em outras palavras, o lucro arbitrado é utilizado pela autoridade
tributária para determinação da base de cálculo do Imposto de
Renda e da contribuição social devidos pelo contribuinte, quando a
pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à
determinação do lucro real ou presumido ou se recusar a fornecer os
livros e documentos contábeis e fiscais solicitados em um processo
de fiscalização (OLIVEIRA et al., 2011, p. 186).
Por esse motivo, conforme o site Já Calculei (2021, s.p., grifo nosso):
IMPORTANTE
Como sugestão de leitura, acesse o Decreto nº 9.580/2018, disponível em:
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/
id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-
de-2018-51525026.
131
Vejamos os fatores que levam ao Arbitramento do Lucro da Pessoa Jurídica,
estabelecidos no artigo 680 (Decreto nº 9.580/2018):
Conforme Santos e Barros (2005), isso apenas é possível quando a empresa tem
condições para a apuração da receita bruta e desde que se possa aplicar as hipóteses
já mencionadas.
• Deve ser realizada a cada trimestre do ano calendário, a apuração com base no lucro
arbitrado, o que deverá assegurar, nos trimestres não submetidos ao arbitramento, a
tributação com base no lucro real. Isso se a pessoa jurídica dispuser de escrituração,
na forma exigida pelas leis comerciais e fiscais, que demonstre o lucro real dos
períodos não abrangidos pela tributação com base no lucro arbitrado.
• Por expressa autorização da IN SRF nº 93/1997 (art. 47), a pessoa jurídica que, em
qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado poderá optar pela
tributação com base no lucro presumido relativamente aos demais trimestres desse
ano-calendário, desde que não esteja obrigada à apuração do lucro real.
• O imposto apurado com base no lucro arbitrado terá por vencimento o último dia útil
do mês subsequente ao do encerramento de cada período de apuração.
132
Isso ocorre porque em função de qualquer descuido na elaboração das
informações contábeis, abre-se precedentes para enquadrar a empresa no lucro
arbitrado.
Dessa forma, é importante que o Contador esteja atento e com zelo elabore
essas informações contábeis que são transmitidas eletronicamente para a Receita
Federal do Brasil, evitando assim qualquer hipótese de enquadramento neste regime
tributário.
133
Isso significa que, conforme artigo 15 da Lei nº 9.249/1995, conforme o quadro
anterior, a porcentagem da presunção de 8% se multiplica 20% que, nesse caso, resulta
em 1,60%, pois 8% x 20% = 1,60% e, em seguida, se acrescenta esse resultado aos 8% da
presunção. Logo, 8% + 1,60% = 9,60%.
Para o Inciso II, a porcentagem da presunção de 16% se multiplica aos 20% para
o arbitramento, que se calcula da seguinte forma: 16% x 20% = 3,20% e, em seguida,
soma-se esse resultado aos 1,6% da presunção. Logo, 16% + 3,20% = 19,20%.
Para o Inciso III, a porcentagem da presunção de 32% se multiplica aos 20% para
o arbitramento, que se calcula da seguinte forma: 32% x 20% = 6,40% e, em seguida,
soma-se esse resultado aos 1,6% da presunção. Logo, 32% + 6,40% = 38,40%.
134
a) 1,5 do lucro real relativo ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração,
atualizado monetariamente. Caso o lucro real for decorrente do período base anual, o
valor que será a base ao arbitramento será proporcional ao número de meses do período-
base considerado.
b) 0,04 da soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e permanente,
existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente.
c) 0,07 do valor do capital, inclusive sua Correção Monetária do Balanço contabilizada como
reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado
nos atos de constituição ou de alteração da sociedade, atualizado monetariamente.
d) 0,05 do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial
conhecido, atualizado monetariamente.
e) 0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês.
f) 0,4 da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das
compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem.
g) 0,8 da soma dos valores devidos no mês aos empregados.
h) 0,9 do valor mensal do aluguel devido.
IMPORTANTE
Perceba como a legislação tributária brasileira é extremamente rigorosa na
apuração dos tributos pelo regime arbitrário.
No entanto, esse é um recurso que somente deve ser aplicado em último caso.
Art. 608. O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, será
determinado por meio de procedimento de ofício, com a utilização de
uma das seguintes alternativas de cálculo (Lei nº 8.981, de 1995, art.
51; e Lei nº 6.404, de 1976, art. 178, § 1º):
135
I - um inteiro e cinco décimos do lucro real referente ao último período
em que a pessoa jurídica manteve escrituração de acordo com as leis
comerciais e fiscais;
II - quatro centésimos da soma dos valores do ativo circulante,
realizável a longo prazo, investimento, imobilizado e intangível,
existentes no último balanço patrimonial conhecido;
III - sete centésimos do valor do capital, inclusive a sua correção
monetária contabilizada como reserva de capital, constante do
último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de
constituição ou alteração da sociedade;
IV - cinco centésimos do valor do patrimônio líquido constante do
último balanço patrimonial conhecido;
V - quatro décimos do valor das compras de mercadorias efetuadas
no mês;
VI - quatro décimos da soma, em cada mês, dos valores da folha
de pagamento dos empregados e das compras de matérias-primas,
produtos intermediários e materiais de embalagem;
VII - oito décimos da soma dos valores devidos no mês empregados;
ou
VIII - nove décimos do valor mensal do aluguel devido (BRASIL, 2018).
136
Desconto R$ 5.000,00.
Alienação de ativo permanente com ganho de capital R$ 50.000,00.
Receita de aluguéis R$ 17.000,00.
Soma R$ 278.400,00
Rendimentos de aplicação financeira R$ 38.000,00
Ganhos de capital na alienação de bens R$ 50.000,00
Desconto obtido R$ 5.000,00
Receita de aluguel R$ 17.000,00
Base de cálculo do imposto R$ 388.400,00
FONTE: Os autores
137
Período segundo trimestre de X1.
Regime tributário lucro arbitrado.
Receita bruta de vendas de mercadorias R$ 1.500.000,00.
Receita bruta de prestação de serviços R$ 350.000,00.
Rendimentos de aplicações financeiras (renda fixa) R$ 38.000,00.
Desconto R$ 5.000,00.
Alienação de ativo permanente com ganho de capital R$ 50.000,00.
Receita de aluguéis R$ 17.000,00.
Soma R$ 292.000,00
Rendimentos de aplicação financeira R$ 38.000,00
Ganhos de capital na alienação de bens R$ 50.000,00
Desconto obtido R$ 5.000,00
Receita de aluguel R$ 17.000,00
Base de cálculo do imposto R$ 402.000,00
FONTE: Os autores
138
3.4 CONTABILIZAÇÃO
O valor do IRPJ e da CSLL, apurados devidamente ao final de cada trimestre,
devem ser registrados nas demonstrações contábeis pelo seu valor apurado devido.
a) IRPJ
• Na apuração do resultado do 1º trimestre será realizado o seguinte registro:
D - Provisão para o Imposto de Renda (Resultado) R$ 91.100,00
C - IRPJ a recolher (Passivo Circulante) R$ 91.100,00
b) CSLL
• Na apuração do resultado do 1º trimestre será realizado o seguinte registro:
D - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (Resultado) R$ 36.180,00
C - CSLL a recolher (Passivo Circulante) R$ 36.180,00
4 SIMPLES NACIONAL
A economia brasileira tem forte influência das atividades e riqueza gerada pelas
empresas de micro e pequeno porte, as quais desempenham um papel fundamental
para o crescimento da nação, pela forte contribuição na geração de empregos e na
melhoria de renda e condições sociais da população em geral.
As empresas não são obrigadas a optar pelo simples, mesmo assim muitas
acabam optando por este enquadramento tributário. Segundo o CFA (2019, s.p.):
139
se, a partir das estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), que as MPEs contribuíram com 93,6 mil
empregos com carteira assinada. O saldo representa 72,3% do total
gerado no país em abril de 2019, que foi de 129,6 mil.
140
No entanto, Santos e Barros (2005) alertam que as condições estabelecidas
para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) para fins de estatuto
não se confundem com os requisitos exigidos para que tais pessoas jurídicas possam
se inscrever no Simples Nacional. São coisas distintas ser ME/EPP para fins de estatuto
e ME/EPP para se inscrever no Simples Nacional.
IMPORTANTE
A legislação referente ao Simples Nacional prevê alguns benefícios para as
empresas ME/EPP. Em se tratando de um tratamento jurídico diferenciado,
essas empresas são favorecidas nas seguintes áreas:
administrativas;
previdenciária;
trabalhista;
creditícia;
de desenvolvimento empresarial.
O Simples Nacional nada mais é do que uma forma simplificada e unificada para
o recolhimento dos tributos, com a aplicação de percentuais progressivos que incidem
sobre uma única base de cálculo, que corresponde à receita bruta gerada nas vendas
da empresa.
Dessa forma:
Também a partir dessa data, de acordo com Vhsys (2021) são consideradas
para efeitos do Simples Nacional para as Empresas de Pequeno Porte (EPP) o limite de
faturamento anual de até R$ 4,8 milhões (R$ 400 mil por mês).
141
Os limites de mercado interno e exportação são avaliados separadamente e
não podem exceder o valor de R$ 9.600.000,00. Vale dizer, assim como a empresa não
pode ter uma receita de mercado interno superior ao limite de R$ 4.800.000,00, ainda
que não tenha receitas de exportação, também não pode ter uma receita de exportação
superior ao limite adicional de R$ 4.800.000,00 (SIMPLES NACIONAL, 2021).
A opção pelo Simples Nacional deve ser formalizada pela pessoa jurídica por
meio da Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) exclusivamente pela internet e
disponível no site da Receita Federal do Brasil (www.receita.fazenda.gov.br). A partir
de sua inscrição, a empresa se submete à sistemática do regime tributário do Simples
Nacional (SANTOS; BARROS, 2005).
IMPORTANTE
Confira a relação das atividades vedadas ao ingressar na sistemática do
Simples Nacional em: https://www.jornalcontabil.com.br/veja-quais-sao-as-
atividades-impeditivas-para-o-simples-nacional/.
142
4.2 VEDAÇÕES
Nem todas as empresas podem enquadrar-se no regime tributário do Simples
Nacional. Conforme artigo 3º da Lei Complementar nº 123/2006, há situações em que
ocorrem algumas vedações para as pessoas jurídicas, que são as seguintes:
Art. 3º
[...] § 4º [...]
I- de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II- que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de
pessoa jurídica com sede no exterior;
III- de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como
empresário, ou seja, sócia de outra empresa que receba tratamento
jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde
que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso
II do caput deste artigo;
IV- cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento)
do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei
Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o
limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
V- cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta
global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste
artigo;
VI- constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII- que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII-que exerça atividade de banco comercial, de investimentos
e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de
crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário,
de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários
e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros
privados e de capitalização ou de previdência complementar;
IX- resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um
dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
X- constituída sob a forma de sociedade por ações (BRASIL, 2006).
DICA
Para conhecer mais sobre o MEI e formalizar a abertura da sua empresa,
acesse o site: https://blog.advise.com.br/legislacao-para-mei/.
143
4.3 ANEXOS
Na tributação do Simples Nacional há a necessidade de identificar o ramo de
atuação da empresa, se esta é do ramo comercial, industrial ou de prestação de serviços.
Isso porque existem anexos diferentes aplicados (TORRES, 2021). Confira a seguir:
Faixa Alíquota Valor a Deduzir (em R$) Receita Bruta em 12 Meses (em R$)
Faixa Alíquota Valor a Deduzir (em R$) Receita Bruta em 12 Meses (em R$)
Faixa Alíquota Valor a Deduzir (em R$) Receita Bruta em 12 Meses (em R$)
144
5ª Faixa 21,00% 125.640,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00
Será utilizada como receita bruta de vendas total mensal auferida ou recebida,
do produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, do preço dos
serviços prestados e do resultado nas operações em conta alheia, no mercado interno e
externo, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
145
LEITURA
COMPLEMENTAR
G20 DISCUTE TRIBUTAÇÃO DE ECONOMIA DIGITAL, ENQUANTO BRASIL
ENGATINHA
FONTE: <https://www.istoedinheiro.com.br/g20-discute-tributacao-de-economia-digital-enquanto-16/>.
Acesso em: 31 mar. 2022.
O grupo das 20 economias mais ricas do globo (G20), do qual o Brasil faz parte,
fará uma reunião sobre a economia digital nesta semana, nos dias 17 e 18. Enquanto o
mundo trava um forte debate sobre a tributação digital, especialmente as “Big Techs”
(gigantes como Amazon e Google), o Brasil engatinha na discussão. O jornal O Estado de
S. Paulo conversou com especialistas e há um consenso de que o assunto está longe
de ser resolvido.
Aqui, a reforma tributária está em pauta, com a promessa dos novos presidentes
da Câmara e do Senado de que vão acelerar sua tramitação no Congresso. Os textos
propostos, porém, deixam de fora a questão da economia digital.
146
distinção entre as áreas de atuação. A batalha internacional diz respeito onde o tributo
deve ser cobrado. Os americanos sustentam que seja nos países onde estão as sedes
das companhias. A maioria das outras nações alega que as atividades se desenvolvem
em seu território, com agregação de valor e em função de seus consumidores. Portanto,
o argumento é o de que, pelo menos uma parte dos impostos, deveria ser cobrada onde
o serviço é usufruído.
Ele comentou que a reforma tributária não toca na área digital, mas que uma de
suas maiores preocupações hoje é com o aceno feito pelo governo de voltar a introduzir
a CPMF ou um tributo financeiro semelhante. “Em tese, essa CPMF iria abranger a
tributação digital, mas isso está errado. Isso é um assunto mais ligado ao imposto de
renda (das empresas). No Brasil, o assunto está deturpado”, diz. “A CPMF é uma solução
ruim para o problema errado”.
Expectativa
O mundo está completamente sem rumo sobre qual a melhor forma de aplicar
tributos sobre os produtos digitais – em especial, os que têm origem fora de seus
territórios. Há mais de cinco anos, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) se debruça sobre o tema para tentar encontrar pontos em comum
à maior parte dos países – uma proposta foi lançada em outubro de 2019, tentando
costurar as questões de seus vários membros. Na avaliação da entidade, houve
“progressos substanciais” para alcançar uma solução consensual de longo prazo para
os desafios fiscais decorrentes da digitalização da economia. A expectativa é a de que
se chegue a um acordo até meados deste ano.
147
Celso de Barros Correia Neto, professor do IDP, diz que não há solução acabada
para o assunto. Para ele, também não há como escapar de levar em consideração o
número de usuários como critério de tributação. “Isso envolve o desafio de repensar a
soberania fiscal”.
Ele diz que a conversa internacional sobre a quem cabe a tributação ainda nem
chegou ao Brasil – e há muitas indefinições sobre o tema, que acabam no Supremo
Tribunal Federal (STF), que pode demorar anos para definir sentença sobre o tema.
FONTE: ISTO É DINHEIRO. G20 discute tributação de economia digital, enquanto Brasil engatinha.
2021. Disponível em: /www.istoedinheiro.com.br/g20-discute-tributacao-de-economia-digital-enquanto-16/.
Acesso em: 31 mar. 2022.
148
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As empresas que não estão enquadradas no regime tributário do lucro real devem ser
enquadradas no regime tributário do lucro arbitrado ou do Simples Nacional.
• A partir do ano de 1997, com o advento da Lei nº 9.317/1996, passou a vigorar o Simples
Nacional.
149
AUTOATIVIDADE
1 A legislação tributária brasileira prevê o enquadramento tributário das empresas no
lucro arbitrado. Em que circunstâncias é utilizado o regime do Lucro Arbitrado?
2 O lucro arbitrado é uma prerrogativa do Fisco. Ele poderá arbitrar o lucro, na forma
da lei, na hipótese em que a escrituração contábil e fiscal do contribuinte for
desclassificada. Sobre as hipóteses para o fisco aplicar o Lucro Arbitrado, assinale a
alternativa CORRETA:
150
3 A aplicação do arbitramento do lucro para as pessoas jurídicas necessita de algumas
análises, visto que não é por opção e sim por uma obrigação condicionada em função
de alguns fatores que estão preestabelecidos pela legislação da Receita Federal do
Brasil. Discorra sobre os fatores que levam à essa tributação.
151
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003a. Dispõe sobre
o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos
Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm. Acesso em: 4 jan. 2022.
ENDEAVOR. Simples Nacional: tudo que você precisa saber. 29 jun. 2018.
Disponível em: https://endeavor.org.br/leis-e-impostos/simples-nacional-tudo-
que-voce-precisa-saber/. Acesso em: 18 jan. 2022.
152
OLIVEIRA, L. M. de et al. Manual de contabilidade tributária: textos e testes
com as respostas. 10. Ed., São Paulo: Atlas, 2011.
RECEITA. Capítulo XIV – Lucro Arbitrado 2020. 2020. Disponível em: https://
www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-
e-demonstrativos/ecf/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2020-arquivos/
capitulo-xiv-lucro-arbitrado-2020.pdf. Acesso em: 14 jan. 2022.
SANTOS, C.; BARROS, S. F. Imposto de renda jurídica para contadores. São Paulo:
IOB-Thomson, 2005.
153
154
UNIDADE 3 —
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
PARA GESTÃO NAS EMPRESAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a análise do efeito tributário – simples nacional, lucro presumido e lucro real;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
155
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
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156
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você irá estudar o planejamento tributário e a sua elaboração, pois
o enquadramento tributário, que pode ser Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado
(abordados na Unidade 2) e o Simples Nacional, são fundamentais para a economia
tributária nas empresas.
Ao final deste tópico, você irá estudar a forma de apuração dos tributos no
regime de apuração do Lucro Real.
2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Todo e qualquer tipo de planejamento é necessário para as nossas vidas, pois
planejar é prever, é estimar quanto é possível vender ou pagar de gastos. Então, pode-
se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão fiscal das
empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente elevado (em território
brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento tributário para reduzir esse
peso financeiro nos resultados da empresa. Por isso, vamos compreender as principais
características e funções do Planejamento Tributário.
157
empresa de maneira que melhor ofereça soluções para a gestão do caixa, reduzindo os
custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Sendo o planejamento tributário
de forma jurídica e lícita, a fazenda pública irá respeitar. Desta maneira, existem modelos
de planejamento tributário possíveis.
Segundo Gularte (2021), a fraude fiscal está relacionada com qualquer engano
de forma maliciosa, promovida de má-fé, com o objetivo de ocultar as evidências da
verdade ou fuga ao cumprimento do dever. Isso ocorre quando o contribuinte planeja
coibir ou retardar a ocorrência do fato gerador tributário ou alterar as características
essenciais com o objetivo de reduzir ou eliminar o montante do imposto devido. A
diferença entre o que é a sonegação e o que é a fraude é que, na primeira, os dados são
escondidos e, na segunda, são modificados para enganar o Fisco.
158
DICA
Acesse a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que dispõe sobre o Sistema
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis
à União, Estados e Municípios. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l5172compilado.htm.
É por isso que Zanluca (2021) define o planejamento tributário como o conjunto
de sistemas legais que visam reduzir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o
direito e precisa estruturar a sua empresa da maneira que melhor possa reduzir os
custos do seu empreendimento, principalmente, em relação aos impostos. Se a forma
celebrada da empresa é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.
159
IMPORTANTE
O que é Elisão Fiscal? É uma estratégia para reduzir a carga tributária de
uma empresa através da omissão do fator gerador do tributo. Através de um
planejamento é possível encontrar formas dentro da legislação para fazer
essa manobra sem burlar o pagamento dos impostos.
Existem algumas alternativas previstas na lei de forma clara e outras que
se apropriam das brechas legais para que a redução de tributos seja viável.
Tudo é possível de ser realizado sem descumprir nenhuma obrigação, por
meio do planejamento tributário, para que as empresas saiam ganhando e
economizem.
Leia o artigo completo, disponível em: https://bit.ly/3rOYcxL
160
QUADRO 1 – OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – SIMPLES NACIONAL, LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL
PGDAS: Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples
Nacional – Declaratório.
OUTRAS OBRIGAÇÕES:
ESOCIAL
DCTFWEB
EFD-REINF
DCTF: Declaração de Débitos Tributários Federais.
161
Eletrônico de Dados) para emitir documentação fiscal e/ou escriturar
os Livros Fiscais. Também é válida para contribuintes que utilizam
ECF (Emissor de Cupom Fiscal). Mas, depois que a EFD ICMS/IPI foi
implantada, o SINTEGRA tem sido menos utilizado.
Esocial
DCTFWEB
EFD-REINF
Esocial
DCTFWEB
EFD-REINF
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3EMwxm0>. Acesso em: 31 mar. 2022.
163
serviços e indústrias, no acolhimento de receitas referentes aos CNAEs (Códigos
Nacionais de Atividades Econômicas), atividades, serviços e produtos (NCM –
Nomenclatura Comum do Mercosul) nela relacionados.
Com relação aos livros fiscais, temos a LFE, que quer dizer Livro Fiscal Eletrônico.
É uma obrigação acessória que se estabelece apenas para as empresas de Brasília. A
LFE é para informar à Receita Federal todo contribuinte que consta no ICMS e/ou no ISS
no Distrito Federal.
164
de lucro na base de cálculo. Existem duas formas de apuração, a trimestral e a anual
por estimativa. Nessa escolha é possível contribuir para o caixa da empresa. O regime
não cumulativo do PIS e COFINS pode contribuir para reduzir a carga destes tributos. As
desvantagens são a complexidade no tratamento e obrigações acessórias. Requer um
rigoroso controle e observância dos princípios contábeis. As obrigações acessórias são
mais complexas e exigem extrema atenção.
Vale ressaltar que estamos tratando de formas legais para que a empresa
defenda os seus interesses.
ATENÇÃO
Assim, o planejamento tributário é um direito da empresa e uma
ferramenta tão necessária quanto qualquer outra para a sua sobrevivência
no mercado.
165
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
166
AUTOATIVIDADE
1 O planejamento tributário também é conhecido no mercado como elisão fiscal ou
economia legal. De acordo com essa assertiva, no que consiste o planejamento
tributário? Justifique.
3 A fraude fiscal está relacionada com qualquer engano de forma maliciosa, promovida
de má-fé, com o objetivo de ocultar as evidências da verdade ou fuga ao cumprimento
do dever. Isso ocorre quando o contribuinte planeja coibir ou retardar a ocorrência
do fato gerador tributário ou alterar as características essenciais com o objetivo de
reduzir ou eliminar o montante do imposto devido. De acordo com esses aspectos,
qual é a diferença entre sonegação e fraude?
4 Todo e qualquer tipo de planejamento é necessário para as nossas vidas, pois planejar
é prever, é estimar o quanto é possível vender ou pagar de gastos. O que se pode
entender sobre a contribuição do planejamento para as empresas?
167
b) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão
fiscal das empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente elevado
(em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento
tributário para reduzir esse peso comercial nos seus resultados.
c) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão
fiscal das empresas, pois o custo financeiro nas empresas é extremamente
elevado (em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom
planejamento tributário para reduzir esse peso financeiro nos seus resultados.
d) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão
fiscal das empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente elevado
(em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento
tributário para reduzir esse peso financeiro nos seus resultados.
e) ( ) Pode-se entender que o planejamento também deve estar presente na gestão da
produção das empresas, pois o custo tributário nas empresas é extremamente
elevado (em território brasileiro) e há necessidade de buscar um bom planejamento
tributário para reduzir esse peso financeiro nos seus resultados.
5 Além das declarações que as empresas precisam entregar ao fisco, existem vários
sistemas disponíveis e que são utilizados para atender à demanda da necessidade
fiscal. Um desses sistemas é o SPED FISCAL, que é uma iniciativa do governo que
busca simplificar os processos de arquivamento, envio e validação das obrigações
economizando papéis físicos. Sobre o SISCOSERV, assinale a alternativa CORRETA:
168
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
TIPOS DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Agora que já sabemos o que envolve o planejamento tributário e sua função
para as empresas, há a necessidade de considerar que ele abrange as atividades de
qualquer tipo de empresa e seus efeitos exercem reflexos na estrutura gerencial e
contábil-financeira.
DICA
Acesse o link para saber quais são os tipos de empresas existentes no Brasil,
e que requerem planejamento tributário, pois é uma realidade que atinge
todas elas. Disponível em: https://www.voitto.com.br/blog/artigo/tipos-de-
empresas?gclid=CjwKCAiA1JGRBhBSEiwAxXblwbF2hiv0G22vHj2yMg5Pi1h_3
MG_-nhlu7yFJZbPRCBTlO_jqMLFfxoCiIsQAvD_BwE.
169
QUADRO 2 – TIPOS DE PLANEJAMENTO EXISTENTES
Isso quer dizer que para a empresa se desenvolver adequadamente, seja ela de
micro ou pequeno porte, é necessário que os gestores estejam dispostos a desenvolver
uma gestão tributária, e que seja implementada desde seu nascimento, na escolha
do regime de tributação. Neste sentido, o contador desempenha o papel de informar
ao empresário sobre as questões da gestão tributária e, para tanto, ele utilizará a
Contabilidade Tributária como fonte para tal procedimento.
170
2.1 ANÁLISE DOS EFEITOS TRIBUTÁRIOS NA EMPRESA
Se os demonstrativos contábeis não estiverem atualizados, podem apresentar
distorções na análise real da situação fiscal da empresa. Assim, Tamanini e Sousa (2010)
consideram de suma importância que o reconhecimento de todas as receitas e despesas
se faça pelo regime de competência e não pelo regime de caixa.
FONTE: Os autores
1. 99,71% da carga tributária desta empresa no ano decorrem somente dos dez
primeiros tributos relativo ao grupo.
2. Os tributos que estão diretamente relacionados ao faturamento e às receitas da
empresa (ICMS com 40,82%, IPI com 20,53%, PIS com 2,47%, COFINS com 7,48% e
ISS com 2,32%) representam 73,62% da carga tributária. Nesse caso, é fundamental
realizar um estudo mais específico sobre cada um para verificar sua adequação e
possibilidades de planejamento, pois muitos produtos podem ter a incidência de
carga tributária diferenciada.
171
3. Os tributos incidentes sobre a folha de pagamento dos funcionários (INSS com 6,27%
e FGTS com 1,87%) representam 8,14% em relação ao faturamento da empresa,
o que é bastante representativo. Como tais incidências ocorrem sobre salários e
remuneração, uma análise sobre a folha de pagamento (com a aplicação de uma
auditoria trabalhista) é bastante interessante de tempos em tempos.
4. Os tributos sobre o lucro da empresa (IRPJ com 1,93% e a CSLL com 0,55%)
consomem cerca de 2,48% do faturamento e observa-se que há uma grande
necessidade de serem avaliados com relação a sua formação, pois muitas vezes a
empresa não poderá ter a incidência do adicional de 10% no Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica, o que de fato pode representar uma diferença no momento de uma
comparação entre empresas. Deve-se estar atento principalmente com relação ao
lucro contábil antes da provisão do IRPJ e da CSLL, pois se estiver acima de 7,31%
do faturamento (para chegar a esse número, dividiu-se 2,48% por 34% que é a soma
da alíquota máxima do 25% IRPJ + 9% CSLL), isso quer dizer que, se o lucro estiver
abaixo desse patamar, significa que há algum fator onerando a tributação sobre os
lucros e esse aspecto precisa ser analisado com bastante critério.
5. É preciso entender que nenhum tributo deve ser considerado “barato” para a empresa,
apesar do mesmo apresentar um porcentual pequeno sobre o faturamento.
IMPORTANTE
É importante que se faça uma análise de 3 a 4 vezes por ano sobre essas
incidências tributárias.
Importante frisar que caso ocorram discrepâncias é possível que receitas
de vendas não tenham sido devidamente registradas ou registradas com
erros (embora seja raro) na aplicação dos porcentuais para a apuração
desses tributos.
Faixa Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir (em R$)
173
IMPORTANTE
As empresas de micro e pequeno porte optantes pelo Simples Nacional de
2021 podem exercer diferentes atividades, tendo também diferentes lucros.
Por esse motivo, existe a Tabela de Alíquotas do Simples Nacional.
174
12) Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento
de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendário anteriores.
13) Constituída sob a forma de sociedade por ações.
14) Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço,
relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.
15) Que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e
a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços
(factoring).
16) Que tenha sócio domiciliado no exterior.
17) De cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta,
federal, estadual ou municipal.
18) Que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com as
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja
suspensa.
19) Que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros,
exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de
transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área
metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores.
20) Que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia
elétrica.
21) Que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas.
22) Que exerça atividade de importação de combustíveis.
23) Que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: cigarros, cigarrilhas,
charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e
detonantes, cervejas sem álcool e bebidas alcoólicas (exceto, a partir de 2018, as
produzidas ou vendidas no atacado por cervejarias, vinícolas, produtores de licores
e destilarias de micro e pequeno porte).
24) Que realize cessão ou locação de mão de obra.
25) Que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.
26) Que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir à
prestação de serviços tributados pelo ISS.
27) Sem inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou
estadual, quando exigível.
175
IMPORTANTE
Nem sempre isso é possível. Quando ocorrer o excesso de receita no ano
calendário em que foi feita a opção pelo Simples Nacional, a empresa deverá
atentar aos seguintes fatores:
• A ME (Microempresa) que exceder a receita bruta no ano em exercício será
enquadrada como EPP (Empresa de Pequeno Porte) no ano seguinte.
• A EPP que exceder a receita bruta em 20% no ano em exercício será
desenquadrada no mês seguinte.
• A EPP que exceder a receita bruta em menos de 20% no ano em exercício
será desenquadrada a partir do ano seguinte.
• A EPP que exceder a receita bruta em 20% no ano de início das atividades
será desenquadrada retroativamente ao início das atividades.
176
A opção pelo Simples Nacional possui vedações definidas ainda no artigo 17 da
Lei Complementar Federal nº 123/2006 (BRASIL, 2006). Vejamos:
177
No Estado de Santa Catarina, a alíquota para a apuração do ICMS, tanto para
vendas como para compras dentro do Estado é de 12%. Conforme Woelfer (2020), os
Fornecedores e os Adquirentes devem estar atentos às novas regras, para correta
emissão de seus documentos fiscais a partir de 01/03/2020. Esta mudança da alíquota
do ICMS de 17% para 12% aplica-se na emissão dos documentos fiscais por contribuintes
do Regime Normal de apuração do ICMS em relação ao ICMS da operação própria, cujo
destaque é feito em campo próprio da respectiva NF. Também para as empresas do
Simples Nacional, terá efeitos quanto à dedução do ICMS da operação própria a ser
subtraído no cálculo da Substituição Tributária (ST), quando promover saídas de
produtos sujeito ao regime da ST, na condição de Substituto Tributário.
Woelfer (2020) diz que como “efeito colateral” todos devem ficar atentos com
relação ao preço que será praticado pelos devidos fornecedores do Regime Normal de
Apuração, onde passam a ter uma carga de 12% e não mais 17% em relação ao ICMS.
Desta forma, entendemos que ele deve reduzir o seu preço de venda para compensar a
redução do crédito de ICMS que o adquirente terá com valor menor. Inclusive, quando
o adquirente for do Simples Nacional, entendemos caber este direito à redução do valor
por parte de seu fornecedor. Já para as empresas do Simples Nacional na condição de
fornecedor, não terá como reduzir o valor de venda, visto que a empresa paga o ICMS de
acordo com a faixa em que se encontra nos moldes da LC 123/06. Assim, esta redução
não terá efeitos nesta forma de tributação (Simples Nacional).
Esta alteração também não afeta a alíquota a ser aplicada no caso do cálculo do
ICMS por ocasião do desembaraço de mercadoria, no momento da importação.
178
• Base de cálculo COFINS Lucro Presumido: R$ 1.920.000,00
• Alíquota COFINS Lucro Presumido: 3,00%
• Valor COFINS Lucro Presumido: R$ 57.600,00
Com a base de cálculo apurada, será necessário apurar a alíquota de 15% para
identificar o IRPJ efetivo para a empresa enquadrada no regime tributário do Lucro
Presumido.
179
1º trimestre: Vendas R$ 445.396,50 x 12% = R$ 53.447,58 base de cálculo da CSLL
2º trimestre: Vendas R$ 512.703,11 x 12% = R$ 61.524,37 base de cálculo da CSLL
3º trimestre: Vendas R$ 519.897,90 x 12% = R$ 62.387,75 base de cálculo da CSLL
4º trimestre: Vendas R$ 442.002,49 x 12% = R$ 53.040,30 base de cálculo da CSLL
Em seguida, será realizada a análise da tributação pelo lucro real. Para isso, há
a necessidade de separar algumas informações adicionais a título de exemplo para o
cálculo:
180
Pelo exemplo apurado, o melhor regime tributário para o crédito dos valores nas
compras é o Lucro Real, pois os valores dos créditos são superiores.
Demonstração do Resultado
Simples Nacional Lucro Presumido Lucro Real
Projetado
181
( - ) Despesas Gerais e
-R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00 -R$ 24.000,00
Administrativas
Lucro antes do IRPJ + CSLL R$ 273.560,00 R$ 237.040,00 R$ 236.080,00
IRPJ R$ - -R$ 23.040,00 -R$ 35.412,00
CSLL R$ - -R$ 20.736,00 -R$ 21.247,20
FONTE: Os autores
Por isso, os dados históricos corretos, bem como a projeção para o próximo
exercício, se tornam muito importantes para a análise, como também a atualização do
profissional em relação à legislação pertinente aos tributos.
Se isso for um fator mercadológico relevante, temos que considerar com maior
prudência a opção, visto que se for a do Simples Nacional, o crédito a ser transferido é
menor do que se fosse pelo Lucro Real.
182
3 AUDITORIA TRIBUTÁRIA
Outra ferramenta útil para a análise e acompanhamento do trabalho fiscal e
tributário de uma organização é a auditoria com a finalidade de verificar o cumprimento
das normas e aproveitar as vantagens oferecidas pelo sistema tributário em vigor. Veja
a contribuição de Carrijo (2020, s.p., grifo nosso):
O Brasil possui um dos sistemas mais complexos do mundo, com cerca de cinco
mil leis que regem o sistema tributário e aproximadamente 80 tributos (taxas, impostos
e contribuições) diferentes. Lembra Oliveira et al. (2011, p. 341) que, nesse sentido:
183
Nesse sentido, a finalidade dos exames determina o escopo da auditoria. Em
outras palavras, é o objetivo da auditoria que ditará a natureza e a extensão dos exames
que deverão ser realizados (ANDRADE FILHO, 2009).
IMPORTANTE
Para tanto, Oliveira et al. (2011) propõe um roteiro para um programa de auditoria
com dois eixos básicos, a saber:
Execução de procedimentos: a natureza, a época de aplicação e a extensão
dos procedimentos de comprovação específicos a serem executados nos livros e
documentos.
Procedimentos contábeis a serem revistos pela auditoria: são relacionados
os tópicos do balanço patrimonial e as principais influências no cálculo do imposto
sobre a renda das pessoas jurídicas. Isso inclui: disponibilidades, contas a receber,
valores mobiliários, imóveis destinados a venda, adiantamentos a fornecedores,
impostos a recuperar, estoques, investimentos, ativo intangível, obrigações,
variações monetárias e encargos financeiros, impostos de renda a pagar,
obrigações diversas, patrimônio líquido e impostos de renda.
184
Elas são conduzidas, via de regra, dentro dos padrões técnicos de uma auditoria
convencional. Toda auditoria culmina com a apresentação de um relatório. Os relatórios
e pareceres expressam uma opinião abalizada do auditor sobre determinado assunto.
As auditorias têm uma função que vão além da verificação dos procedimentos
e métodos. Os exames da auditoria podem revelar a ocorrência de fraudes ou situações
em que o não cumprimento das obrigações tributárias pode atrair a aplicação de normas
penais. Por isso, Andrade Filho (2009) considera o caráter preventivo da auditoria.
Além da multa, a penalidade pode incluir a multa de mora que incide quando a
obrigação tributária não é cumprida no prazo legal e desde que as autoridades fiscais
tenham dado início do procedimento fiscal para realização do lançamento tributário.
185
Nestes casos, Andrade Filho (2009) nos informa que constitui crime contra a
ordem tributária:
Portanto, o auditor deve ter ciência de que as condutas definidas nas leis só
serão puníveis quando praticadas com dolo. O auditor deve tomar todo cuidado para
não fazer juízos com base em conjecturas. O dolo e fraude devem ser provados em
qualquer hipótese, diz Andrade Filho (2009).
186
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
187
AUTOATIVIDADE
1 A atividade da auditoria inclui a revisão dos cálculos e todos os aspectos relativos ao
cumprimento das obrigações acessórias e principais dos tributos diretos e indiretos.
O objetivo é certificar-se de que os procedimentos adotados atendem às legislações
vigentes. Quais são os procedimentos contábeis a serem revistos pela auditoria?
188
2 Uma ferramenta útil para a análise e acompanhamento do trabalho fiscal e tributário
de uma organização é a auditoria com a finalidade de verificar o cumprimento das
normas e aproveitar as vantagens oferecidas pelo sistema tributário em vigor. Nesse
sentido, o que corresponde à auditoria tributária?
3 Com relação ao cálculo do Simples Nacional, propriamente dito, para chegar ao valor
que precisa ser recolhido é preciso considerar o faturamento acumulado da empresa
nos últimos 12 meses, e consultar a Tabela do Simples Nacional para verificar a
alíquota. Se a empresa atingir o excesso de receita no ano calendário em que foi
feita a opção pelo Simples Nacional, quais são os fatores que os gestores da empresa
deverão estar atentos? Analise as seguintes alternativas e assinale a correta:
189
190
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS
1 INTRODUÇÃO
A otimização dos resultados nas empresas tem relação direta com a gestão de
custos, pois é nesta área que o gestor empresarial precisa tomar bastante cuidado com
a valorização dos estoques e consequentemente a formação dos preços de vendas dos
produtos.
191
Quando a empresa segue a cartilha da boa administração e faz a sua
gestão de custos de forma adequada, ela abre espaço para agregar
qualidade para suas mercadorias e serviços. Se você sabe quais itens
fazem mais sucesso financeiramente – ou quais deles têm o melhor
custo-benefício –, pode focar mais seus esforços de venda neles.
192
A ideia centrada essencialmente em cortar custos nem sempre é uma resposta
completa o suficiente para a empresa. É melhor oferecer produtos com diferentes níveis
de qualidade e preços, para manter a rentabilidade frente aos clientes leais. É o que
companhias que vendem cigarro e whisky fazem.
(a) concentrar esforços e incentivos de vendas, nos produtos com maiores margens;
(b) se possível, trabalhar com mix de produtos;
(c) utilizar-se da política de preços promocionais;
(d) facilitar o financiamento das vendas para os clientes. Em qualquer atividade, se pode
aumentar a lucratividade, percebendo-se que a precificação envolve muito mais
achados que a simples identificação do preço justo para o produto.
Para muitos, o tema preços tem sido assunto e/ou experiência frustrante: muitas
opções, muitos fatores a contemplar e pouco tempo e paciência para dedicar-se. Formular
o preço de venda é mais que um número, é uma série de estratégias integradas.
É difícil formular o preço “perfeito”. Se o preço está alto, perdem-se vendas para
clientes em potencial, que não estão dispostos a pagar mais. Se baixo, a empresa deixa
de lucrar com clientes dispostos a pagar mais pelo produto ou serviço. É aconselhável
a utilização de pesquisas de mercado para obter ideias do montante que os potenciais
clientes estão dispostos a pagar pelo produto ou serviço. Cabe ressalvar que:
(a) não são as pesquisas de mercado isoladamente que fornecerão as respostas que
permitirão definir o preço ótimo;
(b) o montante que o cliente está disposto a pagar é subjetivo e o entendimento da
resposta é a chave para o sucesso da precificação. É importante se conscientizar
que deixar de lucrar por conta da má formulação do preço é algo semelhante à
perda que ocorre com uma aeronave que decola com metade das poltronas vazias.
193
2.1 LUCRO X PREJUÍZO
Empresas do mesmo segmento podem apresentar resultados opostos. Por quê?
A resposta pode estar na forma de pensar e a cultura existente em uma e outra. Para
lucrar há a necessidade de se criar esta cultura na empresa. Geralmente são muitas
as pessoas de alguma maneira conectadas com o assunto preço de venda. O pessoal
de marketing estabelece preços e descontos promocionais. O pessoal de vendas
geralmente tem poderes para negociar estes preços, contemplando as demandas de
cada região, em razão da muita ou pouca concorrência. A área financeira desenvolve
os planos de pagamento. Todos precisam: (a) entender como suas ações afetam os
resultados da empresa, e (b) receber treinamento, orientações, informações, incentivos
e ferramentas de trabalho para que a empresa possa lucrar e crescer.
A área comercial deveria investir mais tempo nos clientes e produtos mais
rentáveis. Para que tal possa ocorrer, há a necessidade de se trocar informações na
empresa. Esta será mais lucrativa se as pessoas forem bem-informadas.
194
2.2 O PESO DOS ENCARGOS SOBRE OS SALÁRIOS E
REMUNERAÇÕES
O custo relacionado com os encargos sociais e trabalhistas devidos sobre o
valor da remuneração dos empregados é algo assustador.
195
QUADRO 7 – ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS
ENCARGOS SOBRE A REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO
GERENCIAL
Remuneração Empresa no
[A] Encargos incidentes diretamente sobre a folha de pagamento (Observação 1) Mensalista (*) Variável (**) SIMPLES (***)
% % %
INSS (avaliar possível necessidade de adequação à Lei 12.546/11) 20,00% 20,00%
SESI / SESC / SEST 1,50% 1,50%
SENAI / SENAC / SENAT 1,00% 1,00%
INCRA 0,20% 0,20%
SEBRAE 0,60% 0,60%
SALÁRIO EDUCAÇÃO 2,50% 2,50%
SAT (Seguro Acidente Trabalho) - observação 3 3,00% 3,00%
FGTS 8,00% 8,00% 8,00%
TOTAL 36,80% 36,80% 8,00%
[B] Parcelas agregadas a remuneração e pagas diretamente ao empregado:
Parcelas agregadas (Ver observações 1 e 2) % % %
DSR (Descanso Semanal Remunerado = 48 domingos : 275 dias úteis/ano) 17,45%
Férias (26 dias em média, após descontado o DSR : 275 dias úteis/ano) 9,45% 9,45% 9,45%
Adicional de 1/3 das Férias 3,15% 3,15% 3,15%
Feriados (12 dias em média por ano : 275 dias/ano) 4,36% 4,36% 4,36%
Acidentes do Trabalho (15 dias : 275 dias ano : 4 empregados) - observação 4 1,36% 1,36% 1,36%
Décimo Terceiro Salário (30 dias : 275 dias/ano) 10,91% 10,91% 10,91%
Licença Paternidade (5 dias : 275 dias/ano : 10 empregados) - observação 5 0,18% 0,18% 0,18%
Licença Remunerada (4 dias : 275 dias/ano) 1,45% 1,45% 1,45%
TOTAL 30,88% 48,33% 30,87%
( 365 dias do ano - 52 domingos - 52 1/2 sábados - 12 dias feriados : 275 dias úteis ano)
FONTE: Os autores
196
O custo com encargos sociais tem levado algumas empresas a pagar
remunerações (total ou parcialmente) sem fazê-las transitar pela folha de pagamento.
O que fazem, em nosso entender, é apenas escolher um momento diferente para pagar
tais encargos. Tal momento ocorrerá quando houver fiscalização ou quando o empregado
requerer os direitos na Justiça e sem dúvidas serão devidos ainda os juros e as multas.
197
2.4 CÁLCULOS PARA IDENTIFICAR A MELHOR OPÇÃO DE
COMPRA DE MERCADORIA PARA REVENDA E/OU INSUMOS
PARA A PRODUÇÃO
FONTE: Os autores
IMPORTANTE
Afinal, para que servem estes cálculos? Qual é a utilidade?
Para responder a estas questões, mais algumas perguntas se fazem necessárias:
a) Há mais fornecedores no mercado para este mesmo produto?
b) São fabricantes ou distribuidores/atacadistas?
c) Estão enquadrados no Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido?
d) Estão localizados dentro ou fora do estado?
e) Que preços estão praticando?
f) Quantos dias de prazo estão concedendo para pagamento da fatura?
g) O fornecedor vende FOB ou CIF (quem paga o frete? O comprador ou o vendedor?)?
h) Sendo vários, de qual destes fornecedores é mais vantajoso comprar?
199
Os dias de prazo para recuperação dos tributos precisam ser periodicamente
revisados com o seu prestador de serviços contábeis.
3 Preço com IPI, conf. Nota Fiscal do Fornecedor (1 + 2) 13,640 45 13,398 13,550 15 13,469 13,750 120 13,109
6 ( - ) ICMS (sobre preço da mercadoria + frete) 12,00% (1,488) 25 (1,473) 12,00% (1,626) 25 (1,610) 12,00% (1,530) 25 (1,515)
7 ( - ) PIS (s/preço da mercadoria com IPI + frete) 1,65% (0,225) 40 (0,222) 1,65% (0,224) 40 (0,220) 1,65% (0,231) 40 (0,227)
8 ( - ) COFINS (s/preço da mercadoria com IPI + frete) 7,60% (1,037) 40 (1,020) 7,60% (1,030) 40 (1,014) 7,60% (1,064) 40 (1,047)
FONTE: Os autores
Conforme se percebe no quadro anterior, o preço mais alto nem sempre será
o de maior custo. Propositalmente, na simulação feita, o maior preço acabou sendo o
custo mais baixo. O fornecedor “C” que possui o valor da compra nominal em R$ 13,750
com IPI de 10% e prazo de pagamento em 120 dias, passou a ser a melhor opção de
compra a valor presente, pois o valor presente dessa compra está em R$ 10,568. Este
valor é menor que o fornecedor “A” em R$ 10,683 com prazo em 45 dias e o fornecedor
“B” está com valor de compra à vista em R$ 10,626 com prazo de 15 dias.
200
QUADRO 10 – PLANILHA PARA CÁLCULO DO CUSTO LÍQUIDO DE AQUISIÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA PARA
INDUSTRIALIZAÇÃO DE MÁQUINAS, A VALOR PRESENTE E IDENTIFICAÇÃO DA MELHOR OPÇÃO DE COMPRA
INDÚSTRIA "PLANILHA DE CÁLCULOS" LTDA. (Santa Catarina)
Planilha para cálculo do custo de aquisição a valor presente e identificação da melhor opção de compra
= campos sujeitos a alterações, de acordo com a realidade.
Condição de tributação do lucro: LUCRO REAL
PRODUTO: Componente SSS (utilizado na industrialização) Taxa Financeira: 1,20% ao Mês
3 Preço com IPI, conf. Nota Fiscal do Fornecedor (1 + 2) 18,832 28 18,623 19,030 35 18,767 19,100 90 18,429
4 + Frete ( % estimada sobre o preço de compra) 1,90% 0,325 15 0,323 2,50% 0,433 15 0,430 - 0 -
5 ( - ) IPI - sobre preço de compra da mercadoria 10,00% (1,712) 40 (1,685) 10,00% (1,730) 40 (1,703) 5,00% (0,955) 40 (0,940)
6 ( - ) ICMS (sobre preço da mercadoria + frete) 12,00% (2,093) 25 (2,073) 12,00% (2,128) 25 (2,107) 12,00% (2,292) 25 (2,269)
7 ( - ) PIS (sobre preço da mercadoria + frete) 1,65% (0,288) 40 (0,283) 1,65% (0,293) 40 (0,288) 1,65% (0,315) 40 (0,310)
8 ( - ) COFINS (s/preço da mercadoria + frete) 7,60% (1,326) 40 (1,305) 7,60% (1,348) 40 (1,326) 7,60% (1,452) 40 (1,429)
FONTE: Os autores
Como se pode observar, são muitas as variáveis que precisam ser consideradas
simultaneamente.
201
3 CÁLCULOS PARA SE IDENTIFICAR A MELHOR OPÇÃO DE
ENQUADRAMENTO FISCAL
A melhor opção para o enquadramento fiscal das empresas está em identificar
qual é o menor impacto do efeito tributário tanto nas compras dos produtos para as
empresas comerciais ou industriais, assim como também as vendas dos produtos
dessas empresas.
A opção lucro presumido não poderá ser adotada por empresas com
faturamento anual superior a R$ 48.000.000,00. Também as financeiras, seguradoras
e outras exceções não podem optar por esta alternativa, em razão das determinações
contidas na legislação. Por sua vez, há de se verificar que a opção lucro presumido
não é uma opção vantajosa para empresas pouco lucrativas, com relação ao montante
do faturamento. Para supermercados, por exemplo, que operam com lucro bruto com
relação ao valor total de vendas, na ordem de 3,0% na média mundial, esta opção jamais
será vantajosa.
202
Antes, porém, é importante mostrar os quadros e as informações a seguir, que
tratam do IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – e CSLL – Contribuição Social
sobre Lucros:
Lucro
tributável 10.000,00 10.000,00 50.000,00 50.000,00
(*)
Valor do
imposto 1.500,00 900,00 10.500,00 4.500,00
(*) Lucro contábil, adicionado e/ou subtraído das despesas indedutíveis e receitas não tributáveis
(**) 15% até R$ 20.000,00 mês e 25% sobre o valor que exceder.
FONTE: Os autores
% de lucro
presumido 8% 12% 8% 12%
Lucro
tributável 8.000,00 12.000,00 32.000,00 48.000,00
Valor do
imposto 1.200,00 1.080,00 6.000,00 4.320,00
(**) 15% até R$ 20.000,00 mês e 25% sobre o valor que exceder.
FONTE: Os autores
203
Observar que a porcentagem de lucro presumido poderá ser: 1,6%, 8%, 16% e/
ou 32% de acordo com o que estabelece a legislação em vigor. Há a necessidade de se
verificar com o prestador de serviços contábeis a realidade aplicável ao exemplo.
VARIÁVEIS AO PREÇO SUGERIDO DE VENDA Real Presumido Simples Real Presumido Simples
TRIBUTOS % % % % % %
1 ICMS 12,00% 12,00%
2 PIS 1,65% 0,65%
3 COFINS 7,60% 3,00%
4 Imposto de Renda Pessoa Jurídica 15,00% 15,00% 0,69% 1,20%
5 Contribuição social sobre o lucro 9,00% 9,00% 0,41% 1,08%
6 Simples Nacional 10,32%
DESPESAS OPERACIONAIS
7 Gerais, vendas e administrativas fixas 13,23% 13,23% 11,09%
8 Propaganda / publicidade / promoções 0,50% 0,50% 0,50%
9 Fretes nas entregas 1,25% 1,25% 1,25%
10 Outras variáveis 1,80% 1,80% 1,80%
LUCRO LÍQUIDO OBJETIVO CONTEMPLADO NO CÁLCULO 3,50% 3,50% 3,50%
PORCENTAGEM TOTAL VARIÁVEL AO PREÇO SUGERIDO DE VENDA 42,635% 38,210% 28,460%
FONTE: Os autores
QUADRO 14 – PROVA REAL DO CÁLCULO DO PREÇO SUGERIDO DE VENDA COMPARATIVO: LUCRO REAL,
PRESUMIDO E SIMPLES NACIONAL
PROVA REAL: Condição de tributação - R$
Nota: No Lucro Presumido a base de cálculo do IRPJ corresponde à 8% da Receitas de Lucro Lucro Simples
Vendas (Preço Sugerido de Vendas) e a CSLL corresponde à 12% das Receitas de Vendas Real Presumido Nacional
(Preço Sugerido de Vendas). R$ R$ R$
PREÇO SUGERIDO DE VENDA CALCULADO: 12,424 12,870 12,480
( - ) CUSTO LÍQUIDO DE AQUISIÇÃO (7,127) (7,953) (8,928)
VARIÁVEIS AO PREÇO SUGERIDO DE VENDA Real Presumido Simples
TRIBUTOS % % %
( - ) ICMS 12,00% 12,00% 0,00% (1,491) (1,544) -
( - ) PIS 1,65% 0,65% 0,00% (0,205) (0,084) -
( - ) COFINS 7,60% 3,00% 0,00% (0,944) (0,386) -
( - ) Simples Nacional 10,32% - - (1,288)
( - ) Gerais, vendas e administrativas fixas 13,23% 13,23% 11,09% (1,644) (1,703) (1,384)
( - ) Propaganda / publicidade / promoções 0,50% 0,50% 0,50% (0,062) (0,064) (0,062)
( - ) Fretes nas entregas 1,25% 1,25% 1,25% (0,155) (0,161) (0,156)
( - ) Outras variáveis 1,80% 1,80% 1,80% (0,224) (0,232) (0,225)
= LUCRO ANTES DO IRPJ E CSLL 0,572 0,744 0,437
( - ) Imposto de Renda Pessoa Jurídica 15,00% 15,00% (0,086) (0,154) -
( - ) Contribuição social sobre o lucro 9,00% 9,00% (0,051) (0,139) -
= LUCRO LÍQUIDO OBJETIVO CONTEMPLADO NO CÁLCULO 3,50% 3,50% 3,50% (0,435) (0,450) (0,437)
PROVA REAL --> se diferente de R$ zero, há algo errado 0,000 - (0,000)
FONTE: Os autores
205
LEITURA
COMPLEMENTAR
O BRASIL CONVIVE COM UMA DAS MAIS ELEVADAS CARGAS TRIBUTÁRIAS
DO MUNDO E OS SERVIÇOS PÚBLICOS NÃO CONDIZEM COM O MONTANTE DE
TRIBUTOS QUE PAGAMOS
O Brasil convive com uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo e os
serviços públicos não condizem com o montante de tributos que pagamos.
Essa é a grande distinção entre tais países europeus e o Brasil, onde, além de
ser necessário trabalhar quase 118 dias (ou 4 meses) do ano somente para custear a
cobrança de tributos por parte do governo, o brasileiro ainda tem que trabalhar outros
207
quase quatro meses somente para pagar, ao setor privado da economia, os serviços
públicos essenciais que o governo deveria garantir-lhe, pois é essencialmente para isto
que os tributos são pagos.
208
Além disso, também causa revolta saber que o brasileiro tem que pagar mais
tributos do que os habitantes do Reino Unido, do Canadá, da Espanha e dos Estados
Unidos, somente para citar alguns outros importantes países desenvolvidos”.
FONTE: Adaptado de MERCADO COMUM. O Brasil convive com uma das mais elevadas cargas
tributárias do mundo e os serviços públicos não condizem com o montante de tributos que
pagamos. 2021. Disponível em: https://www.mercadocomum.com/o-brasil-convive-com-uma-das-mais-
elevadas-cargas-tributarias-do-mundo-e-os-servic%CC%A7os-publicos-na%CC%83o-condizem-com-o-
montante-de-tributos-que-pagamos/. Acesso em: 14 abr. 2022.
209
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A precificação ou formulação dos preços de venda dos produtos e serviços não raros
é complicada em razão dos conflitos relacionados aos sentimentos de quem o está
realizando.
• A elevada carga tributária exige que este assunto seja cuidadosamente avaliado,
buscando escolher a forma de tributação mais vantajosa.
210
AUTOATIVIDADE
1 Para muitos profissionais, a precificação é uma das áreas da estratégia empresarial
em que se sentem desconfortáveis e vulneráveis. Para estes, o assunto é muito
complexo. Nesse sentido, qual é a melhor recomendação para esses profissionais?
Justifique.
2 O custo com encargos sociais tem levado algumas empresas a pagar remunerações
(total ou parcialmente) sem fazê-las transitar pela folha de pagamento. Geralmente,
se utiliza qual momento para recolher esses encargos? Justifique.
3 Quando a empresa segue a cartilha da boa administração e faz a sua gestão de custos
de forma adequada, ela abre espaço para agregar qualidade para suas mercadorias
e serviços. Se você sabe quais itens fazem mais sucesso financeiramente – ou quais
deles têm o melhor custo-benefício –, pode focar mais seus esforços de venda neles.
Com relação a esses aspectos, assinale a alternativa CORRETA sobre o que causa a
dificuldade para atingir este objetivo:
211
a) ( ) Concentrar esforços e incentivos de vendas nos produtos com maiores margens.
b) ( ) Se possível, trabalhar com mix de produção logística.
c) ( ) Utilizar-se da política de preços de mercado.
d) ( ) Facilitar o financiamento das compras para os clientes.
e) ( ) Em qualquer atividade, se pode aumentar a arrecadação tributária, percebendo-
se que a precificação envolve o preço justo para o imobilizado empregado na
produção.
Produto: Mercadoria YZ para revenda, adquirida de fornecedor lucro real situado fora do estado
Condição de tributação -
Condição de tributação - %
CÁLCULO DO CUSTO LÍQUIDO DE AQUISIÇÃO R$
Lucro Lucro Simples Lucro Lucro Simples
Real Presumido Nacional Real Presumido Nacional
BASE % % % R$ R$ R$
1 Preço de compra da mercadoria p/revenda, definido pelo fornecedor 7,00 7,00 7,00
2 + IPI incidente sobre o preço de compra 10,00% 10,00% 10,00%
212
REFERÊNCIAS
ANDRADE FILHO, E. O. Auditoria de impostos e contribuições. São Paulo:
Atlas, 2009.
213
GULARTE, C. Crimes tributários: quais são e como evitar para sua empresa.
2021. Disponível em: https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/
crimes-tributarios/. Acesso em: 18 dez. 2021.
LEITE, M. Gestão de custos: tudo o que você precisa saber! 2021. Disponível em:
https://www.artsoftsistemas.com.br/blog/gestao-de-custos-tudo-o-que-voce-
precisa-saber/. Acesso em: 23 dez. 2021.
214