Os Principais Erros Da Fase Pré-Analítica Dos Laboratórios

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FACULDADE DE AMERICANA

CURSO DE BIOMEDICINA

ANDRESSA ROCHA DA SILVA

LAURA HELENA LESSA

OS PRINCIPAIS ERROS DA FASE PRÉ-ANALÍTICA DOS LABORATÓRIOS DE


ANÁLISES CLÍNICAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE AMERICANA:
PERCEPÇÃO DOS CLIENTES

AMERICANA

2020
ANDRESSA ROCHA DA SILVA

LAURA HELENA LESSA

OS PRINCIPAIS ERROS DA FASE PRÉ-ANALÍTICA DOS LABORATÓRIOS DE


ANÁLISES CLÍNICAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE AMERICANA:
PERCEPÇÃO DOS CLIENTES

Trabalho de conclusão de curso


apresentado para obtenção do título de
Bacharel em Biomedicina da Faculdade de
Americana.
Orientador: Prof. Me. Bruno Damião e
coorientação do Prof. Esp. Luiz Antônio
Aparecido.

AMERICANA

2020
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FAM
(Faculdade de Americana)

Silva, Andressa Rocha da


S578p
Os principais erros da fase pré-analítica dos laboratórios de análises
clínicas da região metropolitana de americana: percepção dos clientes. /
Andressa Rocha da Silva, Laura Helena Lessa. – Americana, SP: [s.n.],
2020.
48f.: il.

Orientador: Bruno Damião


Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Biomedicina
Faculdade de Americana - FAM.

1. Biomedicina. 2. Laboratórios. 3. Técnicas de Laboratório Clínico.


I. Damião, Bruno. II. FAM. III. Título.
CDU – 577
ANDRESSA ROCHA DA SILVA

LAURA HELENA LESSA

OS PRINCIPAIS ERROS DA FASE PRÉ-ANALÍTICA DOS LABORATÓRIOS DE


ANÁLISES CLÍNICAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE AMERICANA:
PERCEPÇÃO DOS CLIENTES

Trabalho de conclusão de curso


apresentado para obtenção do título de
Bacharel em Biomedicina da Faculdade de
Americana.

Data de Aprovação: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Prof.a. Dra. Patricia Ucelli Simioni


Faculdade de Americana

____________________________________________

Prof.a. Ana Carolina Amaral Lopes Marron


Faculdade de Americana
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, principalmente, que com a graça da vida e saúde permitiu o


cumprimento deste grande desafio.

Aos familiares, em especial meus pais Adália e Edivaldo, meu irmão Anderson
e meu companheiro Cristiano, obrigada pelo carinho e apoio durante toda a execução
do trabalho.

Aos estudantes e integrantes do corpo docente, administrativo e outros da


Faculdade de Americana, que aceitaram participar da pesquisa e responderam aos
questionamentos com muito empenho.

A coordenadora do curso de Biomedicina, Prof. Drª. Patricia Ucelli Simioni; ao


orientador do trabalho, Prof. Me. Bruno Damião e ao coorientador, Prof. Esp. Luis
Antônio, que foram pacientes e auxiliaram na elaboração e conclusão do trabalho,
com muito incentivo e dedicação.

A Laura, companheira do trabalho, que não mediu esforços para a realização


desse sonho, e que sempre foi persistente, paciente e corajosa. Obrigada!
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida. Agradeço a Maria, minha


mãe que nunca me desamparou. Agradeço pela saúde e fé.

Aos familiares, principalmente ao meu marido, André, que sempre acreditou no


meu potencial, incentivou e esteve ao meu lado em todos os momentos. Meus irmãos
Daniel e Kátia, meus pais, sobrinhas e sobrinho, que com suas existências, me
incentivaram de alguma forma nos estudos, muito obrigada.

Aos funcionários da Faculdade de Americana, dos setores da portaria, limpeza,


inspetores, lanchonete, técnicos, biblioteca, administrativos, professores,
coordenadores, direção e todos que integram a comunidade acadêmica, muito
obrigada pelo trabalho e empenho por nós, estudantes.

A nossa coordenadora, Prof. Drª. Patrícia Ucelli Simioni, orientador Prof. Me.
Bruno Damião e coorientador Prof. Esp. Luiz Antônio Aparecido, pelo incentivo,
dedicação e principalmente excelência no aprendizado e auxílio na elaboração deste
trabalho, muito obrigada.

A minha companheira de trabalho, Andressa, pelo empenho, paciência,


parceria e companheirismo, agradeço imensamente.

A todos que de forma direta ou indireta, colaboraram para que fosse possível o
cumprimento deste desafio, muito obrigada!
“Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante
do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e
fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas
sementes no terreno de sua inteligência”.

(Augusto Cury)
RESUMO
Os laboratórios de análises clínicas possuem papel fundamental para promover
conclusões diagnósticas e possíveis terapêuticas, auxiliando médicos e outros
profissionais de saúde, garantindo melhorias na qualidade de vida dos pacientes.
Apesar das mudanças ao longo do tempo e aumento da preocupação com a
comodidade do paciente, os laboratórios ainda apresentam erros que interferem nos
resultados e, consequentemente, na confiança pelo serviço prestado. É de
conhecimento, segundo estudos, que o maior número de erros está presente na fase
pré-analítica dos laboratórios. Essa fase tem origem na solicitação de exames feita
pelo médico, seguido de orientações e preparação do paciente para coleta, finalizando
no início da análise do material. É uma fase marcada por processos manuais e que
dependem da interação entre muitas pessoas, além da colaboração do paciente.
Esses processos permitem maior número de erros que, se não corrigidos, intervêm
nos procedimentos posteriores de análise e emissão do laudo. O trabalho propõe
identificar os principais erros da fase pré-analítica dos laboratórios de análises
clínicas, e expõe a importância do controle de qualidade, que deve gerenciar
treinamentos para a equipe envolvida nos processos, adotar padronizações das
rotinas e utilizar-se de outros métodos, que tem por objetivo a obtenção de resultados
de qualidade e segurança do paciente.
Palavras-chaves: Laboratório de análises clínicas, erros, fase pré-analítica, controle
de qualidade
ABSTRACT
Clinical analysis laboratories play a key role in promoting diagnostic and
possible therapeutic conclusions, assisting physicians and other health professionals,
ensuring improvements in the quality of life of patients. Despite changes over time and
increased concern for patient comfort, laboratories still present errors that interfere with
the results and, consequently, in the confidence for the service provided. It is known,
according to studies, that the greatest number of errors is present in the pre-analytical
phase of laboratories. This phase originates from the request for examinations made
by the doctor, followed by guidance and preparation of the patient for collection, ending
at the beginning of the analysis of the material. It is a phase marked by manual
processes that depend on the interaction between many people, in addition to the
collaboration of the patient. These processes allow a greater number of errors that, if
not corrected, intervene in the subsequent procedures of analysis and issuance of the
report. The work proposes to identify the main errors of the pre-analytical phase of
clinical analysis laboratories, and exposes the importance of quality control, which
should manage training for the team involved in the processes, adopt standardization
of routines and use other methods, which aims to obtain results of quality and patient
safety.
Keywords: Laboratory of clinical analyses, errors, pre-analytical phase, quality control
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Representação esquemática do efeito da estase venosa induzida pela


aplicação do torniquete em constituintes do sangue. ................................................ 18
Figura 2: Faixa etária dos participantes. ................................................................... 23
Figura 3: Gênero dos participantes. .......................................................................... 24
Figura 4: Utilização do laboratório do Sistema Único de Saúde (SUS) pelos
participantes. ............................................................................................................. 25
Figura 5: Utilização do laboratório privado (particular/convênio) pelos participantes.
.................................................................................................................................. 26
Figura 6: Informações sobre o preparo para a realização de exames. ..................... 28
Figura 7: Questionamentos na recepção laboratorial sobre interferentes. ................ 30
Figura 8: Sinceridade dos participantes quando questionados sobre interferentes. . 30
Figura 9: Frequência de realização de exames nos últimos 12 meses. .................... 31
Figura 10: Entendimento sobre interferências dos exames laboratoriais. ................. 32
Figura 11: Questionamento sobre a conferência de dados cadastrais...................... 33
Figura 12: Questionamento sobre a conferência da identificação do nome nos tubos
e frascos. ................................................................................................................... 33
Figura 13: Percepção de dificuldades por parte dos flebotomistas. .......................... 36
Figura 14: Frequência de solicitações atendidas pelo laboratório. ............................ 37
Figura 15: Classificação do atendimento oferecido pela recepção. .......................... 38
Figura 16: Classificação do procedimento de coleta. ................................................ 39
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 12

2.1. Objetivo geral ............................................................................................. 12

2.2. Objetivos específicos ................................................................................ 12

3. PROBLEMA................................................................................................. 13

4. JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 14

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................ 15

5.1. Estrutura do laboratório de análises clínicas .......................................... 15

5.2. Interferes da fase pré-analítica ................................................................. 16

5.2.1. Aplicação do torniquete ................................................................................ 17

5.2.2. Prática de exercício físico ............................................................................ 18

5.2.3. Jejum para o preparo de exames ................................................................. 19

5.3. Controle de qualidade no laboratório de análises clínicas .................... 19

6. METODOLOGIA .......................................................................................... 22

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 23

8. CONCLUSÃO .............................................................................................. 40

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41

APÊNDICE A – Questionário aplicado a comunidade acadêmica ...................... 44

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................ 47


10

1. INTRODUÇÃO
Os laboratórios de análises clínicas possuem papel fundamental no sistema de
saúde, auxiliando no diagnóstico, tratamento, acompanhamento e profilaxia de
doenças. Estes necessitam de estrutura para ações desde a coleta e cuidado com o
paciente até a emissão do laudo, e implantação de um controle de qualidade
específico, permitindo a identificação de erros que ocorrem e afetam todo o conjunto.
Os erros laboratoriais são classificados nas seguintes categorias: fase pré-analítica,
fase analítica e fase pós-analítica. As áreas laboratoriais devem se comunicar, com o
objetivo de diminuir erros e emitir laudos confiáveis, visto que são alvo de muitos
programas de qualidade e de aperfeiçoamento dos serviços prestados, que conferem
ao laboratório credibilidade (COSTA; MORELI, 2012; SHCOLNIK, 2012). Para tanto,
os laboratórios clínicos empregam equipamentos e métodos científicos, com o objetivo
de realizar exames com maior eficácia (GUIMARÃES et al., 2011).
A fase pré-analítica envolve a solicitação do exame encaminhada pelo médico,
bem como informações transmitidas aos pacientes, interpretação do laboratório
quanto aos exames solicitados, a identificação do paciente, orientação apresentada
pelo flebotomista, a coleta (garroteamento, punção, orientações pós-coleta),
transporte do material coletado e armazenamento do mesmo. Após a coleta, o
material é encaminhado para a fase analítica, onde é analisado por meio de
procedimentos laboratoriais. A obtenção dos resultados e a emissão do laudo fazem
parte, por fim, da fase pós-analítica (GUIMARÃES et al., 2011).
As fases do ciclo de análises de um laboratório podem apresentar variabilidade,
compreendendo possíveis erros que provêm de qualquer uma das fases citadas;
porém, são encontradas maiores incidências de erros na pré-analítica (XAVIER et al.,
2016; TEIXEIRA et al., 2016). Esse fato é justificado pela falha nas orientações aos
pacientes (realização de jejum, uso de medicamentos, prática de atividade física); falta
de treinamento adequado da equipe designada a atender no laboratório; coletas
inadequadas, as quais resultam na rejeição da amostra ou análise indevida,
prejudicando a emissão dos resultados, entre outros, que comprometem a segurança
do paciente. Há ainda, nesta fase, uma maior interação entre as pessoas, seja do
flebotomista com o paciente, do flebotomista com o responsável pelo transporte e
armazenamento, e do flebotomista com o médico e outros, o que aumenta a
11

vulnerabilidade, uma vez que a fase em estudo é manual, com maior risco de falha
humana (CODAGNONE et al., 2014).
O laboratório de análises clínicas, dado o exposto, deve apresentar e se
comprometer a um controle de qualidade que visa a diminuição dos erros
apresentados nesse estudo, seja por instruções mais claras aos pacientes,
treinamento da equipe e outros métodos, a fim de gerar segurança aos pacientes e
credibilidade dos serviços prestados (INMETRO, 1997).
12

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral


O presente trabalho visa, por meio de uma pesquisa com a comunidade
acadêmica, determinar e avaliar os fatores que podem influenciar na fase pré-analítica
dos laboratórios de análises clínicas, e apontar possíveis melhorias nos processos
segundo a visão do público que utiliza os laboratórios clínicos da região metropolitana
de Americana (SP).

2.2. Objetivos específicos


Aplicação de pesquisa para avaliação de satisfação da comunidade acadêmica
quanto a satisfação em referência ao uso de serviços de laboratórios clínicos da
cidade da região metropolitana de Americana (SP).
Determinação das fragilidades apontadas pela comunidade acadêmica, quanto
a fase pré-analítica de serviços de laboratórios clínicos da região metropolitana de
Americana (SP).
Avaliação das melhorias que podem ser sugeridas para a fase pré-analítica,
para laboratórios de análises clínicas da região metropolitana de Americana (SP).
13

3. PROBLEMA
Quais os principais erros da fase pré-analítica que podem afetar o Laboratório
de Análises Clínicas, com base em informações dos clientes? Como proceder para a
melhoria dos serviços prestados e confiabilidade de resultados?
14

4. JUSTIFICATIVA
Apesar de adotarem procedimentos operacionais padrões, os laboratórios de
análises clínicas ainda apresentam erros e falhas que podem interferir diretamente do
diagnóstico ao tratamento do paciente, podendo resultar em óbito, uma vez que mais
de 70% das conclusões médicas dependem dos resultados de exames laboratoriais
para determinar tratamentos, internação ou alta hospitalar. Dados do Instituto de
Medicina dos Estados Unidos da América (IOM) apontam entre 44.000 a 98.000
mortes anuais envolvendo os setores de atendimento à saúde, de acordo com a
publicação do livro “Errar é humano”. Segundo estudos, o maior percentual de erros
está concentrado na fase pré-analítica, variando de 54,5 a 88,9% se comparado as
fases analítica e pós-analítica, tornando os números alarmantes (SHCOLNIK, 2012).
A fase pré-analítica é alvo de muitos estudos e estratégias que visam promover a
diminuição dos erros, além de oferecer ao paciente segurança quanto ao atendimento
prestado e confiança na obtenção de resultados, a fim de mitigar falsos positivos ou
falsos negativos. Nesse cenário, o presente trabalho irá expor a pesquisa realizada
com pacientes quanto a percepções e informações obtidas referente aos laboratórios
de análises clínicas. Ainda, o presente trabalho irá propor medidas de correção dos
erros encontrados.
15

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1. Estrutura do laboratório de análises clínicas


Os laboratórios de análises clínicas, assim como outras instituições de saúde,
aprimoraram os serviços prestados com o passar dos anos, visto que a maioria dos
procedimentos se tornou automatizado e há uma maior preocupação quanto ao bem-
estar do paciente e suas necessidades. O laboratório mantém suas atividades devido
a correta continuidade de rotinas, estabelecidas desde a fase pré-analítica até a pós-
analítica, sendo imprescindível manutenções quando necessárias, e estas são
baseadas em parâmetros utilizados para verificar a qualidade dos serviços prestados
e confiabilidade dos resultados, funções de um controle de qualidade (VIEIRA et al.,
2011).
Como tem papel fundamental para determinar o diagnóstico, tratamento,
profilaxia e acompanhamento de muitas patologias, os laboratórios recebem muitas
solicitações, e trabalham com grandes quantidades de amostras, sendo que, para
obtenção de resultados de qualidade, precisam adotar e seguir padronizações, que
permitem diminuir erros e falhas a partir de uma segura relação entre as fases pré-
analítica, analítica e pós-analítica (ROCCO; SILVA, 2016).
A fase pré-analítica abrange desde a solicitação feita pelo médico até o início
da análise do material biológico. Os laboratórios devem dispor de orientações sobre
preparo de exames que sejam claras e de fácil entendimento do paciente; confirmar
dados para o cadastro do paciente, tal como nome completo, data de nascimento,
idade, sexo, telefone, exames laboratoriais requeridos e informações complementares
(realização de jejum, uso de medicamentos, prática de atividade física e outros),
sendo que cada paciente tem um número e prontuário específico; a coleta deve ser
realizada e, no momento, a identificação da amostra também. Após, cabe à triagem
do laboratório analisar se o material está apto a seguir para próximas etapas ou se
insere em critérios de rejeição, pois podem interferir nos resultados. As orientações
escritas sobre o processo de recebimento, coleta e identificação de amostras, assim
como o transporte adequado, também são necessárias no ambiente de coleta do
laboratório de análises clínicas, tal qual a identificação dos profissionais de saúde que
executaram essas tarefas, permitindo a rastreabilidade da amostra e execução da
análise. A amostra deve também ser armazenada de forma a manter sua qualidade.
O ambiente de coleta deve conter manual de biossegurança para os profissionais,
16

considerando ações indispensáveis, como por exemplo uso de EPIs e EPCs. Trata-
se, portanto, de uma fase com mais processos manuais, mais susceptível a erros
(BRASIL, 2005).
A fase analítica compreende os processos em que a amostra biológica é
analisada. A evolução de técnicas manuais para automatizadas, devido a evolução de
tecnologias, permitiu melhoras na exatidão dos resultados fornecidos pelos
laboratórios, além de outros ganhos como análise de um número maior de amostras,
mais agilidade na liberação de resultados e maior controle dos reagentes e outros
materiais necessários para as análises (OLIVEIRA; MENDES, 2010).
Por fim, os processos envolvidos na fase pós-analítica são a conferência dos
resultados obtidos e a emissão do laudo. Todas as fases, incluindo essa, possuem
parâmetros que determinam a eficácia do serviço prestado, os indicadores de
qualidade. Com base nesses indicadores, o laboratório identifica onde há erros e
busca solucioná-los (ANDRIOLO et al., 2018).

5.2. Interferes da fase pré-analítica


A equipe de atendimento na recepção de um laboratório de análises clínicas
realiza um trabalho imprescindível envolvido na fase pré-analítica. Esse é o setor que
realiza o primeiro contato com o paciente, após a solicitação médica para a realização
de exames laboratoriais, onde lhe são fornecidas informações referentes a todo o
preparo para os exames solicitados. A prática de atividade física, período do ciclo
menstrual, uso de medicamentos e tabagismo são interferes de pesquisa por parte
dessa equipe, além da orientação relacionada ao período de jejum. Essas
informações, se não prestadas ou cedidas de forma errônea, podem afetar a rotina do
laboratório, ocasionando resultados negativos nos indicadores de gestão e saúde do
paciente (AIRES, 2019; LIMA-OLIVEIRA, 2009).
Segundo HOLANDA et al. (2018), na fase pré-analítica geralmente é onde
encontra-se o maior número de erros humanos, pois são dependentes de ações
manuais, como verbalizar com paciente, coletar e identificar a amostra, transportar e
armazená-la. Um dos problemas encontrados também e apontado pelos autores é a
constante renovação de profissionais, muitas vezes negligenciando a biossegurança,
que entre os indicativos estão as normas de boas práticas laboratoriais e a falta de
treinamento (GUIMARÃES et al., 2011; HOLANDA et al., 2018).
17

Carraro e Plebani (2007) demonstraram através de um estudo que, 393


resultados apresentavam-se questionáveis, sendo que destes, 61,9% correspondiam
a fase pré-analítica (Tabela 1), que envolve também o profissional de flebotomia. A
coleta de amostra deve ser realizada por uma equipe tecnicamente qualificada,
geralmente composta por auxiliares ou técnicos de enfermagem, técnico de
laboratório, enfermeiros e biomédicos, que entendam a importância do processo
(SILVA; PEDUZZI, 2005).

Tabela 1 - Erros da pesquisa encontrados nas fases analítica, pré-analítica e pós-analítica.

DEFEITOS ENCONTRADOS
Frequência
PRÉ-ANALÍTICO N° %
Amostra colhida na via de infusão 3 1.9
Amostra contaminada 1 0.6
Erro de enchimento do tubo 21 13.1
Tubo vazio 11 6.9
Recipiente inadequado 13 8.1
Amostra não refrigerada 3 1.9
Tubo ausente 5 3.1
Erros de temporização no teste de Dirogoxina 1 0.6
Erro na identificação de paciente 14 8.8
Erro no procedimento de solicitação 12 7.5
Conflito de comunicação de dados 6 3.8
Pedido médico perdido 3 1.9
Pedido mal interpretado 2 1.3
Entrada não realizada no sistema do laboratório 4 2.5
SUBTOTAL 99 61.9

ANALÍTICO
Erro aleatório causado por instrumento 3 1.9
Imprecisão analítica não reconhecida 21 13.1
SUBTOTAL 24 15

PÓS ANALÍTICO
Repartição de comunicação de resultados 32 20
Falta de comunicação com laboratório 3 1.9
Tempo de resposta excessivo 2 1.3
SUBTOTAL 37 23.1
Fonte: Adaptado de Carraro e Plebani, 2007.

5.2.1. Aplicação do torniquete


Um dos procedimentos que apresenta falhas na fase pré-analítica é a aplicação
do torniquete na flebotomia, que não deve ultrapassar 60 segundos, fato que ocorre
18

por parte dos profissionais, conforme demonstrado em pesquisa realizada (OLIVEIRA,


2007). Foi evidenciado alguns casos em que o tempo de aplicação do torniquete
chegou a 3 minutos, sendo que o estudo avaliou o desempenho de fleblotomistas da
rede pública e privada. O estudo aponta que o prolongamento no tempo de aplicação
do torniquete pode levar a alterações séricas na hemoconcentração, aumentadas ou
diminuídas, sendo consideráveis no diagnóstico, indicando assim que deve ser
removido quando a agulha é puncionada. O torniquete tem como objetivo facilitar a
localização do vaso sanguíneo para a punção, promovendo obstrução do fluxo
sanguíneo e permitindo ocorrência da hemoconcentração, como demonstrado na
figura 1 (OLIVEIRA, 2007).

Figura 1 - Representação esquemática do efeito da estase venosa induzida pela aplicação


do torniquete em constituintes do sangue.

Fonte: Oliveira, 2007.


Andriolo et al. (2018) apontam que erros na fase pré-analítica, provenientes de
processamento, manipulação e transporte, podem prejudicar o curso clínico de
pacientes, com alterações errôneas de determinação de íons, como é o caso do
potássio.

5.2.2. Prática de exercício físico


A prática de atividade física pode interferir num período de até 24 horas nos
resultados da dosagem de enzimas, como creatinoquinase, decorrente da ação
hemostática e suas variações. É perceptível a importância do paciente informar a
prática de exercícios físicos no atendimento que antecede a coleta para exames
laboratoriais, a fim de evitar um dos erros presentes na fase pré-analítica (ANDRIOLO
et al., 2010).
19

5.2.3. Jejum para o preparo de exames


O jejum é um dos preparos necessários para a realização de alguns exames
laboratoriais, devendo ser criteriosamente respeitado o tempo indicado pelo médico
solicitante, ou orientação do laboratório, que pode variar de acordo com o método
utilizado para análise. Entretanto, o jejum não deve ultrapassar o período de 16 horas.
Ainda assim, alguns pacientes que seguem uma dieta regular podem apresentar
alterações (ANDRIOLO et al., 2010).
O trabalho de Scartezini (2017) revelou um posicionamento sobre a
flexibilização do jejum para o perfil lipídico, demonstrando que não é necessário o
jejum para a coleta e análise, mas que esta informação deverá constar no laudo
emitido pelo laboratório. Quando solicitado outros exames associados ao perfil
lipídico, e que necessitem de jejum, deve ser informado ao paciente a necessidade da
preparação com jejum.

5.3. Controle de qualidade no laboratório de análises clínicas


Buscar melhorias contínuas faz parte do processo de crescimento de muitas
empresas, inclusive do Laboratório de Análises Clínicas. Este deve ter como objetivo,
fora manter-se no mercado ou visando ampliação lucrativa, aumentar e garantir a
segurança do paciente, finalizando a prestação de serviço com um laudo fiel ao quadro
clínico do mesmo (BERLITZ, 2010). Para que isso seja realidade, se faz necessário
um controle que garanta a qualidade, permitindo o conhecimento em todos os
processos, identificação de falhas e propostas corretivas, caso o erro aconteça
(MARTELLI, 2011).
Segundo Shcolnik (2000), são conferidos aos laboratórios estágios para
exercer suas atividades visando a qualidade, e dentre eles, os principais utilizados no
sistema de saúde mundial são o controle de qualidade (métodos que seguem
requisitos e normativa vigente) e a garantia da qualidade (atividades que atestam que
os requisitos previstos serão executados pelo laboratório), considerados basais.
Apesar disso, é importante que os laboratórios utilizem esses recursos.
Os pacientes que necessitam do laboratório tornaram-se exigentes na escolha
de serviços. Por isso, podem recorrer às certificações e acreditações que o laboratório
20

possuí. Estes atestam que as atividades seguem os requisitos exigidos, e são cada
vez mais implementados no sistema de saúde (VIEIRA, 2012).
Para a avaliação e certificação dos laboratórios, os órgãos responsáveis
necessitam de indicadores laboratoriais, sendo que cada fase do laboratório possui
os específicos. Esses indicadores permitem comparações internas e externas, e
visam a padronização entre os laboratórios, a fim de propor correções dos erros e
devida acreditação. Os laboratórios de análises clínicas, graças a ação da Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e outros,
conseguem trabalhar para a melhoria contínua da qualidade, através do Programa de
Acreditação de laboratórios Clínicos (PALC), que permite resultados mais confiáveis
e menos variáveis. Há, ainda, outros programas (VIEIRA et al., 2011).
Os principais indicadores da fase pré-analítica estão descritos na literatura
como recoleta, erros no cadastro do paciente, falhas na coleta e transporte do material
biológico. Além desses, erros de aliquotagem também são conferidos a fase pré-
analítica (VIEIRA et al., 2011).
O CLSI, sigla de Clinical and Laboratory Standards Institute, é uma instituição
internacional que pontua os erros que surgem da fase pré-analítica dos laboratórios,
e fornece passo-a-passo de procedimentos para a coleta, tal como higienização,
sequência correta dos tubos a vácuo, tempo de garrote esperado para não prejudicar
resultados e outros. Essas diretrizes são muito valorizadas no sistema de saúde
mundial, a fim de garantir a segurança do paciente e dos resultados, além de fornecer
dados para a correção dos erros (LIMA-OLIVEIRA et al., 2011).
A fase pré-analítica, como já demonstrado, concentra o maior número de erros
no laboratório. A fim de minimizá-los, cabe a gestão laboratorial mudar as rotinas
dessa fase que carece de atenção e apresenta maior rotatividade de pessoas. São
necessários treinamentos específicos para as equipes envolvidas, desde a recepção
(orientações ao paciente) até a equipe de flebotomistas (posição correta do paciente,
garrote, uso de tubos de coleta na sequência correta), além de outros processos
(OLIVEIRA; MENDES, 2010). A gestão de qualidade trabalha implantando
procedimentos operacionais padrão (POP) e também instruções técnicas (IT),
desenvolvidos para todas as atividades laboratoriais, contendo informações claras
que envolvem todas as fases no laboratório e dispostos facilmente aos funcionários.
O POP é um documento que padroniza os processos laboratoriais e deve ser revisado
anualmente, ou sempre que for adotado um novo procedimento. Por ser uma fase de
21

difícil controle quando o procedimento é realizado fora do laboratório, a fase pré-


analítica deve dispor de todas as instruções necessárias ao paciente com relação a
preparação para os exames, e estes também são padronizados no POP (MARTELLI,
2011).
22

6. METODOLOGIA
A metodologia do presente trabalho busca a obtenção de dados para descrever
a visão dos pacientes relacionados às falhas da fase pré-analítica dos laboratórios de
análises clínicas da região metropolitana de Americana.
Os dados consistiram na coleta através de um questionário, apresentado no
apêndice I. disponibilizado via portal acadêmico da Faculdade de Americana, no
período de 5 dias, em 2019. Contou com a participação de alunos, docentes e
funcionários da Instituição, totalizando 1.880 participantes, que concordaram através
do termo de consentimento livre e esclarecido, que consta no apêndice II. Abrangeu-
se, assim, clientes da região metropolitana de Americana.
O estudo envolveu, além da pesquisa virtual, leitura para revisão bibliográfica
em artigos científicos e livros, sendo dispostos como base para coleta de material
prévio para estudo. Os artigos eletrônicos foram pesquisados em sites especializados
contendo base de dados científicos confiáveis, como é o caso do SciELO e o Google
Acadêmico, que dispõe de ferramenta específica para pesquisas científicas. A revisão
da literatura também foi realizada em sites governamentais, como a Anvisa e
Ministério da Saúde.
Os dados obtidos foram analisados e discutidos abaixo.
23

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas figuras 2 e 3 são apresentados parte dos resultados obtidos na presente
pesquisa relacionados ao público alvo. O público avaliado foi de 1.880 pessoas, sendo
a maioria dos participantes da faixa etária entre 21-30 anos, correspondendo a 44%
da amostra avaliada (Figura 2). A maioria, cerca de 64%, é do sexo feminino, sendo
36% dos participantes do sexo masculino (Figura 3). Historicamente, a procura do
homem pelos serviços de saúde é inferior à das mulheres, sendo que, de acordo com
pesquisas, as justificativas mais comuns são falta de tempo, medo de comprometer a
carreira, questões econômicas e dificuldade de expor o corpo a profissionais da saúde
(GOMES et al., 2007).

Figura 2 - Faixa etária dos participantes.

8%

12%

36%

44%

16-20 anos 21-30 anos 31-40 anos mais de 40 anos


24

Figura 3 - Gênero dos participantes.

36%

64%

Feminino Masculino

Com criação no ano de 1988 pela Constituição Federal, o SUS (Sistema Único
de Saúde) tem por objetivo atender a população de modo geral, porém ainda enfrenta
um cenário crítico no país, devido à falta de padronização no quesito atendimento e
investimento nas áreas de atenção ao paciente, incluindo recursos físicos, materiais,
humanização e acolhimento (MOIMAZ et al., 2010; SOUZA-SILVA et al., 2017).
Questionados sobre a utilização de laboratórios do Sistema Único de Saúde,
60% dos participantes responderam que utilizam os laboratórios de rede pública,
mesmo que sempre, às vezes, na maioria das vezes ou poucas vezes (Figura 4).
Algumas observações importantes também foram evidenciadas pelos
participantes desta pesquisa, tal como o não cumprimento de boas práticas
laboratoriais por parte do profissional da saúde, ao não realizar troca de luvas
descartáveis; não questionam possíveis interferes do exame; não demonstram
humanização e acolhimento, visto que os laboratórios são geralmente lotados. Ainda,
a demora na rede pública é um obstáculo.
Oliveira (2007), em estudo de avaliação com 30 flebotomistas, demonstrou que
os profissionais da saúde pública apresentavam maior ocorrência de erros de
utilização dos tubos a vácuo na sequência correta e homogeneização dos mesmos,
se comparado aos profissionais de laboratórios privados, além do abuso em relação
ao tempo de aplicação do torniquete durante a punção. Essas falhas comprometem a
25

qualidade da amostra, visto que pode ocorrer contaminação da agulha, hemólise e


concentração de analitos, respectivamente, gerando resultados equivocados.
Entretanto, vale ressaltar que o atendimento de 80% da população do país é
de responsabilidade do SUS, que detém poucos recursos direcionados à saúde se
comparado as redes privadas de atendimento (IBDEE, 2019).

Figura 4 - Utilização do laboratório do Sistema Único de Saúde (SUS) pelos participantes.

8%

15%
40%

8%

29%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca

Questionados sobre a realização de exames laboratoriais particulares ou pelo


convênio, 89% dos participantes afirmaram realizar, mesmo que sempre, às vezes,
na maioria das vezes ou poucas vezes (Figura 5).
26

Figura 5 - Utilização do laboratório privado (particular/convênio) pelos participantes.

11%

33%
20%

17%
19%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca

Na figura 6 são apresentados os resultados obtidos quanto à preparação para


os exames laboratoriais. Entre os respondentes da pesquisa, um buscou orientação
quanto a coleta de urina, se era necessário realizar a higienização. Foi informada de
que não era necessário, e o resultado obtido apontou infecção de urina.

Nove porcento dos participantes responderam que nunca buscam informações


para a realização dos exames. Este é um dado preocupante, pois a preparação
depende também do paciente, e a falta de informação quanto ao preparo pode
acarretar problemas pré-analíticos no laboratório, como no caso de coleta de urina,
exame parasitológico e antígeno específico da próstata (PSA).
Deve ser esclarecido, de forma clara e segura aos pacientes, a importância de
abster-se do fumo e ingestão de bebida alcoólica, sendo estes alguns exemplos de
interferes pré-analíticos que influenciam nos resultados. Este último pode elevar níveis
de analitos como ácido úrico, gama-glutamil transferase e transaminases. Ainda, a
necessidade de jejum para dosagens de certos analitos, tal como cálcio ionizado, e a
não necessidade na dosagem de outros, como troponinas. Para o hemograma,
embora não seja necessário jejum (caso o paciente tenha realizado dieta leve), os
laboratórios seguem seus próprios critérios (ANDRIOLO et al., 2018).
Ainda quanto ao preparo, a preparação para coleta dos exames de urina e
parasitológico são fundamentais e devem respeitar as instruções laboratoriais. Para
esses procedimentos, primeiramente deve-se higienizar as mãos, regiões genitais e
27

penianas, seguindo para a coleta, que no caso da urina deve ser preferencialmente a
primeira do período da manhã, ou quatro horas após retenção. É importante o paciente
ser orientado que a coleta deve ser do jato médio, sem interromper micção após o
primeiro jato, em frasco e tubo apropriados, e encaminhar ao laboratório em até duas
horas. O desprezo do primeiro jato é importante para lavar o canal uretral, não
interferindo na clínica do paciente com contaminação por microbiotas. Para coleta de
fezes, a orientação é que o paciente tenha cuidado com a contaminação da amostra
pela urina, sendo assim é recomendável urinar antes da coleta. É importante que a
amostra fecal esteja em recipiente totalmente limpo e seco, para ser transferido ao
tubo apropriado. O paciente deve ser orientado também com relação a presença de
muco, sangue e parasitas, que devem ser coletados no frasco que será encaminhado
ao laboratório, devendo ocorrer em até duas horas após coleta, ou após ser
refrigerado por no máximo 12 horas (ANDRIOLO et al., 2018; PARDINI, 2020).
Quando solicitado o exame de PSA total ou livre, orientações devem ser
transmitidas ao paciente com relação ao preparo e dieta antes da coleta, que incluem
jejum de três horas, não praticar atividade física nos últimos dois dias, não ejacular
nas últimas 48 horas e não fazer uso de supositório nos últimos três dias. Além disso,
não ter realizado cistoscopia nos últimos 5 dias, colonoscopia nos últimos 15 dias e
estudo urodinâmico nos últimos 21 dias (FLEURY, 2020). Outros procedimentos, se
realizados antes da coleta para o exame de PSA, podem causar aumento transitório
nos níveis do antígeno, como é o caso do exame de toque retal, se realizado no
período anterior a três dias da coleta. São observadas também alterações no exame
em procedimentos como a massagem da próstata e ultrassonografia transretal. No
caso de biópsia da próstata, deve-se aguardar o período de 30 dias para a realização
do exame, pois este procedimento, realizado com agulha, demonstra aumento nos
níveis do antígeno. Alguns medicamentos também apontam interferência no resultado
do exame, como é o caso da biotina, devendo ser suspenso o uso por três dias que
antecedem a coleta (FLEURY, 2020; BECKMAN COULTER, 2010).
28

Figura 6 - Informações sobre o preparo para a realização de exames.

9%
7%

48%
23%

13%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca

O gráfico 7 apresenta dados quanto ao fato dos participantes serem


questionados sobre interferentes pré-analíticos. Poucos relatam serem questionados
quanto a prática de atividade física, sendo esses um total de apenas 3%. Entre os
participantes, 10% responderam nem sempre ser sinceros nas respostas quando
questionados pelos profissionais da recepção laboratorial (Figura 8), o que pode
interferir diretamente no resultado do exame.

Ainda, vale relatar que 53 participantes fizeram observações quanto ao


questionamento sobre os quesitos em conjunto, sendo realização do jejum e uso de
medicamento, e apenas 6 participantes relataram ser questionados sobre prática de
atividade física, uso de medicamento e realização do jejum.
A realização de atividade física antes do exame é pouco questionada mas
sabidamente ocasiona uma desconfiguração hemostática, envolvendo os leucócitos e
principalmente os neutrófilos (BAUER et al., 2015). Os neutrófilos são as células
granulocíticas mais abundantes entre os leucócitos, sendo responsáveis pela resposta
primária a infecções, principalmente bacterianas. Os neutrófilos encontram-se 50%
circulantes e 50% marginados no estado basal da população (ABBAS et al., 2017).
A análise de um leucograma após a realização de atividades físicas pode
apresentar número elevado dos neutrófilos, resultando em um prognóstico de
29

pseudoneutrofilia e tratamento indevido ao paciente. Em estudo, Bauer et al. (2015)


demostra aumento significativo dos neutrófilos após aplicação de um teste de
VO2máx (teste de Cooper), com resultado pré 6413,88 ± 1980,68 e pós 8859,13 ±
2798,76. Isto ocorre devido a alteração hemostática após realização de atividades
físicas em que os neutrófilos marginados migram para a corrente sanguínea,
ocasionando leucocitose e consequentemente a neutrofilia.
Caso o paciente relate a prática de exercícios físicos, deve ser orientado a
aguardar de 12 a 24 horas para a coleta, pois este é o período em que a atividade
intensa pode ocasionar alterações séricas de algumas enzimas (ANDRIOLO et al.,
2010).
No presente estudo, a grande maioria respondeu ser questionada sobre a
realização do jejum (Figura 7), porém a literatura vem desmitificando o preparo para
exames tais como os exames de perfil lipídico, como LDL e HDL, visto que os
resultados não se alteram significativamente após refeição usual sem excessos. Além
disso, permite maior comodidade ao paciente, evitando desmaios e intercorrências, e
obtenção de valores verdadeiros para afirmar condições cardiovasculares de risco.
Entretanto, é de responsabilidade do laboratório questionar se o paciente ingeriu
refeição com excesso de gordura e informar se a coleta foi realizada com ou sem
jejum (SCARTEZINI et al., 2017).
30

Figura 7 - Questionamentos na recepção laboratorial sobre interferentes.

5% 3%

43%
49%

Atividade Física Uso de Medicamentos Jejum Outros

Figura 8 - Sinceridade dos participantes quando questionados sobre interferentes.

1% 1%
2%
6%

90%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca


31

Os dados permitem observar que cerca de 74% dos participantes realizaram


exames laboratoriais nos últimos 12 meses (Figura 9) e 68% afirmam ter
conhecimento do que pode interferir no exame (Figura 10). Esses dados demonstram
a participação do cliente/paciente nos processos laboratoriais.
O paciente é peça fundamental para a fidelidade do laudo emitido pelo
laboratório, e deve informar com clareza se possui doenças prévias ou se faz uso de
medicamentos que podem interferir nos resultados, além de outras informações se
necessárias. Deve seguir todas as orientações prestadas pelo profissional da saúde
e deixar claro se compreendeu ou não os preparos, além de estar ciente dos
procedimentos que serão realizados e ter dúvidas esclarecidas pelo laboratório, de
forma clara e compreensível. Essa interação permite ao paciente criar um vínculo com
o serviço de saúde e diminuir conflitos de comunicação, que são apontados também
como erros pré-analíticos (IBDEE, 2019).

Figura 9 - Frequência de realização de exames nos últimos 12 meses.

26%

74%

Sim Não
32

Figura 10 - Entendimento sobre interferências dos exames laboratoriais.

32%

68%

Sim Não

Quando questionados sobre a conferência de dados cadastrais, 63% dos


participantes apontaram não receber sempre a folha para verificação dos dados
(Figura 11), enquanto 52% responderam não receber sempre os tubos ou frascos para
conferência da identificação pelos profissionais (Figura 12).

Carraro e Plebani (2007) evidenciaram alta frequência de erro referente a


identificação do paciente, sendo essa de cerca de 8,8%. Este é considerado um erro
evitável e que provoca insegurança, transtornos ao paciente e perda da credibilidade
no serviço de saúde.
Muitas expectativas para minimizar erros de identificação foram criadas com a
utilização de sistemas informatizados, que geram etiquetas com código de barras
individual para cada paciente, permitindo, por exemplo, rastreabilidade de amostras.
Apesar da diminuição de alguns erros, estes ainda estão presentes, visto que muitos
profissionais da saúde não questionam nome completo e data de nascimento do
paciente e não identificam os tubos e frascos no momento da coleta. Além disso, os
sistemas automatizados podem apresentar instabilidade, levando o profissional da
saúde a realizar tarefas manuais, ficando mais suscetível a erros (GUIMARÃES et al.,
2011; SHCOLNIK, 2012).
33

Figura 11 - Questionamento sobre a conferência de dados cadastrais.

13%

11% 37%

24%

15%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca

Figura 12 - Questionamento sobre a conferência da identificação do nome nos tubos e frascos.

19%

48%
11%

15%

10%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca

Quando questionados sobre as dificuldades percebidas durante a coleta,


apenas 27% dos participantes relataram nunca perceber dificuldades do profissional
de saúde (Figura 13).

Alguns comentários importantes foram evidenciados pelos participantes desta


pesquisa, que observaram a pressa do profissional da saúde para localizar vasos
34

profundos ou difíceis. Ainda, relataram desmaios e dor local, devido muitas tentativas
na coleta.
Segundo Costa e Moreli (2012, apud STATLAND, 1979; MILLER et al., 1992),
diversos artigos relatam a importância de cumprir o tempo máximo de 60 segundos
para a aplicação do torniquete durante a coleta, visto que o não cumprimento pode
gerar variações em diversos analitos, uma vez que a estagnação venosa resulta em
hemoconcentração. Em estudo, observou-se o aumento do colesterol (cerca de 5,1%)
quando o torniquete permaneceu por mais de 120 segundos no braço do paciente, e
aumento da enzima creatinoquinase quando o torniquete perdurou por 6 minutos,
induzindo a liberação de laudo com informações falsas.
Durante a coleta, muitos profissionais solicitam que o paciente realize
movimentos de abrir e fechar a mão, ou o próprio paciente realiza a ação
voluntariamente. Este movimento, porém, interfere na concentração dos analitos e
resulta em um dado errôneo, como por exemplo o aumento do potássio sérico,
evidenciado em estudo. Entretanto, se realizada apenas uma vez, essa movimentação
facilita a localização do vaso pelo flebotomista (LIMA-OLIVEIRA et al., 2011).
Ainda, o profissional da coleta deve atentar-se quanto a postura do paciente,
que deve estar em posição confortável e com o braço sobre o apoio da cadeira, além
de evitar mudanças na posição corporal, que pode ocasionar, por exemplo, elevação
do colesterol em até 8,5%, segundo estudos (COSTA; MORELI, 2012, apud GUDER
et al. 1996). Essas ações minimizam as chances de variações dos analitos. Além
disso, deve realizar a correta higienização das mãos e antissepsia da área para
punção, com álcool 70% em movimentos circulares do centro para a periferia,
fundamental para evitar contaminações por microrganismos da pele (ANDRIOLO et
al., 2010).
Além dos procedimentos citados, o flebotomista precisa conhecer e aplicar a
sequência correta a ser utilizada de tubos a vácuo, conforme orientação do CLSI
(Clinical and Laboratory Standards Institute) e da Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML), que são utilizados nos laboratórios e fonte
de erro na fase pré-analítica, uma vez que os tubos possuem aditivos anticoagulantes
ou pró-coagulantes, que podem contaminar a agulha e os tubos. Estudos apontaram
a persistência deste erro, mesmo com a presença de manuais, tanto nos laboratórios
públicos quanto nos privados (OLIVEIRA, 2007).
35

Para coleta de exame de gasometria, que avalia vários parâmetros em


conjunto, o flebotomista frequentemente punciona a artéria radial, e é importante a
realização do teste de Allen, que possibilita identificar a perfusão arterial para uma
correta avaliação dos parâmetros. O indicado é que a coleta seja realizada com
seringas plásticas contendo anticoagulante, de preferência heparina liofilizada, para
minimizar efeitos de queda de íons, desprezando a agulha após a coleta e esgotando
possíveis bolhas de ar na amostra, que podem comprometer os valores da pressão
do oxigênio. Ainda, é importante homogeneizar suavemente a amostra, rolando-a
entre as mãos, e mantendo-a em posição horizontal para o transporte e
armazenamento, a fim de evitar variações na análise, como da hemoglobina. Para
gasometria, a amostra deve ser analisada preferencialmente em no máximo 30
minutos após a coleta, sendo preferível a análise imediata. Caso o tempo ultrapasse
10 minutos, a amostra deve ser mantida em refrigeração, entre 0 a 4°C. O tempo
prolongado entre a coleta e análise pode resultar em alterações nos níveis de gases
sanguíneos e elevação do potássio, devido a difusão de gases pela parede da seringa
de plástico, uma vez que o metabolismo celular continua mesmo após a coleta
(ANDRIOLO et al., 2018).
A técnica recomendada e mais frequentemente utilizada para a coleta de
sangue é a coleta à vácuo, conhecida como sistema fechado, que oferece ao
profissional da saúde maior segurança ao manipular amostras biológicas. Deve ser
respeitada a correta proporção entre amostra e aditivo, conforme indicado no próprio
tubo, a fim de obter amostras com qualidade e resultados precisos. Para o exame de
hemograma, por exemplo, utiliza-se o anticoagulante EDTA, com proporção de 1,5
mg para cada mililitro de sangue, e caso o volume de amostra seja menor que o
recomendado, os eritrócitos apresentam tamanho diminuído, evidenciado no
hematócrito após processamento na centrífuga (ANDRIOLO et al., 2018). A alta
frequência deste erro foi evidenciada em estudo, sendo essa de 13,1% (CARRARO;
PLEBANI, 2007).
Deve-se evitar a hemólise da amostra sanguínea, que expõe o conteúdo
intracelular no material a ser analisada. Esse erro é frequente e interfere na dosagem
de analitos, resultando em concentrações elevadas de lactato desidrogenase (DHL),
potássio, aspartato transaminase e outros. Ainda, ações como o uso indevido do
torniquete durante a coleta, excesso de álcool no local a ser puncionado e punção em
áreas que apresentam hematomas aumentam os riscos de hemólise. Além disso, em
36

coletas com seringa, a perfuração da tampa com a agulha apresenta potencial risco
para o erro. A homogeneização indevida e grosseira dos tubos a vácuo e o transporte
e armazenamento incorreto, expondo o material a temperaturas elevadas ou contato
direto com o gelo também agregam riscos de ruptura das hemácias. Contudo,
pacientes portadores de doenças hemolíticas podem apresentar hemólise, e esta
informação deve estar associada a correta interpretação dos resultados, constando
no prontuário e laudo do paciente a patologia prévia (ANDRIOLO et al., 2010;
ANDRIOLO et al., 2018).

Figura 13 - Percepção de dificuldades por parte dos flebotomistas.

4%

27%
24%

8%

37%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca

Entre os dados obtidos, cerca de 48% dos participantes relataram ter as


perguntas e solicitações atendidas nos laboratórios (Figura 14), enquanto 2%
alegaram mal atendimento por parte desses profissionais, e a maioria, composta por
60%, classificou o atendimento como dentro do esperado (Figura 15). O atendimento
da recepção compõe o setor pré-analítico laboratorial, e é o primeiro contato do
paciente com o laboratório.

Alguns comentários dos participantes expõem que os laboratórios devem


explicar de forma clara a necessidade de jejum em alguns exames e mais informações
referentes ao preparo que antecede a coleta, evitando assim transtornos durante os
procedimentos laboratoriais.
37

A emissão de laudos confiáveis, de forma rápida e precisa, é o último e


almejado processo dentro de um laboratório de análises clínicas, porém, é
dependente das etapas pré-analítica e analítica. Atender as solicitações dos pacientes
e oferecer um serviço de qualidade é primordial para o desenvolvimento das demais
fases no laboratório. Contudo, é de extrema importância que a solicitação médica seja
acompanhada de orientações ao paciente por parte do profissional médico, com
relação a preparação necessária para os exames, devendo o paciente buscar
orientação também junto ao laboratório, reforçando a orientação médica e sanando
possíveis dúvidas (ARAGÃO; ARAUJO, 2019).

Figura 14 - Frequência de solicitações atendidas pelo laboratório.

1%

5%

48%
34%

12%

Sempre Ás vezes Na maioria das vezes Poucas vezes Nunca


38

Figura 15 - Classificação do atendimento oferecido pela recepção.

2%

12%

26%
60%

Ótimo Muito satisfatório Dentro do esperado Fui mal atendido

Apenas 3% dos participantes apresentaram-se insatisfeitos com os serviços


prestados no procedimento de coleta de amostras, e a maioria, composta por 60%,
classificou o procedimento de coleta como dentro do esperado, conforme dado
apresentado na figura 16.
Alguns pacientes fizeram observações com relação a experiência na coleta de
exames laboratoriais, como por exemplo a declaração pelo flebotomista de veia
profunda; dificuldade do profissional para puncionar a veia corretamente, ocasionando
traumas em pessoas que já apresentavam medo do exame; uso inadequado de luvas
e a falta de experiência na coleta infantil. Ainda, apontaram a necessidade de
melhores treinamentos aos profissionais da saúde.
A coleta realizada de forma correta, por profissionais devidamente treinados e
qualificados, evita erros pré-analíticos, gastos desnecessários ao laboratório e
inconvenientes aos pacientes, que são ocasionados por recoleta de amostras
biológicas e repetição de exames (AIRES, 2019).
39

Figura 16 - Classificação do procedimento de coleta.

3%

12%

23%
62%

Ótima Muito satisfatória Dentro do Esperado Insatisfatória


40

8. CONCLUSÃO
Dado o exposto da presente pesquisa e a partir da percepção dos clientes, a
fase pré-analítica do laboratório de análises clínicas ainda concentra a maioria dos
erros que interferem nos resultados e podem gerar consequências aos pacientes. Os
laboratórios da rede pública (Sistema Único de Saúde), que detém o atendimento de
grande parcela da população, carecem de uma assistência mais responsável e
investimentos, com o objetivo de sanar problemas existentes.
Ainda, a dificuldade do flebotomista na área de coleta, a falta de
questionamento sobre atividade física por parte desses profissionais e a não
conferência dos dados cadastrais e dos tubos e frascos de coleta pelos clientes,
permitem concluir que o preparo e treinamento da equipe no setor de coleta deve ser
intensificado, de forma a identificar se esses profissionais entendem as
consequências dos erros, que impactam diretamente no resultado e
consequentemente no desempenho do laboratório, pois impedem a emissão de um
laudo fidedigno à história clínica do cliente, interferem no tratamento e prejudicam,
ainda, a confiabilidade e credibilidade laboratorial.
Apesar da minoria dos participantes nem sempre buscar informações quanto
ao preparo do exame, muitos realizam exames laboratoriais frequentemente e
reconhecem que pode haver interferências no resultado, sendo que poucos não são
sinceros quando questionados quanto ao uso de medicamentos, realização de
atividade física ou jejum, embora este último seja mais empregado na prática
laboratorial. Esses dados revelam-se importantes quanto ao comprometimento dos
clientes para que se obtenha um resultado confiável.
Quanto ao atendimento, poucos clientes relataram mal atendimento oferecido
na recepção, o que é um bom indicador, pois profissionais motivados e capacitados
para emitir informações claras e precisas aos clientes tornam o início da fase pré-
analítica menos passiva de erros na rotina. Entretanto, muitos participantes
classificam o atendimento como dentro do esperado, sendo notável que são
necessárias melhorias, assim como no procedimento de coleta pelos flebotomista.
41

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SHCOLNIK, W. Erros laboratoriais e segurança do paciente: Revisão
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XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. Laboratório na Prática Clínica-:
Consulta Rápida. Artmed Editora, 2016.
44

APÊNDICE A – Questionário aplicado a comunidade acadêmica


1. Qual a sua idade?
( ) 16-20 anos ( ) 21-30 anos
( ) 31- 40 anos ( ) mais de 40 anos

2. Qual seu gênero?


( ) Masculino
( ) Feminino
( ) Outro

3. Você realiza exames laboratoriais no laboratório público (SUS)?


( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes ( ) Poucas vezes
( ) Nunca

4. Você realiza exames laboratoriais no laboratório privado (particular/convênio)?


( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes ( ) Poucas vezes
( ) Nunca

5. Você fez exames laboratoriais nos últimos 12 meses?


( ) Sim ( ) Não

6. Quando o médico solicita seus exames, você liga ou vai ao laboratório para se
informar se é preciso fazer algum jejum ou preparação para o exame?

( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes


( ) Às vezes ( )Poucas vezes
( ) Nunca

7. Quando é atendido na recepção do laboratório, em geral, perguntam se você


fez ou faz:
45

( ) jejum ( ) uso de medicamentos


( ) atividade física ( ) outros________________________

8. Quando o profissional da recepção questiona sobre jejum, uso de


medicamentos, atividade física, você é sincero (a) nas respostas?
( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes ( ) Poucas vezes
( ) Nunca

9. Você sabe o que pode interferir no resultado do seu exame?


( ) Sim ( ) Não

10. Após cadastro de suas informações na recepção do laboratório (nome, telefone


e exames a serem realizados), é entregue a você uma folha com esses dados
para conferência?
( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes ( ) Poucas vezes
( ) Nunca

11. Você percebe dificuldades por parte do profissional de saúde no momento da


coleta de amostra (garroteamento, punção do vaso, coleta de sangue,
identificação da amostra, explicação sobre coleta de urina, outros)?
( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes ( ) Poucas vezes
( ) Nunca

12. Durante a coleta, o profissional de saúde lhe mostra a identificação do seu


nome nos tubos ou fracos?
( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes ( ) Poucas vezes
( ) Nunca

13. Suas perguntas e solicitações foram respondidas no atendimento prestado pelo


laboratório?
46

( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes


( ) Às vezes ( ) Poucas vezes
( ) Nunca

14. Como você classificaria o atendimento oferecido pela recepção?


( ) Fui mal atendido ( ) Poderia ser melhor
( ) Satisfatório ( ) Fui muito bem atendido
_____________________________________ (espaço para considerações)

15. Como você classificaria a sua experiência na coleta?


( ) Traumática ( ) Dentro do esperado
( ) Satisfatória ( ) Ótima
_____________________________________ (espaço para considerações)
47

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(De acordo com as normas da Resolução nº 466, do Conselho Nacional de Saúde de
12/12/2012)
Declaro ter sido esclarecido sobre os seguintes pontos:
1. Este trabalho busca determinar as fragilidades apontadas pelos acadêmicos
quanto a fase pré-analítica de serviços de laboratórios clínicos da cidade de
Americana (SP) e região;
2. Os dados obtidos serão avaliados pela estatística descritiva, avaliando todos
os parâmetros abordados no levantamento e a análise dos resultados deverá
fornecer subsídios para uma avaliação da percepção dos acadêmicos quanto
aos erros e falhas da fase pré-analítica de serviços de laboratórios clínicos;
3. Durante a execução da pesquisa os procedimentos aplicados não oferecem
riscos à minha integridade ética, moral, física, mental ou efeitos colaterais
conhecidos e não é esperado que esse projeto venha a causar algum
constrangimento;
4. A minha participação neste projeto deverá ter a duração de aproximadamente
20 minutos;
5. Você poderá deixar de participar ou retirar seu consentimento a qualquer
momento, sem precisar justificar, e não sofrerá qualquer prejuízo ou
penalidade;
6. Você foi informado e está ciente de que não há nenhum valor econômico, a
receber ou a pagar, por sua participação;
7. Não serão coletadas informações pessoais, assegurando assim a sua
privacidade, e se o desejar, terá acesso a todas as informações e
esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências;
8. Você foi informado que os dados coletados serão utilizados, única e
exclusivamente, para fins desta pesquisa, e que os resultados poderão ser
publicados;
9. Quaisquer dúvidas, pedimos a gentileza de entrar em contato com Andressa
Rocha da Silva ([email protected]), Laura Helena Lessa
([email protected]) ou com a Patricia Ucelli Simioni
([email protected]), Bruno Damião ([email protected] e
Luiz Antônio Aparecido ([email protected]. Sendo assim, você aceita
participar desta pesquisa?

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