Aristóteles Empirismo

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EMEB.

AMÉLIO DE PAULA COELHO

FILOSOFIA
9º ANO
3º BIMESTRE
PROFESSOR: FERNANDO AUGUSTO FRESSATTI

AULA Nº 11
SEMANA: 14ª

ARISTÓTELES

Ilustração Aristóteles - Fonte: <http://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2016/04/analise-da-obra-escola-de-atenas-


de.html> Acesso em 16/07/2020

Juntamente com Platão, Aristóteles (384 – 322 a. C.) é a


grande referência da filosofia grega antiga que vai influenciar na
construção do mundo ocidental.
Ele foi o pensador que analisou todo o pensamento grego e
o melhorou sistematizando quase tudo o que foi pensado.
Aristóteles escreveu sobre quase tudo, de metafísica à biologia. Por
isso, devemos estudar Aristóteles como o porta-voz dos gregos
instruídos, pois era assim que ele se considerava.
Da Cidade de Estagira, na Macedônia, Aristóteles sai aos
18 anos para estudar na Academia de Platão em Atenas. Isso,
provavelmente, uns 10 anos antes do domínio macedônico sobre a
Grécia, após a derrocada do mundo grego pós-guerra do
Peloponeso.Com uma mente notável, permanece por lá durante 20
anos até a morte de Platão.
Com a morte de seu mestre Platão, a quem Aristóteles era
muito amigo e admirador, ele sai de Atenas e da Academia, indo
viajar para adquirir mais conhecimento.
Em 335 a. c., o rei Felipe II o chama para morar na capital
do império macedônico, e ser professor de seu filho Alexandre,
condição na qual permaneceu até Alexandre este assumir o poder.
Essa proximidade com a corte macedônica se dava pelo fato de
Nicômaco, seu pai, ter sido o médico do rei Amintas, pai de Felipe.

Aristóteles ministrando aulas a Alexandre o Grande – Cena do Filme Alexandre: Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=Dy87fKhZQnE> Acesso em 24/07/2020.

Aristóteles se diferenciava de Platão em três aspectos


gerais:
1) O abandono do componente mítico;
2) O escasso interesse pelas ciências matemáticas e, ao
contrário, a viva atenção pelas ciências naturais;
3) O método sistemático em vez do dialético/dialógico.
Aristóteles foi um grande pensador sistemático, que dividiu
os saberes em:
Ciências produtivas/poéticas: ciências que estudam as
práticas produtivas ou as técnicas, isto é, as ações humanas que
visam à produção de um objeto, de uma obra. São elas: arquitetura,
economia, medicina, pintura, escultura, poesia, teatro, oratória, arte
da guerra, da caça, da navegação, etc. Em suma, são objeto das
ciências produtivas todas as atividades humanas técnicas e artísticas
que resultam num produto ou numa obra distintos do produtor.
Ciências práticas: ciências que estudam as práticas
humanas que têm seu fim nelas mesmas. Em outras palavras,
aquelas em que a finalidade da ação é ela mesma, e não há distinção
entre o agente e o ato que ele realiza. São elas: ética, em que a
vontade guiada pela razão leva à ação conforme as virtudes morais
(coragem, generosidade, fidelidade, lealdade, clemência, prudência,
amizade, justiça, modéstia, honradez, etc.), tendo como finalidade o
bem do indivíduo; e política, em que a ação racional voluntária tem
como fim o bem da comunidade ou o bem comum.
Ciências teoréticas ou contemplativas: são aquelas que
estudam coisas que existem independentemente dos homens e de
suas ações e que, não tendo sido feitas pelos homens, podem
apenas ser contempladas por eles. O que são as coisas que existem
por si mesmas e em si mesmas, independentemente de nossa ação
técnica e de nossa ação moral e política? São as coisas da natureza
e as coisas divinas.

Ilustração – Aristóteles e ciências. Disponível em < https://nuvemdeideias1b.wordpress.com/2012/06/10/filosofia-da-ciencia-


aristoteles/> Acesso em 24/07/2020.

Aristóteles, aqui, classifica as ciências teoréticas por graus


de superioridade, indo da mais inferior a superior:
1. Ciência das coisas naturais submetidas à mudança ou ao
devir: física, biologia, meteorologia, psicologia (a alma – em grego,
psyché – é um ser natural que existe de formas variadas em todos
os seres vivos, plantas, animais e seres humanos);
2. que não estão submetidas à mudança ou ao devir:
Ciência das coisas naturais as matemáticas e a astronomia (os
gregos julgavam que os astros eram eternos e imutáveis);
3. Ciência da realidade pura, que estuda o que Aristóteles
chama de Ser ou substância de tudo o que existe. Ou seja, trata-se
daquilo que deve haver em toda e qualquer realidade – natural,
matemática, ética, política ou técnica – para ser realidade. Primeira
por Aristóteles. Alguns séculos depois, como os livros que a
expunham estavam localizados nas bibliotecas depois dos livros que
expunham a física, ela passou a ser chamada metafísica (em grego,
meta significa ‘o que vem depois, o que está além’; ou seja, no caso,
os livros que vinham depois da física e que tratavam da realidade
para além da física); A ciência teorética que estuda o puro Ser foi
chamada Filosofia
4. Ciência das coisas divinas que são a causa e a finalidade
de tudo o que existe na natureza e no homem.
Diante de todos os posicionamentos dos pré-socráticos,
sofistas, de Sócrates e de Platão, Aristóteles distingue sete formas
ou graus de conhecimento:
1 - SENSAÇÃO,

2 - PERCEPÇÃO,

3 - IMAGINAÇÃO,

4 - MEMÓRIA,

5 - LINGUAGEM,

6 – RACIOCÍNIO,

7 - INTUIÇÃO.

Enquanto Platão concebia o conhecimento como abandono


de um grau inferior por um superior, Aristóteles o considerava
continuamente formado e enriquecido por acúmulo das informações
trazidas por todos os graus. Desse modo, Aristóteles acreditava que
em lugar de uma ruptura entre o conhecimento sensível e o
intelectual, há uma continuidade entre eles.
As informações trazidas pelas sensações se organizam e
permitem a percepção. As percepções, por sua vez, organizam-se e
permitem a imaginação. Juntas, conduzem à memória, à linguagem
e ao raciocínio.
Aristóteles concebe, porém, uma separação entre os seis
primeiros graus e a intuição intelectual, que é um ato do pensamento
puro e não depende dos graus anteriores.
A intuição intelectual é o conhecimento direto e imediato dos
princípios da razão, os quais, por serem princípios, não podem ser
demonstrados (para demonstrá-los, precisaríamos de outros
princípios e, para demonstrar estes outros princípios, precisaríamos
de outros, num processo interminável).
Essa separação não significa que os outros graus ofereçam
conhecimentos ilusórios ou falsos, e sim que oferecem tipos de
conhecimentos diferentes, que vão de um grau menor a um grau
maior de verdade.

Disponível em: < https://www.pensador.com/frase/Njc1MDQ4/> Acesso em 24/07/2020

Em cada um deles temos acesso a um aspecto do ser ou


da realidade; na intuição intelectual, temos o conhecimento dos
princípios universais e necessários do pensamento (identidade, não
contradição, terceiro excluído) e dos primeiros princípios e causas da
realidade ou do ser.
A diferença entre os seis primeiros graus e o último decorre
da diferença do objeto do conhecimento: os seis primeiros graus
conhecem objetos que se oferecem a nós na sensação, na
imaginação, no raciocínio, enquanto o sétimo lida com princípios e
causas primeiras da realidade em si.
Em outras palavras, nos outros graus, o conhecimento é
obtido por indução ou por dedução, mas no último grau conhecemos
o que é indemonstrável (princípios e causas primeiras) porque é
condição para todas as demonstrações e raciocínios.

Sistematização
Até então, os estudos filosóficos eram desorganizados sob
a ótica sistemática. Não eram comuns as classificações dos modos
de conhecimentos. Aristóteles foi um dos que afirmaram a
importância da classificação que separa os conhecimentos sobre
lógica, ética, política, física, metafísica e estética.

Ilustração Aristóteles. Disponível em < https://www.estudopratico.com.br/metafisica-de-aristoteles/> Acesso em 24/07/2020

Metafísica
Aristóteles é uma das principais referências em estudos
de metafísica e, certamente, a principal referência sobre o assunto
na Antiguidade. Muito do que ele escreveu sobre a metafísica veio
dos estudos platônicos, porém, há uma imensa carga de conceitos e
ideias que Aristóteles acrescentou ou esclareceu de maneira mais
profunda.

Ética
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta as
suas teorias morais, defendendo o que ele chamou de Ética
Eudêmia. O termo “Eudêmia” deriva do mesmo radical da
palavra daemon, que no vocabulário grego antigo seria uma entidade
equivalente à consciência, ou seja, uma espécie de voz que guia o
nosso pensamento e nossas ações. A ética, segundo Aristóteles,
deveria ser guiada pela prudência e pela moderação.
Segundo o filósofo, havia uma mediania (uma espécie de
justa medida) entre dois extremos morais, que eram considerados
viciosos (ruins): um por excesso de algo e outro por falta de algo. A
justa medida seria a moderação da ação entre os dois vícios, o que
resultaria na virtude. Por exemplo, a coragem seria a virtude por justa
medida, compreendida entre o vício da temeridade (excesso de
coragem) e covardia (falta de coragem).

Lógica
Aristóteles escreveu alguns tratados de lógica nos quais nos
deixa um método preciso para entender o conhecimento formal (das
formas) por meio da linguagem. A lógica é exata, assim como a
matemática, e permite o julgamento da forma de um enunciado,
permitindo perceber se ele faz sentido ou não. A lógica aristotélica é
composta, principalmente, pelo quadrado aristotélico e pela
verificação linguística dos enunciados, que hoje pode ser feita pelas
tabelas de verdade. O filósofo também conceitua as noções de
substância (aquilo que permite que uma matéria siga uma
determinada forma) e categorias (diferenças conceituais que
classificam os seres, como qualidade, quantidade, cor etc.).

Empirismo
Pode-se dizer que Aristóteles foi o primeiro pensador a
teorizar a importância do conhecimento prático para o entendimento
da verdade e do mundo. Segundo o filósofo e ao contrário de Platão,
o conhecimento da verdade deveria passar, necessariamente, por
dois campos de nosso saber: o intelecto puro e os sentidos do corpo.
A nossa capacidade sensorial que é possibilitada pelos órgãos dos
sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) é a responsável pelo
aprendizado primeiro e mais básico de nosso intelecto. Aqueles
dados sensoriais que obtemos por meio dos sentidos, somente
depois de coletados, podem ser depurados pelo intelecto e
relacionados aos conceitos puros.
Na imagem abaixo, recorte da Escola de Atenas, afresco de
Rafael Sanzio, vemos no plano central Aristóteles, do lado direito do
espectador, e Platão, do lado esquerdo. A atitude dos dois
pensadores na pintura é emblemática. Ela apresenta as diferenças
entre suas ideias quanto ao conhecimento empírico e metafísico, pois
Platão aponta o dedo para cima, como quem quer dizer que o
conhecimento está no mundo das ideias, enquanto segura o seu
diálogo Timeu, que fala da formação da natureza no plano ideal e no
plano material (imperfeito). Aristóteles, por sua vez, com sua mão
espalmada para baixo e segurando a sua Ética (livro de filosofia
prática), parece sinalizar que se deve olhar também para o mundo
prático, sensorial e material.

Ilustração: Escola de Atenas. Disponível em: < https://metaeticasite.wordpress.com/2017/01/25/platao-e-aristoteles-a-


teoria-das-ideias/> Acesso em 24/07/2020.

Obras
Temos, hoje, conhecimento de 22 textos deixados por
Aristóteles. A maioria são tratados extensos escritos pelo próprio
filósofo e, em muitos casos, divididos em vários livros. Dentro de sua
obra, também se encontram alguns conjuntos de notas que deveriam
ser usadas nas aulas do filósofo no Liceu. Especula-se que algumas
dessas notas tenham sido feitas por seus alunos.
Veja alguns dos principais escritos de Aristóteles separados
por seus assuntos gerais:
Tratado metafísico: A Metafísica, conjunto de escritos
denominado pelo filósofo de Escritos sobre Filosofia Primeira e,
posteriormente, reunidos e catalogados por Andrônico de
Rodes, é um extenso tratado sobre uma filosofia pura que se
dedicaria a entender o que é o ser em sua totalidade, ou seja,
uma espécie de ciência geral, mestra de todas as ciências.

Tratados de Lógica:
- Categorias – pequeno tratado de lógica que apresenta a
necessidade da distinção de categorias diferentes para que a
expressão filosófica faça sentido. Também são apresentadas
nesse livro as noções básicas da lógica clássica.
- Da Interpretação – texto que possui pontos em comum com O
Sofista, de Platão. Fala sobre a verdade e sobre a relação das
palavras escritas e as operações mentais, ou o raciocínio.

Tratados de Física: Physica – constituída de oito livros, a obra


faz observações científicas sobre a Física Antiga, anotando
algumas noções que os antigos já possuíam sobre, por exemplo,
densidade e movimento.
Tratados de Biologia: Aristóteles escreveu alguns tratados de
biologia, analisando o funcionamento dos corpos animais,
classificação de plantas e insetos e as teorias sobre a origem da
vida. Entre seus tratados sobre o assunto, estão:
- História dos animais
- Da Geração e da Corrupção
- Da Geração Animal
Tratados de Antropologia: Da Alma – escritos sobre a
formação da alma, que habitaria e daria movimento e vida aos
corpos humanos, além da capacidade racional. Também pode
ser considerado um tratado de psicologia antigo.
o Tratados sobre escrita (poesia e retórica):- Compostos de
Poética e Retórica.

BIBLIOGRAFIAS
PINHO, Anderson. "Aristóteles"; Filosofia Total. Disponível em: < https://filosofiatotal.com.br/> Acesso em 24/07/2020

PORFÍRIO, Francisco. "Aristóteles"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm.


Acesso em 24/07/2020.
ATIVIDADES:

1) Aristóteles foi discípulo de:


a) ( ) Sócrates
b) ( ) Platão
c) ( ) Heráclito
d) ( ) Anaximandro

2) Enquanto Platão concebia o conhecimento como abandono de um grau


inferior por um superior, Aristóteles o considerava continuamente formado e
enriquecido por acúmulo das informações trazidas por todos os graus. Desse
modo, Aristóteles acreditava que em lugar de uma ruptura entre o conhecimento
sensível e o intelectual, há uma continuidade entre eles. A assertiva acima é
verdadeira ou Falsa?
( ) VERDADEIRA ( ) FALSA

3) Diante de todos os posicionamentos dos pré-socráticos, sofistas, de Sócrates


e de Platão, Aristóteles distingue sete formas ou graus de conhecimento:
a) ( ) sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e
intuição
b) ( ) perdição, tradição, conclusão, ilusão, desilusão e raciocínio
c) ( ) orientação, sensação, excursão, formação, conclusão e intuição
d) ( ) Nenhuma das anteriores

4) Pesquise e discurse sobre as obras de Aristóteles. (3 linhas)

BONS ESTUDOS.
Nos vemos em breve.

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