Guia de Orientacao Profissional Aai 2017

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GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI Brasil/RS

1ª edição digital

Apoio:
ORGANIZADORA
Arquiteta e urbanista Gislaine Saibro

EDIÇÃO DIGITAL
Laís Jéssica Lerner

1ª Edição Digital - 2017


9ª Edição (conteúdo) - 2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G943 Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS /Gislaine Saibro,


organizadora. — 9. ed. — Porto Alegre : Ed. UniRitter :
AAI Brasil/RS, 2013.
212 p.; 21cm.

ISBN 978-85-60100-75-0

1. Arquitetura e urbanismo — Orientação profissional. 2. Arquitetura —


Legislação. 3. Arquitetos — Honorários. 4. Arquitetos — Legislação.
I. Azevedo, Cristina II. Saibro, Gislaine.
CDU 72-051

Ficha catalográfica elaborada no Setor de Processamento Técnico


da Biblioteca Dr. Romeu Ritter dos Reis
DIRETORIA AAI BRASIL/RS
2o semestre de 2017

PRESIDÊNCIA
Arq. e urb. Cármen Lila Gonçalves Pires

DIRETORIA DE EXERCÍCIO PROFISSIONAL


Arq. e urb. Flávia Bastiani

DIRETORIA DE RELAÇÕES ACADÊMICAS


Arq. e urb. Elisabeth de Azevedo Sant’Anna

DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO/RELACIONAMENTO
Arq. e urb. Ana Paula Bardini

DIRETORIA DE MARKETING
Arq. e urb. Andres Luiz Fonseca Rodriguez

DIRETORIA DE GESTÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO


Arq. e urb. Ana Lore Miranda

DIRETORIA FINANCEIRA/TESOURARIA
Arq. e urb. Gislaine Saibro

DIRETORIA DE EVENTOS
Arq. e urb. Silvia Monteiro Barakat

ASSOCIAÇÃO DE ARQUITETOS DE INTERIORES DO BRASIL


SECCCIONAL RIO GRANDE DO SUL
instagram: aaibrasilrsarquitetos
blog: aaibrasil.wordpress.com
facebook: @aaibrasilrs
www.aaibrasilrs.com.br
AGRADECIMENTOS

A Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul agradece


a todos os colaboradores que contribuíram para a elaboração desta edição do Guia de
Orientação Profissional AAI Brasil/RS – GOP 2013(conteúdo) , sem os quais não seria
possível atingir a qualidade desejada:

- Consultor empresarial Sérgio L. Bombassaro;

- Engenheira Civil Margaret Souza Schmidt Jobim;

- Engenheira Civil Maria Angélica Covelo Silva;

- Engenheiro Mecânico Luiz Alberto Almeida, in memoriam;

- Koff Coulon Advogados;

- Arquiteto e urbanista associado Andres Luiz Fonseca Rodriguez;

- UniRitter, em especial à coordenadora da faculdade de Arquitetura e urbanismo, Prof.


Arq. Marta Silveira Peixoto;

- Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR;

- Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul - CAU/RS.


SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS................................................................................................................................4
APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................7
AAI BRASIL/RS.........................................................................................................................................8
PREFÁCIO..................................................................................................................................................9

1 NORMATIVAS QUE REGULAM AS ATIVIDADES DO ARQUITETO E URBANISTA........ 11


1.1 GERAIS.............................................................................................................................................. 11
1.2 ESPECÍFICAS................................................................................................................................... 11
1.3 RESOLUÇÕES DO CAU/BR......................................................................................................... 23
1.4 NORMAS TÉCNICAS..................................................................................................................... 24
1.5 NORMAS REGULAMENTADORAS (NR).................................................................................. 24

2 NORMA DE DESEMPENHO............................................................................................................ 27
2.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 27
2.2 CONCEITOS.................................................................................................................................... 27
2.3 CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS BRASILEIRAS - DESEMPENHO................................ 28
2.4 METODOLOGIA............................................................................................................................. 29
2.5 ESPECIFICAÇÃO DE PRODUTO................................................................................................ 29
2.6 OUTROS COMENTÁRIOS SOBRE A NB N° 15.575.............................................................. 29

3 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA............................................................................................... 33


3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 33
3.2 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA............................................................................................ 34

4 CONCEITUAÇÕES............................................................................................................................. 44
4.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 44
4.2 GLOSSÁRIO DE ATIVIDADES E ATRIBUIÇÕES.................................................................... 45

5 ÁREAS DE ATUAÇÃO PRIVATIVAS DE ARQUITETOS E URBANISTAS............................ 53


5.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 53
5.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO PRIVATIVAS DA ARQUITETURA DE INTERIORES................... 54
5.3 GLOSSÁRIO DA RESOLUÇÃO N° 51........................................................................................ 54
6 DIRETRIZES PARA A FISCALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DE INTERIORES................. 61
6.1 COMPETÊNCIA............................................................................................................................... 61
6.2 PREMISSAS PARA AÇÃO FISCALIZATÓRIA DA ARQUITETURA DE INTERIORES.... 61

7 RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS..................................................................................... 64
7.1 RESPONSABILIDADES.................................................................................................................. 64
7.2 MODALIDADES.............................................................................................................................. 64

8 COMENTÁRIOS SOBRE A EMPREITADA NO NOVO CÓDIGO CIVIL................................ 67

9 MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES EM PORTO ALEGRE................. 73

10 APROVAÇÃO DE PROJETO DE ARQUITETURA EM PORTO ALEGRE............................ 77

11 HONORÁRIOS PROFISSIONAIS.................................................................................................. 80
11.1 CONDICIONANTES PARA O CÁLCULO DE HONORÁRIOS PROFISSIONAIS DE
ARQUITETURA DE INTERIORES...................................................................................................... 80
11.2 MODALIDADES DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS PROFISSIONAIS......................... 82

12 GESTÃO DO ESCRITÓRIO.........................................................................................................100

13 CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS.....................................106


13.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS...................................................................................106
13.2 NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES AO CONTRATO: PROPOSTA E MINUTA..............106
13.3 MODELOS DE CONTRATOS..................................................................................................106

14 DOCUMENTOS PARA ENTREGA DOS SERVIÇOS..............................................................125


14.1 OBJETIVOS DO MANUAL DE ORIENTAÇÃO DO USUÁRIO - MOU...........................125
14.2 ETAPAS DO PROCESSO DE PROJETO ..............................................................................125
14.3 COMUNICAÇÃO = QUALIDADE...........................................................................................126
14.4 VÍCIOS E GARANTIAS DA CONSTRUÇÃO........................................................................127
14.5 MANUAL DE ORIENTAÇÃO DO USUÁRIO – MOU: MODELO.....................................129
14.6 ÍNDICE..........................................................................................................................................131
14.7 ANEXOS.......................................................................................................................................136

15 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS PARA COLETA DE DADOS PARA AVALIAÇÃO


PESQUISAS............................................................................................................................................145
15.1 PÓS-OCUPAÇÃO – ESTUDO DE CASO EM ARQUITETURA COMERCIAL................145
15.2 PROCESSO DE PROJETO: CLIENTE SATISFEITO?..........................................................152

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................157
APRESENTAÇÃO

A Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul publica o


Guia de Orientação Profissional – GOP, um manual prático que tem como objetivo orientar
os arquitetos e urbanistas para o exercício da profissão.
O conteúdo da 9ª edição (2013), que agora publicamos no formado digital de e-book, 1ª
edição, aprimora o escopo de trabalho de arquitetura de interiores; insere a legislação do
CAU – Lei n°12.378/2010; divulga os novos conceitos para atividades/serviços – conforme
Glossário da Resolução n° 21 do CAU/BR; divulga as atividades privativas de arquitetos
e urbanistas, conforme a Resolução n° 51 do CAU/BR; publica artigo sobre aprovação de
projetos na Prefeitura de Porto Alegre (RS); retoma as Normas de Desempenho, já em
vigor; e volta a publicar a Tabela de Honorários, cuja última versão foi a da edição de
2007, agora com percentuais atualizados por Grupo de Trabalho especialmente formado
pela Associação, que discutiu e a avaliou entre 2012 e 2013 todo o trabalho.
A relação uniforme de procedimentos para o exercício da profissão junto ao cliente e aos
fornecedores é um tópico que esteve presente em todas as edições e permanece relevante
nesta, reforçando a necessidade de uma atuação profissional responsável e valorizada.
Ao entregarmos esta 1ª edição digital (2017) do Guia de Orientação Profissional AAI
Brasil/RS aos profissionais e à sociedade, oferecemos um instrumento de trabalho que
propõe uma abordagem comum aos arquitetos e urbanistas, o que valorizará ainda mais
o nosso campo de atuação de Arquitetura de Interiores.

Arquiteta e urbanista Cármen Lila Gonçalves Pires


Presidente da AAI Brasil/RS
2o semestre de 2017
AAI BRASIL/RS

A Associação de Arquitetos de Interiores Brasil – Seccional Rio Grande do Sul, AAI Brasil/
RS, foi fundada em 1987 por um grupo de 17 arquitetos gaúchos, que se reuniam para
discutir problemas comuns, relativos à prática profissional da arquitetura e urbanismo na
atividade de interiores.
A então AAI-RS foi a primeira entidade de arquitetos e urbanistas do Brasil a ser fundada
com a missão de trabalhar exclusivamente neste segmento da Arquitetura e Urbanismo,
lutando sempre pela defesa do exercício da profissão. Desde 2009, quando se tornou AAI
Brasil e AAI Brasil/RS, mantém o desafio de ampliar as qualidades do trabalho desenvolvido
para todo o país.
A Entidade, desde a sua fundação, desenvolve ações relativas ao aprimoramento técnico
e profissional, oferecendo aos arquitetos e urbanistas instrumentos que possam auxiliá-
los, tanto na relação de trabalho com o cliente e fornecedores, quanto no desenvolvimento
dos seus projetos, à medida que busca sempre colocá-los em contato com as atualidades
do setor. A divulgação da produção arquitetônica dos associados é um objetivo que
resulta no sistemático esclarecimento ao mercado sobre as especificidades da atividade
da Arquitetura de Interiores.
A AAI Brasil/RS surgiu com empenho, e, em virtude do trabalho desenvolvido ao
longo de 30 anos, por todas as suas Diretorias, é uma entidade que conta com grande
reconhecimento e atuação marcante no sul do país.
Nestes 30 anos de atividades, cabe o registro dos nomes dos ex-presidentes: Joyce
Chwartzman, Gilberto Sibemberg, Arlene Lubianca, Clarice Mancuso, Lúcio Cabral
Albuquerque, Denise Carazza, Gislaine Saibro, Cristina Azevedo, Cristina Langer, Silvia
Monteiro Barakat; e dos arquitetos e urbanistas que assinaram a Ata de Fundação em 1989:
Ana Luiza Cuervo Lo Pumo, Anelise Canceli, Anne Báril, Arlene Lubianca, Dulce Flores,
Gilberto Sibemberg, Isac Hochberg, Marta Hochberg, Jayme Leventon, Joyce Chwartzmann,
Maria Cristina de Azevedo Moura, Moacir Kruchin, Raul Pêgas, Roberto Bordasch, Salus
Finkelstein, Sidnei Birmann e Sonia Tarasconi Pinheiro Machado (in memoriam).
PREFÁCIO

A prática da arquitetura e urbanismo, com o correr dos anos, tem apontado a importância
da formação continuada para que os profissionais possam atuar com competência nas
diferentes atividades que se apresentam. trabalhar com Arquitetura de Interiores é um
ótimo exemplo, dado que a formação dos arquitetos e urbanistas é generalista. As
ferramentas básicas necessárias para o “fazer arquitetônico”, como acredita a AAI Brasil/
RS, são plenamente absorvidas na academia.
Há mais de 25 anos, a Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil – Seccional Rio
Grande do Sul busca formas de aprimoramento e capacitação para o exercício profissional
de seus associados, qualificação necessária para que a atuação na atividade tenha o
reconhecimento e valorização por parte da sociedade.
A Prof. Ms. Arq. Maria Isabel Marocco Milanez, ao prefaciar a edição 2007 do Guia de
Orientação Profissional AAI-RS - GOP, afirma que “O produto do fazer arquitetônico é
tangível, é materializável, e, portanto, a matéria é o resultado concreto de um processo
que se inicia no imaginário, isto é, no desejo de ter, e que se consubstancia no desejo de
viver o imaginado em sua plenitude, numa relação intrínseca entre criação e obra, entre
profissional e cliente”.
Quando relaciona a Arquitetura e Urbanismo com o profissional e com o cliente, a
professora estabelece a importância desta publicação como instrumento “mediador” entre
a “prática criativa e a prática efetiva” para o exercício responsável da nossa profissão no
mercado. Esse é, mais uma vez, o objetivo que buscamos alcançar com a organização
deste material, o GOP, da Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS.
O estabelecimento do CAU, recentemente, traz novos desafios para o ensino e formação,
regulamentação e fiscalização do exercício da profissão, e explicita condutas éticas para
os arquitetos e urbanistas. Às entidades de arquitetos e urbanistas cabe o papel de
participação e colaboração para com o novo conselho.

Arquiteta e urbanista Gislaine Saibro


Organizadora do Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS - 2013
NORMATIVAS QUE REGULAM AS
ATIVIDADES DO ARQUITETO E URBANISTA
1 NORMATIVAS QUE REGULAM AS ATIVIDADES DO ARQUITETO E
URBANISTA

1.1 GERAIS

1.1.1 A Constituição da República Federativa do Brasil, de 05/10/1988;

1.1.2 Lei n° 4.950-A, de 22/04/1966, que dispõe sobre a remuneração de profissionais


diplomados em Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária;

1.1.3 Lei nº 8.078, de 11/09/1990, Código de Defesa do Consumidor;

1.1.4 Lei n° 8.666, de 21/06/1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
federal e institui normas para licitações e contratos da Administração Pública;

1.1.5 Lei nº 10.406, de 10/01/2003, Código Civil Brasileiro;

1.1.6 Decreto nº 2.848, de 07/12/1940, Código Penal;

1.1.7 Decreto n° 5.452, de 01/05/1943, Consolidação das Leis do trabalho.

1.2 ESPECÍFICAS

1.2.1 Lei n° 12.378, de 31/12/2010, que regulamenta o exercício da Arquitetura e


Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os Conselhos
de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito federal – CAUs.

LEI Nº 12.378, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010.

Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e


Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e
do Distrito federal - CAUs; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:


Âmbito de abrangência
Art. 1º O exercício da profissão de arquiteto e urbanista passa a ser regulado por esta
Lei.
Atribuições de Arquitetos e Urbanistas.
Art. 2º As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em:
I- supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica;
II- coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação;
III- estudo de viabilidade técnica e ambiental;
IV- assistência técnica, assessoria e consultoria;
V- direção de obras e de serviço técnico;
VI- vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e
arbitragem;
VII- desempenho de cargo e função técnica;
VIII- treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária;

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IX- desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, padronização, mensuração e
controle de qualidade;
X- elaboração de orçamento;
XI - produção e divulgação técnica especializada; e
XII - execução, fiscalização e condução de obra, instalação e serviço técnico.
Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo aplicam-se aos seguintes campos
de atuação no setor:
I- da Arquitetura e Urbanismo, concepção e execução de projetos;
II- da Arquitetura de Interiores, concepção e execução de projetos de ambientes;
III- da Arquitetura Paisagística, concepção e execução de projetos para espaços externos,
livres e abertos, privados ou públicos, como parques e praças, considerados isoladamente
ou em sistemas, dentro de várias escalas, inclusive a territorial;
IV- do Patrimônio Histórico Cultural e Artístico, arquitetônico, urbanístico, paisagístico,
monumentos, restauro, práticas de projeto e soluções tecnológicas para reutilização,
reabilitação, reconstrução,
preservação, conservação, restauro e valorização de edificações, conjuntos e cidades;
V- do Planejamento Urbano e Regional, planejamento físico-territorial, planos de intervenção
no espaço urbano, metropolitano e regional fundamentados nos sistemas de infraestrutura,
saneamento básico e ambiental, sistema viário, sinalização, tráfego e trânsito urbano e
rural, acessibilidade, gestão territorial e ambiental, parcelamento do solo, loteamento,
desmembramento, remembramento, arruamento, planejamento urbano, plano diretor,
traçado de cidades, desenho urbano, sistema viário, tráfego e trânsito urbano e rural,
inventário urbano e regional, assentamentos humanos e requalificação em áreas urbanas
e rurais;
VI- da topografia, elaboração e interpretação de levantamentos topográficos cadastrais para
a realização de projetos de arquitetura, de urbanismo e de paisagismo, foto-interpretação,
leitura, interpretação e análise de dados e informações topográficas e sensoriamento
remoto;
VII- da tecnologia e resistência dos materiais, dos elementos e produtos de construção,
patologias e recuperações;
VIII- dos sistemas construtivos e estruturais, estruturas, desenvolvimento de estruturas
e aplicação tecnológica de estruturas;Ix - de instalações e equipamentos referentes à
arquitetura e urbanismo;
X - do Conforto Ambiental, técnicas referentes ao estabelecimento de condições climáticas,
acústicas, lumínicas e ergonômicas, para a concepção, organização e construção dos
espaços;
XI - do Meio Ambiente, Estudo e Avaliação dos Impactos Ambientais, Licenciamento
Ambiental, Utilização Racional dos Recursos Disponíveis e Desenvolvimento Sustentável.
Art. 3º Os campos da atuação profissional para o exercício da arquitetura e urbanismo
são definidos a partir das diretrizes curriculares nacionais que dispõem sobre a formação do
profissional arquiteto e urbanista nas quais os núcleos de conhecimentos de fundamentação
e de conhecimentos profissionais caracterizam a unidade de atuação profissional.
§ 1º O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR especificará, atentando
para o disposto no caput, as áreas de atuação privativas dos arquitetos e urbanistas e as
áreas de atuação compartilhadas com outras profissões regulamentadas.
§ 2º Serão consideradas privativas de profissional especializado as áreas de atuação nas
quais a ausência de formação superior exponha o usuário do serviço a qualquer risco ou
danos materiais à segurança, à saúde ou ao meio ambiente.
§ 3º No exercício de atividades em áreas de atuação compartilhadas com outras áreas
profissionais, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU do Estado ou do Distrito
federal fiscalizará o exercício profissional da Arquitetura e Urbanismo.
§ 4º Na hipótese de as normas do CAU/BR sobre o campo de atuação de arquitetos
e urbanistas contradizerem normas de outro Conselho profissional, a controvérsia será

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resolvida por meio de resolução conjunta de ambos os conselhos.
§ 5º Enquanto não editada a resolução conjunta de que trata o § 4º ou, em caso de
impasse, até que seja resolvida a controvérsia, por arbitragem ou judicialmente, será
aplicada a norma do Conselho que garanta ao profissional a maior margem de atuação.
Art. 4º O CAU/BR organizará e manterá atualizado cadastro nacional das escolas e
faculdades de arquitetura e urbanismo, incluindo o currículo de todos os cursos oferecidos
e os projetos pedagógicos.
Registro do arquiteto e urbanista no Conselho.
Art. 5º Para uso do título de arquiteto e urbanista e para o exercício das atividades
profissionais privativas correspondentes, é obrigatório o registro do profissional no CAU
do Estado ou do Distrito federal.
Parágrafo único. O registro habilita o profissional a atuar em todo o território nacional.
Art. 6º São requisitos para o registro:
I- capacidade civil; e
II- diploma de graduação em arquitetura e urbanismo, obtido em instituição de ensino
superior oficialmente reconhecida pelo poder público.
§ 1º Poderão obter registro no CAU dos Estados e do Distrito federal os portadores
de diploma de graduação em Arquitetura e Urbanismo ou de diploma de arquiteto ou
arquiteto e urbanista, obtido em instituição estrangeira de ensino superior reconhecida no
respectivo país e devidamente revalidado por instituição nacional credenciada.
§ 2º Cumpridos os requisitos previstos nos incisos I e II do caput, poderão obter registro
no CAU dos Estados ou
do Distrito federal, em caráter excepcional e por tempo determinado, profissionais
estrangeiros sem domicílio no País.
§ 3º A concessão do registro de que trata o § 2o é condicionada à efetiva participação
de arquiteto e urbanista ou sociedade de arquitetos, com registro no CAU Estadual ou
no Distrito federal e com domicílio no País, no acompanhamento em todas as fases das
atividades a serem desenvolvidas pelos profissionais estrangeiros.
Art. 7º Exerce ilegalmente a profissão de arquiteto e urbanista a pessoa física ou jurídica
que realizar atos ou prestar serviços, públicos ou privados, privativos dos profissionais
de que trata esta Lei ou, ainda, que, mesmo não realizando atos privativos, se apresenta
como arquiteto e urbanista ou como pessoa jurídica que atue na área de arquitetura e
urbanismo sem registro no CAU.
Art. 8º A carteira profissional de arquiteto e urbanista possui fé pública e constitui prova
de identidade civil para todos os fins legais.
Da Interrupção e do Cancelamento do registro profissional.
Art. 9º É facultada ao profissional e à pessoa jurídica, que não estiver no exercício de suas
atividades, a interrupção de seu registro profissional no CAU por tempo indeterminado,
desde que atenda as condições regulamentadas pelo CAU/BR.
Sociedade de arquitetos e urbanistas
Art. 10. Os arquitetos e urbanistas, juntamente com outros profissionais, poder-se-ão
reunir em sociedade de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo, nos termos das
normas de direito privado, desta Lei e do Regimento Geral do CAU/BR.Parágrafo único. Sem
prejuízo do registro e aprovação pelo órgão competente, a sociedade que preste serviços
de arquitetura e urbanismo dever-se-á cadastrar no CAU da sua sede, o qual enviará as
informações ao CAU/BR para fins de composição de cadastro unificado nacionalmente.
Art. 11. É vedado o uso das expressões “arquitetura” ou “urbanismo” ou designação
similar na razão social ou no nome fantasia de sociedade que não possuir arquiteto e
urbanista entre os sócios com poder de gestão ou entre os empregados permanentes.

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Dos Acervos técnicos

Art. 12. O acervo técnico constitui propriedade do profissional arquiteto e urbanista e é


composto por todas as atividades por ele desenvolvidas, conforme discriminado nos arts.
2º e 3º, resguardando-se a legislação do Direito Autoral.
Art. 13. Para fins de comprovação de autoria ou de participação e de formação de acervo
técnico, o arquiteto e urbanista deverá registrar seus projetos e demais trabalhos técnicos
ou de criação no CAU do ente da federação onde atue.
Parágrafo único. A qualificação técnica de sociedade com atuação nos campos da arquitetura
e do urbanismo será demonstrada por meio dos acervos técnicos dos arquitetos e urbanistas
comprovadamente a ela vinculados.
Art. 14. É dever do arquiteto e urbanista ou da sociedade de prestação de serviços
de arquitetura e urbanismo indicar em documentos, peças publicitárias, placas ou outro
elemento de comunicação dirigido a cliente, ao público em geral e ao CAU local:
I- o nome civil ou razão social do(s) autor(es) e executante(s) do serviço, completo ou
abreviado, ou pseudônimo ou nome fantasia, a critério do profissional ou da sociedade de
prestação de serviços de arquitetura e urbanismo, conforme o caso;
II- o número do registro no CAU local; e
III - a atividade a ser desenvolvida.
Parágrafo único. Quando se tratar de atividade desenvolvida por mais de um arquiteto
e urbanista ou por mais de uma sociedade de prestação de serviços de arquitetura e
urbanismo e não sendo especificados diferentes níveis de responsabilidade, todos serão
considerados indistintamente coautores e corresponsáveis.
Art. 15. Aquele que implantar ou executar projeto ou qualquer trabalho técnico de
criação ou de autoria de arquiteto e urbanista deve fazê-lo de acordo com as especificações
e o detalhamento constantes do trabalho, salvo autorização em contrário, por escrito, do
autor.
Parágrafo único. Ao arquiteto e urbanista é facultado acompanhar a implantação ou
execução de projeto ou trabalho de sua autoria, pessoalmente ou por meio de preposto
especialmente designado com a finalidade de averiguar a adequação da execução ao
projeto ou concepção original.
Art. 16. Alterações em trabalho de autoria de arquiteto e urbanista, tanto em projeto
como em obra dele resultante, somente poderão ser feitas mediante consentimento por
escrito da pessoa natural titular dos direitos autorais, salvo pactuação em contrário.
§ 1º No caso de existência de coautoria, salvo pactuação em contrário, será necessária
a concordância de todos os coautores.
§ 2º Em caso de falecimento ou de incapacidade civil do autor do projeto original, as
alterações ou modificações poderão ser feitas pelo coautor ou, em não havendo coautor,
por outro profissional habilitado, independentemente de autorização, que assumirá a
responsabilidade pelo projeto modificado.
§ 3º Ao arquiteto e urbanista que não participar de alteração em obra ou trabalho de
sua autoria é permitido o registro de laudo no CAU de seu domicílio, com o objetivo de
garantir a autoria e determinar os limites de sua responsabilidade.
§ 4º Na hipótese de a alteração não ter sido concebida pelo autor do projeto original,
o resultado final terá como coautores o arquiteto e urbanista autor do projeto original e
o autor do projeto de alteração, salvo decisão expressa em contrário do primeiro, caso
em que a autoria da obra passa a ser apenas do profissional que houver efetuado as
alterações.

Ética

Art. 17. No exercício da profissão, o arquiteto e urbanista deve pautar sua conduta

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pelos parâmetros a serem definidos no Código de Ética e Disciplina do CAU/BR.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina deverá regular também os deveres do
arquiteto e urbanista para com a comunidade, a sua relação com os demais profissionais, o
dever geral de urbanidade e, ainda, os respectivos procedimentos disciplinares, observado
o disposto nesta Lei.
Art. 18. Constituem infrações disciplinares, além de outras definidas pelo Código de
Ética e Disciplina:
I- registrar projeto ou trabalho técnico ou de criação no CAU, para fins de comprovação de
direitos autorais e formação de acervo técnico, que não haja sido efetivamente concebido,
desenvolvido ou elaborado por quem requerer o registro;
II- reproduzir projeto ou trabalho técnico ou de criação, de autoria de terceiros, sem a
devida autorização do detentor dos direitos autorais;
III- fazer falsa prova de quaisquer documentos exigidos para o registro no CAU;
IV- delegar a quem não seja arquiteto e urbanista a execução de atividade privativa de
arquiteto e urbanista;
V - integrar sociedade de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo sem nela atuar,
efetivamente, com objetivo de viabilizar o registro da empresa no CAU, de utilizar o nome
“arquitetura” ou “urbanismo” na razão jurídica ou nome fantasia ou ainda de simular para
os usuários dos serviços de arquitetura e urbanismo a existência de profissional do ramo
atuando;
VI - locupletar-se ilicitamente, por qualquer meio, às custas de cliente, diretamente ou por
intermédio de terceiros;
VII - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas a cliente de quantias que houver
recebido dele, diretamente ou por intermédio de terceiros;
VIII - deixar de informar, em documento ou peça de comunicação dirigida a cliente, ao
público em geral, ao CAU/ BR ou aos CAUs, os dados exigidos nos termos desta Lei;
IX- deixar de observar as normas legais e técnicas pertinentes na execução de atividades
de arquitetura e urbanismo; x - ser desidioso na execução do trabalho contratado;
XI - deixar de pagar a anuidade, taxas, preços de serviços e multas devidos ao CAU/BR ou
aos CAUs, quando devidamente notificado; XII - não efetuar Registro de Responsabilidade
técnica quando for obrigatório. Art. 19. São sanções disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão entre 30 (trinta) dias e 1 (um) ano do exercício da atividade de arquitetura e
urbanismo em todo o território nacional;
III- cancelamento do registro; e
IV- multa no valor entre 1 (uma) a 10 (dez) anuidades.
§ 1º As sanções deste artigo são aplicáveis à pessoa natural dos arquitetos e urbanistas.
§ 2º As sanções poderão ser aplicadas às sociedades de prestação de serviços com
atuação nos campos da arquitetura e do urbanismo, sem prejuízo da responsabilização da
pessoa natural do arquiteto e urbanista.
§ 3º No caso em que o profissional ou sociedade de arquitetos e urbanistas deixar de
pagar a anuidade, taxas, preços de serviços e multas devidos ao CAU/BR ou aos CAUs,
quando devidamente notificado, será aplicada suspensão até a regularização da dívida.
§ 4º A sanção prevista no inciso IV pode incidir cumulativamente com as demais.
§ 5º Caso constatado que a infração disciplinar teve participação de profissional vinculado
ao conselho de outra profissão, será comunicado o conselho responsável.
Art. 20. Os processos disciplinares do CAU/BR e dos CAUs seguirão as regras constantes
da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, desta Lei e, de forma complementar, das
resoluções do CAU/BR.
Art. 21. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de
qualquer autoridade ou pessoa interessada.
§ 1º A pedido do acusado ou do acusador, o processo disciplinar poderá tramitar em
sigilo, só tendo acesso às informações e documentos nele contidos o acusado, o eventual

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acusador e os respectivos procuradores constituídos.
§ 2º Após a decisão final, o processo tornar-se-á público.
Art. 22. Caberá recurso ao CAU/BR de todas as decisões definitivas proferidas pelos
CAUs, que decidirá em última instância administrativa.
Parágrafo único. Além do acusado e do acusador, o Presidente e os Conselheiros do
CAU são legitimados para interpor o recurso previsto neste artigo.
Art. 23. Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão de punição das sanções disciplinares,
a contar da data do fato. Parágrafo único. A prescrição interrompe-se pela intimação do
acusado para apresentar defesa.

Criação e organização do CAU/BR e dos CAUs

Art. 24. ficam criados o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR


e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito federal - CAUs,
como autarquias dotadas de personalidade jurídica de direito público, com autonomia
administrativa e financeira e estrutura federativa, cujas atividades serão custeadas
exclusivamente pelas próprias rendas.
§ 1º O CAU/BR e os CAUs têm como função orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da
profissão de arquitetura e urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética e
disciplina da classe em todo o território nacional, bem como pugnar pelo aperfeiçoamento
do exercício da arquitetura e urbanismo.
§ 2º O CAU/BR e o CAU do Distrito federal terão sede e foro em Brasília.
§ 3º Cada CAU terá sede e foro na capital do Estado, ou de um dos Estados de sua área
de atuação, a critério do CAU/BR.
Art. 25. O CAU/BR e os CAUs gozam de imunidade a impostos (art. 150, inciso VI, alínea
a, da Constituição federal).
Art. 26. O Plenário do Conselho do CAU/BR será constituído por:
I- 1 (um) Conselheiro representante de cada Estado e do Distrito federal;
II- 1 (um) Conselheiro representante das instituições de ensino de arquitetura e urbanismo.
§ 1º Cada membro do CAU/BR terá 1 (um) suplente.
§ 2º Os Conselheiros do CAU/BR serão eleitos pelo voto direto e obrigatório dos
profissionais do Estado que representam ou do Distrito federal.
§ 3º O Presidente será eleito entre seus pares por maioria de votos dos conselheiros, em
votação secreta, e terá direito apenas a voto de qualidade nas deliberações do CAU/BR.
§ 4º As instituições de ensino de arquitetura e urbanismo oficialmente reconhecidas
serão representadas por 1 (um) conselheiro, por elas indicado, na forma do Regimento
Geral do CAU/BR.
Art. 27. O CAU/BR tem sua estrutura e funcionamento definidos pelo seu Regimento
Geral, aprovado pela maioria absoluta dos conselheiros federais.
Parágrafo único. A prerrogativa de que trata o caput será exercida com estrita observância
às possibilidades efetivas de seu custeio com os recursos próprios do Conselho federal de
Arquitetura e Urbanismo, considerados ainda seus efeitos nos exercícios subsequentes.
Art. 28. Compete ao CAU/BR:
I- zelar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da arquitetura e do
urbanismo;
II- editar, alterar o Regimento Geral, o Código de Ética, as Normas Eleitorais e os provimentos
que julgar necessários;
III- adotar medidas para assegurar o funcionamento regular dos CAUs;
IV- intervir nos CAUs quando constatada violação desta Lei ou do Regimento Geral;
V- homologar os regimentos internos e as prestações de contas dos CAUs;
VI- firmar convênios com entidades públicas e privadas, observada a legislação aplicável;
VII- autorizar a oneração ou a alienação de bens imóveis de sua propriedade;

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VIII- julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos CAUs; IX - inscrever empresas
ou profissionais estrangeiros de arquitetura e urbanismo sem domicílio no País; X - criar
órgãos colegiados com finalidades e funções específicas;
XI- deliberar sobre assuntos administrativos e financeiros, elaborando programas de
trabalho e orçamento; XII - manter relatórios públicos de suas atividades;
XIII - representar os arquitetos e urbanistas em colegiados de órgãos públicos federais
que tratem de questões de exercício profissional referentes à arquitetura e ao urbanismo;
XIV - aprovar e divulgar tabelas indicativas de honorários dos arquitetos e urbanistas; XV
- contratar empresa de auditoria para auditar o CAU/BR e os CAUs, conforme dispuser o
Regimento Geral.
§ 1º O quorum necessário para a deliberação e aprovação das diferentes matérias será
definido no Regimento.
§ 2º O exercício das competências enumeradas nos incisos V, VI, VII, X, XI e XV do
caput terá como limite para seu efetivo custeio os recursos próprios do Conselho federal
de Arquitetura e Urbanismo, considerados os seus efeitos nos exercícios subsequentes,
observadas as normas de ordem pública quanto à alienação de bens patrimoniais e à
contratação de serviços.
Art. 29. Compete ao Presidente do CAU/BR, entre outras questões que lhe forem
atribuídas pelo Regimento Geral do CAU/BR:
I- representar judicialmente e extrajudicialmente o CAU/BR;
II- presidir as reuniões do Conselho do CAU/BR, podendo exercer o voto de desempate;
III- cuidar das questões administrativas do CAU/BR, ouvindo previamente o Conselho
quando exigido pelo Regimento Geral.
Art. 30. Constituem recursos do Conselho federal de Arquitetura e Urbanismo - CAU/BR:
I- 20% (vinte por cento) da arrecadação prevista no inciso I do art. 37;
II- doações, legados, juros e receitas patrimoniais;
III- subvenções;
IV- resultados de convênios;
V- outros rendimentos eventuais.
Parágrafo único. A alienação de bens e a destinação de recursos provenientes de receitas
patrimoniais serão aprovadas previamente pelo Plenário do Conselho federal de Arquitetura
e Urbanismo - CAU/BR.
Art. 31. Será constituído um CAU em cada Estado da federação e no Distrito federal.
§ 1º A existência de CAU compartilhado por mais de um Estado da federação somente
será admitida na hipótese em que o número limitado de inscritos inviabilize a instalação
de CAU próprio para o Estado.
§ 2º A existência de CAU compartilhado depende de autorização do CAU/BR em decisão
que será reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) anos.
Art. 32. O Plenário do CAU de cada Estado da federação e do Distrito federal é constituído
de 1 (um) presidente e de conselheiros.
§ 1º Os conselheiros, e respectivos suplentes, serão eleitos na seguinte proporção:
I- até 499 (quatrocentos e noventa e nove) profissionais inscritos: 5 (cinco) conselheiros;
II- de 500 (quinhentos) a 1.000 (mil) profissionais inscritos: 7 (sete) conselheiros;
III- de 1.001 (mil e um) a 3.000 (três mil) profissionais inscritos: 9 (nove) conselheiros;
IV- acima de 3.000 (três mil) profissionais inscritos: 9 (nove) conselheiros mais 1 (um) para
cada 1.000 (mil) inscritos ou fração, descontados os 3.000 (três mil) iniciais.
§ 2º O Presidente será eleito entre seus pares em Plenário pelo voto direto por maioria
de votos dos conselheiros e terá direito apenas a voto de qualidade nas deliberações dos
CAUs.
§ 3º Na hipótese de compartilhamento de CAU, nos termos do § 2º do art. 31:
I- as eleições serão realizadas em âmbito estadual;
II- o número de membros do conselho será definido na forma do § 1º; e
III- a divisão das vagas por Estado do Conselho compartilhado será feita segundo o número

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de profissionais inscritos no Estado, garantido o número mínimo de 1 (um) conselheiro
por Estado.
Art. 33. Os CAUs terão sua estrutura e funcionamento definidos pelos respectivos
Regimentos Internos, aprovados pela maioria absoluta dos conselheiros.
Art. 34. Compete aos CAUs:
I- elaborar e alterar os respectivos Regimentos Internos e demais atos administrativos;
II- cumprir e fazer cumprir o disposto nesta Lei, no Regimento Geral do CAU/BR, nos
demais atos normativos do CAU/BR e nos próprios atos, no âmbito de sua competência;
III- criar representações e escritórios descentralizados no território de sua jurisdição, na
forma do Regimento Geral do CAU/BR;
IV- criar colegiados com finalidades e funções específicas;
V- realizar as inscrições e expedir as carteiras de identificação de profissionais e pessoas
jurídicas habilitadas, na forma desta Lei, para exercerem atividades de arquitetura e
urbanismo, mantendo o cadastro atualizado;
VI- cobrar as anuidades, as multas e os Registros de Responsabilidade técnica;
VII- fazer e manter atualizados os registros de direitos autorais, de responsabilidade e os
acervos técnicos;
VIII- fiscalizar o exercício das atividades profissionais de arquitetura e urbanismo;
IX - julgar em primeira instância os processos disciplinares, na forma que determinar o
Regimento Geral do CAU/BR;
X- deliberar sobre assuntos administrativos e financeiros, elaborando programas de
trabalho e orçamento;
XI - sugerir ao CAU/BR medidas destinadas a aperfeiçoar a aplicação desta Lei e a promover
o cumprimento de suas finalidades e a observância aos princípios estabelecidos;
XII - representar os arquitetos e urbanistas em colegiados de órgãos públicos estaduais e
municipais que tratem de questões de exercício profissional referentes à arquitetura e ao
urbanismo, assim como em órgãos não governamentais da área de sua competência;
XIII - manter relatórios públicos de suas atividades; e
XIV - firmar convênios com entidades públicas e privadas.
§ 1º O exercício das competências enumeradas nos incisos III, IV, x e xIV do caput terá
como limite para seu efetivo custeio os recursos próprios do respectivo Conselho Regional
de Arquitetura e Urbanismo, considerados os seus efeitos nos exercícios subsequentes,
observadas as normas de ordem pública relativas à contratação de serviços e à celebração
de convênios.
§ 2º Excepcionalmente, serão considerados recursos próprios os repasses recebidos
do Conselho federal de Arquitetura e Urbanismo pelo Conselho Regional de Arquitetura e
Urbanismo, a conta do fundo especial a que se refere o art. 60.
Art. 35. Compete ao presidente do CAU, entre outras questões que lhe forem atribuídas
pelo Regimento Geral do CAU/BR e pelo Regimento Interno do CAU respectivo:
I- representar judicialmente e extrajudicialmente o CAU;
II- presidir as reuniões do Conselho do CAU, podendo exercer o voto de desempate;
III- cuidar das questões administrativas do CAU, ouvindo previamente o Conselho quando
exigido pelo Regimento Geral do CAU/BR ou pelo Regimento Interno do CAU respectivo.
Art. 36. É de 3 (três) anos o mandato dos conselheiros do CAU/BR e dos CAUs sendo
permitida apenas uma recondução. § 1º O mandato do presidente será coincidente com o
mandato do conselheiro. § 2º Perderá o mandato o conselheiro que:
I- sofrer sanção disciplinar;
II- for condenado em decisão transitada em julgado por crime relacionado com o exercício
do mandato ou da profissão; ou
III- ausentar-se, sem justificativa, a 3 (três) reuniões do Conselho, no período de 1 (um)
ano.
§ 3º O presidente do CAU/BR e os presidentes dos CAUs serão destituídos pela perda
do mandato como conselheiro, nos termos do § 2º ou pelo voto de 3/5 (três quintos) dos

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conselheiros.
Art. 37. Constituem recursos dos Conselhos Regionais de Arquitetura e Urbanismo -
CAUs:
I- receitas com anuidades, contribuições, multas, taxas e tarifas de serviços;
II- doações, legados, juros e rendimentos patrimoniais;
III- subvenções;
IV- resultados de convênios;
V- outros rendimentos eventuais.
Art. 38. Os presidentes do CAU/BR e dos CAUs prestarão, anualmente, suas contas ao
tribunal de Contas da União. § 1º Após aprovação pelo respectivo Plenário, as contas dos
CAUs serão submetidas ao CAU/BR
para homologação.
§ 2º As contas do CAU/BR, devidamente homologadas, e as dos CAUs serão submetidas
à apreciação do tribunal de Contas da União.
§ 3º Cabe aos presidentes do CAU/BR e de cada CAU a responsabilidade pela prestação
de contas.
Art. 39. Cabe ao CAU/BR dirimir as questões divergentes entre os CAUs baixando normas
complementares que unifiquem os procedimentos.
Art. 40. O exercício das funções de presidente e de conselheiro do CAU/BR e dos CAUs
não será remunerado.
Art. 41. Os empregados do CAU/BR e dos demais CAUs Estaduais e do Distrito federal
serão contratados mediante aprovação em concurso público, sob o regime da Consolidação
das Leis do trabalho.

Anuidade devida para os CAUs.

Art. 42. Os profissionais e as pessoas jurídicas inscritas no CAU pagarão anuidade no


valor de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais).
§ 1º Os valores das anuidades serão reajustados de acordo com a variação integral
do índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, nos termos de ato do CAU/BR.
§ 2º A data de vencimento, as regras de parcelamento e o desconto para pagamento à
vista serão estabelecidos pelo CAU/BR.
§ 3º Os profissionais formados há menos de 2 (dois) anos e acima de 30 (trinta) anos de
formados, pagarão metade do valor da anuidade.
§ 4º A anuidade deixará de ser devida após 40 (quarenta) anos de contribuição da
pessoa natural.
Art. 43. A inscrição do profissional ou da pessoa jurídica no CAU não está sujeita ao
pagamento de nenhum valor além da anuidade, proporcionalmente ao número de meses
restantes no ano.
Art. 44. O não pagamento de anuidade no prazo, sem prejuízo da responsabilização
pessoal pela violação ética, sujeita o infrator ao pagamento de multa de 20% (vinte por cento)
sobre o valor devido e à incidência de correção com base na variação da taxa Referencial
do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC até o efetivo pagamento.Registro
de Responsabilidade técnica - RRT.
Art. 45. toda realização de trabalho de competência privativa ou de atuação compartilhadas
com outras profissões regulamentadas será objeto de Registro de Responsabilidade técnica
- RRT.
§ 1º Ato do CAU/BR detalhará as hipóteses de obrigatoriedade da RRT.
§ 2º O arquiteto e urbanista poderá realizar RRT, mesmo fora das hipóteses de
obrigatoriedade, como meio de comprovação da autoria e registro de acervo.
Art. 46. O RRT define os responsáveis técnicos pelo empreendimento de arquitetura e

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urbanismo, a partir da definição da autoria e da coautoria dos serviços.
Art. 47. O RRT será efetuado pelo profissional ou pela pessoa jurídica responsável, por
intermédio de seu profissional habilitado legalmente no CAU.
Art. 48. Não será efetuado RRT sem o prévio recolhimento da taxa de RRT pela pessoa
física do profissional ou pela pessoa jurídica responsável.
Art. 49. O valor da taxa de RRT é, em todas as hipóteses, de R$ 60,00 (sessenta reais).
Parágrafo único. O valor referido no caput será atualizado, anualmente, de acordo com
a variação integral do índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela
fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, nos termos de ato do CAU/
BR.
Art. 50. A falta do RRT sujeitará o profissional ou a empresa responsável, sem prejuízo
da responsabilização pessoal pela violação ética e da obrigatoriedade da paralisação do
trabalho até a regularização da situação, à multa de 300% (trezentos por cento) sobre
o valor da taxa de RRT não paga corrigida, a partir da autuação, com base na variação
da taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, acumulada
mensalmente, até o último dia do mês anterior ao da devolução dos recursos, acrescido
este montante de 1% (um por cento) no mês de efetivação do pagamento.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput no caso de trabalho realizado em
resposta a situação de emergência se o profissional ou a pessoa jurídica diligenciar, assim
que possível, na regularização da situação.

Da cobrança de valores pelos CAUs

Art. 51. A declaração do CAU de não pagamento de multas por violação da ética ou pela
não realização de RRT, após o regular processo administrativo, constitui título executivo
extrajudicial.
Parágrafo único. Na hipótese do caput, os valores serão executados na forma da Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 52. O atraso no pagamento de anuidade sujeita o responsável à suspensão do
exercício profissional ou, no caso de pessoa jurídica, à proibição de prestar trabalhos na
área da arquitetura e do urbanismo, mas não haverá cobrança judicial dos valores em
atraso, protesto de dívida ou comunicação aos órgãos de proteção ao crédito.
Art. 53. A existência de dívidas pendentes não obsta o desligamento do CAU.
Art. 54. Os valores devidos aos CAUs referentes a multa por violação da ética, multa
pela não realização de RRT ou anuidades em atraso, prescrevem no prazo de 5 (cinco)
anos.

Instalação do CAU/BR e dos CAUsArt.



Art. 55. Os profissionais com título de arquitetos e urbanistas, arquitetos e engenheiro
arquiteto, com registro nos atuais Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia - CREAs terão, automaticamente, registro nos CAUs com o título único de
arquiteto e urbanista.
Parágrafo único. Os CREAs enviarão aos CAUs a relação dos arquitetos e urbanistas,
arquitetos e engenheiro arquiteto inscritos, no prazo de 30 (trinta) dias da instalação do
CAU, bem como os prontuários, dados profissionais, registros e acervo de todas as ARts
emitidas pelos profissionais e todos os processos em tramitação.
Art. 56. As Coordenadorias das Câmaras de Arquitetura dos atuais CREAs e a
Coordenadoria Nacional das Câmaras de Arquitetura do atual CONFEA gerenciarão o
processo de transição e organizarão o primeiro processo eleitoral para o CAU/BR e para
os CAUs dos Estados e do Distrito federal.

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§ 1º Na primeira eleição para o CAU/BR o representante das instituições de ensino será
estabelecido pela Coordenadoria Nacional das Câmaras de Arquitetura.
§ 2º A eleição para os conselheiros do CAU/BR e dos CAUs dar-se-á entre 3 (três) meses
e 1 (um) ano da publicação desta Lei.
§ 3º Realizada a eleição e instalado o CAU/BR, caberá a ele decidir os CAUs que serão
instalados no próprio Estado e os Estados que compartilharão CAU por insuficiência de
inscritos.
§ 4º As entidades nacionais dos arquitetos e urbanistas participarão do processo de
transição e organização do primeiro processo eleitoral.
Art. 57. Os atuais Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia a contar
da publicação desta Lei, passarão a depositar mensalmente em conta específica, 90%
(noventa por cento) do valor das anuidades, das anotações de responsabilidade técnicas e
de multas recebidas das pessoas físicas e jurídicas de arquitetos e urbanistas, arquitetos
e engenheiros arquitetos até que ocorra a instalação do CAU/BR.
Parágrafo único. A quantia a que se refere o caput deverá ser usada no custeio do
processo eleitoral de que trata o art. 56, sendo repassado o restante para o CAU/BR
utilizar no custeio da sua instalação e da instalação dos CAUs. Art. 58. (VETADO)
Art. 59. O CAU/BR e os CAUs poderão manter convênio com o CONfEA e com os CREAs,
para compartilhamento de imóveis, de infraestrutura administrativa e de pessoal, inclusive
da estrutura de fiscalização profissional.
Art. 60. O CAU/BR instituirá fundo especial destinado a equilibrar as receitas e despesas
dos CAUs, exclusivamente daqueles que não conseguirem arrecadação suficiente para a
manutenção de suas estruturas administrativas, sendo obrigatória a publicação dos dados
de balanço e do planejamento de cada CAU para fins de acompanhamento e controle dos
profissionais.
Parágrafo único. Resolução do CAU/BR, elaborada com a participação de todos os
presidentes dos CAUs, regulamentará este artigo.
Art. 61. Em cumprimento ao disposto no inciso x do art. 28 e no inciso IV do art. 34,
o CAU/BR instituirá colegiado permanente com participação das entidades nacionais dos
arquitetos e urbanistas, para tratar das questões do ensino e do exercício profissional.
§ 1º No âmbito das unidades da federação os CAUs instituirão colegiados similares com
participação das entidades regionais dos arquitetos e urbanistas.
§ 2º fica instituída a Comissão Permanente de Ensino e formação, no âmbito dos CAUs
em todas as Unidades da federação que se articulará com o CAU/BR por intermédio do
conselheiro federal representante das instituições de ensino superior.
Art. 62. O CAU/BR e os CAUs serão fiscalizados pelo tribunal de Contas da União e
auditados, anualmente, por auditoria independente e os resultados divulgados para
conhecimento público.

Mútuas de assistência dos profissionais vinculados aos CAUs



Art. 63. Os arquitetos e urbanistas que por ocasião da publicação desta Lei se encontravam
vinculados à Mútua de que trata a Lei no 6.496, de 7 de dezembro de 1977, poder-se-ão
se manter associados. Adaptação do CONFEA e dos CREAs.
Art. 64. O Conselho federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA passa a
se denominar Conselho federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA.
Art. 65. Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREAs passam
a se denominar Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia - CREAs.

Adaptação das Leis nos 5.194, de 1966, 6.496, de 1977


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Art. 66. As questões relativas a arquitetos e urbanistas constantes das Leis nos 5.194,
de 24 de dezembro de 1966 e 6.496, de 7 de dezembro de 1977, passam a ser reguladas
por esta Lei.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 67. (VETADO)

Vigência

Art. 68. Esta Lei entra em vigor:


I- quanto aos arts. 56 e 57, na data de sua publicação; e
II- quanto aos demais dispositivos, após a posse do Presidente e dos Conselheiros do
CAU/BR.Brasília, 31 de dezembro de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

Luiz Inácio Lula Da Silva


Luiz Paulo teles ferreira Barreto
fernando Haddad
Carlos Lupi
Paulo Bernardo Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.2010 - Edição extra

1.2.2 Lei nº 6.766, de 19/12/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano;

1.2.3 Lei nº 7.270, de 10/12/1984, que apresenta disposições referentes ao exercício da


atividade de perícia técnica;

1.2.4 Lei nº 7.410, de 27/11/1985, que dispõe sobre a especialização de engenheiros e


arquitetos em Engenharia de Segurança do trabalho;

1.2.5 Lei nº 9.394, de 20/12/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional;

1.2.6 Lei nº 9.610/98, de 19/02/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre
Direitos Autorais e dá outras providências;

1.2.7 Lei nº 9.605, de 12/02/1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;

1.2.8 Lei nº 10.098, de 19/12/2000, Acessibilidade, que estabelece normas gerais e


critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência
ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências;

1.2.9 Lei nº 10.527, de 10/07/2001, Estatuto das Cidades – que regulamenta os arts.
182 e 183 da Constituição federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana;

1.2.10 Lei nº 10.987, de 11/08/1997, que estabelece normas sobre sistemas de prevenção
e proteção contra incêndios, dispõe sobre a destinação da taxa de serviços especiais não
emergenciais do Corpo de Bombeiros e dá outras providências;

1.2.11 Lei nº 11.888, 24/12/2008, Assistência técnica – que assegura às famílias de baixa
renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação
de interesse social e altera a Lei n° 11.124, de 16/06/2005, que dispõe sobre o Sistema
Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o fundo Nacional de Habitação de

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Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS;

1.2.12 Decreto nº 5.154, de 23/07/2004, que regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts.


39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20/12/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional;

1.2.13 Decreto nº 5.296, de 02/12/2004, Acessibilidade, que regulamenta as leis n°


10.048, de 08/11/2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências;

1.2.14 Decreto nº 92.530, de 09/04/1986, que regulamenta a Lei nº 7.410, de 1985.

1.3 RESOLUÇÕES DO CAU/BR

É importante conhecer os Atos do CAU/BR que regulamentam o exercício da profissão do


arquiteto e urbanista, dentre eles, as Resoluções, disponíveis em www.caubr.org.br. Aqui
destacamos as Resoluções consideradas imprescindíveis ao entendimento e divulgação
aos profissionais:

1.3.1 Resolução nº 4, de 15/12/2011, que dispõe sobre a cobrança dos valores de


anuidades devidas aos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito
federal (CAU/Uf) e dá outras providências;

1.3.2 Resolução nº 8, de 15/12/2011, que institui o Dia Nacional do Arquiteto e urbanista;

1.3.3 Resolução nº 10, de 16/01/2012, que regulamenta o arquiteto e urbanista com


especialização em Engenharia de Segurança do trabalho;

1.3.4 Resolução nº 9, de 16/01/2012, que dispõe sobre o Registro de Responsabilidade


técnica (RRT) na prestação de serviços de arquitetura e urbanismo e dá outras providências;

1.3.5 Resolução nº 15, de 03/02/2012, que dispõe sobre o registro de pessoas jurídicas
no Conselho de Arquitetura e Urbanismo e dá outras providências;

1.3.6 Resolução nº 17, de 02/03/2012, que dispõe sobre o Registro de Responsabilidade


técnica (RRT) na prestação de serviços de arquitetura e urbanismo e dá outras providências;

1.3.7 Resolução nº 21, de 05/04/2012, que dispõe sobre as atividades e atribuições


profissionais do arquiteto e urbanista e dá outras providências;

1.3.8 Resolução nº 31, de 02/08/2012, que dispõe sobre o Registro de Responsabilidade


técnica (RRT) Extemporâneo, referente a atividade concluída ou em andamento e dá outras
providências;

1.3.9 Resolução nº 38, de 09/11/2012, que dispõe sobre a fiscalização do cumprimento


do Salário Mínimo Profissional do Arquiteto e Urbanista e dá outras providências;

1.3.10 Resolução nº 51, de 12/07/2013, que dispõe sobre as áreas de atuação privativas
dos arquitetos e urbanistas e as áreas de atuação compartilhadas com outras profissões
regulamentadas, e dá outras providências;

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1.3.11 Resolução nº 52, de 06/09/2013, que aprova o Código de Ética e Disciplina do
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil.

1.4 NORMAS TÉCNICAS

Consultem-se as Normas técnicas da Associação Brasileira de Normas técnicas – ABNT,


em
www.abnt.org.br, em especial:

NBR 6.492/94 – Representações de projetos de arquitetura;


NBR 9.050/04 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos;
NBR 13.994 – Elevadores de passageiros – Elevadores para transporte de pessoa portadora
de deficiência;
NBR 15.250 – Acessibilidade em caixa de auto-atendimento bancário;
NBR 15.575 – Conjunto de normas de desempenho e requisitos.

1.5 NORMAS REGULAMENTADORAS (NR)

A Portaria nº 3214/78, que aprova as Normas Regulamentadoras (NR) da Consolidação das


Leis do trabalho, relativas à Segurança e Medicina do trabalho, determinou condicionantes
às empresas empregadoras a fim de que se evitem acidentes por más condições de trabalho
aos seus empregados.

Consultem-se as Normas Regulamentadoras do Ministério do trabalho e Emprego,
disponíveis em www.mte.gov.br, em especial:

NR 1- Disposições Gerais;
NR 2- Inspeção Prévia;
NR 3- Embargo e Interdição;
NR 4- Serviço Especializado em Segurança e Medicina do trabalho – SESMt;
NR 5- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;
NR 6- Equipamento de Proteção Individual – EPI;
NR 7- Exames Médicos;
NR 8- Edificações;
NR 9- Riscos Ambientais;
NR 10 - Instalações e Serviços de Eletricidade;
NR 11 - transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;
NR 12 - Máquinas e Equipamentos;
NR 13 - Vasos Sob Pressão;
NR 14 - Fornos;
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres;
NR 16 - Atividades e Operações Perigosas;
NR 17 - Ergonomia;
NR 18 - Obras de Construção, Demolição e Reparos;
NR 19 - Explosivos;
NR 20 - Combustíveis Líquidos e Inflamáveis;
NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto;
NR 22 - Trabalhos Subterrâneos;
NR 23 - Proteção Contra Incêndios;

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NR 24 - Condições Sanitárias dos Locais de trabalho;
NR 25 - Resíduos Industriais;
NR 26 - Sinalização de Segurança;
NR 27 - Registro de Profissionais;
NR 28 - Fiscalização e Penalidades.

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NORMA DE DESEMPENHO
2 NORMA DE DESEMPENHO

Conteúdo extraído de curso ministrado pela engenheira civil Maria Angélica Covelo
Silva, Mestre em Engenharia pela UFRGS e Doutora em Engenharia pela EPUSP, diretora do
NGI - Núcleo de Gestão e Inovação.

O conceito de desempenho teve origem nas exigências de segurança estrutural


de produtos da indústria bélica e aeroespacial na Segunda Guerra Mundial. Porém, na
construção civil, o 2º Congresso do CIB (International Council for Research and Innovation
in Building and Construction), em 1962, foi o grande propulsor do conceito de desempenho
no setor.

2.1 INTRODUÇÃO

Uma das principais razões para o desenvolvimento da abordagem de desempenho foi a


necessidade de avaliação de sistemas construtivos inovadores. Nos países desenvolvidos,
o conceito de desempenho inseriu-se em todas as práticas de projeto, especificações e
comunicação com os clientes, desde a formação de arquitetos e engenheiros.
No Brasil, acompanhando as tendências internacionais, o IPt – Instituto de Pesquisas
tecnológicas do Estado de São Paulo, desenvolveu com o BNH (Banco Nacional de Habitação)
um conjunto de requisitos e critérios a serem atendidos em projetos de unidades
habitacionais, desenvolvendo capacitação para a realização de ensaios e avaliação,
segundo os requisitos estabelecidos pela metodologia. A primeira versão dos critérios de
desempenho publicada pelo IPt foi em 1981.
A introdução de inovações, ou a racionalização, sem o conceito de desempenho, pode
levar a conflitos entre requisitos, comprometendo o comportamento da edificação perante
o usuário ao longo da vida útil. Um exemplo destes requisitos é a relação da laje zero
com o desempenho acústico; outro exemplo é a relação do revestimento com textura em
edificações, com a sua durabilidade.
Novas tecnologias completas surgiram, sem que se pudesse avaliar o seu comportamento
em uso, antes que estivessem no mercado. A falta de conhecimento sobre as exigências
de normas e os cuidados necessários para a comprovação do atendimento das mesmas
acarretaram problemas extremos de desempenho.
O objetivo das normas de desempenho é determinar a verdadeira qualidade na construção
tradicional por meio de requisitos mínimos que definem o comportamento da edificação
ao longo de sua vida útil.

2.2 CONCEITOS

O desempenho é o comportamento de um produto em utilização. O produto deve


ter características que o capacite para cumprir os objetivos e funções para os quais foi
projetado. Está baseado em projetar e construir conforme as necessidades de todo o ciclo
de vida da edificação.

Conforme a Norma Brasileira 15575-1 – Edifícios Habitacionais de até 5 pavimentos –


Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais, cuja 1ª edição é de 12.05.2008, com validade a
partir de 12.05.2010, seguem as seguintes conceituações:

Manutenabilidade
Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente em ser mantido ou
recolocado no estado no qual pode executar suas funções requeridas, sobre condições

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de uso especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determinadas,
procedimentos e meios prescritos.

Norma prescritiva
Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um produto ou um procedimento
específico com base na consagração do uso ao longo do tempo.

Prazo de garantia
Período de tempo em que é elevada a probabilidade de que eventuais vícios ou defeitos
em um sistema, em estado de novo, venham a se manifestar, decorrentes de anomalias
que repercutam em desempenho inferior àquele previsto.

Requisitos de desempenho
Condições que expressam qualitativamente os atributos que o edifício habitacional e
seus sistemas devem possuir, a fim de que possam satisfazer as exigências do usuário.

Vida útil (VU)


Período de tempo durante o qual o edifício (ou seus sistemas) mantém o desempenho
esperado, quando submetido às atividades de manutenção predefinidas em projeto.

Vida útil de projeto (VUP)


Período estimado de tempo em que um sistema é projetado para atender aos requisitos de
desempenho estabelecidos nesta Norma, desde que cumprido o programa de manutenção
previsto no manual de operação, uso e manutenção. Vida útil requerida para o edifício ou
para seus sistemas, preestabelecida na etapa de projeto.

Vida útil requerida (VUR)


Vida útil definida para atender às exigências do usuário a ser estabelecida em projeto
ou em especificações de desempenho.

2.3 CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS BRASILEIRAS - DESEMPENHO



As normas não são atos oficiais ou leis e são expedidas por associações privadas,
desvinculadas da administração pública. Entretanto, conforme o Código de Defesa do
Consumidor (Lei nº 8.078/90), é necessário observar que:

“Art. 39 – É vedado ao fornecedor de produtos e serviços:


Item III – Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço, em desacordo
com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas,
não existirem, pela Associação Brasileira de Normas técnicas ou outra entidade credenciada
pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.”

Ao tratar as necessidades a serem atendidas como requisitos de desempenho, não


importa como uma edificação será construída, desde que os requisitos que garantem,
verdadeiramente, a sua qualidade e vida útil sejam assegurados por soluções de projeto,
materiais e sistemas, instruções de uso, operação e manutenção.

A NBR 15575 é composta por seis partes:

Parte 1 - Requisitos gerais.


Parte 2 - Requisitos para os sistemas estruturais.
Parte 3 - Requisitos para os sistemas de pisos internos.

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Parte 4 - Requisitos para os sistemas de vedações verticais externas e internas.
Parte 5 - Requisitos para sistemas de coberturas.
Parte 6 - Requisitos para sistemas hidrossanitários.

2.4 METODOLOGIA

São passos para a utilização da metodologia de desempenho:

1. Estabelecer as características dos usuários do edifício que determinarão as exigências


de desempenho;
2. Levantar e caracterizar todas as condições de exposição;
3. Definir as exigências dos usuários e os requisitos de desempenho para cada ambiente
e cada subsistema;
4. Definir os fatores limitantes/condicionantes;
5. Definir os critérios/referências a serem atingidos;
6. Utilizar um método de trabalho que permita compatibilizar e escolher, por meio de
pesos/prioridades, os requisitos predominantes;
7. Definir os parâmetros de controle em todas as etapas do processo;
8. Definir os métodos de demonstração de desempenho em todas as fases – projeto/
simulação; aquisição/contratação; execução/produção; uso, operação e manutenção;
9. Retroalimentar.

2.5 ESPECIFICAÇÃO DE PRODUTO

Exemplo de especificação de um produto de revestimento, conforme o seu desempenho.

Descrição:
-produto cerâmico do tipo porcelanato;
-índice de absorção d’água de 0 a 0,5%;
-resistência à abrasão PEI > ou igual a 4;
-resistência ao deslizamento em classe II (coeficiente de atrito entre 0,40 e 0,74);
-máxima resistência a manchas (classe 5 de resistência a manchas);
-classe A (máxima) de resistência ao ataque químico;
-resistência à gretagem e ao impacto assegurados por garantia do fabricante.

Observação:
Os rejuntes devem ser impermeáveis, laváveis e com aditivos antifungos.

Fornecedores de referência:
AA, BB e CC.

2.6 OUTROS COMENTÁRIOS SOBRE A NB N° 15.575

A indústria da construção no Brasil está mudando seus parâmetros de qualidade. trata-


se de uma revolução conceitual sobre os requisitos mínimos de segurança para casas e
edifícios residenciais. Desde julho de 2013 entrou em vigor a Norma de Desempenho de
Edificações, da Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT), que estabelece exigências
de conforto e segurança em imóveis residenciais. Pela primeira vez, uma norma brasileira
associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor, com
instruções claras e transparentes de como fazer essa avaliação.

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As regras privilegiam os benefícios ao consumidor e dividem responsabilidades entre
fabricantes, projetistas, construtores e usuários. A norma NBR 15575 determina que
níveis de segurança, conforto e resistência devem proporcionar cada um dos sistemas que
compõem um imóvel: estrutura, pisos, vedações, coberturas e instalações.

A Norma de Desempenho de Edificações é dividida em seis partes: uma de requisitos


gerais da obra e outras cinco referentes aos sistemas que compõem o edifício (estrutural,
de pisos, de cobertura, de vedação e sistemas hidrossanitários). Para cada um deles a
Norma estabelece critérios objetivos de qualidade e os procedimentos para medir se os
sistemas atendem aos requisitos. Por exemplo, a estrutura de uma parede deve aguentar,
sem apresentar falhas ou rachaduras para impactos de uma determinada força medida
em joules. Sistemas de coberturas têm que apresentar resistência ao fogo durante um
determinado período de tempo. tubulações hidrossanitárias que não estiverem escondidas
devem suportar até cinco vezes seu próprio peso, para que não se rompam com facilidade
gerando grandes transtornos. Vedações de paredes têm que garantir uma redução específica
da temperatura verificada no lado exterior do edifício. também têm que oferecer proteção
acústica, ou seja, deve abafar sons externos dentro de uma medida predeterminada.

A norma prevê uma série de situações de risco para o imóvel e fornece não só a medida,
como também instruções de como medir se os sistemas são seguros. trata-se de um
documento de alto nível técnico, que vai orientar fabricantes de materiais, projetistas e
construtores. Conheça mais pelo Guia Orientativo da Norma n° 15.575, em https://www.
dropbox.com/sh/5cywedgntf6clth/U4YDEs0iN6

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CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
3 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA

A Resolução n° 52, de 6 de setembro de 2013, aprova o Código de Ética e Disciplina do


Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). Este é o primeiro Código de Ética
da arquitetura e urbanismo do Brasil.

3.1 INTRODUÇÃO

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), no exercício das competências


e prerrogativas de que trata o art. 28, incisos I e II da Lei n° 12.378, de 31 de dezembro de
2010, os artigos 2°, incisos I e II, 3°, incisos I e III e 9°, inciso I do Regimento Geral aprovado
pela Resolução CAU/BR n° 33, de 6 de setembro de 2012, e de acordo com a deliberação
adotada da Reunião Plenária Ordinária n° 22, realizada nos dias 5 e 6 de setembro de
2013;

RESOLVE:
Art. 1° Aprovar o Código de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo
do Brasil (CAU/BR), na forma do Anexo à presente Resolução.
Art. 2° Os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito federal
(CAU/Uf), após a publicação desta Resolução, deverão organizar, desenvolver, promover
e manter a divulgação do Código de Ética e Disciplina aos profissionais, às entidades de
classe, às instituições de ensino superior, às sociedades civis e organizadas, ao poder
público e ao público em geral.
Art. 3° O CAU/BR promoverá estudos em âmbito nacional, visando ao aperfeiçoamento
sistemático do Código de Ética e Disciplina aprovado por esta Resolução.
Art. 4° Os estudos, levantamentos e proposições realizados pelo CAU/BR para o
aperfeiçoamento do Código de Ética e Disciplina aprovado por esta Resolução serão
publicados pelos meios telemáticos disponíveis.
Art. 5° O Código de Ética e Disciplina deverá ser revisado, podendo sofrer alterações,
após 6 (seis) anos contados da data de sua publicação, e as revisões subsequentes deverão
ocorrer a cada 3 (três) anos, a partir da data de aprovação da primeira revisão.
Art. 6° Por iniciativa da maioria absoluta dos conselheiros do CAU/BR, o Código de Ética
e Disciplina poderá receber emendas aditivas a qualquer tempo.
Art. 7° A aplicação das sanções correspondentes às infrações das normas prescritas no
Código de Ética e Disciplina deverá ser estabelecida conforme metodologia prevista em
resolução específica, a qual deverá ser editada pelo CAU/BR em até 60 (sessenta) dias
após aprovação desta Resolução.
Art. 8° O Código de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, aprovado
por esta Resolução, entrará em vigor a partir da data da sua publicação.

Brasília, 6 de setembro de 2013.


HAROLDO PINHEIRO VILLAR DE QUEIROZ
Presidente do CAU/BR

O art. 17 estatui que, no exercício da profissão, o arquiteto e urbanista deve pautar


sua conduta pelos parâmetros a serem definidos no Código de Ética e Disciplina do CAU/
BR. E que, conforme diz o respectivo parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina
deverá regular também os deveres do arquiteto e urbanista para com a comunidade, a sua
relação com os demais profissionais, o dever geral de urbanidade e, ainda, os respectivos
procedimentos disciplinares, observados o disposto na Lei.
O art. 24, § 1°, estatui que o CAU tem como função promover, orientar, disciplinar
e fiscalizar o exercício da profissão, zelar pela fiel observância dos princípios de

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ética e disciplina da classe em todo o território nacional, bem como pugnar pelo seu
aperfeiçoamento.
O art. 28, inciso I, estatui que compete ao CAU/BR zelar pela dignidade, independência,
prerrogativas e valorização da Arquitetura e Urbanismo.
Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública federal); Resolução do CAU/BR n° 34, de 6 de setembro de 2012;
e Resoluções do CAU em geral; Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o
Código Civil; Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, que Dispõe sobre a proteção do
consumidor e dá outras providências; Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940,
que aprova o Código Penal; Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que Altera, atualiza
e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências; e, outras leis.

3.2 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA

PREÂMBULO
Funções Deontológicas do Código
Estrutura do Código
1. OBRIGAÇÕES GERAIS
2. OBRIGAÇÕES PARA COM O INTERESSE PÚBLICO
3. OBRIGAÇÕES PARA COM O CONTRATANTE
4. OBRIGAÇÕES PARA COM A PROFISSÃO
5. OBRIGAÇÕES PARA COM OS COLEGAS
6. OBRIGAÇÕES PARA COM O CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO (CAU)

PREÂMBULO
O Código de Ética e Disciplina define os parâmetros deontológicos que devem orientar
a conduta dos profissionais registrados nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo.
As normas reunidas no Código de Ética e Disciplina impõem elevadas exigências éticas aos
arquitetos e urbanistas, as quais se traduzem em obrigações para com a sociedade e para
com a comunidade profissional, além de alçarem o dever geral de urbanidade. O conjunto
normativo deste Código também expressa e reafirma o compromisso dos arquitetos e
urbanistas em assumir as responsabilidades a eles delegadas pela Nação e pelo Estado
brasileiro de autogestão e controle do exercício profissional – responsabilidades estas
reivindicadas há décadas e consubstanciadas no processo de aprovação da Lei n° 12.378,
em 31 de dezembro de 2010.
A Lei, em seus artigos 17 a 23, materializa a finalidade precípua do Código de Ética e
Disciplina, orientando o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil a instaurar, defender
e manter as normas de conduta dos profissionais. Essa conduta foi historicamente delineada
a partir de um propósito humanista e preservacionista do patrimônio socioambiental e
cultural, e encontra-se intrinsecamente relacionada com o direito à cidadania e com o
aperfeiçoamento institucional dos campos de atuação da Arquitetura e Urbanismo.
No que concerne aos aspectos legais coercitivos, este Código estabelece bases suficientes
para proporcionar clareza na identificação circunstanciada dos fatos, na avaliação das
infrações cometidas e na aplicação das respectivas sanções disciplinares.
A aplicação harmônica das determinações deontológicas do Código de Ética e Disciplina
será realizada pelos CAU/BR e CAU/Uf, conforme o disposto nas Resoluções que especificam
os procedimentos processuais respectivos às etapas de instauração, instrução, defesa,
relatório, pedido de reconsideração, recurso à instrução, decisão final, aplicação das
eventuais penalidades disciplinares e a verificação do seu cumprimento.
A processualística presumida nessas Resoluções seguirá, além do que estabelece a Lei
n° 12.378, de 2010, as regras procedimentais constantes nas demais leis do País, uma
vez que os arquitetos e urbanistas, essenciais a qualquer sociedade democrática, sempre

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estarão sujeitos à Constituição, às leis e aos preceitos éticos e morais que delas emanam.
Doravante, os profissionais, assim como as sociedades de prestação de serviços com
atuação no campo da Arquitetura e Urbanismo, devem orientar sua conduta no exercício
da profissão pelas normas definidas neste Código de Ética e Disciplina.

Funções Deontológicas do Código


Os termos do Código de Ética e Disciplina devem ser integralmente acatados e obedecidos
por todos os arquitetos e urbanistas, independentemente do modo de contratação de seus
serviços profissionais — como autônomo, como empresário ou gestor, como assalariado
privado ou como servidor público, ou em qualquer situação administrativa em que exista
dependência hierárquica de responsabilidades, cargos ou funções. Portanto, as normas
constantes neste Código aplicam-se a todas as atividades profissionais e em todos os
campos de atuação no território nacional.
São duas as funções deontológicas deste Código de Ética e Disciplina. A primeira, e
precedente, é a função educacional preventiva, que tem por objetivo a informação pública
sobre a dignidade da Arquitetura e Urbanismo e os deveres de seus profissionais. A segunda
função, subordinada à primeira, é a coercitiva, que admoesta e reprime os desacertos
procedimentais porventura praticados pelos indivíduos sujeitos à ética e à disciplina da
profissão.

Estrutura do Código
As normas prescritas neste Código de Ética e Disciplina, embora devam ser consideradas
como um todo coordenado e harmônico, estão estruturadas em uma hierarquia de
subordinação relativa, em 3 (três) classes respectivamente distintas: princípios, regras e
recomendações.
Os princípios são as normas de maior abrangência, cujo caráter teórico abstrato referencia
agrupamentos de normas subordinadas.
As regras, que são derivadas dos princípios, devem ser seguidas de forma específica e
restrita às circunstâncias objetivas e concretas. A transgressão às regras será considerada
infração éticodisciplinar imputável.
As recomendações, quando descumpridas, não pressupõem cominação de sanção,
todavia, sua observância ou inobservância poderão fundamentar argumento atenuante ou
agravante para a aplicação das sanções disciplinares.

1. OBRIGAÇÕES GERAIS

1.1. Princípios:

1.1.1. O arquiteto e urbanista é um profissional liberal, nos termos da doutrina trabalhista


brasileira, o qual exerce atividades intelectuais de interesse público e alcance social mediante
diversas relações de trabalho. Portanto, esse profissional deve deter, por formação, um
conjunto sistematizado de conhecimentos das artes, das ciências e das técnicas, assim
como das teorias e práticas específicas da Arquitetura e Urbanismo.
1.1.2. O processo de formação do arquiteto e urbanista deve ser estruturado e desenvolvido
com o objetivo de assegurar sua capacitação e habilitação para o desempenho pleno das
atividades profissionais.
1.1.3. O arquiteto e urbanista deve reconhecer, respeitar e defender as realizações
arquitetônicas e urbanísticas como parte do patrimônio socioambiental e cultural, devendo
contribuir para o aprimoramento deste patrimônio.
1.1.4. O arquiteto e urbanista deve manter e desenvolver seus conhecimentos, preservando
sua independência de opinião, imparcialidade, integridade e competência profissional,
de modo a contribuir, por meio do desempenho de suas atribuições específicas, para o

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desenvolvimento do ambiente construído.
1.1.5. O arquiteto e urbanista deve defender os direitos fundamentais da pessoa humana,
conforme expressos na Constituição brasileira e em acordos internacionais.

1.2. Regras:

1.2.1. O arquiteto e urbanista deve responsabilizar-se pelas tarefas ou trabalhos


executados por seus auxiliares, equipes, ou sociedades profissionais que estiverem sob
sua administração ou direção, e assegurar que atuem em conformidade com os melhores
métodos e técnicas.
1.2.2. O arquiteto e urbanista deve exercer, manter e defender a autonomia própria
da profissão liberal, orientando suas decisões profissionais pela prevalência das suas
considerações artísticas, técnicas e científicas sobre quaisquer outras.
1.2.3. O arquiteto e urbanista deve defender sua opinião, em qualquer campo da atuação
profissional, fundamentando-a na observância do princípio da melhor qualidade, e
rejeitando injunções, coerções, imposições, exigências ou pressões contrárias às suas
convicções profissionais que possam comprometer os valores técnicos, éticos e a qualidade
estética do seu trabalho.
1.2.4. O arquiteto e urbanista deve recusar relações de trabalho firmadas em pressupostos
não condizentes com os termos deste Código.
1.2.5. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de assumir responsabilidades
profissionais que extrapolem os limites de suas atribuições, habilidades e competências,
em seus respectivos campos de atuação.
1.2.6. O arquiteto e urbanista responsável por atividade docente das disciplinas de
Arquitetura e Urbanismo deve, além de deter conhecimento específico sobre o conteúdo a
ser ministrado, ter executado atividades profissionais referentes às respectivas disciplinas.

1.3. Recomendações:

1.3.1. O arquiteto e urbanista deve aprimorar seus conhecimentos nas áreas relevantes
para a prática profissional, por meio de capacitação continuada, visando à elevação dos
padrões de excelência da profissão.
1.3.2. O arquiteto e urbanista deve contribuir para o aperfeiçoamento e desenvolvimento
das tecnologias referentes à concepção e execução das atividades apropriadas às etapas
do ciclo de existência das construções.
1.3.3. O arquiteto e urbanista deve colaborar para que seus auxiliares ou empregados
envolvidos em atividades de sua responsabilidade profissional adquiram conhecimento e
aperfeiçoem capacidades e habilidades necessárias ao desempenho de suas funções.
1.3.4. O arquiteto e urbanista deve defender o direito de crítica intelectual fundamentada
sobre as artes, as ciências e as técnicas da Arquitetura e Urbanismo, colaborando para o
seu aperfeiçoamento e desenvolvimento.
1.3.5. O arquiteto e urbanista deve respeitar os códigos de ética e disciplina da profissão
vigentes nos países e jurisdições estrangeiras nos quais prestar seus serviços profissionais.

2. OBRIGAÇÕES PARA COM O INTERESSE PÚBLICO

2.1. Princípios:

2.1.1. O arquiteto e urbanista deve defender o interesse público e respeitar o teor das leis
que regem o exercício profissional, considerando as consequências de suas atividades
segundo os princípios de sustentabilidade socioambiental e contribuindo para a boa
qualidade das cidades, das edificações e sua inserção harmoniosa na circunvizinhança, e

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do ordenamento territorial, em respeito às paisagens naturais, rurais e urbanas.
2.1.2. O arquiteto e urbanista deve defender o direito à Arquitetura e Urbanismo, às
políticas urbanas e ao desenvolvimento urbano, à promoção da justiça e inclusão social
nas cidades, à solução de conflitos fundiários, à moradia, à mobilidade, à paisagem, ao
ambiente sadio, à memória arquitetônica e urbanística e à identidade cultural.

2.2. Regras:

2.2.1. O arquiteto e urbanista deve considerar o impacto social e ambiental de suas


atividades profissionais na execução de obras sob sua responsabilidade.
2.2.2. O arquiteto e urbanista deve respeitar os valores e a herança natural e cultural da
comunidade na qual esteja prestando seus serviços profissionais.
2.2.3. O arquiteto e urbanista deve, no exercício das atividades profissionais, zelar pela
conservação e preservação do patrimônio público.
2.2.4. O arquiteto e urbanista deve respeitar o conjunto das realizações arquitetônicas
e urbanísticas do patrimônio histórico e artístico nacional, estadual, municipal, ou de
reconhecido interesse local.
2.2.5. O arquiteto e urbanista deve considerar, na execução de seus serviços profissionais,
a harmonia com os recursos e ambientes naturais.
2.2.6. O arquiteto e urbanista deve prescindir de utilizar o saber profissional para emitir
opiniões que deturpem conscientemente a verdade, persuadindo leigos, a fim de obter
resultados que convenham a si ou a grupos para os quais preste serviço ou os quais
represente.
2.2.7. O arquiteto e urbanista deve adotar soluções que garantam a qualidade da construção,
o bem-estar e a segurança das pessoas, nos serviços de sua autoria e responsabilidade.
2.2.8. O arquiteto e urbanista, autor de projeto ou responsável pela execução de serviço ou
obra, deve manter informação pública e visível, à frente da edificação objeto da atividade
realizada, conforme o especificado no art. 14 da Lei n° 12.378, de 2010.

2.3. Recomendações:

2.3.1. O arquiteto e urbanista deve ter consciência do caráter essencial de sua atividade
como intérprete e servidor da cultura e da sociedade da qual faz parte.
2.3.2. O arquiteto e urbanista deve considerar e interpretar as necessidades das pessoas,
da coletividade e dos grupos sociais, relativas ao ordenamento do espaço, à concepção
e execução das construções, à preservação e valorização do patrimônio arquitetônico,
urbanístico, paisagístico e natural.
2.3.3. O arquiteto e urbanista deve envidar esforços para assegurar o atendimento das
necessidades humanas referentes à funcionalidade, à economicidade, à durabilidade, ao
conforto, à higiene e à acessibilidade dos ambientes construídos.
2.3.4. O arquiteto e urbanista deve subordinar suas decisões técnicas e opções estéticas
aos valores éticos inerentes à profissão.
2.3.5. O arquiteto e urbanista deve promover e divulgar a Arquitetura e Urbanismo
colaborando para o desenvolvimento cultural e para a formação da consciência pública
sobre os valores éticos, técnicos e estéticos da atividade profissional.
2.3.6. O arquiteto e urbanista deve respeitar a legislação urbanística e ambiental e colaborar
para o seu aperfeiçoamento.

3. OBRIGAÇÕES PARA COM O CONTRATANTE

3.1. Princípios:

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3.1.1. O arquiteto e urbanista, nas relações com seus contratantes, deve exercer suas
atividades profissionais de maneira consciente, competente, imparcial e sem preconceitos,
com habilidade, atenção e diligência, respeitando as leis, os contratos e as normas técnicas
reconhecidas.
3.1.2. O arquiteto e urbanista deve orientar sua conduta profissional e prestar serviços
profissionais a seus contratantes em conformidade com os princípios éticos e morais do
decoro, da honestidade, da imparcialidade, da lealdade, da prudência, do respeito e da
tolerância, assim como os demais princípios discriminados neste Código.

3.2. Regras:

3.2.1. O arquiteto e urbanista deve assumir serviços profissionais somente quando estiver
de posse das habilidades e dos conhecimentos artísticos, técnicos e científicos necessários
à satisfação dos compromissos específicos a firmar com o contratante.
3.2.2. O arquiteto e urbanista deve oferecer propostas para a prestação de serviços somente
após obter informações necessárias e suficientes sobre a natureza e extensão dos serviços
profissionais solicitados por seu contratante.
3.2.3. O arquiteto e urbanista deve orientar seus contratantes quanto a valorizações
enganosas referentes aos meios ou recursos humanos, materiais e financeiros destinados
à concepção e execução de serviços profissionais.
3.2.4. O arquiteto e urbanista deve discriminar, nas propostas para contratação de seus
serviços profissionais, as informações e especificações necessárias sobre sua natureza e
extensão, de maneira a informar corretamente os contratantes sobre o objeto do serviço,
resguardando-os contra estimativas de honorários inadequadas.
3.2.5. O arquiteto e urbanista deve assumir serviços profissionais somente quando
considerar que os recursos materiais e financeiros necessários estão adequadamente
definidos e disponíveis para o cumprimento dos compromissos a firmar com o contratante.
3.2.6. O arquiteto e urbanista deve prestar seus serviços profissionais considerando os
prazos julgados razoáveis e proporcionais à extensão e à complexidade do objeto ou
escopo da atividade.
3.2.7. O arquiteto e urbanista deve prestar seus serviços profissionais levando em
consideração sua capacidade de atendimento em função da complexidade dos serviços.
3.2.8. O arquiteto e urbanista deve, ao comunicar, publicar, divulgar ou promover seu
trabalho, considerar a veracidade das informações e o respeito à reputação da Arquitetura
e Urbanismo.
3.2.9. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de assumir a autoria de trabalho
que não tenha realizado, bem como de representar ou ser representado por outrem de
modo falso ou enganoso.
3.2.10. O arquiteto e urbanista deve assumir serviços profissionais somente quando
aqueles que lhe prestarem consultorias estiverem qualificados pela formação, treinamento
ou experiência nas áreas técnicas específicas envolvidas e de sua responsabilidade.
3.2.11. O arquiteto e urbanista deve manter seus contratantes informados sobre o progresso
da prestação dos serviços profissionais executados em seu benefício, periodicamente ou
quando solicitado.
3.2.12. O arquiteto e urbanista deve manter seus contratantes informados sobre quaisquer
questões ou decisões que possam afetar a qualidade, os prazos e custos de seus serviços
profissionais.
3.2.13. O arquiteto e urbanista deve manter seus contratantes informados sobre quaisquer
fatos ou conflitos de interesses que possam alterar, perturbar ou impedir a prestação de
seus serviços profissionais.
3.2.14. O arquiteto e urbanista deve assumir a responsabilidade pela orientação transmitida
a seus contratantes.
3.2.15. O arquiteto e urbanista deve manter sigilo sobre os negócios confidenciais de seus

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contratantes, relativos à prestação de serviços profissionais contratados, a menos que
tenha consentimento prévio formal do contratante ou mandado de autoridade judicial.
3.2.16. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber, sob qualquer pretexto, qualquer
honorário, provento, remuneração, comissão, gratificação, vantagem, retribuição ou
presente de qualquer natureza – seja na forma de consultoria, produto, mercadoria ou
mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de insumos de seus contratantes, conforme
o que determina o inciso VI do art. 18 da Lei n° 12.378, de 2010.
3.2.17. O arquiteto e urbanista proprietário ou representante de qualquer marca ou
empresa de material de construção, componente, equipamento ou patente que venha a ter
aplicação em determinada obra, não poderá prestar, em virtude desta qualidade, serviços
de Arquitetura e Urbanismo a título gratuito ou manifestamente sub-remunerados.
3.2.18. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber honorários, pagamentos, ou
vantagens de duas partes de um mesmo contrato vigente.

3.3. Recomendação:

3.3.1. O arquiteto e urbanista deve exigir dos contratantes ou empregadores uma conduta
recíproca conforme a que lhe é imposta por este Código.

4. OBRIGAÇÕES PARA COM A PROFISSÃO

4.1. Princípios:

4.1.1. O arquiteto e urbanista deve considerar a profissão como uma contribuição para o
desenvolvimento da sociedade.
4.1.2. O respeito e defesa da profissão devem ser compreendidos como relevante promoção
da justiça social e importante contribuição para a cultura da humanidade.

4.2. Regras:

4.2.1. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de contratar, representar ou


associar-se a pessoas que estejam sob sanção disciplinar, excluídas ou suspensas por
seus respectivos conselhos profissionais.
4.2.2. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se para que seus associados, representantes
e subordinados conduzam seus serviços profissionais, realizados em comum, em
conformidade com o mesmo padrão ético e disciplinar da profissão.
4.2.3. O arquiteto e urbanista, ao exercer a docência profissional, deve contribuir para a
formação acadêmica, tendo em vista a aquisição de competências e habilidades plenas
para o exercício da Arquitetura e Urbanismo.
4.2.4. O arquiteto e urbanista, ao exercer a docência profissional, deve cumprir as ementas
e os conteúdos programáticos das disciplinas de Arquitetura e Urbanismo constantes no
projeto pedagógico.
4.2.5. O arquiteto e urbanista, ao exercer a docência profissional, deve divulgar os princípios
deste Código, entre os profissionais em formação.
4.2.6. O arquiteto e urbanista deve denunciar fato de seu conhecimento que transgrida a
ética profissional e as obrigações deste Código.
4.2.7. O arquiteto e urbanista deve evitar assumir simultaneamente diferentes
responsabilidades técnicas, que sejam incompatíveis quanto a sua extensão, conteúdos,
distâncias e jornadas de trabalho sobrepostas.
4.2.8. O arquiteto e urbanista, quando chamado a cumprir tarefas de fiscalização, controle
ou gerenciamento técnico de contratos de serviços de Arquitetura e Urbanismo, deve
abster-se de qualquer atitude motivada por interesses privados que comprometam seus

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deveres profissionais, devendo sempre fundamentar claramente suas decisões e pareceres
em critérios estritamente técnicos e funcionais.
4.2.9. O arquiteto e urbanista, em qualquer situação em que deva emitir parecer técnico,
nomeadamente no caso de litígio entre projetista, dono de obra, construtor ou entidade
pública, deve agir sempre com imparcialidade, interpretando com rigor técnico estrito e
inteira justiça as condições dos contratos, os fatos técnicos pertinentes e os documentos
normativos existentes.
4.2.10. O arquiteto e urbanista deve condicionar todo compromisso profissional à
formulação e apresentação de proposta técnica que inclua com detalhe os produtos
técnicos a serem produzidos, sua natureza e âmbito, as etapas e prazos, a remuneração
proposta e sua forma de pagamento. A proposta deve ser objeto de contrato escrito entre
o profissional e o seu contratante, o qual deve ter também em conta as demais disposições
deste Código.

4.3. Recomendações:

4.3.1. O arquiteto e urbanista deve apresentar propostas de custos de serviços de acordo


com as tabelas indicativas de honorários aprovadas pelo CAU/BR, conforme o inciso xIV
do art. 28 da Lei n° 12.378, de 2010.
4.3.2. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se na promoção pública da profissão.
4.3.3. O arquiteto e urbanista deve contribuir para o desenvolvimento do conhecimento,
da cultura e do ensino relativos à profissão.
4.3.4. O arquiteto e urbanista deve colaborar para o aperfeiçoamento e atualização das
Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo.
4.3.5. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se em participar e contribuir em fóruns
culturais, técnicos, artísticos e científicos referentes à atividade profissional.
4.3.6. O arquiteto e urbanista deve, em concurso com o CAU, empenhar-se na preservação
da documentação de projetos, obras e outros serviços de Arquitetura e Urbanismo, visando
garantir o acesso da sociedade e das novas gerações de profissionais à história da profissão.
4.3.7. O arquiteto e urbanista deve manter-se informado sobre as normas que regulamentam
o exercício da profissão, obrigando-se a seguir os procedimentos nelas contidos.
4.3.8. O arquiteto e urbanista deve contribuir para ações de interesse geral no domínio
da Arquitetura e Urbanismo, participando na discussão pública de problemas relevantes
nesse âmbito.
4.3.9. O arquiteto e urbanista deve favorecer a integração social estimulando a participação
dos cidadãos no debate arquitetônico e urbanístico e no processo decisório sobre a cidade,
em tudo o que diz respeito ao ambiente, ao urbanismo e à edificação.

5. OBRIGAÇÕES PARA COM OS COLEGAS

5.1. Princípios:

5.1.1. O arquiteto e urbanista deve considerar os colegas como seus pares, detentores
dos mesmos direitos e dignidade profissionais e, portanto, deve tratá-los com respeito,
enquanto pessoas e enquanto produtores de relevante atividade profissional.
5.1.2. O arquiteto e urbanista deve construir sua reputação tão somente com base na
qualidade dos serviços profissionais que prestar.

5.2. Regras:

5.2.1. O arquiteto e urbanista deve repudiar a prática de plágio e de qualquer apropriação


parcial ou integral de propriedade intelectual de outrem.

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5.2.2. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de oferecer vantagem ou incentivo
material ou pecuniário a outrem, visando favorecer indicação de eventuais futuros
contratantes.
5.2.3. O arquiteto e urbanista deve estipular os honorários ou quaisquer remunerações
apenas quando solicitado a oferecer serviços profissionais.
5.2.4. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de propor honorários ou quaisquer
remunerações por serviços profissionais visando obter vantagem sobre propostas
conhecidas, já apresentadas por colegas concorrentes para os mesmos objetivos.
5.2.5. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de realizar trabalhos de avaliação
crítica, perícia, análise, julgamento, mediação ou aprovação de projetos ou trabalhos do
qual seja autor ou de cuja equipe realizadora faça parte.
5.2.6. O arquiteto e urbanista deve abster-se de emitir referências depreciativas, maliciosas,
desrespeitosas, ou de tentar subtrair o crédito do serviço profissional de colegas.
5.2.7. O arquiteto e urbanista, ao tomar conhecimento da existência de colegas que tenham
sido convidados pelo contratante para apresentar proposta técnica e financeira referente
ao mesmo serviço profissional, deve informálos imediatamente sobre o fato.
5.2.8. O arquiteto e urbanista, quando convidado a emitir parecer ou reformular os serviços
profissionais de colegas, deve informá-los previamente sobre o fato.
5.2.9. O arquiteto e urbanista empregador deve cumprir o disposto na Lei n° 4.950-A, de
22 de abril de 1966, conferindo a remuneração mínima prevista nessa Lei aos arquitetos
e urbanistas empregados por ele.
5.2.10. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de associar seu nome a pessoas,
firmas, organizações ou empresas executoras de serviços profissionais sem a sua real
participação nos serviços por elas prestados.
5.2.11. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de exercer a atividade de crítica
da Arquitetura e Urbanismo a fim de obter vantagens concorrenciais sobre os colegas.
5.2.12. O arquiteto e urbanista deve reconhecer e registrar, em cada projeto, obra ou
serviço de que seja o autor, as situações de coautoria e outras participações, relativamente
ao conjunto ou à parte do trabalho em realização ou realizado.
5.2.13. O arquiteto e urbanista que desempenhar atividades nos órgãos técnicos dos
poderes públicos deve restringir suas decisões e pareceres ao cumprimento das leis e
regulamentos em vigor, com isenção e em tempo útil, não podendo, nos processos em
que atue como agente público, ser parte em qualquer um deles, nem exercer sua influência
para favorecer ou indicar terceiros a fim de dirimir eventuais impasses nos respectivos
processos, tampouco prestar a colegas informações privilegiadas, que detém em razão de
seu cargo.
5.2.14. O arquiteto e urbanista encarregado da direção, fiscalização ou assistência técnica
à execução de obra projetada por outro colega deve declarar-se impedido de fazer e
de permitir que se façam modificações nas dimensões, configurações e especificações e
outras características, sem a prévia concordância do autor.
5.2.15. O arquiteto e urbanista deve rejeitar qualquer serviço associado à prática de
reprodução ou cópia de projetos de Arquitetura e Urbanismo de outrem, devendo contribuir
para evitar práticas ofensivas aos direitos dos autores e das obras intelectuais.
5.2.16. O arquiteto e urbanista, enquanto membro de equipe ou de quadro técnico de
empresa ou de órgão público, deve colaborar para o legítimo acesso de seus colegas e
colaboradores às devidas promoções e ao desenvolvimento profissional, evitando o uso
de artifícios ou expedientes enganosos que possam prejudicá-los.

5.3. Recomendações:

5.3.1. O arquiteto e urbanista deve defender e divulgar a legislação referente ao Direito


Autoral em suas atividades profissionais e setores de atuação.
5.3.2. O arquiteto e urbanista deve promover e apoiar a crítica intelectual fundamentada

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da Arquitetura e Urbanismo, como prática necessária ao desenvolvimento da profissão.
5.3.3. O arquiteto e urbanista deve proporcionar bom ambiente de trabalho aos colegas
associados ou empregados, e contribuir para o aperfeiçoamento profissional destes.

6. OBRIGAÇÕES PARA COM O CONSELHO DE ARQUITETURA E


URBANISMO – CAU

6.1. Princípio:

6.1.1. O arquiteto e urbanista deve reconhecer e respeitar o Conselho de Arquitetura e


Urbanismo (CAU) como órgão de regulação e fiscalização do exercício da Arquitetura e
Urbanismo, e colaborar no aperfeiçoamento do desempenho do Conselho nas atividades
concernentes às suas funções e prerrogativas legais.

6.2. Regras:

6.2.1. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU em suas atividades de orientação,
disciplina e fiscalização do exercício profissional.
6.2.2. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU para o aperfeiçoamento da prática
regular da profissão. 6.2.3. O arquiteto e urbanista que se comprometer a assumir cargo
de conselheiro do CAU deve conhecer as suas responsabilidades legais e morais.

6.3. Recomendações:

6.3.1. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU e empenhar-se para o


aperfeiçoamento da legislação que regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo.
6.3.2. O arquiteto e urbanista deve colaborar com o CAU para o aperfeiçoamento da
legislação pertinente às atividades da Arquitetura e Urbanismo e as correlatas nos níveis
da União, dos Estados e dos Municípios.
6.3.3. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se no conhecimento, na aplicação, no
aperfeiçoamento, na atualização e na divulgação deste Código de Ética e Disciplina,
reportando ao CAU e às entidades profissionais as eventuais dificuldades relativas a sua
compreensão e a sua aplicabilidade cotidiana.

Para verificar na íntegra o Código de Ética e Disciplina, acesse www.caubr.org.br e leia a


Resolução n° 52 do CAU/BR.

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CONCEITUAÇÕES
4 CONCEITUAÇÕES

4.1 INTRODUÇÃO

Os arquitetos e urbanistas constituem categoria uniprofissional, de formação generalista,


sujeitos a registro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Unidade da federação (CAU/
Uf) do local do seu domicílio, cujas atividades, atribuições e campos de atuação previstos
na Lei n° 12.378, de 2010, e disciplinados pela Resolução n° 21 do CAU/BR.

As atribuições (art 2°) profissionais do arquiteto e urbanista a que se refere o artigo


anterior são as seguintes:
I - supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica;
II - coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação;
III - estudo de viabilidade técnica e ambiental;
IV - assistência técnica, assessoria e consultoria;
V - direção de obras e de serviço técnico;
VI - vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e
arbitragem;
VII - desempenho de cargo e função técnica;
VIII - treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária;
IX - desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, padronização, mensuração e
controle de qualidade;
X - elaboração de orçamento;
XI - produção e divulgação técnica especializada; e
XII - execução, fiscalização e condução de obra, instalação e serviço técnico.

As atribuições de que trata o art. 2° da Lei n° 12.378 aplicam-se aos seguintes campos
de atuação, conforme seu parágrafo único:
I - de Arquitetura e Urbanismo, concepção e execução de projetos;
II - de Arquitetura de Interiores, concepção e execução de projetos;
III - de Arquitetura Paisagística, concepção e execução de projetos para espaços externos,
livres e abertos, privados ou públicos, como parques e praças, considerados isoladamente
ou em sistemas, dentro de várias escalas, inclusive a territorial;
IV - do Patrimônio Histórico Cultural e Artístico, arquitetônico, urbanístico, paisagístico,
monumentos, restauro, práticas de projeto e soluções tecnológicas para reutilização,
reabilitação, reconstrução, preservação, conservação, restauro e valorização de edificações,
conjuntos e cidades;
V - do Planejamento Urbano e Regional, planejamento físico-territorial, planos de intervenção
no espaço urbano, metropolitano e regional fundamentados nos sistemas de infraestrutura,
saneamento básico e ambiental, sistema viário, sinalização, tráfego e trânsito urbano e
rural, acessibilidade, gestão territorial e ambiental, parcelamento do solo, loteamento,
desmembramento, remembramento, arruamento, planejamento urbano, plano diretor,
traçado de cidades, desenho urbano, inventário urbano e regional, assentamentos humanos
e requalificação em áreas urbanas e rurais;
VI - de topografia, elaboração e interpretação de levantamentos topográficos cadastrais para
a realização de projetos de arquitetura, de urbanismo e de paisagismo, foto-interpretação,
leitura, interpretação e análise de dados e informações topográficas e sensoriamento
remoto;
VII - da tecnologia e resistência dos materiais, dos elementos e produtos de construção,
patologias e recuperações;
VIII - dos sistemas construtivos e estruturais, estruturas, desenvolvimento de estruturas e
aplicação tecnológica de estruturas;
IX - de instalações e equipamentos referentes à Arquitetura e Urbanismo;

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X - do Conforto Ambiental, técnicas referentes ao estabelecimento de condições climáticas,
acústicas, lumínicas e ergonômicas, para a concepção, organização e construção dos
espaços;
XI - do Meio Ambiente, estudo e avaliação dos impactos ambientais, licenciamento
ambiental, utilização racional dos recursos disponíveis e desenvolvimento sustentável.

4.2 GLOSSÁRIO DE ATIVIDADES E ATRIBUIÇÕES

O Anexo da Resolução n° 21 do CAU/BR, de 05/05/2012, contém um Glossário de


atividades e atribuições estabelecidas no art. 2° da Lei n° 12.378/2010, e no art. 3°
da Resolução n° 21. Segundo o CAU/BR, embora os termos ali listados sejam também
aplicáveis a outros contextos, para os efeitos da Resolução n° 21, não devem prevalecer
entendimento e aplicação distintos deste Glossário.

Acessibilidade – possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para


a utilização, com segurança e autonomia, de edificações, mobiliário, espaços urbanos e
equipamentos;

Acompanhamento de obra ou serviço técnico – atividade exercida por profissional ou
empresa de arquitetura e urbanismo para verificação da implantação do projeto na obra,
visando assegurar que sua execução obedeça fielmente às definições e especificações
técnicas nele contidas;

Análise – atividade que consiste na identificação e no exame das partes constituintes


de um todo, buscando conhecer sua natureza ou avaliar seus aspectos técnicos;

Arbitragem – atividade que consiste na solução de conflitos a partir de decisão proferida


por árbitro, escolhido pelas partes envolvidas, entre profissionais versados na matéria
objeto da controvérsia;

As built – revisão do projeto conforme executado, objetivando sua regularidade junto


aos órgãos públicos, ou sua atualização e manutenção ao término da construção, fabricação
ou montagem da obra;

Assessoria – atividade que consiste na prestação de serviços por profissional que
detém conhecimento especializado em determinado campo profissional, visando ao auxílio
técnico à elaboração de projeto ou execução de obra ou serviço;

Assistência técnica – atividade que consiste na prestação de serviços em geral, por


profissional que detém conhecimento especializado em determinado campo de atuação
profissional, visando prestar auxílio com vistas a suprir necessidades técnicas;

Atividade – ação ou função específica facultada a um profissional, quando em atuação


em sua área de formação, que o possibilita a fazer ou empreender coisas relacionadas à
sua profissão;

Atribuição – prerrogativa ou competência de profissional, exclusiva ou compartilhada,


adquirida em razão da formação acadêmica ou do cargo exercido;

Auditoria – atividade que se constitui de exame e verificação de obediência a condições


formais estabelecidas para o controle de processos e a lisura de procedimentos;

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Avaliação de imóvel – atividade que se constitui de determinação técnica do valor
monetário de um imóvel;

Avaliação pós-ocupação – atividade que consiste na avaliação de resultado do projeto,


voltada para diagnosticar aspectos positivos e negativos do ambiente construído em uso;

Automação predial – utilização racional e planejada de diversos itens de consumo,


objetivando segurança, economia, sustentabilidade e conforto;

Cadastro técnico multifinalitário – registro de dados que servem de base para toda a
infraestrutura de dados geoespaciais referentes a parcelas territoriais de um país;

Caderno de encargos – instrumento que estabelece os requisitos, condições e diretrizes


técnicas e administrativas para a execução de obra ou serviço técnico;

Caderno de especificações – instrumento que estabelece as condições de execução e


o padrão de acabamento para cada tipo de serviço, indicando os materiais especificados
e os locais de sua aplicação, obedecendo à legislação pertinente e podendo ser parte
integrante do Caderno de Encargos;

Certificação ambiental – adequação de projetos e planos às normas técnicas, nacionais


e internacionais dos selos de eficiência energética e construtiva, a fim de aumentar o ciclo
de vida útil, melhorar o desempenho e reduzir o impacto sobre o meio ambiente;

Coleta de dados – atividade que consiste em reunir, de maneira organizada e consistente,


dados necessários ao desempenho de tarefas relacionadas a estudo, planejamento,
pesquisa, desenvolvimento, experimentação, ensaio e afins;

Conservação – atividade que consiste num conjunto de práticas, baseadas em medidas


preventivas e de manutenção continuada, que visam à utilização de recursos naturais,
construtivos, tecnológicos, etc., de modo a permitir que estes se preservem ou se renovem;

Consolidação – recuperação de lesões estruturais do edifício com técnicas tradicionais;

Consultoria – atividade de prestação de serviços de aconselhamento, mediante exame de


questões específicas, e elaboração de parecer ou trabalho teórico pertinente, devidamente
fundamentado;

Controle de qualidade – atividade de fiscalização exercida sobre o processo produtivo


visando garantir a obediência a normas e padrões previamente estabelecidos;

Controle de riscos ambientais – controle de riscos dos agentes físicos, químicos


e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde;

Conversão funcional – recuperação e adaptação de edifício, monumento ou espaço


urbano, habilitando-o a novas funções;

Coordenação e compatibilização de projetos – coordenação e compatibilização


do projeto arquitetônico ou urbanístico com os demais projetos a ele complementares,
podendo incluir a análise das alternativas de viabilização do empreendimento;

Desempenho de cargo ou função técnica – atividade exercida de forma continuada,

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no âmbito da profissão, em decorrência de ato de nomeação, designação ou contrato de
trabalho;

Desenvolvimento – atividade que leva à consecução de modelos ou protótipos, ou ao


aperfeiçoamento de dispositivos, equipamentos, bens ou serviços, a partir de conhecimentos
obtidos através da pesquisa científica ou tecnológica;

Direção ou condução de obra ou serviço técnico – atividade técnica de determinar,


comandar e essencialmente decidir na consecução de obra ou serviço, definindo uma
orientação ou diretriz a ser seguida durante a sua execução por terceiros;

Divulgação técnica – atividade de difundir, propagar ou publicar matéria de conteúdo


técnico especializado;

Elaboração de orçamento – atividade, realizada a priori, que se traduz no levantamento


de custos, de forma sistematizada, de todos os elementos inerentes à execução de
determinada obra, serviço ou empreendimento;

Ensaio – atividade que consiste no estudo ou investigação sumária de aspectos técnicos


e/ou científicos de determinado assunto;

Ensino – atividade que consiste na transmissão de conhecimentos de maneira sistemática,


formal e institucionalizada;

Equipamento – unidade ou conjunto de instrumentos, dispositivos ou máquinas,


necessário ao funcionamento de um edifício ou instalação, implantados mediante normas
técnicas;

Equipamento de Proteção Individual (EPI) – dispositivo ou produto utilizado pelo


trabalhador e de uso individual, destinado à proteção contra riscos capazes de ameaçar a
sua segurança e a sua saúde;

Equipamento urbano – unidade ou conjunto de bens públicos ou privados, de utilidade


pública, destinados à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade,
implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados;

Especificação – atividade que envolve a fixação das características, condições ou


requisitos relativos a materiais, equipamentos, instalações ou técnicas de execução a
serem empregados em obra ou serviço técnico;

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA)


– EIA é o estudo realizado para licenciamento de atividades que, direta ou indiretamente,
afetam o meio ambiente ou que são potencialmente poluidoras. Este estudo deverá
incluir, no mínimo, o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, a análise dos
impactos ambientais previstos e de suas alternativas, a definição de medidas mitigadoras
e a elaboração de um programa de acompanhamento e monitoramento desses impactos.
já o RIMA é o relatório correspondente, que deverá ser feito após a implantação do
empreendimento;

Estudo de Impacto Ambiental complementar (EIAC) – estudo que, quando necessário,


complementa e atualiza um Estudo de Impacto Ambiental (EIA);

Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) – estudo executado de forma a contemplar os

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efeitos positivos e negativos de um empreendimento ou atividade quanto à qualidade de
vida da população residente na área e suas proximidades;

Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) – parecer ou estudo técnico que aponta, em


determinada área de interesse, os aspectos físicos, ambientais e legais, que se constituem
condicionantes, impedimentos e/ou limitações em relação ao empreendimento ou projeto
que se pretende instalar;

Estudo de viabilidade econômico-financeira – análise técnica e econômico-financeira


de um empreendimento arquitetônico, urbanístico ou paisagístico para fins de subsidiar
planos estudos e projetos da mesma natureza;

Execução de obra, serviço ou instalação – atividade em que o profissional, por


conta própria ou a serviço de terceiros, realiza trabalho técnico ou científico visando à
materialização do que é previsto nos projetos de uma obra, serviço ou instalação;

Experimentação – atividade que consiste em observar manifestações de um determinado


fato, processo ou fenômeno, sob condições previamente estabelecidas, coletando dados
e analisando-os com vistas à obtenção de conclusões;

Extensão – atividade que se caracteriza pela transmissão de conhecimentos técnicos


através da utilização de sistemas informais de aprendizado;

Fiscalização de obra ou serviço – atividade que consiste na inspeção e controle técnico


sistemático de obra ou serviço, com a finalidade de examinar ou verificar se a execução
obedece ao projeto e às especificações e prazos estabelecidos;

Gerenciamento de obra – atividade que consiste no controle dos aspectos técnicos e


econômicos do desenvolvimento de uma obra, envolvendo a administração do contrato
de construção ou implantação da edificação, com rigoroso controle do cronograma físico-
financeiro estabelecido, quantidade e qualidade dos materiais empregados, mão de obra
utilizada e toda a sistemática técnica e administrativa do canteiro de obra;

Gestão – conjunto de atividades que englobam o gerenciamento da concepção,


elaboração, projeto, execução, avaliação, implementação, aperfeiçoamento e manutenção
de bens e serviços e de seus processos de obtenção;

Instalação – atividade de dispor ou conectar adequadamente um conjunto de dispositivos


necessários a uma determinada obra ou serviço técnico, em conformidade com instruções
e normas legais pertinentes;

Instalações efêmeras – obras de arquitetura de caráter transitório, podendo ser


utilizadas com finalidade cênica ou cenográfica, assim como em feiras, mostras e outros
eventos de curta duração;

Laudo técnico – peça na qual, com fundamentação técnica, o profissional habilitado


como perito relata o que observou e apresenta suas conclusões;

Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) – documento que


transcreve, os diversos ambientes laborais como forma de identificar agentes agressivos,
sejam eles, físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, que possam causar acidentes ou
risco a integridade física do trabalhador, bem como, qual a intensidade de cada um deles,
quais as medidas de prevenção adotadas, e se essa presença constitui ou não, o direito do

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adicional (insalubridade ou periculosidade);

Manutenção – atividade que consiste em conservar espaços edificados e urbanos,


estruturas, instalações e equipamentos em bom estado de conservação e operação;

Mensuração – atividade que consiste na apuração de aspectos quantitativos de


determinado fenômeno, produto, obra ou serviço técnico, num determinado período de
tempo;

Mobilidade – articulação entre os sistemas de transporte, de trânsito e de acessibilidade,


refletida na condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço
urbano, com vistas a promover o acesso ao espaço de forma segura e sustentável;

Monitoramento – atividade de examinar, acompanhar, avaliar e verificar a obediência


a condições previamente estabelecidas para a perfeita execução ou operação de obra,
serviço, projeto, pesquisa ou qualquer outro empreendimento;

Montagem – operação que consiste na reunião de componentes, peças, partes ou


produtos, que resulte em dispositivo, produto ou unidade autônoma que venha a tornar-
se operacional, preenchendo a sua função;

Obra – resultado da execução ou operacionalização de projeto ou planejamento


elaborado visando à consecução de determinados objetivos;

Operação – atividade que implica em fazer funcionar ou em acompanhar o funcionamento


de instalações, equipamentos ou mecanismos para produzir determinados efeitos ou
produtos;

Orientação técnica – atividade de proceder ao acompanhamento do desenvolvimento


de uma obra ou serviço, segundo normas específicas, visando fazer cumprir o respectivo
projeto ou planejamento;

Padronização – atividade que consiste na determinação ou estabelecimento de


características ou parâmetros, visando à uniformização de processos ou produtos
desenvolvidos ou executados por outrem;

Parecer técnico – expressão de opinião tecnicamente fundamentada sobre determinado


assunto, emitida por especialista;

Perícia – atividade que consiste na apuração das causas de determinado evento, na qual
o profissional, por conta própria ou a serviço de terceiros, efetua trabalho técnico visando
a emissão de conclusão fundamentada;

Pesquisa – atividade que consiste na investigação minuciosa, sistemática e metódica


para elucidação ou o conhecimento dos aspectos técnicos ou científicos de determinado
fato, processo ou fenômeno;

Planejamento – atividade que envolve a formulação sistematizada de um conjunto de


decisões devidamente integradas, expressas em objetivos e metas, que explicita os meios
disponíveis ou necessários para alcançá-los, num dado prazo;

Plano de Controle Ambiental (PCA) – documento que norteia os programas e ações


mitigadoras de projetos executivos para minimização de impactos ambientais avaliados

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pelo EIA/RIMA de acordo com a legislação;

Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) – instrumento


técnico para desenvolvimento da atividade turística, orientando investimentos, estratégias
e ações, com vistas à melhoria da capacidade de gestão dos polos turísticos;

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) – instrumento técnico que busca


minimizar a geração de resíduos na fonte, adequar a segregação na origem, controlar e
reduzir riscos ao meio ambiente e assegurar o correto manuseio e disposição final, em
conformidade com a legislação vigente;

Plano de manejo – documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma área sujeita a regime especial de proteção,se estabelece o seu zoneamento
e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive
a implantação das estruturas físicas necessárias à sua gestão;

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) – plano que reúne informações,


diagnósticos, levantamentos e estudos que permitam a avaliação da degradação ou
alteração e a consequente definição de medidas adequadas à recuperação de uma área,
em conformidade com a legislação pertinente;

Preservação – série de procedimentos e ações cujo objetivo é garantir a integridade e


perenidade de patrimônio edificado ou natural;

Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção


(PCMAT) – plano que estabelece condições e diretrizes de segurança do trabalho em
obras e outras atividades relativas à construção civil, visando garantir, através de ações
preventivas, a integridade física e a saúde dos trabalhadores da construção, dos funcionários
terceirizados, dos fornecedores, contratantes e dos visitantes;

Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) – formulação e implantação de medidas


e procedimentos técnicos e administrativos que têm por objetivo prevenir, reduzir e
controlar os riscos, bem como manter uma instalação operando dentro de padrões de
segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil;

Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno (PPEOB) – programa


que visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de exposição ao benzeno,
que existam ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais;

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – programa cujo objetivo


principal é identificar e analisar os riscos ambientais aos quais os empregados estão
expostos, além de fornecer meios de controle e proteção eficaz;

Projeto – criação do espírito, documentada através de representação gráfica ou escrita


de modo a permitir sua materialização, podendo referir-se a uma obra ou instalação, a
ser realizada através de princípios técnicos e científicos, visando à consecução de um
objetivo ou meta e adequando-se aos recursos disponíveis e às alternativas que conduzem
à viabilidade de sua execução;

Prospecção – conjunto de técnicas relativas à pesquisa arqueológica e construtiva;

Reabilitação – conjunto de operações destinado a aumentar os níveis de qualidade de

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um edifício, de modo a atingir a conformidade com exigências funcionais, para as quais o
edifício foi concebido;

Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) – região metropolitana brasileira que se


situa em mais de uma Unidade da federação, criada por legislação federal específica, que
delimita os municípios que a integram e fixa as competências assumidas pelo colegiado
dos mesmos;

Relatório Ambiental Simplificado (RAS) – estudo dos aspectos ambientais relacionados


à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento,
apresentado como subsídio para a concessão da licença prévia requerida, que conterá,
dentre outras, as informações relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção
do empreendimento, sua caracterização, a identificação dos impactos ambientais e das
medidas de controle, de mitigação e de compensação;

Relatório de Controle Ambiental (RCA) – documento a ser apresentado no licenciamento


de empreendimentos ou atividades que fazem uso de recursos ambientais, e que é utilizado
nos casos em que a legislação permite a dispensa do EIA/RIMA;

Reparo – atividade que consiste em recuperar ou consertar obra, equipamento ou


instalação avariada, mantendo suas características originais;

Requalificação – recuperação do edifício usualmente para a mesma função;

Restauração – recuperação da unidade primitiva do edifício, monumento ou sítio e


suas artes integradas;

Serviço técnico – desempenho de qualquer das atividades técnicas compreendidas no


âmbito do campo profissional considerado;

Sistema de Informações Geográficas (SIG) – conjunto de ferramentas que integra dados,


pessoas e instituições, tornando possível a coleta, o armazenamento, o processamento, a
análise e a disponibilização de dados especializados. As informações produzidas por meio
das aplicações disponíveis neste sistema visam a facilidade, a segurança e a agilidade no
monitoramento, planejamento e tomada de decisão referente às atividades humanas em
determinado espaço geográfico;

Supervisão – atividade de acompanhar, analisar e avaliar, a partir de um plano funcional


superior, o desempenho dos responsáveis pela execução de projetos, obras ou serviços;

Trabalho técnico – desempenho de atividades técnicas coordenadas, de caráter físico ou


intelectual, necessárias à realização de qualquer serviço, obra, tarefa ou empreendimento
especializado;

Treinamento – atividade cuja finalidade consiste na transmissão de competências,


habilidades e destrezas de maneira prática;

Vistoria de obra ou serviço – atividade que consiste na constatação de um fato ou


estado de obra ou serviço, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos
elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o motivaram;

Zoneamento – regulamentação da divisão de um espaço ou território em zonas, fixando


as condições de uso.

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ÁREAS DE ATUAÇÃO PRIVATIVAS
DE ARQUITETOS E URBANISTAS
5 ÁREAS DE ATUAÇÃO PRIVATIVAS DE ARQUITETOS E URBANISTAS

5.1 INTRODUÇÃO

Com a Resolução n° 51, o CAU/BR atende à responsabilidade que lhe foi atribuída pela Lei
nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010, de especificar as atividades, atribuições e campos
de atuação privativos dos arquitetos e urbanistas e os que são compartilhados entre estes
e os profissionais legalmente habilitados em outras profissões regulamentas. Cumpre
referir que este normativo se reveste de importância capital tanto para a Arquitetura e
Urbanismo como para seus profissionais, os quais há décadas vêm assistindo várias das
atividades técnicas que historicamente foram reconhecidas como de sua alçada – projeto
arquitetônico, urbanístico e paisagístico, e aquelas do âmbito do patrimônio histórico –
sendo indevidamente exercidas por outros profissionais que não têm a necessária formação
acadêmica que os credencie para tal.
Essa situação – que atenta contra a segurança das pessoas e do meio ambiente e inviabiliza
o adequado atendimento das necessidades sociais, além de ser prejudicial à profissão e
aos profissionais – se instalou no país juntamente com a instituição do primeiro marco
regulatório das profissões tecnológicas, representado pelo Decreto federal nº 23.569, de
11 de dezembro de 1933. No âmbito desta regulamentação, as atividades, atribuições
e campos de atuação dos então chamados arquitetos estiveram marcados por várias e
amplas áreas de “sombreamento” com os de outros profissionais, tais como engenheiros
civis e agrimensores, também estes regulamentados pelo citado decreto e fiscalizados
pelo Sistema Confea/Crea.
A situação de “sombreamento” acima referida não foi alterada de forma significativa
quando da publicação da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, que, além de incluir a
Agronomia no rol de profissões inseridas neste marco regulatório, tratou de forma genérica
as atividades, atribuições e campos de atuação de cada uma delas. Regulamentando
apenas parcialmente o exercício das referidas profissões, esta lei remeteu às resoluções
do Confea a competência de especificar o que seria próprio de cada uma delas, permitindo
que permanecessem grandes áreas de “sombreamento” entre os campos de atuação da
Arquitetura e Urbanismo e os das outras profissões do sistema, sobretudo da Engenharia
Civil e da Agronomia.
Foi somente com o advento da Lei nº 12.378, de 2010, que se apresentaram em
plenitude as condições para a efetiva individualização da Arquitetura e Urbanismo e para
sua diferenciação em relação às demais profissões regulamentadas. Esta lei estabelece, em
seu art. 2º, quais as atividades e atribuições dos arquitetos e urbanistas e, no parágrafo
único deste artigo, quais os campos de atuação a que estas se aplicam. já em seu art. 3º
a lei determina que o CAU/BR especificará as áreas de atuação privativas dos arquitetos e
urbanistas e as áreas de atuação compartilhadas com outras profissões regulamentadas,
destacando no parágrafo 2º do mesmo artigo que serão consideradas privativas de
profissional especializado as áreas de atuação nas quais a ausência ou insuficiência de
formação profissional venha a expor o usuário do serviço prestado a qualquer tipo de
dano ou de risco à sua segurança ou saúde ou ao meio ambiente.
Na Resolução ora apresentada, as atividades, atribuições e campos de atuação
privativos dos arquitetos e urbanistas e aqueles compartilhados com outras profissões
regulamentadas foram especificados em estrita observância ao que determina a Lei nº
12.378, de 2010, confirmando o caráter uniprofissional da Arquitetura e Urbanismo e
tomando como referência as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação
desta profissão vis-à-vis as correspondentes diretrizes dos cursos referentes às demais
profissões técnicas regulamentadas. Cuidou-se, ao mesmo tempo, de verificar e respeitar
o que se encontra estabelecido nos dispositivos legais e nas resoluções que especificam
as atividades, atribuições e campos de atuação referentes às demais profissões técnicas
referidas, de modo a assegurar aos profissionais nelas legalmente habilitados seus

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legítimos direitos, evitando-se que, ao se garantir os direitos dos arquitetos e urbanistas,
se prejudiquem os efetivos e legítimos direitos de outras categorias profissionais.

5.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO PRIVATIVAS DA ARQUITETURA DE INTERIORES

A Resolução n° 51, de 12/07/2013, dispõe sobre as áreas de atuação privativas dos


arquitetos e urbanistas e as áreas de atuação compartilhadas com outras profissões
regulamentadas. O art. 2° da Resolução n° 51 define que, no âmbito dos campos de atuação
relacionados nos seus incisos, em conformidade com o que dispõe o art. 3° da Lei n°
12.378, de 2010, ficam especificadas como privativas dos arquitetos e urbanistas na área
da ARQUITETURA DE INTERIORES:

a) projeto de arquitetura de interiores;


b) coordenação e compatibilização de projeto de arquitetura de interiores com projetos
complementares;
c) relatório técnico de arquitetura de interiores referente a memorial descritivo, caderno
de especificações e de encargos e avaliação pós-ocupação;
d) desempenho de cargo ou função técnica concernente à elaboração ou análise de
projeto de arquitetura de interiores;
e) ensino de projeto de arquitetura de interiores;

Para conhecer todas as áreas de atuação privativas de arquitetos e urbanistas, acesse


www.caubr.org.br e leia a Resolução n° 51, na íntegra.

5.3 GLOSSÁRIO DA RESOLUÇÃO N° 51

Este Glossário contém as atividades e atribuições discriminadas no art. 2° da Lei n°


12.378 e, no âmbito da Resolução n° 51, são especificadas, em seu art. 2°, como áreas de
atuação privativas dos arquitetos e urbanistas.

Acessibilidade – possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e


autonomia, dos espaços edificados e urbanos – incluindo mobiliário e equipamento –, bem
como dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa com deficiência
ou com mobilidade reduzida, nos termos da legislação vigente;

Análise de projeto – atividade que consiste em verificar, mediante exame minucioso, a


conformidade de um projeto arquitetônico, urbanístico ou paisagístico em relação a todos
os condicionantes legais que lhes são afetos, com vistas à sua aprovação e obtenção de
licença para a execução da obra, instalação ou serviço técnico a que ele se refere;

Arbitragem – atividade técnica que consiste na solução de conflito com base em decisão
proferida por árbitro que, dentre profissionais versados na matéria objeto da controvérsia,
seja escolhido pelas partes nela envolvidas;

Arquitetura de interiores – campo de atuação profissional da Arquitetura e Urbanismo


queconsiste na intervenção em ambientes internos ou externos de edificação, definindo a
forma de uso do espaço em função de acabamentos, mobiliário e equipamentos, além das
interfaces com o espaço construído – mantendo ou não a concepção arquitetônica original
–, para adequação às novas necessidades de utilização. Esta intervenção se dá no âmbito
espacial; estrutural; das instalações; do condicionamento térmico, acústico e lumínico; da
comunicação visual; dos materiais, texturas e cores; e do mobiliário;

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Arquitetura paisagística – campo de atuação profissional da Arquitetura e Urbanismo
que envolve atividades técnicas relacionadas à concepção e execução de projetos
para espaços externos, livres e abertos, privados ou públicos, como parques e praças,
considerados isoladamente ou em sistemas, dentro de várias escalas, inclusive a territorial;

Cadastro como construído (as built) – atividade técnica que, durante e após a conclusão
de obra ou serviço técnico, consiste na revisão dos elementos do projeto em conformidade
com o que foi executado, objetivando tanto sua regularidade junto aos órgãos públicos
como sua atualização e manutenção;

Áreas de atuação compartilhadas – atividades técnicas, atribuições e campos de


atuação profissional que são legalmente comuns a duas ou mais profissões regulamentadas,
podendo ser exercidas pelos profissionais em qualquer delas habilitados na forma da lei;

Áreas de atuação privativas – atividades técnicas, atribuições e campos de atuação


profissional que, por expressão de lei ou regulamentação derivada de delegação legal, são
exclusivas de determinada profissão regulamentada;

Auditoria – atividade técnica que consiste em minuciosa verificação de obediência a


condições formais estabelecidas para o controle de processos e a lisura de procedimentos
relacionados à elaboração de projetos ou à execução de obra ou serviço técnico;

Avaliação – atividade técnica que consiste na determinação do valor qualitativo,


quantitativo ou monetário de um bem, o qual se constitui de um objeto arquitetônico,
urbanístico ou paisagístico;

Avaliação pós-ocupação – atividade técnica que, consistindo na avaliação do resultado


de projeto materializado através de obra ou serviço técnico, tem por objetivo diagnosticar
aspectos positivos e negativos do ambiente construído em uso;

Caderno de encargos – instrumento que estabelece os requisitos, condições e diretrizes


técnicas, administrativas e financeiras para a execução de obra ou serviço técnico;

Caderno de especificações – instrumento que estabelece as condições de execução e


o padrão de acabamento para cada tipo de obra ou serviço técnico, indicando os materiais
especificados e os locais de sua aplicação e obedecendo à legislação pertinente, podendo
ser parte integrante do caderno de encargos;

Condução – atividade técnica que consiste no comando ou chefia de equipe de trabalho


relacionado à elaboração de projeto ou à execução de obra ou serviço técnico no âmbito
da Arquitetura e Urbanismo;

Coordenação de projetos – atividade técnica que consiste em coordenar e


compatibilizar o projeto arquitetônico, urbanístico ou paisagístico com os demais projetos
a ele complementares, podendo ainda incluir a análise das alternativas de viabilização do
empreendimento;

Coordenação de equipe multidisciplinar – atividade que consiste no gerenciamento das


atividades técnicas desenvolvidas por profissionais de diferentes formações profissionais,
as quais se destinam à consecução de plano, estudo, projeto, obra ou serviço técnico;

Conservação – atividade que consiste num conjunto de práticas, baseadas em medidas


preventivas e de manutenção continuada, que visam à utilização de recursos naturais,

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construtivos e tecnológicos, de modo a permitir que estes se preservem ou se renovem;
Desempenho de cargo ou função técnica – atividade técnica exercida de forma
continuada e em decorrência de ato de nomeação, designação ou contrato de trabalho,
cujo objeto se insere no âmbito das atividades, atribuições e campos de atuação de
determinada profissão;

Direção de obra ou serviço técnico – atividade técnica que consiste em determinar,


comandar e essencialmente decidir com vistas à consecução de obra ou serviço, definindo
uma orientação ou diretriz a ser seguida durante a sua execução por terceiros;

Ensino – atividade profissional que consiste na produção de conhecimentos de maneira


sistemática, formal e institucionalizada, com vistas à formação acadêmica, em consonância
com as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Arquitetura e Urbanismo;

Especificação – atividade que consiste na fixação das características, condições ou


requisitos relativos a materiais, equipamentos, instalações ou técnicas de execução a
serem empregadas em obra ou serviço técnico;

Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) – estudo executado de forma a contemplar


os impactos positivos e negativos de um empreendimento ou atividade na área e suas
proximidades, em conformidade com a legislação vigente;

Ergonomia – campo de atuação profissional cujo objeto consiste em buscar as melhores


condições de acessibilidade das edificações, espaços urbanos, mobiliários e equipamentos,
com vistas à utilização destes sem restrições e com segurança e autonomia;

Fiscalização de obra ou serviço técnico – atividade que consiste na inspeção e no


controle técnico sistemático de obra ou serviço técnico, tendo por finalidade verificar se a
execução obedece às diretrizes, especificações e prazos estabelecidos no projeto;

Gerenciamento de obra ou serviço técnico – atividade que consiste no controle dos


aspectos técnicos e econômicos do desenvolvimento de uma obra ou serviço técnico,
envolvendo a administração dos contratos e incluindo um rigoroso controle do cronograma
físico-financeiro estabelecido;

Inventário – levantamento dos bens de valor cultural ou natural de um sítio histórico


ou natural;

Laudo – peça na qual, com fundamentação técnica, o profissional habilitado como perito
relata o que observou e apresenta suas conclusões;

Loteamento – subdivisão de gleba em lotes edificáveis urbanos, com abertura ou


alargamento de vias públicas e destinação de áreas para equipamentos urbanos e áreas
verdes, nos termos da legislação vigente;

Memorial descritivo – peça ou documento que consiste na discriminação das atividades


técnicas, das especificações e dos métodos construtivos a serem empregados na execução
de determinada obra ou serviço técnico, em conformidade com o projeto;

Monitoramento – atividade técnica que consiste em acompanhar, verificar e avaliar a


obediência às condições previamente estabelecidas para a perfeita execução ou operação
de obra ou serviço técnico;

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Monumento – edificação, estrutura ou conjunto arquitetônico, que se revela notável
pelo valor artístico, pelo porte, pelo significado histórico-cultural ou pela antiguidade;

Parecer técnico – documento por meio do qual se expressa opinião tecnicamente


fundamentada sobre determinado assunto, emitido por profissional legalmente habilitado;

Patrimônio histórico cultural e artístico – conjunto de bens materiais ou imateriais


que, considerados individualmente ou em conjunto, serve de referência à identidade, à ação
ou à memória dos diferentes grupos formadores de uma sociedade, e cuja preservação
e conservação seja de interesse público, o que inclui: as formas de expressão; os modos
de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; obras, objetos,
documentos, edificações e outros espaços destinados às manifestações artísticas e
culturais; conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico;

Perícia – atividade técnica que consiste na apuração das causas de determinado evento,
na qual o profissional legalmente habilitado, por conta própria ou a serviço de terceiros,
efetua trabalho técnico visando à emissão de conclusão fundamentada;

Planejamento – atividade técnica que, através de formulação sistematizada e contínua e


com base em decisões articuladas e integradas, consiste na determinação de um conjunto
de procedimentos a serem adotados com vistas a alcançar determinado fim, expressando
seus objetivos e metas e explicitando os meios disponíveis ou necessários para alcançá-
los, num dado prazo;

Plano – documento que se constitui nas diretrizes gerais formuladas para a implantação
de um conjunto de medidas de ordem técnica, econômica, social ou política, que visam
a determinado objetivo, do qual derivam as ações a serem empreendidas e os projetos
técnicos que conduzirão à execução das obras ou serviços técnicos dele advindos;

Plano de habitação de interesse social – instrumento através do qual o poder público


define soluções de moradias consideradas como de interesse social, sobretudo por voltar-
se à inclusão das populações de baixa renda, nos termos da legislação vigente;

Plano de intervenção local – instrumento técnico que se constitui no conjunto de


diretrizes dos programas e projetos voltados à reestruturação, requalificação ou reabilitação
funcional e simbólica de setor ou zona urbana, que resulta em intervenção sobre uma
realidade preexistente possuidora de características e configurações específicas e que tem
como objetivo retomar, alterar ou acrescentar novos usos, funções e propriedades, além
de promover a apropriação do espaço pela população que o ocupa;

Plano de regularização fundiária – instrumento técnico constituído do conjunto dos


elementos necessários à adoção das medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais
que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes,
de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais
da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, nos
termos da legislação vigente;

Plano ou traçado de cidade – instrumento técnico que estabelece a natureza e a


estrutura do traçado e desenho urbano, considerando zoneamento, sistema viário urbano,
setorização e mobilidade urbana, aplicável tanto em áreas não ocupadas como em áreas
de expansão urbana do município, e que servirá de diretriz para a elaboração dos projetos
técnicos correspondentes.

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Plano diretor – instrumento técnico que constitui a base para a política de desenvolvimento
e de ordenamento do uso do solo e ocupação urbana, dos normativos urbanísticos e
edilícios, da mobilidade e transporte ou da drenagem pluvial, em áreas de município ou
em regiões metropolitanas, nos termos da legislação vigente;

Plano setorial urbano – instrumento técnico voltado para o desenvolvimento local,


que é expresso em metas e objetivos de curto e médio prazo e se submete a constantes
revisões, apresentando-se na forma de planos diversos, como planos de mobilidade, de
habitação e de saneamento ambiental;

Preservação – conjunto de procedimentos e ações organizadas e integradas que


objetivam manter a integridade e perenidade de patrimônio edificado, urbanístico ou
paisagístico;

Projeto arquitetônico – atividade técnica de criação, pela qual é concebida uma obra
de arquitetura;

Projeto de arquitetura da iluminação – atividade técnica de criação que consiste na


definição e representação dos sistemas de iluminação a serem utilizados em determinado
espaço edificado ou urbano, com vistas a atender aos aspectos qualitativos (para uma
melhor apreensão do espaço do ponto de vista do conforto visual), devendo ser entendido
ainda como a integração da iluminação natural com a artificial;

Projeto urbanístico – atividade técnica de criação, pela qual é concebida uma intervenção
no espaço urbano, podendo aplicar-se tanto ao todo como a parte do território – projeto de
loteamento, projeto de regularização fundiária, projeto de sistema viário e de acessibilidade
urbana;

Projetos complementares – projetos técnicos que se integram ao projeto arquitetônico


(projeto estrutural, de instalações elétricas, de instalações telefônicas, de instalações
hidrossanitárias, de luminotecnia), urbanístico ou paisagístico (projeto de abastecimento
d’água, de saneamento, de drenagem, de terraplenagem e pavimentação, de iluminação
urbana) com vistas a fornecer indicações técnicas complementares necessárias à
materialização da obra, instalação ou serviço técnico;

Reabilitação – atividade técnica que consiste na requalificação de espaço edificado,


urbanístico ou paisagístico usualmente para a mesma função;

Recuperação paisagística – recomposição de uma paisagem degradada, natural ou


construída, a uma condição de não degradada, que pode ser diferente de sua condição
original;

Reforma de edificação – renovação ou aperfeiçoamento, em parte ou no todo,


dos elementos de uma edificação, a serem executados em obediência às diretrizes e
especificações constantes do projeto arquitetônico de reforma;

Restauro – atividade técnica que consiste em recuperar ou reintegrar, em parte ou


integralmente, os elementos de um edifício, monumento ou conjunto arquitetônico, por
meio das diversas formas de intervenção física, de caráter técnico e científico, que visem
a sua preservação;

Reutilização – atividade técnica que consiste na conversão funcional de um edifício,

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monumento ou conjunto arquitetônico, por meio da alteração do uso original, considerando
suas características essenciais para garantir funções apropriadas ao espaço objeto de
restauração, conservação ou preservação;

Sistema viário urbano – conjunto de elementos da malha viária de um determinado


território, distribuídos e classificados hierarquicamente – vias arteriais, vias coletoras, vias
locais, etc. – cujas conceituações, diretrizes e normas devem constar do plano diretor de
cada município;

Supervisão de obra ou serviço técnico – atividade exercida por profissional ou empresa


de Arquitetura e Urbanismo que consiste na verificação da implantação do projeto na obra
ou serviço técnico, visando assegurar que sua execução obedeça fielmente às definições
e especificações técnicas nele contidas;

Vistoria – atividade técnica que consiste na constatação de um fato, mediante exame


circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação
das causas que o motivaram.

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DIRETRIZES PARA A FISCALIZAÇÃO
DA ARQUITETURA DE INTERIORES
6 DIRETRIZES PARA A FISCALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DE INTERIORES

6.1 COMPETÊNCIA

O Manual de fiscalização do Exercício da Arquitetura e Urbanismo resulta da Decisão


Plenária n° 16, de 05/12/2012, do CAU/BR, e soma-se à Resolução nº 22, de 04/05/2012,
e à Lei nº 12.378 de 2010, para, em conjunto, definir as diretrizes básicas do procedimento
de fiscalização do exercício da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, uma competência do
CAU/BR.

Entretanto, conforme dispõe o art. 34, inciso VIII, da referida Lei, compete aos CAU/Uf
fiscalizar o exercício das atividades profissionais de Arquitetura e Urbanismo no território
de suas jurisdições. Com vistas ao cumprimento deste dispositivo por parte destes
conselhos, o CAU/BR, ao elaborar um Manual, oferece as condições para a uniformização
dos princípios e dos procedimentos da ação fiscalizatória para todo o país, respeitadas as
peculiaridades regionais.

O Manual contém as premissas e as diretrizes da função fiscalizatória do exercício


da Arquitetura e Urbanismo e serve de referência aos CAU/Uf para a elaboração de seus
próprios manuais. Conheça o Manual de fiscalização do Exercício Profissional da Arquitetura
e Urbanismo em http://www.caubr.org.br/wp-content/uploads/2012/07/
MANUAL-fISCALIZACAO.pdf

Como simples exemplo, no caso de exercício ilegal da profissão referente à realização


de quaisquer das atividades técnicas capituladas no Grupo de Execução, do art. 3º da
Resolução nº 21 do CAU/BR, que são atividades de materialização, a situação poderá ser
regularizada da seguinte forma:

a) Para atividade técnica em andamento, a regularização dependerá de RRT de


levantamento arquitetônico, RRT de vistoria e laudo referentes às etapas concluídas e,
além disso, de RRT de execução referente às etapas a serem realizadas;
b) No caso de atividade técnica concluída, a situação deverá ser regularizada mediante
RRT de levantamento arquitetônico e RRT de vistoria e laudo.

6.2 PREMISSAS PARA AÇÃO FISCALIZATÓRIA DA ARQUITETURA DE


INTERIORES

Para fins de operacionalização da ação fiscalizatória, os quadros que se seguem


sintetizam os objetos e os procedimentos a serem adotados pelos agentes de fiscalização
dos CAU/Uf:

a. Circunscrição:

Conjunto de elementos que disciplinam a relação de cheios e vazios em ambientes


internos das edificações, sejam as vedações, as aberturas, os volumes, os tratamentos
de superfícies, os pisos e revestimentos, os forros e o mobiliário fixo ou a repetição de
mobiliário padrão, além das instalações prediais (elétrica, hidráulica, lógica e telefonia).
Edificações residenciais, comerciais, de serviços ou institucionais, em geral; Espaços de
Mostras de Arquitetura e Decoração, de feiras e Exposições e de Lançamentos Imobiliários.

b. fiscalização:
Verificar a existência de responsável técnico pela autoria e/ou execução por meio do(s)

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RRT pertinente(s). Observar o disposto no § 4º do art. 16 da Lei nº 12.378, de 2010 para
alterações que interferiram na concepção arquitetônica original.

c. Procedimentos administrativos:
Após elaboração do Relatório Digital de fiscalização, caso constatada situação de
irregularidade, lavrar Notificação por:
1) ausência de RRT, concedendo prazo de 10 (dez) dias ao arquiteto e urbanista para o
efetivo registro do RRT ou abertura de processo de RRT Extemporâneo, conforme o caso;
ou
2) exercício ilegal da profissão, concedendo prazo de 10 (dez) dias ao proprietário
ou responsável para, quando for o caso, regularização dos serviços por meio de RRT de
profissional legalmente habilitado.
Nas edificações e instalações de caráter efêmero, verificar a existência de RRT pela
autoria e execução do layout e das instalações prediais próprias ao funcionamento da
mostra, exposição ou feira.

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RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS
7 RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS

Conteúdo desenvolvido pelo Engenheiro Mecânico Luiz Alberto Almeida.

7.1 RESPONSABILIDADES

Atender aos desejos dos clientes a qualquer preço parece ter se tornado uma obsessão:
“o cliente sempre tem razão”. Em parte, apenas.
A prática da arquitetura afeta, além do cliente, usuários e público em geral, construtores,
fabricantes, fornecedores, que, por isso mesmo, devem, também, ser considerados pelo
profissional, apesar de com eles não haver uma infinidade de envolvimentos técnicos e
legais. Na atualidade, o acesso fácil e rápido às informações e aos diferentes recursos
tecnológicos disponíveis acelerou todo o processo de projeto, do “fazer ao entregar”,
sem que haja, necessariamente, a devida reflexão sobre as responsabilidades e riscos
envolvidos.
A questão assume caráter de urgência, na medida em que se tornam cada vez mais
complexos os processos, com a necessidade de vários especialistas para projeto e execução.
A isto se aliam os avanços feitos no país no sentido da ampla normatização de processos
e de um maior regramento legal para a proteção do próprio indivíduo e da sociedade.
O profissional, em decorrência de suas atividades, estará sujeito a responsabilidades,
que podem ser de três ordens, a saber:

I - a responsabilidade legal (a lei) é aquela que toda lei impõe para determinada conduta,
independentemente de qualquer outro vínculo. tal responsabilidade é de ordem pública
e, por isso mesmo, irrenunciável e intransacionável pelas partes, da qual é um exemplo
a responsabilidade do profissional pela solidez da obra durante 5 (cinco) anos a partir de
sua conclusão, nos termos do art. 1.245 do Código Civil;
II - a responsabilidade contratual (o contrato) é aquela que surge do ajuste entre as
partes, nos limites em que for convencionado, para o cumprimento das obrigações de cada
contratante. É, normalmente, estabelecida para a garantia da execução de um contrato,
tornando-se exigível nos termos ajustados diante do descumprimento do estipulado. trata-
se, especificamente, do contrato firmado pelo profissional com seu cliente;
III - a responsabilidade extracontratual (ato ilícito) é toda aquela que surge de ato ilícito,
isto é, contrário ao direito. tal responsabilidade, é óbvio, não é regulada por lei, nem
depende de estipulação contratual, porque tanto a lei como o contrato só regem atos
lícitos. A título de exercício, suponha que o responsável técnico citado no contrato anterior
não tenha atribuições para desenvolver as atividades a que se propõe (contravenção). Ou,
então, mesmo tendo atribuições, para beneficiar-se, substitua materiais especificados no
projeto, assumindo riscos quanto à solidez da obra (dolo).

7.2 MODALIDADES

7.2.1 RESPONSABILIDADE ÉTICO-PROFISSIONAL


A responsabilidade ético-profissional deriva de imperativos morais, de preceitos que
regem o exercício da profissão, o respeito mútuo entre os profissionais e suas empresas
e as normas a serem observadas pelos profissionais em suas relações com os clientes e a
sociedade.
É importante salientar, ainda, que se incluem, entre as responsabilidades ético-
profissionais aquelas que se referem à defesa e à preservação do meio ambiente, em
conexão direta com o exercício profissional.

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7.2.2 RESPONSABILIDADE TÉCNICO-ADMINISTRATIVA
A responsabilidade técnico-administrativa é aquela que obriga os profissionais, como
exercentes que são de atividades regulamentadas e fiscalizadas pelo poder público,
tanto pelos Conselhos Profissionais como por outros órgãos da administração direta e
indireta, ao cumprimento das normas, dos encargos e das exigências de natureza técnico-
administrativas. Entre esses elementos aparecem, em primeiro lugar, as várias leis que
definem a extensão e os limites do já citado “privilégio profissional”.
A responsabilidade técnico-administrativa formaliza-se na relação profissional – cliente
– Conselho, através do Registro de Responsabilidade técnica, ou RRT.

7.2.3 RESPONSABILIDADE CIVIL


É a responsabilidade civil que impõe a quem causar um dano a obrigação de repará-
lo. Essa reparação deve ser a mais ampla possível, abrangendo não apenas aquilo que a
pessoa lesada perdeu, como também o que ela deixou de ganhar. O fundamento dessa
responsabilidade não é a falta técnica, mas a falta contratual, isto é, o descumprimento
das obrigações assumidas.
Dentro da responsabilidade civil, de acordo com as circunstâncias de cada caso concreto,
poderão ser discutidos os seguintes itens:
a) responsabilidade pelo projeto;
b) responsabilidade pela execução da obra contratada;
c) responsabilidade pela sua solidez e segurança;
d) responsabilidade quanto à escolha e utilização de materiais;
e) responsabilidade por danos causados a vizinhos;
f) responsabilidade por danos ocasionados a terceiros.

7.2.4 RESPONSABILIDADE PENAL OU CRIMINAL
A responsabilidade penal ou criminal resulta da prática de uma infração que seja
considerada contravenção
(infração mais leve) ou crime (infração mais grave) e pode sujeitar o causador – no caso o
profissional da engenharia, arquitetura ou agronomia – conforme a gravidade do fato, a
penas que implicam a eliminação da liberdade física (reclusão, detenção ou prisão simples),
ou do exercício de um direito ou de uma atividade (interdições).
As infrações penais podem ser dolosas ou culposas. São dolosas quando há a intenção,
de parte do agente causador, de cometê-la, ou, ainda, quando ele assume o risco de
praticá-la, mesmo não desejando o resultado. As culposas ocorrem, geralmente, com muito
maior frequência no âmbito da atividade profissional; e surgem sempre que a infração
é consequência de um ato de imprudência, de imperícia ou de negligência, sem que o
causador tenha tido a intenção de cometer o delito, tampouco tenha assumido o risco de
praticá-lo.
A imprudência consiste na falta involuntária de observância de medidas de precaução e
segurança, de consequências previsíveis, que se faziam necessárias para evitar um mal ou
uma infração à lei.
A imperícia é a inaptidão especial, a falta de habilidade ou experiência, ou mesmo de
previsão, no exercício de determinada atividade.
A negligência representa a omissão voluntária de diligências, ou a falta do cuidado que
o bom senso aconselha, em circunstância de consequências previsíveis.

7.2.5 RESPONSABILIDADE TRABALHISTA


A responsabilidade trabalhista decorre das relações contratuais ou legais assumidas
com os empregados (operários, mestres, técnicos e até mesmo outros profissionais) que
trabalham na obra ou serviço, estendendo-se, também, sobre as obrigações acidentárias
(decorrentes dos acidentes do trabalho) e previdenciárias em relação aos empregados.

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COMENTÁRIOS SOBRE A EMPREITADA
NO NOVO CÓDIGO CIVIL
8 COMENTÁRIOS SOBRE A EMPREITADA NO NOVO CÓDIGO CIVIL

Conteúdo desenvolvido pelos Advogados flavio Koff Coulon e Rodrigo Koff Coulon.

Para arquitetos e urbanistas, e engenheiros civis, que trabalham sob empreitada


global ou que assumem a responsabilidade técnica pela execução das obras, parece ter
grande interesse conhecer as novas disposições do Código Civil sobre o Capítulo VIII – DA
EMPREITADA, uma vez que trazem elas importantes inovações.
Quem trabalha sob empreitada global enquadra-se diretamente nas novas normas; o
responsável técnico pela execução deve conhecê-las muito bem uma vez que poderá vir
a ser demandado solidariamente com o empreiteiro de mão de obra. Mesmo aqueles que
não se enquadram nos dois casos acima referidos, os considerados liberais puros, é de
seu interesse conhecer o assunto uma vez que uma eventual discussão judicial sobre
os serviços por eles prestados certamente se fará dentro do espírito desses artigos que
balizam a empreitada.
Assim sendo, procuraremos, sucintamente, apresentar um estudo comparativo entre o
Código de 1916 e o de 2003, com comentários e sublinhando o que foi acrescentado.

1. O antigo Artigo 1.237 – “O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela ou só com
seu trabalho, ou com ele e os materiais”, passou a ser o Artigo 610, verbis:

“Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com
ele e seus materiais.
§ 1º. A obrigação de fornecer materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.
§ 2º. O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou
fiscalizar-lhe a execução.”

COMENTÁRIO
O parágrafo primeiro sinaliza para a importância da contratação por escrito, onde fique
bem explicitado quem fornecerá os materiais, já que ainda não existe lei regulamentando
a matéria.
O parágrafo segundo tem importância porque desvincula o projetista da obra projetada,
se ele assim o preferir quando da elaboração do contrato. Quer parecer, no entanto, que
essa exoneração de responsabilidade poderá tornar mais difícil a reivindicação de direitos
autorais no caso de haver, durante a execução da obra, modificações substanciais no projeto
original. Por outro lado, desobrigado contratualmente, o projetista não responderá pelos
defeitos de execução e falhas de fiscalização; se responsável pela execução, evidentemente
responderá por eles.

2. Os antigos artigos 1.238, 1.239 e 1240 mantiveram praticamente a mesma redação


de modo que reproduziremos apenas as novas disposições, na ordem, sublinhando as
novidades.

“Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até
o momento da entrega da obra, a contento de quem encomendou, se este não estiver em
mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos.”
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não tiver
culpa correrão por conta do dono.
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa perecer antes de
entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este perderá a retribuição, se não
provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclamara contra a

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quantidade ou qualidade.”

3. O anterior artigo 1.241 - “Se a obra constar de partes distintas, ou for das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida,
ou segundo as partes que dividir. § único. tudo o que se pagou presume-se verificado” –
passou a ser o artigo 614, com a seguinte redação, verbis:

“Art. 614. Se a obra constar de partes distintas ou for de natureza das que se determinam,
o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em
que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada.
§ 1º. tudo o que se pagou presume-se verificado.
§ 2º. O que se mediu presume-se verificado se, em 30 (trinta) dias, a contar da medição,
não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver
incumbido de sua fiscalização.”

COMENTÁRIO
No caput do artigo foi inserida a possibilidade efetiva de ser exigido o pagamento na
proporção do que foi executado na obra. fica aqui implícita a necessidade do responsável
pela obra manter sempre atualizados seus registros sobre o real andamento da obra,
especialmente no livro de obra.
O parágrafo segundo estabeleceu que em 30 dias prescreve o direito do dono da obra ou
do profissional que a executa e/ou fiscaliza contestar o que foi medido pelo empreiteiro;
depois disso, a medição será considerada legalmente inatacável.
No tocante à denúncia, ela, pelo menos, deverá ser registrada no livro de obra, com visto do
empreiteiro. Recomendável, no entanto, a notificação escrita quer contra recibo, quer por
via postal, com AR, quer via notificação extrajudicial, via Registro de títulos e Documentos.

4. Os antigos artigos 1.242, 1.243, 1.244 e 1.245 permaneceram praticamente com a


mesma redação, razão porque transcreveremos apenas as novas disposições, na sequência,
sublinhando as novas palavras.

“Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é
obrigado a recebê-la. Poderá porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções
recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza.

Art. 616. No caso da segunda parte do artigo precedente, pode quem encomendou a obra,
em vez de rejeitá-la, recebê-la com abatimento de preço.
Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se por imperícia ou
negligência os inutilizar.”

COMENTÁRIO
Além da imperícia (falta de aptidão técnica, teórica ou prática para o exercício de uma
profissão), o novo código amplia a possibilidade de indenização por negligência (deixar
de fazer o que a prudência exige) do empreiteiro. Esse acréscimo tem importância porque
a negligência, tanto como a imperícia, pode ter reflexos no campo penal.

“Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis,


o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de 5 (cinco)
anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais como do solo.
§ único. Decairá o direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser ação
contra o empreiteiro, nos 180 (cento e oitenta) dias seguintes ao aparecimento do vício
ou defeito.”

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COMENTÁRIO
O parágrafo acrescentado impõe importantíssima alteração uma vez que já estava pacificado,
na jurisprudência, que a responsabilidade do executor estendia-se por 20 anos.
No entanto, essa diferença é enganosa do ponto de vista do executor, uma vez que, ao
incorporar o espírito do Código do Consumidor, quando o dono da obra propuser a ação,
caberá ao demandado provar que o defeito já existia há mais de seis meses, o que não lhe
será nada fácil.
Em termos de Responsável técnico, será interessante que, na entrega da obra, faça os
proprietários firmar declaração de que recebe a obra perfeitamente dentro do que fora
contratado (projeto e execução) e sem defeitos detectáveis. Não é o remédio infalível, mas
sempre ajudará.

5. O anterior artigo 1.246 permanece praticamente o mesmo, sendo melhorada sua


redação e acrescentado um parágrafo, transformando-se no artigo 619 que tem grifadas
as alterações.

“Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma
obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo
de preço, ainda que sejam introduzidas modificações ao projeto, a não ser que resultem
de instruções escritas pelo dono da obra.
§ único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é obrigado a
pagar o empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre
presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e
nunca protestou.”

COMENTÁRIO
O caput do artigo, uma vez mais, prestigia a comunicação escrita entre o dono da obra e
o executor.
O parágrafo único vem em socorro do executor que, tendo realizado modificações com
acréscimos de custo sem que o dono da obra, conhecendo-as, se rebelasse, manifestando
por escrito sua discordância, poderá reivindicar seu pagamento.
Nesse particular, a documentação dos acréscimos, nos seus detalhes, é muito importante,
bem como seu registro através de ART e inserção no livro de obra.

6. O novo Código acrescenta sete inéditos artigos ao assunto, a seguir transcritos.

“Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão-de-obra superior a 1/10


(um décimo) do preço global convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da
obra, para que se lhe assegure a diferença.”

COMENTÁRIO
Possivelmente este será um artigo que jamais será utilizado no Brasil. Em todos os casos.

“Art. 621. Sem anuência do seu autor, não pode o proprietário da obra introduzir
modificações no projeto por ser aprovado, ainda que a execução seja confiada a terceiros,
a não ser que, por motivos supervenientes ou razões de ordem técnica fique comprovada a
inconveniência ou excessiva onerosidade de execução do projeto em sua forma originária.
§ único. A proibição deste artigo não abrange alterações de pouca monta, ressalvada
sempre a unidade estética da obra projetada.”

COMENTÁRIO
Artigo que tem a nítida inspiração na proteção aos direitos autorais dos projetistas,

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 69


devendo ser saudado como um belo avanço.
Um motivo superveniente poderá ser, por exemplo, projeto de subsolos imaginando que
a fundação é solo quando, na realidade, ela é rocha, o que onerará de modo imprevisto a
obra.

“Art. 622. Quando a execução de uma obra for confiada a terceiros, a responsabilidade
do autor do projeto respectivo, desde que não assuma a direção ou fiscalização daquela,
ficará limitada aos danos resultantes de defeitos previstos no artigo 618 e seu parágrafo
único.”

COMENTÁRIO
Contrário senso, quem assumir a direção da obra ou sua fiscalização, responderá pelos
defeitos advindos do mau desempenho da mão-de-obra.

“Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra suspendê-la, desde que
pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos, mais indenização
razoável, calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra.”

COMENTÁRIO
Inovação interessante, protetora do trabalho do Rt, que poderá cobrar indenização calculada
em cima da perspectiva do ganho de seu trabalho.
Importante, na paralisação, que seja feito um minucioso levantamento da situação da obra
e do investimento já realizado bem como que o executor, no contrato, tenha explicitado
o cronograma da obra, o cronograma de desembolso do proprietário, valores e datas de
pagamento, o percentual pedido pela administração, etc.

“Art. 624. Suspensa a execução da empreitada, sem justa causa, responde o empreiteiro
por perdas e danos.”

COMENTÁRIO
Trata-se do contraponto do artigo anterior, responsabilizando o empreiteiro por suspender,
sem motivo, a execução da obra.

“Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:


I – por culpa do dono, ou por motivo de força maior;
II – quando, no decorrer dos serviços se manifestarem dificuldades imprevisíveis de
execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outros semelhantes, de modo
que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste
do preço inerente ao projeto por ele elaborado, observados os preços;
III – se as modificações exigidas pelo dono da obra, pelo seu vulto e natureza, forem
desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha arcar com o acréscimo
de preço.”

COMENTÁRIO
A culpa do dono ou motivo de força maior é matéria de prova, devendo o executor se
munir de toda a documentação possível para fazer valer suas razões, o que nem sempre
é fácil.
No inciso II aparece, salvo melhor juízo, uma impropriedade na medida em que refere a
projeto elaborado pelo dono da obra quando deveria referir a projeto aprovado pelo dono
da obra. Em todos os casos, cuidado especial deve ter o projetista no que diz respeito às
causas geológicas ou hídricas, normalmente previsíveis, se previamente bem pesquisadas.
O inciso III dá liberdade ao executor de exonerar-se da empreitada se os acréscimos, pelo
seu vulto e natureza, não lhe forem economicamente interessantes, o que deverá ser

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comprovado documentalmente.

“Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer das partes,
salvo se ajustado em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro.”

COMENTÁRIO
Os herdeiros e sucessores respondem pelo que foi contratado, salvo se a empreitada, por
sua peculiaridade, só pudesse ser executada por um tal empreiteiro, como, por exemplo,
um quadro, uma estátua, um projeto contratado a um determinado profissional cuja marca
era absolutamente pessoal.
Para encerrar: o assunto é palpitante e necessitaria um espaço infinitamente maior para
ser mais bem comentado. Deu-se, aqui, um primeiro passo.

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MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO
DAS EDIFICAÇÕES EM PORTO ALEGRE
9 MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES EM PORTO
ALEGRE

O Decreto nº 17.720, 02/04/2012, que Regulamenta o art. 10 da Lei Complementar


nº 284, de 27 de outubro de 1992, dispõe sobre as regras gerais e específicas a serem
obedecidas na manutenção e conservação das edificações. Este Decreto torna obrigatório
o Laudo técnico de Inspeção Predial (LTIP) na Capital do Estado do RS.

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, no uso de suas atribuições legais que lhe
confere o artigo 15, inciso III da Lei Orgânica do Município, D E C R E T A:

Art. 1º Este Decreto regulamenta o art. 10 da Lei Complementar nº 284, de 27 de


outubro de 1992, no que concerne ao controle da manutenção preventiva e conservação
das edificações e seus equipamentos.

Art. 2º O proprietário ou usuário a qualquer título da edificação apresentará à Secretaria


Municipal de Obras e Viação (SMOV) Laudo técnico de Inspeção Predial (LtIP) elaborado por
profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
(CREA-RS) ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-RS) atestando as condições de
segurança das edificações, indicando patologias ou risco de acidentes e recomendações
a serem adotadas, para fins de obtenção do Certificado de Inspeção Predial (CIP), a ser
emitido pelo órgão público competente.
§ 1º A apresentação do LtIP deverá acompanhar Anotação de Responsabilidade técnica
ou Registro de Responsabilidade técnica, com o comprovante da respectiva taxa de
pagamento, e nos formulários padrão SMOV constará a assinatura do Responsável técnico
e do proprietário ou usuário a qualquer título do imóvel e seus equipamentos, bem como
no referido Laudo constará a assinatura do proprietário ou usuário a qualquer título do
imóvel;
§ 2º Os sistemas mecânicos, elétricos ou complementares das edificações, tais como
elevadores, escadas rolantes, caldeiras, instalações de gás, prevenção contra incêndio,
acústica, instalações hidrossanitárias, para-raio, entre outros, poderão receber laudo
específico de acordo com a legislação vigente, expedidos por responsáveis técnicos
habilitados junto ao CREA-RS ou CAU-RS, conforme suas atribuições legais.

Art. 3º A apresentação do LtIP das edificações deverá obedecer o seguinte cronograma,


conforme idade construtiva do imóvel, a contar da publicação deste Decreto:
I – as obras e demolições inacabadas ou paralisadas por período superior a 180 (cento e
oitenta) dias possuem prazo máximo de 90 (noventa) dias para a apresentação do LTIP;
II – edificações com idade construtiva superior a 30 (trinta) anos possuem prazo máximo
de 180 (cento e oitenta) dias para a apresentação do LtIP;
III – edificações com idade construtiva superior a 15 (quinze) anos e inferior a 30 (trinta)
anos possuem prazo máximo de 270 (duzentos e setenta) dias para a apresentação do
LTIP; e
IV – edificações com idade construtiva superior a 10 (dez) anos e inferior a 15 (quinze)
anos possuem prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias para apresentação do
LTIP.
§ 1º A idade do imóvel para efeito do presente Decreto será contada a partir da expedição
da Carta de Habitação (Habite-se), ou outra evidência de ocupação.
§ 2º A idade das obras e demolições inacabadas contarão a partir de 90 (noventa) dias do
seu início, independente de licenciamento ou outra evidência de sua execução.

Art. 4º A periodicidade futura para a apresentação do LtIP observará as características


do imóvel, conforme anexo 1.1 da Lei Complementar nº 284, de 1992, e deverá obedecer

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as seguintes condições: I – a cada 5 (cinco) anos:
a) C-2, C-3, C-4; (comércio);
b) f (todos); (locais de reunião de público);
c) G-3; (serviços automotivos);
d) H-2; H-3; (serviços de saúde e institucionais); e
e) I (todos); (industrial, comercial de alto risco, atacadista e depósito).
II – a cada 10 (dez) anos:
a) todas as edificações não enquadradas no inc. I.

Art. 5º ficam excluídas da obrigatoriedade da apresentação do LtIP ou obtenção do CIP


as edificações: I – unifamiliares (A-1), que possuam até 2 (dois) pavimentos acima do nível
do passeio, as quais atendam os recuos de jardim, mínimo de 4 (quatro) metros e não
apresentem anomalia ou risco de acidente; e
II – multifamiliares (A-2), que possuam no máximo 4 (quatro) economias, com até 2 (dois)
pavimentos acima do nível do passeio, as quais atendam os recuos de jardim, mínimo
de 4 (quatro) metros e afastamentos mínimos de 1,50 (um vírgula cinquenta) metros das
demais divisas, e não apresentem anomalia ou risco de acidente.

Art. 6º As recomendações de manutenção e conservação das edificações deverão atender


a cronograma, elaborado por Responsável técnico, que fará parte integrante do LtIP,
devendo ser executadas no prazo de 120 (cento e vinte) dias, facultada a sua prorrogação,
conforme cronograma e justificativa.

Art. 7º Concluída a execução das recomendações constantes no LtIP deverá ser efetuada
a comunicação aos órgãos competentes no prazo de 60 (sessenta) dias, através de
formulários padrão SMOV, com a apresentação de Laudo técnico Conclusivo, ensejando a
obtenção do CIP.

Art. 8º A análise e o recebimento do LTIP bem como a emissão de CIP compete


exclusivamente aos profissionais legalmente habilitados junto ao CREA-RS ou CAU-RS,
integrantes do quadro funcional do Poder Executivo Municipal.

Art. 9º O LTIP ou CIP, que possuir recebimento pela SMOV, terá sua situação registrada
através do sistema PMPA-SMOVPROCEMPA, sendo disponibilizada para consulta pública
nos meios eletrônicos, mediante o termo “recebido”.

Art. 10. A fiscalização será exercida pelo órgão fiscalizador do Município, Divisão de
Controle (DCON), junto a Supervisão de Edificação e Controle da SMOV, com atribuições
e competência técnica, facultado estabelecer convênio com outros órgãos públicos no
sentido de desempenharem corretamente a fiscalização.
Parágrafo único. As pessoas investidas da função fiscalizadora poderão vistoriar qualquer
imóvel ou estabelecimento, bem como exigir a apresentação de quaisquer documentos
relacionados com a segurança da edificação e seus equipamentos.

Art. 11. Será aplicado ao proprietário ou usuário a qualquer título do imóvel a multa de:
I – 100 a 1400 UfMs – pela falta de encaminhamento ou acompanhamento da tramitação
do expediente administrativo até o despacho de “recebido” do LTIP, ou pela ausência de
apresentação do Laudo técnico Conclusivo da execução das recomendações constantes
no LtIP, com despacho de “recebido” pela SMOV ou ausência do CIP; II – 100 UfMs – para
cada tipo de patologia que não houver sido executada a sua correção ou que não encontre
condições adequadas de uso conforme especificações técnicas da Associação Brasileira de
Normas técnicas (ABNT) e legislação vigente; e
III – Pelo descumprimento aos termos do art. 62 do Decreto nº 12.715, de 23 de março de

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2000, aplicar-se-ão as sanções previstas nos incs I e II.
Parágrafo único. A não apresentação do laudo em pauta ou o não atendimento de cada
uma de suas recomendações acarretará multas mensais, de valor progressivo, em dobro,
até que haja o atendimento do estipulado no referido laudo, a critério do órgão público.

Art. 12. Na falta de recolhimento do auto de infração, transcorridos os prazos legais, o


valor da multa será inscrito em dívida ativa e encaminhado para execução fiscal.

Art. 13. O presente Decreto não ilide as demais exigências legais em vigor e não
interrompe as ações legais em andamento.

Art. 14. As edificações que apresentarem risco eminente de acidente:


I – deverão ser interditadas, parcialmente ou em sua totalidade, conforme recomendação
constante no LTIP, o qual deverá incluir orientações relacionadas aos lindeiros e ao
logradouro público;
II – será isolada a área citada na alínea ‘a’, sob a orientação de responsável técnico, às
expensas do proprietário ou usuário a qualquer título do imóvel, permanecendo estes com
a responsabilidade pela manutenção dos equipamentos até a eliminação dos riscos de
acidente.
III – deverá ser apresentado ao órgão competente Laudo técnico Conclusivo da eliminação
dos riscos de acidente, acompanhado de Anotação de Responsabilidade técnica do CREA-
RS ou Registro de Responsabilidade técnica do CAU-RS, com comprovante da taxa de
pagamento da mesma.

Art. 15. Para a alteração de uso ou atividade o imóvel e seus equipamentos deverão
possuir o Laudo técnico de Inspeção Predial ou Certificado de Inspeção Predial vigentes,
os quais deverão ser compatíveis com a atividade em implantação ou deverá ser efetuada
sua renovação, conforme a nova atividade.

Art. 16. O Município comunicará ao órgão de fiscalização profissional competente a


atuação irregular do profissional que incorrer em comprovada imperícia ou má-fé.

Art. 17. As despesas decorrentes com a execução do presente Decreto correrão por
conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessárias.

Art. 18. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2 de abril de 2012.


José Fortunati, Prefeito.
Cássio Trogildo, Secretário Municipal de Obras e Viação.
Registre-se e publique-se.
Maurício Gomes da Cunha, Secretário Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 75


APROVAÇÃO DE PROJETO DE
ARQUITETURA EM PORTO ALEGRE
10 APROVAÇÃO DE PROJETO DE ARQUITETURA EM PORTO ALEGRE

Conteúdo desenvolvido pelo arquiteto e urbanista Andres Luiz Fonseca Rodriguez.

O que o arquiteto e urbanista deve saber para aprovar um Projeto de Arquitetura.


Ao longo do tempo, os projetos de Arquitetura de Interiores vêm sofrendo inúmeras
exigências, consequência das novas tecnologias, Normas técnicas, Leis e Diretrizes
indispensáveis a qualidade de vida da população, sem esquecer a preservação da natureza
que fazem parte de uma sociedade moderna.

Ao desenvolver um projeto de Arquitetura de Interiores o arquiteto e urbanista não está


trabalhando em um ambiente isolado e, ao atender as necessidades dos seus clientes, terá
obrigatoriamente que seguir uma infinidade de situações dentro das Normas e Diretrizes
do seu Município, além das Normas estaduais e brasileiras.

O objetivo deste artigo é fazer um apanhado dos conhecimentos técnicos, obedecendo


às Normas gerais constantes na legislação vigente do Decreto 16.708 de 2010, que
regulamenta a aprovação e licenciamento de Projetos Residenciais e Não Residenciais para
a cidade de Porto Alegre, junto à Secretaria Municipal de Urbanismo (SMURB).

A aprovação de qualquer projeto arquitetônico, seja ele uma construção nova, aumento
arquitetônico, regularização ou reciclagem de uso, deverá ser solicitada após a obtenção
da Declaração Municipal (DM). A documentação necessária para solicitação da Declaração
Municipal (DM) pode ser encontrada no Portal da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Esta Declaração Municipal determina as diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento


Urbano Ambiental informando a Densidade, Atividade permitida para o imóvel, índice de
Aproveitamento (área máxima permitida), Volumetria e Altura máxima permitida, além da
taxa de Ocupação do solo; outras informações e condicionantes também serão informados
caso houver. Casos como imóvel com algum gravame, como área atingida por recuo viário,
como edificação tombada pelo Patrimônio Histórico, como terreno em área não edificável
ou mesmo com passagem pública de rede de esgoto, entre outros condicionantes.

A aprovação de projeto arquitetônico pode ser de forma SIMPLIFICADA ou COMPLETA.

De forma SIMPLIFICADA, deverá atender ao Art. 13 do Decreto n° 16.708/2010, conforme


as seguintes situações:
• Habitação Unifamiliar de até 2 (duas) economias;
• Edificações com área inferior a 800,00 m² (oitocentos metros quadrados) e altura
inferior a 12 m (doze metros), conforme definição de altura regulamentada pela Lei
complementar 420 de agosto de 1998 (Código de Proteção Contra Incêndio);
• Aumento de 10% (dez por cento) da área existente, limitado ao máximo de 250,00
m² (duzentos e cinquenta metros quadrados).
A apresentação gráfica para a aprovação na forma SIMPLIFICADA compreende:
• Formulário padrão;
• Prancha única (conforme modelo básico para prancha única - SMURB);• Memorial
de incêndio a executar (para construções novas); • Registro da Responsabilidade Técnica
(RRT).

Não se enquadram no Art. 13, projetos de edificações de escolas formais, clube sociais,
casas noturnas, locais dotados de abastecimento de combustíveis, hospitais e assemelhados
e projetos de reciclagem de uso com ou sem aumento de área, quando houver aumento
do grau de risco ou população, ou ambos.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 77


De forma COMPLETA, deverá atender ao Art. 17 do Decreto n° 16.708/2010, caso em
que deverão ser apresentados de forma completa os projetos de edificações que não se
enquadram no Art. 13 do referido Decreto. Existem outros artigos referentes aos Edifícios
Não Residenciais ou Habitações Coletivas, Edifícios de Escritórios, Lojas, Galerias e Centros
Comerciais, Hotéis e Congêneres, Escolas, Cinemas, teatros, Auditórios, templos, Ginásios,
Hospitais, Clubes, Locais para Diversão, locais para Refeições, Garagem Comercial e
Pavilhões que possuem legislações específicas.
A apresentação gráfica para aprovação na forma COMPLETA compreende:
• Formulário padrão;
• Prancha com planta de situação, planta de localização, Planilha de Controle e Registro
(modelo PMPA);
• Prancha(s) com a(s) planta(s) baixa(s) com todas as informações do Art. 18 do Decreto
n° 16.708/2010;
• Prancha com cortes transversal e longitudinal;
• Prancha com fachadas;
• Memorial de incêndio a executar;
• Registro da Responsabilidade Técnica (RRT).

O Arquiteto e urbanista poderá se responsabilizar desde o Estudo de Viabilidade


Urbanística (EVU), Projeto Arquitetônico, como outros Projetos específicos para cada
atividade proposta, além de Projetos Complementares, ou ainda no Licenciamento final
da obra, na obtenção da Carta de Habitação (Habitese) e até mesmo na obtenção do
Alvará de Localização junto a Secretaria de Indústria e Comércio (SMIC). Cada Projeto tem
suas particularidades, cabendo ao profissional ter conhecimento de todas as etapas e
condicionantes para viabilizar suas atividades.

A área de atuação da Arquitetura e Urbanismo é muito abrangente o que faz com que
permanentemente o profissional tenha que buscar informações técnicas junto aos órgãos
de aprovação e licenciamento para subsidiar seus projetos e obter os condicionantes
mínimos legais para inserir-se no mercado de trabalho.

Informações para aprovação de projetos podem ser encontradas no Portal da Prefeitura


Municipal de Porto Alegre: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 78


HONORÁRIOS PROFISSIONAIS
11 HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

A Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – AAI


Brasil/RS tem como objetivo sugerir métodos de cálculo de honorários profissionais para
a prestação de serviços de Arquitetura de Interiores.
Os parâmetros indicados para o cálculo destes valores são embasados no mercado
da cidade de Porto Alegre, e estão de acordo com o perfil da maioria dos escritórios de
arquitetura e urbanismo de seus associados, tomado como padrão básico.

11.1 CONDICIONANTES PARA O CÁLCULO DE HONORÁRIOS


PROFISSIONAIS DE ARQUITETURA DE INTERIORES

11.1.1 Capacidade de produção

A Capacidade de produção do escritório para o processo de projeto (projeto e execução)


está diretamente relacionada ao porte/perfil do mesmo.
Para efeito de cálculo do VALOR HORA (VH) e, em consequência, do cálculo do valor de
honorários profissionais que o utilize como base, a Associação considera as seguintes
características como padrão básico de escritório de arquitetura e urbanismo, com uma
estrutura mínima e eficiente para a prática do exercício profissional: profissional autônomo;
equipe de arquiteto e urbanista e mais um ou dois estagiários; formação básica em busca
de especialização; 90% de atuação exclusiva em Arquitetura de Interiores; assessoria
contábil; sem secretária; desenvolvimento de atividades de projeto e execução; escritório
como fonte de renda única; arquiteto e urbanista sem sócios, autônomo.
Observa-se, conforme dados do Relatório Analítico do Censo dos Arquitetos e Urbanistas
do Brasil, registrados no CAU, realizado entre outubro a dezembro de 2012: 60,59% dos
arquitetos e urbanistas são mulheres e, destas 50.743 mulheres, 13.692 estão na faixa
etária entre 30 e 35 anos.
Do total de profissionais registrados, 79,53% declaram atuar no mercado como pessoas
físicas, sendo que 40,04% atuaram em Arquitetura de Interiores nos últimos dois anos antes
do Censo. Estes dados refletem a realidade do quadro de associados da AAI Brasil/RS e
reforçam a importância deste campo de atuação dos profissionais arquitetos e urbanistas,
no País.

11.1.2 Atividades

A prestação de serviço de Arquitetura de Interiores, no processo de projeto (projeto e


execução), consiste em 3 fases:

1ª fase: concepção/projeto de Arquitetura de Interiores:


1ª etapa – estudo preliminar;
2ª etapa - anteprojeto;
3ª etapa - projeto executivo.

2ª fase: execução do projeto de Arquitetura de Interiores.

3ª fase: utilização/ocupação.

11.1.3 Escopo

Considera-se como serviço de Arquitetura de Interiores àquele que contempla o Escopo


de trabalho técnico, e administrativo, para o processo de projeto (projeto e execução) do
escritório, como relacionado abaixo:

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 80


1ª fase: concepção/projeto de Arquitetura de Interiores:

1ª etapa - estudo preliminar:


- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s);
- Elaboração de Proposta e/ou Contrato de serviços e de honorários profissionais;
- Definição de necessidade de projetos complementares e de coordenação*;
- Verificação de necessidade de PPCI – Projeto de Prevenção Contra Incêndio*;
- Verificação de necessidade de LIP - Laudo de Inspeção Predial*;
- Verificação de necessidade de aprovação junto aos órgãos públicos*;
- Verificação de necessidade de estudo de viabilidade para aprovação de alterações
em edificações listadas e/ou tombadas como de interesse do patrimônio pelos poderes
públicos municipal, estadual e/ou nacional*;
- Levantamento do espaço físico;
- Vistoria inicial para projeto*, se necessário, elaborar termo (Anexo I) ou Laudo de
Vistoria, com RRT específico*;- Levantamento de mobiliários e/ou equipamentos
existentes;
- Levantamento fotográfico;
- Elaboração do programa de necessidades;
- Elaboração do estudo preliminar;
- Registro de RRT - CAU de estudo preliminar de Arquitetura de Interiores, se necessário.

2ª etapa - anteprojeto:
- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s);
- Elaboração do anteprojeto;
- Distribuição e especificação de pontos para elaboração de projetos complementares,
se necessário: de elétrico, de telefonia, de automação, de lógica, de gás, de calefação,
de aspiração, de áudio e vídeo, de pontos hidrossanitários e de drenagem, e de
condicionamento térmico;
- Elaboração de orçamento estimativo;
- Elaboração de croquis perspectivos;
- Elaboração de maquete eletrônica*;
- Registro de RRT - CAU de anteprojeto de Arquitetura de Interiores, se necessário.

3ª etapa - projeto executivo:


- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s);
- Elaboração do projeto executivo;
- Contratação de projetos complementares, se necessário*;
- Coordenação e compatibilização de projetos complementares, se necessário*;
- Contratação de projeto de PPCI*, se necessário*;
- Contratação de LIP - Laudo de Inspeção Predial, se necessário*;
- Elaboração de projeto e documentação para aprovação junto aos órgãos públicos
(exemplo: Vigilância Sanitária), se necessário*;
- Especificação de materiais e detalhamento de acabamentos;
- Especificação de acabamentos acústicos específicos, se necessário;
- Especificação e detalhamento de mobiliário;
- Elaboração de maquete eletrônica*;
- Elaboração de Manual de Orientação do Usuário – MOU (Memorial Descritivo de Projeto
de Arquitetura de Interiores – página xx);
- Elaboração do termo de recebimento de projeto(s) e MOU (MOU - Anexo II);- Registro
de RRT – CAU de projeto executivo de Arquitetura de Interiores.

2ª fase: execução do projeto de Arquitetura de Interiores: - Entrevista(s) e reuniões com

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 81


o(s) cliente(s);
- Entrevista(s) e reuniões com o(s) fornecedores(s);
- Vistoria inicial para execução de projeto*, se necessário, elaborar termo (MOU - Anexo
III) ou Laudo de Vistoria com RRT específico*;
- Execução de obras com visitas periódicas, conforme contrato;
- Elaboração e apresentação de orçamentos para fornecimento de materiais e de mão-
de-obra, por terceiros;
- Indicação de responsável técnico (profissional habilitado) para a execução do projeto,
se for o caso;
- Orientação aos clientes e autorização para os pagamentos de terceiros;
- Utilização de Diário de Obra (Anexo);
- Prestações de contas periódicas com documentação fiscal correspondente*;
- Elaboração de cronograma físico–financeiro*;
- Levantamento fotográfico para apresentação ao cliente*;
- Elaboração do Manual de Orientação do Usuário – MOU (Memorial Descritivo Como
Construído - página xx);- Entrega do conjunto dos manuais de materiais, instalações,
equipamentos e componentes que acompanham os produtos empregados e com os
termos de Garantia dos fornecedores;
- Elaboração de termo de recebimento do MOU de execução de projeto (MOU - Anexo
IV);- termo de Vistoria, de execução, para recebimento dos serviços prestados (MOU -
Anexo V); - Registro de RRT – CAU de execução de projeto de Arquitetura de Interiores.

3ª fase: utilização/ocupação:
- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s)*;
- Aplicação de Pesquisa de pós-ocupação e de satisfação do cliente*;
- Registro de RRT – CAU de Avaliação Pós-ocupação*.

*Estes itens são considerados Serviços Agregados: são aqueles que não fazem parte do
Escopo mínimo de serviços necessários para a elaboração de projeto e/ou imprescindíveis
para a sua execução. Devem ser, entretanto, e se for o caso, considerados também no
cálculo do VALOR HORA e honorários profissionais, de acordo com a sua representatividade
no conjunto do processo de projeto (projeto e execução).

11.1.4 Tempo de operação

O tempo de operação de um escritório é a carga horária total de produção do mesmo.


Está relacionado com o perfil e com a equipe de trabalho do escritório de arquitetura e
urbanismo. Para efeito de cálculo do VALOR HORA (VH), a Associação recomenda como
base 168 horas/mês (média de 21 dias úteis/mês x 8 horas/dia = 168 horas/mês de
trabalho.

11.2 MODALIDADES DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

A AAI Brasil/RS recomenda 6 (seis) modalidades de cobrança de honorários profissionais,


dependendo dos serviços prestados (Escopo), atividades realizadas (Projeto, Execução,
etc), tempo de atuação do profissional no mercado, atividade de desenho de produto,
CUB*/m² e método do VALOR HORA (VH).

11.2.1 Percentual sobre o valor real gasto ou estimativo – para execução de projeto

A determinação do valor dos honorários profissionais, nesta modalidade, para execução


de serviços de Arquitetura de Interiores, consiste em aplicar um percentual sobre o valor

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 82


real gasto na execução do projeto ou sobre o valor total de um orçamento estimativo,
conforme o grupo, calculado conforme as indicações abaixo:

GRUPO TEMPO DE ATUAÇÃO NO MERCADO PERCENTUAL DO VALOR REAL GASTO OU DE


ORÇAMENTO ESTIMADO
A 0 - 10 anos de 10 a 15%
B 0 - 10 anos de 10 a 15%

Esta modalidade é recomendada para o cálculo de honorários profissionais para os
serviços de Arquitetura de Interiores comerciais de lojas de shopping centers. Neste caso,
os profissionais são em geral contratados para projeto e execução, além da coordenação
de projetos complementares - que pode ter valor apresentado em separado, podendo ser
aplicados os percentuais sobre o valor real gasto ou sobre o valor total de um orçamento
estimativo apresentado e aprovado pelo cliente.

11.2.2 Valores mínimos - para projeto

Para cobrança de honorários profissionais mínimos para projeto, cujo valor do serviço,
baseado em orçamento estimativo, seja inferior a 1 (um) CUB*, é recomendada a utilização
da forma de cálculo de honorários profissionais por Hora técnica (Ht) despendida para a
realização do projeto de Arquitetura de Interiores.

11.2.3 Hora Técnica (HT)

Esta modalidade é recomendada para determinar o valor para a prestação de serviços


específicos, como:
- Serviços Agregados previstos no Escopo;
- direitos de imagem;
- mostras de arquitetura, exposições, eventos e arquitetura efêmera;
- outras atividades específicas como: Consultoria, Orientação técnica, Acompanhamento,
fiscalização com rotina estabelecida previamente.

O valor da prestação destes serviços ou atividades pode ser calculado de acordo com o
Grupo em que se insere, considerando o tempo de atuação do profissional no mercado,
como segue:

GRUPO TEMPO DE ATUAÇÃO NO MERCADO PERCENTUAL DO CUB*


A 0 - 5 anos 15%
B 6 - 14 anos 20%
C acima de 15 anos 25%

*O valor do CUB - Custo Unitário Básico da Construção, utilizado como referência neste Guia, é o CUB
publicado pelo Sinduscon/RS, que tem como base de metodologia de cálculo a NBR 12.721 – 2006.

11.2.4 Serviços de desenho de produto

Recomendamos a cobrança de honorários profissionais conforme o tipo de relação


estabelecida entre o profissional e o contratante e o serviço a ser prestado.

11.2.5 Profissional efetivado por uma empresa

Os profissionais que trabalham como empregados, fazendo parte do grupo de


colaboradores de empresas de arquitetura e urbanismo, devem ser remunerados por meio
de salário.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 83


11.2.6 Assessorias externas

Quando o trabalho é executado por assessorias externas, as formas de remuneração


variam:

a) por royalties: recomenda-se fixar um percentual sobre o faturamento gerado pelo


novo produto, que deve ser pago à assessoria. O percentual varia de 2 a 3%. As despesas
decorrentes de projeto e protótipo ficam a cargo da empresa;
b) por carga horária: o profissional ou a equipe é contratado para cumprir determinada
carga horária mensal, respondendo interna ou externamente sobre todos os assuntos
referentes aos produtos da empresa. Neste caso, a remuneração é calculada em horas de
trabalho;
c) por tarefa: a assessoria é contratada para executar uma tarefa específica e a
remuneração tem como base um valor pré-fixado para o trabalho.

Observação: no caso em que o profissional busque uma empresa com um produto pronto
para ser colocado em produção, este poderá ser remunerado na forma de royalties, sob
o valor de faturamento do produto ou, ainda, o profissional poderá previamente estipular
um valor fixo pelo qual a empresa pagará para ter todos os direitos sobre o produto.

11.2.7 Tabela de Honorários

A edição 2007 deste Guia contou com a publicação da última tabela de Honorários da
AAI Brasil/RS. O Grupo de trabalho, da Associação, que participou das discussões para a
edição 2009, considerou a retirada da tabela do GOP (Guia de Orientação Profissional), por
considerar que aquele momento era de investir, fortemente, em instrumentos de gestão,
como é o caso do cálculo de honorários profissionais pelo método do VALOR HORA (VH),
aprimorado desde então.
Com a aprovação da Diretoria da Associação, o Grupo de trabalho que atuou na
atualização dos procedimentos para cobrança de honorários e gestão, para esta edição
2013, apontou a necessidade de publicação da tabela, com seus valores atualizados,
em especial por considerar que os novos profissionais que entram no mercado não têm
parâmetros de gestão suficientes para estabelecer valores para a cobrança de honorários
com base apenas no método do VALOR HORA (VH).
Assim, a recomendação da AAI Brasil/RS é para que os arquitetos e urbanistas, ao
atuarem em projeto e execução de Arquitetura de Interiores, calculem o valor de seus
honorários com base na tabela de Honorários e sempre confrontem os valores apurados
com os seus próprios instrumentos de gestão, ou seja, com o que têm calculado de VALOR
HORA (VH) de seus escritórios.
Para utilizar a tabela de Honorários é necessário ter claro o Escopo do trabalho, com
todos os serviços a serem prestados, buscando inseri-lo, da forma mais aproximada, em
uma das colunas da Planilha de Serviços – Grupos de Escopos, para Projeto e/ou Execução.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 84


PLANILHA DE SERVIÇOS - GRUPOS DE ESCOPOS

GRUPO I GRUPO II GRUPO III


Obra civil e Ambientação Obra civil Ambientação
Distribuição dos espaços com
Distribuição dos espaços Distribuição dos espaços
alterações estruturais
Distribuição de
Distribuição de mobiliário Distribuição de mobiliário
mobiliário
Distribuição e localização
Distribuição e localização de pontos
de pontos para projetos
para projetos complementares,
complementares, conforme
conforme Escopo: de elétrico, de
Escopo: de elétrico, de telefonia,
telefonia, de automação, de lógica,
de automação, de lógica, de
de gás, de calefação, de aspiração,
gás, de calefação, de aspiração,
de áudio e vídeo, de pontos
de áudio e vídeo, de pontos
hidrossanitários e de drenagem, e de
hidrossanitários e de drenagem, e
condicionamento térmico
de condicionamento térmico
Detalhamento das áreas molhadas, Detalhamento das áreas molhadas,
impermeabilizações e exaustões impermeabilizações e exaustões
Detalhamento de acabamentos de Detalhamento de acabamentos de
forros e pisos forros e pisos
Detalhamentos de acabamentos Detalhamentos de acabamentos
de esquadrias, rodapés, marcos e de esquadrias, rodapés, marcos e
guarnições guarnições
Detalhamento de mobiliário sob Detalhamento de
medida mobiliário sob medida
Especificação de
Especificação de mobiliário pronto
mobiliário pronto
Detalhamento de sistemas de Detalhamento de sistemas de
iluminação com especificação de iluminação com especificação de
luminárias funcionais e decorativas luminárias funcionais e decorativas Especificação de
e de acabamentos elétricos e e de acabamentos elétricos e luminárias decorativas
detalhamento de sistemas de detalhamento de sistemas de
automação automação
Especificação de louças e metais
Especificação de louças e metais Especificação de
sanitários; especificação de
sanitários acessórios sanitários
acessórios sanitários
Detalhamento de tratamento de Detalhamento de tratamento de
Especificação de cores
superfícies; especificação de cores superfícies; especificação de cores
(pintura e outros)
(pintura e outros) (pintura e outros)
Detalhamento de sistemas
Especificação de
de vedação e proteção solar; Detalhamento de sistemas de vedação
cortinas, toldos, brises e
especificação cortinas, toldos, e proteção solar
persianas
brises e persianas
Detalhamento de esperas para Detalhamento de esperas para
equipamentos eletro-eletrônicos equipamentos eletro-eletrônicos e de
e de outros equipamentos para outros equipamentos para cozinha e
cozinha e serviços serviços
Especificação de tecidos,
Especificação de tecidos, tapetes,
tapetes, estofaria,
estofaria, objetos e obras de arte
objetos e obras de arte
Detalhamento de esperas para
Detalhamento de esperas para
vegetação e drenagem para Especificação de
vegetação e drenagem para
paisagismo; especificação de vegetação
paisagismo
vegetação

Após estabelecer a relação dos serviços de Escopo a ser contratados com os Grupos na
Planilha de Serviços – Grupos de Escopos: Obra Civil e Ambientação, Obra Civil, Ambientação,
é definido o Grupo que melhor representa o contato (por aproximação), seja Grupo I, II ou III.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 85


Conforme o Grupo de Escopo definido na planilha anterior e a faixa de área/metragem
envolvida na intervenção do profissional, basta aplicar os índices abaixo, da Planilha de
índices – Honorários Profissionais para Projeto e/ ou Execução, e calcular os valores de
honorários correspondentes.

PLANILHA DE ÍNDICES – HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

ÁREA/ GRUPO I (CUB/m²) GRUPO II (CUB/m²) GRUPO III (CUB/m²)


METRAGEM
(m²) P E P+E P E P+E P E P+E

0a6 0,40 0,26 0,66 0,30 0,22 0,52 0,24 0,16 0,40
7 a 15 0,36 0,24 0,60 0,28 0,20 0,48 0,22 0,14 0,36
16 a 30 0,23 0,15 0,38 0,18 0,12 0,30 0,14 0,09 0,23
31 a 60 0,19 0,14 0,33 0,17 0,11 0,27 0,12 0,08 0,20
61 a 100 0,17 0,11 0,28 0,12 0,09 0,21 0,10 0,07 0,17
101 a 200 0,10 0,07 0,17 0,08 0,06 0,14 0,12 0,08 0,20
Acima de 200 0,08 0,06 0,14 0,07 0,05 0,12 0,05 0,04 0,09

P = Projeto
E = Execução
P+E = Projeto mais Execução

*O valor do CUB - Custo Unitário Básico da Construção, utilizado como referência neste Guia, é o CUB
publicado pelo Sinduscon/RS, que tem como base de metodologia de cálculo a NBR 12.721 – 2006.

Com base na Planilha de índices – Honorários Profissionais, acima, pode-se obter valores
referenciais para outras atividades, tais como e por sugestão da AAI Brasil/RS:
- Coordenação e compatibilização de projetos: 20% sobre o valor de Projeto, se o
profissional contratado é o autor do projeto e 50% sobre o valor do projeto, se o profissional
contratado não é o autor do projeto;
- Gerenciamento com cronograma físico-financeiro: mesmo valor de execução acrescido
de 20% para cronograma físico-financeiro.

Observação: ao cálculo de honorários profissionais pela tabela de Honorários da AAI


Brasil/RS devem associarse as condicionantes para a gestão do escritório de arquitetura
e urbanismo; deve-se obter, sempre, o resultado calculado em percentuais de CUB/m²
equiparado com os valores necessários para a manutenção, risco e lucro do escritório e do
arquiteto e urbanista na prática do exercício profissional, que podem ser calculados pelo
método do VALOR HORA (VH).

11.2.8 Método VALOR HORA (VH)

A AAI Brasil/RS elaborou (2007), desenvolveu (2009) e aprimorou, por meio de Grupos
de trabalho, uma metodologia para referenciar o cálculo de honorários para um escritório
de arquiteto e urbanista, profissional autônomo, e com uma estrutura padrão, básica, para
a prática do exercício profissional de Arquitetura de Interiores.
Este método é uma forma flexível de cálculo de honorários que contempla parâmetros
de mercado, considerando a gestão financeira e administrativa do escritório de arquitetura
e urbanismo e incorporando despesas, reembolsos, receitas, riscos e lucro ao cálculo de
honorários profissionais.
Esta ferramenta, em conjunto com parâmetros estabelecidos pela tabela de Honorários
da AAI Brasil/RS (atualizada e novamente publicada nesta edição 2013) possibilita que
os arquitetos e urbanistas exercitem, em seus escritórios, uma forma mais adequada de

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 86


cálculo para a cobrança de honorários profissionais, considerando as Despesas correntes
e tempo de operação do escritório, o pró-labore do profissional e o Escopo de serviços/
atividades necessários para a prestação de eficiente exercício profissional com digna
remuneração correspondente.

O VALOR HORA (VH) deve ser calculado de acordo com as seguintes variáveis:

- Despesas correntes de operação – conforme porte/perfil do escritório;


- Despesa de pró-labore do arquiteto e urbanista – conforme remuneração desejável
pelo profissional autônomo;- tempo de operação - capacidade de trabalho do escritório
para o desenvolvimento dos serviços.

A. Despesas correntes de operação

O total de Despesas correntes de operação de um escritório de arquitetura e urbanismo


está diretamente relacionado com o perfil/porte do mesmo. Este valor deve ser integralmente
reembolsável pelo(s) CONTRATANTE(S).
Para o seu cálculo são consideradas as despesas mensais de ocupação, de comunicação,
de divulgação, com pessoal, com pró-labore, com serviços de terceiros, gerais, tributárias
e financeiras.
1. Despesas de ocupação: aluguel do escritório, condomínio, água e energia elétrica;
2. Despesas de comunicação: telefone fixo, celular e Internet;
3. Despesas de divulgação: propaganda e publicidade, brindes, manutenção de
homepage e domínio/hospedagem de homepage;
4. Despesas com pessoal (equipe técnica): convênio, remuneração, seguro e transporte
de estagiários; salários;
INSS; fGtS; 13º salário e férias;
5. Despesas com pró-labore do arquiteto e urbanista, autônomo: pró-labore e INSS
sobre o pró-labore;
6. Despesas com serviços de terceiros: contador, advogado, informática, segurança,
limpeza e motoboy;
7. Despesas gerais: material de escritório, manutenção e reparos do escritório, material
de informática, softwares, material de consumo, material de limpeza, seguro patrimonial,
manutenção e reparos do veículo, seguro do veículo, combustível, tarifas bancárias,
depreciação e amortização, revistas e periódicos, feiras e eventos, Conselho profissional,
Sindicato da categoria, Associações de classe e outras despesas;
8. Despesas tributárias: IPtU, IPVA, IR e ISSQN;
9. Despesas financeiras: juros.

B. Despesa de pró-labore

O valor de reembolso desejável para a remuneração do trabalho do arquiteto e urbanista


é considerado como pró-labore, e faz parte do conjunto de Despesas correntes de operação
do escritório.
Para efeito de cálculo do VALOR HORA (VH), a Associação recomenda que este valor
não seja inferior a 1 (um) Salário Mínimo Profissional (SMP = 9 salários para 8 horas de
trabalho/dia), conforme informa o Sindicato dos Arquitetos no Estado do RS – SAERGS,
ainda que se trate, neste caso, de profissional autônomo e sem considerar fatores de risco
pelo modelo de negócio.

C. Tempo de operação do escritório

O tempo de operação do escritório de arquitetura e urbanismo é determinado pela

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 87


capacidade de trabalho do mesmo. Para efeito de cálculo do VALOR HORA (VH), a Associação
recomenda como base 168 horas/mês (média de 21 dias úteis/mês x 8 horas/dia = 168
horas/mês de trabalho.
Pode-se, desta forma, calcular o valor da hora do escritório (Hescrit), o valor da hora do
arquiteto e urbanista (Harq) e o valor da hora dos estagiários (Hest), como segue:

Valor Hora do escritório (Hescrit)

Despesas correntes de operação do escritório


Hescrit = -------------------------------------------------------------------------------------------------
Tempo de operação do escritório (168 horas/mês de trabalho)

O valor hora do escritório (Hescrit) não considera o pró-labore do arquiteto e urbanista,


autônomo, e as despesas com a equipe técnica (estagiários) de trabalho.

Valor Hora do arquiteto e urbanista (Harq)

Despesas de pró-labore
Harq = -----------------------------------------------------------------------------------------------------
Tempo de operação do escritório (168 horas/mês de trabalho)

O valor hora do arquiteto e urbanista (Harq) considera todas as despesas com pró-labore
do arquiteto e urbanista autônomo.

Valor Hora dos estagiários (Hest)

Despesas de de estagiários
Hest = -------------------------------------------------------------------------------------------------------
Tempo de operação do escritório (168 horas/mês de trabalho)

O valor hora de estagiários (Hest) considera todas as despesas com estagiários e/ou
equipe.

O cálculo do valor da hora de cada um dos itens acima não contempla lucro, apenas
paga as Despesas correntes de operação do escritório, motivo pelo qual é tratado como
valor reembolsável pelo contratante.

11.2.8.1 Variáveis para o cálculo do VH – com Gestão

Para o cálculo de honorários profissionais com base no método VALOR HORA (VH), é
necessário considerar, para cada atividade desenvolvida, as variáveis:
- Escopo;
- Tempo de produção de cada atividade;
- Risco;
- Lucro.

ESCOPO
A prestação de serviço de Arquitetura de Interiores consiste nas seguintes fases:

1ª fase: concepção/projeto de Arquitetura de Interiores:


1ª etapa - estudo preliminar:
Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s); Elaboração de Proposta e/ou Contrato de serviços
e de honorários profissionais; Definição de necessidade de projetos complementares e de

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 88


coordenação*; Verificação de necessidade de PPCI – Projeto de Prevenção Contra Incêndio*;
Verificação de necessidade de LIP - Laudo de Inspeção Predial*; Verificação de necessidade de
aprovação junto aos órgãos públicos*; Verificação de necessidade de estudo de viabilidade
para aprovação de alterações em edificações listadas e/ou tombadas como de interesse
do patrimônio pelos poderes públicos municipal, estadual e/ou nacional*; Levantamento
do espaço físico; Vistoria inicial para projeto*, se necessário, elaborar termo ou Laudo de
Vistoria, com RRT específico*; Levantamento de mobiliários e/ou equipamentos existentes;
Levantamento fotográfico; Elaboração do programa de necessidades; Elaboração do estudo
preliminar; Registro de RRT - CAU de estudo preliminar de Arquitetura de Interiores, se
necessário.

2ª etapa - anteprojeto:
Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s); Elaboração do anteprojeto; Distribuição e
especificação de pontos para elaboração de projetos complementares, se necessário: de
elétrico, de telefonia, de automação, de lógica, de gás, de calefação, de aspiração, de
áudio e vídeo, de pontos hidrossanitários e de drenagem, e de condicionamento térmico;
Elaboração de orçamento estimativo; Elaboração de croquis perspectivos; Elaboração de
maquete eletrônica*; Registro de RRT - CAU de anteprojeto de Arquitetura de Interiores,
se necessário.

3ª etapa - projeto executivo:


Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s); Elaboração do projeto executivo; Contratação
de projetos complementares, se necessário*; Coordenação e compatibilização de projetos
complementares, se necessário*; Contratação de projeto de PPCI*, se necessário*;
Contratação de LIP - Laudo de Inspeção Predial, se necessário*; Elaboração de projeto e
documentação para aprovação junto aos órgãos públicos (exemplo: Vigilância Sanitária),
se necessário*; Especificação de materiais e detalhamento de acabamentos; Especificação
de acabamentos acústicos específicos, se necessário; Especificação e detalhamento de
mobiliário; Elaboração de maquete eletrônica*; Elaboração de Manual de Orientação do
Usuário – MOU (Memorial Descritivo de projeto de Arquitetura de Interiores); Elaboração
do termo de recebimento de projeto(s) e MOU; Registro de RRT – CAU de projeto executivo
de Arquitetura de Interiores.

2ª fase: execução do projeto de Arquitetura de Interiores:


Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s); Entrevista(s) e reuniões com o(s) fornecedores(s);
Vistoria inicial para execução de projeto*, se necessário, elaborar termo ou Laudo de
Vistoria com RRT específico*; Execução de obras com visitas periódicas, conforme
contrato; Elaboração e apresentação de orçamentos para fornecimento de materiais e
de mão-de-obra, por terceiros; Indicação de responsável técnico (profissional habilitado)
para a execução do projeto, se for o caso; Orientação aos clientes e autorização para os
pagamentos de terceiros; Utilização de Diário de Obra; Prestações de contas periódicas
com documentação fiscal correspondente*; Elaboração de cronograma físico– financeiro*;
Levantamento fotográfico para apresentação ao cliente*; Elaboração do Memorial Descritivo
Como Construído de projeto; Entrega do conjunto dos manuais de materiais, instalações,
equipamentos e componentes que acompanham os produtos empregados e com os termos
de Garantia dos fornecedores; Elaboração de termo de recebimento do MOU de execução
de projeto; termo de Vistoria, de execução, para recebimento dos serviços prestados;
Registro de RRT – CAU de execução de projeto de Arquitetura de Interiores.

3ª fase: utilização/ocupação:
Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s)*; Aplicação de Pesquisa de pós-ocupação e de
satisfação do cliente*; Registro de RRT – CAU de Avaliação Pós-ocupação*. *Estes itens são
considerados Serviços Agregados.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 89


TEMPO DE PRODUÇÃO
Para cada contrato firmado, conforme o Escopo, é necessário estimar o tempo de
produção da atividade técnica a ser desenvolvida, ou seja, o tempo que será destinado
para o cumprimento da mesma, o que inclui as atividades administrativas compatíveis.
O tempo de produção é calculado em Horas (Hescrit) de funcionamento do escritório,
em Horas (Harq) de trabalho do arquiteto e urbanista, em Horas (Hest) de trabalho de sua
equipe (estagiários) e em Deslocamentos (D), considerando sempre D = ida e volta.
O valor hora de Deslocamento (D) é igual ao valor hora do arquiteto e urbanista (Harq).
O número de horas estimado para a execução de cada atividade prevista na PLANILHA DE
ATIVIDADES, ESCOPO E HORAS (Honorários profissionais) é multiplicado pelo valor da hora
de cada agente envolvido na mesma (Hescrit, Harq, Hest), que é calculado na PLANILHA DE
APURAÇÃO DE DESPESAS CORRENTES DE OPERAÇÃO DO ESCRITÓRIO (Gestão).
Para efeito de cálculo de honorários profissionais, por este método, a Associação recomenda
que o número de Horas de trabalho do escritório (Hescrit) seja igual ao número de Horas
de trabalho do arquiteto e urbanista (Harq), como referência para o tempo de produção de
cada atividade técnica.

RISCO
Para cada contrato devem ser previstas as diferentes atividades técnicas e administrativas
necessárias à prestação do serviço. Para o cálculo de tempo, para produção, é fundamental
considerar um percentual de RISCO, que pode ser aplicado conforme sugerido abaixo:
- Projeto: aplicar 15% sobre o valor total de trabalho calculado do arquiteto e urbanista
(Harq);
- Execução: aplicar 25% sobre o valor total de trabalho calculado do arquiteto e urbanista
(Harq).

LUCRO
Esta variável não costuma ser considerada nas propostas de honorários profissionais
e deve ser prevista como uma reserva para investimento e crescimento do escritório ou
negócio, além de poupança e cobertura das despesas pessoais do arquiteto e urbanista,
além de seu pró-labore.
Para definir o valor desta variável, é necessário considerar: o tempo de prática e formação
profissional do arquiteto e urbanista, o investimento em capacitação e aprimoramento
profissional da equipe, a marca reconhecida no mercado, a equipe de trabalho do escritório,
a especialidade de atuação em que se insere o escritório, os trabalhos publicados, e outros
itens que agreguem valor ao serviço prestado pelo profissional e escritório.
Para efeito de cálculo de honorários profissionais, a Associação sugere, como referência,
o percentual de 25% sobre o valor total de honorários calculado.

DESPESAS CORRENTES DE OPERAÇÃO DO ESCRITÓRIO (Gestão)

VH (VALOR HORA) = Hescrt + Harq + Hest

ATIVIDADES, ESCOPO E HORAS (Honorários profissionais)

Honorários Profissionais com base no VALOR HORA (VH)

VALOR HORA (VH) = Hescrit + Harq + Hest + D (deslocamentos)


X
TEMPO DE PRODUÇÃO
(para cada atividade, técnica e administrativa, conforme Escopo)
+

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 90


% de RISCO
(15% para Projeto e 25% para Execução - sobre Harq)
+
% de LUCRO
(25% - sobre total)
=
Honorários profissionais

11.2.8.2 Honorários profissionais pelo método VH - PLANILHA DE ATIVIDADES,


ESCOPO E HORAS

Para o cálculo de honorários profissionais com base na gestão do escritório, é


necessário considerar a PLANILHA DE APURAçãO DE DESPESAS CORRENtES DE OPERAçãO
DO ESCRItóRIO, conforme Gestão do Escritório de arquitetura e urbanismo, deste Guia.

Para o cálculo dos valores de honorários profissionais de projeto e execução, com base
no método do VALOR HORA (VH), a AAI Brasil/RS recomenda a utilização de PLANILHA(S)
DE ATIVIDADES, ESCOPO E HORAS, que considera:

- as atividades técnicas e administrativas;


- os Deslocamentos (D = ida e volta) relativos às atividades contratadas;
- o tempo de produção, em Horas de trabalho do escritório (Hescrit), em Horas de
trabalho do arquiteto e urbanista (Harq) e em Horas de trabalho dos estagiários (Hest).

PLANILHA DE ATIVIDADES, ESCOPO E HORAS


Honorários profissionais

SERVIÇO: PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES


Cliente/Obra/Data

ATIVIDADES TÉCNICAS E ADMINISTRATIVAS - ESCOPO DE TRABALHO D Harg Hest Hescrit


1. REUNIÃO - Primeiro encontro com o cliente, APRESENTAÇÃO 0 0 0 0
Apresentar-se 0
Apresentar portfólio 0
Conhecer o cliente 0
Identificar o perfil do cliente 0
Identificar as necessidades para elaborar o programa de necessidades 0
Identificar a faixa de orçamento a ser trabalhada 0
Identificar as expectativas do cliente para o projeto 0
Conhecer o espaço 0
Identificar os elementos a serem mantidos, substituídos ou “adquiridos” 0
Identificar as dificuldades a serem encontradas 0
Registrar os dados pessoais do cliente 0
Explicar a forma de trabalho e de cobrança de honorários profissionais 0
Combinar a data para entrega da proposta de trabalho e honorários
profissionais para projeto
0
2. ESCRITÓRIO - Elaborar PROPOSTA de trabalho e honorários
profissionais para PROJETO
0 0 0 0
Estabelecer o programa de necessidades 0

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 91


Definir o ESCOPO de trabalho para projeto, os itens a serem entregues 0
Discutir a necessidade de assessorias complementares para projeto 0
Verificar normas técnicas e a necessidade de legislação específica de
aprovação para projeto
0
Verificar a viabilidade para alterações em edificações listadas e/ou
tombadas
0
Identificar o autor do projeto original 0
Definir o CRONOGRAMA para entrega de etapas para projeto 0
Fazer o levantamento do tempo de Produção/Horas (H) a serem
utilizadas para projeto
0
Prever os RISCOS 0
Organizar portfólio 0
Formalizar a PROPOStA para projeto 0
3. REUNIÃO - Segundo encontro com o cliente, apresentar a
PROPOSTA
0 0 0 0
Entregar a PROPOSTA de trabalho e honorários profissionais para
projeto
0
Entregar portfólio 0
Explicar a PROPOSTA, os termos do futuro contrato e a forma de
pagamento de honorários profissionais para projeto
0
Assinar a PROPOSTA para a etapa: estudo preliminar; anteprojeto ou
projeto
0
Definir as assessorias complementares para projeto e a coordenação/
compatibilização dos mesmos
0
Combinar o gerenciamento das alterações para projeto 0
Apresentar imagens e fotos de trabalhos anteriores 0
4. ESCRITÓRIO - Elaborar CONTRATO de trabalho e honorários
profissionais para PROJETO
0 0 0 0
Formalizar a proposta em termos de CONTRATO de trabalho e
honorários profissionais para projeto
0
Elaborar a RRT CAU para a etapa: estudo preliminar, anteprojeto ou
projeto
0
5. REUNIÃO - Terceiro encontro com o cliente, apresentar o
CONTRATO
0 0 0 0
Entregar e apresentar o CONtRAtO para projeto 0
Assinar o CONTRATO 0
Assinar a RRT CAU para a etapa: estudo preliminar, anteprojeto ou
projeto
0
Receber parcela de honorários profissionais 0
Estabelecer a contratação de assessorias complementares para projeto e
a coordenação/ compatibilização dos mesmos
0
Definir relação com autor original do projeto 0
Definir e aprovar o programa de necessidades para projeto 0
Combinar as formas e os horários para comunicação 0
Explicar o gerenciamento das aquisições para execução, se for o caso 0
Solicitar as plantas dos projetos, caso seja edificação nova ou em
construção
0
6. OBRA - Levantamento do espaço físico para PROJETO 0 0 0 0
Medir o espaço 0
Fotografar o espaço 0
Medir mobiliários e equipamentos, na obra ou em outros locais 0
Fazer Vistoria Inicial ao local e entorno para projeto 0

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 92


7. ESCRITÓRIO - Pesquisar e elaborar para CONCEPÇÃO para
PROJETO
0 0 0 0
Pesquisar tendências 0
Pesquisar materiais 0
Pesquisar sobre o estilo de vida do cliente 0
Pesquisar sobre alternativas para projeto 0
Pesquisar normas técnicas e a necessidade de legislação específica de
aprovação para projeto
0
Elaborar termo de Vistoria inicial - MOU 0
Informar ao autor do projeto original da contratação para a intervenção
no espaço
0
8. ESCRITÓRIO - Elaborar o ESTUDO PRELIMINAR e/ou o
ANTEPROJETO
0 0 0 0
Elaborar plantas do levantamento 0
Estabelecer o cumprimento às normas técnicas e legislações para
aprovação para projeto
0
Elaborar o programa de necessidades 0
Desenvolver o ESTUDO PRELIMINAR e/ou o ANTEPROJETO 0
Desenvolver as vistas 0
Desenvolver as perspectivas 0
9. LOJAS E ESCRITÓRIO - Escolher MATERIAIS e TECNOLOGIAS 0
Visitar lojas e fornecedores para especificações 0
Adequar a escolha dos materiais e tecnologias ao projeto 0
10. ESCRITÓRIO - Elaborar ORÇAMENTO ESTIMATIVO 0 0 0 0
Pesquisar valores de todos os itens do ESCOPO previsto 0
Elaborar planilha de ORÇAMENTO ESTIMATIVO de acordo com o ESCOPO
previsto
0
Definir honorários profissionais para assessorias complementares para
projeto
0
11. ESCRITÓRIO - Elaborar APRESENTAÇÃO do ESTUDO PRELIMINAR
e/ou o ANTEPROJETO
0 0 0 0
Finalizar a elaboração das plantas, vistas e perspectivas 0
Imprimir e/ou plotar o projeto 0
Elaborar maquete eletrônica 0
Imprimir a planilha de ORÇAMENTO ESTIMATIVO 0
12. REUNIÃO - Quarto encontro com o cliente – Apresentar ESTUDO
PRELIMINAR e/ou o ANTEPROJETO
0 0 0 0
Apresentar e aprovar o estudo preliminar e/ou anteprojeto 0
Apresentar amostras de materiais 0
Apresentar e aprovar ORÇAMENTO ESTIMATIVO 0
Estabelecer a contratação de assessorias complementares para projeto 0
13. ESCRITÓRIO - Desenvolver o projeto EXECUTIVO - detalhamentos 0 0 0 0
Elaborar projeto para a execução dos serviços 0
Fornecer projeto de pontos para instalações às assessorias
complementares contratadas
0
Elaborar projeto de alvenarias, demolições e construções 0
Elaborar projeto com distribuição e especificação de pontos elétricos 0
Elaborar projeto com distribuição e especificação de pontos hidráulicos 0
Elaborar projeto com distribuição de pontos de telefonia e lógica 0
Elaborar projeto com definição e especificação de sistema de
condicionamento térmico
0

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 93


Elaborar projeto de forros e luminotécnica 0
Elaborar projeto com detalhamentos de revestimentos e especificar
materiais
0
Elaborar projeto de detalhamento de mobiliário sob medida 0
Elaborar listagem e especificação de mobiliários prontos e equipamentos 0
Programar a compatibilização dos projetos complementares contratados 0
Revisar a planilha do orçamento estimativo, conforme escopo aprovado
pelo cliente
0
Desenvolver maquete eletrônica 0
Elaborar projeto para aprovação junto aos órgãos públicos 0
Elaborar PROJETO EXECUTIVO - detalhamentos para apresentação ao
cliente
0
Elaborar apresentação de conjunto de projetos complementares
contratados
0
14. ESCRITÓRIO - Elaborar o MANUAL DE ORIENTAÇÃO DO USUÁRIO
- MOU com Memorial Descritivo
0 0 0 0
Elaborar planilha para o Memorial Descritivo para projeto 0
Elaborar termo de Recebimento do MOU 0
15. REUNIÕES - Quinto, sexto e sétimo encontros com o cliente,
apresentar o PROJETO EXECUTIVO
0 0 0 0
Apresentar o PROJETO EXECUTIVO e aprovar os detalhamentos 0
Apresentar e aprovar o Memorial Descritivo - MOU 0
Apresentar e aprovar a revisão da planilha de orçamento estimativo 0
Assinar termo de Recebimento para projeto e MOU 0

D Harq Hest Hescrit Despesas


Somatório do tempo de operação de atividades,
0 0 0 0
escopo - em horas
Valores das despesas reembolsáveis - Planilha
de apur. de desp. correntes de oper. do R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
escritório para cálculo do VH (Gestão) + D
Subtotal R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
TOTAL DE DESPESAS DO SERVIÇO R$ 0,00
DESPESAS DE CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS
R$ 0,00
PARA ESTE SERVIÇO
TOTAL DE DESPESAS DO SERVIÇO + DESPESAS
DE CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS PARA ESTE R$ 0,00
SERVIÇO
RISCO DO SERVIÇO (15% do valor total do
R$ 0,00
Harq)
LUCRO DO SERVIÇO (25% do valor total
de DESPESAS DO SERVIÇO + DESPESAS DE R$ 0,00
CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS + RISCO)
HONORÁRIOS PROFISSIONAIS* PARA PROJETO
R$ 0,00
DE ARQUITETURA DE INTERIORES

Observações:
D = valor hora de Deslocamento (ida e volta) = valor hora do Harq
Harq = Valor Hora do arquiteto e urbanista (R$) = Despesa de Pró-labore/tempo de operação
do escritório
Hest = Valor Hora de estagiários (R$) = Despesa de estagiários/tempo de operação do
escritório
Hescrit = Valor Hora de escritório (R$) - sem pró-labore e equipe/tempo de operação do

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 94


escritório
DESPESAS - Harq + Hest + Hescr = VH (despesas correntes de operação do escritório -
reembolsáveis) + D
(deslocamentos para cada serviço)
* O número de horas de trabalho do escritório é igual ao número de horas de trabalho do
arquiteto e urbanista.
* Nesta planilha não está incluída a prestação de serviço de utilização/ocupação.

O valor da Hora discriminado de Hescrit, Harq e Hest, e o seu total VALOR HORA (VH),
é calculado na PLANILHA DE APURAÇÃO DE DESPESAS CORRENTES DE OPERAÇÃO DO
ESCRITÓRIO, conforme Gestão do Escritório de arquitetura e urbanismo, deste Guia.

Observação: a AAI Brasil/RS, exclusivamente e em conjunto com o Guia de Orientação Profissional


AAI Brasil/RS - GOP, 9ª edição impressa, disponibiliza em CD, a PLANILHA DE APURAÇÃO DE DESPESAS
CORRENTES DE OPERAÇÃO DO ESCRITÓRIO (Gestão) para o cálculo do VH, e as PLANILHAS DE ATIVIDADES,
ESCOPO E HORAS, para o cálculo de honorários profissionais.

PLANILHA DE ATIVIDADES, ESCOPO E HORAS


Honorários profissionais

SERVIÇO: EXECUÇÃO DE PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES


Cliente/Obra/Data

1. ESCRITÓRIO - Elaborar PROPOSTA de trabalho e honorários


profissionais para EXECUÇÃO
0 0 0 0
Definir o ESCOPO de trabalho para execução, os itens a serem entregues 0
Definir as atividades a serem realizadas para execução 0
Definir o CRONOGRAMA de entregas para execução 0
Fazer o levantamento do tempo de Produção/Horas (H) a serem utilizadas para
execução
0
Prever os RISCOS 0
Formalizar a PROPOSTA 0
2. REUNIÃO - Primeiro encontro com o cliente, apresentar PROPOSTA 0 0 0 0
Entregar a PROPOStA de trabalho e honorários profissionais para execução 0
Explicar a PROPOSTA, os termos do futuro contrato e a forma de pagamento
para execução
0
Explicar o ESCOPO previsto e assinar a PROPOSTA 0
Combinar o gerenciamento das alterações de projeto e de obra para execução 0
3. ESCRITÓRIO - Elaborar CONTRATO de trabalho e Honorários
Profissionais para EXECUÇÃO
0 0 0 0
Formalizar a proposta em termos de CONTRATO de trabalho e Honorários
Profissionais para execução
0
Elaborar a RRT CAU para execução 0
4. REUNIÃO - Segundo encontro com o cliente, apresentar o CONTRATO 0 0 0 0
Entregar e apresentar o CONTRATO para execução 0
Entregar e apresentar o CONTRATO para execução 0
Assinar o RRT para execução 0
Receber parcela de honorários profissionais 0
Combinar as formas e os horários para comuni 0
Determinar o gerenciamento das aquisições e pagamentos para execução 0
5. OBRA - Fazer a VISTORIA INICIAL à obra 0

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 95


Fazer a Vistoria Inicial ao local e entorno da obra para execução 0
Elaborar termo de Vistoria - MOU 0
6. ESCRITÓRIO e OBRA - Rever o ORÇAMENTO ESTIMATIVO e elaborar os
ORÇAMENTOS DEFINITIVOS
0
Visitar a obra c/fornecedores de OBRAS CIVIS - demolições, elét., hid., cond.
térmico, revest., forros e pinturas
0
Visitar a obra c/fornecedores de acabamentos - pedras, vidros e espelhos e
equipamentos
0
Orçar equipamentos p/AMBIENTAÇÃO - mobiliário pronto e sob medida,
tapetes, luminárias, adornos e cortinas
0
Orçar instalações de equipamentos - eletros, telefonia, lógica, automação, som
e imagem
0
Elaborar planilha de ORÇAMENTOS DEfINItIVOS, com alternativas, conforme o
escopo aprovado
0
Organizar as contratações de serviços complementares 0
7. ESCRITÓRIO - Elaborar CRONOGRAMA para execução 0
Elaborar o CRONOGRAMA para execução dos serviços de acordo com escopo
aprovado
0
8. REUNIÃO - Terceiro encontro com o cliente, apresentar ORÇAMENTOS
DEFINITIVOS e CRONOGRAMA
0
Apresentar os ORÇAMENTOS DEFINITIVOS com alternativas 0
Apresentar o CRONOGRAMA 0
Aprovar Orçamentos e Cronograma 0
Estabelecer data para início e fim dos trabalhos 0
Definir o gerenciamento das aquisições e pagamentos para execução 0
9. OBRA e ESCRITÓRIO - Rotina para execução de OBRAS CIVIS 0
Marcação e medição das alvenarias, demolições e construções 0
Marcação e medição de distribuição de pontos elétricos, de telefonia, lógica,
automação, som e imagem
0
Marcação e medição de distribuição de pontos hidráulicos 0
Marcação e medição de aparelhos e instalações para condicionamento térmico 0
Marcação e medição de forros e pontos para luminárias 0
Marcação e medição de revestimentos e materiais de acabamentos - pedras,
vidraçaria, esquadrias, rodapés
0
Elaborar CONTRATOS de prestação de serviços e/ou de fornecimento de
materiais para assinatura do cliente
0
Solicitar RRTs dos prestadores de serviços técnicos profissionais
complementares
0
Programar com os fornecedores a compatibilização das instalações 0
Adquirir materiais e programar fretes e entregas 0
Contratar os fornecedores de mão-de-obra para OBRAS CIVIS 0
Elaborar planilha para aquisições e controle de materiais e serviços para
OBRAS CIVIS
0
Elaborar CRONOGRAMA fíSICO-fINANCEIRO para OBRAS CIVIS 0
Elaborar relatórios de OBRAS CIVIS para controle do cliente 0
Manter o DIÁRIO DE OBRAS 0
Elaborar levantamento fotográfico para apresentação ao cliente - MOU 0
ROTINA DIÁRIA de execução para OBRAS CIVIS 0
Verificar condições de segurança 0
Prevenir RISCOS 0
10. OBRA e ESCRITÓRIO - Rotina para execução de AMBIENTAÇÃO 0 0 0 0
Marcação e medição de mobiliário sob medida - marcenaria 0

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 96


Marcação e medição de revestimentos e acessórios 0
Medição para mobiliários prontos e equipamentos - conforme o especificado 0
Adquirir luminárias e acabamentos elétricos 0
Adquirir materiais de revestimentos 0
Definir e medir estofarias e cortinas 0
Adquirir materiais e programar fretes e entregas (tecidos, tapetes, quadros,
objetos)
0
Contratar os prestadores de serviços para AMBIENTAÇÃO 0
Elaborar planilha para aquisições e controle de materiais e serviços para
AMBIENTAÇÃO
0
Elaborar CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO para AMBIENTAÇÃO 0
Elaborar relatórios de obras de AMBIENtAçãO para controle do cliente 0
Manter o DIÁRIO DE OBRAS 0
Elaborar levantamento fotográfico para apresentação ao cliente - MOU 0
ROTINA DIÁRIA de execução para AMBIENTAÇÃO 0
Verificar condições de segurança 0
Prevenir RISCOS 0
11. ESCRITÓRIO - Elaborar documentos para entrega dos serviços de
EXECUÇÃO - MOU
0 0 0 0
Elaborar o Memorial Descritivo Como Construído, com revisões e alterações de
projeto - MOU
0
Organizar os manuais de materiais, instalações, equipamentos e componentes
- de materiais e prestadores de serviços
0
Organizar os termos de Garantias 0
Elaborar o termo de Recebimento do MOU - Manual de Utilização do Usuário -
de execução
0
Elaborar o termo de Vistoria de execução para recebimento dos serviços 0
12. OBRA: Quarto, quinto, sexto e sétimo encontros com o cliente - entrega
de documentos e VISTORIA FINAL
0 0 0 0
Entregar o Manual de Orientação do Usuário - MOU - com o Memorial
Descritivo Como Construído
0
Vistoriar a obra com o cliente para entrega final 0
Assinar os termos de Recebimento do MOU e de Vistoria da entrega dos
serviços
0

D Harq Hest Hescrit Despesas


Somatório do tempo de operação de atividades,
0 0 0 0
escopo - em horas
Valores das despesas reembolsáveis - Planilha de
apur. de desp. correntes de oper. do escritório para R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
cálculo do VH (Gestão) + D
Subtotal R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
TOTAL DE DESPESAS DO SERVIÇO R$ 0,00
DESPESAS DE CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS PARA
R$ 0,00
ESTE SERVIÇO
TOTAL DE DESPESAS DO SERVIÇO + DESPESAS DE
R$ 0,00
CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS PARA ESTE SERVIÇO
RISCO DO SERVIÇO (15% do valor total do Harq) R$ 0,00
LUCRO DO SERVIÇO (25% do valor total de DESPESAS
DO SERVIÇO + DESPESAS DE CONTRATAÇÃO DE R$ 0,00
TERCEIROS + RISCO)
HONORÁRIOS PROFISSIONAIS* PARA PROJETO DE
R$ 0,00
ARQUITETURA DE INTERIORES

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Observações:
D = valor hora de Deslocamento (ida e volta) = valor hora do Harq
Harq = Valor Hora do arquiteto e urbanista (R$) = Despesa de Pró-labore/tempo de operação
do escritório
Hest = Valor Hora de estagiários (R$) = Despesa de estagiários/tempo de operação do
escritório
Hescrit = Valor Hora de escrtitório (R$) - sem pró-labore e equipe/tempo de operação do
escritório
DESPESAS - Harq + Hest + Hescr = VH (despesas correntes de operação do escritório -
reembolsáveis) + D
(deslocamentos para cada serviço)
* O número de horas de trabalho do escritório é igual ao número de horas de trabalho
do arquiteto e urbanista. * Nesta planilha não está incluída a prestação de serviço de
utilização/ocupação.

O valor da Hora discriminado de Hescrit, Harq e Hest, e o seu total VALOR HORA (VH),
é calculado na PLANILHA DE APURAÇÃO DE DESPESAS CORRENTES DE OPERAÇÃO DO
ESCRITÓRIO, conforme Gestão do Escritório de arquitetura e urbanismo, deste Guia.

Observação: a AAI Brasil/RS, exclusivamente e em conjunto com o Guia de Orientação Profissional


AAI Brasil/RS - GOP, 9ª edição impressa, disponibiliza em CD, a PLANILHA DE APURAÇÃO DE DESPESAS
CORRENTES DE OPERAÇÃO DO ESCRITÓRIO (Gestão) para o cálculo do VH, e as PLANILHAS DE ATIVIDADES,
ESCOPO E HORAS, para o cálculo de honorários profissionais.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 98


GESTÃO DO ESCRITÓRIO
12 GESTÃO DO ESCRITÓRIO

GESTÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA DO ESCRITÓRIO E


HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

Conteúdo desenvolvido pelo consultor empresarial Sérgio L. Bombassaro, da empresa


PROCONTA Consultoria Empresarial, em conjunto com a Associação de Arquitetos de
Interiores do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul.

INTRODUÇÃO

No atual contexto de mercado, sabe-se que quem determina o preço de um determinado


serviço, seja ele profissional ou não, é o próprio mercado. É ele, pois, que responde, frente
ao orçamento apresentado, se está disposto ou não a pagar por aquele serviço naquelas
condições especificadas e apresentadas.
Compete, portanto, ao profissional arquiteto e urbanista identificar as necessidades
e as possibilidades de cada cliente em potencial para elaborar sua proposta de forma
condizente às reais condições diagnosticadas de forma a torná-la sempre competitiva.
Além disso, por óbvio, se faz necessário levar em consideração outros aspectos que,
embora muitas vezes intangíveis, também são determinantes para o fechamento do
contrato, tais como, relevância do projeto e ou do cliente, possível repercussão positiva
em função do próprio projeto, desafio, carreira, reconhecimento e grife do profissional,
sem esquecer-se da ética, é claro.
Por outro lado, de nada adianta tudo isso se, ao fim e ao cabo do projeto, o resultado
econômico-financeiro não remunerar adequadamente o(s) profissional(is) envolvido(s) no
projeto.
Desta forma, cada vez mais, as questões de gestão financeira e administrativa ganham
relevo, pois, independentemente do porte e ou da condição do profissional da área, se faz
necessário conhecer, controlar, analisar e tomar as decisões com base em informações
fidedignas e tempestivas. O próprio mercado exige isso do profissional para que ele se
mantenha competitivo no seu nicho.
Isto significa, então, que o profissional da área também deve estar atento a estas
questões. Precisa, também, conhecer e utilizar ferramentas de gestão que o auxiliem
nestas atividades.
Como início, importante separar e gerenciar cada um dos projetos. Para tanto, basta, de
forma simples e prática, controlar a receita e os custos diretos de cada projeto.

PLANILHA DE APURAÇÃO DE RECEITAS POR CONTRATO DO


ESCRITÓRIO
Gestão do escritório

AAI Brasil/RS Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS


Planilha de apuração das receitas por contrato do escritório
RECEITAS DO ESCRITÓRIO Mês de Referência: MÊS/ANO em Reais (R$)
Contrato Contrato Contrato Contrato Contrato
RECEITA Totais
1 2 3 4 5
Honorários contratados
TOTAL DA RECEITA
Contrato Contrato Contrato Contrato Contrato
CUSTOS DIRETOS DO PROJETO Totais
1 2 3 4 5

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 100


Serviços de terceiros contratados para
o projeto
Material empregado no projeto taxas -
RRT
Deslocamentos para o projeto
Tributos diretos 11%
Outros custos diretos do projeto
TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS
LUCRO BRUTO P/PROJETO

Note que a receita do escritório é o somatório dos honorários contratados em cada


contrato. Além disso, como os custos diretos estão separados por serviço prestado, é
possível verificar o resultado que cada um está gerando (ou não) para o profissional
arquiteto e urbanista. Esta informação também é chamada de LUCRO BRUTO. faz-se
necessário, também, conhecer e controlar as despesas correntes do escritório e ou do
profissional. A planilha abaixo serve de modelo e pode ajudar bastante na compreensão
e no levantamento de cada uma das despesas incorridas mensalmente ou mesmo aquelas
que são pagas apenas uma vez por ano.

PLANILHA DE APURAÇÃO DAS DESPESAS CORRENTES DE OPERAÇÃO


DO ESCRITÓRIO
Cálculo do VALOR HORA (VH) - GESTÃO

AAI Brasil/RS Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS


Planilha de apuração das receitas por contrato do escritório
RECEITAS DO ESCRITÓRIO Mês de Referência: MÊS/ANO em Reais (R$)
Discriminação Ref. Mensal Anual Período
Despesas de ocupação
Aluguel do escritório
Condomínio
Água
Energia Elétrica
Despesas de comunicação
Telefone fixo
Celular
Provedor de internet
Operadora de banda larga
Despesas de divulgação
Propaganda e publicidade
Participação em feiras e mostras
Brindes
Manutenção de homepage
Domínio/hospedagem de homepage
Despesas com pessoal
Convênio de estagiários
Remuneração de estagiários
Seguro de estagiários
Transporte de estagiários
Salários de funcionários
INSS de funcionários

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 101


FGTtS de funcionários
13º Salário de funcionários
Férias de funcionários
Despesas com pró-labore
Pró-labore de arquiteto e urbanista
INSS s/pró-labore
Despesas com serviços de terceiros
Contador
Advogado
Informática
Fotógrafo
Segurança
Limpeza
Motoboy
Despesas gerais
Material de escritório
Manutenção e reparos do escritório
Material de informática
Softwares
Material de consumo
Material de limpeza
Seguro patrimonial
Seguro de responsabilidade civil
Manutenção e reparos do veículo
Seguro do veículo
Combustível (ida e volta do escrit.)
Tarifas bancárias
Depreciação e amortização
Revistas e periódicos
Conselho Profissional, Sindicato e
Associações
Despesas de pessoa jurídica
Outras despesas
Despesas tributárias
IPTU
IPVA
IR
ISSQN
Despesas financeiras
juros
TOTAL DAS DESPESAS CORRENTES
VALOR HORA (VH)
Harq
Hest
Hescrit

Harq = Valor Hora do arquiteto e urbanista (R$) = Despesa de Pró-labore/tempo de operação


do escritório (168hs/mês)
Hest = Valor Hora de estagiários (R$) = Despesa de estagiários/tempo de operação do
escritório (168hs/mês)
Hescrit = Despesas de escritório (sem pró-labore e equipe)/tempo de operação do escritório
(168hs/mês)

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168 horas/mês = 8 horas/dia x 21 dias úteis
Harq + Hest + H escrit = VALOR HORA (VH) = despesas reembolsáveis do escritório
Por fim, com todas estas informações reunidas é possível apurar o resultado do escritório
conforme demonstra a planilha abaixo:

PLANILHA DE APURAÇÃO DO RESULTADO DO ESCRITÓRIO NO


PERÍODO
Gestão do Escritório

AAI Brasil/RS Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS


RESULTADO DO ESCRITÓRIO MÊS/ANO em Reais (R$)
Discriminação do grupo/conta Totais %
RECEITAS
Contrato 1
Contrato 2
Contrato 3
TOTAL DAS RECEITAS 100,00%
CUSTOS DIRETOS DO PROJETO
Contrato 1
Contrato 2
Contrato 3
TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS DO PROJETO 0,00%
LUCRO BRUTO
Contrato 1
Contrato 2
Contrato 3
TOTAL DO LUCRO BRUTO 0,00%
DESPESAS CORRENTES DO ESCRITÓRIO
Despesas de ocupação
Despesas de comunicação
Despesas de divulgação
Despesas com pessoal
Despesa com pró-labore
Despesa com serviços de terceiros
Despesas gerais
Despesas tributárias
Despesas financeiras
TOTAL DAS DESPESAS CORRENTES DO
0,00%
ESCRITÓRIO
RESULTADO DO ESCRITÓRIO NO PERÍODO 0,00%

Com todas essas informações apuradas, é possível dizer que construímos uma
ferramenta de gestão. Mesmo que incipiente, já é possível analisar as receitas e os custos
que elas geram para conhecer o LUCRO BRUTO. Analisando o LUCRO BRUTO do escritório
(somatório do lucro bruto de cada projeto desenvolvido no período) é possível perceber
que ele precisa ser suficiente para bancar as despesas correntes do escritório e gerar
resultado positivo (lucro) ou não (prejuízo) no período em análise.
Cabe destacar que o pró-labore do profissional deve ser considerado como despesa
corrente de operação do escritório. Assim sendo, o resultado positivo atingido (lucro) será
utilizado para novos investimentos sejam eles profissionais e ou pessoais.
Por fim, com este conjunto de informações, o profissional terá condições de conhecer,
controlar, analisar e tomar as decisões necessárias para o sucesso profissional, inclusive,

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 103


qualificando a determinação e fixação de seus honorários profissionais.

Observação: a AAI Brasil/RS, exclusivamente e em conjunto com o Guia de Orientação Profissional AAI
Brasil/RS - GOP, 9ª edição impressa , disponibiliza em CD as PLANILHAS de gestão do escritório.

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CONTRATOS DE PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS
13 CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS

O contrato estabelece o que é exatamente almejado pelas partes, e as vincula, obrigando-


as a cumprir o que nele está pactuado. São inúmeros os agentes envolvidos em um processo
de projeto (projeto e execução), tornando-se da maior importância delimitar, através de
contrato de prestação de serviços do arquiteto, quais as exatas atribuições, obrigações e
responsabilidades das partes, bem como os seus direitos.

13.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

7.1.1 bilaterais: ambas as partes, contratante e contratado, têm deveres;


7.1.2 onerosos: ambas as partes fornecem algo, obtendo, cada qual, a vantagem que,
respectivamente, buscam;
7.1.3 comutativos: desde o ato da contratação conhece-se o valor das prestações que
serão fornecidas pelas partes;
7.1.4 casuais: têm as obrigações filiadas às causas que os geraram;
7.1.5 consensuais: são formalizados pelo mero consentimento entre as partes;
7.1.6 não-solenes: podem ser pactuados de forma livre;
7.1.7 inominados: são contratos que a lei não disciplina expressamente, mas que, se
lícitos, são permitidos em razão do princípio da autonomia da vontade;
7.1.8 principais: existem independentemente da existência de qualquer outro;
7.1.9 definitivos: criam diversos tipos de obrigações entre ambas as partes;
7.1.10 paritários: cujas cláusulas são debatidas, de modo a atingir consenso entre as
partes.

13.2 NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES AO CONTRATO: PROPOSTA E


MINUTA

Antes de formalizarem o contrato, as partes mantêm, usualmente, negociações


preliminares, durante as quais discutem seus mútuos interesses. Ainda que indiquem a
intenção de contratar, estas negociações iniciais não vinculam juridicamente as partes,
pois ambas estão expondo seus desejos e condições.
Após estas negociações preliminares, uma das partes pode encaminhar a outra uma
oferta, ou PROPOSTA, para que a outra parte aceite ou não. Neste caso, concretiza-se
a manifestação de vontade do que faz a proposta (proponente) e já o obriga, caso seja
aceita, ao vínculo jurídico. A proposta comporá o futuro contrato e, por essa razão, deve
ser suficientemente clara quanto ao negócio pretendido.
Já a MINUTA de contrato não cria vínculo, sendo uma espécie de “ensaio” do que será o
contrato, apenas para
discussão, até que se chegue à redação final do mesmo.
A seguir, apresentam-se modelos de contratos de elaboração de projeto, de execução
e de fiscalização de projeto de arquitetura de interiores, além de modelos de contrato de
prestação de serviços e/ou fornecimento de materiais.

13.3 MODELOS DE CONTRATOS

13.3.1 MODELO I

CONTRATO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 106


Pelo presente instrumento particular, de um lado ________, CPf (ou CNPj) nº ______-__,
domiciliado à _______, nº__ - ___, doravante denominado simplesmente CONTRATANTE, e,
de outro, o Arquiteto e urbanista ______, registrado no CAU/___ sob o nº _______, CPF nº
______-__, com escritório profissional situado na _______, nº__ - ___, doravante denominado
simplesmente CONTRATADO, têm, entre si, como justo e acertado o que segue.

CLÁUSULA 1ª - DO OBJETO

O CONTRATANTE ajusta com o CONTRATADO a elaboração de PROJETO de Arquitetura


de Interiores, (para o espaço _________), conforme RRT – Registro de Responsabilidade
técnica do CAU nº _________, em imóvel de ______m², situado na ______, nº__, Município de
______ - ____.

Observação: caso seja contratada a elaboração de projetos técnicos complementares, estes


farão parte deste instrumento, com seus respectivos RRTs.

CLÁUSULA 2ª - DA ESPECIFICAÇÃO DO SERVIÇO

O projeto arquitetônico é a atividade técnica de criação, pela qual é concebida uma obra
de arquitetura, segundo Resolução n° 21 – CAU/BR.
A Arquitetura de Interiores, segundo a Resolução n° 51 – CAU/BR é o campo de atuação
profissional da Arquitetura e Urbanismo que consiste na intervenção em ambientes internos
ou externos de edificação, definindo a forma de uso do espaço em função de acabamentos,
mobiliário e equipamentos, além das interfaces com o espaço construído – mantendo ou não
a concepção arquitetônica original –, para adequação às novas necessidades de utilização.
Esta intervenção se dá no âmbito espacial; estrutural; das instalações; do condicionamento
térmico, acústico e lumínico; da comunicação visual; dos materiais, texturas e cores; e do
mobiliário.
O PROJETO de Arquitetura de Interiores, ora contratado, contempla o Escopo de trabalho
(conforme este Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS – GOP, correspondente à 1ª
fase e suas 3 etapas) relacionado abaixo:

Concepção/projeto de Arquitetura de Interiores:

1ª etapa - estudo preliminar:


- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s);
- Elaboração de Proposta e/ou Contrato de serviços e de honorários profissionais;
- Definição de necessidade de projetos complementares e de coordenação*;
- Verificação de necessidade de PPCI – Projeto de Prevenção Contra Incêndio*;
- Verificação de necessidade de LIP - Laudo de Inspeção Predial*;
- Verificação de necessidade de aprovação junto aos órgãos públicos*;- Verificação de
necessidade de estudo de viabilidade para aprovação de alterações em edificações
listadas e/ou tombadas como de interesse do patrimônio pelos poderes públicos
municipal, estadual e/ou nacional*;
- Levantamento do espaço físico;
- Vistoria inicial para projeto*, se necessário, elaborar termo (Anexo I) ou Laudo de Vistoria,
com RRT específico*;- Levantamento de mobiliários e/ou equipamentos existentes;
- Levantamento fotográfico;
- Elaboração do programa de necessidades;
- Elaboração do estudo preliminar;
- Registro de RRT - CAU de estudo preliminar de Arquitetura de Interiores, se necessário.

2ª etapa - anteprojeto:

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 107


- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s);
- Elaboração do anteprojeto;
- Distribuição e especificação de pontos para elaboração de projetos complementares,
se necessário: de elétrico, de telefonia, de automação, de lógica, de gás, de calefação,
de aspiração, de áudio e vídeo, de pontos hidrossanitários e de drenagem, e de
condicionamento térmico;
- Elaboração de orçamento estimativo;
- Elaboração de croquis perspectivos;
- Elaboração de maquete eletrônica*;
- Registro de RRT - CAU de anteprojeto de Arquitetura de Interiores, se necessário.

3ª etapa - projeto executivo:


- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s);
- Elaboração do projeto executivo;
- Contratação de projetos complementares, se necessário*;
- Coordenação e compatibilização de projetos complementares, se necessário*;
- Contratação de projeto de PPCI*, se necessário*;
- Contratação de LIP - Laudo de Inspeção Predial, se necessário*;
- Elaboração de projeto e documentação para aprovação junto aos órgãos públicos
(exemplo: Vigilância Sanitária), se necessário*;
- Especificação de materiais e detalhamento de acabamentos;
- Especificação de acabamentos acústicos específicos, se necessário;
- Especificação e detalhamento de mobiliário;
- Elaboração de maquete eletrônica*;
- Elaboração de Manual de Orientação do Usuário – MOU (Memorial Descritivo de Projeto
de Arquitetura de Interiores – página xx);
- Elaboração do termo de recebimento de projeto(s) e MOU (MOU - Anexo II);- Registro
de RRT – CAU de projeto executivo de Arquitetura de Interiores.

*Estes itens são considerados Serviços Agregados: são aqueles que não fazem parte do
Escopo mínimo de serviços necessários para a elaboração de projeto e/ou imprescindíveis
para a sua execução.

CLÁUSULA 3ª - DOS HONORÁRIOS DO CONTRATADO

I. Para executar os serviços descritos, será devida pelo CONTRATANTE a importância de


R$______,___ (_____reais), em conformidade com a tabela de honorários da Associação de
Arquitetos de Interiores do Brasil/RS.
A correspondência dos itens dos serviços prestados às porcentagens sobre os seus
valores* é da seguinte ordem:
a) 1ª etapa - estudo preliminar: equivalente a 50% do preço total supra;
b) 2ª etapa - anteprojeto: equivalente a 25% do preço total supra;
c) 3ª etapa - projeto executivo: equivalente a 25% do preço total supra.

* Estes valores servem para indenização, em caso de rompimento do contrato, de


acordo com as etapas já executadas ou novamente executadas. (Exemplo: modificação do
programa de necessidades)

II. Para executar os Serviços agregados* será devida pelo CONTRATANTE a importância
de R$______,___ (_____reais) para cada atividade (listar atividades), conforme o cálculo
estimado de ____ Horas técnicas (HT) necessárias para a elaboração dos serviços, a um
valor de R$ _____,___ por Hora técnica (HT).

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 108


CLÁUSULA 4ª - DA FORMA DE PAGAMENTO

I. Os honorários definidos acima serão pagos nas seguintes condições:


a) ___% na assinatura do contrato (de 20% a 50%), importando em R$_____,___ (____
reais);
b) ___% na conclusão dos estudos preliminares (1ª etapa), importando em R$_____,___
(____reais);
c) ___% na conclusão do anteprojeto (2ª etapa), importando em R$_____,___ (____reais);
d) ___% pela totalidade do projeto final (3ª etapa), importando em R$_____,___ (____
reais);

Alternativamente,

I. Os honorários definidos acima serão pagos nas seguintes condições:


a) ___% na assinatura do contrato, importando em R$_____,___ (____reais);
b) ___% em ___ dias após, importando em R$_____,___ (____reais);
c) ___% em ___ dias após, importando em R$_____,___ (____reais);
d) e o saldo restante em ___ dias após a assinatura do contrato, importando em
R$_____,___ (____reais).

Ou:

I. Os honorários definidos acima serão pagos parcelando-se em valores fixos,


independentemente dos prazos de entrega dos serviços. Por exemplo:
a) R$ ______,___ (_____reais) na assinatura do contrato;
b) R$ ______,___ (_____reais) em 30 dias após a assinatura;
c) R$ ______,___ (_____reais) em 60 dias após a assinatura e saldo em 90 dias após
assinatura do contrato.

Os pagamentos serão realizados na forma de _______________________________________.

CLÁUSULA 5ª - DO COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DE HONORÁRIOS

Será fornecido RPA (recibo de pagamento a autônomo).*


*Considerar valor de cálculo de RPA (recibo de pagamento a autônomos) para o cálculo de
honorários profissionais.

CLÁUSULA 6ª - DO REAJUSTE

No caso de ser efetuada qualquer interrupção ou atraso nos serviços contratados, em


decorrência de motivos alheios à vontade do CONTRATADO, fica acordado que, quando do
reinício destes, o valor de honorários estabelecido supra, deverá ser reajustado conforme
o índice financeiro (determinar índice), de modo a manter-se o equilíbrio econômico-
financeiro da relação, respeitando-se o valor do contrato expresso acima.

CLÁUSULA 7ª - DO ATRASO DOS PAGAMENTOS

Caso os pagamentos não sejam efetuados nos prazos, lugares e modos estipulados
neste Contrato, sobre as parcelas em mora incidirão multa de 2% (dois por cento), mais
juros de 1% ao mês. O CONTRATADO não ficará obrigado a dar continuidade ao serviço
enquanto durar o atraso nos pagamentos, ficando-lhe de todo assegurado o exercício da
faculdade prevista no Código Civil.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 109


CLÁUSULA 8ª - DOS PRAZOS PARA ENTREGA DOS SERVIÇOS

1ª etapa - estudos preliminares: __ dias a partir da assinatura deste;


2ª etapa - anteprojeto: __ dias após a entrega dos estudos preliminares;
3ª etapa - projeto executivo: __ dias após a entrega do anteprojeto.

CLÁUSULA 9ª - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

I. SERVIÇOS AGREGADOS: são aqueles que não fazem parte do Escopo de trabalho
mínimo, necessários para a elaboração de Projeto, e/ou imprescindíveis na sua execução.

II. DOCUMENTOS: serão fornecidos pelo CONTRATANTE todos os elementos necessários


ao eficiente desempenho profissional do CONTRATADO.

III. MODIFICAÇÕES: quando o CONTRATANTE solicitar modificações em trabalhos


correspondentes a etapas já concluídas e entregues, estas modificações poderão ser
objeto de adendo a este contrato original, e o valor de remuneração poderá ser calculado
em Horas técnicas (Ht), por exemplo.

IV. DENÚNCIA: o presente instrumento poderá ser denunciado, unilateralmente, por


ambas as partes, mediante comunicação por escrito, com antecedência mínima de ___
dias, caso em que deverão ser pagas pelo CONTRATANTE todas as despesas, até então
autorizadas, quando este der causa ao desfazimento da relação, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos.

V. UTILIZAÇÃO DO PROJETO: o projeto, ou qualquer uma de suas partes, somente poderá


ser utilizado para o fim e o local indicados nos documentos e desenhos apresentados.

VI. ORÇAMENTOS: caso solicitado, o CONTRATADO poderá orçar para o CONTRATANTE


a elaboração de projetos técnicos complementares, eventualmente não abrangidos no
Escopo deste contrato, como projeto estrutural, projeto arquitetônico de iluminação,
projeto de conforto ambiental, projeto de instalações e equipamentos (instalações
prediais), projeto de arquitetura paisagística. também poderá orçar a prestação de serviço
de laudos técnicos e de vistoria, assim como a coordenação de projetos complementares,
se estes forem terceirizados a outros profissionais responsáveis. Neste casos, poderão ser
considerados Serviços agregados.

VII. DESPESAS: esta proposta não inclui o pagamento de despesas de qualquer espécie
(como, por exemplo, cópias, taxas, plotagens e serviços assemelhados, etc.). Quando
ocorrerem estas, o CONTRATANTE as reembolsará, sendo tais pagamentos independentes
dos previstos e poderão ser faturados diretamente para o CONTRATANTE. O CONTRATANTE
reembolsará as despesas de deslocamento (transporte, alimentação e hospedagem) para
serviços prestados fora do perímetro de atuação do escritório.

VIII. MODIFICAÇÕES DO CONTRATO: todas as comunicações escritas ou via web entre


as partes, que impliquem, de comum acordo, em ratificação, retificação ou alteração da
presente, em seus prazos e condições, integrarão a mesma, para todos os devidos fins e
efeitos.

IX. PROTOCOLO: ao ser apresentada cada etapa do serviço, o CONTRATANTE assinará


um termo de Recebimento de projeto(s) e MOU (Anexo II), e uma cópia do projeto
correspondente à respectiva etapa, dando conta do recebimento da mesma.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 110


X. PUBLICIDADE: qualquer matéria de publicidade ou propaganda com imagens gráficas
e/ou fotográficas,
relacionada com o produto resultante deste contrato, deverá fazer menção destacada do
nome do CONTRATADO e autor do projeto de Arquitetura de Interiores. O CONTRATADO
também tem o direito de utilizar o objeto desta proposta para promoção própria, conforme
sua conveniência (Lei n° 12.378/2010 e Lei de Direito Autoral nº 9.610/98).

XI. RESPEITO AO DIREITO AUTORAL: o CONTRATANTE providenciará, junto aos autores


dos projetos originais,
as devidas autorizações, por escrito, necessárias para o desenvolvimento do projeto de
Arquitetura de Interiores ora contratado, as quais farão parte integrante do presente
instrumento, de acordo com a Lei nº 9.610/98, artigos 7º, 11º e 24º. De acordo com a
Lei de Direito Autoral (Lei nº 9.610/98), a interrupção dos trabalhos na 1ª ou 2ª etapa
não confere ao CONTRATANTE o direito de executar o projeto sem a prévia autorização,
preferencialmente por escrito, por parte do autor do projeto. No entanto, se o projeto for
concluído nas suas três etapas, o CONTRATANTE adquire automaticamente o direito de
executá-lo com o profissional ou empresa de sua escolha e preferência. Caso o projeto
não seja executado pelo seu autor, isto não confere ao CONTRATANTE e/ou executante
o direito de alterá-lo ou modificá-lo, sem a prévia autorização do profissional autor do
projeto.

XII. HORÁRIO DE TRABALHO: os serviços contratados serão prestados em horário


comercial. Para serviços prestados fora deste horário, como rotina e previamente acordado,
poderão estes ser cobrados em honorários calculados em Horas técnicas (Ht).

CLÁUSULA 10ª - DO FORO

Fica eleito o foro do Município de ________ para a solução de questões oriundas do


presente contrato, renunciando as partes a qualquer outro a que, porventura, tenham ou
possam vir a ter direito. E, por estarem assim, justos e contratados, firmam o presente
instrumento em duas vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas abaixo
assinadas.
_____________, ___ de _______ de _____.

___________________ ______________________
CONTRATANTE CONTRATADO
NOME/CPF OU CNPJ Nº NOME/CPF Nº

___________________ ______________________
TESTEMUNHA TESTEMUNHA

Observação: os textos em itálico são observações e/ou alternativas.

13.3.2 MODELO II

CONTRATO DE EXECUÇÃO DE PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES

Pelo presente instrumento particular, de um lado ________, CPF (ou CNPJ) nº ______-__,
domiciliado à _______, nº__ - ___, doravante denominado simplesmente CONTRATANTE, e,
de outro, o Arquiteto e urbanista ______, registrado no CAU/___ sob o nº _______, CPF nº
______-__, com escritório profissional situado na _______, nº__ - ___, doravante denominado
simplesmente CONTRATADO, têm, entre si, como justo e acertado o que segue.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 111


CLÁUSULA 1ª - DO OBJETO

O CONTRATANTE ajusta com o CONTRATADO a EXECUÇÃO de projeto de Arquitetura


de Interiores, (para o espaço _________), conforme RRT – Registro de Responsabilidade
técnica do CAU nº _________, em imóvel de ______m², situado na ______, nº__, Município de
______ - ____.

Observação: caso seja contratada a execução de projetos técnicos complementares, estes farão parte
deste instrumento, com seus respectivos RRTs.

CLÁUSULA 2ª - DA ESPECIFICAÇÃO DO SERVIÇO

Execução de obra, serviço ou instalação – atividade em que o profissional, por conta própria
ou a serviço de terceiros, realiza trabalho técnico ou científico visando à materialização do
que é previsto nos projetos de uma obra, serviço ou instalação, segundo a resolução n° 21
do CAU/BR.
A Arquitetura de Interiores, segundo a Resolução n° 51 – CAU/BR é o campo de atuação
profissional da Arquitetura e Urbanismo que consiste na intervenção em ambientes internos
ou externos de edificação, definindo a forma de uso do espaço em função de acabamentos,
mobiliário e equipamentos, além das interfaces com o espaço construído – mantendo ou não
a concepção arquitetônica original –, para adequação às novas necessidades de utilização.
Esta intervenção se dá no âmbito espacial; estrutural; das instalações; do condicionamento
térmico, acústico e lumínico; da comunicação visual; dos materiais, texturas e cores; e do
mobiliário.

A EXECUÇÃO de projeto de Arquitetura de Interiores, ora contratado, contempla o


Escopo de trabalho (conforme este Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS – GOP,
correspondente à 2ª fase) relacionado abaixo:

Execução do projeto de Arquitetura de Interiores:


- Entrevista(s) e reuniões com o(s) cliente(s);
- Entrevista(s) e reuniões com o(s) fornecedores(s);
- Vistoria inicial para execução de projeto*, se necessário, elaborar termo (MOU - Anexo
III) ou Laudo de Vistoria com RRT específico*;
- Execução de obras com visitas periódicas, conforme contrato;
- Elaboração e apresentação de orçamentos para fornecimento de materiais e de mão-
de-obra, por terceiros;
- Indicação de responsável técnico (profissional habilitado) para a execução do projeto,
se for o caso;
- Orientação aos clientes e autorização para os pagamentos de terceiros;
- Utilização de Diário de Obra (Anexo);
- Prestações de contas periódicas com documentação fiscal correspondente*;
- Elaboração de cronograma físico–financeiro*;
- Levantamento fotográfico para apresentação ao cliente*;
- Elaboração do Manual de Orientação do Usuário – MOU (Memorial Descritivo Como
Construído - página xx);
- Entrega do conjunto dos manuais de materiais, instalações, equipamentos e
componentes que acompanham os produtos empregados e com os termos de Garantia
dos fornecedores;
- Elaboração de termo de recebimento do MOU de execução de projeto (MOU - Anexo
IV);- termo de Vistoria, de execução, para recebimento dos serviços prestados (MOU -
Anexo V); - Registro de RRT – CAU de execução de projeto de Arquitetura de Interiores.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 112


*Estes itens são considerados Serviços Agregados: são aqueles que não fazem parte do Escopo mínimo
de serviços necessários para a elaboração de projeto e/ou imprescindíveis para a sua execução.

CLÁUSULA 3ª - DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO

I. O CONTRATADO realizará os serviços segundo as estritas especificações dos projetos,


sendo que qualquer modificação somente será executada após prévia autorização do
CONTRATANTE, ou de seu representante legal.

II. O CONTRATADO poderá manter um Diário de Obra (Anexo), onde serão registradas
todas as considerações relevantes, por parte do CONTRATADO, do CONTRATANTE ou seu
representante, e dos fornecedores em geral.

III. O CONTRATADO elaborará e disponibilizará cronogramas em tempo hábil para que


sejam realizados os pagamentos de despesas na forma estipulada previamente com os
fornecedores.

CLÁUSULA 4ª - DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE

I. O CONTRATANTE realizará os pagamentos das despesas envolvidas na obra, segundo


o cronograma referido supra. tal pagamento deverá ser efetuado conforme acordado com
os fornecedores.

II. No término da obra, o CONTRATANTE deverá assinar o termo de Vistoria para


recebimento dos serviços prestados (MOU - Anexo V).

CLÁUSULA 5ª - DOS HONORÁRIOS DO CONTRATADO

I. Para executar os serviços descritos, o CONTRATADO será remunerado em __% sobre


todos os valores das despesas da obra (real gasto), com base sobre orçamento estimativo,
necessários até a execução completa do objeto deste contrato.

Ou:

I. O CONTRATADO será remunerado em R$ ______,__(____reais), por Hora Técnica (HT)


despendida na realização dos trabalhos, mediante apresentação de uma Planilha de horas de
trabalho e Relatórios de atividades.

Ou:

I. Para executar os serviços descritos, o CONTRATADO será remunerado em R$______,___ (_____


reais), em conformidade com a Tabela de honorários da Associação de Arquitetos de Interiores do
Brasil/RS.

II. Para executar os Serviços agregados* será devida pelo CONTRATANTE a importância de
R$______,___ (_____reais) para cada atividade (listar atividades), conforme o cálculo estimado de
____ Horas Técnicas (HT) necessárias para a elaboração dos serviços, a um valor de R$ _____,___
por Hora Técnica (HT).

Parágrafo único: caso seja estabelecida uma rotina de trabalho fora de horário comercial,
o CONTRATADO poderá acertar outra forma de remuneração. (Por exemplo: Hora técnica)

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 113


CLÁUSULA 6ª - DA FORMA DE PAGAMENTO

I. Os honorários definidos acima serão pagos nas seguintes condições:


a) ___% na assinatura do contrato, importando em R$_____,___ (____reais);
b) ___% em ___ dias após, importando em R$_____,___ (____reais);
c) ___% em ___ dias após, importando em R$_____,___ (____reais);
d) e o saldo restante em ___ dias após a assinatura do contrato, importando em
R$_____,___ (____reais).

Ou:

I. Os honorários definidos acima serão pagos parcelando-se os pagamentos em valores fixos,


independentemente dos prazos de entrega dos serviços. Por exemplo:
a) R$ ______,___ (_____reais) na assinatura do contrato;
b) R$ ______,___ (_____reais) em 30 dias após a assinatura;
c) R$ ______,___ (_____reais) em 60 dias após a assinatura e saldo em 90 dias após assinatura
do contrato.

II. Os honorários definidos acima serão pagos em periodicidade semanal (ou outra), em
percentual sobre os valores das despesas da obra efetuados no respectivo período, de acordo
com cronograma previsto e serviços já realizados.

Os pagamentos serão realizados na forma de _______________________________________.

CLÁUSULA 7ª - DO COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DE HONORÁRIOS

Será fornecido RPA (recibo de pagamento a autônomo).*


*Considerar valor de cálculo de RPA (recibo de pagamento a autônomos) para o cálculo
de honorários profissionais.

CLÁUSULA 8ª - DO REAJUSTE

No caso de ser efetuada qualquer interrupção ou atraso nos serviços contratados, em
decorrência de motivos alheios à vontade do CONTRATADO, fica acordado que, quando do
reinício destes, o valor de honorários estabelecido supra, deverá ser reajustado conforme
o índice financeiro (determinar índice), de modo a manter-se o equilíbrio econômico-
financeiro da relação, respeitando-se o valor do contrato expresso acima.

CLÁUSULA 9ª - DO ATRASO DOS PAGAMENTOS

Caso os pagamentos de honorários não sejam efetuados nos prazos, lugares e modos
estipulados neste Contrato, sobre as parcelas em mora incidirão multa de 2% (dois por
cento), mais juros de 1% (um por cento) ao mês. O CONTRATADO não ficará obrigado a
dar continuidade ao serviço enquanto durar o atraso nos pagamentos, ficando-lhe de todo
assegurado o exercício da faculdade prevista no Código Civil.

CLÁUSULA 10ª - DOS PRAZOS PARA ENTREGA DOS SERVIÇOS

Os prazos para a obra serão estabelecidos de acordo com os prazos de contratação dos
próprios fornecedores e de acordo com cronograma elaborado em conformidade com os
mesmos e previsto para o andamento da obra. A obra será realizada dentro dos prazos

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 114


previstos no cronograma, salvo a ocorrência de caso fortuito, força maior ou qualquer
outro evento que impeça o CONTRATADO, mediante o emprego das próprias forças, de
atender ao prazo referido.

CLÁUSULA 11ª - DAS DESPESAS DE DESLOCAMENTO

Este contrato não inclui despesas de deslocamento para serviços prestados fora do
perímetro de atuação do contratado. (Por exemplo, na região metropolitana)

E/ou:

Este contrato não inclui despesas de deslocamento do CONTRATADO para outros orçamentos em
lojas e/ou fornecedores, solicitados pelo CONTRATANTE além do que, inicialmente, foi orçado
pelo CONTRATADO.

CLÁUSULA 12ª - DA INDICAÇÃO DE FORNECIMENTO DE MATERIAL

I - A aquisição de material será feita pelo CONTRATANTE, após aprovação de orçamentos


apresentados pelo CONTRATADO.
Parágrafo único: para orçamentos/contratações de serviços em que não haja a indicação
de confiança do CONTRATADO, fica este desobrigado quanto ao cumprimento dos prazos,
entretanto não o desobrigando da qualidade da execução dos mesmos.

II – A aquisição de material feita pelo CONTRATANTE deverá vir acompanhada dos


respectivos manuais e termos de Garantia.

CLÁUSULA 13ª - DOS DETALHAMENTOS ADICIONAIS

Os detalhamentos dos projetos correspondem às necessidades dos fornecedores de


mão-de-obra indicados pelo CONTRATADO. Detalhamentos adicionais, exigidos por outros
profissionais, poderão ser cobrados por Hora técnica (Ht), conforme as horas de trabalho
despendidas para atender essas exigências.

CLÁUSULA 14ª - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

I. SERVIÇOS AGREGADOS: são aqueles que não fazem parte do Escopo de trabalho
mínimo, necessários para a elaboração de Projeto, e/ou imprescindíveis na sua execução.

II. DOCUMENtOS: serão fornecidos pelo CONTRATANTE todos os elementos necessários


ao eficiente desempenho profissional do CONTRATADO.

III. MODIFICAÇÕES: quando o CONTRATANTE solicitar modificações em trabalhos


correspondentes a etapas já concluídas e entregues, estas modificações poderão ser
objeto de adendo a este contrato original, e o valor de remuneração poderá ser calculado
em Horas técnicas (HT), por exemplo.

IV. DENÚNCIA: o presente instrumento poderá ser denunciado, unilateralmente, por


ambas as partes, mediante comunicação por escrito, com antecedência mínima de ___
dias, caso em que deverão ser pagas pelo CONTRATANTE todas as despesas, até então

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autorizadas, quando este der causa ao desfazimento da relação, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos.

V. EXECUÇÃO DO PROJETO: o projeto e sua execução, ou qualquer uma de suas partes,


somente poderá ser utilizado para o fim e o local indicados nos documentos e desenhos
apresentados.

VI. ORÇAMENTOS: caso solicitado, o CONTRATADO poderá orçar para o CONTRATANTE a


execução de projetos técnicos complementares, eventualmente não abrangidos no Escopo
deste contrato, como projeto estrutural, projeto arquitetônico de iluminação, projeto de
conforto ambiental, projeto de instalações e equipamentos (instalações prediais), projeto
de arquitetura paisagística.

VII. DESPESAS: esta proposta não inclui o pagamento de despesas de qualquer espécie
(como, por exemplo, cópias, taxas, plotagens e serviços assemelhados, etc.). Quando
ocorrerem estas, o CONTRATANTE as reembolsará, sendo tais pagamentos independentes
dos previstos. Despesas com cópias, plotagens, taxas, ou outros poderão ser faturados
diretamente para o CONTRATANTE. O CONTRATANTE reembolsará as despesas de
deslocamento (transporte, alimentação, e hospedagem) para serviços prestados fora do
perímetro de atuação do escritório.

VIII. MODIFICAÇÕES DO CONTRATO: todas as comunicações escritas ou via web entre


as partes, que impliquem, de comum acordo, em ratificação, retificação ou alteração da
presente, em seus prazos e condições, integrarão a mesma, para todos os devidos fins e
efeitos.

IX. todo o conjunto dos MANUAIS de materiais, instalações, equipamentos e componentes


que acompanham os produtos empregados e os termos de Garantia dos fornecedores
serão entregues ao CONTRATANTE.

X. O CONTRATADO FORNECERÁ O MEMORIAL DESCRITIVO COMO CONSTRUÍDO de


Projeto de Arquitetura de Interiores, atualizando o que foi especificado em projeto, de
acordo com o que foi efetivamente realizado/executado.

XI. HORÁRIO DE TRABALHO: os serviços contratados serão prestados em horário comercial.


Para serviços prestados fora deste horário, como rotina e previamente acordado, poderão
estes ser cobrados em honorários calculados em Horas técnicas (Ht).

CLÁUSULA 15ª - DO FORO

Fica eleito o foro do Município de ________ para a solução de questões oriundas do


presente contrato, renunciando as partes a qualquer outro a que, porventura, tenham ou
possam vir a ter direito. E, por estarem assim, justos e contratados, firmam o presente
instrumento em duas vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas abaixo
assinadas.
_____________, ___ de _______ de _____.

___________________ ______________________
CONTRATANTE CONTRATADO
NOME/CPF OU CNPJ Nº NOME/CPF Nº

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___________________ ______________________
TESTEMUNHA TESTEMUNHA

Observação: os textos em itálico são observações e/ou alternativas.

13.3.3 MODELO III

CONTRATO DE FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DE PROJETO


DE ARQUITETURA DE INTERIORES

Pelo presente instrumento particular, de um lado ________, CPf (ou CNPj) nº ______-__,
domiciliado à _______, nº__ - ___, doravante denominado simplesmente CONTRATANTE, e,
de outro, o Arquiteto e urbanista ______, registrado no CAU/___ sob o nº _______, CPf nº
______-__, com escritório profissional situado na _______, nº__ - ___, doravante denominado
simplesmente CONTRATADO, têm, entre si, como justo e acertado o que segue.

CLÁUSULA 1ª - DO OBJETO

O CONTRATANTE ajusta com o CONTRATADO a FISCALIZAÇÃO da execução de projeto
de Arquitetura de Interiores, conforme RRT - Registro de Responsabilidade Técnica do CAU
n°______, em imóvel de ______m², situado na ______, nº__, Município de ______ - ____.

Observação: caso seja contratada a fiscalização da execução de projetos técnicos complementares,


estes fazem parte deste instrumento, com os seus RRTs.

CLÁUSULA 2ª - DA ESPECIFICAÇÃO DO SERVIÇO

Fiscalização de obra ou serviço é atividade que consiste na inspeção e controle técnico


sistemático de obra ou serviço, com a finalidade de examinar ou verificar se a execução
obedece ao projeto e às especificações e prazos estabelecidos, segundo a resolução n° 21
do CAU/BR.
A Arquitetura de Interiores, segundo a Resolução n° 51 – CAU/BR é o campo de atuação
profissional da Arquitetura e Urbanismo que consiste na intervenção em ambientes internos
ou externos de edificação, definindo a forma de uso do espaço em função de acabamentos,
mobiliário e equipamentos, além das interfaces com o espaço construído – mantendo ou não
a concepção arquitetônica original –, para adequação às novas necessidades de utilização.
Esta intervenção se dá no âmbito espacial; estrutural; das instalações; do condicionamento
térmico, acústico e lumínico; da comunicação visual; dos materiais, texturas e cores; e do
mobiliário.

Observação: a Fiscalização pressupõe a execução da obra por profissional habilitado (com RRT
de execução).

CLÁUSULA 3ª - DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO

I. O CONTRATADO verificará a execução dos serviços segundo as estritas especificações


dos projetos, sendo que qualquer modificação somente deverá ser executada após prévia

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autorização do CONTRATANTE, ou de seu representante legal.

II. O CONTRATADO elaborará RELATÓRIOS DE ATIVIDADES com suas observações


técnicas e inspecionará os cronogramas de execução dos serviços em tempo hábil para
que sejam cumpridas as especificações dos projetos. Os relatórios serão encaminhados ao
CONTRATANTE com cópia ao responsável técnico habilitado (com RRT de execução) pela
obra.

III. O CONTRATADO poderá manter um Diário de Obra (Anexo) onde serão registradas
todas as considerações relevantes, por parte do CONTRATADO, do CONTRATANTE ou seu
representante, e dos fornecedores em geral.

CLÁUSULA 4ª - DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE

O CONTRATANTE deverá receber as observações do CONTRATADO, ficando a seu


encargo o encaminhamento das devidas providências ao responsável pela execução.

CLÁUSULA 5ª - DOS HONORÁRIOS DO CONTRATADO E SUA FORMA DE PAGAMENTO



I. O CONTRATADO, por sua presença na obra por, no máximo, _______ horas/semana,
será remunerado em Hora técnica (Ht), no valor de R$ _____,___ (_____reais). (Conforme o
Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS - GOP)

I. Os honorários definidos acima serão pagos nas seguintes condições:


a) ___% na assinatura do contrato, importando em R$_____,___ (____reais);
b) ___% em ___ dias após, importando em R$_____,___ (____reais);
c) ___% em ___ dias após, importando em R$_____,___ (____reais);
d) e o saldo restante em ___ dias após a assinatura do contrato, importando em
R$_____,___ (____reais).

Ou:

I. Os honorários definidos acima serão pagos parcelando-se os pagamentos em valores fixos,


independentemente dos prazos de entrega dos serviços. Por exemplo:
a) R$ ______,___ (_____reais) na assinatura do contrato;
b) R$ ______,___ (_____reais) em 30 dias após a assinatura;
c) R$ ______,___ (_____reais) em 60 dias após a assinatura e saldo em 90 dias após assinatura do
contrato.

Ou:

I. O CONTRATADO será remunerado em R$ ______,__(____reais), por HORA TÉCNICA (HT)


despendida na realização dos trabalhos, mediante apresentação de uma Planilha de horas de
trabalho e Relatórios de atividades.

Observação: a remuneração considera a prestação de serviço em horário comercial (de segunda


à sexta-feira das ___às ___).

CLÁUSULA 6ª - DO ATRASO NOS PAGAMENTOS

Caso os pagamentos de honorários não sejam efetuados nos prazos, lugares e modos
estipulados neste Contrato, sobre as parcelas em mora incidirão multa de 2% (dois por

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cento), mais juros de 1% (um por cento) ao mês. O CONTRATADO não ficará obrigado a
dar continuidade ao serviço enquanto durar o atraso nos pagamentos, ficando-lhe de todo
assegurado o exercício da faculdade prevista no Código Civil.

CLÁUSULA 7ª - DO PRAZO DE FISCALIZAÇÃO


A fiscalização da obra será realizada dentro dos prazos previstos no cronograma físico
de execução da mesma, salvo a ocorrência de caso fortuito, força maior ou qualquer outro
evento que impeça o CONTRATADO, mediante o emprego das próprias forças, de atender
ao prazo referido.

CLÁUSULA 8ª – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

I. DOCUMENTOS: serão fornecidos pelo CONTRATANTE e executor (responsável técnico


habilitado, com RRT) dos serviços todos os elementos necessários ao eficiente desempenho
profissional do CONTRATADO.

II. MODIFICAÇÕES: quando o CONTRATANTE solicitar modificações em trabalhos


correspondentes a etapas já concluídas e consideradas entregues conforme cronograma
de obras, estas modificações poderão ser objeto de adendo a este contrato original, e o
valor de remuneração poderá ser calculado em Horas técnicas (Ht), por exemplo.

III. DENÚNCIA: o presente instrumento poderá ser denunciado, unilateralmente, por


ambas as partes, mediante comunicação por escrito, com antecedência mínima de ___
dias, caso em que deverão ser pagas pelo CONTRATANTE todas as despesas, até então
autorizadas, quando este der causa ao desfazimento da relação, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos.

IV. DESPESAS: esta proposta não inclui o pagamento de despesas de qualquer espécie
(como, por exemplo, cópias, taxas, plotagens e serviços assemelhados, etc.). Quando
ocorrerem estas, o CONTRATANTE as reembolsará, sendo tais pagamentos independentes
dos previstos. Despesas com cópias, plotagens, taxas, ou outros poderão ser faturados
diretamente para o CONTRATANTE. O CONTRATANTE reembolsará as despesas de
deslocamento (transporte, alimentação, e hospedagem) para serviços prestados fora do
perímetro de atuação do escritório.

V. MODIFICAÇÕES DO CONTRATO: todas as comunicações escritas ou via web entre


as partes, que impliquem, de comum acordo, em ratificação, retificação ou alteração da
presente, em seus prazos e condições, integrarão a mesma, para todos os devidos fins e
efeitos.

VI.
HORÁRIO DE TRABALHO: os serviços contratados serão prestados em horário
comercial. Para serviços prestados fora deste horário, como rotina e previamente acordado,
poderão estes ser cobrados em honorários calculados em Horas técnicas (Ht).

CLÁUSULA 9ª - DO FORO

Fica eleito o foro do Município de ________ para a solução de questões oriundas do


presente contrato, renunciando as partes a qualquer outro a que, porventura, tenham ou
possam vir a ter direito. E, por estarem assim, justos e contratados, firmam o presente
instrumento em duas vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas abaixo

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assinadas.
_____________, ___ de _______ de _____.

___________________ ______________________
CONTRATANTE CONTRATADO
NOME/CPF OU CNPJ Nº NOME/CPF Nº

___________________ ______________________
TESTEMUNHA TESTEMUNHA

Observação: os textos em itálico são observações e/ou alternativas.

13.3.4 MODELO IV

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MÃO DE OBRA DE TERCEIROS


E/OU DE FORNECIMENTO DE MATERIAIS

Pelo presente instrumento particular, de um lado ___________(dados do cliente), CPf


(ou CNPj) nº ____________, domiciliado à ________, nº___/RS, doravante denominado
simplesmente CONTRATANTE e, de outro, ___________(dados do fornecedor), CNPj (ou
CPf) nº _________-__, situado à _______, _____ - ___, doravante denominado simplesmente
CONTRATADO, têm, entre si, como justo e acertado o seguinte:

CLÁUSULA 1ª - DO OBJETO

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,


bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Visam as partes ajustarem a prestação de serviços e/ou fornecimento de materiais relativos


aos serviços a serem efetuados no imóvel de _____ m² (área), situado à _____, nº____/RS, e
correspondentes aos itens que seguem especificados: ____________. (especificar prestação
de serviços de mão de obra de terceiros e/ou de fornecedores de materiais)

CLÁUSULA 2ª - DO VALOR DO CONTRATO



O valor do contrato é, nesta data, de R$_____,___ (_____reais), de acordo com orçamento
efetuado pelo CONTRATADO, que segue em anexo ao presente, fazendo parte integrante
e indissociável do mesmo, compondose da seguinte forma:

a) fornecimento dos materiais especificados: R$______,___ (_____reais);

E/ou:

b) prestação dos serviços de mão-de-obra, especificados: R$_____,___ (____reais).

CLÁUSULA 3ª - DOS PRAZOS DE ENTREGA E DE FORMAS DE PAGAMENTO

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I - O prazo para execução do ora contratado será de _____ dias (ou meses, etc), iniciando-
se na data de __/__/__ e com termo final em __/__/__, impreterivelmente.
II - O pagamento dos materiais e/ou de mão de obra de serviços contratados será
efetuado nos moldes do orçamento em anexo, ou seja: (repetir os termos do orçamento).

CLÁUSULA 4ª - DAS MULTAS

A não execução do objeto deste instrumento nos prazos previstos supra, implicará:
(especificar a forma da multa).

CLÁUSULA 5ª - DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO

I - O CONTRATADO executará fielmente todos os serviços ora ajustados, obedecendo


aos projetos e especificações existentes. Para todos os pontos omissos ou ambíguos, o
CONTRATADO poderá solicitar esclarecimentos por escrito ou via web.

II - Os serviços deverão ser entregues pelo CONTRATADO completamente terminados,


com todas as instalações em pleno funcionamento e perfeitamente limpas.

III - O CONTRATADO declara-se como único responsável pelo cumprimento de todas


as exigências fiscais e legais, da legislação trabalhista e previdenciária, decorrente da
contratação de mão-de-obra, de autônomos ou sub-empreitadas que vier a empregar,
responsabilizando-se pelos salários, encargos sociais, seguros, prevenção de acidentes e
disciplina da obra, comprometendo-se a exibir, quando solicitado pelo CONTRATANTE, os
comprovantes relativos ao cumprimento de tais obrigações.

IV - Nenhuma responsabilidade caberá ao CONTRATANTE, por qualquer violação em que


incorra o CONTRATADO, ou seus operários, pelo desrespeito às leis, regulamentos ou atos
de autoridades competentes, sobretudo no que diz respeito ao trabalho e à segurança de
seu pessoal e equipamentos.

V - Os serviços executados com falhas, defeitos, erros ou qualquer irregularidade ou


vício, imputáveis ao CONTRATADO, serão refeitos por conta do mesmo, arcando, desta
maneira, com os custos envolvidos.

VI - O CONTRATADO deverá manter a limpeza e o asseio no local dos serviços durante


a execução destes.

VII - todos os danos ou prejuízos causados a terceiros, provenientes da execução dos


serviços do CONTRATADO, serão de sua exclusiva responsabilidade.

VIII - O CONTRATADO será o único responsável pela guarda e conservação dos materiais
e documentos que lhe forem entregues, respondendo por eventuais danos ou furtos.

IX - todas as ferramentas, equipamentos e acessórios, necessários à perfeita execução dos


serviços, serão fornecidos pelo CONTRATADO, sem qualquer ônus para o CONTRATANTE.

X – O CONTRATADO fica obrigado a entregar ao CONTRATANTE os manuais de materiais,
instalações,
equipamentos e componentes que acompanham os produtos fornecidos com os termos
de Garantia dos mesmos.

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XI – O CONTRATADO fica obrigado ao cumprimento de Legislação de segurança e de
condições de trabalho
e salário de seus subordinados.

XII – O CONTRATADO fica obrigado ao cumprimento de Normas técnicas de desempenho.


CLÁUSULA 6ª - DA RESCISÃO

O presente contrato poderá ser rescindido, independentemente de qualquer aviso,


notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial, nos seguintes casos:

a) violação de quaisquer das disposições contratuais;


b) falência ou concordata de uma ou ambas as partes;
c) paralisação dos trabalhos, sem motivo de força maior, pelo prazo de ___(___) dias
consecutivos ou ___(___) dias cumulativos;
d) atraso, por prazo superior a __(___) dias corridos, na conclusão de qualquer uma das
etapas previstas no cronograma estabelecido para a obra ou nas datas estabelecidas
na proposta que segue em anexo;
e) atraso, por prazo superior a __(___) dias corridos, no fornecimento de materiais que
tenham sido solicitados pelo CONTRATADO.

CLÁUSULA 7ª - DO FORO

Fica eleito o foro do Município de ________ para a solução de questões oriundas do


presente contrato, renunciando as partes a qualquer outro a que, porventura, tenham ou
possam vir a ter direito. E, por estarem assim, justos e contratados, firmam o presente
instrumento em duas vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas abaixo
assinadas.
_____________, ___ de _______ de _____.

___________________ ______________________
CONTRATANTE CONTRATADO
NOME/CPF OU CNPJ Nº NOME/CPF Nº

___________________ ______________________
TESTEMUNHA TESTEMUNHA

Observação: os textos em itálico são observações e/ou alternativas.

Observação: a AAI Brasil/RS, exclusivamente e em conjunto com o Guia de Orientação Profissional AAI
Brasil/RS - GOP, 9ª edição impressa, disponibiliza em CD todos os modelos de contratos. 

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ANEXO 1: DIÁRIO DE OBRA (modelo)

DIÁRIO DE OBRA
Obra:
Endereço: ______________________________________/RS
Data: ____/___/___
Materiais recebidos:
Materiais a encomendar:

Situação da obra:

Instruções dos responsáveis:


Pintor:
Instalador elétrico:
Instalador hidráulico:
Gesseiro:
Outros:
Operários presentes:
Observações sobre equipamentos de segurança:
Andaimes:
Luvas:
Capacetes:
Botas: Máscaras: telas:
Extintor de incêndio:
Responsáveis presentes na obra:
Arquiteto e urbanista:
Engenheiro:
Empreiteiro:
Mestre de obras:
Proprietário:

Observação: a AAI Brasil/RS, exclusivamente e em conjunto com o Guia de Orientação Profissional AAI
Brasil/RS - GOP, 9ª edição impressa, disponibiliza em CD o Anexo 1.

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DOCUMENTOS PARA A
ENTREGA DOS SERVIÇOS
14 DOCUMENTOS PARA ENTREGA DOS SERVIÇOS

A Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) publicou a NBR 14.037/1998, que


estabelece o conteúdo a ser incluído no Manual de operação, uso e manutenção das
edificações, com recomendações para sua elaboração e apresentação, utilizada como base
para este trabalho.
A Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS recomenda que, com a entrega de
todos os serviços, os profissionais providenciem a elaboração do Manual de Orientação
do Usuário. Ao conjunto de documentos necessários para o melhor conhecimento
e desenvolvimento das atividades de operação, uso e manutenção destes serviços,
denominamos Manual de Orientação do Usuário – MOU.

14.1 OBJETIVOS DO MANUAL DE ORIENTAÇÃO DO USUÁRIO - MOU

O Manual de Orientação do Usuário – MOU reúne o conjunto de documentos que indicam


as informações técnicas necessárias para o pleno conhecimento, por parte do Cliente e/ou
usuário, dos elementos e técnicas especificados e/ou utilizados no processo de trabalho
de intervenção de arquitetura de interiores, conforme o estabelecido no Código de Defesa
do Consumidor (CDC), Lei federal n° 8.078/1990, artigo 50, parágrafo único: “a elaboração
do Manual de operação, uso e manutenção da edificação é uma obrigação do responsável
pela produção da edificação”.

Art. 50 - A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo


escrito.
Parágrafo único - O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer,
de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e
o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com
ilustrações.

Sendo assim, o Manual deve:


- informar aos usuários as características técnicas da edificação construída;
- descrever os procedimentos recomendáveis para o melhor aproveitamento da
edificação;
- orientar os usuários para a realização das atividades de manutenção;
- prevenir a ocorrência de falhas e acidentes decorrentes de uso inadequado;
- contribuir para o aumento da durabilidade da edificação.

Seu conteúdo deve se restringir ao fornecimento de informações técnicas estritamente


necessárias ao desenvolvimento das atividades da operação, uso e manutenção das
edificações (conforme NBR 5.674).

14.2 ETAPAS DO PROCESSO DE PROJETO

A prestação de serviço de Arquitetura de Interiores, no processo de projeto (projeto e


execução), consiste em 3 fases:

1ª fase: concepção/projeto de Arquitetura de Interiores:


1ª etapa – estudo preliminar;
2ª etapa - anteprojeto;

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 125


3ª etapa - projeto executivo.

2ª fase: execução do projeto de Arquitetura de Interiores.

3ª fase: utilização/ocupação.

Ao término de cada uma das fases acima descritas, o Arquiteto responsável deverá
elaborar a sua documentação para entrega dos serviços, de acordo com os que foram
contratados e devidamente prestados.
Ao entregar ao Cliente e/ou usuário a 1ª fase, de concepção/projeto de Arquitetura de
Interiores, deverá ser entregue o Memorial Descritivo de projeto de Arquitetura de Interiores,
com as especificações técnicas de materiais, componentes, instalações e tecnologias com
as indicações das informações técnicas necessárias ao desenvolvimento das atividades de
operação, uso e manutenção dos mesmos, bem como, das informações com relação ao
conjunto de prazos de garantias (conforme NBR 5.674). Estas indicações dizem respeito
especificamente ao material dos próprios fornecedores, tais como catálogos, manuais ou
sites.
Para a 2ª fase, de execução do projeto de arquitetura de interiores, o Arquiteto responsável
fornecerá o Memorial Descritivo Como Construído de projeto de Arquitetura de Interiores,
atualizando o que foi especificado em projeto, de acordo com o que foi efetivamente
realizado/executado. Este documento contém as indicações para o conhecimento
dos procedimentos adequados ao desenvolvimento das atividades de operação, uso
e manutenção dos materiais, tecnologias, instalações e componentes empregados,
bem como, dos prazos e condições de garantias, assegurando a redução de custos de
manutenção e preservação e a vida útil dos mesmos.
De posse destes documentos, o Cliente e/ou usuário tem os elementos necessários
como forma de prevenir a devida satisfação com os serviços prestados, ao iniciar a 3ª
fase, de utilização/ocupação. O emprego adequado das indicações para operação, uso
e manutenção é de responsabilidade exclusiva do usuário, estabelecendo o limite da
responsabilidade técnica do profissional.
Técnicas de Avaliação Pós-ocupação (APO), 3ª fase, de utilização/ocupação, têm sido
utilizadas para retornar às etapas de projeto e execução com as informações sobre as
condições reais de apropriação pelos usuários do espaço construído, identificadas a partir
de observações das etapas de operação, uso e manutenção. A qualificação da documentação
técnica produzida ao longo das etapas de projeto e execução e seu direcionamento, no
sentido de esclarecer dúvidas relativas aos procedimentos de operação, uso e manutenção,
e sistematizada na forma de Manuais das edificações, tem sido um instrumento válido
para melhorar a comunicação em todo o processo, objeto de atenção deste Guia.
As diferentes conceituações para as atividades e campos de atuação da arquitetura
e urbanismo são encontradas nas Resoluções n° 21 e n° 51 do CAU/BR, além da Lei n°
12.378/2010.

14.3 COMUNICAÇÃO = QUALIDADE



A comunicação com o Cliente e/ou usuário é fator primordial para os prestadores de
serviço que buscam na qualidade um diferencial. A necessidade de prestar as informações
necessárias quanto ao “produto” - neste caso específico, o resultado (edificação) do
processo de trabalho de materialização da intervenção de arquitetura de interiores,
define as responsabilidades de cada uma das partes envolvidas no processo de trabalho e
minimiza os custos de conservação e manutenção.
Nesse contexto, as metas do controle de qualidade a serem atingidas em cada fase do
processo de trabalho de materialização da intervenção de arquitetura de interiores são:

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 126


FASES DO PROCESSO DE
QUALIDADE /DOCUMENTOS - MOU
TRABALHO-ESCOPO
Qualidade: atender às normas gerais e específicas de desempenho, às
normas e documentos prescritivos e os regulamentos para especificação.
Documentos - MOU:
- Termo de Vistoria inicial para o projeto de arquitetura de interiores (se
necessário);
- Projeto de arquitetura de interiores;
1ª fase: concepção/projeto - Projetos complementares (se houver);
de arquitetura de interiores - Memorial Descritivo de projeto de arquitetura de interiores, com
as especificações técnicas de materiais, componentes, instalações
e tecnologias e indicações das informações técnicas necessárias ao
desenvolvimento das atividades de operação, uso e manutenção dos
produtos especificados;
- Termo de recebimento de projeto(s) e MOU - projeto de arquitetura de
interiores.
Qualidade: documentar as alterações do projeto ocorridas na fase de
execução dos serviços e prestar as informações necessárias à adequada
utilização do produto.
Documentos - MOU:
-Termo de Vistoria inicial para execução de projeto de arquitetura de
intetiores (se necessário);
-Memorial Descritivo Como Construído de projeto de arquitetura de
interiores, com as especificações técnicas atualizadas de materiais,
componentes, instalações e tecnologias e indicações das informações
2ª fase: execução do projeto
técnicas necessárias ao desenvolvimento das atividades de operação,
de arquitetura de interiores
uso e manutenção dos produtos especificados atualizados conforme o
construído;
-Conjunto dos manuais de materiais, instalações, equipamentos e
componentes que acompanham os produtos empregados e os termos de
Garantia dos fornecedores;
- Termo de recebimento do MOU - execução do projeto de arquitetura de
interiores;
- Termo de Vistoria de execução para recebimento dos serviços
prestados.
FASES DO PROCESSO DE
QUALIDADE /DOCUMENTOS - MOU
TRABALHO-ESCOPO
Qualidade: empregar adequadamente as indicações para operação, uso
e manutenção; efetuar as vistorias técnicas conforme exigidas pelos
termos de Garantias dos fornecedores, respeitando os procedimentos
recomendáveis e a frequência necessária para a manutenção de
componentes, instalações e equipamentos; observar a importância
da qualificação técnica do responsável pela atividade de vistoria ou
3ª fase: utilização/ocupação inspeção, sendo muitas vezes exigido pelos fornecedores pessoal
autorizado próprio.

Documento sugerido - MOU:


- Avaliação de pós-ocupação: APO

Responsabilidade: Cliente e/ou usuário.

14.4 VÍCIOS E GARANTIAS DA CONSTRUÇÃO

Código de Defesa do Consumidor - Lei federal n° 8.078/1990

SEÇÃO III

Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 127


solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como
por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes
de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de
uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos
produtos e serviços não o exime de responsabilidade.

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou


atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão
solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço,
são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a
incorporação.

SEÇÃO IV

Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou
do término da execução dos serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de
produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3° tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato
do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do
prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

CAPÍTULO V

Das Práticas Comerciais

SEÇÃO II

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 128


Da Oferta

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações


corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.

SEÇÃO IV

Das Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
(Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994).
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com
as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não
existirem, pela Associação Brasileira de Normas técnicas ou outra entidade credenciada
pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Conmetro);
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação
de seu termo inicial a
seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995).

Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento


prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem
empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos
serviços.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da
contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

CAPÍTULO VI

Da Proteção Contratual

Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer,


de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e
o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com
ilustrações.

14.5 MANUAL DE ORIENTAÇÃO DO USUÁRIO – MOU: MODELO

14.5.1 MODELO DE APRESENTAÇÃO

Exemplo:

Prezado Cliente...

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 129


O Manual de Orientação do Usuário tem a finalidade de transmitir, no momento da
entrega dos serviços, as informações necessárias sobre os materiais especificados e
equipamentos instalados, indicando desde já, suas condições de garantias. Este conjunto
de documentos visa orientar, de forma genérica, sobre o uso, conservação e manutenção
preventiva quanto ao resultado do trabalho de intervenção de arquitetura – de interiores
- prestado, assegurando a melhor satisfação possível com os serviços contratados e
devidamente executados.[

Atenciosamente,
__________________________
Arquiteto e urbanista:
CAU/____:

14.5.2 CONCEITUAÇÕES

Para a compreensão necessária do significado dos termos utilizados no Manual de


Orientação do Usuário – MOU, foram tomadas como base a Lei n° 12.378/2010 e as
Resoluções n° 21 e n° 51 do CAU/BR.

14.5.3 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS

Alguns cuidados são necessários para a manutenção das garantias dos produtos e
serviços dos fornecedores, com relação à operação, uso e manutenção dos mesmos.
O Cliente e/ou usuário deverá efetuar as Vistorias técnicas, conforme exigidas
pelos termos de garantias dos próprios fornecedores, respeitando os procedimentos
recomendáveis e a frequência necessária para a manutenção de componentes, instalações
e equipamentos. Observe-se que a importância da qualificação técnica do responsável pela
atividade de vistoria ou inspeção, é muitas vezes exigida pelos fornecedores que exigem
pessoal próprio.
Importante se faz destacar os itens relacionados à segurança e salubridade, ou aos
pontos considerados críticos ao seu funcionamento, como eventuais condições especiais
de acesso necessárias aos componentes, instalações e equipamentos, que demandem, por
exemplo, a necessidade de escadas, andaimes, equipamentos especiais de iluminação e
ventilação.

14.5.4 PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS TÉCNICOS (RT) PELOS SERVIÇOS PRESTADOS

14.5.4.1 Para Projeto de Arquitetura de Interiores (e projetos complementares, caso


sejam outros profissionais habilitados responsáveis).

Exemplo, para cada atividade e Responsável técnico (Rt) específico:


Projeto de Arquitetura de Interiores
RRT nº:
Profissional: CAU/____ n°:
Endereço:
Fone: e-mail:

14.5.4.2 Para Execução dos projetos de Arquitetura de Interiores (e execução dos


projetos complementares, caso sejam outros profissionais habilitados responsáveis).

Exemplo, para cada atividade e Responsável técnico (RT) específico:


Execução de projeto de arquitetura de interiores

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 130


RRT nº:
Profissional: CAU/____ n°:
Endereço:
Fone: e-mail:

14.5.4.3 Para Projeto de Arquitetura de Interiores Como Construído (e projetos


complementares, caso sejam outros profissionais habilitados responsáveis).

Exemplo, para cada atividade e Responsável técnico (RT) específico:


Projeto de arquitetura de interiores Como Construído
RRT nº:
Profissional: CAU/____ n°:
Endereço:
Fone: e-mail:

14.5.4.4 Para Execução de projeto de Arquitetura de Interiores Como Construído (e


projetos complementares, caso sejam outros profissionais habilitados responsáveis).

Exemplo, para cada atividade e Responsável técnico (RT) específico:


Execução de projeto de Arquitetura de Interiores Como Construído
RRT nº:
Profissional: CAU/____ n°:
Endereço:
Fone: e-mail:

14.6 ÍNDICE

1ª fase: concepção/projeto de Arquitetura de Interiores

Documentos projeto – MOU:


- Termo de Vistoria inicial para Projeto de Arquitetura de Interiores (se necessário) -
Anexo I;
- Projeto de Arquitetura de Interiores: anexar plantas;
- Projetos complementares (se houver): anexar plantas;
- Memorial Descritivo de Projeto de Arquitetura de Interiores: anexar plantas e planilhas;
- Termo de recebimento de projeto(s) e MOU - Projeto de Arquitetura de Interiores -
Anexo II.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 131


GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 132
MEMORIAL DESCRITIVO DE PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES

Observação: a numeração desta planilha segue a mesma indicada no projeto e no registro fotográfico.

2ª fase: Execução de projeto de Arquitetura de Interiores

Documentos execução – MOU:


- Termo de Vistoria inicial para Execução de projeto de Arquitetura de Interiores (se
necessário) - Anexo III;
- Memorial Descritivo Como Construído de Projeto de Arquitetura de Interiores: anexar
fotos e planilhas (plantas novas, se necessário).

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GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 135
MEMORIAL DESCRITIVO COMO CONSTRUÍDO

Observação: a numeração desta planilha segue a mesma indicada no projeto Como Construído e no
registro fotográfico.

- Conjunto dos manuais de materiais, instalações, equipamentos e componentes que


acompanham os produtos especificados e os termos de Garantia dos fornecedores: anexar
documentos;
- Termo de recebimento do MOU – Execução do projeto de Arquitetura de Interiores -
Anexo IV;
- Termo de Vistoria, de Execução, para recebimento dos serviços prestados - Anexo V.

3ª fase: utilização/ocupação
Avaliação de pós-ocupação: APO

14.7 ANEXOS

14.7.1 Anexo I - Termo de Vistoria inicial para Projeto de Arquitetura de Interiores

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 136


Exemplo:
Cliente e/ou usuário
Nome:
CPF/CNPJ:
Endereço:
Endereço do serviço:
Fone: e-mail:
Arquiteto e urbanista: Projeto de Arquitetura de Interiores
Nome:
RRT nº: CAU/___nº:
Endereço:
Fone: e-mail:

Eu, _____________________________, arquiteto e urbanista Responsável técnico (Rt) pela


intervenção de Arquitetura de Interiores a ser realizada no endereço do serviço supracitado,
declaro que realizei, nesta data, a Vistoria inicial para Projeto de Arquitetura de Interiores
do imóvel, para todos os fins e efeitos de direito, como forma de prestar esclarecimentos
quanto à situação da edificação antes do início da mesma intervenção, oportunidade
em que foram observados os seguintes vícios aparentes e/ou de fácil constatação, que
registro, conforme segue, e com fotos anexas (se for o caso):

PLANILHA DE VISTORIA INICIAL PARA PROJETO


DE ARQUITETURA DE INTERIORES (exemplo)
Termo de Vistoria inicial para Projeto de Arquitetura de Interiores.

Testes
Dorm1 Dorm2 Sanitário Circulação Estar Jantar Cozinha Varanda
Efetuados
Exemplos:
madeira
Piso
arranhada
manchada
Pintura
Rodapés
descascada
Alvenaria
Paredes
com

Rachaduras

Vazamentos
Teto
e mofos
Alumínio
com
Esquadrias
problemas
de vedação
Vidros
Vedações
quebrados

Cortinas

Inst. Elétr.

Inst. Hidr.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 137


Acessórios

Objetos

Ferragens

Tampos

Estando ciente e de acordo,

__________________________________________
Cliente e/ou usuário:

__________________________________________
Arquiteto e urbanista responsável:
Data:

14.7.2 Anexo II - Termo de recebimento de projeto(s) e MOU – Projeto de Arquitetura


de Interiores

Exemplo:
Cliente e/ou usuário Nome:
CPF/CNPJ:
Endereço:
Endereço do serviço:
Fone: e-mail:

Eu, (Cliente e/ou usuário) __________________________, declaro, para todos os fins e efeitos
de direito, que recebi nesta data, com a presença do(s) Responsável(is) técnico(s) - Rt(s), os
documentos relativos aos serviços contratados para o endereço supracitado, bem como o
respectivo Manual de Orientação do Usuário - MOU, conforme os itens abaixo:
1. Projeto de Arquitetura de Interiores;
2. Projetos técnicos complementares;
3. Memorial Descritivo de Projeto de Arquitetura de Interiores.

Estando ciente e de acordo,

__________________________________________
Cliente e/ou usuário:

__________________________________________
Arquiteto e urbanista responsável:
Data:

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 138


14.7.3 Anexo III - Termo de Vistoria inicial para Execução de Projeto de Arquitetura
de Interiores

Exemplo:
Cliente e/ou usuário
Nome:
CPF/CNPJ:
Endereço:
Endereço do serviço:
Fone: e-mail:
Arquiteto e urbanista: Projeto de Arquitetura de Interiores
Nome:
RRT nº: CAU/___ nº:
Endereço:
Fone: e-mail:

Eu, ...................................., arquiteto e urbanista Responsável técnico - RT pela intervenção


de execução de projeto de arquitetura de interiores a ser realizada no endereço do serviço
supracitado, declaro que realizei, nesta data, a Vistoria inicial para Execução de Projeto
de Arquitetura de Interiores do imóvel, para todos os fins e efeitos de direito, como forma
de prestar esclarecimentos quanto à situação da edificação antes do início da mesma
intervenção, oportunidade em que foram observados os seguintes vícios aparentes e/ou
de fácil constatação, que registro, conforme segue, e com fotos anexas (se for o caso):

PLANILHA DE VISTORIA INICIAL PARA EXECUÇÃO DE PROJETO DE ARQUITETURA


DE INTERIORES (exemplo)
Termo de Vistoria inicial para Execução de Projeto de Arquitetura de Interiores.

Testes
Dorm1 Dorm2 Sanitário Circulação Estar Jantar Cozinha Varanda
Efetuados
Exemplos:
madeira
Piso
arranhada
manchada
Pintura
Rodapés
descascada
Alvenaria
Paredes
com

Rachaduras

Vazamentos
Teto
e mofos
Alumínio
com
Esquadrias
problemas
de vedação
Vidros
Vedações
quebrados

Cortinas

Inst. Elétr.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 139


Inst. Hidr.

Acessórios

Objetos

Ferragens

Tampos

Estando ciente e de acordo,

__________________________________________
Cliente e/ou usuário:

__________________________________________
Arquiteto e urbanista responsável:
Data:

14.7.4 Anexo IV - Termo de recebimento do MOU – Execução do Projeto de


Arquitetura de Interiores

Exemplo:
Cliente e/ou usuário
Nome:
CPF/CNPJ:
Endereço:
Endereço do serviço:
Fone: e-mail:

Eu, (Cliente e/ou usuário), ___________________, declaro, para todos os fins e efeitos de
direito, que recebi nesta data, com a presença do(s) Responsável(is) técnico(s) - RT(s), os
documentos relativos aos serviços contratados para o endereço supracitado, bem como o
respectivo Manual de Orientação do Usuário – MOU, conforme os itens abaixo:
1. Projeto de Arquitetura de Interiores Como Construído;
2. Projetos complementares (se necessário) Como Construído;
3. Memorial Descritivo Como Construído de Projeto de Arquitetura de Interiores;
4. Conjunto dos manuais de materiais, instalações, equipamentos e componentes que
acompanham os produtos especificados e com os termos de Garantia dos fornecedores.

Considerações gerais:
O Cliente e/ou usuário se obriga a zelar, conservar e manter:
- o resultado do trabalho de materialização da intervenção de arquitetura de interiores
executada, promovendo o que se fizer necessário para este fim, e respondendo pelas
omissões, excessos ou pelos danos que causar;
- todos os equipamentos e acessórios, promovendo o seu uso adequado e fazendo os
necessários reparos através de assistência técnica direta dos fabricantes. Os serviços para
consertos de defeitos deverão ser feitos pela assistência do fabricante, ou por pessoa
autorizada pela mesma, constituindo o descumprimento pelos adquirentes às regras

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 140


estipuladas, a perda do direito de reclamação.
Independente dos termos do Manual de Orientação do Usuário - MOU, o Cliente e/ou
usuário se obriga ao cumprimento das referidas regras, sob pena de responder pela sua
omissão.

Estando ciente e de acordo,

__________________________________________
Cliente e/ou usuário:

__________________________________________
Arquiteto e urbanista responsável:
Data:

14.7.5 Anexo V - Termo de Vistoria para recebimento dos serviços prestados

Exemplo:
Cliente e/ou usuário
Nome:
CPF/CNPJ:
Endereço:
Endereço do serviço:
Fone: e-mail:
Arquiteto e urbanista: Vistoria de Execução de Projeto de Arquitetura de Interiores para
recebimento dos serviços pelo cliente e/ou usuário
Nome:
RRT nº: CAU/___ nº:
Endereço:
Fone: e-mail:

Eu, .................................................., arquiteto e urbanista Responsável técnico (RT) pela


intervenção de arquitetura de interiores realizada no endereço do serviço supracitado,
declaro que realizei, nesta data, a Vistoria do imóvel, na presença do Cliente e/ou usuário,
para todos os fins e efeitos de direito, como forma de garantir futuros esclarecimentos
quanto à situação da edificação quando da entrega da mesma intervenção, oportunidade
em que foram observados:

1. Que os serviços prestados SE ENCONTRAM DE ACORDO com o Projeto de Arquitetura


de Interiores e os projetos complementares, se for o caso.

2. Que os serviços prestados NÃO SE ENCONTRAM DE ACORDO com o Projeto de


Arquitetura de Interiores e os projetos complementares, se for o caso.

3. Que os serviços prestados apresentam vícios aparentes e/ou de fácil constatação, o


que registro, com fotos anexas (se for o caso), e conforme segue:

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 141


PLANILHA DE VISTORIA PARA RECEBIMENTO DOS SERVIÇOS
PELO CLIENTE E/OU USUÁRIO (exemplo)

Testes
Dorm1 Dorm2 Sanitário Circulação Estar Jantar Cozinha Varanda
Efetuados
Exemplos:
Piso Perfeitas
Condições
Perfeitas
Rodapés
Condições
Perfeitas
Paredes
Condições
Teto
Perfeitas
Esquadrias
Condições
Perfeitas
Vedações
Condições
Cortinas
Inst. Elétr.
Inst. Hidr.
Acessórios
Objetos
Ferragens
Tampos

Considerações gerais:

Através da documentação entregue – MOU, é dado ao Cliente e/ou usuário o pleno


conhecimento dos procedimentos necessários para a verificação dos itens que fazem parte
de todas as etapas do trabalho.
O processo de Vistoria prevê testes de cada ponto de energia e disjuntores; do escoamento
de água de ralos, cubas e vasos; do funcionamento de partes móveis, como esquadrias,
e de todos os equipamentos; além do registro da situação dos acabamentos em geral,
ambiente por ambiente, com registro das condições na Planilha de Vistoria anexa.
De acordo com a Norma técnica NBR 5.671/90, da Associação Brasileira de Normas
técnicas (ABNT), o Cliente e/ou usuário conta com os seguintes prazos para reclamar
eventuais defeitos de construção:
- Defeitos visíveis: no ato de entrega da obra;
- Demais defeitos da construção* encontrados na obra, salvo os visíveis: seis meses;
- Defeitos estruturais que ameacem ou provoquem a ruína da obra. Conforme legislação
específica: Código Civil e Código de Defesa do Consumidor.
Para ser efetivados os reparos necessários em decorrência de defeitos de construção*,
o Cliente e/ou usuário deve fazer uma reclamação por escrito, diretamente ao profissional
contratado, imediatamente após a constatação do problema.
Ao Cliente e/ou usuário também é dada ciência de que os defeitos a ser reclamados não
podem ser resultantes de desgaste natural dos materiais, prolongado desuso, utilização
inadequada, acidentes de qualquer natureza, manifestações climáticas atípicas e casos
fortuitos e de força maior. São admitidas as seguintes ocorrências devidas à própria
natureza da construção e/ou do imóvel:
- pequenas variações de qualidade ou quantidade nos serviços realizados decorrentes
do próprio processo construtivo, que é artesanal, não repetitivo, não industrializável, com
emprego de mão de obra não homogênea;

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 142


- deformações e fissuras em função dos esforços solicitantes a que é submetido o
imóvel a casa (cargas, ação do vento, variação térmica, etc);
- diferenças de cor, tonalidade ou textura em elementos de origem mineral ou vegetal,
ou materiais que procurem imitá-los;
- deformações próprias de peças em madeira, que não prejudiquem o seu uso, ou não
ocasionem prejuízo estético excessivo;
- outras variações intrínsecas e próprias do processo construtivo ou dos materiais
aplicados.

Estando ciente e de acordo,

__________________________________________
Cliente e/ou usuário:

__________________________________________
Arquiteto e urbanista responsável:
Data:

Observação: a AAI Brasil/RS, exclusivamente e em conjunto com o Guia de Orientação Profissional AAI
Brasil/RS - GOP, 9ª edição impressa, disponibiliza em CD o arquivo com documentos para entrega do
Serviço MOU - Memorial Descritivo e Memorial Descritivo como Construído e todos os Anexos.

GUIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AAI BRASIL/RS | 1ª EDIÇÃO DIGITAL | 2017 143


METODOLOGIAS E FERRAMENTAS
PARA COLETA DE DADOS PARA
AVALIAÇÃO-PESQUISAS
15 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS PARA COLETA DE DADOS PARA
AVALIAÇÃO - PESQUISAS

15.1 PÓS-OCUPAÇÃO – ESTUDO DE CASO EM ARQUITETURA COMERCIAL

Pesquisa realizada pela Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS, com a


coordenação da engenheira civil Margaret Souza Schmidt jobim, em agosto de 2004, nas
lojas do Shopping Iguatemi, em Porto Alegre.

INTRODUÇÃO

A metodologia de avaliação pós-ocupação vem sendo amplamente desenvolvida e


utilizada nos últimos anos, não apenas por estudiosos do assunto, mas por profissionais
interessados em avaliar o desempenho dos espaços construídos. Além dos vários trabalhos
realizados em espaços públicos, escolas, hospitais, conjuntos habitacionais, prédios
residenciais e comerciais, sistemas construtivos, materiais e componentes vêm sendo
objeto de avaliação nos últimos tempos, sempre visando retroalimentar futuros projetos.
Percebendo a importância do assunto e a necessidade de iniciar um trabalho conjunto
sobre este tema, a Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS, através da sua
diretoria e com a participação de associados e colegas, agilizou uma pesquisa de avaliação
pós-ocupação em espaços comerciais.
Entretanto, considerando-se a abrangência do tema, decidiu-se, num primeiro momento,
por um estudo de caso focando apenas espaços que comercializam moda feminina e
localizados em um grande shopping center da Capital do estado do Rio Grande do Sul.
Com este trabalho, pretende-se, além de avaliar aspectos distintos dos espaços projetados,
considerando a opinião de quem os utiliza, propor e discutir uma metodologia de avaliação
adequada aos profissionais projetistas. Desta forma, o objetivo principal do trabalho
é propor e testar uma ferramenta de coleta de dados para avaliação dos projetos de
arquitetura de interiores.
O estudo contou com a colaboração de arquitetos envolvidos em projetos de espaços
comerciais localizados em shoppings.
Este relatório apresenta a proposta de ferramenta e os resultados da pesquisa de avaliação
pós-ocupação realizada em lojas de moda feminina situadas no Shopping Iguatemi, em
Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

GENERALIDADES

Um dos objetivos principais de um projeto comercial é criar um ambiente que convide


o cliente a entrar e que permita que ele perceba o maior número de produtos, de forma
organizada e clara. Portanto, uma das funções da arquitetura de interiores, neste caso
específico “lojas de um shopping”, é adequar o espaço construído às necessidades dos
clientes. Entende-se por clientes os investidores (proprietários e locatários), os funcionários
(gerentes, subgerentes, supervisores, atendentes, operadores de caixa, empacotadores) e
os consumidores.
A adequação às necessidades dos clientes ocorre em quatro grandes grupos:

• o espaço construído:
projeto, construção e uso e operação;

• as condições de conforto:
calor, frio, ventilação e iluminação;

• o tipo de negócio:

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produto, preço e promoções;

• as relações pessoais:
atendimento, imagem, cor, tipo de luz e ambiente.

Simplificadamente pode-se sugerir que uma das principais funções da arquitetura


comercial é promover a interação entre pessoas e espaços, pessoas e produtos e espaços
e produtos.

O espaço projetado de uma loja de um shopping center pode ser classificado como um
ambiente “semiprivado”. Uma área comum de um shopping center é chamada de espaço
“semipúblico”, uma vez que, embora pertencente a um grupo privado empreendedor, é
usada para funções públicas, recebendo uma população usuária que dela se utiliza de
modo semelhante àquele que ocorre nos logradouros públicos. No caso das lojas, aqui
classificadas como “ambientes semiprivados”, a corresponsabilidade pelas intervenções
espaciais pode ser atribuída a um universo de pessoas limitado e facilmente identificável.
Neste caso, pode-se quantificar e estratificar qualitativamente e comportalmente.
Pode-se considerar, ainda, que o espaço projetado é parte da definição do cenário de
vendas, além de apresentar a necessidade de atender ao desempenho esperado a um
local de trabalho. Para avaliar o desempenho do espaço como cenário de vendas, o estudo
deve envolver fortemente os aspectos comportamentais, enquanto que, como local de
trabalho, pode-se sugerir que os aspectos funcionais são avaliados juntamente com os
comportamentais.
No caso das pessoas, Sheila Ornstein questiona a forma de verificar o padrão de
satisfação do usuário do ambiente semiprivado. É possível associar ao ambiente construído
um determinado padrão de comportamento do usuário? De acordo com a autora, dentre
outros fatores que afetam o comportamento, podem-se listar fatores como:

• faixa etária;
• preferências e percepção das mercadorias;
• vontade de explorar o ambiente e processar informações, quase que numa forma de
resposta afetiva ao ambiente e de domínio do território.

Segundo Paco Underhill (A magia dos shoppings, 2004), cada vez menos os produtos
distinguem uma loja da outra. De acordo com o autor, quando se entra numa loja pela
primeira vez, os sentidos são aguçados, os olhos varrem o lugar, o cheiro do ar e os
ouvidos procuram sinais que digam exatamente onde o consumidor está. É o ambiente
que favorece uma permanência maior no interior da loja. Entretanto, em alguns casos, as
pessoas demoram no interior de uma loja porque estão se divertindo ali, ou porque têm um
objetivo preciso, e isto é bom. Em outros casos, elas demoram porque a loja é mal concebida
e mal abastecida, e é preciso uma eternidade para se encontrar os produtos desejados, e

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isto é ruim. A arquitetura de interiores pode interferir nos espaços construídos, de forma
a favorecer (ou não) a permanência do consumidor no interior da loja. Entretanto, é difícil
relacionar um projeto de interiores de uma loja com o comportamento do consumidor em
relação ao ingresso ou não na loja.

MÉTODO DE PESQUISA

A avaliação pós-ocupação é definida como o sub-processo ou etapa do processo de


construção que se baseia em avaliações de fatores técnicos, funcionais, econômicos,
estéticos e comportamentais do ambiente em uso, tendo em vista a opinião de técnicos,
projetistas e usuários.
Dos três níveis de APO (Indicativa, Investigativa e Diagnóstico), optou-se pela pesquisa
indicativa, realizada em curto prazo e de caráter exploratório.
Neste trabalho, a avaliação refere-se ao desempenho funcional e físico construtivo. As
avaliações do desempenho simbólico/estético, econômico, de comportamento e de
padrões perante o uso não são abordadas aqui, face à complexidade do tema em questão
(arquitetura comercial – lojas de moda feminina de shopping center).
O universo da pesquisa está limitado ao shopping center e a amostra não probabilística
foi escolhida por conveniência e com a quantidade de elementos desejada, impossibilitando
determinar uma margem de erro. foram identificados e escolhidos elementos representativos
do universo em estudo, bem como sua adequação ao trabalho.
Desta forma, o Shopping Center Iguatemi, localizado na cidade de Porto Alegre, Rio
Grande do Sul foi escolhido em função dos padrões comportamentais de uma população
alvo, permitindo que o estudo se limite a uma faixa populacional relativamente definida
(renda familiar média, média-alta e alta).
Identificados os vários cenários do Shopping Center Iguatemi (focal points), as lojas de
moda feminina foram escolhidas para compor a amostra, considerando o tempo disponível
para a pesquisa, o objetivo específico do trabalho (propor uma ferramenta de coleta de
dados) e as necessidades espaciais distintas que caracterizam este tipo de comércio.
As técnicas de APO utilizadas foram: entrevistas, questionários, observações, tabulação
e interpretação.

1 Etapas da pesquisa

Etapa 1:
revisão bibliográfica; discussão das ferramentas de coletas de dados; reunião com grupo
de arquitetos especialistas.

Etapa 2:
walkthrough (observação 1); reconhecimento de campo;
identificação de aspectos, tais como aceitação da pesquisa por parte dos gerentes das
lojas; coleta inicial de dados: número de gerentes e número de funcionários; pesquisa
piloto.

Etapa 3:
entrevistas com gerentes das lojas da amostra; entrega dos questionários aos
funcionários; observação 2.

Etapa 4:
recolhimento dos questionários; observação 3.

Etapa 5:
Tabulação.

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Etapa 6:
discussão e análise preliminar.

Etapa 7:
vistorias/observação técnica 4.

2 Características da amostra

Em um primeiro momento, foram selecionadas todas as lojas de moda feminina do


Shopping Iguatemi da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, excluídos os grandes
magazines e lojas de departamentos. Entretanto, após contato inicial, alguns gerentes
preferiram não participar da pesquisa. Assim, foram 44 (quarenta e quatro) os gerentes
entrevistados pelo grupo de pesquisadores, de um total de 45 (quarenta e cinco) lojas que
aceitaram participar deste trabalho.
O número total de funcionários das lojas estudadas é de 304 (trezentos e quatro) e, para
estes, foram distribuídos os questionários contendo as mesmas questões da entrevista.
O número de questionários retornados foi de 49 (quarenta e nove). Em algumas lojas,
houve participação da totalidade dos funcionários (100%) e, em outras, apenas o gerente
participou da pesquisa.

Nº lojas moda feminia Nº gerentes Nº questionários


Nº funcionários
(amostra) entrevistados respondidos
45 44 304 49

A metragem quadrada das lojas é variável. Desta forma, definiu-se a seguinte classificação
em função da área: lojas pequenas – menos de 50 metros quadrados de área; lojas médias
– entre 50 e 100 metros quadrados de área; lojas grandes – mais de 100 metros quadrados
de área. Assim, a amostra de lojas apresenta as características conforme o gráfico.

Tamanho das lojas da amostra

3 Ferramenta de coletas de dados

A ferramenta utilizada na coleta de dados foi o questionário. As entrevistas seguiram


as mesmas questões contidas nos questionários, sendo parte delas abertas e o restante
fechadas, em uma escala de três pontos: Insatisfeito, Nem insatisfeito e nem satisfeito e
Satisfeito. Há, ainda, a opção de resposta Não percebido. Os gerentes das lojas receberam
uma carta explicando os objetivos do trabalho e, juntamente com os questionários, foi
solicitada a colaboração dos funcionários através de carta.

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O questionário foi subdividido em quatro partes:

Generalidades:
identificação da loja; conhecimento do responsável pelo projeto de interiores.
Parte A
Perfil do pesquisado.

Parte B
Percepção (questões abertas.)

Parte C
Avaliação da satisfação em relação aos seguintes aspectos:

• letreiro/luminoso externo;
• vitrine externa;
• acesso principal da loja;
• cores da loja;
• espelhos;
• piso interno;
• forro;
• iluminação interna;
• mobiliário;
• exposição interna do produto;
• provadores;
• caixa/pacote;
• sinalização interna;
• espaços para os estoques;

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ANEXO - FERRAMENTA DE COLETA DE DADOS - PESQUISA

NOME DA LOJA
PARTE A – PERFIL DO PESQUISADO
Função Caixa Pacote
Sexo Masculino
Entre
Menos Entre
13 e
Tempo na função atual de 6 6 e 12 Mais de 24 meses
24
meses meses
meses
Entre
Menos Entre
13 e
Tempo da função na loja de 6 6 e 12 Mais de 24 meses
24
meses meses
meses
Turno Variável
PARTE B – PERCEPÇÃO
Quais os aspectos positivos (qualidades) que percebe na loja?
Quais os aspectos negativos (defeitos) que percebe na loja?
Quais as principais qualidades apontadas pelos clientes consumidores em relação à loja?
Quais os principais defeitos apontados pelos clientes consumidores em relação à loja?
PARTE C – AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO
Considerar I – Insatisfeito; N – Nem insatisfeito, nem satisfeito; S – Satisfeito; NP – Não percebido
Em relação aos itens de projeto abaixo
Justificativa/observações
relacionados, assinale a resposta mais I N S NP
(caso considere necessário)
adequada e justifique
Acessibilidade
Facilidade de acesso a pessoas em
cadeira de rodas
Facilidade de deslocamento, no interior
da loja, de pessoas em cadeira de rodas
Sinalização para acesso de pessoas com
deficiência visual
PARTE C – AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO
Considerar I – Insatisfeito; N – Nem insatisfeito, nem satisfeito; S – Satisfeito; NP – Não percebido
Em relação aos itens de projeto abaixo
Justificativa/observações
relacionados, assinale a resposta mais I N S NP
(caso considere necessário)
adequada e justifique
Acessibilidade
Sinalização para orientação, no interior
da loja, de pessoas com deficiência
visual
Letreiro/luminoso externo
Design
Localização
Sistema de iluminação
Vitrine externa
Espaço destinado à exposição
Sistema de iluminação
Acesso principal da loja
Localização
Tamanho
Cores da loja
Uso de cor nos espaços internos

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Espelhos
Quantidade de espelhos
Localização dos espelhos
Sistema de iluminação nos espelhos
PARTE C – AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO
Considerar I – Insatisfeito; N – Nem insatisfeito, nem satisfeito; S – Satisfeito; NP – Não percebido
Em relação aos itens de projeto abaixo
Justificativa/observações
relacionados, assinale a resposta mais I N S NP
(caso considere necessário)
adequada e justifique
Forro
Tipo de forro
Estética do forro
Iluminação interna
Quantidade de pontos de iluminação
Facilidade de manutenção
Localização dos pontos
Mobiliário
Adequação e conforto dos móveis
Quantidade de móveis
Localização dos móveis
Exposição interna do produto
Forma de exposição
Local destinado à exposição
Tamanho dos espaços destinados à
exposição
Local destinado à exposição
Provadores
Número de provadores
PARTE C – AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO
Considerar I – Insatisfeito; N – Nem insatisfeito, nem satisfeito; S – Satisfeito; NP – Não percebido
Em relação aos itens de projeto abaixo
Justificativa/observações
relacionados, assinale a resposta mais I N S NP
(caso considere necessário)
adequada e justifique
Provadores
Localização e disposição
tamanho dos provadores
Qualidade dos espelhos
Quantidade de espelhos
Localização dos espelhos
Sistema de iluminação
Privacidade
Acessórios e mobiliário
Piso dos provadores
Caixa/pacote
Localização do caixa
Espaço destinado ao caixa
Mobiliário no caixa
Localização do espaço para
empacotamento
Espaço destinado ao empacotamento
Mobiliário no espaço para
empacotamento

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Sinalização interna
Localização do sistema de sinalização
interna
PARTE C – AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO
Considerar I – Insatisfeito; N – Nem insatisfeito, nem satisfeito; S – Satisfeito; NP – Não percebido
Em relação aos itens de projeto abaixo
Justificativa/observações
relacionados, assinale a resposta mais I N S NP
(caso considere necessário)
adequada e justifique
Sinalização Interna
Clareza do sistema de sinalização
interna
Espaços para os estoques
Localização dos espaços
Tamanho dos espaços
Funcionalidade dos espaços

15.2 PROCESSO DE PROJETO: CLIENTE SATISFEITO?

Pesquisa realizada pela Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS, com a


coordenação da engenheira civil Margaret Souza Schmidt jobim, em 2005, com clientes
indicados pelos arquitetos e urbanistas associados à Entidade.

INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, a satisfação tem sido definida segundo duas categorias principais.
A primeira caracteriza a satisfação como sendo o resultado da experiência de consumo
(ou de uso) e a segunda integra na definição um caráter comparativo. Entre a maioria das
definições, entretanto, incluem-se três elementos característicos do conceito de satisfação:
é um estado psicológico, tratando-se, portanto, de uma resposta emocional ou avaliação
de uma emoção; posterior ao uso e com caráter relativo, ou seja, é o resultado do processo
comparativo entre a experiência subjetiva vivida pelo cliente e uma base de referência
inicial anterior.
Vários autores têm definido a satisfação de diferentes formas, particularizando-a dentro
de suas atividades, mas não se afastando do conceito geral. Satisfazer significa identificar
ou conhecer as necessidades e desejos dos clientes, atendendo às suas expectativas, ou
excedendo-as.
Este relatório apresenta uma proposta de ferramenta, os resultados e a análise da
pesquisa de avaliação da satisfação dos clientes em relação ao processo de projeto na
arquitetura de interiores. O estudo contou com a colaboração de um grupo de arquitetos
e urbanistas do Estado do Rio Grande do Sul.

GENERALIDADES

Inicialmente, saliente-se que em nenhum momento cogitou-se avaliar o resultado do


projeto como produto final, devido à sua complexidade e ao número de variáveis não
controláveis que afetam a satisfação do cliente de um projeto de Arquitetura de Interiores.
Da mesma forma, os resultados obtidos, mesmo sem envolver a avaliação do “produto
final”, devem ser analisados considerando-se o envolvimento emocional que caracteriza a
relação homem-espaço construído, especialmente quando se trata da moradia.
A princípio, o objetivo principal da pesquisa foi responder as seguintes questões:
• por que um cliente contrata um arquiteto de interiores?
• quais as características do profissional escolhido que mais influenciam na decisão de

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contratar o profissional?
• como o cliente identifica o arquiteto de interiores (onde procura o profissional e por
que escolhe determinado profissional)?
• o que o cliente espera do resultado do serviço (projeto e/ou execução) de Arquitetura
de Interiores?
• suas necessidades e expectativas (explícitas e implícitas) são atendidas?
• como é avaliado o processo do projeto?
O método de pesquisa adotado está descrito a seguir.

MÉTODO DE PESQUISA

Para a elaboração da pesquisa, o trabalho foi subdividido em três etapas:


Etapa 1 - modelagem do processo de Projeto de Arquitetura de Interiores.
- Através de reuniões e discussão com grupo de arquitetos e urbanistas, foi proposto
um modelo de processo, visto que o objetivo da pesquisa é avaliar o “processo”.
Etapa 2 - pesquisa junto aos associados da Associação dos Arquitetos de Interiores do
Brasil/RS.
- O principal objetivo desta etapa do trabalho foi verificar, junto aos arquitetos e
urbanistas associados da AAI Brasil/RS, a percepção a respeito do comportamento dos
clientes.
Etapa 3 - Avaliação da satisfação dos clientes:
- Revisão bibliográfica sobre avaliação da satisfação do cliente e sobre o processo de
projeto e/ou execução de arquitetura no trabalho de interiores;
- Discussão com arquitetos de interiores que desenvolvem este trabalho;
- Elaboração de ferramenta de coleta de dados;- Entrevistas com clientes (ou aplicação
da pesquisa); - tabulação e análise dos resultados.

Etapa 1 - Modelagem do processo de projeto de arquitetura no trabalho de interiores

Considerando-se que o objetivo do trabalho é a avaliação da satisfação do cliente em


relação ao processo de projeto de Arquitetura de Interiores, e que este processo não se
encontrava devidamente explicitado, foi necessário propor um modelo genérico que, em
hipótese alguma, pretende ser considerado padrão para todos os escritórios de arquitetos
e urbanistas.
Após reuniões para discussão, concluiu-se que o modelo representado abaixo, através de
um fluxo, pode ser representativo para alguns profissionais e fornecer subsídios àqueles
que pretendem elaborar seu próprio modelo de processo de projeto.

Etapa 2 - Pesquisa junto aos associados da Associação dos Arquitetos de Interiores do


Brasil/RS

Os arquitetos e urbanistas (vinte e dois) presentes em uma reunião-almoço (realizada em


2005) receberam um questionário para resposta imediata. As questões (abertas e fechadas)
constantes no questionário (em anexo) referem-se especificamente ao comportamento dos
clientes e à utilização do material contido no Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS.
A primeira parte do questionário é composta de quatro questões abertas. São elas:
• na sua opinião, quais as razões (motivos) que levam um cliente a contratar um arquiteto
de interiores?
• como o cliente escolhe (onde busca) o arquiteto de interiores para a elaboração do
projeto de interiores?
• quais as características do arquiteto de interiores escolhido que mais influenciam na
decisão de contratar especificamente este profissional?
• na sua opinião, as necessidades e expectativas dos clientes são atendidas (nunca,

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raramente, frequentemente, sempre).
Na segunda parte do questionário, são abordados aspectos relativos à utilização do Guia
de Orientação Profissional AAI Brasil/RS, material fornecido pela AAI Brasil/RS. Nesta parte
do questionário, as questões são fechadas, com as seguintes opções de respostas (escala
de 4 níveis – nunca utiliza, utiliza raramente, utiliza frequentemente, sempre utiliza). As
questões são as seguintes:
• contrato de trabalho cliente/arquiteto: projeto
• contrato de trabalho cliente/arquiteto: execução
• contrato de trabalho cliente/arquiteto: fiscalização
• contratos de trabalho, intermediados pelo arquiteto: cliente/fornecedor
• protocolo de entrega de obra
• manual descritivo
• manual de utilização do proprietário
• diário de obra
• APO – lojas

Etapa 3 – Avaliação da satisfação dos clientes

O método de pesquisa utilizado nesta etapa são as entrevistas, realizadas por telefone
junto a uma amostra de clientes indicados por arquitetos e urbanistas que executam
projetos de Arquitetura de Interiores no Rio Grande do Sul.

As fases desta etapa são as seguintes:


1 - elaboração da ferramenta de coleta de dados (questionário);
2 - validação da ferramenta por um grupo de profissionais que não participou da sua
elaboração;
3 - teste (piloto) da ferramenta com um grupo de clientes;
4 - definição da amostra (clientes indicados pelos arquitetos e urbanistas);
5 - entrevistas telefônicas;
6 - tabulação e análise.

A ferramenta de coleta de dados (anexo) é composta de três partes: parte A –


comportamento (questões abertas); parte B – atendimento prestado pelo arquiteto de
interiores (questões fechadas, escala de 5 níveis, do fortemente insatisfeito ao fortemente
satisfeito) e; parte C – avaliação geral (questões fechadas).
Foram entrevistados setenta e cinco clientes (não identificados), selecionados
aleatoriamente entre um número elevado de clientes indicados por arquitetos e urbanistas
do Rio Grande do Sul. Considerando-se que o objetivo principal do trabalho é validar a
ferramenta de coleta de dados (questionário de avaliação da satisfação), desconsidera-se
o fato de a amostra ter sido indicada pelos próprios profissionais. Saliente-se, entretanto,
que este fato pode reduzir a confiabilidade dos resultados de parte do questionário, mesmo
não sendo este o objeto principal do trabalho. A seguir são apresentados os resultados da
pesquisa.

Parte A - Comportamento
As questões relativas à análise do comportamento dos clientes são abertas. Neste caso, é
preciso anotar ou gravar a entrevista. Entretanto, se o questionário for enviado ao cliente,
nada impede que ele responda a estas questões sem a orientação do pesquisador.

Parte B – Atendimento prestado pelo arquiteto


Na parte B, as questões são fechadas, com uma opção de resposta em uma escala de cinco
níveis (fortemente insatisfeito, insatisfeito, nem insatisfeito e nem satisfeito, satisfeito e
fortemente satisfeito).

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Parte C – Avaliação geral
A parte C consta de uma avaliação geral, em que o resultado final é analisado pelo cliente.
Inicialmente, sugere-se que o pesquisado atribua uma nota ao interior do imóvel projetado
pelo arquiteto e urbanista. Esta nota pode variar de 1 a 5, considerando-se que a nota 1
corresponde à pior situação, ou seja, o cliente se sente fortemente insatisfeito, e a nota 5
deve ser atribuída ao imóvel quando o cliente se sente fortemente satisfeito.

ANEXO 1 - FERRAMENTA DE COLETA DE DADOS - PESQUISA

Considerando as questões abaixo, manifeste sua opinião:


Comportamento do cliente
1. Na sua opinião, quais as razões (motivos) que levam um cliente a contratar um arquiteto de
interiores?
2. Como o cliente escolhe (onde busca) o arquiteto de interiores para a elaboração do projeto de
interiores?
3. Quais as características do arquiteto de interiores escolhido que mais influenciam na decisão de
contratar especificamente este profissional?
4. Na sua opinião, as necessidades e expectativas dos clientes são atendidas:
Nunca Raramente Frequentemente Sempre
justifique sua resposta.
A AAI Brasil/RS fornece, através do Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS - GOP, o material
abaixo apresentado. Assinale a resposta mais adequada no que se refere à utilização deste material,
sendo:
Utiliza
Nunca utiliza Utiliza raramente Utiliza sempre Não se aplica
frequentemente
N R F S NA

Material do Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS N R F S NA


5. Tabela de honorários
6. Contrato de trabalho cliente/arquiteto: projeto
7. Contrato de trabalho cliente/arquiteto: execução
8. Contrato de trabalho cliente/arquiteto: fiscalização
9 . Contratos de trabalho, intermediados pelo arquiteto: cliente/fornecedor
10. Protocolo de entrega de obra
11. Manual de uso do proprietário
12. Diário de obra
13. APO - lojas
Observação: Caso considere importante, coloque o número da questão e justifique sua resposta.

ANEXO 2 - FERRAMENTA DE COLETA DE DADOS - PESQUISA

Questionário n.º
Dados gerais
1. tipo de unidade: [ ] Comercial [ ] Residencial [ ] Corporativo [ ] Outros
2. tipo de projeto: [ ] Completo [ ] Por ambientes
3. Execução: [ ] Equipe do próprio arquiteto [ ] Equipe indicada pelo cliente [ ] Ambos
Parte A – Comportamento
4. Quais as razões (motivos) que o (a) levaram a contratar um arquiteto para o trabalho de interiores?
5. Como você escolheu (onde buscou) o arquiteto que elaborou o projeto de interiores?
6. Quais as características do arquiteto escolhido que mais influenciaram na decisão de contratar este
profissional?

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7. Quais eram suas expectativas em relação ao projeto de interiores?
8. Suas necessidades e expectativas foram atendidas?
9. Observações:

SATISFAÇÃO DO CLIENTE
Avalie os itens a seguir, considerando uma nota de um (1) a cinco (5), sendo:
Um – muito insatisfeito e Cinco – muito satisfeito
PARTE B - ATENDIMENTO PRESTADO PELO ARQUITETO DE INTERIORES
Como você classifica o atendimento prestado pelo arquiteto para o trabalho de interiores, Nota
em obras concluídas, em relação aos seguintes aspectos:
10. Facilidade de contatar o arquiteto para solicitação do serviço (inicial)
11. Facilidade de contatar o arquiteto durante a execução do projeto
12. Facilidade de contatar o arquiteto após a conclusão do serviço
13. Cortesia do arquiteto (amabilidade no tratamento aos clientes)
14. Rapidez do atendimento
15. Comunicação (explicações em linguagem clara e objetiva)
16. Empenho na identificação e atendimento das exigências específicas
17. Cumprimento de prazos do arquiteto
18. Cumprimento de prazos do(s) fornecedor(es)
19. Conteúdo e abrangência do contrato
20. Detalhamento do orçamento
21. Adequação do projeto às condições financeiras e de interesse do cliente
22. Acompanhamento durante a execução do projeto, por parte do arquiteto
23. Entrega formal da obra, por parte do arquiteto
24. Assistência técnica fornecida pelo arquiteto após a entrega da obra
25. Recebeu um memorial descritivo (fornecedores e materiais) da obra?
Sim [ ] Não [ ]
26. Se recebeu, qual a nota atribuída ao conteúdo e aplicabilidade do memorial?
27. Se recebeu, qual a nota atribuída à clareza, facilidade de consulta e compreensão do
memorial?
28. Recebeu um manual de utilização (informações sobre manutenção), quando da
entrega da obra?
29. Se recebeu, qual a nota atribuída ao conteúdo e aplicabilidade do manual?
30. Se recebeu, qual a nota atribuída à clareza, facilidade de consulta e compreensão do
manual?
PARTE C - AVALIAÇÃO GERAL
31. Como você se sente em relação ao interior do seu imóvel, projetado pelo arquiteto de interiores:
Nota de um (1) a cinco (5):
PARTE C - AVALIAÇÃO GERAL
32. Na sua opinião, os espaços projetados por um arquiteto de interiores são, comparando com espaços
não projetados:
Muito piores [ ] Piores [ ] Nem piores nem melhores [ ] Melhores [ ] Muito melhores [ ]
33. Na sua opinião, a qualidade do projeto é compatível com o valor pago?
Sim [ ] Não [ ] Não sei [ ]
34. Você recomendaria o arquiteto de interiores que projetou os espaços internos do seu imóvel a seus
parentes e amigos?
Sim [ ] Não [ ] Não sei [ ]
35. Observações complementares:

Observação: junto com o Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS - GOP a Entidade disponibiliza, em
CD, o arquivo com as ferramentas para coleta de dados para Avaliação - Pesquisas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA. Leis, decretos e


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