Análise Do Discurso

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Análise do discurso: Foucault,

Maingueneau, Pêcheux

APRESENTAÇÃO

A análise do discurso é uma disciplina que tem uma forte vertente francesa, com representantes
como Michel Foucault, Dominique Maingueneau e Michel Pêcheux. Nesta Unidade de Aprendi
zagem, você vai estudar um pouco mais sobre como cada um desses autores pensa a análise do d
iscurso, quais noções propõem ou ressignificam, bem como reconhecer as semelhanças e as dife
renças entre as propostas de cada um deles.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as propostas de Foucault, Maingueneau e Pêcheux para a Análise do discurso.


• Reconhecer as definições dos conceitos propostos pelos três autores.
• Sintetizar as aproximações e as diferenças entre as propostas dos três autores.

DESAFIO

Dominique Maingueneau é um dos autores que mantém a Análise do discurso viva na França. E
m sua concepção de AD, ele entende que houve diversos atos de fundação da disciplina, sendo u
m deles o movimento iniciado por Michel Pêcheux e seu grupo no final da década de 1960. Ness
e sentido, o autor também propõe algumas problematizações para que a disciplina permaneça e
m movimento. Tendo esse contexto em mente, você é professor e pesquisador em uma universid
ade e está fazendo um curso que trabalha especificamente sobre a proposta de Maingueneau.
INFOGRÁFICO

A Análise do discurso possui diferentes vertentes. Apesar de se assemelharem em alguns ponto


s, como o fato de tratarem das noções de discurso e da formação discursiva, Foucault, Mainguen
eau e Pêcheux se distinguem no modo como concebem essas noções.

Clique no infográfico para conhecer.


CONTEÚDO DO LIVRO

A Análise do discurso francesa tem grande expressividade, com representantes como Michel Fo
ucault, Dominique Maingueneau e Michel Pêcheux. Neste capítulo, Análise do Discurso: Fouca
ult, Maingueneau, Pêcheux, do livro Linguística avançada, você vai saber um pouco mais sobre
as aproximações e diferenças entre as propostas dos três autores, bem como cada um deles enten
de a Análise do discurso.

Boa leitura!
LINGUÍSTICA
AVANÇADA

Debbie Mello
Noble
Priscilla Rodrigues
Simões
Laís Virginia Alves
Medeiros
Revisão técnica:

Laís Virginia Alves Medeiros


Mestra em Letras – Estudos da Linguagem:
Teorias do Texto e do Discurso
Bacharela em Letras – Habilitação Tradutora:
Português e Francês

N747l Noble, Debbie Mello.


Linguística avançada / Debbie Mello Noble, Priscilla
Rodrigues Simões, Laís Virginia Alves Medeiros ; revisão
técnica: Laís Virginia Alves Medeiros. – Porto Alegre :
SAGAH, 2017.
146 p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-144-0

1. Linguística avançada. I. Simões, Priscilla Rodrigues.


II. Medeiros, Laís Virginia Alves. III. Título.

CDU 81’33

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


UNIDADE 3
Análise do discurso:
Foucault, Maingueneau,
Pêcheux
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar as propostas de Foucault, Maingueneau e Pêcheux para


a análise do discurso.
 Reconhecer as definições dos conceitos propostos pelos três autores.
 Sintetizar as aproximações e diferenças entre as propostas dos três
autores.

Introdução
A análise do discurso é uma disciplina que possui uma forte vertente
francesa, com representantes como Michel Foucault, Dominique Main-
gueneau e Michel Pêcheux.
Neste texto, você irá conhecer um pouco mais sobre como cada um
desses autores pensa a AD, quais noções propõem ou ressignificam, bem
como reconhecer as semelhanças e as diferenças entre as propostas de
cada um deles.

O discurso e o poder para Foucault


Michel Foucault apresenta, no conjunto de sua obra, um projeto de pensar a
genealogia das coisas, ou seja, um projeto que busca tirar as coisas da natu-
ralidade. Uma das questões pensadas pelo autor é como o poder se engendra
88 Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux

e como as estruturas hierárquicas se naturalizam e se formam nos momentos


históricos.
Veja o trecho abaixo do blog Colunas Tortas sobre a biografia de Michel
Foucault (SIQUEIRA, [c2013-2017]):

É importante dizer que Foucault nasceu em Poitiers, na França, em 1926.


Viveu uma das épocas mais conservadoras da França do século XX, com
general De Gaulle como presidente da república.
Em 1952, Foucault se formou em psicologia pelo Instituto de Psycholo-
gie e começou a dar conferência ao redor do mundo. Conheceu Dumézil
na Suécia, Sartre, Deleuze, Merlau-Ponty, Bourdieu e Lacan, na França, e
partir da década de 50, começou sua vida de escritos.

Discurso e formação discursiva


Foucault entende o discurso como um todo, como algo maior do que uma
análise. O autor entende o discurso como um conjunto de enunciados, os quais
se apoiam em uma mesma formação discursiva (FD), e que, acima de tudo,
possui uma história, não apenas um sentido ou uma verdade.
Em seu livro A arqueologia do saber, Foucault cunha a noção de formação
discursiva, afirmando que os discursos são dispersos, e que é necessário
buscar as regras de formação que definam uma regularidade em enunciados
semelhantes, a fim de descrever e analisar esses enunciados pelo agrupamento
em regularidades.
Observe o seguinte trecho (FOUCAULT, 2004, p. 43):

No caso em que se puder descrever, entre um certo número de enun-


ciados, semelhante sistema de dispersão, e no caso em que entre os
objetos, os tipos de enunciação, os conceitos, as escolhas temáticas, se
puder definir uma regularidade [...] diremos que se trata de uma formação
discursiva.

Como agrupam-se os enunciados? Por meio de semelhanças quanto aos


objetos, às modalidades de enunciação, aos conceitos e às escolhas temáticas,
sendo necessário demarcar as superfícies de emergência, percebendo um
primeiro traço de aproximação entre as dispersões; descrever suas instâncias
de delimitação; e analisar as grades de especificação em que se classificam
determinados grupos de enunciados.
Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux 89

Foucault faz ainda uma ressalva: é preciso observar, também, as diversas


relações a que esses enunciados são submetidos, a fim de perceber se é
possível que as formações discursivas delimitadas contemplem outros
objetos do discurso em questão, estabelecendo um conjunto semelhante
e dando origem a outros objetos. No artigo de Voss (2012, p. 10), o autor
afirma que

[…] há muito mais para se dizer sobre uma FD que sobre seu estatuto
de sistema de dispersão. O método arqueológico oferece uma grande
organização de categorias analíticas para a descrição de FDs – o que
impede que toda a abrangência da noção seja sintetizada em um único
parágrafo de A Arqueologia […]

Leia o artigo completo de Voss (2012) no


link e no código a seguir:

https://goo.gl/DmYN1v

Poder
A noção de poder é central na obra de Michel Foucault, porque está intrin-
secamente ligada à noção de discurso, uma vez que este é um meio pelo qual
o poder opera.
O poder não é nem fonte nem origem do discurso, mas sim alguma coisa
que opera por meio do discurso, já que o próprio discurso é um elemento em
um dispositivo estratégico de relações de poder. A linguagem é, nesse sentido,
uma maneira de perpetuação do poder.
Para Foucault, o poder circula pela sociedade não necessariamente de
maneira hierarquizada, ou seja, não é simplesmente um fenômeno que vai
de cima para baixo, mas sim algo que está em todo lugar, sendo exercido o
tempo todo.
90 Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux

Nas obras de Michel Foucault, o papel da ligação saber-poder é deter-


minante. Para ele, não há como falar de poder sem explicar os discursos
que o legitimam, assim como não é possível falar de saber sem explicar
as relações de poder que são movidas automaticamente pelos discursos.
Saber e poder são nominalmente separados, mas são a mesma coisa na
vida cotidiana (SIQUEIRA, [c2013-2017]).

Proposta de Maingueneau
Em seu Novas tendências em análise do discurso, Dominique Maingueneau faz
uma retomada da análise do discurso (AD) enquanto disciplina já consolidada,
bem como da vertente francesa da AD, ressaltando a necessidade de precisar
sua definição.
Nesse sentido, o autor propõe explicitar o método de trabalho da aná-
lise do discurso como a entende no momento em que escreve (final da
década de 1980). Assim, justifica o fato da AD não tomar como objeto
“[...] conversas de bar, por exemplo [...]” (MAINGUENEAU, 1997, p. 13),
considerando certas “dimensões”, como o próprio autor afirma e você
pode observar na Figura 1.

Figura 1. Dimensões da análise do discurso.


Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux 91

Outra questão destacada por Maingueneau neste texto são as formações


discursivas, ressaltando a proposta de Foucault, conforme você viu anterior-
mente, aproximando-se da definição deste autor que afirma (MAINGUE-
NEAU, 1997, p. 14):

[...] não se trata de examinar um corpus como se tivesse sido produzido


por um determinado sujeito, mas de considerar sua enunciação como o
correlato de uma certa posição sócio-histórica na qual os enunciadores
se revelam substituíveis.

Sobre os objetos para os quais a AD lança seu olhar, Maingueneau (1997)


entende que são reflexos da conjuntura de uma época, de um local, motivo
pelo qual faz tanto sentido a AD ter surgido em um momento de inquietação
política francesa, tomando como seu objeto principal o discurso político.

Leia a entrevista com Dominique Maingueneau para


Revista ReVEL no link ou no código a seguir:

https://goo.gl/4q1Tem

Uma das grandes contribuições de Maingueneau (1997) para a teoria é a


investigação sobre os métodos de análise. Para o autor, a AD praticada até
então ignorava a instância das comunidades que uma formação discursiva
pressupõe, ou seja, o autor acredita que há um procedimento na análise que
consiste em associar, quase que diretamente, um conjunto de textos a uma
região definida da sociedade. A proposta de Maingueneau (1997, p. 55) consiste,
então, em “[...] articular as coerções que possibilitam a formação discursiva
com as que possibilitam o grupo, já que as duas instâncias são conduzidas
pela mesma lógica [...]”.
O autor propõe também a ideia de prática discursiva, afirmando que
reformula um termo de Foucault, pensado para dar conta do sistema que
regularia a formação discursiva. Essa reformulação é pensada para integrar
92 Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux

tanto a formação discursiva quanto uma nova noção, proposta por ele, de
comunidade discursiva, ou seja, “[...] o grupo ou a organização de grupos no
interior dos quais são produzidos, gerados os textos que dependem da formação
discursiva.” (MAINGUENEAU, 1997, p. 56).
A formação discursiva para Maingueneau, conforme traz Voss (2012, p. 15),
“[...] é uma unidade não tópica, na medida em que os discursos organizados
por uma FD não estão filiados a um aparelho ideológico ou a uma instituição.
Para Maingueneau, o que define uma FD é o fato de não haver fronteiras
institucionais que determinem seu funcionamento.”.

O discurso e a ideologia em Pêcheux


A análise do discurso, conforme proposta por Michel Pêcheux, nasce do
entrecruzamento da língua, conforme pensada pela linguística, e da história,
a partir do marxismo, inspirado em Althusser. Completando o quadro teórico,
está o sujeito.
A partir da junção entre três áreas, a AD pêcheuxtiana nasce como
disciplina de entremeio, dando origem a uma tríplice aliança, conforme
a Figura 2.

Figura 2. Pressupostos fundamentais da análise do discurso.


Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux 93

Nesse sentido, Leandro Ferreira (1998, p. 202) aponta para três pressupostos
fundamentais da AD:

1. O sujeito não é fonte do sentido, nem senhor da língua.


2. O sentido se forma por um trabalho da rede de memória.
3. Sujeito e sentido não são “naturais”, “transparentes”, mas determinados
historicamente e devem ser pensados em seus processos de constituição.

Esses pressupostos podem ser entendidos se pensarmos que não há relação


direta entre um texto e o sujeito, nem entre um texto e o sentido, ou seja, o sen-
tido deve ser pensado na identificação do sujeito com as formações discursivas.

Noção de discurso
O discurso, para Michel Pêcheux, entende-se como efeito de sentidos, os que
se manifestam através de diferentes materialidades, sendo o texto uma delas.
Nesta proposta, o discurso é incompleto, heterogêneo e sujeito a falhas, porque
o sentido varia conforme a formação discursiva com a qual se identificam os
sujeitos.
Leandro Ferreira (1998) aponta para a necessidade de desfazer certa evi-
dência em relação ao objeto discurso, ressaltando que ele é, antes de tudo, um
objeto teórico, devendo ser pensado como um “lugar de reflexão”.

Formação discursiva
A partir da proposta de Foucault, Pêcheux ressignifica a noção de formação
discursiva no interior do quadro de uma teoria materialista. A formação dis-
cursiva vai ser definida, por Pêcheux, como a existência material da ideologia,
ou seja, a relação da ideologia com o discurso.
Essa é a principal diferença que você pode estabelecer entre as concep-
ções de Foucault e Pêcheux: Foucault afasta a “[...] ideologia como princípio
organizador de uma repartição, por considerá-la inadequada para servir como
princípio organizador de uma FD [...]” (INDURSKY, 2007, p. 165).
As formações discursivas seriam, então, aquilo que pode e deve ser dito
em um determinado domínio de saber, “[...] constituído de enunciados dis-
cursivos que representam um modo de relacionar-se com a ideologia vigente
[...]” (INDURSKY, 2007, p. 166).
Na análise do discurso pêcheuxtiana não se fala em formações discursivas
sem que se fale em ideologia, em jogo de forças e dominação. Isso porque
94 Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux

Pêcheux e Fuchs (1997) se apoiam no conceito de formações ideológicas –


como um conjunto de atitudes e representações que intervêm nas posições de
classe em conflito – para abordar as FD.
Assim, as formações discursivas são componentes ligados às formações
ideológicas, que comportariam “[...] uma ou várias formações discursivas
interligadas [...]” (PÊCHEUX; FUCHS, 1997, p. 166). Lembrando que várias
podem ser as FD em uma mesma formação ideológica, afirmamos, com
Courtine (2009), que estas podem se distinguir umas das outras, mantendo
ou não relações contraditórias entre si.
Se a FD é considerada a manifestação da ideologia na linguagem, é no
âmbito das FD que os indivíduos são interpelados em sujeito, conforme traz
Pêcheux (2009). Também é importante lembrar que é na inscrição do sujeito
em uma FD que há a identificação deste com determinados saberes e não
com outros.

1. Sobre a proposta de Michel nos quais se cristalizam


Foucault acerca do discurso, conflitos históricos e sociais.
assinale a alternativa correta. c) Maingueneau se afasta da
a) Discurso para Foucault tem noção de formação discursiva
a ver com ideologia. (FD) conforme proposta
b) O discurso é feito de por Michel Foucault.
regularidades. d) Maingueneau propõe que se
c) O discurso está diretamente analise um corpus produzido
ligado ao poder na por um sujeito empírico.
proposta de Foucault. e) A proposta de Maingueneau
d) Poder para Foucault é entende que a AD praticada
origem do discurso. até então ignorava a instância
e) Para Foucault, o discurso é efeito das comunidades que uma
de sentidos entre interlocutores. formação discursiva pressupõe.
2. Assinale a alternativa correta 3. Assinale a alternativa correta em
em relação à proposta de relação às propostas da análise do
Dominique Maingueneau para discurso (AD) pêcheuxtiana.
a análise do discurso (AD). a) As formações discursivas não se
a) A proposta de Maingueneau relacionam com a ideologia.
reflete a sociedade da época, ou b) Michel Pêcheux propõe a
seja, final da década de 1960. noção de prática discursiva.
b) A AD, na visão de Maingueneau, c) Na AD Pêcheuxtiana, os
não se relaciona com textos sentidos das palavras ou
Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux 95

expressões relacionam-se com é proposta por Michel Pêcheux.


as formações discursivas. e) Para Foucault, o poder somente
d) A AD Pêcheuxtiana se afasta circula na sociedade por
da proposta de Foucault na meio da hierarquização.
noção de formação discursiva. 5. Sobre a proposta de Michel
e) Pêcheux entende o discurso Pêcheux, é correto afirmar que:
como um conjunto de a) A análise do discurso (AD) é
enunciados sem história, não uma disciplina de interpretação,
relacionados à ideologia. que busca encontrar o sentido
4. Em relação às propostas de correto de um texto/discurso.
análise do discurso por Foucault, b) Um dos pressupostos
Maingueneau, Pêcheux, qual fundamentais da AD é o sujeito
alternativa está correta? como determinador do sentido.
a) A noção de formação c) A AD nasce do entrecruzamento
discursiva (FD) permeia as entre linguística, história
obras dos três autores. e psicanálise, por isso é
b) A relação entre discurso e poder considerada uma disciplina
é proposta por Maingueneau. de entremeio.
c) Para Michel Pêcheux, o que d) Texto e discurso, na perspectiva
define uma FD é o fato de não da AD Pêcheuxtiana, são
haver fronteiras institucionais que entendidos como a mesma coisa.
determinem seu funcionamento. e) As formações discursivas em uma
d) A noção de prática discursiva mesma formação ideológica
pensada para integrar a FD à estão sempre em consonância,
noção de comunidade discursiva ou seja, jamais divergem entre si.
96 Análise do discurso: Foucault, Maingueneau, Pêcheux

COURTINE, J-J. Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos


cristãos. São Carlos: EdUFSCar, 2009.
FERREIRA, M. C. L. Nas trilhas do discurso: a propósito de sentido, leitura e interpreta-
ção. In: ORLANDI, E. P. (Org.). A leitura e os leitores. Campinas: Pontes, 1998. p. 201-208.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
INDURSKY, F. Formação discursiva: ela ainda merece que lutemos por ela? In: INDURSKY,
F.; FERREIRA, M. C. L. Análise do discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando
limites. São Carlos: Claraluz, 2007. p. 163-172.
MAINGUENEAU, D. Análise do discurso: uma entrevista com Dominique Maingueneau.
ReVEL, v. 4, n. 6, mar. 2006. Disponível em: <http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/
revel_6_entrevista_maingueneau_port.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2017.
MAINGUENEAU, D. Novas tendências em análise do discurso. 3. ed. Campinas: UNICAMP,
1997.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4. ed. Campinas:
UNICAMP, 2009.
PÊCHEUX, M.; FUCHS, C. A propósito da análise automática do discurso: atualização e
perspectivas (1975). In: GADET, F.; HAK, T.; MARIANI, B. S. C. Por uma análise automática
do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 3. ed. Campinas: UNICAMP,
1997. p.163-252.
SIQUEIRA, V. Michel Foucault: a mente mais brilhante do século XX [+15 artigos, teses
e dissertações sobre sua obra]. [S.l.]: Colunas Tortas, [c2013-2017]. Disponível em:
<http://colunastortas.com.br/michel-foucault/#foucault1>. Acesso em: 27 ago. 2017.
VOSS, J. Observações sobre a discussão de Dominique Maingueneau a propósito
do problema das formações discursivas. Revista do GEL, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 7-24,
2012. Disponível em: <https://revistadogel.gel.org.br/rg/article/view/1/6>. Acesso
em: 27 ago. 2017.

Leituras recomendadas
AZEVEDO, S. D. R. Formação discursiva e discurso em Michel Foucault. Filogênese,
Marília, v. 6, n. 2, 2013. Disponível em: <https://www.marilia.unesp.br/Home/Revis-
tasEletronicas/FILOGENESE/saraazevedo.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2017.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. 5. ed. São Paulo: Loyola,1999.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Nesta Dica do Professor, você vai conhecer um pouco mais sobre a configuração de uma Forma
ção discursiva, conceito central da Análise do discurso, e como essa noção se relaciona com outr
as noções fundamentais, como a de memória discursiva e a de interdiscurso, proposta no artigo
Configurações metodológicas de uma FD, de Ercília Ana Cazarin.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

EXERCÍCIOS

Sobre a proposta de Michel Foucault acerca do discurso, assinale a alternativa COR


1)
RETA:

Discurso para Foucault tem a ver com a ideologia.


A)
O discurso é feito de regularidades.
B)
O discurso está diretamente ligado ao poder na proposta de Foucault.
C)
O poder, para Foucault, é a origem do discurso.
D)
Para Foucault, o discurso é efeito de sentidos entre interlocutores.
E)
Assinale a alternativa CORRETA em relação à proposta de Dominique Maingueneau
2)
para a Análise do discurso:

A proposta de Maingueneau reflete a sociedade da época, ou seja, final da década de 1960.


A)
A AD, na visão de Maingueneau, não se relaciona com textos nos quais se cristalizam conf
B)
litos históricos e sociais.

Maingueneau se afasta da noção de Formação discursiva, conforme a proposta por Michel


C)
Foucault.

Maingueneau propõe que se analise um corpus produzido por um sujeito empírico.


D)
A proposta de Maingueneau entende que a AD praticada até então ignoraria a instância das
E)
comunidades que uma formação discursiva pressupõe.

Assinale a alternativa CORRETA em relação às propostas da AD Pêcheuxtiana:


3)
As formações discursivas não se relacionam com a ideologia.
A)
Michel Pêcheux propõe a noção de prática discursiva.
B)
Na AD Pêcheuxtiana, os sentidos das palavras ou expressões relacionam-se com as formaç
C)
ões discursivas.

A AD Pêcheuxtiana se afasta da proposta de Foucault na noção de formação discursiva.


D)
Pêcheux entende o discurso como um conjunto de enunciados sem história, não relacionad
E)
os à ideologia.

Em relação às propostas de Análise do discurso por Foucault, Maingueneau, Pêcheu


4)
x, está CORRETA a alternativa:

A noção de formação discursiva permeia as obras dos três autores.


A)
A relação entre discurso e poder é proposta por Maingueneau.
B)
Para Michel Pêcheux, o que define uma FD é o fato de não haver fronteiras institucionais q
C)
ue determinem seu funcionamento.

A noção de prática discursiva pensada para integrar a FD à noção de comunidade discursiv


D)
a é proposta por Michel Pêcheux.

Para Foucault, o poder somente circula na sociedade por meio da hierarquização.


E)
Sobre a proposta de Michel Pêcheux, pode-se afirmar que:
5)
A AD é uma disciplina de interpretação, que busca encontrar o sentido correto de um text
A)
o/discurso.
Um dos pressupostos fundamentais da AD é o sujeito como determinador do sentido.
B)
A AD nasce do entrecruzamento entre linguística, história e psicanálise, por isso, sendo co
C)
nsiderada uma disciplina de entremeio.

Texto e discurso, na perspectiva da AD Pêheuxtiana, são entendidos como a mesma coisa.


D)
As formações discursivas em uma mesma formação ideológica estão sempre em consonân
E)
cia, ou seja, jamais divergem entre si.

NA PRÁTICA

Através das vertentes da Análise do discurso é possível analisar a materialidade verbal e não ver
bal presente em uma campanha publicitária do segmento automotivo, buscando compreender co
mo se constroem os sentidos possíveis nesses discursos e como a produção de uma campanha pu
blicitária leva a uma leitura que pretende alçar um sentido como sendo dominante.

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SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:

No artigo O que é discurso? Uma abordagem Foucaultiana, conheça sobre a noção Foucau
ltiana do discurso.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

Saiba mais sobre Dominique Maingueneau nessa entrevista.


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Conheça mais sobre o fundador da Análise do discurso francesa, Michel Pêcheux.

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