Coracini - O Jogo Discursivo

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Resenha Cientfica

Metodologia Cientfica e Iniciao Pesquisa



Coracini, Maria Jos Faria Rodrigues: O jogo discursivo na aula de leitura: Lngua
Materna e Lngua Estrangeira, Campinas: Pontes, 2010

Resenhado por Cristiane Nogueira da Silva

Coracini graduada em Doutorado em Lingustica Aplicada e Estudos de Linguagem
pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, Brasil (1988). Professora Titular da
Universidade Estadual de Campinas, Brasil.
Nessa obra Coracini expe de forma clara, o mtodo de pesquisa, em lingstica
aplicada, se voltam para a sala de aula, penetrando na intimidade do que ocorre em
um ambiente educacional (sala de aula), local onde permitida a participao ativa de
alunos e professores ou, de um supervisor. Expe tambm a relao alunos e
professores, bem como a relao entre eles o material didtico.
No capitulo 1.1 denominado Leitura: Decodificao, processo discursivo.
Kato defende texto como fonte nica de sentido, isto , vem de uma viso estruturada
e mecnica da linguagem, sentido arranjado nas palavras e frases, j Miller ao estudar
os itens lexicais, considerao a interpretao semntica acoplada a sua
representao formal.
Nesta viso, o texto ganha existncia prpria, onde o leitor seria o receptculo de um
saber, sendo preciso capturar para construir o sentido, opondo assim radicalmente o
que Rumelhart chama de esquemas verdadeiros pacotes de conhecimento
estruturado, acompanhados de instrues.
Percebe-se que o texto de fundamental, pois na sua leitura literal que o leitor
encontrar os indcios para significados literais.
No capitulo 2.1 denominado Leitura: Como processo discursivo.
A leitura um processo discursivo insere o leitor num contexto histrico, onde o
mesmo quem o determina comportamento e atitudes.
No capitulo 3.1 denominado A leitura na escola.
Na escola o texto funciona pedagogicamente como um lugar do saber, pois insere, o
aluno no mundo da leitura e assim a aprendizagem ser avaliada em maior ou menos
grau de assimilao.
Quando se faz entendimento do texto o professor realiza questionamentos levando o
aluno a assimilar o conhecimento que lhe sero avaliados, mas cabe a eles mesmo
localizar as respostas no texto trabalhado. Pouco observa na prtica de sala de aula, a
concepo de leitura enquanto processo interativo, a partir da recuperao explicita
das marcas deixadas pelo autor.
Resenhado por Cristiane Nogueira da Silva graduanda do curso de pedagogia pela
Facol
No capitulo 4.1 denominado A aula de leitura: O jogo de iluses.
Este artigo nos prope a fazer reflexes a respeito da sala de aula em lngua
estrangeira tomando como partida as iluses e os esquecimentos, necessrios que se
caracterizam o sujeito social, descartando toda possibilidade de produo fora de tal
contexto.
O professor enquanto sujeito integral tem a iluso de que dono do seu fazer
pedaggico; e acredita com total controle sobre seu prprio dizer, tendo a iluso que
suas palavras so claras e que todos os alunos acreditam firmemente em tais
afirmaes.
Nas aulas de lnguas estrangeiras percebe-se um professor autoritrio e os alunos
atentos aos seus ensinamentos, onde se tem a iluso tanto do professor quanto do
aluno eu (professor) tenho a iluso que ensino e o aluno a iluso que aprendeu.
No capitulo 5.1 denominado Diversidade e semelhana em aulas de leitura.
Este artigo observa a que tipos de aula de leitura, em diferentes disciplinas, cujo objeto
de estudo um texto.
No capitulo 6.1 denominado Quanto a organizao da escola.
Neste texto seria interessante observar que no h grandes diferenas entre as aulas
analisadas de pontos de vista da organizao da aula (abertura da mesma ou
passagem a outro tpico ou atividade), anunciando o que vai ser feito e relacionado
com o que j foi dito; de outro pala metodologia de leitura adotada pela escola.
No capitulo 7.1 denominado: Organizao do dilogo entre professores e alunos.
De um modo geral, podemos afirmar que os tipos de dilogo que caracterizam as
aulas analisadas no variam muito: so monopolizadas pelo professor que comanda o
raciocnio e o momento de interveno do aluno, aceitando-o a ou rejeitando-a
conforme seus objetivos.
O aluno avaliado o tempo todo, o que mostra que, nas trs aulas das trs disciplinas
analisadas, sua presena mais virtual do que real, mais abstrata do que concreta,
permanecendo no imaginrio do professor como algum com caracterstica
predeterminada.
No capitulo 8.1 denominado Como se da a Inter-ao professor aluno na construo
do sentido?.
Partindo do pressuposto, segundo o qual toda a compreenso do texto, seja em que
disciplina for, consiste na construo de sentido, e que na sala de aula, o sentido
produzido intersubjetivamente, entre professor e aluno.
O dialogo que se estabelece em sala de aula sobre um assunto a ser aprendido ou um
texto a ser compreendido nada tem a ver com o dilogo nas situaes cotidianas,
enquanto nas comunicaes formais de comunicao, o jogo de perguntas e resposta
se caracteriza pelo desconhecimento por parte do locutor da informao solicitada
(quem pergunta deseja uma informao), em sala de aula ele tem por objetivo (ou
deveria ter) o de ensinar, de desenvolver no aluno a capacidade de raciocnio, embora
isso raramente acontea; ao menos para isso que parecem apontar os registros
analisados.
No capitulo 9.1 denominado A aula de lnguas e as formas de silenciamento.
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a fala de professor no discurso de sala de
aula de lnguas no que diz respeito ao silenciamento do aluno provocado, ao menos
aparentemente pelo professor, que funciona na verdade como um intermedirio
autorizado entre a instituio escola e os alunos, e ao do professor pelo respeito ao
material didtico ou a internalizao do mesmo.
Este texto, pretende assim, estudar, embora parcialmente, as formas da materialidade
lingstica que garantem o controle e a estabilidade do significado, dentre as quais
destaca-se as modalidades assertivas e apreciativas.
Importa, ainda, dizer que em termos o silencio no com espao vazio e negativo entre
falas, mas como um espao pleno de significao.
Na sala de aula, o professor preenche o tempo todo o vazio quando os alunos no
respondem rapidamente as perguntas tomando eles a iniciativa.
No capitulo 10.1 denominado Respostas na aula de leitura: Um jogo de imagens.
Tal atitude, aparentemente passiva, decorre evidentemente das imagens que os
alunos vo construindo ao longo dos anos de escolarizao do que seja ser professor
do que seja ser aluno, do que seja ensinar aprender a lngua materna, do que seja
ensinar aprender a lngua estrangeira, do que seja, o que implica tambm, que
pressuposto, uma certa concepo de linguagem. Essas imagens so construdas no
contato com o outro no caso, escola, famlia, e sobretudo, professores que tambm
partilham do mesmo imaginrio ou de um imaginrio semelhante construdo pela
prpria formao profissional e pelas diversas experincias enquanto aluno.

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