10ºANO - I - Irene Lisboa - Jeito de Escrever
10ºANO - I - Irene Lisboa - Jeito de Escrever
10ºANO - I - Irene Lisboa - Jeito de Escrever
10ºANO
Nome: __________________________________________________
Data: ___________________ Professor (a) ____________________
Jeito de Escrever
Silêncio.
Nem pássaros já, noite morta.
Me cerro.
Ó minha derradeira composição! Do não, do nem, do nada, da ausência e solidão.
Da indiferença.
Quero eu que o seja! da indiferença ilimitada.
Noite vasta e contínua, caminha, caminha.
Alonga-te.
A ribeira acordou.
I
Interpretação de Texto
1. Lê atentamente o poema e resume a sua mensagem fundamental após essa primeira leitura.
4. Explicita o sentido do seguinte verso do poema: " Ó minha derradeira composição! Do não, do nem, do
nada, da ausência e solidão."
6. Lê a biografia da poetisa Irene Lisboa que te apresentamos em baixo e relaciona a frase sublinhada
com as características estético-literárias presentes neste poema.
Escritora portuguesa, oriunda de Arruda dos Vinhos, Irene Lisboa nasceu em 1892 e morreu em 1958.
Formada pela Escola Normal Primária de Lisboa, fez estudos de especialização pedagógica em Genebra
e desenvolveu carreira na docência, tendo chegado a inspectora orientadora do Ensino Infantil, cargo de
que se diz foi afastada pelas suas ideias avançadas nesta área.
Colaborou, entre outras publicações, na Presença, Seara Nova, O Diabo e Vértice.
Utilizou, muitas vezes, o pseudónimo " João Falco" e foi amiga pessoal de José Rodrigues Miguéis,
embora o seu valor não tenha sido reconhecido pelos seus contemporâneos.
A sua obra, em que podemos salientar a poesia ou Um Dia e Outro Dia - Diário de Uma Mulher,
caracteriza-se por um tom eminentemente oralizante, marcado pelo monólogo interior, problematizando
as relações entre a consciência e o mundo. Profundamente original, Irene Lisboa é a mulher que como
mulher se " escreve na simplicidade do quotidiano tão misterioso e poético. Inquieta, livre e errática, o
seu irreprimível divagar poético (...) foi o principal obstáculo para o reconhecimento dos seus dotes."
De salientar ainda na sua obra: Obras Completas ( poesia); Uma mão cheia de nada, outra de coisa
nenhuma, Queres ouvir? Eu conto, Crónicas da Serra e Título qualquer serve.