Teste 3 - Port8 - 1.02.2019

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ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA S.

MARTINHO PORTO
3.º Teste de Avaliação
PORTUGUÊS - 8.º ano
5 Ano letivo 2018/2019 Data: 01/02/2019

GRUPO I – Leitura e Compreensão da Escrita

Lê o texto, antes de responderes aos itens apresentados. Se necessário, consulta o vocabulário.

10 Texto A
Nuno Júdice: “Quando acabo um poema, não sei muito bem o que escrevi”

Estudava Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa quando em março de 1972 e em junho
de 1973 via editados os primeiros livros de poesia. A noção de poema e Crítica doméstica dos
paralelepípedos, então publicados na coleção Cadernos de Poesia da Dom Quixote, têm nova edição,
distante dos tempos em que o premiado autor assinava como John Seablood, um fervoroso das
5 histórias de terror e vampiros.

Era fã do género de terror?


Sim, de Bram Stoker1, H.P. Lovecraft1. É um tipo de literatura que hoje já não me provoca o mesmo
fascínio; é uma relação que de certo modo hoje se reconciliou em mim. Essa relação com os temas
mais negros.

10 A reconciliação é fruto da idade?


Sim, também era o ambiente da altura. Tínhamos a ditadura, havia um tipo de vida que hoje não há,
apesar de haver outros problemas, mas o ambiente é muito menos opressivo. Falar desse lado noturno
era uma forma de exprimir a negatividade de quem vivia nessa época. Hoje já não há censura, há uma
libertação muito maior da escrita, e do pensamento sobre as coisas.

15 Que títulos começou por ler?


A [coleção] Biblioteca dos rapazes, o Tintim, toda aquela literatura para adolescentes. Foi muito
importante porque abriu um imaginário ligado à viagem, com o [Robert Louis] Stevenson, o Júlio Verne,
que era uma forma de fuga ao mundo muito fechado daquele tempo. Estávamos fechados em Portugal.
Era difícil viajar, sair das fronteiras. Só através da imaginação era possível essa fuga.

20 Nasceu na Mexilhoeira Grande. A poesia coincide ainda com os tempos de Algarve?


Não, vivia em Lisboa. Em casa dos meus pais havia Álvaro de Campos, Antero de Quental, António
Nobre, Cesário. Pude muito facilmente ter acesso a esses livros, acho que desde que aprendi a ler. Na
escola também esse contacto com a poesia era comum. Senti-me motivado desde muito cedo.

1/8
Saiu do Algarve com que idade?
Com quatro anos. Os meus avós viviam lá; ia ao Algarve sempre que havia férias. A relação com a
Natureza, com o mar, sempre foi muito presente na minha vida. Os meus pais viviam em Lisboa, mas a
25 minha mãe era de lá.

Diz que descobre a sua voz pelos 17 anos. Como se dá essa descoberta?
Quando se começa a escrever e há um momento em que se encontra qualquer coisa que não se
reconhece noutros. Foi no fim do liceu, até porque estava numa turma com muita gente que escrevia.
Trocávamos poemas. A poesia na época estava muito marcada por um lirismo 2 que vinha do século

30 XIX. Líamos coisas muito recentes, e foi a partir dessa troca de opiniões que encontrámos uma voz
própria.

In Jornal Sol, edição online – https://sol.sapo.pt/artigo/403617/nuno-j-dice-quando-acabo-um-poema-nao-sei-muito-bem-


o-que-escrevi (acedido em 23.04.2018, texto com supressões)

VOCABULÁRIO
15
1
autores do género de terror.
2
sentimentalismo.

2/8
20

1. Seleciona, em cada item, a alínea que completa cada frase de forma adequada, de acordo com o
sentido do texto. (5x2 pontos)

1.1. Na expressão “os temas mais negros” (linhas 8 e 9), a palavra “negros” poderá ser substituída por
25 (A)pretos.
(B)escuros.
(C)tristes.
(D)sombrios.

30 1.2. O gosto de Nuno Júdice pela literatura de terror teve a ver com
(A)o facto de, na altura, ser ainda adolescente.
(B)o regime ditatorial da época.
(C)os problemas pessoais do escritor.
(D)o ambiente opressivo em casa.
35
1.3. Nuno Júdice começou por ler literatura de viagens juvenil, porque
(A)adorava conhecer novas terras.
(B)era a única forma de se evadir de Portugal.
(C)em Portugal, apenas se liam estas obras.
40 (D)eram as únicas obras na biblioteca.

1.4. Nuno Júdice sentiu-se “motivado desde muito cedo” (linha 23) para
(A)aprender a ler.
(B)conviver com pessoas diferentes.
45 (C)ler poesia.
(D)ir à escola.

1.5. Na frase “Líamos coisas muito recentes, e foi a partir dessa troca de opiniões que encontrámos
uma voz própria” (linha 32) a palavra “voz” significa
50 (A)expressão.
(B)marca.
(C)fala.
(D)língua.

55 2. Indica se são Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as afirmações: (5x1 ponto)


2.1. O texto apresentado é do tipo instrucional.
2.2. Por ser uma entrevista, apresenta a estrutura de pergunta/resposta.
2.3. Da linha 1 à 5, é apresentado o entrevistador.
2.4. A entrevista que leste não apresenta dados biográficos.
60 2.5. Ao responder às duas últimas questões, o poeta recorre às suas memórias.

3/8
GRUPO II – Educação Literária

4/8
Lê, com atenção, o seguinte texto, antes de responderes às questões formuladas:

Aparelhei1 o barco da ilusão


E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
5 (Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
10 O velho paraíso
Que perdemos).

Prestes2, larguei a vela


E disse adeus ao cais, à paz tolhida3.
Notas Desmedida,
1 15 A revolta imensidão
Preparei
Transforma dia a dia a embarcação
2 Numa errante4 e alada5 sepultura...
Prontamente
Mas corto as ondas sem desanimar.
3
Em qualquer aventura,
Paralisada
20 O que importa é partir, não é chegar.
4
65 inconstante
5
com asas Miguel Torga

A. Indica se são Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as afirmações seguintes: (7x1)

70 1. O sujeito poético assume uma atitude de desânimo face às dificuldades que


encontra no seu percurso.
2. Apesar dos obstáculos no seu caminho, o “eu” considera que é obrigatório
lutar pelos objetivos.
3. As expressões “cais” e “paz tolhida” assumem, no contexto deste poema, o
75 significado de libertação.
4. Os parênteses (vv. 5 a 11) contêm um pensamento do “eu” que pretende
justificar a sua atitude em dado momento da sua vida.
5. Na perspetiva do sujeito poético, a concretização do sonho exige coragem,
determinação e sacrifício.
80 6. Toda a vontade manifestada pelo sujeito poético tem origem na sua certeza
de conseguir atingir o que pretende.
7. O poema leva-nos a concluir que o “eu” tem a profissão de marinheiro.

85B. Com base na interpretação do poema e no estudo do texto poético,


responde aos itens seguintes:

1. Refere três características do texto poético visíveis neste poema. (5


pontos)
90
2. As palavras seguintes permitem caracterizar o sujeito poético.
corajoso determinado sonhador

2.1. Seleciona uma destas palavras e explica por que razão ela é adequada
para caracterizar o sujeito poético. (5 pontos)
95
3. Tendo em conta a polissemia da linguagem, explicita o sentido dos versos 12 e
13. (6 pontos)

4. Para responderes aos itens de 4.1. a 4.3., escreve o número do item e a letra
100 que identifica a opção escolhida. (3x2pontos)

4.1. Nos versos 1 e 2, usa-se um recurso expressivo para ilustrar a ação


ousada do sujeito poético. Esse recurso expressivo é uma
(A) enumeração.
105 (B) metáfora.
(C) adjetivação.
(D) ironia.

4.2. Na expressão «e é nela» (verso 8), a palavra «nela» refere-se


110 (A) à vida.
(B) à embarcação.
(C) à ilusão.
(D) à fé de marinheiro.

115 4.3. A mensagem presente neste poema pretende ser


(A) de censura a quem luta por ideais.
(B) de defesa de uma atitude cautelosa.
(C) de motivação para a superação de obstáculos.
(D) de reconhecimento dos perigos do mar.
120
5. Atenta na estrutura externa do poema. (3x2 pontos)
5.1. Apresenta a sua estrutura estrófica.
5.2. Faz o esquema rimático da primeira estrofe e classifica a rima.
5.3. Faz a escansão do último verso do poema e classifica-o quanto à métrica.
125

Grupo III – Gramática


130

1. Atenta nas frases e identifica as funções sintáticas desempenhadas pelos


constituintes sublinhados. (3 x 2 pontos)

1.1. Era longe o meu sonho.

1.2. A revolta imensidão/ Transforma dia a dia a embarcação/ Numa errante e


135 alada sepultura...
1.3. Disse adeus ao cais, à paz tolhida.

2. Reescreve as frases, substituindo os constituintes sublinhados pelos


pronomes pessoais adequados. (5x1 ponto)

140 2.1. O poeta aparelhou o barco da ilusão.

2.2. Disse adeus ao cais, à paz tolhida.

2.3. O poeta cortará as ondas sem desanimar.

2.4. O poeta jamais recusaria uma aventura.

2.5. As fortes ondas desafiam o sujeito poético.

145

3. Relembra as relações semânticas que se estabelecem entre as palavras.

3.1. Classifica a relação estabelecida entre “partir/chegar”. (2 pontos)

3.2. Classifica a relação que se verifica entre “vela” e “barco”. (2 pontos)

150 4. Relembra o que estudaste sobre os processos de formação de palavras e


indica os que se aplicam às seguintes palavras: (4x1 ponto)

4.1. “desmedida” (v. 14);

4.2. “imensidão” (v. 15);

4.3. “Dia a dia” (v. 16);

155 4.4. “embarcação” (v. 16).

5. Transcreve e classifica a oração subordinada adverbial presente em cada


uma das frases: (3x2 pontos)
5.1. Enquanto larga a vela, o marinheiro observa o horizonte.
160 5.2. Para compreendermos o texto poético, analisamos a polissemia da
linguagem.
5.3. O marinheiro nunca realizará os seus sonhos, se não for determinado e
corajoso.

165

Grupo IV – Expressão Escrita


170
Redige um texto no qual indiques a tua opinião sobre a importância de poupar água
e apresentes dois exemplos de ações que podem ajudar a preservar esse precioso bem.

O texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras. (25 pontos)
175

Bom trabalho! �

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