NDAU

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HILA - INSTITUTO POLITÉCNICO DE EMPREGO E GESTÃO DE NEGÓCIOS

Sociologia e Antropologia Cultural

Tema: Etnia Ndau

Discente:
 Elisa Queniasse Ndlovu

Docente: Ramiro Padino

Chimoio, Outubro de 2021


Índice
Introdução........................................................................................................................................2
Objectivos Objectivos Geral............................................................................................................3
Objectivos Específicos.....................................................................................................................3
Motivação........................................................................................................................................3
Metodologia.....................................................................................................................................3
Capitulo I: Localização Geográfica da Etnia Ndau.........................................................................4
Ndaus...............................................................................................................................................4
1.1. Grupo e Subgrupos Linguísticos Língua..............................................................................4
Capitulo II: Organização Sócio Político..........................................................................................5
2.1. Autoridade................................................................................................................................5
2.3. Formas de Poder.......................................................................................................................5
2.5. Processo de Casamento.............................................................................................................5
O lobolo...........................................................................................................................................5
O casamento tradicional..................................................................................................................6
O casamento patrilinear (ulorilocal)................................................................................................6
Educação..........................................................................................................................................7
Tarefa do esposo no casamento.......................................................................................................7
Tarefa da mulher..............................................................................................................................7
2.6. Ritos de Iniciação masculino/Femenino...................................................................................7
2.8. Tipos de casas ou residências...................................................................................................8
As casas construídas por este povo eram palhotas, feitas de barro e bambus.................................8
Capitulo III: Práticas Sociais Culturais e econômicas.....................................................................8
3.1. Práticas Agrícolas.....................................................................................................................8
Capitulo IV: Domínio de Símbolos.................................................................................................9
Morte................................................................................................................................................9
4.3. Praticas Magicas ou religiosas................................................................................................10
A religião na sociedade tradicional................................................................................................10
Doença...........................................................................................................................................10
As danças e canções praticadas pelos Ndaus.................................................................................10
Dança.............................................................................................................................................10
Ndhokodo......................................................................................................................................11
Mandoa..........................................................................................................................................11
Makuaia.........................................................................................................................................11
Mukapa..........................................................................................................................................11
Canções cantadas pelo povo Ndau................................................................................................11
Conclusão......................................................................................................................................14
Bibliografia....................................................................................................................................15
Introdução
A vida no nosso país é cheia de cerimónias. Em muitos lugares são mais acentuadas,
principalmente nas zonas recônditas. A cultura é extremamente forte e poderosa, influenciando o
modo de pensar e agir, e muitas vezes trágica.  Este trabalho abordará exactamente sobre os
valores culturais do povo Ndau. Um povo com uma cultura extremamente complicada, embora
não existe uma cultura superior á da outra, mas essa é uma das mais incomparáveis de
Moçambique.
Ndau ou simplesmente xindau é a língua falada pelos ndaus, grupo étnico que habita no centro
de Moçambique e Zimbabwe. Cá em Moçambique é falado na província de Sofala
concretamente nos distritos de Machanga, Chibabava, Búzi, Nhamatanda, Dondo, Beira
(bangue), assim como em Machaze e Mussorize, na província de Manica (danda). Também é
falado em nova Mambone, no norte de Inhambane.

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Objectivos
Objectivos Geral
 Conhecer os hábitos e costumes da cultura Ndau.

Objectivos Específicos
 Identificar as géneses da etnia supracitada, a sua localização e o número de falante.
 Caracterizar a educação tradicional e a forma do lobolo dos "Va-ndau".
 Mencionar as danças e canções mais praticadas nos "Va-ndau".

Motivação
Com este trabalho pretendemos desmitificar de forma enfusiva, como a etnia ndau ou
simplesmente "Va-ndau" os seus hábitos influencia negativamente para a sociedade
contemporânea. Um dos costumes que mais se destaca é o chamado" levirato" (kunguina utaka)
que estabelece que com a morte do marido a mulher é obrigada a casar com irmão ou tio do
falecido como sinal de manter viva a semente do marido.

 
Metodologia
Sendo método o conjunto que determina a realização de um objectivo ou o conjunto sequencial
de regras comuns a toda investigação, é a partir deste que materializamos e concretizamos
qualitativamente o trabalho. Para a realização do mesmo recorremos aos seguintes métodos:
Consulta bibliográfica.

 
 

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Capitulo I: Localização Geográfica da Etnia Ndau

Ndaus
Os ndaus são um grupo étnico que habita o vale do rio Zambezi, do centro de Moçambique até o
seu litoral, e o leste do Zimbábue, ao sul de Mutare.

Os ancestrais dos ndaus eram guerreiros da Suazilândia que se misturaram com a população
local, constituída etnicamente por manikas, barwes, tewes, nas províncias moçambicanas de
Manica e Sofala. A população local do Zimbábue, antes da chegada dos Gaza Nguni,
descenderia primordialmente de Mbire, próxima à atual Hwedza.

1.1. Grupo e Subgrupos Linguísticos Língua


O ndau (ou xiNdau) é o idioma falado pelos ndaus, grupo étnico que habita partes de
Moçambique e Zimbábue.

É parte da família lingüística xona, falado nos distritos do sul da província de Sofala, Machanga,
Chibabava, Búzi, bem como em Nhamatanda, Dondo e Beira (Bangwe), assim como em
Machaze e Mossurize, na província de Manica (Danda). Também é falado em Nova Mambone,
no norte da província de Inhambane).

Os ndaus também falam o português, em Moçambique, e o inglês, no Zimbábue. Neste país é


falado principalmente nos distritos de Chipinge e Chimanimani.

1.2. Mapa

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Capitulo II: Organização Sócio Político

2.1. Autoridade
A Renamo, segundo principal partido político de Moçambique, consegue boa parte de seu apoio
político dos ndaus da província de Sofala (onde seu líder, Dhlakama, nasceu, assim como o
arcebispo católico de Beira), em parte devido às suas condições sócio-econômicas extremamente
precárias, e por sua falta de inclusão dos programas de investimentos financeiros estrangeiros e
de desenvolvimento econômico promovidos pelo partido governante.

2.2. Símbolo de Autoridade

O primeiro presidente da ZANU no Zimbábue antes da independência foi Ndabaningi Sithole,


que nasceu na região próxima ao monte Selinda. Depois de Robert Mugabe assumir o poder,
Sithole formou seu próprio partido, ZANU-Ndonga, que ganhou cada vez mais apoio da
comunidade ndau. Devido à relação tumultuosa entre Mugabe e Sithole, a população ndau do
Zimbábue nunca apoiou totalmente o governo daquele.

2.3. Formas de Poder


A Renamo, segundo principal partido político de Moçambique, consegue boa parte de seu apoio
político dos ndaus da província de Sofala (onde seu líder, Dhlakama, nasceu, assim como o
arcebispo católico de Beira), em parte devido às suas condições.

2.4. Formas de Eleição

É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos são eleitos diretamente pelo povo.
Este é o modelo utilizado na democracia representativa.

2.5. Processo de Casamento

O lobolo  
No povo Ndau, o casamento é acompanhado pelo lobolo. O lobolo é tradicionalmente
considerado como de elevada importância principalmente para os aspectos sociais, legais e
económicos do casamento.  Com a chegada da sociedade mercantilista, o lobolo foi adquirindo
paulatinamente características do negócio. Por isso é de grande importância que a mulher passe
pelo lobolo antes de ir para casa do marido. Depois da independência de Moçambique se
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pretendeu acabar com este costume devido à má interpretação dos políticos de que o lobolo é a
venda de mulher e não só muitos pais argumentarão não poder entregar de graça as filhas uma
vez que também pagaram pela esposa pelo que ficariam prejudicados.  O ato de lobolar – é
quando o jovem conversa com os pais da moça sobre sua intenção de casar. No caso de crentes,
os presbíteros, anciões e outros influentes na igreja são convidados para testemunhar ou liderar
esta reunião.

O levirato ou simplesmente "kunguina utaka" Este costume é constante para os "Va-ndau" e é


um processo pelo qual uma viúva casa com um irmão do falecido marido. A viúva não é
permitida casar fora da família do seu marido a não ser mediante autorização dos parentes destes.
Devido ao lobolo que o marido pagou no caso da morte deste a família tem o direito de substituir
o marido original por qualquer parente masculino do mesmo grau de idade para entrar na palhota
da mulher e fazer germinar a semente em nome do homem.

O casamento tradicional
O casamento tradicional é aquele que é celebrado entre os familiares dos noivos e consiste na
observância das regras tradicionais sobre o casamento. No nosso país distinguem-se duas
situações de casamento: matrilinear e patrilinear. Os Ndaus praticam o sistema patrilinear.
Na tribo “Ndau” – o homem costuma ter de 3 a 10 mulheres ou mais. Ele é o centro e toda
família está à sua disposição. Quanto mais mulheres e filhos, maior a força de trabalho.
Principalmente quando são do sexo feminino.

A pressão para o casamento é grande. Quando o filho chega aos 20 anos, os pais querem que
case. Se ele não escolher uma parceira, a família pode “arranjar” alguém. É normal que o casal
vá morar junto sem casar (inclusive crentes).

O casamento patrilinear (ulorilocal)


Neste casamento a mulher sai da casa dos seus pais e vai para casa do seu marido, os filhos
gerados neste casamento pertencem a clã do marido. Ela em casa dos sogros não terá direito a
herança nem a filhos. Os irmãos nascidos dum patriarca, observam uma hierarquia por ordem de
idade, obedecendo aos mais velhos e cuidando dos mais novos.
No casamento patrilinear a herança dos bens se transmite directamente para o filho varão. Este
casamento está ligado a aldeia paterna e a criação do gado bovino ou caprino.

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O primeiro filho gerado neste casamento é responsável pelos bens de toda família trabalho e
sustentando toda família. Em caso da morte do pai torna-se herdeiro por isso quando casa-se não
sai da casa dos pais cabendo a mulher vir morar com ele.

Educação
É um conjunto de acções, processos, influências e estruturas que intervêm no desenvolvimento
humano de um indivíduo quer na sua relação activa com o meio natural e social ate a sua plena
maturidade.

Tarefa do esposo no casamento


Na etnia ndau o esposo tem a tarefa de:

Vestir a mulher e os filhos, cosendo os panos que ele for a oferece-los. Realizar todos os
trabalhos mais pesados como de construir palhotas, derrubar os campos, caçar, pescar, construir
embarcações esteira, pilão.

Tarefa da mulher
Na etnia ndau a mulher é educada a ser dócil ao marido. Fazer todos os trabalhos domésticos.
A mulher crê que o seu marido não lhe bate é porque não gosta dela e que a esposa que não foi
lobolada não tem valor. Cabe a mulher geral o maior número possível de filhos sob pena de ser
rejeitado, Entregar todos rendimentos monetários ao marido.

2.6. Ritos de Iniciação masculino/Femenino


A comunidade tradicional organiza diversas actividades educativas para as mães latentes,
raparigas, rapazes, adolescentes, e os mais velhos.

Estas actividades compreendem a iniciação feminina, os ritos de iniciação masculina, a


circuncisão, os contos e lendas.

Esses ensinamentos são feitos na base de crenças no espírito de defuntos (mitologia) e inclui
certas regras a observar e certas proibições, ensinamentos esses que tem por fim garantir um
comportamento seguro, uma paz e felicidade eficazes de todos os indivíduos da comunidade
onde vivem.

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2.7. Sistema de Parentesco

Na tribo “Ndau” o homem costuma ter de 3 a 10 mulheres ou mais. Ele é o centro de toda
família. Quanto mais mulheres e filhos, maior a força de trabalho. Principalmente quando os
filhos forem do sexo feminino.

O casamento entre os Ndaus inicia com a identificação das necessidades de casamento da parte
do noivo ou dos seus familiares, identificação da futura noiva pelo jovem e̸ ou familiares,
apresentação da proposta de casamento, pagamento do lobolo e termina com o acompanhamento
da noiva para casa do noivo.  

2.8. Tipos de casas ou residências

As casas construídas por este povo eram palhotas, feitas de barro e bambus.

Capitulo III: Práticas Sociais Culturais e econômicas

3.1. Práticas Agrícolas


Os Ndaus praticavam a agricultura para o seu sustento, usavam a exada de cabo curto e agua para
a rega das culturas era retirada dos rios.

3.2. Tipos de Alimentação (Tradicional)

Como toda sociedade a comunidade Ndau possui hábitos alimentares baseados no consumo de
milho, arroz, mapira, batata-doce, mandioca, galinhas, bois entre outros.

A alimentação mais prestigiada pelos Ndaus é massa com rã (galinha da àgua), alimentam-se
também de ratazanas, sapo, carne de crocodilo.

A refeição é servida num único prato onde cada membro da família vai poder tirar a refeição
com a mão e molhar no prato onde pode ter massa (xima), ou arroz.
Faz-se uma divisão durante a refeição que consiste em pôr os homens a comer num único prato
enquanto as mulheres comem no outro.

Se a refeição for feita de peixe ou carne nenhum elemento pode tirar antes que o mais velho do
grupo cortá-lo.

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Os Ndaus criam animais que servem para os dias festivos e para a venda principalmente quando
chega alguma visita a família deve matar um animal para mostrar que os hóspedes são bem
recebidos em sua casa.

Quando um animal doméstico morre é preparado para o consumo, nada se deita fora.
Bebidas. A indústria das bebidas alcoólicas é a mais vulgarizada em todas as tribos. Existem dois
tipos de bebidas: as destiladas e as fermentadas.

As bebidas fermentadas são: maheu, sopi (principalmente os Ndaus de Chibabava). Estas bebidas
são preparadas a partir de farinha de milho, mandioca, mapira, sumo de caju ou cana-de-açúcar. 
Das bebidas destiladas os Ndaus consomem a aguardente.

Estas bebidas estão presentes nas grandes festas da família, comunidade, cerimónias fúnebres, e
são sempre acompanhadas de batuques. 

Capitulo IV: Domínio de Símbolos


4.1. Ritos de Mortos

Morte
Geralmente a morte no nosso pais é marcada por muitas crenças, no que diz respeito a causa da
morte, a cerimónia fúnebre e a cerimónia de sétimo dia.

4.2. Ritos por Priaciotarios (depois do funeral)

Sempre que morre alguém na tribo Ndau, alguma personalidade que está por detrás dessa morte.
Nalguns distritos como por exemplo Búzi, quando morre um membro da familia por exemplo o
marido, a família do homem consulta curandeiro (nyamussoro) a causa que levou a morte do
malogrado. Se a mulher for acusada de ter matado o marido, ela terá de pagar um certo valor a
família do marido antes de funeral. A mulher ao entregar dinheiro assume que matou o marido e
pede perdão. Para dar banho ao morto são solicitadas duas pessoas da parte da familia do marido
e outras duas pessoas da familia da mulher. O banho é feito geralmente por velhos, pessoas com
experiencias e usam rituais para lidar com estas situações. Após o banho veste-se ao morto e
embrulha-se com lençol. O caixão.

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4.3. Praticas Magicas ou religiosas

A religião na sociedade tradicional


Na sociedade ndau cada família tem os seus deuses particulares por isso a religião é particularista
da família. A transmissão dos saberes tradicionais é feita por via oral.

É uma religião espiritualista, porque nela está patente a idolatria, a feitiçaria e culto aos
antepassados. Fazem uso da feitiçaria para produzir muito nas suas machambas. 

Doença
Na tribo Ndau, quando adoece alguém, a ideia que lhes parece em mente é a feitiçaria, em vez de
pensar em simples malária, ou qualquer doença e recorrer ao hospital, esta tribo recorre ao
nyamussoro, que é o médico tradicional. Porque é a única salvação no caso de alguma doença
grave, ao passo que os valores são vistos como portadores de maus espíritos, ou seja, valoyi, são
considerados feiticeiros capazes de conjurar forças maléficas para causar prejuízos, sem porém
deterem um potencial de cura.

As danças e canções praticadas pelos Ndaus

Dança
Segundo Nhancalize et al (2002:16) É a sequência de gestos e movimentos corporais simultâneos
dentro de um ritmo musical, expressão rítmica gestual de sentimentos humanos.
A dança é o complexo mecanismo de automatismo psíquico humano permitindo que ela seja
expressão social e individual dos mais diversos sentimentos (religiosos e guerreiro). Esta
expressão do corpo e do espírito favorece a distinção emotiva (catarse) e integração de
personalidade, existe forca de vontade, para o adestramento do corpo e exercício da faculdade
intelectual: percepção e vivência de simbolismo, imaginação. E actividade e riqueza do extinto.

As danças mais praticadas pela tribo Ndau

O povo Ndau pratica quatro danças principais que servem para demonstrar a sua alegria em
relação a um determinado evento.

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Ndhokodo
Ndhokodo é uma das danças originárias e mais comuns do Distrito de Búzi. Ela é praticada por
mulheres e homens de todas as idades. Esta dança pratica-se nos dias festivos, serve para alegrar
os entristecidos e não tem o tempo determinado para a sua prática. Para praticarem esta dança
usam como vestimenta o "ziwale " (saias de folhas de palmeiras), chocalhos (feita de n'thuzi,
muchache) que amarram nas pernas.

Mandoa
Mandoa é uma dança de festa praticada normalmente no mês de Junho depois das festas. Supõe-
se que tenha surgido com os habitantes residentes ao longo do rio Gorongosa, região do mesmo
nome. Na sua execução as dançarinas podem usar qualquer tipo de vestimenta. 

Makuaia
Esta da dança foi desenvolvida por antigos trabalhadores moçambicanos vindos da África do sul.
O regresso dos emigrantes naturais da região do Búzi vindos da África do sul contribuiu para a
afirmação desta dança nas terras moçambicanas. Actualmente a dança é praticada tanto por
adultos assim como por jovens de ambos os sexos.

Usam-se batuques, apitos, chocalhos, peles de gato bravo ou de vaca e folhas de palmeiras
servindo-lhes de saias.

Mukapa
A dança Mukapa é uma das mais célebres principalmente no distrito de Búzi aquando a
realização do festival. Esta é uma dança que envolve certos aspectos ritualizados, com recursos a
curandeiros, os quais também recomendam. No caso em que é praticada por recomendação do
curandeiro faz-se em memória de quem em vida terias praticado esta dança.
Actualmente dança-se sem ter em conta qualquer tipo de cerimónia. Os dançarinos não têm um
traje especial, podendo cada um usar a sua própria roupa.

Canções cantadas pelo povo Ndau


A canção, genericamente o canto num sentido mais amplo segundo Rudolf (1986:35) é todo o
texto que se preste a ser cantado no sentido mais restrito a canção é todo texto poético.
A canção Ndau tem sido viva, sentimental ou maliciosa a mesma versa sobre assuntos populares

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e está intimamente ligada á música maneira de fazer combinar os sons. Algumas canções
serviam para criticar os colonialistas portugueses pelos males que causavam ao povo. Outras têm
uma intenção didáctica e um carácter educativo.

Exemplo de algumas canções   

João lovo lavo                                   João case-se

João mwana lovo lavo                        João filho case-se

Tiwonevo mwana                               queremos ver a sua criança

Ndionewo mwana wake                     para ver o seu neto

Watamba ugueni kulovolavo?          Porquê que não se case?

Yni ndakalovolavo                             eu também casei-me

A mãe pede ao filho para se casar, ter um lar e filhos porque ela quer ter neto. Da está feita,
pergunta ao filho, porquê é que não se casa, pois ela também casou-se.

Sida inonliya

Ukadenguenyeka ka mukazi                      se fores à casa da mulher

n'kulo unotora sida                                      mais velha apanharás Sida

Ukaenda Ka n'kazi mudhoko unofa            se fores a casa da mulher mais nova morreras
Madoda ano denguenheka no                      os mais velhos conquista   

vana wadoko                                                as crianças

Sida aina mutombo                                      sida não tem remédio

Sida inoulaya                                               sida mata

Esta canção, faz apelo à sociedade em geral sobre o perigo do HIV ̸ SIDA. Aconselha aos
homens polígamos, ou os que tem mais de duas esposas para que tenha cuidado porque uma
delas pode ser portadora do Vírus do Sida.  

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Valumbuane                                          jovens

Valumbane yohue                                   oh! Jovens

Valumbuane vobema mbanje                  jovens já fuma suruma

Valumbuane tehapepa                              jovens já bebem nipa

Muana wangu  wolume                            meu único filho

Ndaiti lovolavo                                        queria que te casasses

Ndiwanevo wocadji                                 para ter esposa               

A canção refere-se a tristeza de uma mãe que tem um filho que passa a vida a fumar suruma e a
beber a aguardente. Esta canção aconselha aos jovens a não terem vícios.

 
 
 
 
 
 

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Conclusão
Com o presente trabalho pretendemos discutir e mostrar algumas características de uso e
costumes da etnia "ndau" povo que habita na região sul do continente africano, hoje África
Austral.
E como se pode ver o mesmo trabalho está dividido em partes, onde falamos da origem do povo
"ndau”, localização geográfica, o número de falante, a educação tradicional, a dança e muito
mais.
 Face a dimensão do trabalho, é importante salientar que nos era requerido apresentar muito
mais, e com muitos mais detalhes, pois, não nos foi possível apresentar devido à falta de material
didáctico. Dizer que as nossas bibliotecas carecem de tais materiais.
Contudo, agradecemos imenso a tarefa que é incumbida, pois, permite-nos desenvolver melhor e
praticarmos na íntegra a teoria que temos vindo a receber dos nossos estimados mestres e
investigadores a todos níveis.

                                                                                                                 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Bibliografia
NHANCALIZE, Domingos et al, Canção, Dança e Instrumentos de Música Tradicional nos
distritos de Búzi, Beira: Dondo, e Marromeu: Província de Sofala-1, Casa Provincial de cultura
de Sofala, 2005.

HAGE, Carimo, A educação tradicional em Moçambique, Beira, 2006.


FERREIRA, Manuel, Ritos de Iniciação feminina, África hoje nº3: Lisboa, 1995.

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