NDAU
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Discente:
Elisa Queniasse Ndlovu
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Objectivos
Objectivos Geral
Conhecer os hábitos e costumes da cultura Ndau.
Objectivos Específicos
Identificar as géneses da etnia supracitada, a sua localização e o número de falante.
Caracterizar a educação tradicional e a forma do lobolo dos "Va-ndau".
Mencionar as danças e canções mais praticadas nos "Va-ndau".
Motivação
Com este trabalho pretendemos desmitificar de forma enfusiva, como a etnia ndau ou
simplesmente "Va-ndau" os seus hábitos influencia negativamente para a sociedade
contemporânea. Um dos costumes que mais se destaca é o chamado" levirato" (kunguina utaka)
que estabelece que com a morte do marido a mulher é obrigada a casar com irmão ou tio do
falecido como sinal de manter viva a semente do marido.
Metodologia
Sendo método o conjunto que determina a realização de um objectivo ou o conjunto sequencial
de regras comuns a toda investigação, é a partir deste que materializamos e concretizamos
qualitativamente o trabalho. Para a realização do mesmo recorremos aos seguintes métodos:
Consulta bibliográfica.
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Capitulo I: Localização Geográfica da Etnia Ndau
Ndaus
Os ndaus são um grupo étnico que habita o vale do rio Zambezi, do centro de Moçambique até o
seu litoral, e o leste do Zimbábue, ao sul de Mutare.
Os ancestrais dos ndaus eram guerreiros da Suazilândia que se misturaram com a população
local, constituída etnicamente por manikas, barwes, tewes, nas províncias moçambicanas de
Manica e Sofala. A população local do Zimbábue, antes da chegada dos Gaza Nguni,
descenderia primordialmente de Mbire, próxima à atual Hwedza.
É parte da família lingüística xona, falado nos distritos do sul da província de Sofala, Machanga,
Chibabava, Búzi, bem como em Nhamatanda, Dondo e Beira (Bangwe), assim como em
Machaze e Mossurize, na província de Manica (Danda). Também é falado em Nova Mambone,
no norte da província de Inhambane).
1.2. Mapa
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Capitulo II: Organização Sócio Político
2.1. Autoridade
A Renamo, segundo principal partido político de Moçambique, consegue boa parte de seu apoio
político dos ndaus da província de Sofala (onde seu líder, Dhlakama, nasceu, assim como o
arcebispo católico de Beira), em parte devido às suas condições sócio-econômicas extremamente
precárias, e por sua falta de inclusão dos programas de investimentos financeiros estrangeiros e
de desenvolvimento econômico promovidos pelo partido governante.
É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos são eleitos diretamente pelo povo.
Este é o modelo utilizado na democracia representativa.
O lobolo
No povo Ndau, o casamento é acompanhado pelo lobolo. O lobolo é tradicionalmente
considerado como de elevada importância principalmente para os aspectos sociais, legais e
económicos do casamento. Com a chegada da sociedade mercantilista, o lobolo foi adquirindo
paulatinamente características do negócio. Por isso é de grande importância que a mulher passe
pelo lobolo antes de ir para casa do marido. Depois da independência de Moçambique se
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pretendeu acabar com este costume devido à má interpretação dos políticos de que o lobolo é a
venda de mulher e não só muitos pais argumentarão não poder entregar de graça as filhas uma
vez que também pagaram pela esposa pelo que ficariam prejudicados. O ato de lobolar – é
quando o jovem conversa com os pais da moça sobre sua intenção de casar. No caso de crentes,
os presbíteros, anciões e outros influentes na igreja são convidados para testemunhar ou liderar
esta reunião.
O casamento tradicional
O casamento tradicional é aquele que é celebrado entre os familiares dos noivos e consiste na
observância das regras tradicionais sobre o casamento. No nosso país distinguem-se duas
situações de casamento: matrilinear e patrilinear. Os Ndaus praticam o sistema patrilinear.
Na tribo “Ndau” – o homem costuma ter de 3 a 10 mulheres ou mais. Ele é o centro e toda
família está à sua disposição. Quanto mais mulheres e filhos, maior a força de trabalho.
Principalmente quando são do sexo feminino.
A pressão para o casamento é grande. Quando o filho chega aos 20 anos, os pais querem que
case. Se ele não escolher uma parceira, a família pode “arranjar” alguém. É normal que o casal
vá morar junto sem casar (inclusive crentes).
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O primeiro filho gerado neste casamento é responsável pelos bens de toda família trabalho e
sustentando toda família. Em caso da morte do pai torna-se herdeiro por isso quando casa-se não
sai da casa dos pais cabendo a mulher vir morar com ele.
Educação
É um conjunto de acções, processos, influências e estruturas que intervêm no desenvolvimento
humano de um indivíduo quer na sua relação activa com o meio natural e social ate a sua plena
maturidade.
Vestir a mulher e os filhos, cosendo os panos que ele for a oferece-los. Realizar todos os
trabalhos mais pesados como de construir palhotas, derrubar os campos, caçar, pescar, construir
embarcações esteira, pilão.
Tarefa da mulher
Na etnia ndau a mulher é educada a ser dócil ao marido. Fazer todos os trabalhos domésticos.
A mulher crê que o seu marido não lhe bate é porque não gosta dela e que a esposa que não foi
lobolada não tem valor. Cabe a mulher geral o maior número possível de filhos sob pena de ser
rejeitado, Entregar todos rendimentos monetários ao marido.
Esses ensinamentos são feitos na base de crenças no espírito de defuntos (mitologia) e inclui
certas regras a observar e certas proibições, ensinamentos esses que tem por fim garantir um
comportamento seguro, uma paz e felicidade eficazes de todos os indivíduos da comunidade
onde vivem.
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2.7. Sistema de Parentesco
Na tribo “Ndau” o homem costuma ter de 3 a 10 mulheres ou mais. Ele é o centro de toda
família. Quanto mais mulheres e filhos, maior a força de trabalho. Principalmente quando os
filhos forem do sexo feminino.
O casamento entre os Ndaus inicia com a identificação das necessidades de casamento da parte
do noivo ou dos seus familiares, identificação da futura noiva pelo jovem e̸ ou familiares,
apresentação da proposta de casamento, pagamento do lobolo e termina com o acompanhamento
da noiva para casa do noivo.
As casas construídas por este povo eram palhotas, feitas de barro e bambus.
Como toda sociedade a comunidade Ndau possui hábitos alimentares baseados no consumo de
milho, arroz, mapira, batata-doce, mandioca, galinhas, bois entre outros.
A alimentação mais prestigiada pelos Ndaus é massa com rã (galinha da àgua), alimentam-se
também de ratazanas, sapo, carne de crocodilo.
A refeição é servida num único prato onde cada membro da família vai poder tirar a refeição
com a mão e molhar no prato onde pode ter massa (xima), ou arroz.
Faz-se uma divisão durante a refeição que consiste em pôr os homens a comer num único prato
enquanto as mulheres comem no outro.
Se a refeição for feita de peixe ou carne nenhum elemento pode tirar antes que o mais velho do
grupo cortá-lo.
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Os Ndaus criam animais que servem para os dias festivos e para a venda principalmente quando
chega alguma visita a família deve matar um animal para mostrar que os hóspedes são bem
recebidos em sua casa.
Quando um animal doméstico morre é preparado para o consumo, nada se deita fora.
Bebidas. A indústria das bebidas alcoólicas é a mais vulgarizada em todas as tribos. Existem dois
tipos de bebidas: as destiladas e as fermentadas.
As bebidas fermentadas são: maheu, sopi (principalmente os Ndaus de Chibabava). Estas bebidas
são preparadas a partir de farinha de milho, mandioca, mapira, sumo de caju ou cana-de-açúcar.
Das bebidas destiladas os Ndaus consomem a aguardente.
Estas bebidas estão presentes nas grandes festas da família, comunidade, cerimónias fúnebres, e
são sempre acompanhadas de batuques.
Morte
Geralmente a morte no nosso pais é marcada por muitas crenças, no que diz respeito a causa da
morte, a cerimónia fúnebre e a cerimónia de sétimo dia.
Sempre que morre alguém na tribo Ndau, alguma personalidade que está por detrás dessa morte.
Nalguns distritos como por exemplo Búzi, quando morre um membro da familia por exemplo o
marido, a família do homem consulta curandeiro (nyamussoro) a causa que levou a morte do
malogrado. Se a mulher for acusada de ter matado o marido, ela terá de pagar um certo valor a
família do marido antes de funeral. A mulher ao entregar dinheiro assume que matou o marido e
pede perdão. Para dar banho ao morto são solicitadas duas pessoas da parte da familia do marido
e outras duas pessoas da familia da mulher. O banho é feito geralmente por velhos, pessoas com
experiencias e usam rituais para lidar com estas situações. Após o banho veste-se ao morto e
embrulha-se com lençol. O caixão.
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4.3. Praticas Magicas ou religiosas
É uma religião espiritualista, porque nela está patente a idolatria, a feitiçaria e culto aos
antepassados. Fazem uso da feitiçaria para produzir muito nas suas machambas.
Doença
Na tribo Ndau, quando adoece alguém, a ideia que lhes parece em mente é a feitiçaria, em vez de
pensar em simples malária, ou qualquer doença e recorrer ao hospital, esta tribo recorre ao
nyamussoro, que é o médico tradicional. Porque é a única salvação no caso de alguma doença
grave, ao passo que os valores são vistos como portadores de maus espíritos, ou seja, valoyi, são
considerados feiticeiros capazes de conjurar forças maléficas para causar prejuízos, sem porém
deterem um potencial de cura.
Dança
Segundo Nhancalize et al (2002:16) É a sequência de gestos e movimentos corporais simultâneos
dentro de um ritmo musical, expressão rítmica gestual de sentimentos humanos.
A dança é o complexo mecanismo de automatismo psíquico humano permitindo que ela seja
expressão social e individual dos mais diversos sentimentos (religiosos e guerreiro). Esta
expressão do corpo e do espírito favorece a distinção emotiva (catarse) e integração de
personalidade, existe forca de vontade, para o adestramento do corpo e exercício da faculdade
intelectual: percepção e vivência de simbolismo, imaginação. E actividade e riqueza do extinto.
O povo Ndau pratica quatro danças principais que servem para demonstrar a sua alegria em
relação a um determinado evento.
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Ndhokodo
Ndhokodo é uma das danças originárias e mais comuns do Distrito de Búzi. Ela é praticada por
mulheres e homens de todas as idades. Esta dança pratica-se nos dias festivos, serve para alegrar
os entristecidos e não tem o tempo determinado para a sua prática. Para praticarem esta dança
usam como vestimenta o "ziwale " (saias de folhas de palmeiras), chocalhos (feita de n'thuzi,
muchache) que amarram nas pernas.
Mandoa
Mandoa é uma dança de festa praticada normalmente no mês de Junho depois das festas. Supõe-
se que tenha surgido com os habitantes residentes ao longo do rio Gorongosa, região do mesmo
nome. Na sua execução as dançarinas podem usar qualquer tipo de vestimenta.
Makuaia
Esta da dança foi desenvolvida por antigos trabalhadores moçambicanos vindos da África do sul.
O regresso dos emigrantes naturais da região do Búzi vindos da África do sul contribuiu para a
afirmação desta dança nas terras moçambicanas. Actualmente a dança é praticada tanto por
adultos assim como por jovens de ambos os sexos.
Usam-se batuques, apitos, chocalhos, peles de gato bravo ou de vaca e folhas de palmeiras
servindo-lhes de saias.
Mukapa
A dança Mukapa é uma das mais célebres principalmente no distrito de Búzi aquando a
realização do festival. Esta é uma dança que envolve certos aspectos ritualizados, com recursos a
curandeiros, os quais também recomendam. No caso em que é praticada por recomendação do
curandeiro faz-se em memória de quem em vida terias praticado esta dança.
Actualmente dança-se sem ter em conta qualquer tipo de cerimónia. Os dançarinos não têm um
traje especial, podendo cada um usar a sua própria roupa.
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e está intimamente ligada á música maneira de fazer combinar os sons. Algumas canções
serviam para criticar os colonialistas portugueses pelos males que causavam ao povo. Outras têm
uma intenção didáctica e um carácter educativo.
A mãe pede ao filho para se casar, ter um lar e filhos porque ela quer ter neto. Da está feita,
pergunta ao filho, porquê é que não se casa, pois ela também casou-se.
Sida inonliya
Ukaenda Ka n'kazi mudhoko unofa se fores a casa da mulher mais nova morreras
Madoda ano denguenheka no os mais velhos conquista
Esta canção, faz apelo à sociedade em geral sobre o perigo do HIV ̸ SIDA. Aconselha aos
homens polígamos, ou os que tem mais de duas esposas para que tenha cuidado porque uma
delas pode ser portadora do Vírus do Sida.
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Valumbuane jovens
A canção refere-se a tristeza de uma mãe que tem um filho que passa a vida a fumar suruma e a
beber a aguardente. Esta canção aconselha aos jovens a não terem vícios.
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Conclusão
Com o presente trabalho pretendemos discutir e mostrar algumas características de uso e
costumes da etnia "ndau" povo que habita na região sul do continente africano, hoje África
Austral.
E como se pode ver o mesmo trabalho está dividido em partes, onde falamos da origem do povo
"ndau”, localização geográfica, o número de falante, a educação tradicional, a dança e muito
mais.
Face a dimensão do trabalho, é importante salientar que nos era requerido apresentar muito
mais, e com muitos mais detalhes, pois, não nos foi possível apresentar devido à falta de material
didáctico. Dizer que as nossas bibliotecas carecem de tais materiais.
Contudo, agradecemos imenso a tarefa que é incumbida, pois, permite-nos desenvolver melhor e
praticarmos na íntegra a teoria que temos vindo a receber dos nossos estimados mestres e
investigadores a todos níveis.
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Bibliografia
NHANCALIZE, Domingos et al, Canção, Dança e Instrumentos de Música Tradicional nos
distritos de Búzi, Beira: Dondo, e Marromeu: Província de Sofala-1, Casa Provincial de cultura
de Sofala, 2005.
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