Sistemas Agrários e Níveis de Desenvolvimento

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1.

Introdução

Neste presente trabalho de geografia, vamos abordar sobre os sistemas agrários e níveis de
desenvolvimento, importância da produção agropecuária e problemas derivados da agro-
pecuária.

2. Objectivos
2.1.Objectivos gerais
 Compreender o sistema agrário.

2.2.Objectivos específicos
 Aferir a importância da produção agro-pecuária;
 Identificar os problemas derivados da agro-pecuária.

3. Metodologia

Para a realização deste trabalho, foi por consulta de livros de geografia 12ª Classe, e também o
uso de internet.

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4. Sistemas agrários e níveis de desenvolvimento

A noção de sistema agrário esta associada ao grau de capitalização da actividade, e ao índice da


produtividade, independentemente da área cultivada e/ ou da criação de animais. A expressão
sistemas agrários compreende as formas de utilização do solo, e os processos utilizados pelo
Homem para assegurar o sucesso dessa utilização. Este termo expressa a relação existente entre
as plantas cultivadas e os animais empregues no trabalho ou criados para fins produtivos, a
distribuição destes recursos no interior da exploração, no espaço e no tempo, os métodos
empregues pelo agricultor, indicando maior ou menor intensidade de actividade económica.

Por outras palavras isto quer que o Homem para reproduzir certas plantas, precisa de utilizar uma
certa quantidade de energia física e mental, que é o trabalho. Utiliza também instrumentos de
produção, como a enxada, o arado, o tractor, animais, então, o Homem utiliza técnicas para a
reprodução de plantas e, ainda, o conhecimento que lhe foi transmitido através de gerações:
plantar numa certa época do ano, usar determinado tipo de semente ou muda, aproveitar um tipo
de solo onde é melhor plantar. As técnicas e as tradições que lhe forma transmitidas e de que
dispõe, formam os sistemas agrários.

Sistema agrário é a combinação de técnicas e tradições utilizadas pelo Homem nas suas relações
com a terra rural, para produzir os produtos de que necessita. Dependendo do sistema
económico, do nível técnico-científico, do nível socioeconómico, da disponibilidade de capital,
do tamanho das propriedades rurais e das condições naturais de uma certa região ou pais, existem
vários sistemas agrários.

Uns são ainda primitivos e outros evoluídos. Uns apresentam baixo rendimento, outros grandes
rendimentos. Assim, ao analisar-se dinamicamente os sistemas agrários, há que ter em conta a
produtividade da terra (produção por hectare cultivado), a produtividade do trabalho (produção
em relação ao numero de dias de trabalho empregue) e a produtividade do capital (relação entre a
produção e os investimentos.

Por isso afirma-se que os sistemas agrários estão enquadrados no tipo de economia e no nível de
desenvolvimento da região em que se localizam.

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5. Classificações dos sistemas agrários

Os sistemas agrários podem ser classificados em dois tipos principais:

5.1.Agricultura de subsistência

Destinada a prover de alimentos o agricultor e sua família geralmente praticada em pequenas


propriedades, com técnicas primárias e rendimento baixo, existe em todos os continentes.

5.2.Agricultura comercial

Como o próprio nome diz, é aquela cuja produção (matéria-prima e alimentos) se destina
mercados consumidores. Utiliza técnicas avançadas de produção.

São exemplos de agricultura comercial, as plantações de trigo na Argentina, Estados Unidos,


Canada, e na Rússia; a cana-de-açúcar e o café no Brasil; o cacau no Gana, Nigéria, Costa do
Marfim, Indonésia e Brasil.

Existem vários outros tipos de sistemas agrários intermédios, ou seja, muitos destes apresentam-
se como tipos de transição entre o primeiro e o segundo tipo; no primeiro tipo aplica-se
grandemente os factores da terra e mão-de-obra, enquanto no segundo, há grande utilização de
capital.

Se estivéssemos a fazer um estudo de matiz da Geografia regional, poderíamos ainda classificar


os sistemas agrários de acordo com as grandes regiões, nomeadamente sistemas das regiões
equatoriais e tropicais, sistema das regiões áridas e semi-áridas, sistemas das regiões
temperaturas.

5.3.Agricultura tradicional das regiões tropicais

Nas áreas tropicais e equatoriais do globo terrestre encontram-se muitas populações que
trabalham a terra utilizando métodos muito arcaicos ou antigos. Derrubam a mata, aproveitam as
melhores madeiras e abrem picadas na mata, isolando a parte derrubada da parte restante da
floresta. Colocam fogo na porção derrubada, para limpar o terreno, e fazem a plantação. O
cultivo é realizado sobre as cinzas e entre os troncos queimados. O agricultor utiliza
instrumentos de trabalho rudimentares, como a enxada, a foice, o machado, entre outros

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utensílios. Usa-se geralmente e unicamente a força muscular, pois o baixo nível económico
impede a aquisição de animais e máquinas.

As chuvas nas áreas tropicais e equatoriais lavam o solo, ou seja, as enxurradas transportam as
cinzas e minerais do solo, empobrecendo-o. Depois de dois ou três anos de cultivo, a produção
reduz devido ao rápido esgotamento dos solos. O agricultor abandona essa área e dirige-se para
uma outra onde vai repetir o processo do derrube da mata, queima e plantio.

As características principais deste tipo de agricultura são:

 Elevada percentagem de população agrícola;


 Tarefas agrícolas exclusivamente manuais;
 Produção para autoconsumo;
 Organização das explorações em tipo familiar ou tribal;
 Sistemas policulturais;
 Numero elevado de terras incultas (agricultura extensiva);
 Fracos conhecimentos técnicos;
 Fraco índice de mecanização;
 Fraca ou nula utilização de fertilizantes químicos, de herbicidas e pesticidas.

A agricultura tradicional é dominante na África, Ásia e América Latina, ou seja, no mundo em


desenvolvimento. É contudo em África onde assume o carácter mais arcaico.

5.4.Agriculta itinerante sobre queimada

Pelas suas características, a agricultura itinerante ou de queimadas assemelha-se aquela que foi
praticada pelas comunidades do Neolítico.

Actualmente é praticada na maioria dos países pobres e em vias de desenvolvimento


(principalmente nas suas áreas mais atrasadas); tem-se como exemplos, as florestas da região
equatorial, savanas da África central, América do sul, Indochina e indonésia. Utiliza-se pouca e
fraca tecnologia, não usa adubos químicos e desgasta o solo (queimadas e devastação). Com solo
pouco fértil essa população tende a transferir-se para outras regiões.

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Porque é praticada em regiões onde chove sempre, os solos são lixiviados, ou seja, as águas
arrastam os materiais minerais solúveis (azoto, fósforo, cálcico, potássio), para as profundidades.

Como resultado de elevadas temperaturas, as águas ascendem por capilaridade a superfície,


carapaças lateriticas, cujos fenómenos designa-se latinização, que é típico da região tropical.

A laterização tem como consequência a formação de solos pobres e desprovidos de nutrientes,


sem qualquer possibilidade de fixação de plantas, e susceptíveis de serem continuamente
destruídos devido a erosão hídrica. É esta contínua destruição que os torna inaptos para a
agricultura provocando nos seus utilizadores a necessidade de mudarem de um local para o
outro, mais fértil, dai o termo itinerante ou nómada.

A deslocação dos camponeses para os novos locais exige destes as seguintes actividades:

 A abertura de clareiras nas florestas densas através do corte das árvores, a criação de
quebra - fogos (aceiros) para impedir a propagação do fogo pela floresta;
 O corte de ramos que são espalhados no terreno a cultivar;
 O ateamento do fogo aos ramos no fim do estacão seca para limpar o terreno e obtenção
da cinza;
 Incorporação das cinzas no solo pelas primeiras chuvas, para lhe servirem de fertilizante;
 Mais tarde, o cultivo de varias culturas (policultura), com uma mistura desordenada de
plantas;
 O abandono do solo para outro local, passados dois ou quatro anos, onde a população
abre novas clareiras, repetindo todo o processo.

Nas comunidades onde se pratica este tipo de agricultura, as densidades populacionais são baixas
e o habitat é do tipo agrupado, devido as condições de vida precária, aos trabalhos agrícolas mais
importantes serem comuns e a necessidade de defesa doas animais selvagens ou a laços
sociológicos de sangue.

5.5.Agricultura de sequeiro

Ocorre na África subsariana, em áreas restritas das regiões montanhosas. Este tipo de agricultura
possui técnicas extremamente engenhosas que lhe permitem ser intensiva e assim produzir

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alimento para um grande contingente de pessoas. Se for realizada em locais de baixa densidade
populacional, tendera a ser itinerante.

Esta agricultura é realizada em zonas secas, e esta associada a fortes densidades populacionais na
África tropical, a ela se liga uma exploração completa do terreno, através de um cultivo
permanente dos campos, destinada a valorizar o solo e a produzir o máximo para uma população
fixa.

A vegetação pioneira é destruída permanentemente e substituída por plantas cultivadas.


Emprega-se a estrumação e adubação, o que fixa o campo, renovando rapidamente os elementos
do solo, cansados pelo cultivo. Em muitos casos não se recorre ao pousio, ou então deixa-se o
campo repousar dois ou três anos. Mas este curto pousio não exige necessariamente um
deslocamento dos campos de cultura. Um mesmo terreno deixa sucessivamente um certo número
de parcelas por cultivar, e pode produzir indefinidamente. Os limites destes campos são estáveis
e definidos, o que permite a formação de uma verdadeira paisagem agrária.

5.6.Agricultura da Ásia das Monções e oásis


5.6.1. Agricultura da Ásia das Monções

Nos países do extremo oriente (Japão, correia e China) e nos do sudeste Asiático (Birmânia,
Tailândia, Filipinas, Malásia, Indonésia, Vietname e outros), o arroz é o alimento básico. Este é
cultivado nas planícies e nos deltas dos rios, alem de nas encostas de montanhas. As águas dos
rios Yangtze, Amarelo, Mekong e outros são intensamente aproveitadas para cultura irrigada do
arroz (rizicultura ou orizicultura).

Os agricultores preparam o campo, abrem canais de irrigação, transpiram a terra e constroem


vários canteiros rasos para reter água, separados uns dos outros por saliências. É um trabalho que
exige muita mão-de-obra. Isso é o que não falta no sudeste asiático e na china, pois são locais
densamente povoadas. As fertilidades dos solos mantêm-se e renova-se constantemente graças a
deposição de sedimentos que as águas realizam e a utilização de excrementos animais e
humanos. O trabalho é praticamente manual.

Possuindo duas colheitas anuais de arroz, os agricultores conseguem elevados rendimentos, com
instrumentos de trabalho primitivos. O sistema de agricultura irrigada já é utilizado pelo Homem

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há muito tempo. A população do Egipto utiliza-o desde épocas remotas, servindo-se das águas do
Nilo. A índia utiliza as águas do rio Indo, do Ganges e outros.

5.6.2. Agricultura no oásis

É um tipo de agricultura muito particular que é praticada no Norte da África (deserto do Saara).

É um sistema de policultura, tem extrema diversão de propriedade, possui uma presença


assinavel de árvores, como palmeiras e tamareiras, indispensáveis para a alimentação, sombra e
contenção do avanço das areias do deserto.

Este tipo de agricultura esta fortemente dependente da irrigacao, pois o ambiente desértico, por
natureza, sofre do stress hídrico. A maioria dos oásis resulta da precipitacao que cai nas
montanhas e que origina um rio que recorre a planície deserta. Nas margens desenvolve-se uma
agricultura irrigada devido a presença permanente de agua, como é o caso do rio Nilo, Tigre e
Eufrates. Os oásis mais característicos resultam de uma toalha de agua subterrânea (toalha
freática), como é o caso dos do Saara.

As aguas raras chuvas infiltram-se quando encontram uma camada impermeável acumulam-se,
originando um pequeno lago e desenvolvendo-se um oásis que poderá ter 400 há de área. Se o
aproveitamento da agua se faz a custa de poços, resultam oásis pequenos e de fraco rendimento.
Os poços artesianos podem atingir a toalha a grandes profundidades, e permitem fazer vários
furos, aumentando assim a área de cultivo.

Quando a captação de água se faz por drenagem subterrânea (foggara) os resultados positivos são
totais. Constroem-se galerias que vão captar as aguas a grandes distancias, trazendo-o ate aos
locais desejados, pela força de gravidade.

A agricultura irrigada praticada no oásis destina-se a substituir as chuvas insuficientes ou nulas e


assim permitir cultivar plantas que se desenvolvem normalmente como cultura de sequeiro:
cereais, legumes, algodão e árvores de fruta.

Pratica-se numa grande extensão que abrange a Ásia ocidental seca, incluindo o planalto do
Decão, o vale médio do Ganges e o indo, a Arábia e os países do próximo oriente. Em África, em
toda a zona do Sudão, do saara e dos contrafortes da cadeia do Atlas.

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O grau de secura distingue dois tipos de paisagens: as áreas menos áridas e as áreas áridas. Na
primeira é possível praticar a agricultura de sequeiro juntamente com plantas irrigadas (índia
peninsular); nas regiões propriamente áridas, pratica-se uma agricultura exclusivamente irrigada
que ocupa superfícies escassas e descontinuas dependentes das reservas de água.

6. Importância da produção agropecuária na economia dos países

A agricultura tem por missão alimentar cerca de 7 biliões de seres humanos no planeta terra, e só
uma pequena porção da terra é usada para a prática agrícola. Grande parte das terras é espaços
sem condições para a prática da agricultura (terras polares, altas montanhas, o grande Norte-
Canadá e Sibéria, grandes desertos das baixas latitudes e áreas florestais equatoriais).

Na zona tropical (da África e América Latina) a ocupação do espaço é descontínua e


minuciosamente ocupada na Ásia das monções. Contudo, são os países da região temperada da
Europa e América que mais fazem o aproveitamento do espaço agrícola.

Na Europa Ocidental, a agricultura experimentou profundas transformações logo a seguir a


segunda Guerra Mundial, que se resumiram no seguinte:

 Grande produtividade;
 Especialização em certas áreas de produção;
 Maior integração com a cadeia agro-alimentar. Nas regiões temperadas mediterrâneas, a
antiga trilogia (vinha, trigo, oliveira), vai cedendo aos poucos o seu lugar a culturas
especulativas e mais intensivas.

Os grandes espaços da América do Norte, Austrália e Pampa argentina são fornecedores


exclusivos de cerais e produtores de gado. A grande procura de bens alimentares a nível
internacional desencadeia um comércio de produtos realizados por grandes empresas
multinacionais, sobretudo americanas. Os produtos tropicais dos países em vias de
desenvolvimento do hemisfério sul são vendidos a preços baixos aos países do hemisfério norte.
Os cereais americanos invadem a Europa, Rússia e Japão. A Austrália, África do Sul, Argentina
e o Brasil enviam cereais, carnes congeladas e Laos consumidores do hemisfério norte.

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Esta grande procura de produtos alimentares é em grande medida reflexo do rápido crescimento
do consumo nos países em desenvolvimento e devido a grande explosão demográfica, resultante
do crescimento desmesurado das cidades.

Desde a antiguidade que houve um intercâmbio comercial regular de produtos, como é o caso
dos cereais do Norte de África que abasteciam a cidade capital do Império Romano. Contudo,
apesar do comércio de cereais ser antigo, ele permaneceu marginalizado ate o século XIX, altura
em que a Grã-bretanha adopta o comércio livre de troca de grãos, suprimindo as taxas de
comercialização. A partir deste momento nasceu o comércio internacional de cerais, dando-se
especial importância ao comércio do trigo.

Actualmente são os cereais que estão entre os primeiros produtos agrícolas que alimentam o
comércio internacional. O comércio de cereais aparece imediatamente a seguir ao comércio do
petróleo, café, adubos, estanho e cobre. Mais de 1/5 de frota mundial esta a disposição dos
exportadores para o comércio mundial de cereais.

7. Problemas ambientais decorrentes das actividades agropecuárias e suas


consequências
7.1.Impacto das actividades agropecuárias e suas consequências

A actividade agropecuária desempenha um papel crucial para a Humanidade pois esta


relacionada com a produção de alimentos. Deste modo, esta actividade gera inúmeros impactos,
quer positivos, bem como negativos.

De entre impactos positivos, destacam-se, por exemplo, a melhoria das condições de vida das
populações, o aumento da renda, o emprego e o desenvolvimento local ou regional. No entanto
existem impactos ambientais negativos decorrentes destas actividades como, por exemplo, a
contaminação do solo por defensivos agrícolas (herbicidas, fungicidas e pesticidas),
desmatamento, erosão, entre outros.

A degradação do solo, resultante do desnatamento, pode ser considerada um dos mais


importantes problemas ambientais das actividades agropecuárias na actualidade, em resultado de
praticas inadequadas do maneio agrícola e pecuário. Assim, do ponto de vista agrícola, a erosão é
o processo que consiste no desgaste e consequente arrastamento de partes do solo por accao do

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vento ou agua, colocando os materiais erodidos em locais onde não podem ser aproveitados pela
agricultura. Este processo permite a perda de elementos nutritivos do solo, o que os transforma
em solos estéreis. Os processos erosivos podem atingir proporções alarmantes, podendo gerar
consequências económicas e sociais, como por exemplo, a destruição do património natural,
enormes prejuízos económicos dos cidadãos, da administração publica e das actividades
privadas.

A minimização dos problemas decorrentes da erosão, passam necessariamente por medidas de


controlo dos aspectos referentes aos agentes causadores da erosão, nomeadamente, a
precipitação, os atributos dos solos, acção atrópica, que podem facilitar ou dificultar o processo
erosivo, já as actividades humanas revelam-se como principais dinamizadoras desses processos.

Segundo o programa das Noções Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), uma outra
consequência decorrente do desmatamento o aquecimento global, uma vez que removido o
manto vegetal, este deixa de cumprir com as suas funções de fixador do CO2 emitido, cujas
consequências repercutem-se sobre a economia, saúde e ecossistemas. A rizicultura contribui
igualmente para liberta-se o metano, o chamado gás dos pântanos.

De facto, a actividade agropecuária conduz a substituição da cobertura vegetal natural de grandes


áreas e se realizado um maneiro inadequado do solo, pode originar a degradação dos solos e dos
recursos hídricos. A pecuária impacta negativamente sobre o ambiente, provocando a destruição
das florestas para abertura de pastos e campos para a alimentação do gado tendo diversas
implicações, como o comprometimento da biodiversidade e a promoção dos processos erosivos e
a desertificação. Mas a importância das florestas não se limita a preservação dos recursos
hídricos e absorção de poluentes; as florestas funcionam como acumuladoras de poeiras, e de
CO2 da atmosfera, contribuindo para a regulação do clima global.

Quando as plantas realizam fotossíntese, captam da atmosfera o CO 2, e aproveitam este gás para
a síntese de diferentes moléculas orgânicas, incluindo os seus próprios tecidos. A queima de uma
floresta devolve a atmosfera grande parte deste carbono absorvido pelas plantas. Estudos
mostram que pelo menos 70% das emissões de gases do efeito de estufa estão relacionados com
o desnatamento e a pecuária.

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8. A pecuária e os gases de efeito de estufa.

Os gases do efeito de estufa são principalmente o dióxido de carbono, o metano, os


cloroflúorcarbonetos (CFCs) e os óxidos de nitrogénio. A queima de material orgânico (madeira
e combustíveis fosseis) esta relacionada com a emissão de dióxido do carbono.

O nitrogénio oriundo dos resíduos animais é uma fonte importante de óxido nitroso (N2O).

As emissões de N2O dos solos ocorrem principalmente como consequência da desmitificação a


partir do nitrogénio mineral (N). A desmitificação consiste na redução microbiana do nitrato
(NO3) as formas intermédias de N e as formas gasosas (NO,N 2O, e N2) que são comummente
perdidas para a atmosfera. Estima-se que as emissões actuais globais de N2O pelo Homem sejam
de cerca de 5,7 milhões de toneladas de nitrogénio por ano. As emissões directas por parte dos
animais de criação comercial (principalmente bovinos e suínos) foram estimadas em 1,6 milhões
de toneladas por ano.

A pecuária é igualmente uma das maiores fontes de emissão de gás metano para a atmosfera.

O processo de formação do gás ocorre durante o processo digestivo de fermentação entérica de


animais ruminantes (bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos) sendo o metano subproduto deste
processo e liberto para a atmosfera através da flatulência, arroto e eructação dos animais. Com
efeito, o gado ao consumir capim das pastagens, este fermenta dentro do organismo dos animais.

Nesse processo de fermentação, há emissão de metano pela eructação e pelas fezes e também de
óxido nitroso resultante da decomposição da urina no solo. O metano e o óxido nitroso são gases
que têm um alto potencial para aquecer mais a atmosfera terrestre comparativamente ao dióxido
de carbono.

Portanto, segundo o painel intergovernamental de mudanças climáticas, o sector agro-pecuário


contribui com cerca de 13,5% do total de gases emitidos que contribuem para o aquecimento
global. Um estudo da FAO afirma igualmente que os bovinos geram mais gases de estufa que o
sector dos transportes. Esta entidade aponta ainda ser a principal causa da degradação do solo e
dos recursos hídricos. Para ela, a pecuária é responsável por 9% de todo o CO 2 oriundo das
actividades humanas e 65% do óxido nitroso, que tem 296 vezes mais potencial de aquecimento
global (GPW na sigla inglesa).

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Outra consequência negativa decorrente da pecuária é a erosão dos solos resultante do pisoteio
do gado. Quando o número de cabeças de gado é grande e ultrapassa a capacidade de carga dos
ecossistemas, ocorre por um lado a compactação dos solos em resultado do pisoteio e a erosão,
por outro, se o gado movimentar-se dos locais de pasto para os de abeberamento, atravessando as
veredas dispostas perpendicularmente as curvas de nível.

Relativamente a erosão, o seu combate passa pelo:

Terreceamento, que consiste em fazer cortes, formando degraus nas encostas das montanhas,
para quebrar a velocidade do escoamento da agua e o processo erosivo. Essa técnica é muito
comum em países asiáticos como China, Japão e Tailândia.

Curvas de nível, que consiste em arar o solo e depois fazer a sementeira seguindo as cotas
altimétricas do terreno. O cultivo seguindo as curvas de nível é feito em terrenos de baixo
declive.

Associação de culturas, em que se plantam varias culturas entre uma fileira e outra,
especialmente algumas espécies de leguminosas que recobrem o terreno. Essa técnica alem de
evitar a erosão, garante o equilíbrio ecológico.

Educação ambiental que consiste na sensibilização das comunidades e de todos os profissionais


envolvidos nestas actividades, no sentido de tudo fazerem para evitar acções danosas ao meio
ambiente.

Substituição ou redução da criação de gado bovino por outro menos poluente.

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9. Conclusão

No trabalho de geografia, finalmente concluímos que Sistema agrário é a combinação de técnicas


e tradições utilizadas pelo Homem nas suas relações com a terra rural, para produzir os produtos
de que necessita. Dependendo do sistema económico, do nível técnico-científico, do nível
socioeconómico, da disponibilidade de capital, do tamanho das propriedades rurais e das
condições naturais de uma certa região ou pais, existem vários sistemas agrários. Uns são ainda
primitivos e outros evoluídos. Uns apresentam baixo rendimento, outros grandes rendimentos.
Assim, ao analisar-se dinamicamente os sistemas agrários, há que ter em conta a produtividade
da terra (produção por hectare cultivado), a produtividade do trabalho (produção em relação ao
numero de dias de trabalho empregue) e a produtividade do capital (relação entre a produção e os
investimentos.

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10. Bibliográficas

 Www.google.com/internet
 GEOGE, Pierre, geografia agrícola do mundo, são Paulo, Brasil, Editora DIFEL, 1978.

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................1
2. Objectivos ............................................................................................................................1
2.1. Objectivos gerais ...........................................................................................................1
2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................1
3. Metodologia .........................................................................................................................1
4. Sistemas agrários e níveis de desenvolvimento .....................................................................2
5. Classificações dos sistemas agrários .....................................................................................3
5.1. Agricultura de subsistência............................................................................................3
5.2. Agricultura comercial....................................................................................................3
5.3. Agricultura tradicional das regiões tropicais ..................................................................3
5.4. Agriculta itinerante sobre queimada ..............................................................................4
5.5. Agricultura de sequeiro .................................................................................................5
5.6. Agricultura da Ásia das Monções e oásis .......................................................................6
5.6.1. Agricultura da Ásia das Monções ...........................................................................6
5.6.2. Agricultura no oásis ...............................................................................................7
6. Importância da produção agropecuária na economia dos países ............................................8
7. Problemas ambientais decorrentes das actividades agropecuárias e suas consequências ........9
7.1. Impacto das actividades agropecuárias e suas consequências .........................................9
8. A pecuária e os gases de efeito de estufa. ........................................................................... 11
9. Conclusão .......................................................................................................................... 13
10. Bibliográficas ................................................................................................................. 14

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