Intubação Orotraqueal
Intubação Orotraqueal
Intubação Orotraqueal
1. Acadêmica do Curso de Medicina da Escola RESUMO apenas 44,6% referiram utilização de co-
Paulista de Medicina da Universidade Federal de
São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.
xim suboccipital, sem diferença entre as
2. Doutor, Médico da Disciplina de Emergências Objetivos: Avaliar o conhecimento UTIs. Na ANEST, referiu-se maior uso
Clinicas da Universidade Federal de São Paulo – médico sobre as técnicas de intubação e de bloqueador neuromuscular (p < 0,000)
UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.
3. Médico da Disciplina de Pneumologia da
identificar as práticas mais realizadas. e maior cuidado com estômago cheio (p
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – Métodos: Estudo prospectivo, envol- = 0,002). O conhecimento sobre sequên-
São Paulo (SP), Brasil. vendo três diferentes unidades de terapia cia rápida foi restrito (nota média – 2,20
4. Enfermeiro da Unidade de Terapia Intensiva
da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia
intensiva de um hospital universitário: da ± 0,89, com p = 0,6 entre as unidades de
Intensiva da Universidade Federal de São Paulo – anestesiologia (ANEST), da pneumologia terapia intensiva. A manobra de Sellick era
UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil. (PNEUMO) e do pronto socorro (PS). conhecida por (97,6%), mas 72% usaram-
5. Enfermeiro da Unidade de Terapia Intensiva
da Disciplina de Emergências Clínicas da
Todos os médicos que trabalham nessas na inapropriadamente.
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – unidades e que concordaram em participar Conclusões: O conhecimento médi-
São Paulo (SP), Brasil. do estudo, responderam um questionário co sobre intubação orotraqueal em terapia
6. Enfermeiro da Unidade de Terapia Intensiva
da Disciplina de Pneumologia da Universidade
contendo dados demográficos e questões intensiva não é satisfatório, mesmo entre
Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo sobre intubação orotraqueal. profissionais qualificados para tal procedi-
(SP), Brasil. Resultados: Foram obtidos 85 ques- mento. É necessário avaliar se há concor-
7. Mestre, Médico do Setor de Terapia Intensiva
da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia
tionários (90,42% dos médicos). ANEST dância entre as respostas dos questionários
Intensiva da Universidade Federal de São Paulo – teve maior média de idade (p = 0,001), e as práticas clínicas efetivamente adotadas.
UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil com 43,5% sendo intensivistas. Foi refe-
8. Doutora, Professora Adjunta da Disciplina
de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva da
rido uso da associação hipnótico e opióide Descritores: Intubação orotraqueal;
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – (97,6%) e pré oxigenação (91,8%), mas Conhecimento; Terapia intensiva
São Paulo (SP), Brasil.
presença de via aérea difícil. É importante salientar que todos rio. Considerando-se necessidade de manter o anonimato
os pacientes da UTI, em princípio, devem ser considerados dos participantes e, que a assinatura de um termo de con-
como de risco para aspiração e, portanto, submetidos a in- sentimento livre e esclarecido inviabilizaria a execução do es-
tubação em sequência rápida.(6-9) Nessa, realiza-se o proce- tudo, optou-se por informar aos participantes, no cabeçalho
dimento de maneira mais ágil do que na intubação clássica, do questionário, que o preenchimento do mesmo significaria
com administração do opióide junto com o hipnótico, segui- concordância em participar do estudo.
da pelo bloqueador neuromuscular (BNM) de ação rápida, O questionário utilizado, além dos dados demográficos e
com manobra de Sellick obrigatória e não utilização da ven- características da atividade médica exercida pelo participante,
tilação assistida.(10-12) continha perguntas para avaliar a rotina dos médicos durante
Existem diversos estudos sobre a prática médica de IOTs a intubação e o conhecimento sobre o assunto. Para avaliar
avaliando como as intubações são conduzidas e mostrando a a consistência das perguntas e das respostas, o questionário
falta de padronização na utilização de técnicas de IOT, com passou por um processo de validação, por um profissional
ampla variabilidade individual na prática clínica, tanto em anestesiologista especialista em via aérea difícil. Posteriormen-
emergência(13) como em anestesiologia(14,15) e terapia intensi- te, cinco médicos intensivistas com titulo de especialista pela
va.(1) Em relação à prática de intubação em terapia intensiva, Associação de Medicina Intensiva Brasileira concluíram o
também foram encontrados alguns trabalhos avaliando espe- processo de validação, assinaladas todas as respostas de forma
cificamente complicações em intubações.(1,16,17) Além dessa correta no tempo máximo de 30 minutos.
avaliação prática do procedimento, alguns autores analisaram Os médicos que concordaram em participar do estudo
o conhecimento médico através de questionários.(18-20) Mor- preencheram o questionário durante o expediente de traba-
ris et al.(18) e Thwaites et al.(19) demonstraram haver variações lho. Após o preenchimento o questionário foi colocado em
consideráveis em relação a intubação com sequência rápida um envelope e lacrado. Além disso, foi verificado com a che-
realizada por anestesiologistas. O mesmo ocorreu em relação fia de cada UTI a existência de protocolo próprio de manejo
a médicos residentes de anestesiologia.(20) Outros trabalhos da via aérea, incluindo condutas para via aérea difícil.
mostraram que o conhecimento sobre a realização correta da Os resultados são apresentados de forma descritiva, com o
manobra de Sellick é escasso.(21-23) Na literatura revisada, não percentual de cada uma das opções de resposta. As respostas
foram encontrados trabalhos avaliando o conhecimento teó- rasuradas foram anuladas. No tocante a análise das diferenças
rico em terapia intensiva. entre intubação em sequência rápida ou clássica, para cada
Propôs-se esse estudo para avaliar o conhecimento dos uma das respostas corretas foi alocado um ponto e o somató-
médicos sobre as técnicas de intubação e identificar os proce- rio de pontos foi denominado nota.
dimentos mais comumente adotados em UTIs. Foram feitas comparações entre as diferentes unidades
no tocante aos percentuais encontrados e a nota média, bem
MÉTODOS como as características dos médicos avaliados. As variáveis ca-
tegóricas foram analisadas com teste chi quadrado de Pearson.
Após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hos- As variáveis contínuas, após terem sido submetidas ao teste de
pital São Paulo realizou-se estudo prospectivo com médicos normalidade Shapiro-Wilk, foram expressas como média ±
que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva da Disci- desvio padrão e comparadas usando-se o teste de t de student.
plina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva (ANEST); No tocante as variáveis categóricas do questionário, quando
da Pneumologia (PNEUMO) e do Pronto Socorro (PS) do houve diferença significativa foi realizado chi quadrado bi-
Hospital São Paulo, no período de setembro a dezembro de partido para indicar quais unidades efetivamente diferiam
2008. Essas unidades têm corpo clínico fixo, além de médi- entre si. Utilizou-se o pacote estatístico Epi Info (TM) 3.4.1.
cos residentes em estágios mensais de várias especialidades. e foram considerados estatisticamente significantes valores de
No estudo, foram incluídos apenas os médicos fixos e os p < 0.05.
residentes de terapia intensiva, clínica médica e pneumolo-
gia que cumpriram estágio respectivamente na ANEST, PS RESULTADOS
e PNEUMO. Foram excluídos os residentes das demais es-
pecialidades. Os médicos residentes de anestesiologia foram No grupo ANEST foram incluídos 46 médicos de um
excluídos da análise da ANEST para que não houvesse um total de 48 médicos (95,83%), desses 12 eram médicos re-
viés de seleção, pois esses médicos têm formação específica sidentes não vinculados a anestesia (26,1%). No PS foram
diferenciada no quesito analisado. incluídos 22 médicos (95,65% do total de médicos), sendo
O estudo foi feito através da aplicação de um questioná- 15 médicos residentes (68,2%) e na PNEUMO 17 médicos
(77,27% do total de médicos), sendo 16 residentes (94,11%). Além disso, 43,5% dos médicos da ANEST têm o título de
Assim, foram incluídos na casuística 90,42% dos médicos especialista em terapia intensiva (5,9% e 9,1%, de PNEU-
que trabalham nas UTIs. MO e PS, p = 0,001) e 77,3% já fizeram curso sobre via aérea
Médicos da ANEST são significativamente mais velhos difícil (11,8% e 9,1%, PNEUMO e PS, p < 0,000). Esses
que os das outras UTIs (média de idade - 33,6±4,6, 29,2±6,3 profissionais dedicam-se mais horas por semana à prática em
e 29,6±5,0 para ANEST, PNEUMO e PS, respectivamente, UTI (41,3% dos médicos na ANEST trabalham mais de 60
p = 0,001). Da mesma forma, houve diferença significativa horas, sendo 11,8% na PNEUMO para mesma carga horá-
no tocante ao tempo de formatura (9,5 ± 4,5, 4,7 ± 6,6 e ria e 15,0% no PS, com p = 0,002), ao contrário da prática
4,6 ± 5,5 para ANEST, PNEUMO e PS, respectivamente, em pronto socorro (ANEST 34,8%, PNEUMO 81,3% e PS
com p = 0,003), refletindo, portanto, na maior proporção 86,4%, com p < 0,000). Os dados sobre as características da
de residentes nas outras UTIs (26,1%, 94,1% e 68,2%, para população e os valores de p para os testes de comparação múl-
ANEST, PNEUMO e PS, respectivamente, com p< 0,000). tipla se encontram na tabela 1.
ANEST e PS têm seus próprios protocolos de via aé- com p=0,002) e o uso de BNM na realização das IOTs
rea e são de conhecimento de, respectivamente, 97,8% e (65,2%, 17,6% e 27,3% para ANEST, PNEUMO e PS,
22,7% dos seus médicos. Entre os que conhecem o proto- respectivamente, com p<0,000).
colo, o mesmo foi considerado como facilmente acessível Apesar de a maioria dos médicos assinalar que
por 70,5% dos médicos da ANEST e por 20% dos médi- sabe as diferenças entre intubação em sequência rápi-
cos da PS. Além disso, na ANEST é do conhecimento da da e intubação clássica (93,3%, 70,6% e 90,9% para
maioria dos profissionais a existência de dispositivos para ANEST, PNEUMO e PS, respectivamente, com p =
via aérea difícil na unidade (95,6%), diferentemente das 0,042), eles não souberam indicar corretamente essas
outras que não possuem esses dispositivos ou os médicos diferenças (nota média – 2,28 ± 0,92, 2,08 ± 0,90 e
ignoram a sua existência. 2,10 ± 0,85 para ANEST, PNEUMO e PS, respectiva-
Algumas práticas clínicas hoje recomendadas para a mente, com p = 0,6). O não uso da ventilação assistida
IOT foram mencionadas pela maioria dos médicos das antes da primeira tentativa de intubação na sequência
UTIs, como o uso associado do hipnótico e do opióide rápida foi apontado como diferença por apenas 20,3%
(97,6%) e a pré oxigenação (91,8%). Midazolam foi o dos médicos. A redução no intervalo das medicações
hipnótico preferido (61,2%), porém, etomidato teve seu foi assinalada como diferença por 51,3% dos profis-
uso mais citado por médicos da ANEST (40%, 5,9% e sionais. Os médicos indicaram a manobra de Sellick
27,3% para ANEST, PNEUMO e PS, respectivamente obrigatória como uma diferença entre a intubação em
com p=0,01). A infusão inicial de opióides, seguida de sequência rápida e clássica em 57,1% dos casos. O uso
hipnótico e, posteriormente, de BNM foi a ordem cita- do BNM de ação rápida também foi assinalado pela
da como usada por 75% dos médicos da ANEST, versus maioria dos médicos (83,8%) como uma diferença en-
35,3% da PNEUMO e 68,2% da PS. A não utilização de tre as duas maneiras de intubação, o que pode explicar
medicações extra, como lidocaína, beta bloqueador, me- o motivo da succinilcolina ser a primeira escolha pelos
toclopramida e ranitidina, foi mencionada por 73% dos profissionais (76,9%).
profissionais. Quase 100% dos médicos conhecem a manobra de
O coxim suboccipital é usado em 44,6% das IOTs, sem Sellick, porém, apenas 15,4% usam-na no momento cor-
diferenças entre UTIs (p = 0,1). Algumas práticas preco- reto e somente 28,0% até a IOT ser apropriadamente che-
nizadas no protocolo de via aérea difícil, porém, são mais cada. Outros dados referentes ao conhecimento médico
adotadas pelos médicos da ANEST, como a considerar o e a prática sobre IOT nas diversas UTIs, bem como os
paciente de UTI como de estômago cheio (34,8%, 11,8% valores de p das análises de comparação múltipla, podem
e 9,5% para ANEST, PNEUMO e PS, respectivamente, ser encontrados nas tabelas 2 a 5.
Tabela 2 - Avaliação do conhecimento e prática médica geral quanto à intubação orotraqueal por unidade de terapia intensiva
Variável ANEST (N=46) PNEUMO (N=17) PS (N=22) Valor de p
Pré-oxigenação 40 (87,0) 16 (94,1) 22 (100) 0,55
Presença de estômago cheio 16 (34,8) 2 (11,8) 2 (9,5) 0,002 (PNEUMO)
<0,0001 (PS)
Checagem mais escolhida 0,67
Visualização pregas vocais 21 (47,7) 11 (68,8) 11 (50)
Visualização expansão tórax 1 (2,3) 0 0
Ausculta pulmonar 20 (45,5) 5 (31,3) 9 (40,9)
Capnógrafo 2 (4,5) 0 2 (9,1)
Vapor no tubo 0 0 0
Resultados expressos em número(%). Chi-quadrado. Quando o nível de significância foi menor que 0,05 na análise global, os valores de p expressam
a comparação das unidades indicadas com a unidade ANEST no teste de comparação múltipla. UTI – unidade de terapia intensiva. ANEST – UTI
da Anestesiologia; PNEUMO – UTI da Pneumologia; PS – UTI do pronto socorro.
Tabela 3 - Utilização de medicações durante o processo de intubação nas diversas unidades de terapia intensiva
Variável ANEST (N =46) PNEUMO (N =17) PS (N 22) Valor de p
Uso de opióide 45 (97,8) 16 (94,1) 22 (100) 0,48
Uso de hipnótico 46 (100 17 (100) 22 (100) 0,54
Hipnótico escolhido 0,01
Propofol 6 (13,32) 2 (11,1) 0
Midazolam 1 (46,7) 15 (83,3) 16 (72,7)
Etomidato 18 (40,0 1 (5,5) 6 (27,3)
Uso de BNM 30 (65,2) 3 (17,6) 6 (27,3) 0,001 (PNEUMO)
0,003 (PS)
Uso de BNM, % <0,0001
Menos de 25% 1 (3,4) 1 (33,3) 2 (33,3)
25 a 50% 6 (20,7) 1 (33,3) 1 (16,7)
50 a 75% 3 (10,3) 1 (33,3) 1 (16,7)
Mais de 75% 6 (20,7) 0 0
Todas as vezes 13 (44,8) 0 2 (33,3)
BNM mais escolhido 0,002
Succinilcolina 23 (76,7) 3 (100) 4 (66,7)
Rocurônio 5 (16,7) 0 0
Atracúrio 1 (3,3) 0 0
Pancurônio 1 (3,3) 0 2 (33,3)
Motivo de escolha BNM <0,0001
Duração 14 (37,8) 2 (28,6) 5 (35,7)
Início de ação 15 (40,5) 1 (14,3) 6 (42,9)
Efeitos colaterais 11 (2,7) 1 (14,3) 2 (14,3)
Previsão de dificuldade 5 (13,5) 1 (14,3) 0
Praticidade de diluição 0 1 (14,3) 0
Disponibilidade 2 (5,4) 1 (14,3) 1 (7,1)
Ordem da medicação 0,18
Hipnotico/opioide/BNM 10 (22,7) 5 (29,4) 4 (18,2)
Opioide/hipnótico/BNM 33 (75) 6 (35,3) 15 (68,2)
Opioide+Hipnotico/BNM,SN 1 (2,3) 3 (17,6) 2 (9,1)
Outros 0 3 (17,6) 1 (4,5)
Uso de medicação extra 0,001
Lidocaína 4 (9,8) 0 2 (9,5)
Beta bloqueador 0 0 0
Metoclopramida 5 (10,9) 0 1 (4,7)
Ranitidina 4 (8,7) 0 0
ANEST – UTI da Anestesiologia; PNEUMO – UTI da Pneumologia; PS – UTI do pronto socorro; BNM – bloqueador neuromuscular; IOT – in-
tubação orotraqueal; SN – se necessário. Resultados expressos em número (%). Chi-quadrado. Quando o nível de significância foi menor que 0,05
na análise global, os valores de p expressam a comparação das unidades indicadas com a unidade ANEST no teste de comparação múltipla.
Tabela 4 - Avaliação da disponibilidade de protocolo de via aérea e conhecimento e pratica sobre via aérea difícil nas unidades
de terapia intensiva
Variável ANEST (N =46) PNEUMO (N =17) PS (N =22) Valor de p
Protocolo na UTI 44 (97,8) 1 (5,9) 5 (22,7) <0,0001
Conhecimento do protocolo 42 (95,5) 0 4 (80,0) <0,000 (PNEUMO)
0,54 (PS)
Acesso ao protocolo 31 (70,5) 1 (100) 1 (20,0) 0,65 (PNEUMO)
0,02 (PS)
Material para VAD na UTI 43 (95,6) 1 (5,9) 2 (9,1) <0,0001
Uso de coxim suboccipital <0,0001
Sempre 23 (51,1) 6 (35,3) 8 (38,1)
Apenas pacientes de VAD 16 (33,3) 6 (35,3) 3 (14,3)
Apenas se necessário 6 (13,3 5 (29,4) 10 (47,6)
Nunca, mas sabe a função 0 0 0
Não sabe a função 0 0 0
Curso de VAD 34 (77,3) 2 (11,8) 2 (9,1) <0,0001
ANEST – UTI da Anestesiologia; PNEUMO – UTI da Pneumologia; PS – UTI do pronto socorro; VAD – via aérea difícil; UTI – unidade de tera-
pia intensiva. Resultados expressos em número (%). Chi-quadrado. Quando o nível de significância foi menor que 0,05 na análise global, os valores
de p expressam a comparação das unidades indicadas com a unidade ANEST no teste de comparação múltipla.
Tabela 5 - Avaliação do conhecimento sobre intubação clássica ou em sequência rápida nas unidades de terapia intensiva
Variável ANEST (N =46) PNEUMO (N =17) PS (N =22) Valor de p
Conhece sequência rápida 42 (93,3) 12 (70,6) 20 (90,9) 0,02 (PNEUMO)
0,43 (PS)
Diferenças entre as IOTs
Compressão laríngea 17 (40,5) 3 (25,0) 6 (30,0) 0,52
BNM de ação rápida 32 (76,2) 12 (100) 18 (90,0) 0,09
Uso de metoclopramida 11 (26,2) 2 (16,7) 12 (60,0) 0,54
Sellick obrigatoriamente 32 (76,2) 4 (33,3) 0 0,01 (PNEUMO)
0,45 (PS)
Pré oxigenação 22 (52,4) 10 (83,3) 13 (65,0) 0,13
Não uso de ventilação assistida 11 (26,2) 2 (16,7) 2 (10,0) 0,315
Uso de antiácido 1 (16,7) 0 0 0,05
Redução dos intervalos 21 (50,0) 7 (58,3) 10 (50,0) 0,87
Respostas erradas (n) <0,0001
0 9 (21,4) 0 6 (30,0)
1 16 (38,1) 9 (75,0) 6 (30,0)
2 11 (26,2) 3 (25,0) 8 (40,0)
3 5 (11,9) 0 0
4 1 (2,4) 0 0
Nota* 2,28±0,92 2,08±0,81 2,10±0,73 0,66
Utiliza Sellick 44 (100) 15 (93,8) 21 (95,5) 0,28
Quando realiza 0,32
Paciente acordado 1 (2,3) 0 0
Paciente sonolento 5 (11,6) 5 (35,7) 2 (9,5)
Após perda da consciência 36 (83,7) 9 (64,3) 19 (90,5)
Início do opióide 1 (2,3) 0 0
Quando libera manobra 0,15
Visualização de pregas 1 (2,3) 1 (6,3) 2 (9,1)
Tubo na traquéia 17 (38,6) 9 (56,3) 15 (68,2)
Balonete insuflado 11 (25,0) 2 (12,5) 1 (4,5)
IOT checada 14 (34,1) 4 (25,0) 4 (18,2)
ANEST – UTI da Anestesiologia; PNEUMO – UTI da Pneumologia; PS – UTI do pronto socorro; IOT – intubação orotraqueal; BNM – blo-
queador neuromuscular; NS – não significativo. Resultados expressos em número(%), exceto * expresso em média±desvio padrão. Chi-quadrado e
t-student. Quando o nível de significância foi menor que 0,05 na análise global, os valores de p expressam a comparação das unidades indicadas com
a unidade ANEST no teste de comparação múltipla.
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