Adeus A Berlim

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Adeus a Berlim

Criação colectiva baseada na obra homónima de Christopher Isherwood

Introdução ao Projecto:
Esta é uma proposta para a Produção 1 do curso de Teatro da ESMAE para o ano lectivo
2020/2021. É uma criação colectiva, site-specific e imersiva liderada pelo Professor Doutor
Jorge Balça que recria a atmosfera transgressiva, boémia e efervescente da noite de Berlim
durante os últimos anos da República de Weimar.

Esta realidade nocturna de escapismo e liberdade contrasta com uma realidade diurna de
hiperinflação, desemprego crescente, salários baixos e anti-semitismo. Estas forças
socioeconómicas criam as condições perfeitas para o estabelecimento e propagação de
sentimentos populistas de extrema direita que viriam a tornar possível o regime nazi. Mas é
exactamente sob esta ameaça galopante, e em oposição a ela, que o cabaret dos anos 20 e
30 em Berlim se torna num dos ecossistemas artísticos mais férteis e variados do século XX.

A espelhar esta variedade, o processo de devising partirá de uma selecção de fontes


igualmente variada:

• Adeus a Berlim (Isherwood 2011) romance de Christopher Isherwood (fonte principal


e coluna vertebral da construção narrativa);
• I Am a Camera (Van Druten 1995) peça em 3 actos de John Van Druten;
• Música de diversos autores/compositores (eg Kurt Weill, Friederich Hollaender,
Mischa Spoliansky…);
• Christopher and His Kind (Sax 2011) telefilme de Geoffrey Sax;
• e outros…

Esta lista está necessariamente incompleta e caberá ao elenco, e às equipas técnica e criativa
encontrar outras fontes, trabalhá-las, traduzi-las, adaptá-las e inseri-las na produção.

Sinopse de Adeus a Berlim:


Em Adeus a Berlim, Christopher Isherwood mistura realidade e ficção ao apresentar o leitor a um
elenco de personagens extraordinárias. Neste mundo de glamour e excessos, sob a ameaça Nazi,
conhecemos Natalia Landauer, uma herdeira milionária judia, Peter e Otto, um casal gay, a Fraulein
Schroeder, a senhoria, e a divinamente decadente Sally Bowles, uma menina bem Inglesa que ‘fugiu’
para Berlim.
Proposta de Encenação
A encenação propõe-se a criar um ambiente totalmente imersivo em que o público entra num cabaret
dos anos 30 em Berlim. O elenco será responsável por fazer o espaço funcionar enquanto um clube
de porta fechada, com bar, espectáculo com música ao vivo, serviço de mesa, gerência e clientes. O
público funciona como elemento activo no espectáculo e é convidado a comprar bebidas (com
dinheiro Português do século XXI), a conversar com os habitantes deste mundo (as personagens, não
os alunos-actores) e a participar activamente em cenas e/ou actividades que o espectáculo propõe.
Exemplos poderão (mas não têm de) incluir aulas de charleston, ler poesia, separar uma zaragata,
responder às autoridades durante/após uma rusga pelas forças nazis…

O espectáculo, para além da criação de um mundo que funciona como pano de fundo (e que para tal
terá de ter personagens presentes a habitá-lo e a fazê-lo funcionar), terá dois tipos de cenas:

• Cenas que, neste mundo dramático, estão a acontecer de verdade. Cenas que, fazendo parte
da narrativa, contam uma história (não necessariamente linear) e que podem acontecer no
espaço principal (eg pista de dança ou balcão do bar) ou num espaço restrito ao qual só um
número reduzido de membros do público poderá assistir (eg área externa para fumadores ou
camarins). Cenas reservadas para apenas um ou dois membros do público são uma
possibilidade. A história, fragmentada, é apresentada de forma diferente a diferentes
elementos do público. Para ter toda a informação, o público terá de ver o espectáculo várias
vezes ou de conversar acerca do que viu com outros membros do público que terão visto
outros fragmentos. Todas estas cenas são representadas num estilo naturalista;
• Cenas que, neste mundo dramático, estão a ser representadas para o público. Uma
pantomima, uma música, um número de dança, transformismo ou malabarismo… todas estas
cenas assumidamente teatrais (e conscientes da sua teatralidade) são apresentadas num
estilo estilizado, expressionista, grotesco e Meyerholdiano.

Conteúdos Pedagógicos:
• Devising;
• Performance imersiva, contínua e circular;
• Meyerhold e Biomecânica;
• Canto e/ou instrumento e/ou dança;
• Improvisação;
• Análise literária;
• Investigação histórica e antropológica;
• Técnicas de Adaptação.

Obras citadas:
Isherwood, C. (2011). Adeus a Berlim. Lisboa, PT: Quetzal Editores.
Sax, G. (2011). Christopher and His Kind [Telefilme]. London, UK: Mammoth Screen.
Van Druten, John (1995). I Am a Camera. London, UK: Josef Weinberger Ltd.

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