Literatura Portuguesa e Brasileira
Literatura Portuguesa e Brasileira
Literatura Portuguesa e Brasileira
Para explicar a sua origem há quatro teses sistematizadas e expostas pelo Prof. M.
Rodrigues Lapa:
Tese folclórica – explica o nascimento da poesia trovadoresca a partir das festas pagãs
de Maio, da Primavera e dos cultos de Vénus, Baco e das divindades ligadas à vida.
Tese litúrgica – defende que esta poesia é uma derivação da poesia religiosa, com
origem na poesia hebraica e que o culto à Virgem Maria estaria na base do culto da
mulher, da veneração do trovador perante a dama cantada. Tratar-se-ia da profanação da
poesia litúrgica a que não seriam alheias as romarias e peregrinações religiosas,
especialmente a de Santiago de Compostela.
Embora a origem conserve algum mistério, parece que a hipótese mais provável
pressupõe a combinação da tese folclórica e da tese litúrgica.
Segrel → cavaleiro-trovador que andava de corte em corte (era da baixa estirpe e fazia-
se acompanhar de um jogral ou substituía-o). Na poesia trovadoresca galego-
portuguesa, a função do segrel aproxima-se da do jogral, visto que, além de executante e
de cantor, sabia compor cantigas.
Finda → estrofe curta (geralmente constituída por três versos) que serve de remate e em
que o poeta sintetiza o assunto da composição.
As cantigas de amor são aquelas em que o poeta exprime os seus sentimentos por uma
dama, reflectindo a maioria das vezes um amor infeliz, incompreendido e insatisfeito.
Perante a senhor, o poeta apaixonado humilha-se, suplica e adora como um vassalo o
seu suserano. Frequentemente diz só lhe restar morrer de amor ao aperceber-se da
indiferença, frieza e distanciamento da amada. Essas cantigas revelam influência
Eu-lírico masculino: é sempre o trovador que fala a sua senhor 1, sem jamais
revelar-lhe o nome;
1
Senhor: na época dessas cantigas era invariável aos dois géneros.
O amor cortês apresenta-se como ideal, como aspiração que não tende à relação
sexual, mas surge como estado de espírito que deve ser alimentado...; pode-se
definir, de acordo com a teoria platónica, como ideia pura;
Cantiga de mestria → segue a canso provençal e pode terminar com uma finda ou
tornada. Admite dobre, mozdobre, ata-finda e verso perdudo.
Lais → canção narrativa de carácter lírico, não pertence exatamente às cantigas de amor.
Tenção → com discussão de uma questão de amor. Cantiga em que se confrontam dois
trovadores, sendo por isso ambos os autores da composição.
- Cada trovador tem uma estrofe alternadamente em que há uma disputa entre os dois;
- Se houver finda na canção, então serão duas, uma para cada trovador.
As cantigas de amigo são aquelas em que o trovador expressa, pela boca de uma
donzela, a menina, os sentimentos que supõe que esta sente em relação ao amado e os
estados emocionais experimentados por ela, que padeceria a paixão amorosa – a coita3
de amor. As cantigas de amigo têm origem na própria Península Ibérica. São, portanto,
de origem popular.
As alvas, ou albas, são as cantigas em que aparece o romper do dia, a alvorada, como
momento de separação e despedida de dois apaixonados
Daí a importância que nelas tem o aspecto musical realçado pelo paralelismo e
existência indispensável do refrão. Ao contrário das anteriores, em que o tom é triste, o
tema é a alegria de viver e amar.
Pastorela, cantiga de origem provençal, geralmente iniciada pela fala do cavaleiro que
declara o seu amor a uma pastora. Este género, entre nós, adquiriu algumas
características das cantigas de amigo – ambiente rústico, simplicidade da donzela –,
pelo que se integram, habitualmente, neste género de composições trovadorescas.
Cantiga de mestria → cantiga de influência provençal, sem refrão, que evita repetições e
com frequência tem três coblas ou estrofes regulares.
Cantiga dialogada ou tenção → com diálogo da donzela com a mãe, amigas, irmã,
natureza personificada.
São cantigas satíricas (picantes, maliciosas) que expressam o modo de vida dos
ambientes dissolutos (ambientes libertinos, licenciosos) e documentam a vida boêmia
do ambiente trovadoresco. A linguagem admite expressões licenciosas e chulas (de
baixo calão, palavrões) e documenta os meios populares daquele tempo, quando havia
os jograis de má vida e o acompanhamento de soldadeiras (mulheres a soldo,
prostitutas) que são retratadas.
Verso é cada linha de uma composição poética que pode ter sentido completo ou
não, e é dotado de um ritmo e cadência (musicalidade) determinados.
Estrofe é o conjunto de versos que formam uma unidade gráfica e sentido num
poema.
Monóstico 1 Verso
Dístico 2 Versos
Terceto 3 Versos
Quadra 4 Versos
Quintilha 5 Versos
Sextilha 6 Versos
Sétima 7 Versos
Oitava 8 Versos
Nona 9 Versos
Décima 10 Versos
Rima
A rima consiste na semelhança de sons, normalmente nas sílabas finais dos versos
(Homofonia externa). A rima tem vários tipos de classificações:
Quanto à sonoridade
Quanto ao valor (riqueza, categoria)
Quanto à posição no poema
Quanto à tonalidade.
Esquema rimático -atribui-se uma letra a cada rima (som), pela ordem das letras do
alfabeto.
Métrica
Atenção:
Exemplo:
Monossílabo 1 Sílaba
Dissílabo 2 Sílabas
Trissílabo 3 Sílabas
Tetrassílabo 4 Sílabas
Octossílabo 8 Sílabas
Eneassílabo 9 Sílabas
Decassílabo 10 Sílabas
Hendecassílabo 11 Sílabas
Exemplificando:
Tipos de Metonímia
Exemplos: Ela adora “ler Jorge Amado”. Neste caso o nome da obra é suprimido do
texto, ou seja é substituído pelo nome do autor. Entendemos que nem Jorge Amado é
lido, mas sim seu livro.
Exemplos: Os meninos comeram dois “pratos” no jantar. Todos sabemos que não é
possível ingerirmos “pratos”. O que acontece é que nos alimentamos do conteúdo destes
recipientes. O continente que é a embalagem foi trocado pelo produto (conteúdo).
Exemplos: “Thomas Edison” iluminou o mundo. Nesta frase notamos que o nome do
inventor substitui o invento. Thomas Edison inventou a luz eléctrica. Quem ilumina é a
lâmpada eléctrica descoberta por ele.
Exemplos: Não resisti aos apelos daquela “meiguice4”. Meiguice indica uma pessoa
meiga, singela.
Exemplo: Pela “cruz” vencerás. A cruz simboliza a fé do cristão, sua crença e confiança
em Deus.
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Meiguice: Sentimento, acção, comportamento que expressa afeição; em que há ou demonstra
carinho; afabilidade.
Exemplo: O homem ficou rico por “meios ilícitos”. – A expressão destacada substitui o
verbo “roubar”. Desta vez você “não se deu bem” nas provas. (Foi reprovado, errou
quase tudo).
Anáfora é a figura da repetição. Ocorre quando uma mesma palavra ou várias, são
repetidas sucessivamente, no começo de orações, períodos, ou em versos. A repetição
tem o objectivo de dar ênfase e tornar mais expressiva a mensagem.
Exemplo: O cheiro doce e verde do capim trazia recordações da fazenda, para onde
nunca mais retornou, (cheiro = sensação olfactiva; doce = sensação gustativa; verde =
sensação visual).
O sol se arretirou
Exemplo: “Cada vez que você interrompe seu colega, sem pedir licença, percebo como
é bem-educado”. Percebe-se que, se alguém interrompe sem pedir licença não é bem-
educado, portanto, neste exemplo há inversão de sentido das duas expressões
destacadas.
A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras, que
acompanhavam a evolução politica e económica do país: a era colonial e era Nacional,
separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação politica do
Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas de escolas literárias ou estilos de
época. Dessa, temos:
Quinhentismo brasileiro
Momento histórico
A literatura informativa
Foi criada pelos jesuítas, isto é, pelos membros da organização católica companhia de
Jesus e era voltada principalmente para o trabalho de catequese. Com o propósito de
catequisar aos povos indígenas e, mais tarde, ao serviço da contra-reforma católica, os
jesuítas logo sedo se fizeram presentes em terras brasileiras. Marcaram essa presença
Setecentismo ou Barroco
Características do Barroco
O estilo barroco nasceu da crise dos valores renascentista, ocasionada pelas lutas
religiosas e pelas dificuldades económicas decorrentes da falência do comércio co o
Oriente. Assim, destacam-se, como características da literatura barroca:
Romantismo
Romantismo no Brasil
Características do romantismo