Qual É Sua Graça, Palhaço
Qual É Sua Graça, Palhaço
Qual É Sua Graça, Palhaço
MARINGÁ
2019
MARCEL GIMENES MATIAZI
MARINGÁ
2019
MARCEL GIMENES MATIAZI
COMISSÃO EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
___________________________________________
Profª Drª Paula Carolina Teixeira Marroni
___________________________________________
Profª Esp. Patricia Dena Guimarães
MARINGÁ
2019
QUAL É SUA GRAÇA, PALHAÇO?
Os artistas/palhaços na cidade de Maringá: riso e comicidade em foco
Resumo: O presente artigo teve como objetivo registrar os palhaços e grupos que atuam na
cidade de Maringá, bem como compreender as linhas de trabalho e pesquisa desenvolvidas
por esses atores com relação ao riso e a comicidade. A pesquisa foi desenvolvida em duas
etapas, primeiro foi aplicado um questionário a trinta palhaços e na sequência cinco destes
participantes foram selecionados para uma entrevista, a escolha se deu por representatividade
no contexto da cidade e tempo de trabalho. Os resultados encontrados foram analisados a
partir de elementos da Análise de Conteúdo de Bardin (2011). Foi possível concluir que
Maringá é uma cidade com um número expressivo de palhaços. Além disso, constatamos
junto aos entrevistados que eles trazem uma forte relação com a figura da criança, buscando
na espontaneidade e inocência dela, a inspiração para seus palhaços. Percebemos que é
necessário um estudo constante, para conseguir acessar o “estado de graça” que é onde vive o
palhaço. Um estudo dos gestos para chegar a um corpo expressivo sem a necessidade da fala.
A improvisação através do olhar do palhaço, que atento a tudo, consegue sempre ser original,
interagir com o público e, com seu lado mais humano, despertar o riso.
Abstract: This article aims to register the clowns and groups that act on Maringá city, as well
as to understand the work and research carried out by these actors in relation to the laughter
and the comic. A research was developed in two stages, the first one was applied a quiz for
thirty clowns and in the sequence five of the selected participants were selected for an
interview, in which case they were selected by representation of the context in the city and the
work time. The results found were related to the theoretical reference on the laughter and the
clownery and analyzed based on elements of Bardin Context Analysis (2011). In order to
conclude that Maringá is a city with expressive number of clowns, this possibly owing to the
increase in courses and training in recent years on the subject, as well as interest of people
that we should use as a figure of clown as a resource. We realize that more and more the
clown is a social agent, capable of restoring child purity and innocence for adults and that it is
counted as essential for us to recognize ourselves as human beings, with our defects and
limitations, and laugh with the clown, because relaxing and playing we live much better..
Resumen: Este artículo tuvo como objetivo registrar a los payasos y grupos que trabajan en la
ciudad de Maringá, así como comprender las líneas de trabajo e investigación desarrolladas
por estos actores con respecto a la risa y la comicidad. La investigación se desarrolló en dos
etapas, primero se aplicó un cuestionario a treinta payasos y, luego de seleccionar a cinco de
estos participantes para una entrevista, la elección se hizo por representatividad en el contexto
de la ciudad y el tiempo de trabajo. Los resultados se relacionaron con el marco teórico sobre
la risa y la payasaria y se analizaron a partir de elementos del Análisis de Contenido de Bardin
(2011). Se pudo concluir que Maringá es una ciudad con un número significativo de payasos,
posiblemente debido al aumento de cursos y capacitación en los últimos años sobre el tema, y
el interés de las personas que ayudaron a otros a usar la figura del payaso como recurso. Cada
vez más nos damos cuenta de que el payaso es un agente social, capaz de rescatar la pureza y
la inocencia del niño para los adultos y este contacto con él es fundamental para reconocernos
como seres humanos, con nuestros defectos y limitaciones, y reírnos con el payaso, porque
relajándonos y jugando vivimos mucho mejor.
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Não há nada mais maravilhoso que o riso, o qual Deus deu apenas ao homem, entre
todos os animais, por ser o mais admirável. Porque o riso, sendo menos frequente,
pareceria um milagre, quando vemos todo o corpo comovido tão subitamente, e
com tanta impetuosidade, por ouvir ou ver qualquer coisa de nada e absolutamente
risível. ( ALBERTI, 1999 p.109)
Você já parou para pensar no quão impressionante é dar risada? Nossa boca produz uma
série de sons vocálicos, cada um com duração de 1/16 de segundo, repetindo-se a cada 1/5 de
segundo. O diafragma sacode, o coração bate mais rápido, a pressão arterial sobe e as pupilas se
dilatam. Enquanto emitimos esses sons, o ar sai de nossos pulmões a mais de 100 km/h, antes que,
passados cerca de dois segundos, a operação se repita.(PROVINE, 1996 p.40) E quem estiver por
perto, ouvindo esses sons, de certo vai ficar curioso e querer saber o que está perdendo. “Ei, do que
vocês estão rindo?” Quem nunca fez ou ouviu essa pergunta numa roda de pessoas que acabou de
passar por uma longa explosão de gargalhada? É raro uma pessoa que não goste, por exemplo, de
batata frita, mais raro ainda uma que não goste de dar uma risada que faz até sair lágrimas dos
olhos. Segundo Alberti (1999) , o riso já foi muito estudado porém seu caminho no tempo fez com
que ele fosse despertado de diferentes formas com o passar das gerações. Como nós seres humanos,
estamos em constante mudanças, a maneira como provocamos o riso também se transforma e é aí,
nessas variações que ele se altera, mostrando-nos assim a importância de uma pesquisa constante
sobre esse fenômeno.
Para Bergson (1899) há no riso um movimento de descontração, um repouso da fadiga
de pensar. Segundo Minois (2003) o ser humano tem uma necessidade de despojar-se de sua
agressividade natural, e o riso acaba tendo uma complementaridade com ela. “O riso coletivo, de
alguma forma, prepara o abandono da violência, ele a desarma.” (MINOIS, 2003, p.23) Rir e fazer
rir é necessário. Em tempos em que a desigualdade e a política tem despertado indignação e ódio, a
risada vem como um remédio para enxergar as coisas de outra forma e liberarmos essa energia para
não ficarmos realmente doentes.
Existem diversos profissionais especializados em áreas específicas que podem resolver
assuntos e as questões mais variadas. O palhaço é uma profissão que vem da antiguidade,
sobreviveu a todas as catástrofes naturais até as provocadas pelos homens. Esteve presente nas
batalhas, nas festas e nos rituais mais sagrados. Esse ser que parece vindo de um outro planeta mas
é ao mesmo tempo tão familiar, não surgiu em um momento definido, foi se moldando ao longo dos
séculos e trocando de roupas e de papéis, mas sempre mantendo como sua vocação principal
provocar, pelo espanto, o riso. (CASTRO, 2005 p.15).
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Mas essa não é sua única função, o palhaço argentino Chacovachi no capítulo El payaso
que sos – oficio, profisión, filosofia nos conta que um bom palhaço necessita incluir coisas pessoais
em seu repertório, e aí entram a crítica, a denúncia e o delírio, com isso o palhaço se torna um
agente transformador na sociedade. (CHACOVACHI, 2015 p.34) Herdeiros diretos dos bufões e
bobos da corte, os palhaços carregam em si um poder subversivo e questionador. Para Juliana
Jardim1,“ser palhaço é uma atitude. Como o mundo hoje quer que uns excluam os outros, o palhaço
vem para nos salvar dessa distância.” E essa aproximação que o palhaço sugere o alimenta de uma
capacidade de usar uma linguagem universal, entendida sem a necessidade de palavras, que
consegue tocar a essência do ser humano em suas relações sociais em qualquer lugar. ( LECOQ,
2001 p.151). Colavitto (2016) ao apresentar e ministrar uma vivência com o grupo Meu Clown em
Taiwan, sentiu a capacidade que tem o palhaço de tocar pessoas pelo mundo todo, independente da
cultura e língua, e conclui:
O palhaço é uma figura universal. Faz parte do imaginário comum de toda
humanidade. Serve como escudo contra a violência exercida por poderes
opressores. É capaz de libertar do medo e dos padrões estáticos. Pode fortalecer os
laços humanos, alegrando, comovendo e sensibilizando para uma relação mais
sincera e verdadeira. (COLAVITTO, 2016, p.144)
1
Juliana Jardim Barboza é professora, atriz, mestre (2001) e doutora (2009) em Teatro pela ECA-USP, com pesquisa
sobre ator e comicidade e relação entre texto, escuta e trabalho de ator, é também pós doutora pela FEUSP.
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[...] a boca se abre, a voz treme, os dentes se mostram, os olhos brilham, o ventre é
sacudido, os membros também... ligados aquilo que marca sua diferença - o
movimento alternado de contração e dilatação do coração.” (ALBERTI, 1999,
p.98)
Dentre os demais animais, talvez a hiena ou ainda alguns macacos têm expressões e
vocalizações quase humanas, que se assemelham a risada, mas sua função social é diferente.
Segundo Rosana Suemi Tokumaru, do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da
Universidade Federal do Espírito Santo, “o que chamamos de senso de humor é uma sofisticação
cognitiva exclusiva da linguagem humana” (ABREU, 2018). O homem é o único animal que ri, já
dizia o filósofo Aristóteles. O riso, em todos os seus aspectos, tem sido estudado, ao longo da
história humana. Historiadores, filósofos, médicos, psicólogos relatam em artigos e publicações o
resultado de suas pesquisas, mas o assunto parece ser extenso, pois frequentemente surgem novas
descobertas.
Tendo como ponto de partida o sentido da palavra, percebemos que o riso é um
fenômeno que pode ser abordado por diferentes aspectos: físico, emocional e social. Físico porque,
ao ser ativado, envolve diversas partes do corpo, chega ao ponto de doer quando ele dura bastante.
É emocional pois o riso, apesar de ter causa torpe e indigna de piedade, está ligado diretamente a
uma emoção. Ao analisar Joubert, Verena Alberti (1999, p. 97) comenta: “a paixão do riso é um
misto de alegria e de tristeza, e o movimento do coração afetado por essa paixão é uma alternância
entre dilatação e contração, sendo maior a dilatação, porque no riso há mais alegria do que tristeza”,
isso sem falar do riso de cólera, o riso ansioso, uma gargalhada de histeria. Bergson (1899) explica
o aspecto social do riso.
O nosso riso é sempre o riso de um grupo. Ele talvez nos ocorra numa condução ou
mesa de bar, ao ouvir pessoas contando casos que devem ser cômicos para elas,
pois riem a valer. Teríamos rido também se estivéssemos naquele grupo. Não
estando, não temos vontade alguma de rir... Já se observou inúmeras vezes que o
riso do espectador, no teatro, é tanto maior quanto mais cheia esteja a sala. Por
outro lado, é constatado que muitos efeitos cômicos são intraduzíveis de um idioma
para outro. Eles então seriam relativos aos costumes e às idéias de certa
sociedade?... O riso deve corresponder a certas exigências da vida em comum. O
riso deve ter uma significação social. (BERGSON, 1899 p.09)
Quem nunca ouviu alguém chamando uma pessoa que quis fazer uma graça de palhaço?
Ou quando alguém está tentando nos ludibriar já disse: “ei, cê tá pensando que eu sou palhaço?”
Essa mania de chamar de palhaço, um tanto pejorativa, não deixa de trazer a sua figura mais
próxima ao nosso cotidiano, uma forma de ligar diretamente o palhaço ao nosso dia a dia. Ele está
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na língua do povo e ao repetir seu nome, ele ecoa pelo imaginário das crianças e adultos. É uma
figura presente e constante. Chacovachi, famoso palhaço argentino, que já esteve muitas vezes no
Brasil, comenta.
Escutei muitas vezes que o palhaço é a criança que temos dentro de nós...que
pensamento limitado! Ele é a criança, o velho, o louco, o doente, o tolerante, o
intolerante, o idiota, o fanático, o amoroso, o assassino… enfim, o humano que
levamos por dentro, livre, exagerado e com a intenção de fazer rir.
(CHACOVACHI, 2015, p.104)
Não há limites estipulados para a figura de um palhaço. Como diria Castro “ele é a mais
enlouquecida expressão da comicidade, é tragicamente cômico”.( 2005 p.15). Ele é um catalizador
do riso e só de ver um de longe, somos instigados a querer conhecê-lo e, de uma forma até
inconsciente, pedir que ele nos mate de rir.
Sim, queremos rir, e qualquer possibilidade de sermos atingidos por ele nos causa
euforia e comoção. O riso domina todas as esferas da sociedade, a sua força e magnetismo são tão
grandes que, antes mesmo de reagir a qualquer injustiça, abuso de poder político, religioso ou
econômico, são criadas charges, piadas, memes do assunto para primeiro rir, e depois, talvez,
ficarmos indignados. Segundo Minois (2003), o riso faz parte das respostas fundamentais do
homem confrontado com sua existência.
Se o riso é qualificado às vezes como diabólico, é porque ele pôde passar por um
verdadeiro insulto à criação divina, uma espécie de vingança do diabo, uma
manifestação de desprezo, de orgulho, de agressividade, de regozijo com o mal. A
civilização cristã, por exemplo, fica pouco à vontade para dar lugar ao riso, ao
passo que as mitologias pagãs lhe conferem um papel muito mais positivo. Pode-se
rir, e pode-se rir de tudo? A resposta a estas questões exige posições existenciais
fundamentais.(MINOIS, 2003, p.13)
O palhaço é uma pessoa em estado de graça. Como um xamã que entra em transe com o
tambor, ou com movimentos corporais lentos, síncronos e repetidos, o palhaço entra em seus trajes
e se conecta a uma liberdade inspiradora, que pode chegar a um estado comparado ao êxtase
religioso. Gilberto Icle (2006) compreende o ator/clown como xamã e entrar nesse estado xamânico
é um caminho para despertar a consciência. O Hotxuá é um palhaço sagrado da tribo Krahô, que
fica em Palmas no Tocantins, que tem papel fundamental na grande festa da fertilidade da aldeia,
mas também tem a atenção voltada para animar e reanimar a tribo no dia a dia. Ricardo Puccetti do
grupo teatral LUME em “O riso dos Hotxuás”, descreve sua experiência na tribo Krahô, onde se
apresentou como palhaço para os índios, conheceu e contracenou com o Hotxuá da tribo. Esse
encontro entre Puccetti e o palhaço sagrado está no documentário Hotxuá (2009), dirigido pela atriz
Letícia Sabatella e Gringo Kardia.
Os heyokas, entre índios norte-americanos, eram os xamãs do riso, cuja principal função
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Maringá é uma cidade comumente dita e reconhecida como agradável, pelo segundo
ano consecutivo ficou em primeiro lugar de melhor cidade para se morar, entre as cem cidades com
o maior número de habitantes no país, o município paranaense foi o que obteve a melhor média
geral no Índice Desafios da Gestão Municipal 1 (IDGM), elaborado a partir de avaliações nas áreas
de educação, saúde, segurança, saneamento e sustentabilidade. Talvez esses motivos contribuam
para um fenômeno que vem acontecendo na cidade nos último anos: uma explosão de novos
palhaços. No entanto o registro documental e histórico sobre palhaços ainda é precário.
Steinke e Silva (2015) relatam histórias de circos e palhaços de muitas regiões do
Paraná, no entanto há apenas um único registro, o que seria o primeiro palhaço de Maringá, -
Lambretinha de - Altamiro Tavares, em meados dos anos 50 . A próxima aparição de registros da
palhaçaria maringaense podemos encontrar em Montagnari (1999) com relatos de espetáculos
durante a década de 90, dentre estes artistas palhaços está Pedro Ochoa, que posteriormente fundou
sua própria companhia, o Circo Teatro Sem Lona.
O trabalho dos palhaços de hospitais em Maringá começa a tomar forma com o grupo
Terapia da Alegria, o qual iniciou os trabalhos em outubro do ano de 2003, começando um projeto
tanto em hospitais como asilos, marcando o início de uma novo ramo de palhaços na cidade. O
palhaço Lero Lero já visitava hospitais quando Pedro Ochoa começou também a organizar as
visitações de palhaços, Ochoa coordenava o teatro Universitário de Maringá o TUM, da UEM,
junto com o projeto de extensão criado em 2006 em parceria com o DEN - Departamento de
Enfermagem, que tinha como objetivo a humanização do atendimento hospitalar por meio da
atuação de clowns/palhaços no hospital, especialmente nas alas pediátricas.
Com a abertura do curso de Artes Cênicas na UEM no final do ano de 2011, e o
aumento de escolas de circo, terapeutas da alegria e escolas de teatro, que oferecem cursos de
formação de palhaços, a quantidade de palhaços em Maringá vem crescendo ainda mais nos últimos
anos. Palhaços animadores de festas e eventos começaram a aparecer e desde 2012 até hoje já são
mais de 20 grupos que atuam na cidade.
Maringá é uma cidade de palhaços e suas vidas tocam a de muita gente, pois o palhaço
chega e muda, nem que por alguns segundos, muita gente. Os vemos em fotos, espetáculos, cursos e
no parque aos domingos. Sim, palhaços também fazem história e esse trabalho é a prova disso.
1
Reportagem sobre ranking de melhores cidades para se morar no Brasil, pode ser encontrada nos sites da revista
Exame, Gazeta do povo, O Diário, CBN Maringá, entre outros.
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2
Este trabalho foi aprovado no Comitê de Ética da Universidade Estadual de Maringá sob o registro CAAE:
14283619.7.0000.0104.
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dos palhaços se iniciaram em outras cidades como Rio de Janeiro, Marília e São Paulo. Diante
desses diferentes grupos podemos constatar que cada um deles tem sua metodologia particular e
seus meios de tocar a arte do palhaço mas todos eles buscam chegar a mesma essência que é o
trabalho humano que há no palhaço. Burnier (2001) fala da importância da iniciação do
clown/palhaço.
Assim como nos processos iniciáticos encontrados nos povos indígenas, como por
exemplo os ritos de passagem da adolescência para vida adulta ( em que o jovem se
submete a uma série de provas penosas, difíceis e dolorosas), ou o de adesão a
sociedades secretas como a maçonaria, o clown, por também ter uma máscara (o
nariz e a maquiagem) passa por algo similar. Ser clown significa ter vivenciado um
processo particular, também difícil e doloroso, que lhe imprime uma identidade e o
faz sentir-se membro de uma mesma família. ( BURNIER, 2001 p.209)
UEM. Os palhaços Farofa e Spirulina, formam a dupla Piruca de Vagalume. Pitico e Jurubeba são a
dupla de palhaços da Cia Pedras Teatro Circo. Burnier comenta sobre os tipos clássicos de clown e
como se relacionam entre si.
Existem dois tipos clássicos de clown: o branco e o augusto. O clown branco é a
encarnação do patrão, o intelectual ,a pessoa cerebra, adicionalmente tem o rosto
branco, vestimenta de lantejoulas (herdada do arlequim da Commedia Dell'Arte), e
chapéu cônico está sempre pronto a ludibriar seu parceiro em cena. Mais
modernamente, ele se apresenta de smoking gravatinha borboleta e é chamado de
cabaretier. No Brasil é conhecido como escada. O augusto (no Brasil tony ou tony
excêntrico) é o eterno perdedor, o bobo, ingênuo de boa fé, o emocional, ele está
sempre sujeito ao domínio do branco, mas geralmente, supera-o, fazendo triunfar a
pureza sobre a malícia, o bem sobre o mal. Adoum afirma que a relação desses dois
tipos de clowns acaba representando cabalmente a sociedade e o sistema, isso
provoca identificação do público com o menos favorecido o augusto... Existe
também um terceiro elemento, o que é o contre-pitre, segundo Fellini, os Fratellini
foram os que introduziram um terceiro personagem, o “contre-pitre”, parecido com
o augusto, mas que se aliava ao patrão. Era o vigarista de rua, o espião, alcaguete
da polícia, o liberado a se mover nas duas zonas, a meio caminho da autoridade e
do delito... Ou seja a trinca seria branco, o contre-pitre e augusto que nada mais é
do que o chefe, o puxa saco e o idiota. (BURNIER, 2001 p. 210)
tem videos no youtube de fácil acesso. O palhaço Lero Lero tem uma série de revistas educativas, já
está na oitava edição, suas publicações incentivam a leitura e tem apelo religioso. Antonio Carlos
Monteiro de Miranda tem um livro de sua autoria chamado “Clown e o corpo sensível: diálogos
com a educação física”, lançado em 2016. O Grupo Terapia da Alegria tem um livro sobre seu
trabalho chamado “Diário de Bordo”, de 2017, em que contam muitas histórias de suas interações
nos hospitais. O grupo Piruca de Vagalume tem um blog, músicas autorais infantis, ilustrações e
história em quadrinhos da dupla. O Grupo Meu Clown aparece no livro de Marcelo Colavitto
chamado “Meu Clown, Uma Pedagogia para Arte da Palhaçaria”, lançado em 2016, fala sobre o
grupo e sobre sua pesquisa na iniciação e formação de clowns. Dentro do Grupo Meu Clown temos
também o livro de João Alfredo Marchi, com coautoria de Veronica Regina Müller titulado “Faz
assim ó: relações de ensino entre as crianças como subsídio para a educação", de 2018, no qual ele
utiliza o palhaço para conversar com as crianças e perceber/categorizar como elas ensinam e assim
aprender e dialogar melhor com elas. Andresa Viotti participa do vídeo "Mera Esmeralda"
produzido pelo projeto Mosaico do curso de Comunicação e Multimeios da UEM, com orientação
do Prof. Tiago Lenartovicz. O grupo Meu clown possui um site e tem sempre espetáculos em cartaz,
alguns deles premiados em festivais, em diversas categorias.
Sobre os trabalhos acadêmicos que envolvem o tema palhaço, temos o trabalho de
Helen Rúbia Andrade (2017): "Grupo de Pesquisa e Experimentação Cotidiana Utilizando como
Paradigma a Figura do Clown” á luz do Xamanismo. O trabalho de Danielle Goularte Tótoli (2018):
“E a palhaça o que é? Pode ser o que ela quiser: Estudo sobre a Palhaçaria Feminina como potência
para a emancipação da mulher. Andresa Viotti por meio do projeto de extensão da UEM, escreveu
dois artigos relacionados ao clown/palhaço: "Contribuições do trabalho com o Clown para a
formação do profissional de teatro" (2014), e "Palhaçaria feminina: arte e resistência em tempos de
exceção" (2018). Seu trabalho de conclusão foi sobre Ronald Golias onde defende que ele, mesmo
sem o nariz vermelho, é uma espécie de palhaço. Título do trabalho é "Mecanismos Risíveis no
Trabalho do Humorista Ronald Golias" (2015). Marcelo Colavitto tem sua dissertação com o tema
“O clown e a criança: poéticas de resistência” (2015) e sua tese com o título “Estado de infância: A
poiesis na arte da palhaçaria”(2019). Antonio Carlos Monteiro de Miranda tem sua dissertação com
o título de “Clown e educação física: a brincadeira é séria” (2011). Marcelo Colavitto e Antonio
Miranda também tem dois resumos em parceria “O Clown no Espaço de Lazer Urbano na Cidade
de Maringá” (2012) junto com Larissa Michele Lara, e “A Figura do Clown como um Resgate do
Lúdico” (2012) com Veronica Regina Müller.
Atualmente em Maringá existem grupos de estudos de palhaçaria, sendo o mais
frequentado, citado por treze palhaços, o grupo de extensão da UEM: "Grupo de Pesquisa e
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que a criança aprende a mentir e você não percebe que ela tá mentindo.”( BULLICH, 2012, p.54-
55)
O primeiro contato com a figura do palhaço levou todos a relembrar suas infâncias.
Augusto e Marcelo tiveram o Gordo e o Magro como uma grande referência que, mesmo não tendo
o nariz vermelho, suas figuras eram exatamente a representação do palhaço branco, o Gordo e do
augusto, o Magro. Rebeca, Adriano e Alexandre tiveram o primeiro contato com o palhaço no
circo. Sempre muito marcantes os palhaços circenses ficaram na memória. O avô de Alexandre
trabalhou como músico em grandes circos como Circo Americano, Circo Garcia e Circo Tihany,
onde sua avó também trabalhou como costureira, isso na década de 60. Sua presença no circo é algo
que vem de família. Adriano menciona algo tocante, que o legal do palhaço é que ele chega em
lugares que outros artistas não chegam, graças ao circo, que é o responsável por levar a arte aos
cantos mais retirados. Ao perguntar aos seus alunos em projetos com crianças carentes nas
cidadezinhas da região, “quem já foi ao teatro”, poucos levantam a mão, “quem já foi a um museu”
praticamente ninguém, mas ao perguntar, “quem já foi ao circo” a grande maioria levanta a mão.
Bolognesi (2003) conta que as cidades do interior ansiavam pelas representações teatrais, e por um
longo período coube ao circo satisfazer esse desejo, onde nenhum espetáculo chegava, o circo
estava lá, levando o teatro, o palhaço e a alegria para todos. ( BOLOGNESI, 2003, p.51)
Ao perguntar se havia algum palhaço que inspirou ou ainda inspirava esses artistas as
respostas foram bem particulares mas com inspirações comuns. Marcelo e Augusto relembraram o
Gordo e o Magro. Rebeca e Marcelo citaram o Teotônio ( Ricardo Puccetti) e Carolino (Carlos
Simioni), palhaços do LUME. Alexandre e Adriano falaram dos Trapalhões. Alexandre do Chaves e
Mazzaropi. Falou também dos palhaços russos Slava e Mikhail Usov. Rebeca falou sobre as
palhaças Barrica (Michele Silveira) e a palhaça Mafalda Mafalda (Andréa Macera), contou também
que no projeto Sorrindo no Trânsito, do Setran de Maringá, Luciano Rodrigues, o palhaço
Crauwndio, era o branco do trio que trabalhava com ela na rua todos os dias, ele era muito rápido
no improviso e isso lhe despertou uma admiração que a impulsionou na arte da palhaçaria. Adriano
conta que sua maior inspiração é Iara Ribeiro, a palhaça Jurubeba, a qual ele mesmo batizou com o
nome. Adriano faz teatro com Iara desde seus 16 anos e sua admiração pela artista não tem
tamanho. Falou também sobre o palhaço argentino Chacovachi, um artista que levanta a bandeira do
palhaço como agente social. Adriano e Marcelo citaram Chaplin como um mestre, impecável.
Marcelo falou da palhaça Elizabeth the Queen (Bete Dorgam) e da palhaça Spirulina (Silvia
Leblon). Alexandre comentou dos palhaços ancestrais, palhaços indígenas, o hotxuá, de palhaços
africanos, japoneses que mesmo sem a máscara vermelha não deixam de ser palhaços.
Sobre cursos e oficinas que marcaram na arte da palhaçaria, Alexandre comenta sobre a
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oficina de Carlos Moreira (Portugal), foi ele que trouxe a visão que ser palhaço é uma arte, que tem
técnica por trás, não apenas dom, claro que tem gente com dom sim, mas que essa arte pode ser
estudada também e aprimorada. Marcelo falou que a mais importante que fez foi com Giovani
Fusetti (Itália), foi com ele que entendeu que o palhaço é um estado, um lugar específico que é
alcançado, como um nirvana budista, um transe xamânico, existe também um estado clown, que
Marcelo diz ter experimentado no curso e foi uma experiência impressionante. Adriano fala da
experiência que teve com Chacovachi, sua técnica que compara a atuação do palhaço a um jogo de
xadrez, que por mais que ele não soubesse jogar xadrez, ele pode fazer a oficina tranquilamente e
foi muito boa. Adriano fez também um retiro de palhaços em Parelheiros – SP, foram 5 dias com
Carlos e Ciléia Biaggioli, que foi uma experiência muito importante para sua formação. Augusto e
Rebeca responderam de prontidão que a melhor oficina foi a rua. Augusto fala: “A rua é o melhor
laboratório do mundo”. É na rua que você escuta de tudo, elogio, crítica, tiração de sarro, é a
experiência pura. Nua e crua.
Todo palhaço ou clown tem que ter uma experiência na rua, enlamear os sapatos de
palhaço, estourar a garganta, sentir-se sem limites, trocar o medo por adrenalina e
transformar as risadas em orgulho e moedas. Depois a rua se transformará em
muitos lugares e te permitirá transitá-los com a segurança de quem dormiu feliz
numa cama de pedra. (CHACOVACHI, 2015, p.26)
A quinta pergunta era o que faz eles rirem. Augusto brinca, “O que é engraçado” mas ao
insistir ele comenta que para a criança a comédia física é melhor que a falada. Ele fala do tombo, da
calça que cai, ele diz que o momento presente cria a oportunidade para o rir. Adriano fala que no
momento o que lhe causa graça é a situação politica e social do Brasil, pelos absurdos que
observamos a cada dia. Ao mesmo tempo que ele chora ele ri muito, e diz confiante “isto é um
momento eu espero que passe”. Isso é o momento mas o que ele escolhe como algo que ele irá rir
sempre é a inocência da criança. Alexandre também escolhe a inocência da criança como o que
mais lhe toca, a comédia pura, que faz rir sem necessidade de atacar ninguém, a comédia do dia a
dia. Rebeca fala do dia a dia, das coisas da rotina, do cotidiano, que são as mais engraçadas, como
as crianças e bichos também. Nas crianças e bichos tem uma fonte inesgotável de piadas. Rebeca
fala que as crianças fazem coisas cotidianas, e como elas estão aprendendo, aí vem o que é mais
engraçado, elas questionam os comportamentos, elas confundem as ações corretas e nessa
espontaneidade criam as melhores frases e piadas possíveis. Marcelo complementa ao falar que o
que mais lhe diverte é a desmitificação, é quando caem as máscaras, quando erramos e mostramos o
nosso lado humano, ele cita o exemplo de uma pessoa que se acha a melhor de todas, a mais
perfeita e vai lá e escorrega na frente de todo mundo, tanto fisicamente como nas palavras, ou o rei
todo cheio de si, todo ornamentado que levantar percebe-se que calça está rasgada aparecendo
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metade da sua bunda, é hilário quando se desmonta toda a farsa. Rimos também da prepotência que
em segundos é fragilizada, pela condição humana que rege nossa espécie. Alberti ao citar
Montesquieu diz,
Rebeca fala da ironia como sua principal técnica de palhaça, a observação atenta é
importante para conectar-se a algo no outro que possa ser trabalhado no jogo do palhaço. Alexandre
fala sobre a técnica da máscara do palhaço, o olhar a partir da máscara, onde quebramos nosso olhar
racional e começamos a mergulhar no mundo criativo. A partir da técnica da cocriação, o palhaço
cria a partir do que o público está nos dando, é uma técnica que funciona em qualquer lugar do
mundo pois ela é não necessita da linguagem verbal. Ela é se conecta com alguém ou alguma coisa
que possa gerar um jogo e a partir disso começasse a brincar. Alexandre dá o exemplo de quando
esteve na África. Ele, ao entrar em cena, rapidamente olhou a plateia e viu um senhor com um
chapéu tipicamente africano, então a partir disso, ele começou a mostrar para o senhor que ele se
interessou pelo chapéu, e assim começou a cena, de tentar de alguma maneira trocar o seu chapéu
com o dele.
A repetição é muito usada em números cômicos e de diversas formas. Ela pode ser
usada numa frase que marca a personalidade de um personagem, a uma cena que repetidas vezes
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Fica aqui o agradecimento a todos os artistas de Maringá que fizeram parte desta
pesquisa, pela disponibilidade e generosidade ao doar seu tempo e conhecimento para enriquecer
esse projeto. Que suas vidas sejam sempre iluminadas pelo amor à arte e por toda felicidade e
realização que ela nos proporciona. Cada um de vocês tem um papel muito importante na
sociedade, são agente transformadores e sua ação e influência foge do quanto podemos enxergar.
Vida longa aos palhaços, e que a alegria seja nosso combustível. Paz.
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Nunca é demais lembrar o significado do palhaço para sociedade, como ele atua como
agente transformador, trazendo alegria e sensibilidade para todos que estão presentes. E em Maringá
não é diferente. Com palhaços e grupos atuantes na cidade e com cada vez mais pesquisas na área, é
possível vislumbrar um cenário promissor. Existem muitos palhaços na cidade, são centenas, muitos
contatos apareceram, porém convencê-los a registrarem-se não foi fácil. Conseguir que trinta
palhaços preenchessem um questionário aí já foi praticamente mágica. Todas estas questões,
devidamente ponderadas, levantam um trabalho sério dos artistas, que maximiza as possibilidades
por conta da corrente inovadora da qual fazemos parte.
A proposta metodológica utilizada possibilitou o acesso e o tratamento dos dados de
maneira que pudéssemos extrair informações relevantes para o estudo. Como limitações podemos
destacar a importância de que todos os sessenta palhaços contatados tivessem respondido os
instrumento, para que o registro fosse ainda mais amplo, pois, sabendo da existência desses
palhaços, fica a vontade de ter eles presentes nesse estudo. É compreensível que exista uma
dificuldade em disponibilizar tempo, tão escasso nos dias atuais, para responder uma pesquisa
acadêmica, porém acreditamos na possibilidade de futuros registros com base no estudo que aqui
foi iniciado.
Acima de tudo, é fundamental ressaltar que as iniciações a arte do clown/palhaço não
param e temos grandes professores na arte da palhaçaria morando em Maringá. Ainda assim, seria
essencial para o cenário palhacístico local que houvessem encontros e eventos próprios para
palhaços, em que oficinas e cursos de formação fossem viabilizados, os artistas pudessem interagir
uns com os outros no palco e apresentar seus números para todos.
A prática cotidiana, o acesso a essência humana, a ludicidade, como trazida nessa
pesquisa prova que para ser palhaço é preciso experienciar, entrar nesse estado de graça e como não
são todos que trabalham constantemente na área, esses encontros seriam fundamentais. Quanto mais
a cidade oferecer para essa população palhaça da sociedade maringaense, mais com certeza ela irá
receber em troca. Os registros de palhaços ficam como uma memória desse momento onde o
palhaço tem espaço para se expressar, ajudar e transformar as pessoas, um momento fértil e propício
para criar um cenário forte palhacístico na região e uma inspiração para os futuros palhaços.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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risada. Cultura, Mundo Estranho. Super Interessante. Julho. 2018. Disponível em: <
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circo paranaense. Maringá: Sinergia Editorial, 2015.
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WUO, Ana Elvira. Clown : "desforma", rito de iniciação e passagem. Tese ( Doutorado em Artes
da Cena) Universidade Estadual de Campinas, Instituto das Artes. Campinas, 2016.
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QUESTIONÁRIO
1 Nome de Palhaç@ :
2 Nome do artista:
3 Data de nascimento:
4 Email:
5 Fone de contato:
7 Como começou seu estudo? Já estudou ou estuda teatro, dança, música, etc?
ENTREVISTA
Palhaço: Benedito
Artista: Marcelo Colavitto
Grupo: Meu Clown
28
“Resistência e Humanidade.”
Palhaça: Paçoquinha
Artista: Raquel Menegazzo Ibañez
32
"Que bom que você chegou, meu coração já estava palpitando com medo que você não
viesse!"
Palhaço: Micoskóviski
Artista: João Marchi
Grupo: Meu Clown
38
Palhaço: Xixinho
Artista: Ícaro Fernandes Costa
Grupo: Xixinho, Nina e Pipoquinha
39
Palhaço: Pepirelha
Artista: Alexandre Muniz Chaves
Grupo: Meu Clown
40
“Hoje o dia está tão lindo! Ainda mais com minha beleza .”
Palhaço: Oscilante
Artista: Antonio Carlos Monteiro de Miranda
41
Palhaça: Transilvia
Artista: Ana Wansovisk
42
Palhaça: Tubetonha
Artista: Helen Rubia Andrade
44
Palhaço: Leon
Artista: Leonardo Vinicius Fabiano
45
“ Pessoal, quero que todo mundo fique a vontade, tá? Só não mexe em nada.”
Palhaço: Dubirilu
Artista: Eduardo Cestari
46
“ Tem comida?”
Palhaço: Buzztom
Artista: Rafael Leonel
Grupo: Meu Clown
47
Palhaço: Pimentinha
Artista: William Farias
48
Palhaça: Nina
Artista: Sandra Gisele de Oliveira Costa
Grupo: Xixinho, Nina e Pipoquinha
49
Palhaço: Yakissoba
Artista: Vinicio Noda
Grupo: Médicos da Graça
50
“Noooossa, sensacional!”
Palhaça: Confetti
Artista: Kelly Salgado
Grupo: Médicos da Graça
53
Palhaço: Pietrovisk
Artista: Ronaldo Chiréia
Grupo: Hosparlhaço
54
Palhaça: Coralina
Artista: Thais Mackert
56
“ É, uai...”
“Uquê?”
“Pula, pula Pipoquinha: pula, pula sem parar! Pula pula Pipoquinha: pra crescer e estourar!”
Palhaço: Pipoquinha
Artista: Edwillian Fernando de Oliveira Costa
Grupo: Xixinho, Nina e Pipoquinha
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