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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Karla Vergaças Seleme 1


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

SUMÁRIO
PREFÁCIO 05
INTRODUÇÃO 06
ANATOMIA E FUNCIONAMENTO NORMAL 09
DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO 10
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO 10
TECIDO NERVOSO 11
SINAPSES 13
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) 15
SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) 17
VIAS MOTORAS - TRATOS 21

CONTROLE MOTOR 22
MOVIMENTO 22
TEORIAS DO CONTROLE MOTOR 24
APRENDIZAGEM E REAPRENDIZAGEM MOTORA 26

AVALIAÇÃO GERAL 30
PRINCIPAIS PATOLOGIAS 32
AVE 34
DEFINIÇÃO 34
EPIDEMIOLOGIA 34
FISIOPATOLOGIA / TIPO DE AVC 35
HEMIPLEGIA / HEMIPARESIA 37
AVALIAÇÃO 40
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 43
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 43

DOENÇA DE PARKINSON 46
PATOLOGIA / FISIOLOGIA 47

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA 47
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 49
DIAGNÓSTICO 51
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 51
AVALIAÇÃO 52
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 53

DOENÇA DE ALZHEIMER 56
PATOLOGIA / FISIOLOGIA 56
ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA 57
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 57
DIAGNÓSTICO 58
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 58
AVALIAÇÃO 59
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 60

ESCLEROSE MÚLTIPLA 62
PATOLOGIA / FISIOLOGIA 62
ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA 62
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 63
DIAGNÓSTICO 64
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 65
AVALIAÇÃO 66
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 67

CONSIDERAÇÕES FINAIS 73
A PRÁTICA DO MÉTODO PILATES – EXERCÍCIOS 74
SOLO 74
BOLA 96
REFORMER 122
CADILLAC 153
BARREL 188
CHAIR 197

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

PREFÁCIO
E
ste livro foi elaborado com o intuito de fornecer informações claras e precisas
a respeito do funcionamento normal do corpo humano no que diz respeito
ao controle motor e a biomecânica normal do movimento. Alguns conceitos
básicos de neurologia e como os sistemas podem ser afetados por patologias
neurológicas também são explanados. E por fim, como o método pilates pode ser
usado como recurso terapêutico e de reabilitação nesses casos em específico.

Serão abordadas 4 (quatro) patologias neurológicas: Acidente vascular


encefálico (AVE); Doença de Parkinson (DP); Doença de Alzheimer (DA); e a esclerose
múltipla (EM);

Exercícios baseados no método pilates foram elaborados e direcionados


para cada patologia em questão. Não significa que sejam os únicos exercícios
que podem ser utilizados em cada caso, mas já é um começo e uma luz para
nortear as aulas de pilates para esta população. Cada capítulo do livro tem sua
particularidade e seu valor no contexto geral, estabelecendo interações entre
os temas, comparações entre os métodos de avaliação, tratamento e patologias,
dissertando sobre pormenores neurológicos e expondo tendências, idéias e
soluções que o método pilates pode apresentar.

É um livro de extrema utilidade e que irá agradar ao leitor.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

INTRODUÇÃO
A
população brasileira tem ficado cada vez mais velha com o passar dos anos.
Desde a década de 1940, o Brasil experimenta um aumento na expectativa
de vida, de 45,5 anos para 75,2 anos, em 2014, segundo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). O que é preocupante, porém, é que este aumento
não esta, necessariamente, ligado ao crescimento da qualidade de vida.

Em um estudo publicado pelo The Lancet, em 2014, mostra um levantamento


feito em 188 países, relatando o aumento da expectativa de vida mundial. Além
disso, o periódico destaca que o número de pessoas que morreram em função de
condições como doenças do coração ou neurológias aumentou de acordo com
o crescimento populacional, porém, esse número diminuiu entre as faixas etárias
específicas, mais suscetíveis à essas enfermidades. Essas doenças então entre as
dez principais causas de morte mundiais, sendo os acidentes vasculares cerebrais
( AVC’s) como a segunda maior cauda e a Doença de Alzheimer (DA) como a quinta
maior causa de morte.

O fato dessas duas patologias citadas estarem entra as que mais levam
à óbito na população em geral, mas estarem diminuindo sua incidência entre as
faixas etárias que nas quais compete sua maior incidência, pode ser vista como uma
evolução na área de prevenção e tratamento dessas patologias. Mesmo assim, não
podemos deixar de perceber a relevância que estas doenças têm nos dias de hoje e
todo o impacto social e econômico que elas causam em nosso país, seja pelo óbito
ou pelas complicações e/ou sequelas consequências dessas patologias instaladas.

Entre as patologias neurológicas que mais acometem a geração mais velha,


o AVC apresenta a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil. A Doença de

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Parkinson também entra nas estatísticas, atingindo 1% da população com mais de


65 anos, com sua etiologia ainda desconhecida, está é ainda mais difícil diagnosticar
e prevenir. Outra doença relacionada com o aumento da expectativa de vida é
DA. Não há dados sobre a incidência desta doença em nosso país, porém, em um
estudo, os autores encontraram uma prevalência de Doença de Alzheimer em 54%
dos casos, em pessoas com demência, após 85 anos. Lembrando que a DA é a causa
mais frequente de demência.

Mas não podemos relacionar todas as patologias neurológicas com a velhice.


Até porque num processo de envelhecimento natural nem sempre elas estarão
relacionadas. No Brasil, em função de nossa história e do momento socioeconômico,
é normal o processo de envelhecimento vir acompanhado de disfunções físicas e
funcionais. Porém, esta visão já esta mudando. Estudos epidemiológicos recentes,
como os relacionados com o crescimento do número de idosos saudáveis, estão
forçando uma mudança nas hipóteses teóricas da velhice como sinônimo de doença.

Outra patologia de grande impacto social e que não está diretamente


relacionada com a velhice é a esclerose múltipla. A associação brasileira de esclerose
múltipla (ABEM), estima que 35 mil brasileiros apresentem a doença.

Em contrapartida, um fator que esta em constante crescente são os estudos


relacionados a busca pela qualidade de vida. Para cada área de pesquisa existe
diversos significados diferentes que giram em torno de uma possível definição
para este tema. Pensando na área médica, muitas vezes, a qualidade de vida esta
vinculada à relação custo/benefício no que diz respeito à manutenção da vida ou à
capacidade funcional dos doentes.

Algumas patologias podem ser prevenidas com hábitos saudáveis de vida.


Porém, uma vez diagnosticadas, o tratamento deve ser inicializado o quanto antes.
Além da terapia medicamentosa, psicológica e todo acompanhamento médico e
de toda equipe multidisciplinar, temos diversas opções para tratar a parte muscular
e cognitiva. O tratamento Neuroevolutivo - Bobath, a Facilitação neuromuscular

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proprioceptiva - Kabat, fazem parte dessas opções e agora, utilizamos também, o


Método Pilates. Sabemos que cada patologia neurológica acarreta alguma alteração
específica e que os acometidos pode apresentar os mais diferentes sintomas. Mesmo
assim, o que todas as patologias citadas tem em comum, além de serem problemas
neurológicos é que todas apresentam em maior ou menor incidência, alterações
motoras e cognitivas como: distúrbios de movimento, alterações no equilíbrio,
fraqueza muscular, déficit de atenção, e que podem se beneficiar utilizando o
Método Pilates.

Tal método vem se mostrado benéfico para melhora desses inúmeros fatores.
Iniciando pela utilização do princípio da concentração, o paciente se encontra
necessitando dessa correlação, mente / corpo ao realizar os exercícios. Com isso, a
melhora tanto cognitiva, quanto motora acaba acontecendo.

Precisamos deixar claro, que, na maioria das vezes, as patologias neurológicas,


são irreversíveis e algumas até progressivas, porém podemos nos beneficiar, com
esses paciente de uma melhora na força muscular, no alongamento muscular, no
alinhamento corporal, no equilíbrio estático e dinâmico, na capacidade pulmonar,
entre outros benefícios. E em consequência disto, tal paciente melhora sua
performance nas atividades de vida diárias (AVD’s), na melhoria ou manutenção da
independência e da qualidade de vida.

Como podemos proporcionar tudo isto a nosso paciente é o que veremos a


seguir, na continuação teórica deste livro e toda parte prática do mesmo.

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ANATOMIA E
FUNCIONAMENTO NORMAL
E
ste capítulo não tem como objetivo aprofundar-se em toda neuroanatomia
e fisiologia do sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP), mas sim
apresentar as características mais funcionais relacionados a ele, fornecendo
ao leitor embasamento para compreender o funcionamento normal do sistema e,
num segundo momento, as condições patológicas.

Interagir com o meio, seja recebendo informações provenientes dele ou


fornecendo à ele responsivamente, depende da integridade, mesmo que parcial,
de nosso sistema nervoso (SN).

Podemos dividir o SN relacionando sua estrutura ou função. Angelo Machado,


2010 cita a divisão desse sistema em quatro bases: em critérios anatômicos,
embriológicos, funcionais e na segmentação (metameria). Duas dessas divisões
são importantes relacionando os temas abordados neste livro, a baseada em
critérios anatômicos e funcionais. Com relação as outras o leitor deve considerar a
busca em literaturas mais específicas.

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DIVISÃO ANATÔMICA DO SN
Toda essa esquematização do SN é puramente didática, uma vez que existe uma
comunicação entre os sistemas. Mesmo assim, separamos em Sistema Nervoso
Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). No primeiro podemos citar como
parte integrante o encéfalo, composto pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico,
e a medula espinhal, envoltos pela proteção óssea do crânio e da coluna vertebral.
No segundo, os nervos, gânglios e as terminações nervosas constituem este
sistema. Eles fazem a ligação do SNC aos órgãos receptores e efetores em todo
âmbito corporal.

DIVISÃO FUNCIONAL DO SN
Esta divisão está relacionada com a integração funcional dos sistemas em função
das informações recebidas tanto internamente (regulação das funções corporais
internas) quanto externamente (relação com o meio). Sendo assim, duas partes
são definidas: sistema nervoso somático (SNS) e sistema nervoso visceral (SNV).

O primeiro consiste da relação do corpo com o meio externo, apresentando


componentes aferentes, que levam as informações provenientes de estímulos
externos, na periferia corporal, aos centros nervosos; e os componentes eferentes,
que trata-se da questão voluntária de nossas ações, uma resposta vinda dos
centros nervosos aos músculos estriados esqueléticos.

O segundo preocupa-se em manter a homeostasia (equilíbrio fisiológico),


através da inervação e controle das estruturas viscerais. Também trabalhando com
vias aferentes, levando informações das vísceras ao sistema nervoso; e eferentes,
denominado sistema nervoso autônomo, fazem o caminho inverso da via aferente
e pode ser subdividido em sistema simpático e parassimpático.

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TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso é composto por neurônios e células gliais ou neuroglia.

O neurônio (figura 1) é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso.


Eles recebem, processam e enviam informações a todo sistema. Já as células gliais
aparecem em maior número que os neurônios, localizam-se entre os mesmos,
e funcionam fazendo sustentação, revestimento ou isolamento, modulam a
atividade neural e proteção.

Figura 1. Neurônio
Fonte: Google imagens, 2016

NEURÔNIO
A principal função do neurônio é a condução de impulsos nervosos. Dito
isso, entende-se que são células extremamente excitáveis, em função de uma
linguagem elétrica, acarretando modificações do potencial de membrana.

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Este potencial de membrana é a diferença elétrica (de voltagem) existente


dentro e fora da célula nervosa. As cargas elétricas são responsáveis pelo potencial
elétrico da membrana. Fora da mesma, predominam íons orgânicos de Sódio
(Na+) e cloro (Cl-), já em seu interior existe um predomínio de íons com cargas
negativas e potássio (K+). A movimentação desses íons por entre a membrana
faz com que ocorram alterações no potencial elétrico. O recebimento correto de
um estímulo e a consequente transmissão de um impulso nervoso, depende do
correto funcionamento desta movimentação.

A estruturação de um neurônio, basicamente, e em sua maioria, pode ser


dividido em três regiões: corpo celular, dentritos e axônio.

O corpo celular ou soma é composto pelo núcleo e citoplasma com várias


organelas. Possuem formas e tamanhos extremamente variados. Do corpo surgem
os dentritos e os axônios. E nele, assim como nos dentritos, é onde ocorre as
sinapses (local de recepção de estímulos).

Os dentritos tem como função receber estímulos, transformando o


potencial de repouso da membrana, que, em repouso, tem predomínio de cargas
negativas. Essas transformações podem ser dita despolarizadas (excitatória, com
diminuição de carga negativa no interior da célula) ou hiperpolarizada (inibitória
com aumento da carga negativa no interior da célula ou aumento da positividade
fora da mesma).

E os axônios são encontrados na grande maioria dos neurônios, apresentam


comprimentos variáveis, de milímetro a mais de um metro. São especializado em
gerar e conduzir o potencial de ação ou impulso nervoso, pela despolarização da
membrana.

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NEURÓGLIA
Em proporções bem maiores que os neurônios, não geram potencial de ação
por não serem excitáveis. Mesmo assim, ajudam a manter as funções da células
nervosas. No SNC podemos encontrar, entre outros, astrócitos e oligodendrócitos.

Os astrócitos estão localizados principalmente na substancia cinzenta deste


sistema e provavelmente tem funções relacionadas a troca de substancias
específicas com a corrente sanguínea.

Os oligodendrócitos são encontrados na substância branca e alguns são


responsáveis pela formação de bainha de mielina nos axônios localizados no SNC.

No SNP podemos encontrar as células de Schwann, também responsáveis


pela mielina do axônio de um único neurônio. A mielina é uma substância
gordurosa e proporciona um alto grau de resistência elétrica.

SINAPSES

Figura 2. Sinapse
Fonte: Google imagem, 2016

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As sinapses, que são a transmissão de impulsos nervosos, pode ocorrer por um


processo elétrico ou químico.

O processo elétrico ocorre com menos frequência, é mais simples e permite


a transferência rápida e direta da corrente iônica de uma célula para a outra.

No processo químico se faz necessário uma substância química, um


neurotransmissor, para que a comunicação entre os elementos da estrutura neural
aconteça. A maioria das sinapses ocorre por este processo.

Nele, o elemento pré-sináptico (terminal axônico da célula pré-sináptica) é


separado do soma do neurônio pós-sinático por uma fenda sináptica. Nesta fenda
serão liberados os neurotransmissores encontrados nas vesículas transmissoras
dos neurônios pré-sinápticos. Essa liberação é feita por canais de Cálcio. Os íons
de cálcio entram na célula pré-sináptica e estimulam o aumento da velocidade da
abertura das vesículas, que se ligam a proteínas (sítios de liberação). As vesículas
transmissoras, com função inibitória ou excitatória, liberadas na fenda sináptica,
passam para o neurônio pós-sináptico.

Proteínas receptoras encontradas na membrana do neurônio pós-sináptico,


ligam o neurotransmissor à um componente ionóforo, da fenda sináptica até o
interior da célula. O componente ionóforo pode ser de canal iônico, que permite a
passagem de tipos específicos de íons.

Os neurotransmissores são estruturas pequenas e de ação rápida. Serotonina,


dopamina e acetilcolina são alguns exemplos dessas moleculas que induzem uma
resposta mais aguda ao SN.

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O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO


Para tentarmos agir influenciando o SNC de alguma maneira, precisamos
entender as vias que nos levam a obter e fornecer informações motoras ou
sensitivas para o sistema. O SNP auxilia nesse processo, é composto por nervos,
gânglios e terminações nervosas.

NERVOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS


Os nervos são feixes de fibras nervosas que unem o sistemas nevoso central
aos órgãos na periferia. Tais fibras são prolongamentos dos axônios reforçadas
por tecido conjuntivo e podem ser, de acordo com sua origem ou onde está
localizadado o corpo celular, em espinhais (proveniente da medula espinhal)
ou cranianos (proveniente do encéfalo), ou de acordo com sua composição, em
mielínicas com neurilema ou amielinicas ou ainda, classificamos, próxima à sua
terminação, em sensitivos ou mistos (motores e sensoriais).

Como dito, em suas terminações, as fibras nervosas podem ser sensitivas


ou aferentes e motoras ou eferentes. Quando estimuladas em seus receptores, as
fibras sensitivas levam informação da periferia e órgãos até uma area específica no
SNC. Esses receptores podem diferenciar-se em especiais ou gerais. Os especias
são mais específicos e complexos, relacionados à gustação, audição, equilíbrio…
e os gerais aparecem em maior concentração na pele, que responde ao contato ou
ao seu estiramento durante o movimento.

Pensando na parte nauroanatômica mais funcional alguns receptores devem


ser analizados mais a fundo, como é o caso dos fusos neuromusculares e órgãos
neurotendinosos (OTG). Ambos controlam a geração de força muscular, o primeiro
tem como função detectar o movimento do músculo e suas variações enquanto o
segundo identifica a tensão muscular.

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FUSOS MUSCULARES
O fuso é formado por finas fibras musculares intrafusais envoltas por uma
cápsula de tecido conjuntivo na região central que, paralelamente são fixadas nas
fibras extrafusais. As fibras intrafusais são controladas por motoneurônios gama
e as extrafusais por motoneurônios alfa. Estão relacionados com a postura e os
movimentos voluntarios finos. É o principal órgão sensitivo do músculo, detectam
e transmitem ao SNC modificações no comprimento (alongando ou encurtando)
do músculos e até na velocidade com que essas modificações podem acontecer.

ÓRGÃOS NEUROTENDINOSOS DE GOLGI


Os OTG são mecanoceptores encontrados nos tendões dos músculos, mas
especificamente nos pontos em que as fibras musculares ligam-se em um tendão
(junções músculo-tendinosas). Sendo assim, pela sua localização, ele consegue
supervisionar a tensão que o músculo desenvolve ao contrair. Eles apresentam
um maior limear de excitabilidade para o alongamento do que para a contração
muscular, ou seja, respondem melhor a contração muscular do que ao alongamento.

Sua principal função é fornecer, ao SNC, feedback de força, evitando a


utilização excessiva dessa força protegendo toda fibra muscular.

GÂNGLIOS
Corpos de neurônios fora do SNC tendem a se agrupar e são denomidados
de gânglios. São dilatações espalhadas pelo corpo funcionando como ligação
entre neurônios e partes do SNC com todas as outras estruturas e órgãos.

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O SISTEMA NERVOSO CENTRAL


É dividido em encéfalo e medula espinhal. Podemos dizer que tais regiões são
as que comandam o restante do corpo. A primeira é protegida pela caixa craniana
e a segunda pela coluna vertebral. Os corpos dos neurônios desse sistema, quando
emaranhados, damos o nome de substância cinzenta, e, os prolongamentos desses
corpos damos o nome de subtância branca.

CÉREBRO: É a parte mais desenvolvida do encéfalo e é dividido em hemisfério


direito e esquerdo unidos por uma conformação denominada corpo caloso.
Podemos separar cada hemisfério em quarto lobos cerebrais, de acordo com suas
principais funções: lobo frontal (cortex motor e pré-frontal), lobo parietal (cortex
somatossensorial), lobo temporal (cortex auditivo) e lobo occipital (cortex visual).
(Fig. 1.3) Deixando claro que aqui apenas algumas funções estão relacionadas
com cada lobo, uma vez que encontramos em um mesmo lobo áreas com funções
e estruturas bem distintas.

O córtex cerebral é dito o principal centro intregrador de impulsos sensoriais


e respostas motoras. Cada região tem sua vital importância dentro de um processo
de reabilitação, porém falaremos mais a fundo sobre as áreas do córtex que
participam do controle motor, direta ou indiretamente, em todo seu processo
de planejamento, execução, além de todos os pormenores relacionados a este
controle.

CÓRTEX SENSORIOMOTOR: Esta região do cérebro compreende as áreas


motora primária (área 4 de Brodmann), área motora suplementar (área 6), o córtex
pré-motor (área 6), córtex somatossensorial primário (áreas 1 e 3) e o córtex
parietal posterior (áreas 5 e 7).

As conexões de estímulo-resposta desta região são inúmeras. As entradas


e saídas do córtex apresentam uma organização somatotópica, representada por

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um mapa corporal, onde os neurônios influenciam os músculos e a informação


sensorial por todo o corpo. No mapa motor, duas característas chamam a atenção,
primeiro que as células corticais influenciam os músculos do outro lado de sua
localização e a segunda característica é o tamanho da representatividade dos
músculos faciais e da mão.

Figura 3. Homúnculo Sensitivo e motor


Fonte: Google imagem, 2016

Cada área citada esta relacionada a algum componente do movimento, não


exclusivamente, mas apresentam uma função principal para que os movimentos
voluntários aconteçam.

O cortex pré-motor é responsável pela organização e orientação correta


do corpo antes do movimento acontecer e por toda orientação sensorial dos
membros além disso, quando aprendemos uma nova tarefa é esta área que esta
ativa. Nesta área localiza-se o conhecido “homúnculo motor”. É dela que provem

Karla Vergaças Seleme 18


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

todas as respostas relacionados à movimentação voluntária, desde controle até


coordenação dessa moticidade. Nessa região o controle é cruzado, ou seja, lesões
nessa área ocasionam atrofia de alguns músculos do lado contralateral do corpo.
Agora, para comandar esse controle e coordenação, aprender como o movimento
funciona, como refiná-los, mesmo sem necessariamente executá-los é o cortex
pré-motor que realiza tal função.

A interpretação e tranformação da informação sensorial para coerencia na


resposta motora é realizada no cortex parietal posterior. Quando precisamos
iniciar um movimento esta região também se faz ativa. Lesão que acomentem
essas duas áreas acarretam incapacidade de produzir estratégias corretas para
que o movimento aconteça.

A área motora suplementar reage diante da necessidade de planejar um


movimento e certificar o seguimento correto de ativação muscular do mesmo
ou de outro. Já, o cortex somatossensorial tem a responsabilidade de fornecer
informações sensoriais para realização do planejamento de um movimento mais
específico e sua iniciação, além da modulação de um movimento já iniciado.

E por fim, o cortex motor primário sintetiza os impulsos de outras áreas do


SNC. Ele gera e transmite informações centrais para o tronco cerebral e medulla
para que o movimento se inicie e seja modulado.

Quando falamos em planejarmos alguma tarefa, que demande um pouco


mais de atenção e seja um pouco mais complexa, que necessite de uma projeção
de resposta é o lobo frontal que necessita estar íntegro para esta função. Neste
lobo estão inseridas funções como cognição e emoção também.

Lesões no cortex motor acarretam frequeza ou paralisia de determinados


musculos. Lesões no cortex pré-motor podem ocasionar dificuldades na velocidade
dos movimentos automáticos. E lesões no lobo frontal acaretam dificuldade de
planejar ou planejar erroneamente determinados movimentos.

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CEREBELO: Localizado na fosse craniana posterior. Ele apresenta uma


configuração parecida com a do cérebro no que diz respeito a composição e
distribuição da susbtância branca e da cinzenta. Sua principal diferenciação é que
o cerebelo funciona num nível inconsciente e involuntário e exclusivamente com
função motora.

O conhecimento sobre o cerebelo é de extrema importância, pois suas


funções estão relacionadas com a gerência do equilíbrio e da postura, com o
controle do tônus e da movimentação voluntária, além da aprendizagem motora.

Diante de todas essas funções fica mais claro relacionar as possíveis


alterações quando esta região do sistema nervoso é lesada. Podemos encontrar
incoordenação dos movimentos (ataxias), perda de equilíbrio e hipotonia.

NÚCLEOS DA BASE: São um conjunto de corpos de neurônios (como os


gânglios) localizados abaixo do cortex. Participam do planejamento e controle
dos movimentos, através de uma interacção com o cortex realizada através no
tálamo. E não só fatores relacionados ao movimento, mas participam do processo
cognitivo e de aprendizado também.

E mesmo esses núcleos não fazendo conexão com a medulla, alterações


nessa região causam dirtúrbios motores como os característicos na Doença de
Parkinson (vide capítulo Doença de parkinson).

TRONCO ENCEFÁLICO: Todas as estruturas citadas a seguir apresentam


funções comuns, porém não unicamente, de controlar funções vitais (respiração,
sistema cardiovascular, sistema gastrointestinal), além do equilíbrio corporal e
movimentos esteriotipados do mesmo. Isto acontece através da integração de
informações oriundas dos aparelho vestibular (órgão do equilíbrio), cortex cerebral
e cerebelo. O Mesencéfalo está localizado entre o cérebro e a ponte encontra-se
anteriormente com o tálamo e o hipotálamo. É uma região de trânsito de estímulos
provinientes do cérebro e direcionados a ele. Além disso, o controle postural

Karla Vergaças Seleme 20


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

também está ligado a esta estrutura. A doença de Parkinson afeta a substância


negra localizada nesta região.

A Ponte encontram-se localizados na Ponte alguns núcleos de nervos cranianos.


Lesões nessa região podem causar desde alterações na sensibilidade da face até
alterações de equilíbrio.

Já o Bulbo é uma região contínua da medula espinhal. Controla sinais vitais


com ajuda da ponte. Apesar de ser pequeno em estrutura se comparado à outras
do SNC, por ele passam um grande número de tractos motores e sensitivos, e
quando lesionado pode acarretar as mais diversas alterações com os mais variados
sintomas.

VIAS MOTORAS - TRATOS


As vias motoras existem para conduzir estímulos que entram (aferente) ou saem
(eferente) do SNC, através dos tratos. Os tratos são feixes de axônios que percorrem
o caminho entre o cérebro e a medula. As vias podem ser diretas (piramidais) ou
indiretas (extra-piramidais). A primeira controla os movimentos voluntários e a
segunda controla e coordena os movimentos voluntários automáticos, a postura
e o tônus.

Vale lembrar que a resposta oriunda do comando neural irá depender das condições
em que se encontra, também, o sistema musculoesqueléticos, pois este sistema nem
sempre gera o mesmo efeito biomecânico que foi comandado pelo SN.

Entender como todo esse processo se dá normalmente deixa mais clara a


compreensão das falhas existentes nele. A fisiopatologia, assim como as lesões
morfológicas existentes nas lesões neurológicas serão abordadas especificamente
em cada capítulo das doenças estudadas neste livro.

Karla Vergaças Seleme 21


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

CONTROLE MOTOR
Movimento é vida, ou pelo menos uma parte essencial da mesma. Segundo
Dicionário Michaelis movimento é, dentro várias definições, ato de mover ou de se
mover; mudança de lugar ou de posição; deslocação. Maneira como alguém move
o corpo. E o Controle motor é a capacidade que o ser humano tem de regular e/ou
orientar os mecanismos essenciais para que este movimento aconteça.

Saber sobre como o movimento acontece, como controla-lo, como aprender


novos movimentos é tarefa primordial para o fisioterapeuta e para todos os
outros profissionais que trabalham nessa área e que ensinam, educam, reeducam,
analisam qualquer situação e pormenores relacionados a esta questão. Estudar o
controle motor compete investigar todos os sistemas que controlam a execução
de uma determinada ação.

Para conseguirmos entender as debilidades existentes, com relação ao controle


motor, em pacientes com patologias neurológicas, devemos antes conseguir
entender como funciona toda estrutura normal deste controle, para depois sermos
capazes de agir diante de uma disfunção aparente.

O MOVIMENTO
O movimento surge da influência e da ação mútua ou compartilhada de três
fatores: o indivíduo, a tarefa e o ambiente (Fig. 1.1) E não só isso, vários processos
em conjunto, como os associados à percepção, à cognição e à ação, fazem parte
do estudo do controle motor para o movimento, muitas vezes restringindo a ação
do mesmo.

Karla Vergaças Seleme 22


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

A cognição é parte fundamental na execução de uma tarefa, incluem a


atenção, a motivação e aspectos emocionais relacionados a um movimento
específico, tanto para o planejamento como para a execução. Entender o processo
cognitivo relacionado à percepção e a ação são de suma importância para que
consigamos um resultado positivo sobre a resposta motora que nosso paciente
possa apresentar.

A ação ou o simples fato de coordenar uma tarefa através dos muitos


músculos e articulações chamamos de problemas de graus de liberdade. Controlar
a ação implica em entender o resultado motor do sistema nervoso para os sistemas
efetores. O sistema nervoso se organiza de tal maneira para limitar os graus de
liberdade para que a tarefa aconteça.

Para a ação acontecer a percepção como informações sensoriais e


psicológicas se faz essencial. O sistema sensorial, por meio de seus receptores,
responde a estímulos internos e externos, além de detectar e perceber o corpo no
espaço (propriocepção). Isso significa perceber as características do ambiente e
do corpo para que o movimento aconteça.

Figura 4. Movimento resulta da ação mútua entre indivíduo, a tarefa e o ambiente.


Fonte: SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOT, M. H., 2003, p. 2.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Quando um dano ao sistema nervoso central acontece, como num acidente


vascular cerebral, ocorre alterações aos sistema cognitivo, motor e sensorial /
perceptual, em conjunto ou isoladamente. Para que uma melhora ou aquisição
de uma função aconteça, o paciente precisa desenvolver novos padrões de
movimento para executar suas tarefas funcionais, uma vez que os sistemas citados
encontram-se comprometidos. Parte do tratamento desse tipo de patologia gira
em torno de restabelecer a capacidade funcional, buscando independência
funcional, ajudando o paciente a aprender ou reaprender a executar determinada
tarefa, utilizando padrões de movimentos diferentes do que estava habituado.

TEORIAS DO CONTROLE MOTOR


As teorias do controle motor existem para tentarmos explicar como o
movimento acontece e como ele é controlado. São conhecimentos especulativos
e abstratos, e talvez por este motivo não exista um consenso sobre as teorias que
conhecemos, de qual seria a mais “correta” e aceita.

Mas ai perguntamos, porque preciso entender de controle motor e isto tem


realmente função na prática clínica diária, uma vez que são só teorias?

E a resposta é, com certeza tem função em nossa vivência profissional.


Tentar entender como tudo funciona, com relação a todo controle motor, nos
ajuda a interpretar, tanto o comportamento, quanto as ações do paciente a fim de
possibilitar opções para uma linha de tratamento, seja utilizando o método pilates
ou qualquer outra técnica ou metodologia para este fim.

Antes de colocarmos um paciente para subir um lance de escada, precisamos


perceber o que esta impedindo o paciente de o fazê-lo. Seria a dificuldade do
mesmo de se perceber no espaço? Seria a falta da capacidade de planejar qual
o ângulo que devo flexionar o quadril e o joelho para subir o degrau? Seria uma

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

espasticidade em membro inferior que não estaria deixando?

Muitas vezes não conseguimos tratar o problema, pois não sabemos o que
está ocasionando tal adversidade. E muitas vezes não saberemos a causa, mas
as teorias, juntas ou isoladamente, nos dão suporte para que saibamos de onde,
possivelmente e/ou provavelmente, origina-se o problema que acarreta a perda
de função ou dificuldade de execução da mesma.

Pensando nas patologias neurológicas o modelo clássico de controle motor, o


modelo hierárquico, é o que embasa a terapia neurológica tradicional.

Tal modelo sugere, através de um controle organizacional, que níveis


superiores controlam e comandam níveis inferiores, em suma, um centro superior
seleciona e transmite o programa motor a centros inferiores para execução do
movimento ou uma tarefa.

Já, a teoria reflexa, descreve que os reflexo são a base para o comportamento
motor. Para Charles Sherrington, idealizador desta teoria, não existe movimento se
não existir algum estímulo sensitivo. O estímulo provoca uma reação, que culmina
em outra reação e assim sucessivamente, gerando um comportamento motor.

E, na teoria dos sistemas, defende-se que para entender o funcionamento


do controle neural dos movimentos precisamos considerar todo o sistema motor,
conhecendo a forças extrínsecas e intrínsecas que atuam sobre nós. Para que um
programa de reabilitação motora ou mesmo de atividade física com algum ganho
de aquisição se mostre eficaz para indivíduos em fase de plasticidade cerebral, seja
um recém nascidos (RN) ou um adulto, dependerá primariamente das teorias de
controle motor que foram utilizadas para embasar a terapia.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Pacientes com doenças neurológicas são incapazes de ter um


comportamento motor “normal” porque o dano no SNC alterou
a capacidade integrativa do cérebro. Fatores biomecânicos e
metabólicos são igualmente alterados. O padrão de movimento
executado pelo paciente é considerado um padrão de movimento
funcional utilizado para atingir o objetivo. Dependendo da
fisiopatologia do trauma e das complicações decorrentes, o
padrão pode não ser eficiente, em termos de custos neurológicos,
biomecânicos ou metabólicos, para o sistema. Todavia, o padrão
é o preferido (propriedade emergente), oriundo de um sistema
de auto-organização que permite ao indivíduo agir. Esse padrão
preferido é resultado de limitações impostas ao indivíduo pela
condição neurológica, assim como pelo ambiente e pela tarefa.

O profissional identifica a forma de controle motor inapropriada e com base


no sistema de controle motor, fisiológico ou biomecânico desenvolve hipóteses
para fundamentar a linha de tratamento ou atividade a ser seguida.

APRENDIZAGEM E REAPRENDIZADO MOTOR


Assim como o controle motor, o aprendizado também não tem um consenso
quanto ao seu funcionamento. Newell descreve o aprendizado motor como sendo
a procura pela solução do problema, que resulta da interação do ser humano com
a tarefa e o ambiente. Mas os mecanismos para que isso ocorra não são claros.

Antigamente, duas teorias de controle e aprendizagem chamavam a atenção:


a teoria de circuito aberto e a teoria de circuito fechado. A principal diferença
entre as duas era a respeito do papel do “feedback” no controle de movimentos.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Hoje é consensual que fatores centrais e periféricos atuam no controle de


movimento, que dependendo do tipo, terá um maior ou menor interferência
desses centros. O cérebro apresenta capacidade de aprender, mesmo após algum
tipo de lesão. Plasticidade é como denominamos esta capacidade de demonstrar
uma modificação, adaptando-se e reorganizando-se estruturalmente. Os aspectos
de recuperação funcional após uma lesão cerebral se mostram semelhantes ao
aprendizado motor que ocorre em um cérebro integro, sendo assim muito do
que se sabe sobre aprendizado motor no cérebro intacto pode ser utilizado no
tratamento de portadores de doenças cerebrais a repetição é um desses aspectos.

As frequentes repetições estimulam a criação de sinapses, favorecendo


a plasticidade e por fim, a aprendizagem. Começamos com a realização de
movimentos mais simples e seletivos (monoarticulares) para progressão de
movimentos complexos (pluriarticulares).

INPUT
Para que o reaprendizado aconteça o input (informações) é essencial e deve
ser utilizado da maneira correta para que seja eficaz. Num geral, eles precisam ser
variáveis, para que aconteça formação de redes nervosas, precisam significar algo
para o indivíduo, para que ele se interesse pela atividade e potencialize o efeito do
aprendizado pelas emoções e pela motivação, além disso as atividade treinadas
precisam ser o mais parecidas com as situações cotidianas do aluno / paciente.

Para que o mesmo tenha interesse nas atividades propostas, que goste e
que seja algo motivador, o indivíduo precisa de consciência e atenção suficientes
para que o aprendizado motor seja eficaz.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

FEEDBACK
É uma importante ferramenta utilizada pelos profissionais da área da saúde
que atuam com reabilitação e também pelos professores de pilates e, que se não
for usado de maneira correta e/ou excessivamente pode inibir o processo de
aprendizado.

Em que momento forneceremos o feedback ao aluno / paciente irá depender


da tarefa dada a ele. Se for uma tarefa simples, podemos fornecer informações de
maneira verbal, tátil e/ou visual após, aproximadamente, 20 repetições. Se for uma
atividade mais complexa a frequência dos feedback pode ser após 4 a 6 tentativas.
Tanto para os acertos, quantos para os erros que acontecem durante a execução
do movimento devemos comunicar através desta ferramenta.

Num geral, quando estamos desenvolvendo ou reaprendendo alguma nova


habilidade motora, nossos neurônios aumentam o número de sinapses para que,
através delas, consigamos coordenar e executar as novas atividades.

Massey, relata que para aprendermos novas habilidades através do pilates


precisamos construir metas de estabilidade, de equilíbrio, resistência muscular e
coordenação. E para que isto aconteça, a integração sensorial se faz necessária
para obtenção de repostas adaptativas de aprendizado motor. Em função dessa
relação de sentidos e reposta motora, um modelo de teoria de desenvolvimento
motor estabelecida é utilizada para que desenvolvamos uma progressão de
exercícios dentro do método pilates.

Pensando nessa teoria citada acima, podemos dividi-la em 3 (três) fases: a


cognitiva, a associativa e a automática. Na primeira fase precisamos compreender e
planejar o movimento. Repetir e ver (estímulo visual) a realização do exercício a ser
aprendido ocorre nesta etapa que dura, em média, de 3 a 6 semanas. Na segunda,
com duração de 8 semanas a 4 meses, acontece a associação do movimento, a

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

consciência, a coordenação e a lapidação na execução do mesmo. Por fim, na


última fase, que acontece continuamente, a automatização dos movimentos,
coordenados e com qualidade.

Como exemplo dentro da técnica podemos citar que na primeira fase,


aprendemos o padrão respiratório e a ativação da região do core, estabilizando
centro conseguirmos habilidades em extremidades. Na fase associativa,
fortalecemos o centro com desafios e os movimentos são mais coordenados. E,
na fase automática, a realização completa dos exercícios é adquirida, sem exigir
grande atenção.

É interessante saber sobre este processo. Ele ajuda a guiar o profissional na


tomada de decisões, tanto relacionados as atividades propostas, quanto o tempo
(estimado) necessário que o aluno/paciente precisa para adquira tal habilidade,
independente da existência de lesões encefálicas ou não.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

AVALIAÇÃO GERAL
Neste capítulo abordaremos alguns aspectos gerais que devem ser observados
na avaliação de indivíduos com patologias neurológicas. Testes, exames e escalas
mais específicos relacionados a sintomas mais próprios de determinada patologia
serão abordados nos respectivos capítulos.

Antes de darmos inicio a qualquer tipo atividade com nosso aluno / paciente, é
necessário a realização de uma avaliação pelo profissional. Ela serve para nortear
as possíveis condutas a serem adotadas com esse novo praticante.

Devemos lembrar que esse paciente apresenta alguma sequela neurológica


proveniente de alguns distúrbio, podendo ser por muitas vezes progressivo. Em
cima da queixa principal desse aluno / paciente ou dos motivos que o levaram a
procurar o pilates como atividade física é que devemos iniciar nossa observação.

A anamnese e o exame físico faz parte integrante do processo avaliativo.

Por se tratar da aplicação método pilates a avaliação postural é extremamente


importante e necessária, uma vez que esses indivíduos apresentam grande
assimetria postural, em função de alterações neuromusculoesqueléticas.

Devemos realizar a avaliação postural estática ou dinâmica. Na primeira


observamos desvios posturais através de desequilíbrios musculares ou mesmo
alterações no componente muscular (interessante investigar o porque essas
alterações estão instaladas, se são resultados de lesões no SNC ou se são
musculoesqueléticas. Na dinâmica solicitamos ao indivíduo que realize algum
exercício e observamos padrões incorretos de movimento, que posteriormente
facilitarão a tomada de decisão na hora de determinar os melhores exercícios a
serem aplicados.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

AVALIANDO O MOVIMENTO
No pilates não temos uma padrão de avaliação específico, mas além da
avaliação postural, que deve ser realizada na vistas anterior, lateral e posterior,
podemos analisar determinados movimentos para nos ajudam a identificar
possíveis instabilidades e desequilíbrios. MASSEY sugere a aplicação de 9 (nove)
exercícios, repetido 5 (cinco) vezes, sem que o avaliado receba informações sobre
o método ou sobre a direção do movimento.

Os exercícios propostos para avaliação são: o agachamento (para estabilidade


e controle dos membros inferiores); o avanço (observar instabilidade dinâmica
dos membros inferiores e estabilidade de tronco no movimento combinado do
quadril); equilíbrio em pé com uma perna (observar estabilidade do tronco à
movimentação quadril); flexão de ombro (realizada em pé, observar estabilidade
do ombro em relação ao tronco estável); flexão de braço (determinar a força e
controle dos membros superiores e tronco); curl-up – abdominal com flexão parcial
de tronco (observar a sequencia de movimento); desafio de quatro apoios (observar
a capacidade do tronco de manter o alinhamento); Ponte (avaliar a estabilidade
do centro em extensão); e a marcha (observando todos os pormenores da marcha
como: movimento dinâmico, controle central, equilíbrio nas descargas de peso,...)

AVALIANDO A COORDENAÇÃO MOTORA


Para pacientes neurológicos, é indispensável a avaliação da coordenação
motora. Claramente já conseguimos observar se o paciente apresenta algum
déficit nessa questão (ataxias) quando avaliamos a marcha, o equilíbrio e
a movimentação voluntário. Mesmo assim, alguns testes de rápida e fácil
aplicabilidade podem ser realizados.

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A manobra calcanhar-joelho para identificar falta de coordenação em


membros inferiores. Em decúbito dorsal, solicitamos que o avaliado encoste o
calcanhar de uma perna sobre o joelho da outra e deslize sequencialmente pela
tíbia. Devemos realizar o teste de olhos abertos e fechados, identificando assim se
a ataxia é cerebelar ou sensitiva.

A manobra índex-índex é utilizada para identificar ataxias em membros


superiores. Com membros superiores em abdução e os dedos indicadores
estendidos, o avaliado deverá encostar os pontas dos indicadores, pode ser
realizada com olhos abertos e/ou fechados.

AVALIANDO TÔNUS
Para avaliarmos o tônus necessitamos realizar a movimentação passiva
ao nível da articulação, em todos os membros. Ele pode ficar acima do normal
(hipertônico) ou abaixo dele (hipotônico).

REFLEXOS DE ESTIRAMENTOS FÁSICOS


Importante avaliar pois relacionam-se com a origem do movimento corporal.
A hiperatividade das respostas quase sempre se traduz em sinal patológico. Testar
o reflexo patelar e o aquileu, em membros inferiores e os reflexos cubitopronador,
estilorradial, bicipital e tricipital em membros superiores.

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REFLEXOS EXTEROCEPTIVOS – CUTANEOPLANTAR


Para testar este reflexo o examinador passa algum objeto (como uma
caneta) na borda lateral do pé, partindo do calcanhar e continuando o caminho pé.
Como resposta normal os artelhos flexionam. O sinal de Babinski é uma resposta
patológica em resposta a uma lesão neurológica e quando o teste é realizado
ocorre extensão do hálux com abertura em leque dos demais artelhos.

AVALIAÇÃO DE SENSIBILIDADE
Importante testar, pois o alterações neste quesito alteram as respostas
motoras. A sensibilidade exteroceptiva relacionada a dor epicrítica e a sensibilidade
táctil devem ser testadas. Assim como a sensibilidade proprioceptiva consciente
também (cinestesia e artrestesia).

Muitos das opções de avaliação descritas são simples e fáceis de serem


aplicadas dentro do estúdio de pilates. Não são as únicas formas de avaliação
existentes. Encontramos na literatura maneiras e ferramentas mais específicas que
devem ser consultadas caso o profissional acredite existir a necessidade para tal.

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ACIDENTE VASCULAR
ENCEFÁLICO
Apesar de parte deste capítulo se intitular acidente vascular cerebral (AVC),
abordaremos de forma mais ampla sua principal síndrome, a hemiplegia ou
hemiparesia, uma vez que ela pode ser ocasionada por diversas outras doenças
(tumores, traumas, esclerose múltipla).

Tanto a hemiplegia, perda da mobilidade de um hemicorpo, quanto a


hemiparesia, perda parcial dessa mobilidade, são sequelas cada vez mais comuns,
graves e potencialmente incapacitantes. Os AVC’s acontecem de forma súbita e
específica, e o grau de incapacidade gerados por eles se devem, principalmente, à
extensão da área acometida.

DEFINIÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1992, o AVC é uma
síndrome clínica caracterizada por sintomas/sinais neurológicos focais e de rápida
evolução, com duração de mais de 24 horas ou que levem à morte sem outra causa
aparente que não a vascular.

Podemos dizer que esta definição já se faz um tanto antiga, uma vez que
exames de imagens, tão fundamentais para auxiliar no diagnóstico correto, não
eram realizados na época em que a definição foi elaborada.

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EPIDEMIOLOGIA
As doenças que afetam o sistema cardiovascular são a principal causa de
morte no Brasil. O AVC é a origem mais simples de incapacidade neurológica e a
primeira causa de morte dentre as doenças cardiovasculares. Tanto sua etiologia
quanto os fatores de risco que causam esta patologia são, em sua maioria, já bem
conhecidos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o fator mais predominante,
além do histórico familiar de doença cardíaca, diabetes mellitus, obesidade,
sedentarismo, fumo e uso de pílula anticoncepcional.

É sabido também que com o aumento da idade, após 65 anos, a incidência


aumenta significativamente, mas mesmo assim, não pode ser considerado um
processo natural de envelhecimento. Os AVCs isquêmicos são mais comuns do
que os hemorrágicos, numa proporção de 70% no primeiro, para 20% no segundo,
e 10% dos casos permanecem inespecíficos.

FISIOPATOLOGIA / TIPOS DE AVC


Para que o tecido nervoso permaneça vivo e em atividade ele necessita de
vascularização ininterrupta, sendo totalmente dependente de oxigênio e glicose.
Caso esse fluxo seja interrompido por mais de 3 minutos, as células nervosas
começam a sofre apoptose e, muitas vezes, as alterações decorrentes dessa
necrose celular se tornam irreversíveis.

Um AVC pode acontecer proveniente de dois processos: a isquemia ou a


hemorragia. A isquemia é a causa mais comum. Ocorre uma obstrução em uma
das artérias cerebrais ou em suas ramificações. Ela pode tanto ser ocasionada por
placas ateroscleróticas que bloqueiam o fluxo sanguíneo causando a isquemia
de determinada região ou por êmbolos secundários provenientes do coração ou

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

de outros locais, e também causando esse processo. Menos comum, porém com
sequelas geralmente muito mais graves e incapacitantes do que as ocasionadas
por um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), é o acidente vascular cerebral
causado por uma hemorragia (AVCh). A hipertensão, o aneurisma e malformação
arteriovenosa podem causar este tipo de AVC.

Independente da maneira como esse processo ocorra, as insuficiências


focais provenientes dele dependerão do tamanho e da localização da lesão, além
da quantidade de fluxo sanguíneo colateral. Grandes artérias cerebrais, a média,
posterior e anterior, ou suas ramificações são mais acometidas pela obstrução.

Na tabela abaixo estão relacionados os sintomas clínicos das lesões vasculares


em função do vaso afetado e das possíveis estruturas envolvidas.

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Figura 5. Sintomas Clínicos de Lesões Vasculares


Fonte: Umphered, Darcy. Reabilitação Neurológica, 2002.

A HEMIPLEGIA E A HEMIPARESIA
Podemos dizer que a hemiplegia ou hemiparesia é a sequela motora mais
aparente e mais impactante pós-avc. No caso da hemiparesia aparecer em função
do AVC temos um início súbito onde pode apresentar-se, no início, de forma flácida
e, normalmente, evoluir para uma fase espástica. Caso não seja esta patologia a

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etiologia deste padrão, a evolução do quadro hemiplégico pode ser progressivo


e variar bastante. Na fase flácida, os músculos acometidos ficam flácidos,
hipotônicos. Uma hipo ou arreflexia é notada e os sinais de automatismo medular
(conjunto de reações reflexas que aparecem na lesões graves de medula) estão
ausentes. Na fase espástica, uma hipertonia muscular (espasticidade) é percebida
nos músculos afetados, os reflexos estão presentes ou mesmo hiperativos e
sinais de automatismo medular estão ativos como, clônus, sinal de Babinski e
exacerbação de reflexos discretos.

Quando um paciente hemiplégico vem a procura do método pilates, na


maioria das vezes, ele já está na fase espástica da sequela.

Não raro é a associação de outros transtornos no lado acometido em


comparação ao lado são, distúrbios tróficos na pele e sensitivos, artropatias
dolorosas e edema são alguns deles. E também apresentarem outros sintomas em
conjunto, como distúrbios sensoriais, sensitivos e cognitivos.

Topograficamente podemos classificar as hemiplegias em completa ou


incompleta, direta ou alterna. Completa quando a via piramidal é acometida
superiormente a sua decussação, afetando um dimidio, e incompleta quando
acomete um segmento. Pode ser direta quando as manifestações se dão do
mesmo lado do corpo ou ser alterna quando a lesão piramidal se dá abaixo da
cápsula interna, comprometendo partes em lados opostos. E ainda podemos
dize-las proporcionais ou desproporcionais. A primeira é quando os déficit são
equivalentes em todos os membros afetados e no segundo não, um membro é
mais acometido que o outro.

Essa classificação é importante, pois ajuda na possível localização da lesão,


além de norteia um melhor jeito de traçar uma conduta a ser adotada.

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PADRÃO MUSCULAR COMUM


Mesmo não sendo uma via de regra, pois sequelas que provem de patologias
neurológicas nunca tem, podemos identificar alguns padrões que geralmente
aparecem em alguns grupos de pacientes. Quando o hemiplégico evolui para
a fase espástica, é observado um padrão flexor em membro superior e extensor
em membro inferior acometido, isto devido a hipertonia predominante nos
músculos antigravitacionais. A espasticidade é um fator de grande interferência
no prognóstico. Ela pode mascarar atividade motora voluntária, juntamente com
a força muscular, resultando muitas vezes em padrões anormais de movimento,
principalmente com movimentos em bloco.

O MEMBRO SUPERIOR
No membro superior uma rotação interna e adução é percebida com pronação
de antebraço, e os punhos e dedos estão flexionados e o polegar aparece aduzido.
Quando solicitada a movimentação ativa desse membro ela acontece em bloco e
o ombro mantem esse padrão de rotação interna e adução.

A articulação escapuloumeral é a que mais sofre e apresenta alterações. Na


fase flácida ela fica praticamente suspensa, somente com auxílio de ligamentos
para mante-se posicionada. Tanto a gravidade quanto falhas no manuseio
podem acarretar alterações significativas e irreversíveis que podem se manter
até a fase espástica e perdurar durante toda a vida do paciente. O cuidado com
está articulação é especialmente importante, pois precisamos estabiliza-la para
conseguir movimentar as outras articulações mais distais a ela, além da mesma
auxiliar no equilíbrio na hora da marcha e ser importante componente no que diz
respeito a locomoção em cadeira de rodas e tranferências caso paciente necessite
deste tipo de movimentação.

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O MEMBRO INFERIOR
No membro inferior, a articulação coxofemoral aparece em rotação externa,
joelho em extensão e o pé em equino. Principalmente na fase flácida, a falha na
maneira correta de posicionar o membro mantem esse padrão, além da retração
do tendão-de-aquiles que gera o padrão presente na articulação do tornozelo.

Quando o padrão de extensão é completo, a flexão dorsal ativa não acontece.


Mas esse tipo de padrão é bem visto, uma vez que auxilia no processo de
recuperação da marcha, mesmo que se mantenha uma postura anormal para este
fim. Algumas compensações musculares e articulares acontecem em função do
padrão patológico instalado. No caso da hiperextensão do joelho, é compensada
por báscula da pelve em consequência de uma escoliose presente.

Os exercícios presente neste livro facilitarão o estímulo ao correto posicionamento


das articulações envolvidas, tentando quebrar o padrão aparente e facilitando
a movimentação normal das articulações. Mas não podemos pensar somente
na questão motora de forma isolada. Esses paciente apresentam, muitas vezes,
distúrbios de atenção e concentração, de linguagem, alterações de sensibilidade,
e todos esse fatores irão influenciar diretamente no prognóstico do paciente,
assim como na elaboração e seleção das atividades o mesmo.

AVALIAÇÃO
Antes de traçarmos uma conduta, é primordial a realização de uma avaliação.

A avaliação ajuda a verificar os objetivos para aquele paciente e a nortear nossa


rotina de atendimento / aula. Para este tipo de pessoa que busca o Pilates como
forma de reabilitação ou manutenção da qualidade de vida, dentro de suas reais

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

condições, devemos utilizar testes específicos para quantificar e qualificar nossa


análise inicial. Quando fazemos um exame físico geral deste paciente, devemos
olhá-lo como um todo, e não somente à hemiplegia.

Outro fator de extrema importância é que quando falamos em processo


de recuperação funcional, não podemos esquecer que o mesmo depende da
capacidade do paciente de compreender as instruções recebidas. Precisamos
conseguir estabelecer uma forma eficiente de comunicação. Para isto, a linguagem
– como capacidade de compreender, elaborar e / ou emitir recursos, mesmo que
de maneira não tão apurada e completa, deve estar preservada.

AVALIAÇÃO POSTURAL
A avaliação postural, como em todos os outros grupos de alunos e
pacientes, deve ser realizada. Por definição, “postura é o modo como o indivíduo
se apresenta no espaço e é determinada pelo equilíbrio dinâmico do sistema
neuromusculoesquelético.” Uma boa postura se apresenta quando temos um
melhor rendimento funcional com um menor gasto energético. Qualquer coisa
diferente disto podemos considerar alteração postural.

Existe hoje, inúmeros softwares e aplicativos que podem auxiliar neste tipo
de avaliação. O SAPO é o programa mais conhecido, porém não acessível nos
estúdios de pilates. A tecnologia dos aplicativos tem ajudado nessa questão. O
PostureScreen e o Boa Postura são alguns desses aplicativos.

Esta avaliação consiste em observamos e registrarmos alterações anatômicas


que resultem em desvios posturais, e para isto inspecionamos o indivíduo nos
planos anterior, posterior e lateral. Podemos utilizar como base o fio de prumo para
posicionar o indivíduo e assim fazer as corretas observações. Tal avaliação deve ser
feita para percebermos os desequilíbrios musculares e fazer com que consigamos

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

prescrever corretamente os exercícios a fim de favorecer o posicionamento


correto das estruturas e consequente melhora funcional evitando acentuação dos
desequilíbrios aparentes.

AVALIAÇÃO ESPECÍFICA
Pensando na questão do sistema neuromusculoesquelético, precisamos
verificar alguns pontos importantes. Devemos avaliar o desempenho motor; a
amplitude articular, tanto a ativa, a ativa assistida, quanto a passiva; a força; o
tônus muscular; o equilíbrio, estático e dinâmico; a coordenação; e a marcha.

A funcionalidade também deve ser avaliada. Algumas escalas existem para


facilitar este processo, como o Índice de Barthel e a Escala de Avaliação motora
que são de fácil e rápida aplicabilidade. Para o desempenho motor podemos
utilizar o teste Fugl-Meyer, porém o tempo de duração da aplicação do teste é
relativamente alto e se torna um empecilho para a sua realização dentro do
estúdio, mesmo sendo um teste com boa validade.

Para o equilíbrio a Avaliação de equilíbrio de Berg (Berg Functional Balance


Scale) pode ser utilizada, respeitando as alterações para pacientes com AVC. E
para marcha temos o Timed Up & Go Test, também de fácil empregabilidade.

Toda avaliação se faz importante, como enfatizada a todo momento. Ela


fornecerá informações para percebermos quais os movimentos e funções do
paciente são possíveis de serem realizados ou não, e como os padrões anormais
de movimentos vão interferir na capacidade ou no desempenho funcional. Em
suma, com ela, podemos identificar os problemas, desenvolver estratégias para
tentar sanar estes problemas e acompanhar o progresso ou regresso dos mesmos.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA


O tratamento medicamentoso para o AVC irá depender da etiologia
do processo e de quais são os problemas associados que necessitem de uma
intervenção mais específica e contínua farmacológica.

Se isquêmico, ocasionado por um trombo ou êmbolo, a terapia anticoagulante


geralmente é a mais indicada. Se for por hemorragia, de maneira profilática, a uso
de drogas anti-hipertensivas são mais utilizadas. Independente de qual maneira
aconteça, a conduta médica é sempre preventiva.

Para alguns problemas associados, os pacientes fazem uso de medicação


contínua. No caso da espasticidade, temos drogas que atuam no sistema nervoso
central e as que atuam na periferia. A desvantagem das drogas que atuam no SNC,
como o diazepam, é que elas deprimem todo o sistema, causando sonolência
e ansiedade, que pode interferir nas sessões de pilates. As drogas que atuam
perifericamente apresentam um efeito temporário, mas conseguem diminuir
os efeitos da espasticidade na musculatura acometida e, consequentemente,
melhorar a funcionalidade ou posicionamento da estrutura.

CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES


Quando recebemos um paciente com disfunções motoras tão aparentes
como a hemiplegia ou a hemiparesia, acabamos dando mais importância a este
padrão patológico do que ao que o paciente realiza de maneira correta ou apresenta
de qualidade motora. Focar no paciente como um todo é de vital importância para
que ele melhore funcionalmente e seja cada vez menos dependente nas atividade
de vida diárias. É exatamente o que o conceito pilates se propõem, trabalhar o
indivíduo como um todo.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Antes que qualquer movimento ocorra precisamos dar ao paciente


estabilidade central. Para que os movimentos de membros superiores e inferiores
aconteçam com qualidade e eficiência, minimizando o risco de possíveis lesões,
devemos ensinar ao nosso paciente o princípio da centralização. Como já vimos,
a hemiparesia acomete um dimidio, e isto inclui não só os membros e a face,
mas também o tronco do indivíduo. Este muitas vezes esquecido durante os
tratamentos. Com a perda da musculatura estabilizadora aumentamos a sobrecarga
em outras estruturas e consequentemente aumentamos o gasto energético para
realizar uma tarefa ou exercício podendo acarretar dor e fadiga. O tronco também
tem fator primordial na mecânica respiratória. A paralisia de um lado do tórax
causa a insuficiência respiratória levando a fadiga. A fadiga é o maior problema
que acomete os pacientes hemiplégicos. A diminuição da capacidade respiratória
associada ao aumento da demanda de oxigênio resultante dos padrões anormais
de movimento atípicos causam esta condição de cansaço.

A fraqueza muscular ou paralisia resultante da hemiparesia nos músculos


abdominais, eretores da espinha e do trapézio médio e inferior influenciam
negativamente na capacidade respiratória, que depende de uma postura e de
um bom equilíbrio muscular para ser ideal. Esses músculos debilitados dificultam
a retificação da coluna superior incapacitando a mecânica do tórax de levantar
e expandir para que a capacidade pulmonar seja maximizada. A respiração no
pilates acontece de forma tridimensional ou costo lateral, procurando utilizar toda
a capacidade que os pulmões tem para captar oxigênio. Exige atenção e consciência
para sua realização, mesmo sendo o mais natural possível. Para estes pacientes
devemos enfatizar ainda mais as inspirações longas e profundas para expansão
da caixa torácica e lembrar que na expiração não devemos forçar o esvaziamento
dos pulmões para que os músculos oblíquos não sejam ativados excessivamente,
fazendo com que acarretem alterações na estabilidade da coluna.

Sabemos, depois de realizar a avaliação, que algumas coisas o paciente


consegue fazer e apresenta capacidade muscular para ativar determinados músculos

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

e o que não. Importante salientar, que mesmo depois de muito tempo de lesão, vale
acreditar na plasticidade neural e vale a estimulação de todas a musculatura a fim de
melhorar toda capacidade neuromusculoesquelética deste indivíduo. Autores citam a
plasticidade como uma propriedade intrínseca do SNC e que acontece durante toda a
vida, e não somente 3 ou 6 meses após algum tipo de lesão. Além disso nosso sistema
modifica-se continuamente em função de estímulos sensoriais e da atividade motora.

Outro ponto importante é o direcionamento de atividade bimanuais.


Alguns conceitos de reabilitação após o AVC dão ênfase somente a reabilitação
do lado comprometido. Como já visto, o conceito pilates trabalha o paciente
globalmente, Alguns estudos citam, que se movimentos bimanuais forem
realizados simultaneamente, sugere-se uma interação coordenada do SNC, pois
ambos atuando agem como uma unidade que supera a ação de um único membro.

Quando inserimos o Pilates no programa de tratamento de um paciente, não


devemos pensar como acontece com alguns protocolos de reabilitação que tem
receio em fortalecer musculaturas espásticas pelo aumento de padrões anormais
de movimentos, pois isto não acontece. Tanto o fortalecimento muscular quanto
e/ou o condicionamento físico, ambos também proporcionados pelo conceito em
questão, são capazes de beneficiar os pacientes acometidos com ganhos funcionais,
sem que para isso ocorra alguma alteração no tônus. E ainda, quando comparada a
outras formas de fortalecimento muscular, a utilização de treinamento combinando
movimentos concêntricos e excêntricos apresentam resultados com maiores ganhos
na força muscular e na performance funcional do membro inferior.

Quando pensamos no paciente hemiparético, existem várias abordagens


distintas que podem ser aplicadas. Facilitar os padrões normais de movimento e
inibir padrões espásticos e estereotipados, como a teoria neuroevolutiva descreve
é uma boa intervenção. O Pilates surge para complementar esta abordagem e
incrementar as terapias/aulas conforme o terapeuta acredite que seja melhor para
o paciente/aluno em questão.

Karla Vergaças Seleme 45


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DOENÇA DE PARKINSON
A Doença de Parkinson (DP) é uma patologia crônica, de caráter progressivo,
lento e degenerativo do sistema extrapiramidal, e caracterizada por produzir,
principalmente, mas não exclusivamente, um conjunto de distúrbios motores. É
uma das doenças neurodegenerativas mais prevalentes do SNC.

Vale destacar que para as manifestações clínicas geradas pela DP damos o nome
de parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana, e que algumas outras patologias
podem apresentar o parkinsonismo como característica.

PATOLOGIA / FISIOLOGIA
Como processo patológico, acontece no SNC, ou mais especificamente, na região
dos núcleos da base (substância negra e corpo estriado) ocorre uma degeneração
celular em função da redução da concentração de dopamina na sinapse.

A dopamina é um importante neurotransmissor, de papel singular no controle


dos movimentos e quando não funcionam adequadamente, afetam a dinâmica
no circuito dos núcleos da base, acarretando os principais sinais e sintomas desta
patologia. Este processo ocorre de maneira progressiva e irreversível.

Não só de sintomas motores é descrita esta patologia. Os distúrbios mentais


e autonômicos, por exemplo, são ocasionados por deficiência dopaminérgica,
porém, não nos núcleos da base.

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ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA
A DP não apresenta uma causa definida, mas acredita-se que alguns fatores
podem pré-dispor esta patologia, entre eles: neurotoxinas ambientais (uso de
heroína), fatores genéticos e idade avançada.

Estatisticamente a prevalência desde doença aumenta com a idade, em 74%


dos casos aparecem na faixa acima de 70 anos de idade. Isto não impede o
aparecimento precoce dos sintomas até mesmo antes dos 21 anos. Estima-se que
0,1% da população geral seja acometida pela doença.

O sexo masculino acaba sendo o mais acometido, numa proporção pequena se


comparado ao feminino. Outros fatores como classe social e diferenças geográficas
parece não ter influência significativa na incidência desta patologia.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Como manifestações básicas do DP, o parkinsonismo apresenta 4 distúrbios
de movimento mais característicos: acinesia ou bradicinesia, rigidez, tremor de
repouso e instabilidade postural. Estas são as principais, porém não os unicos
sinais e sintomas. Com a progressao da doença outros fatores aparecem, tanto
pela própria progressão fisiológica da doença quanto decorrentes dos sintomas
físicos e de fatores psicossociais de cada pessoa acometida.

ACINESIA E BRADICINESIA
Acinesia e bradicinesia são, respectivamente, a ausência e diminuição dos
movimentos, e são manifestações bem características desta patologia. Afeta os

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movimentos voluntários e os automáticos, tanto na iniciação quanto na execução


dos mesmos.

A predisposição em adotar e manter posturas fixas provem deste sintoma. Este


fenômeno acontece em todo tipo de movimentação e em todos os aspectos,
desde a redução na expressão facial e na marcha em bloco, que acontece sem a
movimentação dos braços, até em alterações na direção do movimento e em parar
esta atividade. Os movimentos mais complexos sofrem mais com essas alterações
do que os movimentos simples.

A acinesia pode ser subita (freezing), não tão comum no inicio dos sintomas, mas
especialmente incapacitante numa fase mais avancada da DP e interfere muito na
aplicabilidade de qualquer terapia ou atividade física. O indivíduo nao consegue
iniciar o movimento ou acontece uma perda abrupta da capacidade de sustentar
um movimento mais específico. Geralmente ocorre durante a marcha, mediante
um obstáculo físico ou visual ou por uma tensão emocional.

RIGIDEZ MUSCULAR
A rigidez muscular presente nesses indivíduos e do tipo plástica. A resistência a
movimentação em uma articulação é regular aumentada em toda a amplitude de
movimento. Essa resistência pode ser suave (“cano de chumbo”) ou intermitente
(“roda denteada”). Esse processo faz com que o indivíduo tenha um gasto energético
maior para realizar os movimentos, percebendo um aumento no esforço o que
pode acarretar em sensação de fadiga.

Acomete principalmente a musculatura flexora, surgindo alterações de tronco e


membros (postura simiesca) que, geralmente, são assimétricas e unilateral.

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TREMOR DE REPOUSO
O tremor acontece por contrações alternadas de grupos musculares opostos,
acometendo mais extremidade em membro superiores do que inferiores.
Também apresenta carater assimétrico ou unilateral. A movimentação voluntária
diminui este padrão, enquanto a marcha, fatores emocionais e esforço cognitivo
exacerbam este sintoma. Mesmo sendo esteticamente incapacitante, este sintoma
dificilmente interfere nas AVD’s.

INSTABILIDADE POSTURAL
Esta manifestação clínica acontece em função da perda dos reflexos de
readaptação postural, fazendo com que o tronco, que fica levemente caído
a frente do corpo, não consiga reajustar o movimento, para voltar a posição
anatômica e ereta, facilitando episódios de queda. As quedas são um problema
sério no parkinsonismo e a terapia medicamentosa, geralmente, não é eficiente
para diminuir a ocorrência deste problema.

Não se sabe ao certo o que causa esta instabilidade postural, porém, entre as
hipóteses existentes para explicá-la está a inefetividade do processamento sensorial
ou também a falta de reações antecipatórias para controle postural, com defeitos na
seleção das estratégias produzindo respostas inadequadas e mal-adaptadas.

A MARCHA
O padrão da marcha adotado pelo parkinsoniano é bem característico e
vale a descrição em um tópico a parte. Os passos são curtos, de baixa velocidade

Karla Vergaças Seleme 49


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e ocorre um aumento da cadência. Conforme a doença progride, os passos se


tornam mais curtos e mais rápidos, a este padrão de deambulação damos o nome
de festinação que pode ser para frente (propulsão) ou para trás (retropulsão),
tentando sempre encontrar o centro de gravidade.

Tanto a marcha quanto a instabilidade postural são principal fator causador


de incapacidade em casa e no trabalho desses indivíduos.

Além dessas principais alterações motoras citadas, existem outras que também
são de suma importância durante a elaboração de um programa de aula / terapia,
uma vez que interferem diretamente no andamento do programa, são elas: as
manifestações cognitivas, psiquiátriacas e autonômicas. A primeira, quando
presente na fase inicial, é discreta, mas com a progressão da doença pode até
evoluir para uma grave demencia. A depressão esta presente em quase metade
dos portadores desta patologia. Por este motivo deve-se ter cautela com os
exercícios propostos, pois o risco de queda de nivel desses indivíduos é grande
pelas manifestações motoras e pode agravar ainda mais o grau de depressão
e descontentamento. E a última esta relacionada com obstipação intestinal e
hipotensão postural.

Ainda aparecem sintomas relacionados a percepção e atenção, apresentando uma


dificuldade em dividir esta atenção e ativar a“memória em atividade”. Estas deficiência
interferem, e muito, nas estratégias de tratamento, em função da dificuldade em
prender a atenção quando necessário, em selecionar respostas motoras corretas
oriundas de um estímulo sensorial ou ainda, como já dito, dificuldade em dividir a
atenção. Déficits de aprendizagem são comuns nesses indivíduos, sendo necessário
uma prática maior na realização de uma atividade aprendida.

Observação: A broncopneumonia é uma das complicações mais sérias relacionais


a DP e é a maior causa morte da mesma. Tal patologia provem da diminuição da
atividade geral concomitante à falta de expansibilidade torácica.

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DIAGNÓSTICO
O Diagnóstico é basicamente clínico realizado através de exames físicos e
histórico médico. Para caracterizar esta patologia é necessário que pelo menos
duas, das quatro principais manifestações motoras se façam presentes.

CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA


Como não se sabe a etiologia da DP, fica difícil fazer algo preventivo ou que
combata a patologia. Sempre voltamos na premissa de tratar o indivíduo como
único, pois mesmo a doença apresentando padrões e sintomas bem determinados,
o acometimento e as desordens decorrentes dos principais sintomas são
específicos de cada portador, e se manifestam e acometem lugares diferentes,
com intensidades diferentes.

Dentro de um processo de reabilitação ou mesmo de atividade física qualquer,


para este tipo de população, uma equipe multidisciplinar se faz necessária.

A principal terapia medicamentosa é realizada com a utilização da L-dopa, que é


um precursor da dopamina no SNC. Apesar de não restaurar os neurônios perdidos,
este medicamente ajuda aumentando a função dopaminérgica, amenizando os
sintomas, mas nunca freando a evolução da DP. O principal problema é o tempo
de utilização da droga associado aos efeitos colaterais decorrentes da mesma.
Quanto maior a dose, mais intenso pode ser o feito colateral e independe de à
quanto tempo o paciente / aluno usufrui do medicamento.

Importante saber sobre, pois o uso do medicamento influencia o desempenho


motor. O paciente / aluno estará num período “on” ou “off” da interação
medicamentosa, no primeiro com efeito máximo da droga e, no segundo com

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efeito mínimo sendo que no período “on” é onde eles estão mais preparados para
realização de exercícios físicos.

A conduta cirúrgica pode ser adotada quando o indivíduo não responde a


medicação e/ou já se encontra em um estágio avançado da doença.

AVALIAÇÃO
Quando pensamos em nosso paciente / aluno portador do DP, precisamos
avalia-lo perante sua deficiência e seu desempenho funcional.

A avaliação postural, assim como testes de força, comprimento muscular,


tônus e, principalmente, a marcha (padrões e tempo de execução) e equilíbrio
dinâmico (teste de alcance funcional), devem ser realizados sempre que necessários.
Outro recurso de rápida e fácil utilização nos dias de hoje, é a filmagem do aluno /
paciente realizando algum exercício ou durante a marcha, podendo utilizar como
parâmetro para comparação na avaliação inicial e após algum tempo da realização
das aulas de pilates.

Podemos utilizar as escalas para avaliar tanto os sintomas quanto alguma


outra condição que o indivíduo apresente. A Escala de Contagem unificada da
Doença de Parkinson (UPDRS) auxilia monitorando a progressão da doença e da
eficácia medicamentosa. Outra escala que pode ser aplicada é a Escala de Atividade
de Parkinson (PAS), que mesmo uma escala nova e com poucos estudos para
afirmar sua confiabilidade, parece útil na caracterização de problemas funcionais,
num estagio moderado a severo da patologia.

Não esquecer dos índices e escalas já citadas neste livro e que podemos
utilizar para deixar mais completa nossa avaliação.

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CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES


Com uma avaliação bem fundamentada e aplicada, fica mais fácil elaborar
objetivos específicos para nosso aluno / paciente. Dentre as principais alterações
que esses indivíduos apresentam, faremos uma abordagem pelo conceito pilates
a fim de entender como e porque realizar determinado tipo de exercício.

Somente neste momento, tiraremos o foco específico do aluno / paciente e


pensaremos nos mecanismos fisiopatológicos, como eles agem e o que causam
no sistema neuromuscular, para que assim possamos traçar objetivos gerais para
uma intervenção com essa população.

O Pilates como um conceito de reeducação do movimento auxilia na


melhora das alterações motoras e em vários sintomas colaterais provenientes
da DP. Em suma, para esses indivíduos, precisamos aumentar a quantidade de
movimento e sua amplitude, para melhorar a capacidade de expansão da caixa
torácica, facilitando as reações de equilíbrio que, por fim, resultará em melhora
funcional, facilitando a independência e as AVD’s, beneficiando e melhorando a
qualidade de vida.

Mesmo sabendo que o exercício físico é essencial para esta população,


existem poucos artigos que falam sobre esta questão.

Alguns estudos relatam uma tendência do exercício físico, principalmente


o aeróbico, em reduzir sintomas como bradicinesia e distúrbios da marcha, desde
que realizados regularmente.

O Pilates, entre outros pormenores, proporciona um trabalho muscular


resistido e a realização de alongamentos dinâmicos que juntamente realizados com
os seus princípios, desenvolvem tanto força, o alongamento, quanto melhoram o
coordenação motora e o equilíbrio beneficiando os portadores da DP.

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O padrão respiratório aplicado no método é tão importante para trazer o


indivíduo para realização do exercício (atenção direcionada para atividade) quanto
para melhorar a expansibilidade da caixa torácica e a rigidez diafragmática, fator
tão comprometido e de extrema importância nesses alunos / pacientes.

A aplicação dos exercícios flui de maneira mais adequada se conseguirmos


diminuir o padrão de rigidez, para isso, a rotação das extremidades e do tronco
assim como o balanço suave e lento proporcionam um relaxamento do indivíduo
para que o mesmo consiga realizar as atividade subsequentes.

Para que a assimilação de um estímulo externo ocorra e o indivíduo consiga


interpretar e executar determinado movimento, uma constante estimulação
cognitiva deve ser realizada. Estímulos verbais e visuais, além de feedback tátil são
importantes e necessários para realização do movimento. Tais instruções fazem
parte dos princípios da aprendizagem motora que, através da prática aleatória,
faz com que o aluno / paciente aprenda a maneira correta de executá-lo e consiga
com isso regular a extensão, a velocidade e a direção do mesmo.

Os padrões de contração muscular e alongamento utilizados no método


pilates, como as contrações isotônicas (concêntricas e excêntricas) e isométricas
realizadas de maneira ampla e lenta auxiliam na reorganização do movimento
do portador de DP. A amplitude de movimento acontecendo em sua totalidade é
essencial para evitar mudanças nas propriedades dos músculos.

Dentro da técnica e para este pacientes / alunos, podemos começar os


exercícios com padrões simétricos bilaterais, que são mais fáceis de executar,
para depois trabalhar com padrões recíprocos de movimento e, por fim, os
padrões diagonais. Técnicas de mobilização (vide exercícios) auxiliam no ganho
de mobilidade escapular e pélvica, para melhorar desempenho na realização dos
movimentos.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

A instabilidade postural e os desequilíbrios presentes nessa população pode


ser trabalhada através da estabilização dinâmica. Para isso utilizamos os aparelhos
de pilates e a infinidade de acessórios que, nos dias de hoje, a técnica dispõem.
Estimular as reações de equilíbrio em todos os planos de movimento também são
benéficas e essenciais.

Os treinos de força funcional apresentam melhor resposta muscular do


que a atividade de levantamento de peso e assim que a força for reestabelecida
ou conquistada, o movimento melhora e as atividades funcionais podem ser
realizadas. Por apresentar um padrão flexor muito acentuado a musculatura
extensora do tronco deve ser trabalha assim como toda a mobilidade da coluna,
diminuindo o padrão cifótico, proporcionando um alongamento axial, melhorando
assim o padrão da marcha e rigidez.

Para essa população, uma boa aula de pilates deve conter: Muitas repetições;
exercícios rítmicos e sequencias; feedbacks e estímulos sensoriais; movimentos de
coluna, principalmente extensão e rotação; e os padrões respiratórios bem definidos.

Devemos lembrar, que mesmo com tantos benefícios, sabendo que os


exercícios melhoram a qualidade de vida, o humor, a iniciativa, além de diminuir
a sintomas característicos da doença, a atividade física não impede a evolução
da mesma, mas propicia ao aluno / paciente as vantagens acima descritas e por
esse motivo o Pilates se faz uma ótima opção de atividade, seja para tratamento
quanto para manutenção de benefícios já adquiridos.

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DOENÇA DE ALZHEIMER
Com o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, do envelhecimento,
aumenta também a prevalência de algumas patologias próprias desta faixa etária, como
é o caso das síndromes demenciais. Estima-se que, no Brasil, cerca de 38,9% dos idosos
com mais de 85 anos apresentem algum tipo de demência. A Doença de Alzheimer (DA)
é a causa principal desta condição, respondendo por 60% do total de casos.

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer a demência é uma doença


mental caracterizada por prejuízo cognitivo que pode incluir alterações de
memória, desorientação em relação ao tempo e ao espaço, raciocínio, concentração,
aprendizado, realização de tarefas complexas, julgamento, linguagem e habilidades
visuais-espaciais. Todas essas características, em associação ou não, em maior ou
menor grau, resultam em déficits nas atividades laborais e também nas AVD’s.

PATOLOGIA / FISIOLOGIA
A DA é uma patologia neurodegenerativa, progressiva além de irreversível, e
por vezes, incapacitante. Nesses indivíduos, uma atrofia cortical difusa é aparente.
Regiões como o córtex cerebral, hipocampo, córtex entorrinal e o estriado ventral
sofrem pela morte neuronal e pela perda sináptica. Tal morte neuronal acontece
por dois mecanismos: formação de placas amilóides (partes de proteínas) externas
aos neurônios e, hiperfosforilação (acúmulo de filamentos anormais) da proteína
tau, formando novelos neurofibrilares dentro dos neurônios. Há ainda uma falha
que pode ocorrer na neurotransmissão de impulsos da atividade cognitiva, os
núcleos de Meynert, também afetados pela degeneração, acarretam na diminuição
da acetilcolina no córtex cerebral.

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ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA
Mesmo apresentando etiologia desconhecida, podemos relacionar a DA à fatores
genéticos, não exclusivamente, mas o histórico familiar, além da idade avançada são
os principais pormenores relacionados ao aparecimento desta patologia.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Suas principais manifestações clínicas estão relacionadas a perda de memória. É
o sintoma mais impactante, mas não o único e, com a progressão da doença eles
surgem e se agravam cruelmente.

No estágio inicial da doença à perda de memória recente e dificuldade na aquisição


de novas habilidades o indivíduo apresenta dificuldade no desempenho das
atividades instrumentais de vida diária (AIVD), mas ainda mantem-se independente.
Progressivamente, há um declínio das funções cognitivas, alterações de comportamento
e sintomas psicóticos. Na fase moderada, o déficit cognitivo é maior, e as AIVD e as
atividade básicas de vida diárias (ABVD) tornam-se difíceis de realizar carecente de
auxílio. Na fase final ou grave, a dependência é total.

A depressão é um dos sintomas potencialmente incapacitante, interferindo


tanto nas execução das ABVD quanto na qualidade de vida desses indivíduos. É
sabido que atividade física regular além de ser considerada uma alternativa de
tratamento para este sintoma, diminui os sintomas depressivos em idosos com
cognitivo preservado. Não se pode afirmar o mesmo com relação a depressão em
portadores de DA, pela falta de literatura disponível. Vital TM realizou uma revisão
sistemática sobre a atividade física e os sintomas de depressão em indivíduos com
DA. Nele não foi encontrado um consenso em relação aos benefícios da realização
de exercícios nessa população e ainda, opiniões divergentes aparecem sobre o

Karla Vergaças Seleme 57


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

detalhamento de um programa de exercícios físicos como qual o melhor tipo, qual


intensidade e durante quanto tempo tais exercícios devem ser aplicados.

Quanto ao fator cognição o mesmo se repete. Existem estudos relatando os


benefícios cognitivos alcançados pela ação de exercícios físicos sistematizados,
porém nunca com grupo de indivíduos com DA e sim com a população idosa em
geral. Mesmo assim, diante de outros achados, mesmo controversos, a prática
regular de um programa de atividade física, concomitante à estimulação cognitiva
pode trazer benefícios sobre as funções cognitivas, principalmente atenção,
funções executivas e linguagem.

Não só de alterações cognitivas se caracteriza esta doença. Alterações motoras e


funcionais se fazem presentes e deve-se dar a devida atenção a elas. Tanto na fase
inicial da patologia ou mesmo em estágios pré-clínicos da DA distúrbios de marcha,
fraqueza muscular global e alterações no controle postural são observados. O
próprio déficit cognitivo leve já acarreta alterações de equilíbrio e coordenação.

DIAGNÓSTICO
O Diagnóstico da DA definitivo é realizado post-mortem, por análise
histopatológica. Em função disto, para que o diagnóstico seja realizado em vida,
por não existirem marcadores específicos, exames de imagens e laboratoriais
auxiliam na exclusão de outras patologias e, quando diagnosticada, auxiliam no
acompanhamento da progressão da doença.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA


Ainda não existe cura para esta patologia e seu quadro é irreversível, além de
progressivo, como já mencionado. Atualmente a terapia medicamentosa é a mais
utilizada. Ela atua na tentativa de diminuir os déficits cognitivo e distúrbios de
comportamento. Para um trabalho mais efetivo com esses alunos / pacientes, uma
abordagem multidisciplinar é defendida. Um estudo explana sobre as principais
técnicas dentro dessa abordagem multidisciplinar que devemos seguir, são elas:
treinamento cognitivo, técnica para melhor estruturação do ambiente, orientação
nutricional, programas de exercícios físicos, orientação e suporte psicológico aos
familiares e cuidadores.

AVALIAÇÃO
Além da avaliação postural que devemos fazer deste aluno / paciente,
devemos aproveitar a existência de outras ferramentas validadas para enriquecer
ainda mais nossa avaliação.

Todos os testes de função motora já foram citados neste livro, mas vale salientar a
importância deles e de poder tê-los como opções. Para avaliarmos desempenho do
equilíbrio a Escala de Berg é uma opção. Para avaliar o deslocamento e controle do
centro de gravidade sobre uma base fixa utilizamos o Teste de Alcance Funcional.
E, para equilíbrio associado a fluência verbal podemos utilizar o TUG (timed up
and Go) modificado.

Uma avaliação cognitiva a título de conhecimento pode ser realizada


caso o profissional sinta a necessidade do mesmo, mas, o ideal é solicita-la a um
profissional especializado.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES


Mesmo um programa de atividade física ser dito um importante coadjuvante
no tratamento de indivíduos com DA, ainda é muito escasso a quantidade de
estudos e muito controverso os tipos de programas que podemos utilizar.

O Método Pilates entra como terapia coadjuvante . Mesmo com déficit na


literatura, podemos relacionais as principais alterações motoras e algumas outras
com os benefícios encontrados pela aplicação do pilates para melhora dos mesmos.
Vale ressaltar que mais estudos devem ser feitos nessa área para que as respostas a
terapia obtenha os resultados mais benéficos possível para o aluno / paciente.

Pensando na parte motora, observamos algumas alterações na cinética e


cinemática da marcha desses indivíduos. Existe uma diminuição na velocidade da
marcha, no comprimento e na largura do passo. Tais alterações serão trabalhadas,
também, pelo princípio da centralização, dando suporte para que os movimentos
dos membros aconteça de forma mais biomecânica correta possível, minimizando
o risco de lesões e quedas em função do padrão anormal da marcha. A fraqueza em
membros e ainda o déficit no controle postural, são outros sintomas que podem
aparecer e que o portador de DA pode se beneficiar com a prática do pilates.

Os exercícios propostos não podem ser nem tão difíceis, impossibilitando sua
execução, mas também nem tão fáceis que não careça de um determinado esforço
cognitivo para tal.

Um recurso a ser utilizado é a música durante a aula. Se for uma que remeta
a infância ou adolescência do indivíduo pode auxiliar na memória recente. Outro
recurso é demonstrar o exercício ao indivíduo, contar como realizá-lo e pedir que
ele repita a explicação e, posteriormente a execução.

Com relação a realização e a periodização dos exercícios, podemos seguir os


mesmos critérios utilizados no aprendizado motor citados neste livro, juntamente

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

com os citados para aplicação do método pilates. Um estudo cita a importância


da atividade física regular beneficiando a manutenção do equilíbrio, da força e da
cognição em indivíduos com DA, aumentando a capacidade funcional global e a
habilidade para desempenhar as ABVD. Por esse motivo, a aplicação do método de
maneira correta pelo profissional deverá ser de grande valia para o aluno / paciente.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

ESCLEROSE MÚLTIPLA
A Esclerose Múltipla (EM) é uma patologia neurológica crônica, de caráter
autoimune, mais comum em adulto jovens.

Mesmo não sendo uma patologia tão conhecida e tão divulgada, apresenta-se
como potencialmente incapacitante. A dificuldade em um prognóstico ocorre em
função de seus sintomas serem tão imprevisíveis e as suas manifestações clínicas
tão diferentes, apesar de bem conhecidas.

PATOLOGIA / FISIOLOGIA
Num indivíduo normal, a rapidez com que a condução de impulsos nervosos
no SNC acontece, principalmente, é determinada pela propriedade isolante da
mielina. A mielina é produzida pelos oligodendrócitos. Ambos são estruturas que
sofrem lesões inflamatórias (placas) ocasionadas por um provável processo auto-
imune. E é este processo de desmielinização que se faz prejudicial no dinamismo
da neurotransmissão. As lesões inflamatórias afetam o SNC e aparecem mais
frequentemente na substância branca periventricular, no nervo óptico, na medula
porção cervical e no tronco cerebral.

EPIDEMIOLOGIA / ETIOLOGIA
O diagnóstico geralmente é realizado na fase adulto-jovem (entre 20
e 40 anos) e raramente acontece na puberdade ou no período após 60 anos.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Num estudo não muito recente, estima-se que, na cidade de São Paulo, existam
aproximadamente 5/100.00 habitantes, sendo o Brasil considerado um país com
baixa incidência. Pessoas do sexo feminino, brancas e que possuem casos de EM
na família apresentam uma maior propensão a desenvolver a patologia. F atores
prováveis de gatilho da doença são os ditos ambientais. Pessoas com predisposição
genética associados a esses fatores podem desencadear a EM, possivelmente por
algum agente externo, como um vírus, resultando em auto-imunização. Outra teoria
existente é que o sistema imunológico da pessoa predisposta interpreta uma parte
da lipoproteína mielínica como sendo um vírus e a destrói.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas são extremamente variáveis em função da
desmielinização poder acontecer em uma infinidade de locais dentro do SNC. A
localização e o volume das lesões, assim como a sequencia de tempo que elas
acontecem determinarão o tipo e os sinais e sintomas da EM.

Alterações cognitivas aparecem em até 70% dos portadores de EM,


englobando comprometimentos na memória de curto prazo, no raciocínio
conceitual e na resolução de problemas, mas não são as principais alterações. A
fraqueza muscular, o cansaço, a parestesia, a espasticidade, as alterações visuais
como visão dupla e diminuição da acuidade visual, a instabilidade na marcha e
tremor (como resultado de doenças cerebelares), além de manifestações vesicais,
podem ser descritas como sintomas comumente, recorrentes e/ou permanentes
encontrados nessa patologia.

Os transtornos emocionais também se fazem presentes nos portadores


desta doença, como a depressão, e podem competir frequentemente com a
resposta obtida pelos pacientes / alunos durantes as aulas.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Uma observação importante e que não pode ser esquecida é que a


temperatura influencia diretamente a propagação de um potencial de ação ao
longo de uma membrana, podendo resultar em bloqueio na condução, fazendo
com que os sintomas piorem muito. Sendo assim, o paciente / aluno deve evitar
os extremos de temperaturas, principalmente o calor e exercícios exagerados.

A patologia é caracterizada por surtos, que são déficits neurológicos agudos


em partes não tão próximas dentro do SNC, alternados com períodos de remissão.

O que irá definir o tipo de EM que o paciente/aluno apresenta, será como


ele irá se recuperar de cada surto ou se irá. Saber sobre isto se torna de extrema
importância na hora de elaborarmos exercícios físicos para este tipo de paciente.
Saber se ele encontra-se em surto ou não e entender, mais ainda, que seus
sintomas poderão ser diferentes ao longo da vida e com isso, sua conduta como
profissional, precisará ser reavaliada a todo momento, assim como seu paciente/
aluno também. Pensando na evolução clínica da patologia, podemos classificar
a EM em 4 tipos: EM recidivante-remissiva; progressiva primária; progressiva
secundária e; progressiva recidivante. Os gráficos abaixo descrevem os tipos da
doenças e suas características.

Karla Vergaças Seleme 64


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

Figura 6. Tipo de Esclerose Múltipla


Fonte: Google imagem, 2016

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado, basicamente, pela clínica do paciente. Como critérios
adotados precisamos observar traços de múltiplas lesões no SNC e traços de, pelo
menos, dois incidentes de distúrbios neurológicos num indivíduo entre 10 e 59 anos.

Esses distúrbios neurológicos apresentam-se de forma clínica ou paraclínica.


Neste segundo, exames de imagem, como a ressonância magnética (RM) e
tomografia computadorizada (TC), tem ajudado a identificar a presença de placas
desmielinizadas nos axônios, favorecendo a confirmação do diagnóstico.

Karla Vergaças Seleme 65


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA


Além de um acompanhamento multidisciplinar, que nem sempre acontece,
entender como agem os medicamentos administrados para este tipo de
população são importantes em função de sabermos que respostas esperar ou não
dependendo da interação medicamentosa existente.

Duas intervenções são aceitas atualmente: a administração de fármacos que


modificam a doença tentando diminuir o processo patológico subsequente e,
fármacos específicos para tratamento dos sintomas que surgirem.

No primeiro caso, a terapia medicamentosa tem como finalidade diminuir a


taxa de recorrência ou a gravidade das recidivas e tem-se conseguido resultados
satisfatórios. Na fase aguda, corticóides endovenosos são utilizados e tem-se
mostrado eficazes no aumento do intervalo entre os surtos. Na segunda forma
de tratamento medicamentoso, sua aplicação é muito relativa e específica. Para
controlar a espasticidade pode-se utilizar o Baclofen; para o tremor pode-se
usar drogas com efeitos sedativos (clonazepan); para fadiga a administração de
amantadina mostra-se eficaz; e dá-se sequencia dependendo dos sintomas.

O que deve ser observado, principalmente pelo paciente e pelo profissional que
o atende com mais frequência, é que toda medicação pode acarretar algum efeito
colateral. Na espasticidade o medicamento pode aumentar a fraqueza muscular
e dificultar as AVD’s e, no caso do tratamento da fadiga o medicamento pode
levar à insônia, por exemplo. Não é da alçada do educador físico, fisioterapeuta
ou qualquer outro profissional da área da saúde que não o médico, interferir na
administração de medicamentos, porém, é importante tentar observar como os
medicamentos agem e o que podem trazer de possíveis efeitos colaterais e tentar
observar se o paciente/aluno apresenta mais uma manifestação da EM ou se é um
efeito provocado em reação a algum medicamento.

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AVALIAÇÃO
Além da realização da anamnese, da avaliação postural, nesse perfil de pacientes,
percepções subjetivas dos problemas, por muitas vezes, podem ser mais
significativas do que algumas mensurações objetivas, mas isso não significa que
essas mensurações não devam ser feitas, mesmo, as vezes, a avaliação funcional
não correspondendo à clínica.

Ainda assim, para avaliar funcionalidade podemos utilizar a Escala de


Independência Funcional (FIM) ou índice de Barthel. Além da Escala de Kurtzke,
utilizada para graduar a incapacidade na EM. Outro instrumento utilizado
especificamente para portadores de EM, é o Multiple Sclerosis Quality of Live
Inventory (MSQLI), trazendo dados relacionados a vários aspectos da vida do
indivíduo, entre eles, o estado de saúde, a fadiga e o déficit visual.

CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES


Pensando na questão reabilitativa, o paciente / aluno só procura ou é
encaminhando a algum centro de reabilitação ou relacionado a alguma atividade
física especializada, quando a patologia já gerou danos irreversíveis ao SNC,
gerando determinada incapacidade. O paciente/aluno deve ter a consciência
que suas restrições com relação as incapacidades já instaladas não serão sanadas,
porém, o objetivo principal da reabilitação é POTENCIALIZAR as funções, atenuando
a invalidez e beneficiando a funcionalidade.

Porém, não podemos pensar somente na reabilitação funcional do indivíduo, uma


fez que tal processo corre o risco de fracassar pelo caráter crônico e progressivo,
que tanto a fisiologia da doença quanto os sintomas, podem apresentar. O enfoque
compensatório, trabalhado de forma positiva, motiva o indivíduo a investir seu

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tempo e energia em alguma atividade, enfrentando as dificuldades a curto-prazo


e planejando seu curso de vida a longo-prazo.

Dito isso, é percebido a importância dos feedbacks positivos para esses


pacientes/alunos durante a intervenção/aula de pilates. Os feedback tem como
objetivo motivar o paciente/aluno, fornecer informações sobre a atividade em
questão, além de reforçar instruções dadas. Existem 4 tipos de feedbacks, e a
resposta que obteremos dependerá do tipo de feedback que daremos. São eles:
positivo (repetição de um determinado comportamento / movimento); corretivo
(mudança de um determinado comportamento / movimento); ofensivo (gera
desprezo) e; insignificante (gera resposta mínima). Claramente os feedbacks
ofensivo e insignificante, são pouco interessantes para aplicabilidade durante
a execução de um exercício. Já, os feedbacks corretivos podem ser utilizados,
mas devem ser transmitidos com cautela, uma vez que quadros de ansiedade e
depressão são frequentes nessa população.

Antigamente a realização de qualquer tipo de atividade física era contra


indicada para pacientes com EM, em função do mínimo aumento da temperatura
corporal aumentar a fadiga, um dos principais sintomas. Este conduta tem outra
visibilidade nos dias de hoje. O Pilates aparece como complemento de terapia que,
quando bem aplicado, ajuda a combater os principais sintomas que acometem
os portadores de EM, como veremos a seguir.

FADIGA
Como já dito, a fadiga é a mais comum manifestação clínica, afetando em
torno de 90% dos pacientes / alunos. Além disso é dito o pior sintoma para a
média de 55% desses indivíduos. Mesmo desconhecendo sua etiologia, é sabido
que muitos fatores influenciam na manutenção ou exacerbação desse sintoma

Karla Vergaças Seleme 68


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entre eles está a insônia (causada pelo aumenta da frequência urinária e /ou por
espasmos musculares), o descondicionamento, fatores neuromusculares (axônios
desmielinizados gastam mais energia), incapacidade (pela alteração do tônus,
maior esforço para realização das AVD’s, etc).

Na literatura não temos nada específico sobre intervenção através do método


Pilates sobre a melhora na fadiga. Porém, estudos descreveram que exercícios
físicos aplicados de maneira correta para este tipo de população especificamente
reduzem a fadiga geral e, para isso, melhora dos níveis de força e condicionamento
aeróbio, contribuíram para esta aquisição. Com isso, o esforço para realização das
AVD`s é reduzido e, consequentemente, a fadiga também.

Quando elaboramos uma aula para esse público, devemos seguir algumas
recomendações: Executar os exercícios em um ritmo moderado; obedecer alguns
períodos de descanso; manter uma postura adequada durante as atividades. E
não só durantes as aulas, mas estas são algumas das recomendações que devem
ser seguidas também no cotidiano deste aluno/paciente.

OBSERVAÇÃO: Para facilitar a realização de atividade física e não aumentar muito


a temperatura e, consequentemente a fadiga, podemos fazer uso de recursos como:
ar condicionados e ventiladores. A hora em que as sessões acontecem também
podem facilitar este processo, sendo realizadas no período da manhã ou no final da
tarde. E também, a hidratação constante durante a atividade auxiliam neste fator.

FRAQUEZA MUSCULAR
A redução da força pode ser desencadeada por vários fatores, entre eles o
desuso; o déficit na condução dos impulsos nervosos diminuindo o acionamento
das unidades motoras; a fadiga; e ainda a espasticidade num músculo antagonista.

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Para compensar esse déficit de força ou ajudar no ganho da mesma, podemos adotar
algumas condutas. Novamente, estudos com o conceito pilates e essa população
ainda não são explorados, porém a realização de exercícios ativos assistidos, ativos
ou contra-resistência tem se mostrado eficazes no ganho de força. Ganho que
podemos alcançar com a aplicação deste conceito nesses pacientes/alunos. Embora
exercícios fortalecedores não alterem a condição neurológica, o fortalecimento
compensatório de grupos musculares não comprometidos, prevenindo fraqueza
secundária por desuso, e o fortalecimento de músculos agonistas para superar a
espasticidade em grupos musculares antagonistas podem favorecer a função.

O Pilates surge como método que condiciona o corpo e integra toda a função
do mesmo com a mente. O ganho de controle muscular, força, equilíbrio e a
consciência corporal decorrentes dessa integração, ampliam a capacidade de
manter e melhorar os movimentos. Além disso a sistematização dos exercícios
associados os princípios possibilita uma maior integração do indivíduo no seu
cotidiano. Por ser um trabalho global, procura corrigir a postura e realinhar a
musculatura, melhorando a estabilidade corporal.

ESPASTICIDADE
Para controlar essa manifestação, devemos considerar a movimentação anormal,
a hipertonicidade e a hiperexcitabilidade do reflexo. A utilização de uma rotina
de alongamento é consensual para diminuição da espasticidade e consequente
aumento da amplitude de movimento voluntário nos membros inferiores.
Exercícios direcionados para as funções e sustentar o peso, em todos os planos de
movimento, ajudarão a melhorar a movimentação normal além da manutenção
da amplitude de movimento.

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ALTERAÇÕES CEREBELARES
Tais alterações provocam problemas relacionados com déficit de equilíbrio
e coordenação. Quando formos aplicar a técnica com esses pacientes/alunos
devemos pensar em trabalhar com exercícios em sequencia (sequencia de
exercícios funcionais), começar sempre em posturas mais baixas (exemplo: evoluir
do decúbito dorsal, para o lateral, depois ajoelhado, depois semi-ajoelhado,
para depois em pé). Podemos utilizar algumas referências visuais para facilitar a
aquisição de equilíbrio, além da diminuição do tremor.

A MARCHA
Em função dos sintomas acima descritos, em associação ou não com outras
manifestações, faz com que a marcha desde paciente/aluno não se encontre normal.
Como a técnica do pilates prega, controlar o centro é o primeiro passo para dar a
este indivíduo uma marcha com mais qualidade e que gaste menos energia para sua
realização. Após isso o alongamento, como forma de adequar o tônus e aperfeiçoar
a amplitude de movimento deve ser introduzido nas aulas / terapias.

Estes não são os únicos sintomas, além disso, cada paciente/aluno deve ter sua
própria linha de conduta adotada em função da evolução da EM e a intensidade e
os tipos de manifestações encontradas. Não esquecer dos déficits cognitivos que
podem aparecer e podem interferir no processo de reabilitação merecendo uma
atenção especial.

O que podemos concluir é que aplicação do conceito pilates em cima de todos


esses sintomas pode melhorar a funcionalidade, assim como a manutenção da
independência funcional. Não por trabalhos específicos, mas por correlações
existentes entre os benefícios do pilates nos sintomas que esse tipo de população

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apresenta e o que a literatura atual nos fornece sobre a atividade física. O


Pilates apresenta uma enorme possibilidade de movimentos, entre eles alguns
demonstrados neste livro. Todos devem acontecer de forma rítmica, controlada,
associando padrões respiratórios e correções posturais e quando aplicados
corretamente, pode beneficiar amplamente os portadores de EM.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento deste livro se deu para que exista um aporte teórico sobre
o Método Pilates relacionado à patologias neurológicas. Mesmo não abordando
todas as existentes, até porque são inúmeras, as principais incidentes nos dias
de hoje apresentam uma abordagem mais específica neste descrito. Contudo,
muito das condutas explanadas aqui podem e devem ser relacionadas a outras
patologias que acometem o SN.

Uma avaliação bem elaborada, mesmo que sucinta, nos mostra os pontos forte
e os limitantes de cada indivíduo, seja do estado do sistema motor ou todos
pormenores relacionados a ele ou a outros fatores incapacitantes, para que com
isso, possamos traçar metas funcionais reais para cada um. Concentrar-se no
processo de aprendizado ativo do aluno / paciente deve ser sempre a conduta
adotada, exatamente o que estamos preconizando aqui.

O conceito em questão irá ajudar no fortalecimento global do aluno / paciente


fazendo com que ele recupere ou mantenha o controle funcional nas ABVD ou
em atividades laborais. E não só isso, a aplicação dos princípios oriundos do
método pode ainda prevenir ou retardar o aparecimento de alteração no sistema
neuromusculoesquelético, evitando possíveis disfunções. Os exercícios que
fomentam este livro foram selecionados e / ou elaborados em função das principais
alterações encontradas na população acometida por patologias neurológias e que
a aplicação do método pode se fazer eficiente.

Só não podemos esquecer que estabilidade emocional e a motivação, são


alguns dos fatores que interferem drasticamente tanto no aprendizado motor
quanto no desempenho do mesmo, pois isso, incorporar nosso aluno / paciente a
rotina de aula e fazer com que seja agradável e satisfatório é função primordial do
profissional que aplicará a técnica.

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A PRÁTICA COM O
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO

SOLO
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1. QUATRO APOIOS

OBJETIVOS
Estabilizar músculos cintura escapular e pélvica, preparando-os para exercícios
mais intensos. Fortalecer os flexores da coluna, trasnverso abdominal e extensores
do joelho.

INSTRUÇÕES
1. Em seis apoios, mãos apoiadas no solo alinhadas com ombros; joelhos apoiados
no solo e abduzidos na distância dos quadris; pés apoiados no solo. Coluna e pelve
neutras.Inspirare antes de iniciar o movimento.

2.Realizar a elevação dos joelhos do solo enquanto expira.

3. Retornar à posição inicial inspirarando.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Manter o alinhamento da coluna cervical e cabeça com o restante da coluna.

- Manter a coluna na neutra

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- Evitar a retroversão da pelve

- Evitar tensão no trapézio

MODIFICAÇÕES

- Para dificultar: quando elevar os joelhos do solo, estender um dos quadris, em


direção ao teto, mantendo joelho flexionado.

COMENTÁRIOS
Os exercícios trabalhados em 4 apoios são benéficos para pacientes
hemiplégicos e atáxicos. Exercícios com essa característica recrutam grandes
grupos musculares como extensores do quadril e flexores da coluna, além de
enfatizar a ativação da musculatura estabilizadora profunda.

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2. QUATRO APOIOS ALTERNANCIA


DE MEMBROS

OBJETIVOS
Manter a estabilidade das cinturas escapular e pélvica e de toda coluna na
posição de 4 apoios. Fortalecer os extensores do quadril, flexores da coluna e
flexores do ombro.

INSTRUÇÕES
1. Em seis apoios, mãos apoiadas no solo alinhadas com ombros; joelhos apoiados
no solo e abduzidos na distância dos quadris; pés apoiados no solo. Coluna e pelve
neutras, inspire.

2. Realizar a extensão de um dos ombros com cotovelo estendido e a extensão


do quadril e joelho da perna contralateral ao expirar.

3. Retornar à posição inicial e realizar para o outro lado.

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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Manter o alinhamento da coluna cervical e cabeça com o restante da coluna.

- Manter a coluna na neutra

- Não estender a coluna cervical ou lombar

- Movimentar os membros sem perder a estabilidade região escapular e pélvica

- Manter o alinhamento da coluna cervical e cabeça com o restante da coluna.

- Manter a coluna na neutra

MODIFICAÇÕES

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- Para facilitar: pode-se colocar uma bola apoiada na região abdominal e realizar
o exercício.

- Pode-se começar primeiro somente com membros superiores e depois só os


membros inferiores, isoladamente.

- Para dificultar: Retire o contato dos joelhos com solo, igual no exercício Quatro
Apoio, e, então, realizar a alternância.

COMENTÁRIOS
Exige muita concentração de quem realiza. Trabalhar realizando exercícios
em padrão cruzado estimula os dois hemisférios do cérebro, o que torna a tarefa
bastante difícil para os pacientes com patologias neurológicas.

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3. GATO

OBJETIVOS
Mobilizar a coluna, partindo da posição 4 apoios. Fortalecer os flexores da coluna
e extensores do quadril.

INSTRUÇÕES
1. Em seis apoios, mãos apoiadas no solo alinhadas com ombros; joelhos apoiados
no solo e abduzidos na distância dos quadris; pés apoiados no solo. Coluna e pelve
neutras, inspire.

2. Realize a flexão da coluna, mobilizando-a, iniciando do cóccix até a cabeça ao


expirar.

3. Retornar à posição inicial Inspirarando.

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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Permita durante a flexão que as escápulas protraiam, mas não tensione
trapézio.

- O movimento acontece de forma ascendente e descendente, nunca para


frente e para trás

- Não flexionar joelhos

- Não hiperestender coluna cervical e lombar na volta do movimento.

MODIFICAÇÕES
- Realizar a mobilização com os joelhos sem o contato com o solo.

- Variar o início da sequencia do movimento: primeiro começando do cóccix


até a cabeça; depois aoo contrário, ou também, iniciando pela coluna torárica.

- Mudar o padrão respiratório, realizar em 4 tempos de respiração.

COMENTÁRIOS
Exercícios de difícil aplicação, exigem muita consciência corporal e atenção
para realização.

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4. EXTENSÃO COM EXTENSÃO DE


OMBROS

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna e hiperextensores dos ombros.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito ventral, pelve e coluna neutras. Membros superiores no ao lado do
corpo. Membros inferiores com quadril aduzido e joelhos estendidos.

2.Realizar a extensão da coluna em bloco e a hiperextensão dos ombros.

3. Retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Não mobilizar a coluna para realizar a extensão.

- Manter os olhos na direção do colchonete.

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- Os pés não devem perder apoio com solo.

- Ativação de glúteos e musculatura abdominal deve ser pedida a todo tempo.

- Manter a pelve neutra.

- Hiperestender os ombros um pouco além da altura da linha do corpo

- Manter as escápulas sempre estabilizadas

MODIFICAÇÕES
- Realizar a mobilização da coluna até a altura das últimas costelas.

- Colocar o dorso das mãos sob a testa e realizar a extensão da coluna em


bloco.

COMENTÁRIOS
Indicado para pessoas com hipercifose torácica.

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5. ONE LEG UP AND DOWN

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores do quadril e extensores do joelho. Estabilização da região
lombo-pélvica.

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INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutras, membros superiores ao lado do corpo.
Um membro inferior deve estar com flexão de quadril e joelho e pé apoiado no solo;
O outro membro inferior inicia com quadril em posição neutra, joelho estendido e
tornozelo em flexão plantar.

2. Realize a flexão de quadril do membro inferior com o joelho estendido.

3. Retorne à posição inicial com dorsiflexão do tornozelo.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Realizar a flexão do quadril até onde seja possível manter a pelve na posição
neutra.

- Evite compensações com o quadril.

MODIFICAÇÕES
- Posicionar os dois membros inferiores no solo com joelhos estendidos e
flexionar um dos quadris até 90 graus.

- Utilizar acessórios para facilitar (elásticos) ou dificultar (caneleiras).

- Retirar o movimento de tornozelo facilita a execução.

COMENTÁRIOS
Deve-se evitar o contato do membro inferior com o solo a cada extensão do
quadril, isso evita períodos de descanso durante o exercício.

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6. CÍRCULO COM AS PERNAS

OBJETIVOS
Fortalecer músculos flexores e adutores de quadril. Estabilizar a região lombo-
pélvica.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutras. Membros superiores alinhados ao
lado do corpo. Um membro inferior deve estar com flexão de quadril e joelho e pé
apoiado no solo; O outro membro inferior inicia com quadril em posição neutra,
joelho estendido e tornozelo em flexão plantar.

2. Realize a circundação do quadril.

3. Retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Realizar a circundação do quadril nos dois sentidos.

- Evitar hiperlordose lombar.

- Não deixar que o quadril oposto compense o movimento.

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- Evitar movimentar os ombros para frente, tensionando musculatura da


cintura escapular e pescoço

- Começar com uma amplitude pequena de movimento.

MODIFICAÇÕES

- Posicionar os dois membros inferiores no solo com os joelhos estendidos e


realizar o movimento com dos membros inferiores.

- Utilizar acessórios para facilitar (elásticos) ou dificultar (caneleiras).

- Realizar movimentos para membro superior com o auxílio de um Magic


Circle.

- Flexionar o joelho do membro inferior que realiza a circundução do quadril.

COMENTÁRIOS
Lembre-se, estamos tratando de paciente neurológicos, apesar de precisarmos
de grandes movimentos, precisamos ter cautela. Por mais que o exercício seja
simples, melhor iniciar com pequenas amplitudes e depois evoluir para amplitudes
maiores, diminuindo o risco de lesões e de mais compensações.

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7. FLEXÃO LATERAL

OBJETIVOS
Fortalecer flexores laterais da coluna, transverso abdominal e abdutores do
quadril.

INSTRUÇÕES
1. Sentado de lado, apoiado em um quadril, mantendo pelve e coluna neutras.
Joelhos flexionados, o membro inferior de cima em rotação externa, pé apoiado no
solo. Tronco sustentado pelo antebraço apoiado no solo, alinhando cotovelo fletido e
ombro abduzido, apoiar o outro membro superior o joelho da perna de cima.

2.Realize a flexão lateral da coluna, estabilizando o ombro e as escápulas, estendendo


os joelhos e mantendo o quadril estendido. O membro superior sobre a perna deve
abduzir o ombro no prolongamento do corpo, formando um arco.

3. Retorne à posição inicial

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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Manter o olhar sempre à frente, evitando rotação da cervical.

- A cabeça deve acompanhar a flexão do restante da coluna.

- Cuidar para não perder estabilidade do ombro de apoio.

- Ativar os flexores da coluna e transverso abdominal, solicitando-os sempre;

- Evitar a flexão e rotações de coluna

MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, realizar com o braço de apoio com o cotovelo estendido,
apoiando sobre a mão.

- Para facilitar, realizar a flexão lateral mantendo o joelho de apoio, apoiado


no solo.

COMENTÁRIOS
Quanto mais próximo os pés estiverem do corpo, maior será a amplitude de
flexão lateral de coluna, quando mais afastado do corpo, menor.

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8. CÍRCULOS COM OS BRAÇOS

OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica e cintura escapular pelo movimento dos braços.
Fortalecer os flexores e flexores horizontais do ombro.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutra. Membros superiores ao lado do corpo,
joelhos e quadril flexionados e pés apoiados no mat.

2.Realize a flexão dos ombros até onde as escápulas se mantenham estáveis e


extenda horizontalmente os ombros, aduzindo-os na sequência.

3. Retorne à posição inicial.

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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Não encostar os membros superiores no solo.

- Realizar o movimento nos dois sentidos, partindo da abdução dos ombros.

MODIFICAÇÕES
- Realizar somente o movimento de flexão e extensão do ombro.

- Realizar o movimento para sentindos opostos com cada membro superior.


Enquanto um membro superior abduz, flexiona horizontalmente e estende, o
outro flexiona, estende horizontalmente e aduz.

expirar.

3. Retornar à posição inicial Inspirarando.

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9. PONTE

OBJETIVOS
Mobilizar o quadril em flexão e extensão e coluna. Fortalecer os exetensores do
quadril e coluna.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutras. Mantenha os membros superiores ao
lado do corpo. Joelhos e quadril flexionados e calcanhares apoiados no solo.

Karla Vergaças Seleme 92


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2.Realizar a extensão do quadril, mobilizando coluna e mantendo a dorsiflexão do


tornozelo.

3. Retornar à posição inicial

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Mobilizar a coluna até a altura das escápulas.

- Não apoiar o peso do corpo na coluna cervical.

- Não hiperextender a coluna cervical

- Manter a estabilidade da pelve.

- Manter os tornozelos em dorsiflexão.

MODIFICAÇÕES
- Realizar a ponte com as plantas dos pés apoiadas no solo.

- Realizar a ponte unilateral.

COMENTÁRIOS
A dorsiflexão é solicitada em função de muitos pacientes apresentarem um
padrão de pé equino.

Karla Vergaças Seleme 93


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10. SIDE KICKS

OBJETIVOS
Fortalecer abdutores do quadril. Estabilizar região lombo-pélvica e cintura
escapular.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito lateral, pelve e coluna neutras. Manter alongamento axial. O membro
superior de apoio deve estar com ombro fletido no prolongamento do corpo e cotovelo
estendido, com palma da mão para baixo e cabeça repousando sobre ele. O membro
superior de cima deve estar com cotovelo flexionado e a mão apoiada no solo.

2.Realizar abdução do quadril do membro inferior de cima.

3. Retornar à posição inicial

Karla Vergaças Seleme 94


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Manter estabilidade região lombo-pélvica e escapular.

- Manter a cabeça alinhada em conformidade com o restante da coluna, olhar


para frente.

MODIFICAÇÕES

- Colocar o membro superior de apoio mais a frente da linha do corpo facilita


no controle do equilíbrio, aumentando a base de apoio.

- Flexionar o quadril e joelho do membro inferior de apoio, aumentando a


base e melhorando a estabilidade.

- Manter o membro superior de cima abduzido para aumentar a dificuldade

- Associar movimentos de flexão plantar e flexão dorsal do tornozelo


estimulando a coordenação

- Realizar a circundução do quadril quando este estiver abduzido.

Karla Vergaças Seleme 95


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A PRÁTICA COM O
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS COM

BOLA
Karla Vergaças Seleme 96
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1. ABDUÇÃO EM PÉ

OBJETIVOS
Estabilização da região lombo-pélvica e cintura escapular. Fortalecimento
abdutores do quadril.

INSTRUÇÕES
1.Em pé, corpo levemente inclinado sobre bola que está apoiada na parede. Pelve e
coluna neutras. Membros inferiores aduzidos, joelhos estendidos e pés apoiados no solo.

2.Realizar a abdução do quadril do membro inferior mais longe da bola.

3.Retornar à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 97


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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Cabeça mantem-se alinhada com o restante da coluna;

- Não relaxar a musculatura abdominal;

- Evitar rotações de quadril;

- Manter a estabilidade da coluna;

MODIFICAÇÕES
- Realizar movimentos de circundação do quadril em ambos sentidos;

COMENTÁRIOS
Exercício ótimo para estimular a lateralidade do paciente hemiparético.

Karla Vergaças Seleme 98


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2. ADUÇÃO NA BOLA

OBJETIVOS
Fortalecer os adutores do quadril e flexores laterais da coluna. Estabilizar cintura
escapular.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito lateral, antebraço e mão apoiados no solo com ombro abduzido e
cotovelo estendido. O membro superior oposto abduzido. Quadril e joelho do membro
inferior de apoio em contato com o solo. O membro inferior de cima levemente
abduzido, joelho estendido e pé apoiado na bola.

2.Realizar a flexão lateral da coluna ao mesmo tempo que aduz o quadril


pressionando a bola contra o solo.

3.Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 99


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Não deixar que somente os flexores laterais da coluna contribuam para
retirar o quadril do solo.

- Forçar a bola para baixo com a perna para potencializar o trabalho dos
adutores

MODIFICAÇÕES
- O membro superior de cima pode auxiliar o movimento apoiando a mão no
chão à frente do tronco;

- Estender joelho do membro inferior de apoio para dificultar o exercício;

- Utilizar uma bola menor facilita a execução do movimento.

COMENTÁRIOS
Controlar quanta força será colocada tanto nos estabilizadores de tronco e
cintura escapular quanto no membro inferior apoiado na bola exige muita atenção,
concentração e capacidade de planejar o movimento.

Karla Vergaças Seleme 100


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

3. AFUNDO NA BOLA

OBJETIVOS
Fortalecer extensores do quadril e joelho e alongar os flexores do quadril do
membro inferior contralateral..

INSTRUÇÕES
1.Em pé, de costas para bola, um membro inferior estendido apoiado com o pe
no solo; o membro inferior contralateral deve estar com joelho flexionado, quadril
estendido e com o dorso do pé apoiado sobre uma bola atrás.

2.Realizar a flexão do joelho e quadril do membro inferior de apoio empurrando a


bola para trás. Ao mesmo tempo, estenda o quadril do membro inferior sobre a bola.

3.Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 101


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Não permitir que na flexão de joelho o mesmo passe a linha do dedão do pé
de apoio.

- Manter cada perna alinhada com seu quadril, evitando compensações e


movimentos errôneos.

- Manter a ativação do transverso abdominal facilita a realização do


movimento.

MODIFICAÇÕES

Karla Vergaças Seleme 102


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Podemos realizar o exercício em frente a uma parede, com as mãos apoiadas.


Dá mais segurança quando ensinamos este exercício pela primeira vez.

- Manter-se em flexão de quadril e joelho do membro inferior de apoio e,


então, realizar a flexão e extensão do joelho sobre a bola.

- Para dificultar, associar movimentos dos braços durante a execução do


exercício.

COMENTÁRIOS
Tomar cuidado com a solicitação da realização de dupla tarefa. Apesar de um
ótimo recurso para estimular as sinapses, alguns pacientes necessitam começar a
aprender tarefas mais simples, para posteriormente, evoluir para as mais complexa,
como é o caso de pacientes com a Doença de Parkinson e Alzheimer.

Karla Vergaças Seleme 103


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4. AGACHAMENTO NA BOLA

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelho.

INSTRUÇÕES
1.Em pé, apoiar a bola na parede e as costas sobre a bola. Levar os dois pés levemente
à frete. Manter membros inferiores paralelos, abduzidos na distância do quadril e
membros superiores ao lado do corpo.

2. Flexione o quadril e joelhos, empurrando a bola contra a parede

3. Retornar à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 104


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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Cuidar para não realizar rotação do quadril;

- Manter pelve e coluna neutra durante todo o exercício;

- Não transferir o peso corporal para frente e sim para a bola.

- Mantenha a cabeça alinhada com o restante do troco.

- Mantenha a organização entre cinturas pélvica e escapular;

- Evitar que os joelhos passem a ponta dos pés da hora da flexão.

- Não realizar retroversão da pelve.

MODIFICAÇÕES
- Para dificultar podemos associar o movimento dos membros superiores à
execução do movimento proposto.

- Apoiar somente o antepé e realizar a flexão do joelho e quadril dando ênfase


à musculatura tríceps sural.

- Realizar o exercício unilateralemnte com um dos membros inferiores em


flexão de quadril e extensão de joelho, sem contato com o solo.

COMENTÁRIOS
O exercício parece simples, mas devemos tomar cuidado com as
compensações aparentes, déficit de equilíbrio e para que o aluno não se sinta
frustrado caso não consiga realizar a atividade proposta.

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5. COORDENAÇÃO NA BOLA

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores da coluna, transverso abdominal e flexores do quadril.
Dissociar cinturas escapular e pélvica.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, membros inferiores em flexão de quadril e joelhos à 90 graus
e ombros flexionados, cotovelos estendidos. Posicione uma bola entre as mãos e os
joelhos.

2. Realizar a extensão do quadril e joelho, sem que o membro inferior encoste no


solo e, simultaneamente, flexione o ombro do membro superior contralateral até o
prolongamento do corpo.

3.Retorne à posição e faça com outro lado.

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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Manter cinturas escapular e pélvica apoiadas confortavelmente no solo.

- Manter a pelve e coluna neutras.

- Evitar que a bola caia no chão.

MODIFICAÇÕES
Realizar os movimentos só dos membros superiores e, depois, só dos
membros inferiores, para ganhar melhor consciência corporal e depois sim realizar
o movimento completo.

Karla Vergaças Seleme 107


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6. EQUILÍBRIO EM PÉ

OBJETIVOS
Estimular equilíbrio na postura em pé e ativação de glúteo médio da perna de apoio.

INSTRUÇÕES
1.Em pé, de frente para bola, flexione o quadril de um membro inferior e apoie o
pé sobre a bola. Mantenha os membros superiores à frente do corpo.Inspire nessa
posição.

2. Realize a extensão do joelho do membro inferior sobre a bola ao expirar.

3.Retorne à posição inicial inspirando.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Cuidar para não realizar a inversão do pé de apoio

- Manter a estabilidade da pelve e não permitir uma hiperlordose lombar

Karla Vergaças Seleme 108


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- Manter o peso do corpo no membro inferior de apoio e não no membro


inferior sobre a bola.

MODIFICAÇÕES

- Alongar isquiotibiais quando realiza o movimento.

- Movimentos dos braços podem ser explorados numa dupla tarefa do


movimento.

- Acessórios como: Magic Circle, Tooning Ball, elásticos ou outra bola, podem
ser usados.

- Fechar os olhos durante a execução do exercício pode dificultar o movimento.

COMENTÁRIOS
Fechar os olhos só será desafiador para o paciente se o mesmo não apresentar
déficits visuais que prejudiquem seu equilíbrio quando de olhos abertos. Se isso
acontecer, não ter a percepção visual facilitará no ganho de conscientização
corporal e equilíbrio.

Karla Vergaças Seleme 109


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7. EQUILÍBRIO SENTADO

OBJETIVOS
Estimular a estabilidade da região lombo-pélvica. Fortalecer os estabilizadores
do tornozelo e extensores do joelho.

INSTRUÇÕES
1.Sentado na bola, em cima dos ísquios; quadris e joelhos flexionado e com pés
apoiados no solo. Pelve e coluna neutras, membros superiores ao lado do corpo com
as mãos repousando sobre a bola.

2.Realizar a extensão unilateral do joelho de forma alternada.

3.Retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Não pressionar a bola com os membros superiores.

- Evitar tensão em trapézio superior;

- Evitar retroversão da pelve.

Karla Vergaças Seleme 110


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MODIFICAÇÕES

- Para facilitar, apoiar a bola na parede.

- Para dificultar, flexionar os ombros até 90 graus ou até o prolongamento do


corpo.

- Para dificultar, colocar um pé à frente do outro e manter o alongamento axial


e a estabilidade das cinturas escapular e pélvica.

Karla Vergaças Seleme 111


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8. EXTENSÃO DE COLUNA NA BOLA

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna. Estimular controle equilíbrio em decúbito
ventral.

INSTRUÇÕES
1.Em decúbito ventral sobre a bola. Posicione-se apoiado na altura do abdômen
sobre a bola e estenda levemente a coluna, mantendo os membros superiores no
prolongamento do corpo.

2.Realize a adução dos ombros e acentue a extensão de coluna.

3.Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Mesmo com o abdômen apoiado não esquecer de ativar os flexores da coluna
e transverso abdominal para estabilizar pelve, assim como o glúteo máximo.

Karla Vergaças Seleme 112


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- Cuidar com a hiperextensão cervical durante o movimento.

- Durante a atividade a bola não deve se movimentar.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, pode-se apoiar os pés na parede.

- Pode-se iniciar o movimento com as mãos apoiadas no solo e depois,


estenda a coluna e aduza os ombros.

COMENTÁRIOS
Combinação desafiadora de extensão de coluna com controle do powerhouse
para manutenção do equilíbrio nesta posição.

Karla Vergaças Seleme 113


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9. PRANCHA LATERAL NA BOLA

OBJETIVOS
Fortalecimento dos flexores laterias da coluna e abdutores do quadril.
Estabilidade região lombo-pélvica e cintura escapular.

INSTRUÇÕES
1.Sentada no solo e encostada lateralmente sobre a bola, abraçando-a com ombro
abduzido. Mantenha quadril e joelhos fletidos e em rotação externa. O membro
superior oposto à bola deve estar acomodado sobre o joelho do mesmo lado.

2.Realize a extensão dos joelhos, flexionando lateralmente a coluna e subindo na


bola até apoiar a mão no solo.

3.Mantenha a posição de prancha por alguns instantes ou retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 114


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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Manter a estabilidade do ombro no braço que apoia no solo.

- Observar o alinhamento para que não haja compensações pela falta de


estabilidade.

MODIFICAÇÕES
- Realizar o exercício sem a bola.

COMENTÁRIOS
Este exercício é um pouco mais intenso, exigindo um controle muscular e
consciência corporal maior por parte do paciente.

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10. HUNDRED NA BOLA –


VARIAÇÕES

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores da coluna e transverso abdominal.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, com os pés apoiados na bola, joelhos e quadris flexionados
a 90 graus; mãos posicionadas atrás da cabeça com cotovelos fletidos e ombros
abduzidos.

2. Realizar a flexão da coluna ao inspirar.

3. Retorne à posição inicial expirando.

Karla Vergaças Seleme 116


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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Não tensionar a região cervical quando elevar o tronco.

- Evitar que os membros superiores se aproximem, com flexão horizontal dos


ombros, no momento da flexão da coluna.

MODIFICAÇÕES

- Estender o quadril e joelhos quando a coluna flexiona, empurrando a bola.

- Alternar movimentos de flexão de quadril, sem movimentar a bola ao


flexionar a coluna.

Karla Vergaças Seleme 117


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11. PONTE NA BOLA


(APOIO ESCAPULAR)

OBJETIVOS
Mobilizar a coluna, fortalecer extensores do quadril coluna e joelhos.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal sobre a bola, mantenha as escápulas, cervical e cabeça
apoiadas na bola; os quadris e joelhos devm estar flexionados com pés apoiados no
solo.

2.Realizar a mobilização de coluna, partindo da coluna lombar até à coluna torácica


ao mesmo tempo que estende o quadril e o joelhos.

3.Retornar à posição inicial mobilizando primeiro a coluna torácica e por último a


coluna lombar.

Karla Vergaças Seleme 118


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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- Mantenha o peso distribuído igualmente entre os dois pés;

- Mantenha a pelve nivelada.

- Cabeça e escápulas devem estar sempre em contato com a bola

- Cuidar com a hiperextensão do quadril e coluna sem a ativação abdominal


adequada, devido ao possível desconforto na região lombar.

MODIFICAÇÕES

- Realizar a extensão do quadril unilateral com somente um membro inferior


em contato com o solo;

- Realizar atividades com membros superiores enquanto mantemos a


extensão do quadril isométrica, sem perder o nivelamento da pelve.

- Associar a rotações da coluna sobre a bola, mantendo a extensão do quadril.

Karla Vergaças Seleme 119


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12. SERRA NA BOLA

OBJETIVOS
Alongar os extensores do quadril, rotadores, extensores e flexores laterais da
coluna. Fortalecer os rotadores, flexores laterais e extensores da coluna

INSTRUÇÕES
1.Sentado sobre a bola, em cima dos ísquios, mantenha os ombros abduzidos a 90
graus, quadril e joelhos flexionados e pés apoiados no solo. Mantenha o alongamento
axial.

2.Realize uma rotação de coluna no próprio eixo, e, sequencialmente, flexione a


coluna associando a flexão lateral da coluna e entensão do joelho, tentando alçancar
o pé. Retorne das flexões e depois para a posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 120


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS


- A perda de amplitude na hora da rotação da coluna são indicativos de déficit
na ativação muscular dos oblíquos ou de consciência corporal.

- Usar como dica verbal: “crescer a tampa da cabeça para o teto” pode ajudar
no crescimento axial.

MODIFICAÇÕES
- Realizar o exercício em cima de uma meia lua ou uma caixa.

Karla Vergaças Seleme 121


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

A PRÁTICA COM O
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO

REFORMER
Karla Vergaças Seleme 122
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1.ABERTURA DOS COTOVELOS

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores horizontais de ombro.

INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre o carrinho do Reformer, de frente para as alças, com pelve e
coluna neutras. Os membros inferiores devem estar com joelhos estendidos e quadril
aduzido ou com membros inferiores cruzados um sobre o outro. Mantenha os ombros
e cotovelos flexionados a 90 graus, com a radio-ulnar supinada e as alças apoiadas
cima dos cotovelos.

2. Realize a extensão horizontal do ombro com os cotovelos sempre fletidos.

3. Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 123


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Cuidar com a anteriorização da cabeça;

- Solicita que os cotovelos “cresçam” para longe;

- Manter a pelve e coluna na posição neutra.

- Manter cotovelos alinhados com ombros.

- Manter estabilização escapular, evitando tensões na região cervical.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, sente sobre uma caixa para auxiliar na manutenção da pelve
neutra devido ao encurtamento muscular e/ou falta de consciência corporal.

- Para dificultar, realize o movimento diferentes posturas: ajoelhado, semi-


ajoelhado ou em pé, diminuindo a base de apoio e aumentado a instabilidade.

COMENTÁRIOS
Movimentos realizados com os braços, sejam com o objetivo de fortalecer ou
alongar, atuam diretamente na qualidade da movimentação da caixa torácica
e consequente capacidade pulmonar. Tais exercícios devem ser abordados
principalmente em associação à padrões respiratórios, para melhor controle
fisiológico e estrutural do paciente com disfunções neurológicas.

Karla Vergaças Seleme 124


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2. ABERTURA DOS BRAÇOS


OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer os extensores horizontais de ombro.

INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre o carrinho do Reformer, de frente para as alças, com pelve e coluna
neutras. Os membros inferiores devem estar com joelhos estendidos e quadris aduzidos
ou com membros inferiores cruzados um sobre outro. Ombro flexionados e cotovelos
estendidos e em rotação interna, palma das mãos voltadas para fora, segurando as
alças.

2. Realize a extensão horizontal dos ombros com os cotovelos estendidos.

3. Retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Cuidar com a anteriorização da cabeça;

- Evitar que os ombros anteriorizem durante o movimento;

- Manter a pelve e coluna na posição neutra.

- Manter a estabilização escapular, evitando tensões na região cervical.

- Evitar a retroversão da pelve

- Manter os punhos estáveis.

Karla Vergaças Seleme 125


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, sente sobre uma caixa para auxiliar na manutenção da pelve
neutra devido ao encurtamento muscular e/ou falta de consciência corporal.

- Para dificultar, realize o movimento diferentes posturas: ajoelhado, semi-


ajoelhado ou em pé, diminuindo a base de apoio e aumentado a instabilidade.

- Mudar o posicionamento das rádio-ulnar.

COMENTÁRIOS
Movimentos realizados com os braços, sejam com o objetivo de fortalecer ou
alongar, atuam diretamente na qualidade da movimentação da caixa torácica
e consequente capacidade pulmonar. Tais exercícios devem ser abordados
principalmente em associação à padrões respiratórios, para melhor controle
fisiológico e estrutural do paciente com disfunções neurológicas.

Karla Vergaças Seleme 126


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3. ARM FLEXION (SUPINE)

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores do cotovelo e extensores do joelho.

INSTRUÇÕES
1. Deitado em decúbito dorsal sobre o carrinho do Reformer, com os membros
inferiores na direção das cordas com quadril e joelho felitods a 90 graus; os membros
superiores devem estar ao longo do corpo a radio-ulnar pronada segurando as alças
com as mãos.

2. Inspire e então flexione o cotovelo ao expirar.

3.Retornar à posição inicial inspirando.

DICAS E CUIDADOS
- Muitas vezes a movimentação do carrinho com o movimento dos cotovelos

Karla Vergaças Seleme 127


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

gera insegurança no paciente;

- Cuidar com os cabelos compridos para que não se prendam na mola;

- Caso o paciente seja muito alto, podemos retirar o apoio de ombros para
melhor acomodá-lo.

- Evite flexionar os joelhos ou estender o quadril.

- A pelve e a coluna devem permanecer neutras.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, diminua a resistência das molas.

- Para dificultar, associe movimentos dos membros inferiores aos dos braços.

- Fazer uso de acessórios nos membros inferiores. Pode-se utilizá-los entre


tornozelos para ativar musculatura adutora ou por fora dos tornozelos para ativar
musculatura adutora do quadril.

- Mudar o posicionamento da radio-ulnar, realizando o movimento em


supinação.

COMENTÁRIOS
Pacientes hemiparéticos que apresentam déficit de resposta motora nesta
região em função do padrão flexor adotado pela espasticidade, podem ser
estimulados a realizar somente a flexão de punho em pronação ou o movimento
completo. Caso o paciente não consiga segurar a alça em função desse padrão,
podemos auxiliar num movimento ativo assistido, porém nunca amarrar a mão do
paciente junto aos equipamentos.

Karla Vergaças Seleme 128


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4. SHOULDER EXTENSION
(CAT POSITION)

OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer flexores do ombro e flexores da
coluna juntamente com o trasnverso abdominal. Trabalhar a dissociação de
cinturas escapular e pélvica, mantendo a conformidade entre as duas.

INSTRUÇÕES
1. Em posição de seis apoios sobre o carrinho do Reformer, mãos alinhadas com os
ombros e posicionadas na parte fixa do reformer. Enquanto isso, os pés devem estar
alinhados com joelhos, e estes com os quadris e encostados no apoio de ombros.
Mantenha a pelve e coluna neutras.

2. Realize a flexão dos ombros.

3. Retorne à posição inicial

Karla Vergaças Seleme 129


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Manter sempre os joelhos na mesma linha dos quadris, ou seja, não sentar
nos calcanhares.

- Não travar os cotovelos em extensão.

- Estabilizar as escápulas.

- A cabeça deve acompanhar o alinhamento do restante da coluna.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, colocar molas menos resistentes.

- Para dificultar, colocar molas mais resistentes ou executar o exercício de


maneira unilateral.

COMENTÁRIOS
A postura em quatro apoios funciona como educativo para o paciente
aprender a estabilizar musculatura profunda da coluna lombar. É importante
manter um correto posicionamento, como o que foi descrito aqui, para que a
prática de alguns exercícios não acarrete compensações, dores e possíveis lesões.

O paciente hemiplégico com padrão espástico flexor em membro superior


beneficia-se deste exercício pela co-contração e contração ativa da musculatura
de membros superiores. Caso o paciente não consiga manter o posicionamento
do membro superior adequadamente, o instrutor deve ajudá-lo.

Karla Vergaças Seleme 130


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5. HIP EXTENSION (CAT POSITION)

OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer os estabilizadores de ombros,
extensores do quadril e joelhos, flexores da coluna e transverso abdominal.
Trabalhar dissociação de cinturas escapular e pélvica, mantendo a conformidade
entre as duas.

INSTRUÇÕES
1. Em posição de seis apoios sobre o carrinho do Reformer, mãos alinhadas com
os ombros e posicionadas na parte fixa do reformer. Os pés devem estar alinhados
com joelhos, e este com os quadris e encostados no apoio de ombros. Pelve e coluna
neutras.

2. Realize extensão do quadril e joelho.

3. Retornar à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 131


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Não travar os cotovelos em extensão;

- Estabilizar escápulas

- A cabeça deve acompanhar o alinhamento do restante da coluna.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, colocar molas menos resistentes.

- Para dificultar, colocar molas mais resistentes ou executar o exercício de


maneira unilateral.

COMENTÁRIOS
Os exercícios em quatro apoios, além de recrutar grandes grupos musculares,
também auxiliam no controle neuromuscular. Tal postura faz parte do processo de
desenvolvimento motor normal e, quando atendemos pacientes com alterações
neurológicas, precisamos entender que a memorização de aquisições motoras são
facilitadores e parte integrante no surgimento de novas habilidades funcionais.

Karla Vergaças Seleme 132


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6. COMBINATION MOVEMENT
SHOULDER AND HIP (CAT POSITION)

OBJETIVOS
Estabilizar dinamicamente e manter alinhamento do tronco. Fortalecer flexores
dos ombros, extensores do quadril e joelho, flexores da coluna e trasnverso
abdominal.

Karla Vergaças Seleme 133


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

INSTRUÇÕES
1. Em posição de seis apoios sobre o carrinho do Reformer. Alinhe as mãos com
os ombros e as posicione na parte fixa do Reformer. Os pés devem estar alinhados
com joelhos, e este com os quadris e encostados no apoio de ombros. Pelve e coluna
neutras.

2. Realize a flexão do ombro e posteriormente a extensão do quadril e joelhos.

3. Retorne à posição inicial, iniciando pela extensão do ombro e posteriormente


flexão do quadril e joelhos.

DICAS E CUIDADOS
- Não travar os cotovelos em extensão.

- Estabilizar as escápulas.

- A cabeça deve acompanhar o alinhamento do restante da coluna.

- Coordenar o movimento em fases e não realizar todos os movimentos de


uma só vez.

COMENTÁRIOS
Pacientes hemiplégicos com padrão espástico flexor em membro superior
beneficia-se deste exercício pela co-contração e contração ativa dos músculos dos
membros superiores. Caso o paciente não consiga manter o posicionamento dos
membros superiores adequadamente o instrutor deve ajudá-lo.

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7. FLYING LONG BOX

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna, quadril e ombros.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito ventral, deitado sobre a caixa na altura do inicio do esterno. Os
membros inferiores devem estar com joelhos estendidos e quadris aduzidos. Os
membros superiores devem estar em extensão, segurando as cordas com as mãos e
cotovelos também estendidos.

2. Realize a extensão dos ombros até a linha do quadril.

3.Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Não aumentar o grau de extensão da coluna;

- Não realizar hiperextensão da cervical;

- Manter os quadris sempre levemente estendidos.

- Manter ativação do powerhouse durante todo movimento.

Karla Vergaças Seleme 135


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES

- Para facilitar, utilizar molas menos resistentes ou diminuir a amplitude do


movimento;

- Realizar adução e abdução do ombro.

- Para dificultar, associar extensão de coluna ao movimento dos ombros, -


utilizar algum acessório para adução do quadril, ou aumentar a amplitude de
movimento, partindo de uma flexão da coluna.

Karla Vergaças Seleme 136


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8. FOOTWORK SIDE

OBJETIVOS
Fortalecer extensores do quadril e joelho e adutores do quadril da perna de apoio.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral sobre o carrinho do Reformer, pelve e coluna neutra. A cabeça
deve estar apoiada sobre o apoio de cabeça elevado. O membro superior de baixo
deve estar segurando apoio de ombro com o cotovelo flexionado. O membro superior
de cima deve estar com a mão apoiada na frente do corpo com votovelo fletido.
Mantenha o membro inferior de apoio no prolongamento do corpo com joelho
estendido e quadril aduzido. O membro inferior de cima deve estar com quadril e
joelho flexionados e com o pé apoiado na barra de pés.

2. Realize a extensão do quadril e joelho da perna de cima.

3.Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 137


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Não permitir que a perna debaixo encoste no aparelho.

- Colocar uma bolinha murcha como apoio de cabeça;

- Manter a cabeça alinhada com o restante do corpo;

- Não permitir que o paciente faça uma hiperextensão lombar ao final do


movimento;

- Manter estabilidade da região lombo-pélvica e cintura escapular.

- Estenda completamente o joelho e quadril, sem travar.

- Não pressionar o carrinho com o ombro.

MODIFICAÇÕES

- Para facilitar, utilizar molas menos resistêntes;

- Para dificultar, utilizar molas mais resistentes.

- Realizar o exercício com o ombro abduzido.

- Realizar o exercício com rotação externa de quadril.

Karla Vergaças Seleme 138


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Realizar o exercício com apoio do antepé na barra de pés.

- Para dificultar, utilizar uma caneleira na perna de baixo como resistência à


adução do quadril.

COMENTÁRIOS
É um exercício fundamental para reeducação motora. Além de estimular a
lateralidade, também estimula a consciência corporal para realizar a passada na
marcha.

Karla Vergaças Seleme 139


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9. FRONT SPLITS

OBJETIVOS
Alongar os flexores e extensores do quadril, ao mesmo tempo, fortalecer os
extensores do quadril e joelho.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, ao lado do carrinho, mantenha um pé no solo perto do início do Reformer
com joelho e quadril semi-flexionado. O outro membro inferior deve estar sobre o
carrinho do Reformer, com joelho semi-flexionado e quadril levemente estendido e pé
sobre o apoio de ombros. Segure a barra de pés com as mãos.

2. Realize a flexão do joelho e quadril do membro inferior de apoio empurrando o


carrinho para trás enquanto o membro inferior contralateral estende o quadil e joelho.

3.Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 140


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Deve-se manter o alinhamento da pélve durante todo o movimento;

- Mantenha o joelho sempre apoiado no carrinho.

- Não realizar a hiperextensão da lombar.

MODIFICAÇÕES

- Posicionar o membro inferior de apoio mais a frente.

- Retirar o joelho do apoido do carrinho.

- Estender o joelho do membro inferior de apoio ao realizar o movimento

COMENTÁRIOS
O movimento de avanço é um importante educativo para melhorar a qualidade
das trocas posturais que realizamos com nossos pacientes. Principalmente vindo
de posturas mais baixas para as mais altas, como sentado para o de pé.

Karla Vergaças Seleme 141


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

10. LEG SERIES – ON LEG

OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer flexores e extensores do quadril
simultaneamente.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal sobre o carrinho do Reformer, posicione uma alça na planta
em de um dos pés. Inicie com os quadris flexionados a 90 graus e joelhos estendidos.
Mantenha os membros superiores ao longo do corpo.

2. Realize a extensão dos quadris até onde se consiga manter a pelve neutra.

3.Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Certifique-se de que a alça que não será utilizada está travada.

- Manter a estabilidade da região lombo-pélvica durante todo o movimento

Karla Vergaças Seleme 142


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Flexionar o quadril no início do movimento até onde a pelve consiga se


manter na neutra, não necessariamente até 90 graus.

MODIFICAÇÕES

- Realizar movimento de flexão e extensão dos joelhos.

- Realizar movimentos de circundução do quadril.

- Associar movimento dos de membros superiores

COMENTÁRIOS
Muita atenção e concentração deve ser dada a este exercício. Existe a necessidade
de ativar o powerhouse para manter a estabilidade pélvica. Enquanto um membro
inferior ativa os flexores de quadril o membro contralateral ativa os extensores,
essa diferença de contração de segmento para o outro, ao mesmo tempo, carece
de uma seletividade estimula a coordenação neuromucular.

Karla Vergaças Seleme 143


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

11. REMADA
(SENTADA E AJOELHADA)

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do ombros e flexores do cotovelo.

INSTRUÇÕES
1. Sentada de frente para as alças, sobre o carrinho do Reformer, mantenha os
membros inferiores cruzados com joelhos flexionados e quadril flexionado em
rotação externa. Os membros superiores deveme star à frente do corpo com cotovelos
estendidos e segurando as alças com as mãos.

2. Realize a flexão dos cotovelos e extensão dos ombros.

3.Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 144


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES
- Sentar em cima de uma caixa, caso exista a necessidade, para melhorar o
alinhamento corporal e ajudar a mante a estabilização lombo-pélvica.

- Sentar com os joelhos estendidos e quadris alinhados.

- Começar com a radio-ulnar em pronação e supinar até a posição neutra


durante o movimento.

- Para dificultar, realizar o exercício na posição ajoelhada ou em pé.

COMENTÁRIOS
Realizar na posição ajoelhado exige maior controle.

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12. ROTATION OR TWIST

OBJETIVOS
Estabilização da região lombo-pélvica e cintura escapular. Fortalecimento dos
rotadores da coluna.

INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre o Reformer, com pernas cruzadas, de lado para os apoios de
ombro. Inicie o movimento em rotação da coluna em direção às alças. Mantenha
os membros superiores à frente do corpo com cotovelos fletidos e mãos unidas
segurando as alças.

2. Realize a rotação da coluna em direção à barra de pés.

3.Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Não permita que movimentos de membros superiores.

Karla Vergaças Seleme 146


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- Busque sempre o alongamento axial.

- Mantenha a pelve alinhada durante todo movimento.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, posicione um Magic Circle apoiado entre o processo xifoide e
as mãos, auxiliando na consciência do movimento.

- Realizar sentado sobre uma caixa mais alta.

- Para dificultar, realizar o exercício na posição ajoelhada.

COMENTÁRIOS
Este exercício exige muita consciência corporal.

Karla Vergaças Seleme 147


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13. SHOULDER EXTENSION

OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica e cintura escapular. Fortalecer os extensores do
ombro.

INSTRUÇÕES
1. Ajoelhada sobre o carrinho do Reformer, de frente para as alças e com os joelhos
apoiados no apoio de ombros. Segure as alças com as mãos mantendo a radio-ulnar
em pronação e cotovelos estendidos.

2. Realize a extensão dos ombros.

3. Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 148


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DICAS E CUIDADOS
- Cuidar com o movimento inicial, paciente não uma consciência corporal
adequada pode se desequilibrar e cair.

- Os pés devem permanecer apoiados sobre o carrinho.

- Não anteriorizar os ombros durante a execução do movimento.

MODIFICAÇÕES
- Realizar o exercício na posição sentada com joelhos estendidos e membros
inferiores cruzados um sobre o outro.

- Para dificultar, pode-se modificar o padrão respiratório.

- Para dificultar, pode-se realizar a extensão dos ombros, mantê-la e realizar a


rotação da coluna cervical para os dois lados, e após, alinhar a cervical e retornar
à posição inicial.

COMENTÁRIOS
Cuidar com a intensidade das molas, se muito resistentes podem desequilibrar
o aluno para frente, se pouco resistentes o aluno terá maior dificuldade de manter
a estabilidade do tronco.

Associar padrões respiratórios com movimento da cabeça pode ser benéfico


para melhorar a capacidade pulmonar e o controle durante a movimentação. Se
for realizar a rotação da coluna cervical faze-lo de forma lenta.

Karla Vergaças Seleme 149


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Karla Vergaças Seleme 150


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14. SKIN MODIFIED

OBJETIVOS
Fortalecer estabilizadores quadril da perna de apoio assim como os extensores
de quadril e joelho. Alongar os flexores do quadril do membro inferior sobre o
aparelho e o extensore do membro contralateral.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, ao lado do Reformer, posicione um membro inferior apoiado na base do
carrinho e com joelho flexionado. Os membros superiores devem estar ao longo do
corpo.

2. Realizar a flexão do joelho e quadril do membro inferior de apoio. Ao mesmo tempo


estenda o quadril e o joelho do membro inferior sobre o carrinho, empurrando-o.
Ainda, flexione os ombros a 90 graus.

3.Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 151


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DICAS E CUIDADOS
- Não permitir que rotações do joelho.

- Não realizar uma hiperextensão lombar.

- Manter pelve e coluna sempre neutras.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, pode-se segurar a barra de pés com as mãos.

- Para dificultar, pode-se fechar os olhos durante a realização do movimento.

- Associar movimentos de membros superiores concomitantes ao de membros


inferiores;

- Acessórios podem ser acrescentados para dificultar o exercício.

COMENTÁRIOS
Este é um exercício difícil que exige muito controle de powerhouse para
equilibra-se na posição e realizar o movimento. Tomar cuidado ao exolher a
ressitência das molas. Molas muito resistentes podem desequilibrar o aluno.

Karla Vergaças Seleme 152


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A PRÁTICA COM O
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO

CADILLAC
Karla Vergaças Seleme 153
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1. ELBOW KNEELING EXTENSION

OBJETIVOS
Fortalecer os estensores do cotovelo, flexores da coluna e trasnverso abdominal.

INSTRUÇÕES
1. Ajoelhada, entre os postes verticais do Cadillac. Segure a barra de madeira com
as mãos, com molas vindas de trás. Iincline levemente o tronco para frente com a
radio-ulnar pronada, mantendo ombros e cotovelos a 90o.

2. Inspire antes de iniciar e realize a extensão dos cotovelos expirarando.

3. Retorne à posição inicial inspirarando.

Karla Vergaças Seleme 154


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DICAS E CUIDADOS
- A inclinação é realizada pela extensão do joelho;

- Não realizar hiperextensão lombar;

- Oriente o posicionamento correto dos ombros, punhos e cabeça, mesmo


durante a execução.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, utilize molas menos resistentes.

- Ao invés da barra de madeira, podemos utilizar as alças de mão para realizar


o exercício de forma unilateral.

- Para dificultar, feche os olhos durante a realização do exercício, ou utilizar


molas mais resistentes.

- Realizar na postura semi-ajoelhada.

- Realizar o exercício em pé.

COMENTÁRIOS
Pacientes hemiparéticos apresentam grande incidência de lesões de ombro
do lado não acometido. Dessa forma, visto que este exercício é indicado para
estabilização da cintura escapulo-umeral se torna uma boa opção. O exercício
é contra-indicado para pacientes com lesões agudas de escápula, ombro e/ou
cotovelo.

Pacientes idosos e/ou com dificuldade de subir no Cadillac podem realizar


este exercício em pé ao lado do aparelho, ajustando a barra às suas necessidades.

Karla Vergaças Seleme 155


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Lembrando que trabalhar as posturas ajoelhadas e semi-ajoelhada são


importantes no processo de aprendizado motor, principalmente de pacientes com
desequilíbrios musculares que provoquem uma assimetria corporal por influencia
de alterações de tônus e também por apresentarem déficit de equilíbrio.

O fechamento dos olhos durante a execução do exercício pode facilitar o


mesmo quando o paciente apresenta alguma alteração visual, como diplopia.
Entretanto, pode dificultar em função da manutenção do equilíbrio na postura
ajoelhada e consciência corporal durante a realização do movimento com a perda
da referencia visual.

Karla Vergaças Seleme 156


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2. MERMAID WITH ARM FLEXION

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores laterais da coluna e flexores do cotovelo.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral, mantenha a pelve e coluna neutras. Posicione o membro
superior de apoio com cotovelo estendido sob a cabeça. O membro superior de cima
deve estar com o ombro semi-abduzido e segurando a alça com a mão. Mantenha um
quadril fletido e outro estendido, com os pés apoiados nas baras verticais do Cadillac.

2. Inspire e realize a flexão lateral da coluna, ao mesmo tempo que flexiona o cotovelo
em direção ao ombro expirarando. Permita a adução do membro superior de apoio.

3. Retorne à posição inicial inspirando.

Karla Vergaças Seleme 157


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DICAS E CUIDADOS
- Evite sobrecarga no punho;

- Evite “prender” o membro superior que fará a flexão do cotovelo próximo ao


corpo, mantenha o alinhamento.

- Mantenha o alinhamento pélvico.

- A cabeça e a coluna cervical deve acompanhar o movimento d e flexão


lateral da coluna.

- Não realizar a hiperextensão lombar;

MODIFICAÇÕES
- Ao utilizar molas menos resistentes a flexão do cotovelo fica facilitada,
enquanto a flexão lateral da coluna se torna mais difícil.

- Ao utilizar molas mais resistêntes se dificulta a flexão do cotovelo, porém


facilita-se a flexão lateral da coluna.

- Posicionar a radio-ulnar do membro inferior de apoio em supinação e, quando


realizar a flexão lateral da coluna, tirá-la do apoio mantendo a abdução do ombro.

COMENTÁRIOS
Indicado para quem tem déficit de lateralidade e equilíbrio. Observar
atentamente a estabilidade da cintura escapular. A mudança no posicionamento
das pernas, invertendo-as, poderá aumentar a ativação muscular por desafiar
estabilidade pélvica, e, dependendo das alterações de tônus ou características
musculares do paciente, pode facilitar ou dificultar o movimento.

Karla Vergaças Seleme 158


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3. ABDUCTION STANDING

OBJETIVOS
Fortalecer musculatura abdutora do quadril.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, em cima do Cadillac e de frente para barra horizontal segure a barra com
as mãos. Prenda a alça de pés no membro inferior mais distante e inicie o movimento
em leve flexão do quadril.

2. Realize a abdução do quadril ao expirar.

3. Retorne à posição inicial ao inspirar.

Karla Vergaças Seleme 159


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DICAS E CUIDADOS
- Manter a coluna sempre alinhada e neutra, evitando rotações e flexões;

- Manter o alinhamento pélvico

- Evitar sobrecarga na cintura escapular;

- Estimular o alongamento axial;

- Manter a extensão dos joelhos durante todo o movimento.

MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, retira uma das mãos do apoio.

COMENTÁRIOS
Indicado como educativo para pacientes com dificuldade na marcha por
oferecer estímulos de fortalecimento da musculatura estabilizadora do quadril
e coluna. O glúteo médio, responsável pela abdução do quadril tem função
estabilizadora e são recrutados durante diversos movimentos de vida diária. O
trabalho dos estabilizadores da marcha deve ser priorizado uma vez que esta
habilidade é uma das mais prejudicadas por patologias neurológicas.

Karla Vergaças Seleme 160


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4. ADUCTION STANDING

OBJETIVOS
Fortalecer musculatura adutora do quadril

INSTRUÇÕES
1. Em pé, em cima do Cadillac e de frente para barra horizontal segure a barra com
as mãos. Prenda a alça de pés no membro inferior mais próximo e inicie o movimento
em leve flexão do quadril.

2. Realize a adução do quadril ao expirar.

3. Retorne à posição inicial ao inspirar.

Karla Vergaças Seleme 161


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Manter a coluna sempre alinhada, evitando rotações e flexões;

- Manter a estabilidade e alinhamento pélvicos.

- Evitar a sobrecarga na cintura escapular;

- Estimular o alongamento axial;

- Manter os joelhos estendidos durante todo movimento;

MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, retire uma das mãos do apoio na barra horizontal;

COMENTÁRIOS
Indicado como educativo para pacientes com dificuldade na marcha por
oferecer estímulos de fortalecimento da musculatura estabilizadora do quadril
e coluna. Os adutores do quadril são responsáveis pela estabilização da pelve
e são recrutados durante diversos movimentos de vida diária. O trabalho dos
estabilizadores da marcha deve ser priorizado uma vez que esta habilidade é uma
das mais prejudicadas por patologias neurológicas.

Karla Vergaças Seleme 162


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5. EXTENSION WITH CROSS SPRING

OBJETIVOS
Fortalecimento dos extensores do quadril e coluna, abdutores do quadril e
flexores plantares do tornozelo.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, um membro inferior em flexão de quadril e joelho e pé apoiado
no solo; o outro membro inferior deve estar em flexão de quadril e extensão de joelho
com alça oposta fixa na planta do pé. Segure as barras verticais com as mãos, tendo
ombros fletidos e cotovelos semi-flexionados.

2. Inspire antes de iniciar e expire realizando a extensão do quadril com leve abdução
até a amplitude em que se mantêm a pelve e lombar neutras

3. Retorne à posição inicial inspirando.

DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão lombar ou cervical, mas também não retificá-las.

Karla Vergaças Seleme 163


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Manter a pelve na posição neutra.

- Evitar tensionar a cintura escapular;

- Manter a perna contralateral estável;

MODIFICAÇÕES
- Quanto mais baixa a fixação da mola, menor será a resistência para extensão
do quadril e maior será a necessidade de ativação dos flexores do quadril.

- Quanto mais alta a fixação da mola, maior será a resistência para extensão.

- Para dificultar, posicione os membros superiores ao longo do corpo ou -


combine a circundução do quadril nos dois sentidos.

COMENTÁRIOS
A alça cruzada faz com que os músculos abdutores tenham que ser ativados
para vencer a tendência de adução do quadril promovida pelas molas.

Karla Vergaças Seleme 164


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6. ARM FLEXION

OBJETIVOS
Fortalecimento dos flexores do cotovelo.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, joelhos e quadris flexionados com pés apoiados no solo.
Posicione os membros superiores ao lado do corpo, cotovelos estendidos e radio-
ulnar pronada, segurando as alças com as mãos.

2. Inspire e realize a flexão do cotovelo expirando.

3. Retorna à posição inicial inspirarando.

DICAS E CUIDADOS
- Manter pelve e coluna na posição neutra.

- Evitar tensão na cintura escapular.

- Evitar abdução dos ombrosdurante a realização do movimento.

- Evitar movimentos de flexão do punho durante a flexão do cotovelo

Karla Vergaças Seleme 165


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES
- Manter o quadril flexionado a 45 graus e joelhos estendidos sem apoio dos
pés com o solo.

- Realizar somente o movimento de extensão e flexão dos punhos

- Realizar a flexão cotovelo, com a radio-ulnar em supinação.

- Realizar o exercício alternadamente.

COMENTÁRIOS
Apesar de um paciente hemiparético apresentar padrão flexão de membro
superior, fortalecer essas estruturas se faz importante, uma fez que musculaturas
com aumento de tônus não podem ser consideradas fortes. Além disso, não
foram encontrados dados na literatura pesquisada que indica aumento do padrão
patológico ao fortalecer essas estruturas.

Karla Vergaças Seleme 166


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7. COORDENATION STANDING

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores do ombro, extensores do cotovelo, rotadores e flexores da
coluna, assim como o trasnverso abdominal.

INSTRUÇÕES
1. Em pé de costas para o aparelho, posicione os membros inferiores abduzidos na
largura dos quadris. Segure as alças com as mãomantendo os cotovelos fletidos e
radio-ulnar neutra.

2. Alternadamente realize a flexão do ombro, extensão do cotovelo e pronação da


radio-ulnar simultaneamente. Ao mesmo tempo, flexione o quadril contralateral e
apoie o pé à frente com leve flexão do joelho. O membro inferior de apoio irá estender
o quadril como consequência do movimento.

3. Retorna à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 167


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DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão lombar;

- Não realizar a anteriorização da cabeça;

- Manter a coluna estável, sem rotações ou flexões contra as tendências.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, realize somente movimento dos membros superiores.

- Para facilitar realizar o exercício de forma concentrada.

COMENTÁRIOS
Indicado para pacientes com patologias que acarretem déficit de equilíbrio
dinâmico e de coordenação motora, especialmente patologias que causem
alterações na dinâmica da marcha.

Se o paciente apresentar algum déficit de equilíbrio já pré-instalado, como uma


ataxia ou uma alteração de tônus, molas de baixa resistência irão dificultar ainda
mais a execução do exercício.

Vale inicialmente utilizar molas de maior resistência para que ele consiga os
benefícios oriundos da coordenação e não se sinta frustrado com a não realização
do exercício.

Karla Vergaças Seleme 168


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8. FLYING

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna e do cotovelo. Alongar os flexores do ombro
e da coluna.

INSTRUÇÕES
1. Decúbito ventral sobre o cadillac. Mantenha os ombros estendidos com flexão dos
cotovelos apoiados sobre a coluna lombar segurando as alças nas mãos. Mantenha a
cervical alinhada e inspire antes de iniciar o movimento.

2. Realize extensão da coluna cervical e torácica e lombar, mobilizando-as. Ao


mesmo tempo estenda os cotovelos e hiperestenda os ombros ao expirar.

3. Retorne à posição inicial inspirarando.

Karla Vergaças Seleme 169


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão da coluna cervical.

- Manter a estabilidade escapular.

- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.

MODIFICAÇÕES
- Realizar somente movimento dos membros superiores;

- Colocar acessórios para auxiliar na ativação da musculatura adutora do


quadril como uma bola pequena ou o Magic Circle.

COMENTÁRIOS
Pacientes com doença de parkison, que apresentam padrão flexor corporal,
necessitam de exercícios de extensão da coluna para melhora da consciência
corporal e alinhamento global.

A capacidade pulmonar, juntamente com os movimentos da caixa torácica


devem ser enfatizados nestes pacientes. As molas de maior resistência facilitam e
auxiliam o movimento de extensão do ombro e coluna.

Karla Vergaças Seleme 170


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

9. FLYING 2

OBJETIVOS
Fortalecer extensores de coluna e extensores do ombro. Alongar os flexores da
coluna.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito ventral sobre o Cadillac. Mantenha os membros superiores no
prolongamento do corpo segurando as alças com as mãos. Inspire antes de iniciar o
movimento.

2. Realize extensão da coluna cervical e torácica e extensão dos ombros ao expirar.

3. Retorne à posição inicial inspirarando.

Karla Vergaças Seleme 171


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão da coluna cervical.

- Manter a estabilidade escapular.

- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, realize somente movimento de membros superiores.

- Pode utilizar acessórios para estimular a ativação da musculatura adutora


do quadril, como uma bola pequena ou Magic Circle.

- Para dificultar, inverter o padrão respiratório.

COMENTÁRIOS
Quando invertemos o padrão respiratório nos movimentos de extensão
de coluna, estimulamos a expiração a ser realizada no curso do movimento, para
que com ela, ativando os músculos abdominais, exista suporte para facilitar e
estabilização lombo-pélvica evitando que uma hiperextensão lombar.

Para algumas pessoas inverter o padrão torna-se muito difícil para coordenação
da respiração com o movimento, o que é normal, visto que o padrão respiratório
invertido vai “contra” a mecânica normal do movimento.

Karla Vergaças Seleme 172


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

10. LOW TRÍCEPS

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do cotovelo.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, joelho e quadris flexionados e pés apoiados no aparelho.
Segurar a barra torre com as mãos com os ombros e cotovelos flexionados a 900. A
barra torre deve estar presa a molas ascendentes. Inspire antes de iniciar o movimento.

2. Realize a extensão do cotovelo ao expirar.

3. Retorne à posição inicial inspirarando.

DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão da cervical.

Karla Vergaças Seleme 173


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Manter a estabilidade escapular.

- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.

- Evitar sobrecarga sobre os punhos.

MODIFICAÇÕES
- Pode-se utilizar acessórios para estimular a ativação dos adutores de quadril
como uma bola pequena ou o Magic Circle.

- Colocar uma bola sob os membros inferiores em flexão de quadril e joelhos


a 90 graus.

- Alterar o padrão respiratório: Inspirar em 3 tempos flexionando os cotovelos


e expirar em 1 tempo fazendo a extensão completa do cotovelo.

COMENTÁRIOS
Podemos variar o padrão respiratório para melhorar expansibilidade da
caixa torácica e para aumentar o tempo de ativação concêntrica dos extensores
do cotovelo.

Karla Vergaças Seleme 174


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

11. OFFERING

Karla Vergaças Seleme 175


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do cotovelo e flexores dos ombros.

INSTRUÇÕES
1. Sentada, de costas para as alças de mãos, mantenha os membros inferiores
com joelhos estendidos e quadris aduzidos. Inicie o movimento com os cotovelos
flexionados a 90 graus segurando as alças com as mãos tendo a radio-ulnar em
supinação.

2. Realize a extensão do cotovelo e flexão ombros ao expirar.

3. Retorne à posição inicial inspirando.

DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hieperextensão ou flexão lombar.

- Não realizar hiperextensão da coluna cervical.

- Manter a estabilidade escapular e pélvica.

- Manter alinhamento dos punhos.

- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.

MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, utilizar molas mais resistentes.

- Pode-se utilizar acessórios para proporcionar ativação dos adutores do

Karla Vergaças Seleme 176


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

quadril, como uma bola pequena ou um Magic Circle.

- Para facilitar, pode-se sentar sobre umacaixa ou outro apoio caso paciente
não consiga manter a pelve neutra com os joelhos estendidos.

- Para facilitar, pode-se sentar com quadril abduzido e joelhos flexionados


envolvendo o aparelho com os membros inferiores.

- Para daptar, flexionar levemente os joelhos em busca do correto


posicionamento da pelve pode ser uma alternativa;

- Alternar movimentos de pronação e supinação da radio-ulnar.

- Após a realização da flexão de ombro e extensão de cotovelo, realizar a


extensão horizontal dos ombros e depois retornar à posição inicial.

COMENTÁRIOS
Paciente com doença de parkison, esclerose múltipla, hemiplegias, entre
outras patologias que apresentam padrão flexor corporal, se beneficiam de
exercícios sentados, pois é nesta posição que os eretores de coluna são mais
recrutados para a manutenção da postura e consequente ganho de consciência
corporal e alinhamento global.

A capacidade pulmonar, juntamente com os movimentos da caixa torácica


devem ser enfatizados nestes pacientes.

Karla Vergaças Seleme 177


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

12. POSTURAL CHANGE

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelhos, estimular o equilíbrio dinâmico.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para as barras verticais, com as molas fixas através das alças de
coxa acima dos joelhos. Inspire antes de iniciar o movimento.

2. Realize a flexão do joelho e quadril do membro inferior à frente e a extensão do


quadril e flexão do joelho do membro inferior atrás ao expirar.

3. Retornar à posição inicial inspirando e realize o movimento alternadamente.

DICAS E CUIDADOS
- Evitar transferir o peso corporal para o membro inferior atrás

Karla Vergaças Seleme 178


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Solicitar ao paciente que “empurre o chão com o pé da frente” para retornar


à posição inicial.

- Evitar a inversão do tornozelo.

- O membro inferior de trás também deve auxiliar no movimento de retorno


à posição inicial.

- Ativar músculos do powerhouse para auxiliar na estabilidade do tronco.

- Estabilizar cintura escapular.

MODIFICAÇÕES
- Se o paciente necessitar ele pode segurar-se com as mãos nas barras do
aparelho.

- Associar exercícios com membros superiores para dificultar.

COMENTÁRIOS
Indicado para auxiliar pacientes com dificuldade nas trocas posturais, na
marcha e com déficits de equilíbrio.

As molas estão inseridas no contexto do exercício para facilitar a passagem


da postura semi-ajoelhada para em pé. Pacientes com patologias neurológicas
apresentam dificuldades nas trocas posturais com consequente impacto na
realização de atividades funcionais.

Podemos facilitar utilizando molas mais pesadas e diminuir a intensidade


progressivamente até que o paciente não precise mais de auxílio.

Karla Vergaças Seleme 179


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

13. ROLLING BACK WITH ROTATION

OBJETIVOS
Fortalecer musculatura extensora da coluna e do quadril, flexores do cotovelo e
extensores horizontais do ombro.

INSTRUÇÕES
1. Sentada, de frente para as molas segure as alças com as mãos. Mantenha os
joelhos estendidos e os ombros fletidos à frente do corpo.

2. Realize a extensão da coluna e do quadril, mobilizando-a. Simultaneamente,


associe a rotação da coluna com a flexão do cotovelo e extensão horizontal do ombro
para o mesmo lado.

3. Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Mantenha os membros inferiores apoiados no aparelho o tempo todo.

- A pelve deve se manter neutra durante todo o movimento.

Karla Vergaças Seleme 180


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Evitar anteriorização da cabeça;

- Caso paciente apresente muito encurtamento muscular em extensores do


quadril pode-se flexionar levemente os joelhos para facilitar.

MODIFICAÇÕES
- Realizar o movimento por partes, primeiro a extensão da coluna e depois a
rotação.

- Associar com padrões de contagens invertidos, como contar até 10 de trás


para frente, por exemplo.

COMENTÁRIOS
Indicado para pessoas com desvios posturais e pessoas que apresentem
distúrbios de lateralidade ou assimetria corporal muito intensa.

O profissional precisa saber graduar bem a escolha da intensidade da mola


aplicaca aos pacientes. Neste caso, se ela for muito resistente o paciente terá
dificuldade em extender a coluna, dificultando a mobilização da coluna.

Karla Vergaças Seleme 181


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

14. SHOULDER BRIDGE

OBJETIVOS
Mobilizaçao de coluna e fortalecimento dos extensores do quadril, joelho e
coluna.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, com os membros superiores ao longo do tronco, quadril e
joelhos flexionados e pés apoiados no aparelho. Posicione as alças acima dos joelhos.

2. Realize a extensão do quadril e joelhos mobilizando a coluna.

3. Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Mantenha o alinhamento dos tornozelos, joelhos e quadris, não deixando
que o quadril abduza ou aduza.

Karla Vergaças Seleme 182


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES

- Utilizar molas de menor resistência dificulta a extensão do quadril.

- Para dificultar, flexione os ombros até 90 graus.

- Para dificultar, associe movimentos de membros inferiores e superiores,


utilizando ou não por acessórios.

- Realizar o exercício em flexão plantar.

- Realizar a extensão do quadril de maneira unilateral, com o membro


contralateral sem contato com o solo, associando movimentos de flexão e extensão
de joelhos e/ou quadril.

COMENTÁRIOS
As molas auxiliam na execução do movimento, fazendo uma leve tração nos
membros inferiores à medida que o quadril estende. Essa tração proporciona em
uma descompressão da articulação coxo-femora.

Karla Vergaças Seleme 183


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

15. SIDE PLANK (WITH ARM ADUCTION)

OBJETIVOS
Fortalecer músculos estabilizadores de cintura escapular e pélvica. Fortalecer os
flexores laterais da coluna, abdutores do quadril e adutores do ombro.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral, apoie o cotovelo e antebraço no Cadillac mantendo a
abdução do ombro e flexão do cotovelo. O membro superior livre deve estar com ombro
abduzido a 90 graus, cotovelo estendido e segurando a alça com a mão. Mantenha os
joelhos estendidos.

2. mantaneha a postura e realize a adução do ombro.

3. Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Manter o cotovelo de apoio alinhando com o ombro.

Karla Vergaças Seleme 184


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Manter a pelve alinhada com o restante do corpo.

- Ative musculatura abdominal.

MODIFICAÇÕES

- Para facilitar, flexione o joelho do membro inferior de apoio mantando-o em


contato com o solo.

- Para facilitar, posicionar um membro inferior a frente do outro.

- Para dificultar, abduzir o quadril do membro inferior livre e sutente em


isometria durante todo o movimento.

- Associar movimentos de membros inferiores e superiores.

Karla Vergaças Seleme 185


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16. SQUAT

OBJETIVOS
Fortalecer extensores do quadril e joelhos.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para as molas, posicione alças de coxas logo acima dos joelhos.

2. Realize a flexão quadril e joelho, mantendo o alinhamento corporal e flexionando


os ombros à frente.

3.Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Realizar o movimento de forma lenta e controlada.

- Não realizar grande amplitude de movimento.

Karla Vergaças Seleme 186


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Evitar a anteriorização da cabeça.

- Evitar compensações na cintura escapular.

- Não realizar hiperextensão lombar.

- Cuidado para não tirar o antepé do apoio durante a realização do exercício.

- Evitar rotações dos joelhos.

MODIFICAÇÕES
- Pode-se posicionar uma caixa atrás do paciente para aumentar a sensação
de segurança, como se fosse um banco para sentar-se.

- Utilizar molas de menor resistência podem dificultar a execução.

- Realizar o exercício com os olhos fechados;

COMENTÁRIOS
Indicado para auxiliar pacientes com dificuldade nas trocas posturais, na
marcha e com déficits de equilíbrio.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

A PRÁTICA COM O
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO

BARREL
Karla Vergaças Seleme 188
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

1. ELBOW EXTENSION TIP

OBJETIVOS
Fortalecer extensores do cotovelo, flexores dos ombros e da coluna e transverso
abdominal.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, com tornozelos em flexão plantar, joelhos estendidos em frente ao Barrel,
pelo lado de fora do aparelho, apoie as duas mãos no aparelho com cotovelos
estendidos e ombros fletidos a 90 graus.

2. Realize a flexão do cotovelo e extensão do ombro.

3.Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não anteriorizar.

- Não realizar hiperextensão lombar;

- Manter o alinhamento corporal como se o aluno fosse uma flecha.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES

- Manter os tornozelos em posição neutra.

- Aproximar-se do Barrel para facilitar o movimento.

- Afastar-se do Barrel para dificultar o movimento.

- Apoiar somente um membro inferior no solo e o outro permanece suspenso


em extensão do quadril.

- Mudar a posição das mãos, segurando o barrel pelas laterais, alterando assim
o movimento que passa de extensão e flexão para extensão e flexão horizonta.

- Discos de equilíbrio podem ser colocados sob os pés para dificultar o


movimento.

COMENTÁRIOS
Indicado para patologias que necessitam de um controle postural e de
equilíbrio em posição ortostática. É um ótimo exercício para pacientes que
ainda apresentem dificuldade realizar o exercício prancha, seja em função de
fraqueza muscular em membros superiores, ou em flexores da coluna e trasnverso
abdominal.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

2. SIDE BODY

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores laterais da coluna e mobilizar a coluna vertebral.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral, sobre o barrel, apoie os pés sobre a base do barrel com joelhos
estendidos, pelve e coluna neutras. Posicione os dorsos das mãos na testa com ombros
abduzidos e cotovelos fletidos. Inspire antes de iniciar o movimento.

2. Realize a flexão lateral da coluna contra a gravidade ao expirar.

3. Retorne à posição inicial inspirarando.

DICAS E CUIDADOS
- O dorso das mãos é colocado na testa para evitar a flexão cervical durante o
movimento.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Evitar desequilíbrios da pelve tanto para trás quanto para frente.

- Ativar o powerhouse.

MODIFICAÇÕES

- Aproximar o barrel do paciente.

- Apoiar os pés no espaldar em posições mais altas.

- Aumentar o torque resistente estendendo os cotovelos e posicionando os


membros inferiores no prolongamento do corpo. Pode-se ainda, utilizar bastões
ou pesinhos para criar maior resistência.

- Associar movimentos de rotação da coluna com a flexão lateral;

- Realizar a flexão lateral em sua amplitude completa.

COMENTÁRIOS
Pacientes com Alzheimer beneficiam-se deste exercício por ser simples de
realizar, o comando verbal e a demonstração dos exercícios pelo profissional
auxiliam no aprendizado dos exercícios.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

3. STRETCHING AND MOBILIZATION

OBJETIVOS
Alongar os extensores do quadril e coluna.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, do lado de fora do barrel, flexione o quadril e joelho de um dos membros
inferiores e apoie o pé em um degrau alto do espaldar. Segure com as mãos o espaldar
no nível mais alto. Inspire antes de iniciar o movimento.

2. Realize a extensão do joelho e flexão da coluna ao expirar.

3. Retorne à posição inicial inspirando.

DICAS E CUIDADOS
- Pode usar a dica verbal de “crescer” o calcanhar para longe;

- Procure manter os joelhos estendidos ao final do movimento.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES

- Apoiar o pé mais abaixo no espaldar para facilitar.

- Mobilizar a coluna em flexão enquanto estende joelho.

- Apoiar o pé mais alto no espaldar para dificultar

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

4. SUPINE STRETCH

OBJETIVOS
Mobilizar coluna em extensão e flexão, alongar e fortalecer os extensores da coluna.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, de costas para o barrel, mantenha os joelhos levemente flexionados.
Membros superiores devem estar à frente do corpo, alinhados. Inspire antes de iniciar
o movimento.

2. Expire e extenda a coluna mobilizando-a, inspire ao final do movimento.

3.Retorne à posição inicial flexionando a coluna ao expirar.

DICAS E CUIDADOS
- Manter o posicionamento da cabeça em conformidade com o restante da coluna.

- A coluna deve ficar bem apoiada no barrel.

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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Pode-se solicitar ao paciente que coloque as mãos apoiadas na nuca.

- Cuidar com tonturas e vertigens que o paciente possa apresentar, nesse


caso, diminua a amplitude de movimento ou interrompa a execução.

MODIFICAÇÕES
- Quanto mais distante o paciente estiver do barrel, menor a amplitude de
movimento e mais fácil será executar.

- Para dificultar, pode-se segurar pesinhos nas mãos, ou outros acessórios.

- Apoiar-se mais próximo ao topo do barrel para dificultar o movimento ao


aumentar a amplitude de movimento.

- Para dificultar, aproximar os pés, diminuindo a base de apoio e aumento a


instabilidade.

- Distribuir o peso corporal igualmente entre os dois pés.

COMENTÁRIOS
Indicados para pacientes com hipercifose torácica, que apresentam
fraqueza na musculatura flexora do tronco e dificuldade em manter-se em pé
sobre uma base estável pequena. Fique atento quando diminuir a base de apoio
do pacienteneste exercício. Pacientes acostumados a um padrão de marcha com
base alargada, como os portadores de Parkinson, sentem maior dificuldade, tanto
na extensão da coluna, quanto na manutenção da postura em bases de apoio
menores.

Karla Vergaças Seleme 196


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

A PRÁTICA COM O
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO

CHAIR
Karla Vergaças Seleme 197
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

1. CALF

OBJETIVOS
Fortalecer os flexores plantares do tornozelo.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para cadeira, flexione um joelho e quadril e apoie o antepé sobre
o pedal. O membro inferior de apoio deve estar com joelho estendido e quadril em
leve extensão com o pé apoiado no solo. Mantenha a coluna alinhada com o membro
inferior de apoio e apoie as mãos no assento da cadeira.

2. Realizar a flexão plantar do tornozelo contra a resistência das molas.

3. Retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Manter estabilidade cintura escapular.

Karla Vergaças Seleme 198


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Manter cabeça alinhada com o restante da coluna.

- Não realizar hiperextensão lombar.

- Não permitir que o joelho se movimente ou perca o apoio com a Chair.

- Não permitir elevação do calcanhar do membro inferior de apoio.

MODIFICAÇÕES
- Para dificultar realize o movimento sem apoiar as mãos no assento da
cadeira.

COMENTÁRIOS
Indicado para pacientes com déficit equilíbrio, dificuldades em manter-se
em pé com alinhamento da coluna, ou mesmo durante a marcha, seja por déficit
em controle muscular ou falta de consciência corporal.

Este exercício promove estímulos de forma mais segura para a estabilização


do quadril, utilizando o apoio das mãos, para posterior controle mais complexo,
sem auxilio dos membros superiores, exigindo mais da consciência corporal e
equilíbrio estático.

Karla Vergaças Seleme 199


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

2. FOOTWORK –
ONE LEG PUMP FRONT

OBJETIVOS
Fortalecer estabilizadores do quadril, trasnverso abdominal e extensores do
joelho e quadril.

OBS: Este exercício deve ser realizado com molas mais leves inicialmente, priorizando
a estabilização do movimento.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para a cadeira, flexione o quadril e joelho de um dos membros
inferiores e apoie o antepé sobre pedal da Chair. Mantenha os membros superiores à
frente do corpo.

2.Realizar a extensão do quadril e joelho, empurrando o pedal para baixo.

3.Retornar à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 200


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não perder a alongamento axial.

- Não realizar hiperextensão lombar;

- Manter o pé de apoio em posição neutra, evitando a inversão do tornozelo.

- Evitar tensões em cintura escapular.

- Ao estender o joelho e quadril evite que o pedal toque no solo entre as


repetições.

MODIFICAÇÕES
- Apoiar as mãos na barra da
cadeira para facilitar.

- Posicionar as mãos atrás da


cabeça com ombros abduzidos e
cotovelos fletidos.

- Utilizar acessórios em membros


superiores para associar movimentos
alternados por segmento.

- Utilizar acessórios que


proporcionem uma superfície instável
sobre o membro inferior de apoio, como discos de rotação ou espumas.

Karla Vergaças Seleme 201


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

COMENTÁRIOS
Além de indicado nas patologias ortopédicas relacionadas a articulação
dos joelhos, pacientes que apresentam necessidade em estimular a atividade
do glúteo médio e seletividade do quadril também são beneficiados por esse
exercício devido a necessidade estabilizadora do membro inferior de apoio.

Karla Vergaças Seleme 202


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

3. GOING UP AND FRONT


WITH COORDENATION

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelhos. Estimular equilíbrio dinâmico e o
controle excêntrico do movimento.

INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para cadeira, flexione o quadril e o joelho de um dos membros
inferiores e apoie o pé sobre o assento da Chair. O outro membro inferior deve estar
com o pé sobre o pedal do aparelho. Segure as barras laterais com as mãos.

2. Realizar, primeiramente, a flexão dorsal e plantar do tornozelo do membro inferior


sobre o pedal. Após, mantnha a flexão plantar e estenda o quadril e joelho do membro
inferior a frente permitindo que o pedal eleve.

3.Retorne à posição inicial.

Karla Vergaças Seleme 203


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

DICAS E CUIDADOS
- Evitar a flexão da coluna.

- Não realizar hiperextensão lombar;

- Evite sobrecarregar em membros superiores, principalmente punhos.

- Retornar completamente o pedal ao chão, de forma lenta e controlada, para


realizar os movimentos de tornozelo antes de estender quadril e joelho novamente.

MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, subir sem segurar nas barras.

- Para dificultar, pode-se ainda, associar movimentos de membros superiores


com auxílio de acessórios, como faixas elástica, halteres e Magic Circle.

- Ainda, pode-se utilizar acessório para aumentar a instabilidade a apoio do


membro inferior que está sobre o assento da Chair.

COMENTÁRIOS
Uma vez que os tratamentos da maioria das patologias neurológicas buscam
a melhora da capacidade funcional do paciente, este exercício pode ser utilizado
como educativo, além de fortalecimento muscular, para diversas atividades do dia
a dia, como subir e descer escadas, por exemplo. Se a execução inicialmente for
muito difícil pode-se começar o exercícios com molas de maior resistência, apoio
das duas mãos sobre a barra e sem associar os movimentos de tornozelo. Evolua
progressivamente tornando a tarefa mais complexa.

Karla Vergaças Seleme 204


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

4. FOOTWORK - ALTERNATE

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelho. Fortalecer e estabilizar músculos
eretores da coluna, favorecendo o alongamento axial.

INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre os ísquios no assento da cadeira, mantenha os quadris e joelhos
flexionados, coluna e pelve neutra, e os pés sobre pedais dissociados.

2. Realize a extensão do joelho e quadril de unilateral, enquanto o outro lado


sustenta o pedal sem que haja movimentação porém, com certa resistência.

3. Repetir alternadamente e retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- O paciente deve sentar-se bem à frente no assento cadeira;

Karla Vergaças Seleme 205


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Cuidado para não realizar retroversão ou anteversão da pelve.

- Evitar tensões excessivas em cintura escapular.

MODIFICAÇÕES
- Manter os pés em posição neutra.

- Não segurar as barras de apoio para dificultar o movimento.

- Apoiar nos pedais com o antepé estimula o fortalecimento dos flexores


platares.

COMENTÁRIOS
Em se tratando de uma pequena base de suporte para o sentar, nossos
pacientes terão bastante dificuldade em manter o alongamento axial, ocasionado
tanto pela fraqueza de eretores de coluna, quanto também pelo encurtamento
muscular da cadeia muscular posterior.

Como uma opção para aumentar a amplitude do movimento pode-se solicitar


que o paciente sente sobre uma caixa pequena, podendo diminuir o desconforte
devido à pouca flexibilidade.

Karla Vergaças Seleme 206


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

5. HOLDING BACK

OBJETIVOS
Fortalecer extensores do joelho e quadril.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal sobre a cadeira e o seu extensor, mantenha os ombros flexionados
a 90 graus. Flexione os joelhos e quadril e apoie os pés sobre os pedais da Chair.

2. Realizar a extensão do quadril e joelho.

3.Retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não flexionar a coluna cervical durante o exercício.

- Não realizar hiperextensão da coluna lombar.

- Manter os pés apoiados sobre os calcanhares durante todo o movimento.

- Manter o alongamento axial nessa postura.

Karla Vergaças Seleme 207


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES

- Executar o mocimento de forma unilateral, mantendo o membro inferior


livre com flexão de quadril e extensão de joelho.

- Associar movimentos de membros superiores com o uso de acessórios


como, halteres, faixa elástica ou Magic Circle.

- Pode-se utilizar o apoio sobre o antepé nos pedais dando ênfase ao


fortalecimento dos flexores plantares do tornozelo.

COMENTÁRIOS
Alguns pacientes apresentam um padrão postural flexor acompanhado da
retroversão de pélvica, como é o caso de pacientes com Alzheimer e Parkinson.
Por outro lado, pacientes hemiparético tendem a apresentar anteversão da pelve.
Este exercício se adequa aos dois perfis de pacientes, buscando sempre a pelve
neutra.

Karla Vergaças Seleme 208


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

6. SITTING SIDEWAYS

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelho. Fortalecer e estabilizar músculos
eretores da coluna, favorecendo o alongamento axial.

INSTRUÇÕES
1. Sentada de lado na cadeira, com membros inferiores abduzido, quadril e joelho
flexionados, pelve e coluna neutra. Apoie um pé sobre o pedal da Chair e o outro sobre
uma caixa. Mantenha os ombros fletidos a 90 graus a frente do corpo.

2.Realiza a extensão do quadril e joelho contra a resistência do pedal.

3.Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não realizar retroversão ou anteversão da pelve durante o
movimento.

Karla Vergaças Seleme 209


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

- Manter alongamento axial.

- Não realizar a flexão lateral da coluna associada ao movimento do pedal,


procure manter estabilidade.

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, pode-se posicionar uma caixa para pacientes com encurtamento
muscular em cadeia posterior sentarem sobre.

- Associar movimentos com os membros superiores utilizando acessórios


como faixa elástica e Tonning ball.

COMENTÁRIOS
Alguns pacientes se beneficiam de exercícios que trabalham grandes
amplitudes de movimento, como no caso do paciente com doença de Parkinson.
Todos os exercícios em que o paciente necessita manter a manutenção da postura
da coluna, sem auxílios externos, são exercícios que visam o recrutamento dos
músculos eretores da coluna e musculatura abdominal estabilizadora, necessários
nas atividades funcionais, como nas trocas posturais.

Karla Vergaças Seleme 210


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

7. SWAN WITH ARM FLEXION

OBJETIVOS
Fortalecer extensores da coluna e dos ombros. Mobilizar coluna em extensão.

INSTRUÇÕES
1. Em decúbito ventral no solo de frente aos pedais da cadeia apoie as mãos no
pedal. Mantenha os membros superiores no prolongamento do corpo com cotovelos
estendidos.

2. Realize a extensão dos ombros contra a resistência dos pedais e, ao mesmo tempo
estenda a coluna a coluna.

3. Retorne à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Evitar extensão excessiva da coluna cervical.

- Manter o alinhamento corporal, principalmente entre as cinturas escapular e pélvica

- Evitar tensionar músculos da cintura escapular.

Karla Vergaças Seleme 211


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES
- Colocar molas mais resistentes facilitam a extensão da coluna, mas dificultam
a extensão do ombro.

- Colocar molas menos resistentes dificultam a extensão da coluna, mas


facilitam a extensão do ombro.

- Colocar acessórios entre os membros inferior para estimular os adutores do


quadril.

Karla Vergaças Seleme 212


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

8. TRICEPS

OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do cotovelo, quadril e joelhos.

INSTRUÇÕES
1. De costas para o pedal da Chair, flexione quadril e joelhos e permaneça em flexão
plantar. Segure o pedal do aparelho com as mãos, tendo os ombros em hiperextensão
e em rotação interna.

2. Realizar a extensão do cotovelo.

3. Retornar à posição inicial.

DICAS E CUIDADOS
- Manter a flexão do joelho durante o movimento.

- Manter o alinhamento corporal, alongamento axial.

Karla Vergaças Seleme 213


PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS

MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, pode-se sentar o aluno sobre uma caixa, com joelhos e quadril
flexionados à 900 e pés apioados no solo.

- Fechar os olhos durante a realização do movimento.

COMENTÁRIOS
Trabalhamos o equilíbrio graduando a tensão que a mola exerce durante
o exercício. Se deixarmos o exercício ser realizado com molas menos resistentes,
ficará muito mais intenso o estímulo para os membros inferiores e estabilizadores
da coluna.

Se optarmos por molas mais resistentes, será proporcionada maior estabilidade,


menor recrutamento da musculatura de mebros inferiores, entretanto será maior
a demando para os extensores do cotovelo. Escolha a resistência das molas de
acordo com o objetivo traçado para seu paciente.

Karla Vergaças Seleme 214

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