2012 - Oliveira - Velhice e Ativ Fisica Aquatica
2012 - Oliveira - Velhice e Ativ Fisica Aquatica
2012 - Oliveira - Velhice e Ativ Fisica Aquatica
São Paulo
2012
Aide Angelica de Oliveira
São Paulo
2012
BANCA EXAMINADORA
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_____________________________
_____________________________
Dedico este trabalho ao meu pai, Reinaldo Carlos de Oliveira,
que sempre me apresentou grandes desafios na minha vida
profissional, mostrando que para ser uma grande profissional é
preciso, acima de tudo, amar e respeitar o ser humano.
À minha orientadora, Vera Lúcia, por sua sensibilidade,
dedicação, confiança e paciência durante o desenvolvimento
deste trabalho.
A todos os meus alunos do Centro Esportivo Municipal de
Caieiras, que lutaram e brigaram para manter minha
permanência durante a gestão de 2009/2012 e, acima de tudo,
pela confiança e respeito pelo meu trabalho.
Muito obrigada a todos! Sem vocês este trabalho nunca teria
existido!
Obrigada por acreditarem em mim.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora Prof.ª Dr.ª Vera Lúcia Valsecchi de Almeida que, desde as
primeiras conversas, contribuiu para a troca de experiências e lembranças de nossas vidas
onde a água estava presente, unificando nossa relação e transformando-a em um laço de
amizade eterna. Dedicada, criteriosa, responsável e de uma postura profissional louvável. Sua
liberdade em deixar caminhar a construção do pensamento será levada como um grande
ensinamento para toda minha vida.
Ao Prof. Dr. Clodoaldo Gonçalves Leme, amigo que sempre, em nossas conversas, me
ensinou, orientou e, acima de tudo, pelas valiosas sugestões dadas a este trabalho.
A Prof.ª Ms. Milena de Oliveira Rossetti, por suas sugestões e pela contribuição na
assessoria estatística.
A todos os idosos que buscam, na atividade física aquática, o alívio para suas dores
físicas, emocionais e um significado para sua longevidade, acreditando que é possível
conviver de forma harmoniosa com doenças crônicas e saber que são sujeitos de uma
sociedade ainda preconceituosa.
À minha amiga Natalie Batista Marques, por sua contribuição nas tabulações, na
coleta de dados, pela disponibilidade em querer me ajudar e pela paciência e compreensão em
me aguentar nos momentos de tensão e estresse. Muito obrigada!
Às minhas amigas Clélia, que vem acompanhando toda minha superação, pelas muitas
noites em claro, e Andrea, pela tradução do resumo e pela paciência e compreensão durante
este trabalho.
Aos funcionários, Gerci, Valter, Osvaldo e Marlos, que sempre e com muito esforço e
dedicação, fizeram o impossível para que a piscina estivesse sempre em ordem.
T h e p r a c t i c e o f a q u a t i c p h ys i c a l a c t i v i t y f o r t h e e l d e r l y i s a n
important and strategic topic for both people, as in social terms.
A m o n g t h e aquatic physical activities, w a t e r a e r o b i c s h a s b e e n r e c e i v i n g
an increasing number of fans contributing, and when offered in a
proper manner, to the improvement of the quality of life and for
t h e r e s c u e o f t h e a u t o n o m y o f t h e e l d e r l y. I n w a t e r a e r o b i c s i s t h e
theme of this essay. T his is a descriptiv e and exploratory study
that aimed to inv estigate the relationship between aging, aquatic
p h y s i c a l a c t i v i t y ( g y m ) a n d t h e q u a l i t y o f l i f e a m o n g t h e e l d e r l y.
The research was developed in the Municipal sports Center
located in Caieiras – SP. The study population was made up of
100 subject, with equal or greater age of 60 years and
practitioners of water aerobics for at least one year. For
quantitative data collection was used a questionnaire cov ering
personal and socioeconomic data; T hese data were collected
through semi -structured interv iews which had the objective of
deepening aspects related to the regular practice of this kind of
physical activity, the choice of the place and the perception of the
subject about “quality of life”. Quanti tative data were organized
and worked by means of Statistical Package for Social Sciences
(SPSS) for W indows. As for the interviews, Bardin (2009) prov ided
the framework for the analysis of the content (AC) of the lines of
the subjects. Among the subjects, the predominant age was 60 to
69 years. On the other hand, the prevalence of women was
significant (86%). These data were added to the collection of
information about education, income, occupation, retirement,
family status, marital status, religion, leis ure and health
conditions. The analysis of the data rev ealed not only the benefits
of physical activity for the elderly population, as the importance of
a multidisciplinary work.
K e yw o r d s : W a t e r A e r o b i c s , E l d e r l y. Q u a l i t y o f l i f e . A c t i v i t y o f
daily living.
LISTAS DE SIGLAS
AF - Atividade Física
M - Metros
Min - Minutos
QV - Qualidade de Vida
S - Segundos
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3
OBJETIVOS................................................................................................... 5
CAPÍTULO I
1.CONSIDERAÇÕES SOBRE A HIDROGINÁSTICA .................................... 7
1.1 Incursões históricas .............................................................................. 7
1.2 Hidroginástica no Brasil .................................................................. ....12
1.3 Conceitos,abordagens e métodos....................................................... 15
1.3.1 Conceito de hidroginástica ........................................................... 15
1.3.2 Hidroginástica,hidroterapia e exercícios aquáticos ....................... 17
1.3.3 Métodos de hidroginástica ............................................................ 19
1.3.4 Aquatic Exercise Association(AEA) .............................................. 20
1.3.5 Aquatic Fitness System ................................................................ 23
1.3.6 Variantes da hidroginástica .......................................................... 24
CAPÍTULO II
ENVELHECIMENTO E VELHICE
1.CONCEITOS ............................................................................................ 32
2.ENVELHECIMENTO: PROCESSO NATURAL ......................................... 37
2.1 Envelhecimento biológico ................................................................... 40
2.2 Envelhecimento psicológico ................................................................ 42
2.3 Envelhecimento Ativo ......................................................................... 44
2.4 Envelhecimento bem-sucedido ........................................................... 47
2.5 A transição demográfica ..................................................................... 49
2.6. Envelhecimento e atividade física ...................................................... 52
CAPÍTULO III
QUALIDADE DE VIDA ................................................................................. 57
1.CONCEITOS ............................................................................................ 59
1.1 Aspectos subjetivos da qualidade de vida. .......................................... 63
1.2. Qualidade de vida no envelhecimento ............................................... 65
1.3 Qualidade de vida e atividade física .................................................... 70
1
CAPÍTULO IV
ABORDAGEM METODOLÓGICA
1.LOCAL ...................................................................................................... 74
2. SUJEITOS ............................................................................................... 74
3. ESTUDO “PILOTO” ................................................................................. 81
4. COLETAS DE DADOS............................................................................. 81
4.1 Operacionalização de coleta de dados ............................................... 81
4.2 Instrumentos de coletas de dados ...................................................... 82
4.3 Variáveis consideradas ....................................................................... 83
4.4 Tratamento dos dados ........................................................................ 83
CAPÍTULO V
RESULTADOS ............................................................................................ 85
CAPÍTULO VI
DISCUSSÃO................................................................................................ 94
CONCLUSÃO ............................................................................................ 104
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 107
APÊNDICES .............................................................................................. 119
ANEXOS .................................................................................................... 125
2
INTRODUÇÃO
A atividade física diária foi a prática adotada pela minha família para
promoção de saúde, educação e formação como cidadão atuante no
convívio social. Durante a infância, dentre as inúmeras experiências com
modalidades esportivas, o basquetebol foi à modalidade que me forneceu a
oportunidade de tornar-se uma atleta profissional. Nesta modalidade, de alto
rendimento, atuei por 23 anos.
3
pode proporcionar na execução das Atividades da Diária (AVD); melhorias
importantes nos componentes primários (resistência aeróbia e muscular
localizada, flexibilidade, força e composição corporal) e secundários
(equilíbrio, agilidade, reflexo, coordenação) para a manutenção da
autonomia no processo de envelhecimento (CALDAS, CEZAR, 2001; MAC
ARDELE, 2003; SOVA, 1998).
1
No Brasil o método da AEA é o mais utilizado.
4
Assim o objetivo deste trabalho foi identificar o perfil do público que
participa da atividade física aquática, as razões que levaram à escolha desta
modalidade/local e as concepções presentes, entre os praticantes, de
Qualidade de Vida. Outro “motor” da investigação, estreitamente ligado aos
mencionados, foi identificar alterações nos aspectos, físicos, biológicos,
relacionais, psicológicos e sociais.
Geral
Específicos
5
Mapear as razões que levam os idosos à procura desta
modalidade específica de atividade física aquática;
Verificar as alterações físicas, biológicas, relacionais
(sociais), psicológicas e existenciais na vida dos sujeitos que
praticam hidroginástica, no Município de Caieiras.
6
CAPÍTULO I
REVISÃO DA LITERATURA
7
Os lacedemônios criaram em 334 a.C. o primeiro sistema público de
banhos que se tornou parte integrante das atividades sociais (FINNERY,
1960; APUD CUNHA, 1998).
8
Essa atitude pública persistiu até o século XV, quando ressurgiu o
interesse pelo uso da água como um meio curativo (BARUCH, 1920; APUD
CUNHA, 1998).
Por volta de 330 d.C., a primeira proposta dos banhos romanos foi à
cura e tratamento de doenças reumáticas, paralisias e lesões (BARUCH,
1920; APUD CUNHA, 1998).
2
Spa: é um local que é construído numa nascente natural e circundado por beleza natural.O mais
antigos dos EUA foi Berkely Springs,West Virginia, conhecido em 1761 como Warm Springs.
9
Os SPAS realmente adotaram essa atividade, e os hóspedes praticam
diariamente as caminhadas aquáticas. A América só despertou seu
interesse pelas atividades terapêuticas pela água no início deste século. O
primeiro centro desta natureza foi aberto em Boston, nos EUA, em 1903.
Ainda nos EUA, surgem mais tarde os programas para grupos de terceira
idade da ACM3 (GONÇALVES, 1996).
Ruoti (2000), afirma ainda, que foram eles que utilizaram pela primeira
vez o conceito “hidroginástica” na qual implicava no uso de exercícios dentro
da água e pode ser entendido como o mais próximo precursor do conceito
atual da reabilitação aquática.
3
ACM: Associação Cristã de Moços ou Associação Cristã da Mocidade (ambas usando a sigla ACM)
são os nomes, respectivamente, da ramificação brasileira e da ramificação portuguesa da Young
Men’s Christian Association (YMCA).Atualmente a ACM adota uma abordagem multidisciplinar,
visando o desenvolvimento espiritual, intelectual e físico.
10
Hubbard 4 na década de 1920 (KAMENETZ, 1963; APUD RUOTI, 2000;
SANTOS, 2006).
Em 1984, Terri Lee lança nos EUA o livro, Aquacises - Terri Lee's
Water Workout Book, tornando-se uma manual para a hidroginástica,
contendo 210 páginas de exercícios e seqüência para praticantes. Segundo
Mercês Nogueira Paulo, outros livros já haviam sido publicados desde 1958
(CDOF, 2009).
4
O médico Walter Blount descreveu o uso de um tanque de água maior do que o de um banho de
turbilhão, que incluía um turbilhão ativado por motor, sendo conhecido como tanque de Hubbard,
Seu uso inicial foi para execução de exercícios na água para pacientes e posteriormente ajudou no
desenvolvimento dos programas de exercícios na piscina.
11
Yázigi que tiveram como mestras, ainda no Brasil, as professoras Mercês
Nogueira e Vera Lúcia Gonçalves, por volta de 1992. Poucos anos depois
entraram para o leque dos dinamizadores da Hidroginástica em Portugal,
profissionais como Vera Reinhardt, Cristina Jorge e Cristina Senra (YÁZIGI,
2000; APUD CDOF, 2009).
12
atividade e passaram a divulgá-la. Entre eles: Profa. Claudia Melem, Profa.
Vera Lúcia Gonçalves, Profa. Ana Beatriz Gelio, Profa. Stella Torreão, Prof.
Hélio furtado e Prof. Nino Aboarrage. O sucesso deste curso (tiveram na
primeira edição 140 alunos) obrigou-as a reprogramar no ano seguinte.
13
nesta prática, com o propósito de qualificar melhor as aulas (ABOARRAGE,
2008).
14
para programas de treinamentos aquáticos com diversos objetivos e vêm
cativando milhares de adeptos desde então (CDOF, 2009).
15
Gonçalves (1996) e Yágizi (2000) referem que a palavra
hidroginástica possui uma origem grega, significando “ginástica/exercícios
na água”. “Segundo Gonçalves (2008) apud Yágizi (2000), esta definição
deve ser delimitada através do acréscimo da palavra vertical” (exercícios
verticais na água), evitando assim a inclusão da natação. Autores como
Grimes e Krasevec (s/d) definem-na como uma atividade física, que alia o
trabalho aeróbico e a musculação com a massagem. Soares e Monteiro
(2000) conceituam a hidroginástica como uma modalidade de exercitação
“[...] caracterizada pela utilização de exercícios cíclicos e acíclicos,
envolvendo membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII) no meio líquido”
(Aborrage, 2008; p.XX) e inclui tanto exercitações originais quanto
adaptadas; estas últimas, oriundas, basicamente, do repertório utilizado na
ginástica praticada em meio terrestre.
16
2006). Com o tempo este nome caiu no domínio comum e atualmente serve
para caracterizar os vários tipos de modalidade de atividades aquáticas. No
início alguns profissionais tentaram imprimir outros nomes como Ginástica
Aquática.
17
aproveitando as profundidades do meio para criar resistência ao movimento.
Kosonen et al. (2006), referem também que as metas da hidroginástica
poderão ser atendidas como próximas das restantes “ginásticas”, isto é, a
recreação, socialização e a melhoria e manutenção das capacidades físicas
e mentais.
18
atividades. Assim enquanto a hidroginástica envolve um conjunto de
objetivos mais abrangentes, com a melhoria da aptidão física, devendo esta
ser orientada por um professor de Educação Física, a hidroterapia possui
objetivos terapêuticos e, sobretudo individualizado, devendo o programa ser
aplicada por um fisioterapeuta/cinesiologista (GONÇALVES, 2008).
19
estruturação de uma aula, sendo que a partir desta base, as aulas poderão
ser apresentadas sob diversas formas, denominadas variantes, como se
referem (BARBOSA E QUEIRÓS, 2005).
20
O método considera dois ritmos essenciais do movimento; o tempo de
água e o meio tempo de água, cuja alternância e combinação permitirá a
realização de movimentos amplos e completos garantindo, assim, a
manutenção de uma intensidade adequada ao longo da parte aeróbia da
aula. Para a AEA (2001), uma “instrução com segurança” implica que o
professor deverá evitar a tentação de, ao conduzir a aula fora da piscina,
utilize movimentos em ritmo de terra esperando que os alunos realizem os
ajustes necessários. Neste ponto, este método sublinha ainda a importância
do professor utilizar palavras de ordem e focalizar a direção do movimento
pretendido, de forma a alternar a incidência dos grupos musculares e instruir
os alunos sobre o tipo de trabalho pretendido.
21
exagerada (acima de 90º) poderá originar uma lesão – e por fim exercício
que comprometem a integridade da coluna, como os movimentos circulares
do pescoço. Por outras palavras, existem movimentos cujos benefícios são
tão específicos, que devem ser considerados de alto risco, se incluídas
numa aula para alunos comuns. Da mesma forma, um movimento novo
deverá ser sempre analisado sobre o seu nível de segurança, antes de ser
introduzido numa aula.
22
este princípio ganha ainda mais relevância. Nesta medida, o processo de
individualização do trabalho sequer um conhecimento aprofundado do
histórico médico do aluno, exigindo do profissional um conhecimento mais
aprofundado para este público.
Para tal, a escolha do ritmo musical deverá situar-se entre 110 e 160
bpm. Em termos da velocidade de execução dos movimentos, a SPEEDO
(2001), considera que deverá existir uma sincronização entre a velocidade
da demonstração do exercício na terra e o exercício executado pelos alunos
dentro da água, defendendo que o professor deverá optar preferencialmente
por uma demonstração do exercício em tempo de água. No que se respeita
aos exercícios utilizados na aula esta metodologia, propõe que sua seleção
deverá responder aos objetivos pretendidos, considerando as propriedades
físicas da água e a segurança dos praticantes. Relativamente a este ponto, é
ainda mencionado que a variação da intensidade e impacto do exercício
poderá ser realizada através da modificação de seis movimentos básicos,
em substituição de uma coreografia complexa, propondo uma fórmula cujas
siglas estão relacionadas com as variáveis combináveis para a criação de
um novo movimento. Assim na fórmula S.W.E.A.T., o “S” – speed e surface
– significa velocidade e área de superfície, o “W” – working position – refere-
se às três posições corporais básicas (deslize, salto e suspensão), o “E” –
23
enlarge – indica a passagem de movimentos restritos para maiores
amplitudes, o “A” – around – significa o trabalho em diferentes planos e por
fim o “T” – travelling – indica o deslocamento nos exercícios.
24
al.,s/d), como um conjunto de técnicas que visam o alongamento muscular e
uma melhoria da mobilidade articular.
25
watsu, water dance, aichi, water tai-chi, water yoga. A water dance, descrito
por Georgea Kouplos (citado por Yázigi, 2000) contrariamente ao que a
designação parece significar, refere-se não à aplicação de movimentos de
dança dentro da água, mas uma técnica de movimento dinâmico de
aplicação individual, alternando-se entre posições de superfície e imersão. A
variante de deep water é descrita por Ivens (citado por Yázigi, 2000), como a
execução de exercícios verticais suspensos com o auxílio de equipamentos
de flutuação. As variantes de jogging/ water walking,deep water running,
referem-se à realização de movimentos de marcha ou corrida, em apoio ou
suspensão, respectivamente.
26
é descrito como alternância de técnicas de diferentes modalidades, com o
intuito de variar os sistemas energéticos solicitados (Yázigi,2000) e não
apresenta semelhanças com a variante já referidas.
27
(2000). O ai-chi corresponde a um grupo de exercícios simples de
relaxamento aquático que combina a respiração profunda com movimentos
amplos de MMSS e MMII. O tai-chi aquático, realizado através de
movimentos lentos envolve equilíbrio, coordenação, agilidade, flexibilidade e
coordenação mental. As duas últimas variantes mencionadas pela AEA
(2001), apresentam aspectos comuns como o ai-chi e water tai-chi referidas
por Yázigi (2000). Relativamente à variante de gestantes a AEA (2001),
refere que as etapas de aquecimento e de relaxamento devem ser mais
longas e as mudanças de intensidade realizadas de forma mais gradual.
Além disto, a coreografia deve ser simples permitindo manter o equilíbrio e a
postura. Por último, na variante para indivíduos portadores de artrite, o
objetivo é recuperar e manter a amplitude dos movimentos e a capacidade
funcional do corpo. Para esta variante a AEA (2001), sugere um
aquecimento mais prolongado, uma limitação do número de repetições para
cada grupo muscular e a imersão da articulação lesionada durante o
movimento.
28
al. s/d/), jogging/water walking, deep water running Yázigi (2000) e
caminhada em passos largos AEA (2001) são utilizados caminhadas ou
corridas, em piscinas rasas ou profundas, estando o praticante sujeito a uma
carga suscetível de produzir benefícios, principalmente a nível
cardiorrespiratório. A variante de step aquático, descrita pelos autores
Barbosa e Queirós (2005) como a execução de movimentos de subida e
descida dos MMII relativamente a uma plataforma localizada no fundo da
piscina, converge, no seu significado, com as variantes de aerobic com step,
hidro-step e step aquático, apresentados por Sanchéz et al. (s/d),Yázigi
(2000) e AEA (2001), respectivamente. Na aula de localizada pretende-se
trabalhar especificamente um determinado grupo muscular, sendo que o
trabalho deverá basear-se essencialmente no desenvolvimento de
capacidades motoras como força, resistência e flexibilidade. Nestas aulas é
recorrente a utilização de diversos materiais auxiliares (espaguetes,
caneleiras, halteres, etc.). A variante anteriormente descrita apresenta
aspectos comuns com o aquabuilding de Sánchez et al. (s/d) e o
condicionamento muscular referido pela AEA (2001).
29
sustentado pelo professor ou por um colega que realiza movimentos lentos e
fluidos. No aquasport ou hidrosport de Yázigi (2000), o objetivo é o treino de
habilidades motoras específicas de determinadas modalidades no meio
aquático, sobretudo como forma de recuperação ativa das cargas de treino.
O aquacombat consiste na realização de um trabalho aeróbio através da
utilização de várias técnicas das diversas artes marciais (boxe, karatê,
kickboxing, etc). Esta variante aproxima-se do water kickboxing e o
kickboxing aquático descrito por Yázigi (2000) e pela AEA (2001),
respectivamente. A água-bike, realizada com o cicloergômetro aquático,
consiste em pedalar a diferentes ritmos com posições corporais variados.
Quanto a variante de hidro-kids, tal como o nome indica, a sua população
alvo são as crianças e jovens. Nestas aulas existe um maior predomínio do
trabalho intervalado e tal como todas as aulas deve existir uma grande
preocupação com a seleção musical e coreografia. Na variante de gestantes
o tipo de trabalho proposto é similar ao anteriormente descrito pela AEA
(2001). A variante de idosos privilegia, para além dos componentes
principais da aptidão física (resistência, força, flexibilidade e composição
corporal) as componentes secundárias (equilíbrio, coordenação, velocidade,
potência, agilidade e tempo de reação). O treino pliométrico, baseia-se num
trabalho de potência muscular, velocidade e impulsão através da realização
de saltos e multi-salto no meio aquático. Por fim, a variante aqua-gym,
também descrita por Sánchez et al. (s/d), consiste num trabalho de condição
física (semelhante a “ginástica de manutenção”) no meio aquático.
5
Segundo Badillo e Gorostyaga (2001), e Aborrage (2003), afirmam que força se trata da capacidade
do músculo de produzir tensão ao contrair-se no deslizamento dos filamentos de actina sobre os de
miosina nas estruturas denominadas miofrilas.
6
Força de resistência e a capacidade do sistema neuromuscular de sustentar níveis de força
moderadas por longo intervalo de tempo (Aborrage, 2003)
30
et al. (s/d) com o aquabuilding e pela AEA (2001), no condicionamento
muscular.
31
CAPÍTULO II
ENVELHECIMENTO E VELHICE
(Bing-Biehl,1991,p.261-262)
1. Conceitos
32
De acordo com a perspectiva da autora, o envelhecimento é um
processo multidimensional e multidirecional, já que existe uma variabilidade
na taxa e na direção das mudanças (ganhos e perdas) em diferentes
características em cada individuo e entre os indivíduos (MATSUDO, 2001).
33
modificações fisiomórficas e psicológicas ininterruptas à ação do tempo
sobre as pessoas” (ARAÚJO, 2001; p.7).
34
Beauvoir (1990) entende a velhice como uma totalidade
biossociocultural. Trata-se de um fenômeno biológico, resultado do
prolongamento de um processo que é influenciado diretamente por
interpretações culturais.
7
Senescência ou envelhecimento fisiológico é o conjunto de alterações decorrentes do processo
natural de envelhecimento, o que implica a redução progressiva da reserva funcional sem
determinar comprometimento das necessidades basais, mesmo em idades muito avançadas (Jacob,
2006, p.3).
35
Porém, se ele vier acompanhado de desorganização mental e/ou patologias,
ele é conhecido como senilidade 8 (secundário ou terminal).
8
Senilidade ou envelhecimento patológico é o conjunto de alterações decorrentes de doenças e
hábitos de vida que acompanham o individuo durante o seu processo de envelhecimento. Estes
agravos, somados a redução fisiológica da reserva funcional, atribuída à senescência, poderão levar à
insuficiência de órgãos, aparelhos, à incapacidade funcional, e por fim, à morte. (Jacob, 2006, p.3).
36
2. Envelhecimento: processo natural
Este processo não deve ser entendido como binomial – ser jovem ou
velho – como se preconiza ocorrer com as síndromes e doenças
diagnosticadas a partir de critérios cada vez mais bem definidos. O
envelhecimento, ao contrário, por ser o mais longo dos períodos de
desenvolvimento do ser humano, ocupando até 2/3 da vida de um
nonagenário, deve ser entendido como a progressiva sucessão de
37
alterações que conferem aos envolvidos uma condição funcional compatível
com a sua temporalidade.
9
Capacidade adaptativa que permite a manutenção do equilíbrio interno e da sua relação com o
meio que o cerca, em cada uma das possíveis demandas funcionais (Jacob, 2006,p.13)
38
Evidentemente esta evolução natural sofre constante influência das
condições em que o desenvolvimento ocorre, desde a fase inicial até a atual,
o que inclui os determinantes genéticos, condições intrauterinas, nutrição,
ambiente, atividades físicas, possibilidades culturais, rede de suporte social,
enfim, tudo o que causar impacto no transcorrer da vida.
39
Estes aspectos são merecedores de maior atenção quando avaliamos
a autonomia e a independência do idoso, características muito mais
importantes para definir riscos e benefícios do que os parâmetros clássicos
usados de maneira isolada.
40
Para Neri (2008), o envelhecimento biológico compreende os
processos de transformação do organismo que ocorrem após a maturação
sexual e que implicam a diminuição gradual da probabilidade de
sobrevivência. Esses processos são de natureza interacional, iniciam-se em
diferentes épocas e ritmos e acarretam resultados distintos para as diversas
partes e funções do organismo. Há um limite para a longevidade, o qual é
estabelecido por um programa genético que permitiria ao organismo suportar
uma determinada quantidade de mutações. Esgotado esse limite, o
organismo perece. De fato, os sistemas orgânicos não conseguem
desempenhar bem suas funções diante de variações do meio interno, à
medida que os anos avançam. A aptidão de manter constantes as condições
dos compartimentos líquidos do organismo seria, portanto, determinante da
capacidade de sobrevivência. Sob este ponto de vista, a senescência pode
ser entendida como uma perda progressiva do poder de homeostase
(BELLAMY, 1991; APUD FARINATTI, 2008).
41
da espécie humana. Na atualidade, estima-se que o limite da longevidade
humana é algo em torno de 120 anos. O alcance gradual do limite de
duração máxima da vida e o aumento da expectativa de vida ocorridos ao
longo dos últimos séculos foram consequências do progresso social e dos
avanços da ciência. Pouco deverá mudar em futuro próximo, a não ser que
ocorra uma evolução inesperada e notável na biologia do envelhecimento
(NERI, 2008).
42
desenvolvimento, os quais, no entanto, tendem a declinar nos anos mais
tardios, quando as pessoas tornam-se mais vulneráveis e menos adaptáveis
às alterações ambientais.
43
em que medida as possíveis alterações são produtos de uma ou outra
causa, e como e quanto afetam no envelhecimento.
3. Envelhecimento Ativo
44
Essa política visa a estender a expectativa de vida com saúde e a
qualidade de vida para todas as pessoas no processo de envelhecimento de
cada uma delas (DIOGO,2009).
45
saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto aquelas que
melhoram as condições físicas de saúde. Manter a autonomia e
independência durante o processo de envelhecimento é uma meta
fundamental para indivíduos e governantes. Além disto, o envelhecimento
ocorre dentro de um contexto que envolve outras pessoas – amigos, colegas
de trabalho, vizinhos e membros da família. Esta é a razão pela qual
interdependência e solidariedade entre gerações (uma via de mão-dupla,
com indivíduos jovens e velhos, onde se dá e se recebe) são princípios
relevantes para o envelhecimento ativo. A criança de ontem é o adulto de
hoje e o avô ou avó de amanhã. A qualidade de vida que as pessoas terão
quando avós dependem não só dos riscos e oportunidades que
experimentarem durante a vida, mas também da maneira como as gerações
posteriores irão oferecer ajuda e apoio mútuos, quando necessário (WHO,
2005).
46
2.4 Envelhecimento bem-sucedido
10
Estudo realizado com 13 medidas de atividade/mobilidade e 5 medidas para desempenho físico.
Foram avaliados 356 sujeitos de 65 a 95 anos de 1984 a 1990 e concluíram que as variáveis que
determinaram o sucesso foram a ausência de depressão, os contatos pessoais e caminhadas
frequentes como forma de exercício (Matsudo,2001,p.22)
47
incluem as atividades vigorosas e moderadas de lazer e o suporte emocional
da família e dos amigos (MATSUDO, 2001).
48
ainda adicionar americano, sulista, cristão, marido ou
avô. (Carter; 2002, p.75)
49
mais de 700 milhões estarão vivendo em países em
desenvolvimento(CEA,2007).
50
Para Ferreira (2012), a existência de uma população que envelhece
rapidamente traz a tona, para a sociedade, a questão da longevidade e
também reflexões sobre a qualidade de vida da população, constituindo
esta, um dos indicadores de desenvolvimento humano (IDH). Dessa forma, a
longevidade é, sem dúvida, não somente conquista coletiva, mas também
preocupação social, uma vez que exige novo posicionamento diante dela,
com incontestável necessidade de disponibilização de recursos e de acesso
a bens e serviços que promovam a dignidade e a melhoria das condições de
vida da sociedade, incluindo esse segmento (SILVEIRA, 2005).
51
financeira, tanto por parte da família quanto das instituições, dos transportes
urbanos e de outros espaços a que estejam expostos. Em sua maioria, os
idosos têm medo de denunciar a violência para não sofrer represálias de
seus agressores, fato que talvez não ocorresse caso a sociedade estivesse
mais bem preparada para aceitar o envelhecimento (CIPRIANO, 2005).
52
planejada, estruturada e repetitiva, com a intenção de melhorar ou manter
um ou mais elementos da aptidão física, ou seja, características próprias
e/ou adquiridas por um individuo e relacionadas com a capacidade de
realizar atividades físicas. A atividade física (AF) engloba os movimentos
realizados no trabalho, nas atividades domésticas e no tempo livre
(CASPERSEN ET. AL ,1985)
Segundo Sallis & Owen (1999), a atividade física (AF) pode ter
diferentes intensidades como: leve, moderada e vigorosa.
53
mais velhos são menos ativos que os adultos mais jovens, e que as
mulheres mais velhas são menos ativas que os homens mais velhos
(USDHHS, 1996; YUSUF ET. AL.,1996;KAMINOTO ET. AL.,1999).
54
envolvimento dos indivíduos em programas de atividade física e exercício na
prevenção e minimização dos efeitos deletérios do envelhecimento, os
cientistas enfatizam cada vez mais a necessidade de que a atividade física
seja parte fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde.
Assim não se pode pensar, hoje em dia, em garantir um envelhecimento
bem-sucedido sem que, além das medidas gerais de saúde, inclua-se a
atividade física.
11
Programa Agita São Paulo tem como objetivo aumentar o nível de conhecimento da população
sobre os benefícios da atividade física da população do Estado de São Paulo (Governo do Estado
de1998), Um dos focos principais do programa é a população da terceira idade e a proposta de
prescrição de atividade para essa população é realizar atividades físicas de intensidade moderada, por
pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da semana, se possível todos, de forma
contínua ou acumulada. O mais importante deste novo conceito é que qualquer atividade da vida
cotidiana é valida e que as atividades podem ser realizadas de forma contínua ou intervaladas, ou seja,
o importante é acumular durante o dia pelo menos 30 minutos de atividade (Murphy e Hardman, 1998
apud Matsudo, 2001, p.81).
55
Atualmente existe uma preocupação com o envelhecimento ativo,
como a luta contra o sedentarismo. Observa-se um crescente número de
programas de atividade física para a terceira idade nos diferentes segmentos
da comunidade brasileira, como, por exemplo, os Grupos de Convivência de
Idosos, serviço Social do Comércio – SESC -, as universidades, os centros
comunitários, clubes, academias e outros lugares. Também nos estados e
cidades brasileiras observa-se um número cada vez maior de pessoas
idosas nas praças, ruas, parques, praias, academias e ginástica, clubes,
piscinas fazendo alguma atividade física.
56
CAPÍTULO III
QUALIDADE DE VIDA
57
vida”, levando à degradação da humanidade. Assim, o conceito de
crescimento econômico foi ampliado para o desenvolvimento social (saúde,
educação, moradia e transporte, entre outros aspectos). Os indicadores
também passaram a abranger a escolaridade, a esperança de vida e o nível
de poluição, entre outros.
58
definições de “qualidade” podem ter uma visão quantitativa e qualitativa da
mesma.
1. Conceitos
59
grande foco de atenção para negócios, desde vendas e comércio das mais
variadas formas e tipos de produtos, podendo ser encontrada em
propagandas de condomínios residenciais, comidas, remédios e cursos,
entre outros espaços (DIOGO, 2009).
Minayo, Hartz & Buss (2000) reforçam que o termo qualidade de vida
tem servido para designar diversos tipos de acontecimentos como
congressos, seminários, classificações de trabalho etc. Esses autores
apresentam uma declaração feita por Rufino Neto na abertura do 2º
Congresso de Epidemiologia, em 1994, onde se define que:
60
[...] qualidade de vida boa ou excelente (é) aquela que
ofereça um mínimo de condições para que os
indivíduos nela inseridos possam desenvolver o
máximo de suas potencialidades, sejam estas: viver,
sentir ou amar, trabalhar, produzindo bens e serviços,
fazendo ciências ou artes (Minayo, Hartz &Buss, 2000,
p.8).
61
Segundo esses autores, esse conceito se apresenta como um:
62
processo de produção, de circulação e distribuição de bens. É necessário
entender também que esses aspectos subjetivos da qualidade de vida,
podem diferir e variar não apenas de pessoa para pessoa, mas também com
relação à própria pessoa nas diversas etapas da sua vida.
63
1982), e determinam como fator central desta, a sensação subjetiva de bem-
estar. Shin e Johnson (1978) sugerem que a qualidade de vida consiste na
possessão dos recursos necessários à satisfação das necessidades e
desejos individuais, participação em atividades que permitem o
desenvolvimento pessoal, a autor realização e uma comparação
satisfatoriamente si mesmo e os outros.
64
1.3. Qualidade de vida no envelhecimento
Spirduso & Cronin (2001), dizem que uma boa qualidade de vida para
os idosos pode ser interpretada como o fato de eles poderem se sentir
melhor, conseguirem cumprir com suas funções diárias básicas
adequadamente e conseguirem viver de uma forma independente. Citando
Rowe & Kahn (1998), estes autores concordam na proposição da existência
de três aspectos considerados fundamentais para que haja um bom
envelhecimento ou a manutenção de uma elevada qualidade de vida, ou
65
seja, livre de doenças, com engajamento com a vida e competência física e
mental.
66
está diretamente relacionado com o número de AVDs preservadas (Jacob,
2006).
67
outros domínios aparecerem diferentes conceitos relacionados com as
atividades instrumentais de vida diária e as atividades avançadas de vida
diária, se aplicarmos e esse questionário às populações idosas.
Como se percebe, a
68
também a percepção da autoestima, do autoconceito, da ansiedade e
irritabilidade, mostrando assim ser mais uma ponte com os domínios
estudados na qualidade de vida.
69
influenciam tanto na percepção das capacidades funcionais quanto na
qualidade de vida.
(Jarret, 1981)
70
a) previdência social: inclui (a) a cobertura das necessidades materiais
biológicos do corpo, e seus indicadores são econômicos como renda
per capita, dietas alimentares (calorias/dia), e (b) as necessidades de
proteção, de previdência e de saúde, cujos indicadores são sociais;
71
Atualmente, estão sendo atribuídos diversos valores ao esporte e à
atividade física, que afetam todos os grupos sociais: crianças, adolescentes,
adultos e idosos (GÉIS, 2003).
72
órgãos internos e das capacidades físicas, a prática esportiva influencia
também em diversos aspectos como ocupação do tempo livre, criação de
algumas obrigações a serem realizadas ao longo do dia, integração em um
grupo social etc. Essas são as razões que movem e motivam as pessoas
idosas a realizarem atividade física. Além disso, os benefícios que a prática
de atividades traz são imediatos.
73
CAPÍTULO IV
ABORDAGEM METODOLÓGICA
1. O Local
2. Sujeitos
Critérios de Inclusão:
74
Não praticam outra atividade física;
Apresentam encaminhamento de médicos, fisiatras,
fisioterapeutas;
Apresentam dificuldades para realizar atividades da vida
diária (AVDs);
Ter idade igual ou maior de 60 anos.
Critérios de Exclusão:
12
Nesta década todas as atividades esportivas de base e lazer oferecidas no CEM, eram paralisadas
no período de dezembro á março, para que os professores pudessem atender a população em
atividades físicas aquáticas realizadas num total de cinco piscinas semiolímpica descobertas.
Atualmente a hidroginástica é realizada em piscina coberta e aquecida, havendo apenas uma
interrupção no ano, especificamente no mês de julho.
75
Sendo funcionária pública efetiva com especialização em Educação
em Saúde, Basquetebol de Iniciação ao Alto Rendimento e atleta profissional
atuante na mesma modalidade, ao receber o convite para ministrar aulas de
hidroginástica, surgiram duas preocupações iniciais: o conhecimento
específico sobre uma atividade física aquática voltada para qualidade de
vida (QV) e saúde e a metodologia a ser aplicada, pois se sabia que as
aulas de hidroginástica 13 se baseavam na demonstração constante de
exercícios coreografados e de alto impacto, o que não seria possível neste
caso pelas lesões osteomusculares crônicas e por processos inflamatórios
constantes, apresentadas pelo professor. Como o número de inscrições é
muito alto buscou-se saber quem eram essas pessoas e quais os motivos
que as levavam a ingressar nesta atividade física aquática. Foi quando veio
a surpresa: 70% deste público era composto por idosos que, na grande
maioria apresentavam problemas osteomusculares e processos
inflamatórios, sendo estes, encaminhados pela área médica.
13
Apresentaram-se pequenas capacitações de hidrofitness e hidroaeróbica aos professores. Variante
da hidroginástica mais utilizada no Brasil naquela época.
76
Verificamos, no entanto, que a literatura referente a esta área é
relativamente escassa, principalmente quando relacionada a um público
específico, neste caso o idoso. As inovações dos métodos 14 apresentados a
cada ano sempre enfatizam, na sua maioria, os rendimentos físicos que a
hidroginástica proporciona; elas pouco mencionam as adaptações ou
precauções quando aplicados em idosos. A falta de variação e objetividade
nas aulas observadas, por seguirem padrões de aulas de ginástica terrestre
ou enfatizarem de forma exagerada a questão lúdica e social do idoso,
revelou um quadro marcado por um grande paradoxo entre a “hidroginástica”
que estava sendo ministrada no C.E.M. e a hidroginástica proposta por
grandes profissionais da área. Podemos exemplificar inicialmente a questão
do número de alunos por turma que é cinco vezes maior que em qualquer
outro local, pois utiliza toda a extensão de uma piscina semiolímpica (25m),
comportando num total de 100 alunos por turma.
77
1145 repetições de um mesmo movimento. Todos os argumentos
apresentados foram insatisfatórios, uma vez que as alegações não
condiziam com os métodos apresentados.
15
O aluno não poderá ter quatro faltas injustificadas no mês. Caso contrário o mesmo perde a vaga
sendo incluindo em lista de espera. Todas as faltas deverão ter apresentação de atestados, exames,
e ou comparecimento para relatar problemas pessoais.
78
para a função. A equipe de profissionais é composta por uma coordenadora,
duas professoras, três salva-vidas e um estagiário.
16
Terminologia utilizada pela denominar uma sequência de movimentos, na sua maioria retiradas de
gestos de animais como serpente, dragão, macaco, tigre, louva-deus.
17
Para a hidroginástica não há necessidade de saber nadar, mas para este tipo de aula se faz
necessário que o aluno consiga flutuar e/ou nadar, devido ao tipo de material utilizado.
79
um equipamento que promovem a flutuabilidade, o tubo aquático
(espaguete).
3. Estudo “piloto”
80
Com a finalidade de testar o instrumento de coletas de dados e para
agilizar a coleta, uma vez que seria aplicado no ambiente da atividade física
aquática, o mesmo foi aplicado junto a 23 alunos: dois do horário das 07h45,
quatro do horário das 08h45, 13 alunos do horário das 09h45 e quatro do
horário das 10h45. Este teste foi precedido de autorização do órgão
responsável pelo local. Os dados obtidos no estudo piloto não foram
incluídos nos resultados apresentados nesta pesquisa, mas contribuíram
para aperfeiçoamentos no instrumento.
81
No contato inicial esclareceu-se que, caso eles aceitassem colaborar
com o estudo, deveriam comparecer normalmente nas aulas mantendo a
assiduidade e que a coleta de dados seria feita fora do ambiente de aula
antes ou após o seu término. Foram igualmente informados que seriam
sorteados 15 alunos para uma etapa da investigação (entrevista). O local
para a coleta de dados foi um jardim localizado no complexo esportivo.
Muitos alunos que foram excluídos ou que não se enquadravam ao perfil
insistiram em querer colaborar com a pesquisa. Muitos se sentiram felizes
pela oportunidade de falar sobre a atividade física aquática, outros choraram
ao lembrar como chegaram ao local, relatando suas dificuldades de viver o
dia-a-dia. Ainda assim, a grande maioria “abençoou” o local e a professora
pela oportunidade de estarem ali participando daquela atividade.
82
Foram abordadas três questões referentes às melhorias nos aspectos
sociais, psicológicos, físicos, existenciais e biológicos após um ano de
participação da atividade, sua contribuição para a QV e os motivos da
escolha pelo local praticado. Quanto à QV, cabe explicitar que o interesse
central recaiu sobre as concepções presentes entre os sujeitos, escapando,
portanto, de protocolos consagrados.
Todos os alunos compareceram conforme seu agendamento, mesmo
não participando das aulas por motivos pessoais.
Faixa etária;
Sexo;
Estado civil;
Escolaridade;
Ocupação profissional;
Aposentadoria;
Renda mensal;
Empréstimo;
Moradia;
Situação na família;
Local de nascimento;
Local de origem;
Bairro que reside.
83
Os dados resultantes da aplicação do questionário foram digitados e
tabulados primeiramente no programa Microsoft Office Excel 2007.
A seguir, foi realizada a análise dos dados através da utilização do
programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows
versão 10.0.
Este procedimento contou com a assessoria de uma profissional em
estatística.
As variáveis quantitativas para este estudo foram apresentadas de
forma estatística básica descritiva.
No que tange às entrevistas individuais, a análise dos dados pautou-
se pela técnica da Análise do Conteúdo 18 (Bardin; 2009). Escolheu-se este
instrumento não só por ser um instrumento, mas por ser “leque de
apetrechos; ou, com maior rigor, um único instrumento, mas marcado por
uma grande disparidade de formas e adaptável a um campo de aplicação
muito vasto: as comunicações”.
18
É um conjunto de instrumentos metodológicos que se aperfeiçoa constantemente e que
se aplica a discursos diversificados, principalmente na área das ciências sociais, com
objetivos bem definidos e que servem para desvelar o que está oculto no texto, mediante
decodificação da mensagem (Bardin, 2009)
84
5. RESULTADOS
31
60 - 69 70 - 79 80 - 89
Idade
85
Distribuição Percentual dos Sujeitos por
Sexo
100
90
80
70
60
50
40 86 100
30
20
10
0 1
13
S/R
feminino
masculino
Total
Gráfico 2:Sexo
Total 100
viúvo 35
solteiro 9
divorciado 10
casado 46
86
Distribuição dos Sujeitos por Nível de
Escolaridade
1° grau completo 1° grau incompleto
2° grau completo 2° grau incompleto
nível superior completo
6% 14%
28%
41%
11%
Gráfico 4. Escolaridade.
Recebem Aposentadoria
não sim
15%
85%
Gráfico 5. Aposentadoria.
87
Com relação a renda mensal dos participantes, mais de 50% recebem
entre 1 e 2 salários mínimos 19 (1 salário=28% e 2 salários=27%), seguido de
18% com 3 salários e 24% com 4 salários ou mais, sendo que 3%
responderam que não possuem renda mensal. Na ilustração é possível
observar a maior distribuição nos extremos, ou seja, entre os indivíduos com
1 e 2 salários e 4 ou mais salários mínimos.
19
À época da investigação o valor do Salário Mínimo era de R$ 545,00.
88
Condição de Moradia (%)
Mora com a
Família
21%
Outra Condição
de Moradia
79%
Gráfico 9. Moradia
Situação na Família
bisavó 1
avó/avô 4
Mãe/Pai 26
Responsável 69
89
Mais de 80% da amostra informou que reside em imóvel próprio,
seguido de indivíduos que moram com o filho (10%), moram em imóvel
alugado (5%) ou com um familiar (1%) como representado na ilustração a
seguir.
Tipo de Moradia
84
11
5
90
Local de Nascimento
No município
31%
Em outro lugar
69%
91
Local de Nascimento
Ignorado 8
Sergipe 2
São Paulo 70
Rio Grande do Norte 1
Piauí 1
Pernambuco 2
Paraná 2
Paraíba 1
Minas Gerais 5
Ceará 1
Bahia 6
Alagoas 1
92
Bairro em que Reside
47
27
14
12
Trabalhadores não
3% remunerados/não agrícolas
8%
15% Profissionais Assalariados
49%
Trabalhadores Assalariados
25%
Trabalhadores Domésticos
Trabalhadores Autônomos
93
6. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS
94
resultam situações peculiares e que exigirão respostas sociais rápidas e
eficazes.
Para Andolfi,
95
os velhos atuais são mais religiosos do que os jovens, porque se
desenvolveram num contexto em que era normativo ter que
professar uma religião. Não é difícil admitir que a religiosidade dos
idosos se deva mais a um efeito coorte, que os colocou
precocemente frente a preceitos e práticas desta religião, do que
a um efeito de desenvolvimento da personalidade ou da busca de
novos recursos adaptativos na velhice.
b) O segundo fator é histórico: a cidade foi construída em torno de
uma fábrica de celulose (atualmente Companhia Melhoramentos),
sendo considerada “cidade dormitório”; nela, as atividades de
lazer são, até hoje, muitos escassas por estar situada na Região
Metropolitana de São Paulo (Peres, 2008). A religião pode ser
uma fonte de significado, assim como a arte, a filosofia, a ciência,
o senso de crescimento pessoal, a música, o altruísmo e virtudes
como a verdade, a bondade, a justiça, a caridade, as tradições e a
cultura (Neri; 2008).
96
salários mínimos por mês e 27% tem empréstimo consignado em bancos.
Esta mudança – muitas vezes compulsória – é difícil de ser superada e
aceita, podendo desencadear crises, depressão, estresse e situações de
tristeza, de solidão e, em geral, de abandono. A reação à aposentadoria
varia de pessoa para outra, dependendo também de suas condições sociais.
Harighurts (apud Géis, 2003) nos mostra três etapas na adaptação dessas
pessoas à nova situação: na primeira etapa, elas dominam os sentimentos
de frustração e de ansiedade, e poucas são as pessoas que se alegram com
ela; na segunda etapa, a pessoa tenta buscar ansiosamente um novo papel
social; na terceira etapa, tende a ser produzida a estabilização no novo
papel encontrado.
97
aceitação do novo “tempo de vida”. Os dados obtidos ilustram esta situação:
49% dos sujeitos participam de atividades de lazer associativas; a cultura e
religiosidade da cidade exercem uma forte influência na “escolha” destas
atividades e a delimitação exercida há anos para novos espaços de lazer
para os idosos estimulando, muito vezes, uma postura de desinteresse em
praticar outras atividades de lazer que antes não eram tidas como principais
(teatro, cinema, museus etc.).
Isto faz sentido quanto nos deparamos com uma população idosa
que apresenta inúmeros problemas de saúde, na maioria, doenças crônico-
degenerativas ou cardiovasculares que poderiam ser evitadas e/ou
retardadas se a prática regular da atividade física estivesse presente. No
que diz respeito às condições de saúde, 93% dos sujeitos apresentam
problemas; destes, 49,5% apresentam doenças crônico-degenerativas e
28% cardiovasculares.
Pelas falas dos sujeitos percebemos que um dos motivos que levaram
a escolher o local (C.E.M.) foi à recomendação da área médica:
“Foi mandado pelo médico, pois ele falou que era o único
jeito de melhorar a dor [...]”
98
“[...] Minha reumata falou que eu não posso parar porque
senão eu vou sentir muitas dores no corpo.”
99
Diogo et al.(2009) refere que a prática regular de atividade física
beneficia variáveis fisiológicas (aumento da força muscular, do fluxo
sanguíneo, amplitudes dos movimentos, manutenção da densidade óssea,
redução dos fatores que causam quedas etc.), psicológicas (melhora da
estética corporal, autoestima, autoimagem, diminuição da ansiedade e
depressão etc.) e sociais (maior integração, inserção em um grupo social e
socialização); enfim, variáveis associadas com a melhora da saúde e com a
redução da morbidade e mortalidade dos idosos.
Podemos ressaltar este quadro através das falas dos sujeitos quando
questionados sobre as melhorias percebidas através da atividade física
aquática após um ano de sua participação. Percebeu-se que quando há
pausa na atividade física aquática, a intensidade das dores aumenta,
trazendo desconforto físico diário para os idosos.
100
“ Melhorou também a auto estima que a gente fica mais
ativo,eu era muito tímida e agora eu to mais solta”
101
“ Ah!!,tinha gastrite; a gastrite foi embora, gastrite nervosa eu
acho, eu passei no médico esses dias ele disse que não
precisa fazer endoscopia nada, graças a Deus, eu tinha uma
dor ..eu acho que era nervoso viu!!!era não eu tenho certeza,
de 2006 pra cá eu fiquei radiante ,eu fiquei outra Zezé, até
as roupas que eu compro agora é tudo colorida.”
102
limpar.eu mesma faço o serviço da minha casa, que limpar
azulejo em cima do armário, antes não dava eu pagava”
103
CONCLUSÃO
104
atividade física aquática; ainda assim a boa referência do trabalho e
ser oferecido de forma gratuita também contribuíram para a escolha.
105
Verificou-se a necessidade de uma equipe multidisciplinar atuando
nas pesquisas o que tornaria possível uma identificação maior e uma
possível correlação entre dados. Isto não foi possível, pois além dos período
de transtorno políticos e problemas com a manutenção da piscina,não há
neste local o interesse em agregar outros profissionais da área da saúde
para uma mesma atividade.
106
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YÁZIGI, F.A versatilidade da hidroginástica. News Letter do Centro de
Estudos de Fitness, 3-7, 2000.
118
APÊNDICES
119
APÊNDICE 1
Nome (responsável):____________________________________________
Caro participante
Não será cobrado nada e não haverá gastos nem riscos na sua participação
neste estudo, portanto não estão previstos ressarcimentos ou indenizações.
Não haverá benefícios imediatos na sua participação, mas os resultados
contribuirão para a análise dos dados.
Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa, o que garante
seu anonimato.
120
Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à
disposição para mais informações, a respeito do estudo, a qualquer
momento.
Eu confirmo que a Profª Dra. Vera Lúcia Valsecchi de Almeida e a Profª Aide
Angelica de Oliveira, explicaram-me o objetivo desta pesquisa, bem como a
forma de participação. As alternativas para minha participação também
foram discutidas. Eu li e compreendi este termo de consentimento. Portanto,
eu concordo em dar meu consentimento para participar como voluntário
desta pesquisa.
____________________________
_______________________________
____/____/____ ___________________________
121
APÊNDICE 2
QUESTIONÁRIO
DADOS PESSOAIS:
Idade: ____________________________________________________
Profissão: _________________________________________________
Qual o horário?
________________________________________________________________
122
( ) sim ( ) não
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
123
APÊNDICE 3
1-Quais são os motivos que trouxe você a escolher este local para praticar
esta atividade física aquática?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Físicas:_______________________________________________________
Sociais:_______________________________________________________
Psicológicas:___________________________________________________
Existenciais:___________________________________________________
Biológicas:____________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
124
ANEXOS
125
126
127