Lucianasantosdecarvalho
Lucianasantosdecarvalho
Lucianasantosdecarvalho
FACULDADE DE FISIOTERAPIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO E
DESEMPENHO FÍSICO-FUNCIONAL
Juiz de Fora
2020
Luciana Santos de Carvalho
Juiz de Fora
2020
Dedico esse trabalho a minha família por estar
sempre ao meu lado, por sempre me apoiar, aos
pacientes do ambulatório de Fibrose Cística e à
Iolanda que mesmo sem eu saber, Ela já sabia que
um dia eu iria trabalhar com essas Famílias de
Fibra.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pela minha vida, coragem, por ter uma família maravilhosa, pelas
conquistas e derrotas. Obrigada por conseguir “tirar” proveito na pior derrota já vivida nos
últimos 7 anos, sem essa etapa nada teria sido possível.
Bernardo filho amado obrigada por ter me escolhido como mãe e de fazer parte da minha
vida, mesmo sem saber como teria sido, você foi e é fundamental no meu crescimento moral e
espiritual, mamãe te ama eternamente.
Lucas você me ensinou o que é o verdadeiro amor, meu muito obrigada pela paciência
de ter de esperar, de não poder, de ter que ser depois, da minha ausência em te fazer dormir por
várias noites.
Ao meu eterno namorado, amigo, companheiro Alexandre, obrigada por todo seu
incentivo, compreensão e ajuda de sempre.
Aos meus pais Helena e Francisco que nunca mediram esforços para o meu crescimento,
sempre ao meu lado, mesmo sabendo que seria difícil, às vezes penoso, sem vocês essa trajetória
não teria sido possível, muito obrigada.
Aos meus irmãos Elisângela (Nani) e Ronaldo (Nado) muito obrigada pela ajuda de
sempre, vocês são meus pilares.
A minha orientadora, Profa. Dra. Carla Malaguti, obrigada por todo ensinamento,
dedicação e por ter confiado que eu seria capaz. Mesmo a milhares de quilômetros se fez
presente todo tempo. Você é um exemplo de pesquisadora, a pesquisa está na sua alma.
Profa. Dra. Paula Chagas minha coorientadora, sempre me auxiliando, ensinando, me
acalmando quando tudo parecia ser tão difícil, você é iluminada. Muito obrigada!!!!
Profa. Dra. Marta Cristina Duarte médica do Centro de Referência de Fibrose Cística e
minha coorientadora, obrigada por ter acreditado e confiado o ambulatório.
À toda família de fibra, muito obrigada por confiarem em mim, e muitos por terem me
recebido nas suas casas. Sem vocês essa pesquisa não teria sido possível.
Mário meu amigo, muito obrigada por toda ajuda, orientações, conselhos...
Jaqueline de Paula, você foi um anjo que apareceu na minha vida, sempre paciente,
amiga, fez com que essa caminhada se tornasse menos árdua, mais leve!!!
Luciana Angélica, Luciana, Angélica, o que falar de vocês, cada uma com uma
personalidade mais bondosa que a outra, sempre presentes nos momentos de dúvidas, de aflição,
não tinha dia nem hora. Serei eternamente grata!!!
Carolyne de Miranda (Carol), muito obrigada por ter feito parte dessa trajetória,
principalmente desse finalzinho que parecia não ter fim, você foi fundamental. Obrigada por
tudo!!!
Andressa e Elisa obrigada pela disponibilidade de sempre, pelo apoio e carinho de
sempre!!!
Rakell, muito obrigada por todas palavras de incentivo, todo carinho!! Você foi um
presente em nossas vidas!!!
A toda equipe do ambulatório de Fibrose Cística, muito obrigada pela paciência e
disponibilidade de sempre.
Aos meus queridos professores do Programa em Ciências da Reabilitação e
Desempenho Físico-Funcional (PPGCRDF) por todo ensinamento e dedicação.
Aos queridos colegas do PPGCRDF por compartilhar ensinamentos e alegrias.
Waléria muito obrigada pela disponibilidade e carinho de sempre!!!
Aos meus amigos da Unidade de Reabilitação meu muito obrigada!!
A Profa. Dra. Rosa pela paciência, amizade e carinho de sempre.
E a todos aqueles que de alguma forma fizeram presente nessa caminhada, meu muito
obrigada!!
RESUMO
Introdução: A fibrose cística (FC) é uma condição genética crônica com repercussões
pulmonares e sistêmicas que demandam extensivo autocuidado e manejo para evitar a rápida
progressão da doença. Diante das características multissistêmicas e repercussões funcionais
relacionadas, uma avaliação multidimensional como o Pediatric Evaluation of Disability
Inventory Computer Adaptive Test (PEDI-CAT), o qual fornece informações de diferentes
domínios, como os de atividade e de participação da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), é desejável e oportuna para a avaliação de
crianças e de adolescentes com FC, bem como para auxiliar o direcionamento de estratégias de
intervenção e seguimento. Objetivos: Avaliar a relação entre a funcionalidade, a gravidade
clínica e respiratória de crianças e de adolescentes com FC. Materiais e método: Este foi um
estudo observacional, transversal envolvendo crianças e adolescentes de 6 a 21 anos, com
diagnóstico de FC confirmados, acompanhados no ambulatório de FC do Hospital Universitário
da UFJF. Os participantes foram avaliados quanto as características demográficas,
antropométricas, clínicas, espirometria, Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), e escore
de gravidade de Shwachma -Kulczyki. Os pais ou responsáveis por estes participantes
responderam o inventário de funcionalidade PEDI-CAT em um computador laptop por meio
de entrevista do avaliador. Resultados: Os participantes tinham em média 11,62 ± 4,60 anos,
sendo 73% deles meninos. Todos os domínios do PEDI-CAT relacionaram moderadamente
com o volume expiratório forçado no primeiro segundo (r = 0,46 - 0,57, p < 0,05), e o domínio
mobilidade relacionou-se moderadamente com a gravidade clínica (r = 0,48, p = 0,01).
Nenhuma relação foi observada entre os domínios do PEDI-CAT e os desfechos do TC6.
Participantes com maior gravidade respiratória apresentaram maior diferenças no domínio
responsabilidade do PEDI-CAT quando comparados aqueles de gravidade leve. Conclusão: A
funcionalidade e incapacidade estão associadas a gravidade respiratória e clínica de crianças e
adolescentes com FC. O PEDI-CAT é um instrumento de avaliação funcional abrangente para
ser usado nessa população clínica pediátrica e capaz de detectar diferença no domínio
responsabilidade entre crianças e adolescentes com diferentes gravidades respiratória.
Introduction: Cystic fibrosis (CF) is a chronic genetic condition with pulmonary and systemic
repercussions that require extensive self-care and management to prevent rapid disease
progression. In view of the multisystem characteristics and related functional repercussions, a
multidimensional evaluation such as the Pediatric Evaluation of Disability Inventory Computer
Adaptive Test (PEDI-CAT), which provides information from different domains, such as the
activity and participation of the International Classification of Functionality, Disability and
Health (CIF ), is desirable and timely for the assessment of CF children and adolescents, as well
as to help guide intervention and follow-up strategies. Objectives: To evaluate the relationship
between functioning, clinical and respiratory severity of children and adolescents with CF.
Materials and method: This was an observational, cross-sectional study involving children
and adolescents from 6 to 21 years old, with confirmed CF diagnosis, followed up at the CF
outpatient clinic of the UFJF University Hospital. Participants were assessed for demographic,
anthropometric, clinical, spirometry, six-minute walk test (6MWT), and Shwachman-Kulczycki
severity score. The caregivers of these participants answered the PEDI-CAT functioning
inventory based on an interview, on a laptop computer. Results: The participants were, on
average, 11.62 ± 4.60 years old, 73% of whom were boys. All PEDI-CAT domains were
moderately related to forced expiratory volume in the first second (r = 0.46 - 0.57, p < 0.05),
and the mobility domain was moderately related to clinical severity (r = 0. 48, p = 0.01). No
relationship was observed between the PEDI-CAT domains and the 6MWT outcomes.
Participants with respiratory severity mild and moderate-severe showed significant difference
at PEDI-CAT responsibility domain. Conclusion: Functioning and disability are associated
with respiratory and clinical severity in children and adolescents with CF. PEDI-CAT is a
comprehensive functional assessment tool to be used in this pediatric clinical population and
capable of detecting difference at responsibility according to level of respiratory severity.
Quadro 1 - Ponto de corte P/I, P/E, IMC/IDADE, E/I para crianças de 0 a 5 anos 19
cm Centímetros
DP Desvio padrão
E/I Estatura/idade
FC Fibrose Cística
FR Frequência respiratória
g Gramas
ID Identificação
Kg Quilograma
l Litros
m Metros
m2 Metros quadrado
mmol/l Milimol/Litro
n Número
O2 Oxigênio
P/E Peso/estatura
P/I Peso/idade
PA Pressão Arterial
QV Qualidade de vida
SK Escore de Shwachman-kulczycki
TS Teste do suor
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 28
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 44
1 INTRODUÇÃO
A fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva multissistêmica e
crônica, ou seja, pessoas com FC devem herdar duas cópias (alelos) do gene Cystic Fibrosis
Transmenbrane Regulator (CFTR). Esse gene foi identificado em 1989, no braço longo do
cromossomo sete, locus 7q32, que sintetiza uma proteína de mesmo nome CFTR que é
responsável pelo transporte de água, cloro e sódio nas células do epitélio das glândulas
exócrinas (COHEN et al., 2011). Essa mutação altera a permeabilidade das membranas
celulares, causando desidratação das secreções, consequentemente aumento da viscosidade do
muco, levando a estase e obstrução do epitélio de diversos órgãos.
Se os alelos forem idênticos, o paciente é chamado de homozigoto; se forem diferentes,
o paciente é heterozigoto. Em ambos os casos, a criança tem FC. Indivíduos que carregam uma
cópia (alelo) do gene afetado são portadores para a mutação e não têm a doença. Dessa forma,
um casal portador de um cromossomo normal e um cromossomo com a mutação, tem 25% de
chance de ter um filho com a doença (RAFEEQ; MURAD, 2017).
1.1 INCIDÊNCIA
No Brasil 1 em cada 7.576 nascidos vivos apresentam a FC, mas por ser um país com
muitas diferenças regionais e heterogeneidade da população, os valores variam, sendo mais
elevados nos estados da região Sul (RASKIN et al., 2008). No Brasil e no mundo, são
acometidas pela FC cerca de 5.128 e 70.000 pessoas respectivamente (Registro Brasileiro de
Fibrose Cística [REBRAFC], 2017).
1.2 FISIOPATOGENIA
O gene CFTR codifica uma proteína de mesmo nome, cuja função é controlar a
permeabilidade principalmente de íons Cloro. Na fibrose cística esse canal proteico se encontra
defeituoso, alterando a permeabilidade desses íons através da membrana plasmática das células
epiteliais que se encontram nas glândulas exócrinas em órgãos como nos pulmões, pâncreas,
glândulas sudoríparas, intestino, fígado e testículos, sendo por isso considerada uma doença
multissistêmica.
Essa disfunção resulta em acúmulo de muco denso com aspecto viscoso que vai: 1)
apresentar dificuldade de reabsorção do cloro na superfície epitelial nos ductos das glândulas
sudoríparas levando a manifestações de alta concentração de cloro no suor que pode levar a
desidratação; 2) nas mulheres, dificultar a chegada do espermatozóide nas trompas uterinas e a
fecundação devido ao espessamento do muco cervical no útero e levar a subfertilidade ou
17
1.3 DIAGNÓSTICO
18
Desde o diagnóstico, por ser uma doença que exige o acompanhamento de uma equipe
multidisciplinar, esses pacientes passam por inúmeras intervenções, como: avaliações, exames
frequentes, consultas, manejo diário de medicações (nebulizações, broncodilatador, enzimas,
suplementos vitamínicos, dentre outros), sessões diárias de fisioterapia respiratória e etc
(ZIEGLER, et al., 2019). Dentre as várias avaliações e acompanhamentos necessários, é
19
Quadro 1 – Ponto de corte P/I, P/E, IMC/IDADE, E/I para crianças de 0 a 5 anos
Quadro 2 – Ponto de corte P/I, P/E, IMC/IDADE, E/I para crianças de 5 a 10 anos
Quadro 3 – Ponto de corte P/I, P/E, IMC/IDADE, E/I para crianças de 10 a 20 anos
seguida de uma expiração forçada e sustentada até que o avaliador ordene a interrupção são
obtidas as seguintes medidas: capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no
primeiro segundo (VEF1), relação VEF1/CVF e o fluxo expiratório forçado entre 25 e 75 % da
CVF (FEF25-75 %) (PEREIRA, 2002). A partir dessas medidas é possível avaliar o prognóstico,
detectar exacerbações agudas precocemente, avaliar a evolução pulmonar do fibrocístico, dar
diagnóstico e quantificar distúrbios ventilatórios (RODRIGUES, 2002).
Tabela 2 - Limites inferiores percentuais de normalidade com relação aos valores previstos para altura
e sexo para crianças e adolescentes
2 JUSTIFICATIVA
Uma vez que há um instrumento que contempla a avaliação nos domínios de atividade
e participação, com utilização crescente no meio clínico, científico e já foi validado e adaptado
para população brasileira (MANCINI et al., 2016), o PEDI-CAT se coloca com uma opção
viável para avaliação de pacientes com FC. Sendo assim, torna-se crucial investigar a relação
entre a funcionalidade e a gravidade clínica e respiratória de crianças e adolescentes com a
condição de saúde aqui investigada, para possibilitar sua utilização neste meio e tornar as
intervenções mais amplas e assertivas.
3 OBJETIVO GERAL
Avaliar a relação entre a funcionalidade, gravidade clínica e respiratória de crianças e
adolescentes com fibrose cística.
4 RESULTADOS
1 INTRODUÇÃO
A fibrose cística (FC) é uma condição de saúde genética de herança autossômica
recessiva, causada pela mutação do gene Cystic Fibrosis Transmenbrane Regulator (CFTR) no
braço longo do cromossomo 7, no locus q 31, que codifica a proteína reguladora de condutância
transmembrana de cloro. Estima-se que no Brasil a incidência seja de 1:7.576 nascidos vivos,
apresentando diferenças regionais, com valores mais elevados nos estados da região Sul
(RASKIN et al., 2008). No mundo, 70.000 pessoas e, no Brasil, cerca de 5.128 pessoas são
afetadas pela FC (Registro Brasileiro de Fibrose Cística [REBRAFC], 2017).
Seu acometimento é multissistêmico e crônico, com manifestações decorrentes da
alteração na quantidade e/ou função da proteína CFTR, que reduzem os movimentos dos íons,
e consequentemente, o movimento da água nas membranas celulares, resultando em acúmulo
de muco denso com aspecto viscoso. Esse muco espesso obstrui os ductos das glândulas
exócrinas, com manifestações de alta concentração de cloro no suor, causando alterações na
função pulmonar como bronquiectasias, atelectasias e doença pulmonar obstrutiva crônica,
manifestações intestinais, insuficiência pancreática com má digestão/absorção e consequente
desnutrição, e ainda, infertilidade masculina na idade adulta (RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO,
2002). A partir dessas manifestações sistêmicas, sinais e sintomas como tosse crônica com
expectoração, dor torácica, dispneia, fadiga, perda de peso e declínio da função pulmonar são
evidentes e se intensificam com a inevitável progressão da doença (CASTELLANI et al., 2018).
A exacerbação dos sintomas pulmonares é a principal causa de morbimortalidades em
pacientes com FC e tem sido negativamente associada a desfechos físicos, psicossociais e de
qualidade de vida (QV) (COGEN et al., 2017). A exacerbação dessa condição de saúde é
recorrente e ocorre por reinfecções e, muitas vezes, por colonização crônica por Pseudomonas
Aeruginosa, o que requer internações hospitalares frequentes ou mesmo isolamento em
ambiente domiciliar para seu controle ou resolução (VADAGAM; KAMAL, 2018). Além dos
sintomas dessa condição de saúde, essas frequentes internações potencializam restrições na
participação, como absenteísmo escolar, limitação nas atividades recreacionais e das atividades
de vida diária (HABIB, MANJI, et al., 2015).
30
1988 mostrou que adolescentes com FC têm restrição a participação, menor responsabilidade
com a higiene do seu próprio corpo e atraso no período da puberdade quando comparados a
adolescentes saudáveis (SINNEMA et al., 1988). Outro estudo observou em crianças com FC
menores de quatro anos de idade, elevada prevalência de atraso no desenvolvimento motor
variando de 7 a 9 meses (THOMAZINHO et al., 2011). Esse estudo ainda sugeriu que os fatores
biológicos e condições ambientais de risco presentes na FC contribuíram para os déficits
motores precoces (THOMAZINHO et al., 2011). Adicionalmente, a superproteção parental
pode ser uma barreira para o desenvolvimento independente e autônomo dessas crianças e
adolescentes sobre suas tarefas de vida (CLARKE; COOPER; CRESWELL, 2013).
Em função disso, para a avaliação dessas diferentes capacidades das crianças e
adolescentes com FC, um número razoável de diferentes testes deveriam ser utilizados, como
o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), avaliação da participação, das atividades de vida
diária, testes cognitivos, de auto-cuidado e responsabilidade. Essa bateria de avaliações é
dispendiosa de tempo, não dispõe de valores de normalidade para algumas faixas etárias, além
de extenuar os participantes em tantas avaliações. Nesse contexto, o Pediatric Evaluation of
Disability Inventory Computer Adaptive Test (PEDI-CAT) (MANCINI et al., 2016; HALEY et
al., 2012) modificado da versão original do teste Inventário de Avaliação Pediátrica de
Incapacidade (PEDI) (MANCINI, 2005), consiste em um inventário que avalia o desempenho
nos domínios de atividades diárias; mobilidade; social/cognitivo e responsabilidade com
valores normativos num amplo espectro de idade, desde lactentes a adolescentes de 21 anos.
Esse instrumento já é validado e adaptado para população brasileira, tem sido utilizado em
crianças e adolescentes com diferentes condições de saúde (COSTER et al., 2016; SHORE et
al., 2017) e contempla o modelo da CIF (HWO, 2001). A vantagem dessa avaliação é que uma
vez discriminada alguma incapacidade, poderão ser delineadas metas claras a serem alcançadas
no processo de reabilitação. Entretanto esse instrumento ainda não foi aplicado em pacientes
com FC.
Com o advento da CIF, o PEDI-CAT está em crescimento no meio clínico e científico,
tendo sido utilizado em várias populações clínicas pediátricas e adolescentes, como no
transtorno do espectro autista (COSTER et al., 2016; KRAMER et al., 2016), paralisia cerebral
SHORE et al., 2017), amiotrofia muscular espinhal (PASTERNAK et al., 2016), entre outros.
No Brasil, o PEDI-CAT foi validado por Mancini (2016), porém sua aplicabilidade clínica não
foi testada em crianças e adolescentes com FC. Neste contexto, torna-se crucial investigar a
relação entre a funcionalidade com a gravidade clínica e respiratória de crianças e adolescentes
com FC.
32
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este foi um estudo observacional, transversal, seguindo as diretrizes do STROBE
(MALTA et al., 2010) e também o checklist de instrumentos de medição de saúde (COSMIN)
(MOKKINK et al., 2010). O projeto foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital
Universitário da UFJF (Nº 3.299.985 - ANEXO A) e os responsáveis pelos participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A), assim
como os participantes assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE)
(APÊNDICE B).
2.1 PARTICIPANTES
Foram incluídos no estudo todas as crianças e adolescentes de 6 a 21 anos, de ambos os
sexos, com diagnóstico de FC confirmados por características genotípicas e fenotípicas da
doença e/ou concentração de cloro no suor > 60 mmol/l, acompanhados no ambulatório de FC
do Hospital Universitário da UFJF e elegíveis para o estudo. Foram excluídos do estudo os
participantes com exacerbação respiratória nas últimas quatro semanas, que pode ser
manifestada por aumento da tosse, alteração no aspecto das secreções, febre, alterações na
ausculta pulmonar, queda do VEF1, redução ou diminuição da saturação, alterações
radiológicas e perda ponderal (SMYTH et al., 2014), além de dificuldade de compreensão,
limitação física de origem neurológica ou incapacidade de realizar os testes propostos. Todos
os testes foram realizados no ambulatório de FC do Hospital Universitário da UFJF.
Criança ou adolescente
Pais ou responsáveis
- Antropometria
- Escore Shwachman-Kulczyki
- PEDI-CAT
- Espirometria
- TC6
2.4 INSTRUMENTOS
Foram mensuradas a massa corporal (kg) e estatura (m) dos participantes por meio de
uma balança eletrônica digital da marca Líder modelo LD 1050, com capacidade de 150kg e
precisão de 50 g e um estadiômetro da marca Sanny Compacto Tipo Trena Portátil modelo ES
2040 com extensão de 2,1 m e escala de 0,5 cm. Para a tomada dessas medidas, os indivíduos
permaneceram em pé, com os calcanhares unidos sob a superfície de apoio, com os braços
relaxados ao longo do corpo. As medidas foram obtidas após uma inspiração profunda (estatura)
e consequente expiração (massa corporal), com os braços relaxados e cabeça no plano
horizontal.
34
2.4.3 Espirometria
A espirometria foi realizada utilizando o espirômetro Koko. O procedimento foi
realizado pelo mesmo profissional treinado em todos os participantes. O procedimento foi
previamente explicado e demonstrado para os participantes, os quais foram avaliados na postura
sentada, costas e pés apoiados, com uso de clips nasal, segurando o aparelho com as mãos. Após
o posicionamento, foi realizada uma inspiração profunda seguida de expiração forçada mantida
por período mínimo de seis segundos. Foram realizadas no mínimo três e no máximo oito
manobras. Os procedimentos técnicos, os critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade
adotados foram os recomendados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia (PEREIRA, 2002).
Foram registrados a capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no
primeiro segundo (VEF1), relação VEF1 / CVF e o fluxo expiratório forçado entre 25 e 75% da
CVF (FEF25-75%). Os valores obtidos foram comparados com os previstos (MALLOZI, 1995).
A variável de desfecho utilizada da espirometria para as correlações foi o VEF1 em
valores absolutos e porcentagem do previsto. De acordo com a CIF, essa variável dependente
corresponde a função respiratória.
“Distância percorrida (m) meninos = [16,86 x idade (anos)] + [1,89 x ∆ Freq Card
(batimentos/minuto)] – [0,80 x peso (Kg)] + (336,91 x R1)
“Distância percorrida (m) meninas = [13,54 x idade (anos)] + [1,62 x ∆ Freq Card
(batimentos/minuto)] – [1,28 x peso (Kg)] + (352,33 x R1)
O coeficiente R1 nas equações supracitadas foi substituído pelo número 1, visto que os
participantes deste estudo residiam na região Sudeste (CACAU et al., 2018).
A variável de desfecho do TC6 utilizada para análises de correlações foi a DTC6
(distância percorrida no Teste de Caminhada de Seis Minutos) em metros e porcentagem do
previsto no melhor teste.
3 RESULTADOS
Fazem parte da população acompanhadas pelo ambulatório de FC do Hospital
Universitário da UFJF, trinta e sete crianças e adolescentes com diagnóstico confirmado de FC.
Destes, 11 (29,72 %) foram excluídos de acordo com os critérios de elegibilidade e 26 foram
incluídos no estudo, como demonstrado no fluxograma abaixo.
41
4 DISCUSSÃO
Este é o primeiro estudo que temos conhecimento, que investiga a funcionalidade de
crianças e adolescentes com FC através do PEDI-CAT. Os resultados do presente estudo
demonstram que os domínios do PEDI-CAT estão associados a gravidade respiratória e clínica,
bem como a responsabilidade foi o domínio que demonstrou prejuízo funcional.
O PEDI-CAT foi de fácil aplicação, rápido (cerca de 12 minutos) e de fácil
entendimento para os pais ou responsáveis que o responderam. Os diferentes domínios do
PEDI-CAT apresentaram associação de moderada magnitude (r = 0,46 - 0,57 - Tabela 7) com
o VEF1, marcador de obstrução ventilatória e gravidade respiratória. Embora não haja
instrumentos padrão-ouro estabelecidos para avaliar a funcionalidade de crianças e
adolescentes com FC, os testes de capacidade funcional como o TC6 são bastante utilizados
tanto em adultos como em crianças. Em estudos utilizando o TC6 como marcador da capacidade
funcional, este também se relaciona de forma moderada com a gravidade respiratória (r = 0.43
‐ 0.59; P < 0.05) (LANG et al., 2020). Quanto ao escore total de gravidade clínica foi observada
correlação moderada apenas com o domínio de mobilidade (r = 0,48 - Tabela 6). De forma
semelhante, Ozipek, 2020 relatou pior mobilidade em pacientes com maior gravidade da
condição de saúde, sugerindo que as constantes exacerbações, baixa capacidade aeróbica, tosse,
dor e desconfortos podem influenciar na funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes
(OZIPEK, 2020). Resultados semelhantes foram observados em população adulta de FC, nos
quais escores de maior funcionalidade foram observados nos pacientes com menor gravidade
respiratória (THOBANI et al., 2015).
Em contrapartida, nenhum dos domínios do PEDI-CAT associaram-se a distância no
TC6 (Tabela 7). Cabe destacar que o TC6 é amplamente utilizado em doentes respiratórios
crônicos para indicar a capacidade física-funcional, bem como predizer morbimortalidade e
resposta a intervenções. Entretanto, em crianças e adolescentes com FC, a literatura disponível
apresenta divergências quanto a sua capacidade de discriminação funcional, já que muitas
crianças com função pulmonar respiratória grave apresentam ainda boa capacidade funcional
avaliada pelo TC6 (DONADIO et al., 2017). É provável que o TC6 apresente limitações
metodológicas que não o tornam um marcador expressivo, diferente do que ocorre na população
de doentes respiratórios adultos (HOLLAND et al., 2014). Essa afirmativa pode ser justificada
pela natureza do teste, que é de um exercício submáximo com velocidade auto-cadenciada, no
qual não é permitido correr, além de ser limitado por tempo, e que se apresenta ainda com pouco
estímulo motivacional ou lúdico para a população pediátrica (CABRAL, 2017). Uma vez que
no presente estudo, todos os participantes que se adequavam aos critérios da equação de
42
previsão (idade até 13 anos) atingiram valores superiores a 80% do previsto da distância
percorrida do TC6, é possível que tenha ocorrido efeito teto neste perfil clínico de população
pediátrica. Esta limitação do TC6 foi destacada numa recente revisão sistemática, na qual foi
mostrado a limitada utilidade desse teste em crianças com menor comprometimento da função
pulmonar devido ao efeito teto relacionado a intensidade do exercício (LANG et al., 2020). Isso
sugere que talvez o TC6 não seja sensível para discriminar a capacidade física-funcional dessa
população, há exceção para os pacientes muito graves nos quais outros fatores como sarcopenia
secundária a doença, inatividade física e perfil inflamatório culminam em menor mobilidade e
capacidade funcional. Neste sentido, torna-se evidente a necessidade de identificar outros
instrumentos de avaliação de fácil aplicação e que possam constituir num melhor marcador
funcional. Considerando as vantagens, facilidades e os resultados encontrados, o uso do PEDI-
CAT nesta população pode se tornar uma boa opção para esta finalidade.
Ao comparar a funcionalidade entre as diferentes gravidades respiratória de crianças e
adolescentes com FC, observamos que aquelas com maior obstrução ventilatória apresentaram
maiores escores no domínio responsabilidade quando comparadas aquela de gravidade leve,
sem diferenças nos outros domínios do PEDI-CAT. (Tabela 7). O manejo e aderência ao
tratamento da FC demanda grande responsabilidade, pois estes incluem um arsenal de medidas
como desobstrução das vias aéreas, nebulização, medicamentos, dieta modificada, entre outras
(GLASSCOE; QUITTNER, 2008). Uma pobre adesão ao tratamento pode levar a um aumento
de infecções, progressão mais rápida da doença, hospitalização, perda da qualidade de vida e
morte precoce. Nosso estudo mostrou diferenças no domínio responsabilidade entre
participantes com FC leve e os com a moderada-grave. Cabe ressaltar que como a doença é
progressiva, indivíduos de maior idade possivelmente apresentam a forma mais grave da doença
e, portanto, estes são capazes de maior autonomia no manejo da doença e, apresentam-se com
consequente maior responsabilidade. Como já demonstrado no estudo de (MURPHY;
MILLER, 2020) pais de crianças com FC têm uma quantidade significativa de responsabilidade
pelo gerenciamento da doença dos filhos; o que implica na responsabilidade parental do
monitoramento de adesão e sintomas, distribuição de medicamentos, facilitar exercícios
respiratórios e apoio ao enfrentamento e adaptação de seus filhos. Willis, 2020 mostrou que a
maioria dos jovens adultos com fibrose cística é capaz de assumir a responsabilidade por seus
cuidados, desde que submetidos a um plano de transferência do cuidado, comunicação
adequada e coordenação do cuidado em saúde (WILLIS, 2020). Estas constatações apoiam os
resultados do presente estudo no qual crianças com FC apesar de manifestar a doença de forma
43
mais leve possuem menor responsabilidade do que adolescentes com a doença moderada-grave,
os quais possuem maior autonomia.
O PEDI-CAT pode ser considerado uma opção multidimensional, abrangente, de fácil
e rápida aplicação, que cobre um amplo espectro de níveis de funcionalidade e incapacidade, e
que pode ser usado na avaliação e acompanhamento de crianças e adolescentes com FC, bem
como direcionar intervenções de forma a evitar declínio do prejuízo funcional. Outro ponto
forte do uso do PEDI-CAT nesta população, é que este instrumento possibilita a combinação
de escalas de avaliam diferentes domínios da funcionalidade, abrangendo o desenvolvimento
da responsabilidade fornecendo informações do panorama do cuidado entre pais e filhos com
FC, para assim pesquisadores e clínicos direcionarem a transferência de responsabilidade e
autonomia da criança em cada etapa do seu desenvolvimento, proporcionando assim a melhor
possibilidade do auto-cuidado, funcionalidade e participação (HALEY et al., 2010). Uma vez
identificada alguma incapacidade em um ou mais domínios do PEDI-CAT, este indicará metas
claras a serem alcançadas no processo de reabilitação.
Este estudo apresentou algumas limitações: apesar da amostra modesta e de
conveniência, ainda teve poder para demonstrar associação com marcadores de gravidade
respiratória e clínica da FC, e discriminação da responsabilidade entre doentes leves versus
moderados/grave. Adicionalmente, este foi um estudo transversal, no qual não se pode
investigar a responsividade do PEDI-CAT após intervenções. Estudos prospectivos futuros
testando a responsividade deste instrumento, identificando a diferença mínima clinicamente
importante da funcionalidade em crianças e adolescentes com FC devem ser encorajados.
5 CONCLUSÃO
Esse estudo mostrou que a avaliação da funcionalidade baseada nos conceitos da CIF
pelo PEDI-CAT relaciona-se com a gravidade clínica e respiratória de crianças e adolescentes
com FC. Adicionalmente, crianças e adolescentes com maior gravidade da FC apresentam pior
desempenho no domínio de responsabilidade.
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