Arte Popular e Arte Erudita
Arte Popular e Arte Erudita
Arte Popular e Arte Erudita
III
ARTE POPULAR,
ARTE ERUDITA E
MULTICULTURALIDADE
Influências, confluências
e transculturalidade
na arte portuguesa
Nuno Saldanha
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Efectivamente, estes dois conceitos, que tanto podem ser interpretados como
antagónicos, concordantes ou complementares, devem ser usados com gran-
de precaução, tendo em conta a inexistência de uma definição precisa e clara
das realidades a que se referem. A indefinição dos termos tende invariavel-
mente a derivar no preconceito, e na criação de hierarquizações axiológicas
de âmbito sociocultural, ou mesmo socioeconómico, excessivamente datadas.
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das, como a medieval, a questão seja mais linear mas, actualmente, refere-se
a uma realidade bem mais abrangente, e daí que a «sua arte», se confunda
com a «arte de massas», ou «indústrias culturais», segundo a designação de
Adorno e Horkheimer.
Num sentido mais alargado, a «arte popular» tem sido entendida como aque-
la arte que se desenvolve fora dos cânones de gosto estabelecidos por, ou
para, os líderes de uma dada sociedade, onde a tradição desempenha um pa-
pel preponderante, em termos de conteúdo, de temas e utilização, mas tam-
bém de estrutura, técnicas, instrumentos e materiais (Ayres, 1996, 239).
No que se refere à tradição, mormente para épocas mais recentes, dentro dos
parâmetros urbanos da sociedade contemporânea – de auto-exclusão e mar-
ginalização (arte marginal) –, sem precedentes ou tradição, ela revela-se
antitética desse mesmo conceito. Curiosamente, essa tradição e conservado-
rismo, com que frequentemente se identifica a «arte popular», são precisa-
mente as características do academismo que pretende combater.
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Por outro lado, o conceito de erudição não oferece maiores certezas ou segu-
rança no seu enunciado. Menos debatida, a «arte erudita» parece mais con-
sensual, como se todos soubessem do que se trata.
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Por um lado, sabemos que a «arte erudita» tem usado o imaginário popular
como referência, numa longa tradição de apropriação de imagens, formas e
produtos, procedentes das culturas populares. Tanto nas artes plásticas,
como na música, os exemplos destes contactos são amplamente conhecidos:
Chagall, Gauguin, Brancusi, Bartok, Stravinsky, etc.
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Orozco considera o mural uma forma de arte, que tem a vantagem de não
poder ser alvo do lucro e do usufruto pessoal, ou de estar escondida para pri-
vilégio de poucos. «É uma arte para o povo, é uma arte para todos.» Este inte-
resse colectivista da arte, já presente no México, quando da polémica entre
os Colectivistas e os Contemporâneos, é comum a Siqueiros e Rivera, bem
como ao Realismo Socialista em geral, ou à defesa que o futurista italiano
Mario Sironi faz no seu Manifesto da Pintura Mural: «La pittura murale è pit-
tura sociale per eccellenza. Essa opera sull'immaginazione popolare più diret-
tamente di qualunque altra forma di pittura, e più direttamente ispira le arti
minori» 3.
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Assim, aquilo que hoje pode ser entendido como arte popular contemporâ-
nea (para uns, Folk Art), associa-se a formas da expressão cultural pouco
identificáveis com a corrente tradicional (mais conservadora e de cariz rural),
como a Arte Marginal (Outsider Art), a Arte Visionária (Visionary Art), ou o
Graffiti, onde apenas o autodidactismo parece permanecer como o único
elo em comum.
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Em alguns dos motivos dos medalhões centrais que decoram o pavimento das
casas romanas de Conímbriga, podemos atestar uma conjugação destes dois
níveis culturais. Se, por um lado, a temática mitológica apela aos estratos mais
eruditos da cultura clássica, a sua transposição visual, executada de forma tra-
dicional por artífices incultos, revela uma simplicidade que parece denunciar
a ignorância dos temas. Ora, esta simplificação parece resultar mais de uma
apropriação popular dos temas que de um desconhecimento, revelando
mesmo uma certa originalidade na liberdade da sua interpretação.
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Mas, ao mesmo tempo, isso revela-nos que os autores conheciam os dois tre-
chos, não sendo portanto resultado de uma ignorância da narrativa de
Perseu, mas de uma liberdade iconográfica de grande originalidade. Claro
que nos podemos interrogar se a iniciativa terá partido dos artífices ou do
seu encomendador, no entanto, este tipo de soluções é comum noutros
exemplos da produção mosaicista nacional.
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Contudo, se isto é verdade, por outro lado, podemos observar num mesmo
edifício a presença de um tipo de decoração mais «erudita», com tondi e
ornatos em grotesco, de origem renascentista italiana.
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A emancipação do Género
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Um dos artistas que revela um desprezo por este tipo de produção pictórica
é o pintor António Joaquim Padrão que, em meados do século XVIII, con-
denava tanto os seus autores como os temas que tratavam 9.
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Entre essa geração de artistas, destaque para Nicolas Delerive, mais preo-
cupado com a pintura de género do que com a paisagem. Ele foi, sem
dúvida, o melhor intérprete dos costumes e tipos populares do nosso país,
mormente de ambientes urbanos.
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O Portugal «pinturesco»
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e Minho.
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Esta ascensão do Género está directamente ligada a uma nova atitude da per-
cepção artística, face ao tempo histórico. O artista, como várias vozes repe-
tiam, um pouco por toda a parte, devia representar o Presente.
Não será contudo de estranhar que, tal como sucedeu com as revoluções
sociais, os novos líderes acabem por simular os hábitos e posturas dos «anti-
gos senhores». Assim, as cenas mais banais são pintadas nos formatos tradi-
cionalmente reservados aos quadros históricos, onde os indivíduos vulgares
ocupam o lugar dos anteriores heróis míticos.
Para além disso, o moderno conceito de Beleza devia assentar mais nos cos-
tumes característicos do presente, do que nos factos tomados como impor-
tantes que marcavam a actualidade, advogava Baudelaire na sua crítica ao
Salon de 1859. Paradoxalmente, o eterno estava no transitório, segundo o
que se anunciava em Le peintre de la vie moderne. (Baudelaire, 1859).
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De facto, o mundo rural acaba por se constituir num novo ideal, ao mesmo
tempo que se torna reflexo da recusa do mundo urbano e industrial, ele é
simultaneamente o «paraíso perdido» e a «terra prometida».
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Segundo María Jesus R. García, as imagens, que hoje entendemos como tes-
temunhos claros e autênticos dos aspectos antropológicos e etnográficos da
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Este interesse pelo mundo rural dos camponeses e dos estratos sociais mais
humildes era ditado mais por razões de ordem estética, do que social ou polí-
tica, como já o confirmara Théophile Thoré na sua crítica ao Salon, de 1847.
Defensor do Realismo e da pintura de Género, ele toma partido pela ver-
tente não-baudelairiana, rural, precisamente por razões estéticas: «Nos
peintres feraient bien de se tourner un peut du côté populaire [...] les scènes
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ção» face a uma cultura dominante (erudita), como defendia Augusto Santos
Silva (Silva, 1994, 101), ao imprimir a sua visão do mundo através deste cunho
estético que encerra a cultura popular no «círculo do museu e da erudição».
Desde inícios do século XIX (e, em França, desde a Revolução) que a arte se
encontrou investida de um valor político, não porque ela o comportasse em
si própria, mas porque a vida artística foi percebida através das categorias da
vida política 26. No importante estudo de Francis Haskell, Art and the
Language of Politics, ficou bem demonstrado como o vocabulário da política
se difundiu no seio da crítica da arte de Oitocentos 27.
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por Almeida Garrett, seguida mais tarde por Teófilo Braga, Adolfo Coelho,
Consiglieri Pedroso, Leite de Vasconcelos, Rocha Peixoto ou Joaquim de
Vasconcelos (Pereira, 2001, 132-133).
Em 1890, conforme refere Rui Ramos, «a exaltação patriótica era já uma ins-
tituição no país», de modo que a participação em actividades deste tipo aca-
bava por se tornar numa forma de confirmação do estatuto social, ou de ga-
rantia de ascensão social, cimentada pela «cultura republicana». No seio
desta cultura de patriotismo desenvolvia-se a ideia de que urgia determinar
uma identidade colectiva (Ramos, 2001, 111).
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Este autor, pedia precisamente aos artistas para irem para os campos e
aldeias, retratarem a «pátria», antes que ela desaparecesse, sob a ameaça da
industrialização. A nação portuguesa definia-se assim por uma tradição fol-
clórica e por uma aproximação ao campo e à ruralidade 34.
Mais uma vez, era o apelo à terra e à inocência primitiva do campo, exacta-
mente outra das características essenciais do Realismo.
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Mas esta situação não era exclusiva da realidade portuguesa. Também na vizi-
nha Espanha o panorama não se mostra muito diferente, na busca dum
novo «modelo nacional». O Estado tentará concretizar este novo nacionalis-
mo, através de iniciativas que irão girar em torno da ideia de «perigo exte-
rior» (Rueda García, 1992, 123), ou numa proliferação de concursos literá-
rios e artísticos, geralmente comemorativos, das grandes figuras históricas
(tal como sucederá em Portugal).
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III ARTE POPULAR, ARTE ERUDITA E MULTICULTURALIDADE
Claro que as razões subjacentes a esta aversão eram bastante distintas nos
dois países, embora se fizessem sentir do mesmo modo. O próprio Eça de
Queirós publicava, em 1900, o seu livro A Cidade e as Serras contra o estran-
geirismo galicista (que advogara em 1870), opondo-se à ilusão perversa da
cidade, defendendo a vida forte e saudável do campo.
Também nesse sentido, João Chagas, elogiando Malhoa, exaltava uma figura
que se dedicara à «observação dos costumes rurais portugueses» e que estava
«transportando, para telas que não morrerão, a nossa vida do campo, nos
seus aspectos mais característicos, mais curiosos, mais comovedores e poéti-
cos» 37. Além do valor patrimonial, a sua obra revestia-se também de um
cunho antropológico e etnográfico.
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Para além disso, a sua obra constituía também, «um documento precioso
para o estudo dos costumes ruraes do nosso paiz» (Illustração Portugueza, 7
de Maio de 1906). A pintura de Malhoa revestia-se também de um cariz pe-
dagógico, antropológico e documental.
A visão que certa crítica faz de Malhoa vai-se tornando, à medida que entra-
mos no século XX, mais centrada nesta referência mítica de pintor portu-
guês por excelência, bem como à interpretação que o pintor parecia fazer da
realidade nacional (Freitas, 1983, 38).
Malhoa parecia, então, começar a tomar o lugar antes ocupado por Silva
Porto, a quem também se havia exaltado a capacidade de retratar a realidade e
os costumes portugueses, embora sem a mesma insistência ou unanimidade.
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O êxito deste tipo de pintura era cada vez maior, favorecendo um aumento
da oferta, proporcionada por uma série de artistas dedicados a esta temática
das coisas portuguesas, ou mesmo de simples amadores que, cada vez mais,
se fazem agora representar nos salões da Sociedade Nacional de Belas Artes.
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Este mito do «portuguesismo» atinge o seu ponto mais alto em 1928, duran-
te a grande Exposição de Homenagem a José Malhoa, precisamente quando,
segundo afirmava José-Augusto França, o pintor terá sido elevado a uma
categoria carismática 43.
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José-Augusto França, por seu lado, que irá marcar de forma significativa o
novo entendimento da História da Arte Portuguesa durante décadas, não
deixa contudo de ser influenciado por esta visão da «portugalidade» 47.
Embora reconheça que Malhoa, apesar de viver sinceramente esse seu popu-
lismo, «retratando toda uma falsa alegria portuguesa», sem encobrimentos
ou enfeites, não deixa de enaltecer a sua «visão populista da realidade psi-
cológica portuguesa», concluindo que, «Malhoa é, coerentemente, no pri-
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meiro quartel do século XX, o pintor português por excelência» 48. Trinta
anos depois, quando das comemorações do Cinquentenário da Morte de
Malhoa, escrevia um novo artigo, a propósito do pintor, dizendo que a ele
coubera mostrar, pelo gosto, quais os valores tradicionais, senão castiços, da
pátria em que nascera e verificá-los na sua obra, inserindo-o no espírito de
uma burguesia citadina, embora de raízes rurais 49 (França, 1983, 10-13).
Mas esta busca da especificidade cultural nacional não se ficava por aqui, ela
desenvolvia-se também retrospectivamente, procurando na História os seus
modelos paradigmáticos. Malogradamente, na pintura, não os havia, nomea-
damente na Paisagem. E só o «mítico» Nuno Gonçalves haveria de sobres-
sair, empolado ao limite.
Apesar de tudo, das incongruências e das críticas, Malhoa não fora apenas
vítima do seu sucesso. As circunstâncias acabariam por se tornar favoráveis,
fazendo dele uma figura incontornável da história e historiografia da Arte
Portuguesa. E, ao mesmo tempo, torna-se num marco fundamental da cul-
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Figura 10
Meyer Schapiro, no seu brilhante ensaio José Malhoa, As Cócegas, 1904
sobre Courbet e o imaginário popular,
chamara já a atenção para o papel crucial das bases imagéticas de algumas
obras do realismo 53. Efectivamente, alguns dos mais representativos quadros
do Realismo, como o Enterro em Ornans (e Bom Dia Sr. Courbet), devem-se
em grande parte à influência do imaginário popular.
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Enquanto, em Os Bêbados, a
sua composição é estudada,
resultado de uma construção,
fazendo recurso a modelos
(de recordar que Jerónimo
Godinho figura, pelo menos,
em outras cinco obras de
Malhoa), neste caso, o pintor,
numa atitude «positivista»,
Figura 13
elaborou uma profunda pes- José Malhoa, O Fado, 1910
quisa sobre o assunto.
Veja-se como a recepção da obra foi condicionada pela própria avaliação que
o género musical foi recebendo na sociedade portuguesa, desde os seus iní-
cios obscuros e marginais, passando pela sua «descoberta» e apropriação
pelas classes mais altas, «eruditas», até à sua aceitação e institucionalização e,
depois, tornando-se num objecto de exploração turística. Efectivamente, a
partir de 1860, com a classe média em crescente expansão, o fado começava
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Nuno Saldanha
a atrair um público exterior à sua base social tradicional, que incluía desde
aristocratas a burgueses e intelectuais 55. Desde os finais do século XIX, veri-
fica-se um alargamento gradual do universo do fado a diferentes grupos
sociais, alheios ao circuito específico da sua origem e da sua prática, inva-
dindo progressivamente o crescente mercado das indústrias de entreteni-
mento, dirigidas às classes médias urbanas. O fado entra no mundo do
Teatro Musical e da Revista e os novos executantes passam a ser trabalhado-
res assalariados, actores e cantores profissionais.
De salientar também que se trata de uma das raras ocasiões em que o artista
figura uma cena de ambiente urbano, mas escolhendo precisamente o
aspecto mais «popular» da sua cultura.
Embora aqui possamos estar perante uma oposição entre «popular» e «eru-
dito», mais do que de uma relação de interculturalidade, as suas posteriores
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leituras viriam a reverter esta ideia. Ao converter-se numa das obras mais
mediáticas do pintor, de maior impacto na cultura visual e de referência
obrigatória sobre a vida e obra de Malhoa, ou mesmo da pintura portuguesa
da época, ela acabaria por se tornar alvo das mais diversas apropriações.
Alguns artistas chegam mesmo a criar uma linguagem plástica bastante inte-
ressante, que parece emular os processos de criação e expressão da «arte po-
pular», em vez de se centrarem apenas nos aspectos temáticos. Afastando-se
assim das correntes de execução mais académicas, Milly Possoz, ou Francis
Smith com o seu estilo naïf, reinterpretam os aspectos da pintura tradicio-
nal, e dos ex-votos, com uma aparente inocência e autodidactismo.
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Notas
1
«Vernacular art is more susceptible to definition, than the all-encompassing implications
of Folk Art.» (Ayres, 1996, 32, 326).
2
Veja-se a entrevista a Christopher Norris, Paris, Março de 1988, publicada em Christopher
NORRIS, 1994, «Jacques Derrida: In Discussion with Christopher Norris», Deconstruction II,
Paris, pp. 7-11.
3
O Manifesto della pittura murale, foi publicado no La Colonna, em Dezembro de 1933, e
assinado também por Campigli, Carrà e Funi.
4
Veja-se Perseu e Andrómeda, Bardo Museum, Tunes (Tunísia), Cat. n.º TBA, c. séc. III; Ga-
ziantep Museu, desc. Triclinium da Casa de Poseidon, Zeugma, séc. II-III; Antakya Museum,
inv. 849/a., de Samanda ı, c. séc. II-III.
5
Meyer SCHAPIRO, 1984, Estúdios sobre el românico, Madrid, Alianza Editorial (1.ª ed. Nova
Iorque, George Braziller, 1977).
6
Como o caso de Cirillo que, em 1794, afirmava: «Visto que a pintura se achava nhum
estado bem semelhante ao de huma herdade colocada entre coitados cheios de animaes que
impunemente, e á vista dos cultivadores destroem as seáras...» (Cirillo V. MACHADO, 1794,
Novo Compromisso da Irmandade de São Lucas, Lisboa).
7
Veja-se, por exemplo, o Regimento ou Compromisso do officio de Pintor da Cidade do Porto, e
sua Comarca, Porto, 1817, subscrito por cerca de duas dezenas de artistas dessa cidade e que
constitui um interessante documento pelo retrocesso que parece representar relativamente
ao movimento de liberalização da Pintura, tentando impedir o exercício daquela arte por
qualquer um.
8
Dezallier DARGENVILLE, 1727, «Lettre sur le choix et l’arrangement d’un cabinet curieux», in
Mercure, Fevereiro de 1727, Paris.
9
Em meados do século, numa carta de António Joaquim Padrão, espelham-se bem as críti-
cas à pintura flamenga e à temática de que tratavam: «Entre os flamengos, Alberto se visse
Itália não cederia a Rafael. A pintura deve muito aos seus estudos, mas a sua maneira he bar-
bara. Rubens engana os homens, e athe a mesma pintura engana; poes sem possuir o belo do
antigo domina aquelles sujeitos, a quem a pintura deve muito. Dos caprixos de bambuxatas,
marinhas, batalhas, caças, pexes, flores, arvoredos, etc. que forão objecto de grandes habili-
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dades não se lembram sempre os amantes da arte, e pintores possuidos de huma magestosa
sizudeza» (cf. Saldanha, 1995).
10
Cirillo V. MACHADO, 1823, Collecção de Memórias relativas às vidas dos pintores, e esculto-
res, architectos, e gravadores portuguezes..., Lisboa, Victorino Rodrigues da Sylva (escrito desde
1780 a 1794, e publicada postumamente), p. 5: «A Escola Flamenga, que se jacta de ter visto
florecer hum Rubens, e hum Vandyk, he forte no colorido, na sciencia do claro-escuro,
n’hum pincel pastoso, e suave; mas copiando tambem o natural do seu paiz sem a melhor
escolha. A Hollandeza destingue-se mais pelo asseio, e excessiva paciencia, que pela nobreza,
e dignidade dos assumptos.»
11
O termo «bambuxata», como se usa em Portugal, deriva do epíteto dado a Pieter Van Laer,
Il Bamboccio, artista nórdico que trabalhou em Itália, ficando famoso pelo tipo de pintura de
costumes onde se representavam cenas típicas do povo mais rude – embriagados, discussões
populares, cenas de rua e tabernas, etc. Esta pintura bambochianti era, então, votada ao
desprezo como estilo baixo, cujo paralelo literário se estabelece com a comédia ou a novela
picaresca.
12
Sobre este artista, veja-se Agostinho R. Marques de ARAÚJO, Experiência da Natureza e
Sensibilidade Pré-Romântica em Portugal. Temas de pintura e seu consumo (1780-1825), Porto
(dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da
Universidade do Porto), 1991; Nuno SALDANHA, Artistas, Imagens e Ideias na Pintura do
Século XVIII. Estudos de Iconografia, Prática e Teoria Artística, Lisboa, Livros Horizonte,
1995; Agostinho ARAÚJO, 1994, «Pierre-Antoine Quillard», in Saldanha, 1995, 261-267;
Nuno SALDANHA, O Tesouro das Imagens, Lisboa, Museu Ricardo do Espírito Santo Silva,
1996; ID., Jean Pillement (1728-1808) e o Paisagismo em Portugal no Século XVIII, cat. exposi-
ção, Lisboa, FRESS, 1997; ID., «Pierre Antoine Quillard. Os Livros e a Ilustração na Gravura
Joanina», in Cultura. Revista de História e Teoria das Ideias, n.º 21, Lisboa, Centro de História
da Cultura/UNL, 2005.
13
Curiosamente, graças à sua chamada de atenção por Athanasius Raczynski, seriam as obras
de Quillard e Pillement a marcar a posterior pintura de Tomás da Anunciação. Veja-se Isabel
FALCÃO, 2003, Pintura Portuguesa/Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa, IPCM.
14
Cirillo Volkmar MACHADO, Collecção de Memorias Relativas ás Vidas dos Pintores, e Es-
cultores, Architectos, e Gravadores Portuguezes..., Lisboa, Imp. de Victorino Rodrigues da
Silva, 1823.
15
Athanase RACZYNSKI, Dictionnaire historico-artistique du Portugal, Paris, Jules Renouard et
Cie., 1847, p. 202.
16
Nuno SALDANHA, Memórias de Viagem. Um olhar europeu sobre o Portugal do século XVIII,
Lisboa, Festival dos Oceanos, 2000.
17
Francisco Calvo SERRALLER, Los Géneros de la Pintura, Madrid, Taurus, 2005.
18
Léonce BÉNÉDICTE, «Beaux Arts», in Exposition Universelle Internationale de 1900 à Paris.
Rapports du Jury International, Paris, Imprimerie Nationale, MCMIV, 1904, p. 356.
19
Bernard LAMBLIN, Peinture et Temps, Paris, Meridiens Klincksieck, 1987, p. 550.
20
Francesc FONTOBA, Del Romanticismo al Novecentismo: Cien años de pintura española en la
colección Central Hispano, Santa Fé, Ayuntamineto de Santa Fé, 1999.
146
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21
Sobre este assunto, veja-se João LEAL, Etnografias Portuguesas (1870-1970). Cultura Popular
e Identidade Nacional, Lisboa, Publicações D. Quixote, 2000, pp. 44-54.
22
María Jesús Rueda GARCÍA, «Temática y academismo. Los géneros en las exposiciones
nacionales españolas entre 1901 y 1917», in Arte, Individuo y Sociedad, 4, Madrid, Editorial
Complutense, 1992, pp. 119-168.
23
Guy de MAUPASSANT, «Le Roman», Préface à Pierre et Jean, Paris, 1888, pp. 11-14.
24
Théophile THORÉ, Le Salon de 1847, précédé d'une lettre à Firmin Barrion par T. Thoré,
Paris, Alliance des Arts, 1847, p. 74 (publicado originalmente no jornal Constitutionnel).
25
Sobre este assunto, veja-se Rui RAMOS, «A Segunda Fundação (1890-1926)», in MATTOSO,
José (dir.), História de Portugal, vol. 6, 2.ª ed. revista e actualizada, Lisboa, Editorial Estampa,
2001, pp. 47-112.
26
Pierre VAISSE, La Troisième République et les peintres, Paris, Flammarion, 1995, p. 27.
27
Francis HASKELL, «Art and the language of Politics», in Journal of European Studies, 4, 1974,
pp. 215-232. Reed., in Francis HASKELL, Past and Present in Art and Taste: Selected Essays,
Yale, Yale University Press, 1987.
28
Sobre as manifestações patrióticas da cultura republicana, em finais do século XIX e iní-
cios do século XX, veja-se Ramos, 2001.
29
Ramalho ORTIGÃO, As Farpas, vol. XI e XV, Lisboa, Fluminense/Clássica, 1871-1882.
30
Ramalho ORTIGÃO, in Revista Ilustrada, Ano 2.º (31 de Mar. de 1891), Lisboa.
31
António NOBRE, 1980, Só, Mem Martins, Europa-América (1.ª ed. Paris, Léon Vanier,
1892).
32
Teófilo BRAGA, As Modernas Ideias na Literatura Portuguesa, Porto, Ernesto Chardron,
1892.
33
Teófilo BRAGA, O Povo Português nos Seus Costumes, Crenças e Tradições, 2 vols., Lisboa,
Livraria Ferreira, 1885.
34
Alberto de OLIVEIRA, Palavras Loucas, Coimbra, França Amado, 1894. Este nacionalismo
de Alberto de Oliveira, no dizer de Rui Ramos (2001, 499), era mais do que uma simples
moda literária, mas toda uma indústria que consistia num «voltar a representar Gil Vicente,
escrever romances regionalistas, exaltar o estilo manuelino, construir “casas portuguesas”
com alpendres e azulejos, mobilar as salas em estilo D. João V e pendurar nas paredes tape-
tes de Arraiolos e quadros de José Malhoa, com cenas populares».
35
J. Gutiérrez BURÓN, Exposiciones nacionales de pintura en España en el siglo XIX [texto poli-
copiado], Tesis doctoral en Historia del Arte, presentada a la Universidad Complutense de
Madrid, Madrid, Editorial de la Universidad Complutense, 1987, pp. 41-46.
36
S. A., «Sociedade Nacional de Bellas Artes. A quinta exposição», in O Século, ano 25, (15
de Abr. de 1905), 8367, Lisboa, p. 1. O texto sobre a exposição prolongar-se-ia durante os
dias 16 a 19, e 22 de Abril.
37
João CHAGAS, «Malhôa», in O Primeiro de Janeiro, 23 de Abr. de 1905, reproduzido em
Livro da Homenagem ao Grande Pintor José Malhoa, Lisboa, SNBA, 1928, pp. 59-61.
38
«O campo da Estremadura portuguesa, [...] ninguém mais íntimamente do que Malhôa o
conhece, ninguém mais profundamente o ama, nos seus aspectos pitorescos, nas suas tradi-
147
III ARTE POPULAR, ARTE ERUDITA E MULTICULTURALIDADE
ções, nas suas culturas, e nêsses usos e costumes provinciais [...] desfilam nos quadros dêste
pintor quási todas as fases da vida dos campos e das casas rústicas do coração de Portugal...»
(Ortigão, Abr. de 1906).
39
S. A., «O Pintor Malhôa no Brasil», Illustração Portugueza, 2.ª Série, 11, (7 de Maio de
1906), Lisboa, p. 329.
40
Veja-se José-Augusto FRANÇA, «Raul Lino e a “Casa Portuguesa”», in França, vol. II, 1966,
153-160. No entanto, o problema da procura de um «typo português de casa», surge logo na
década de 90 do século XIX, questão colocada por Gabriel Pereira, Paula Oliveira e
Henrique das Neves. Sobre esta questão, veja-se Pedro Vieira de ALMEIDA e José Manuel
FERNANDES, História da Arte em Portugal. A arquitectura moderna, vol. 14, Lisboa, Publicações
Alfa, 1986, pp. 44-50.
41
Sobre este assunto, consulte-se António SENA, Uma História de Fotografia: Portugal – 1839-
1991, Lisboa, INCM, 1991; e António SENA e Jorge CALADO (dir.), Portugal 1890-1990,
Bruxelas, Fundação Europália Internacional, 1991.
42
Alberto da Veiga Simões (Arganil, 16.12.1888-Paris, 01.12.1954). Diplomata, jornalista,
político, diplomata, historiador e poeta. Colabora em Serões (1909), na Águia (1910-1932) e
no jornal República (1914). Veiga Simões assume o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em
1921 (19 de Out. a 16 de Dez.) durante o governo de Manuel Maria Coelho e Maia Pinto.
Foi membro do Partido Republicano Radical, constituído em 1922. Por volta de 1930-38, é
embaixador em Berlim.
43
Embora esse «carisma» fosse bastante anterior a 1928 (cf. França, 1966, vol. II).
44
Em 1955, Armando de Lucena intitulava o seu artigo sobre Malhoa, para o jornal
O Comércio do Porto, «Malhoa, o pintor da terra portuguesa», mas no qual não dava qual-
quer justificação para este «portuguesismo» (Armando de LUCENA, s.d., «Malhoa, o pintor
da terra portuguesa», in BARRETO, Costa [org.], Estrada Larga, vol. 2, Porto, Porto Editora,
1959, pp. 251-254).
45
Veja-se como, ao contrário do que sucedia em 1917, este «fatalismo» era já aceite como
uma característica tipicamente portuguesa. Artur PORTELA, «A morte de Malhoa», in O No-
tícias Ilustrado, ano 6.º, 282, (5 de Nov. de 1933), Lisboa, 1933, p. 11.
46
Manuel de Sousa PINTO, Últimos Anos de Malhoa, Caldas da Rainha, Tip. Caldense
(Confer. na Assoc. de Socorros Mútuos Rainha D. Leonor, em 28 de Abr. de 1934).
47
Veja-se José-Augusto FRANÇA, Malhoa, o Português dos Portugueses & Columbano, o
Português sem Portugueses, Lisboa, Bertrand Editora, 1987.
48
José-Augusto FRANÇA, «Malhoa, 1955», in BARRETO, Costa (org.), Estrada Larga, vol. 2,
Porto, Porto Editora, s.d. [1959], pp. 242-244 (artigo publicado em O Comércio do Porto, a 10
de Mai. de 1955).
49
De facto, muitos dos lisboetas da altura vinham da província ou frequentavam a província,
e as famílias de alta estirpe possuíam parentes e propriedades fora da cidade, mas o mesmo
se passava com a maioria dos empregados do comércio da capital, como os polícias, operá-
rios e criadas de servir (Ramos, 2001, 515).
50
E o mesmo se passava em Espanha, onde idênticos termos e argumentos, eram usados
para caracterizar os pintores daquele país, desde os preceitos de verdade, realismo, do «pintor
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