8º Ano 1 Sem LP Correção
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ATIVIDADES
Texto I
Crônica
A Crônica é um tipo de texto narrativo curto, geralmente produzido para meios de
comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui
uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do
cotidiano.
Características da crônica
Por tratar de assuntos cotidianos e factuais, a crônica tem “vida curta”. O assunto em pauta hoje não será
o mesmo de amanhã, aspecto similar ao jornalismo, visto que ambas buscam inspiração nos acontecimentos
do dia a dia.
Com uma linguagem simples, a crônica relata de forma diferenciada as ocorrências, seja de forma
artística, em tom crítico ou com humor.
Veja suas principais características:
É escrita em textos curtos;
Possui linguagem despojada e simples;
Narra situações do cotidiano;
Visa prender a atenção do leitor.
A Velha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na
lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou
desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A
velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora
leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no
odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta
para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado,
ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba,
dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal
mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal
examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela
levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando
pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs.
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a
ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os
dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.
Stanislaw Ponte Preta
Disponível em: https://pt.slideshare.net/suzyclay7/a-velha-contrabandista-52222171 Acesso em: 20 de mar.de 2020.
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01. “- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. A frase destacada é uma
03. Na frase” - O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha. verifica-se o predomínio da
linguagem
07. O texto fala sobre fronteiras e alfândega. Explique o significado das duas palavras:
08. - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora
leva nesse saco? Na sua opinião o policial tratou a senhora com respeito? De que forma ele poderia tê-la
abordado de forma mais respeitosa?
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola
do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro.
Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
3
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os garotos dizem hoje em dia
quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de
alguma coisa.
- Como é que liga? - perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente
outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
- O quê?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola.
- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada, não.
O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola
nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Baú, em que times de
monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que
tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava
ganhando da máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola
no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
- Filho, olha.
O garoto disse "Legal" mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou,
tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução
fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.
Disponível em: http://gtdcronicas2009.blogspot.com/2009/09/cronica-5-bola.html Acesso em 23 de mar. de 2020.
9As crianças já nem ligam para as brincadeiras do passado, elas estão mais interessadas nas inovações
tecnológicas.
1O pai e o garoto
11 Indiferente, ele disse legal, só para não magoar o pai
12 Resposta pessoal
4
13 Resposta pessoal
14Tinha coordenação e raciocínio rápido
15 Ele escreve sobre um fato cotidiano (de um pai que dá um presente ao filho), mas faz uma reflexão
sobre a situação, expondo o seu ponto de vista e fazendo com que o leitor também reflita sobre o texto.