(DOWNLOAD) Apostila para Dirigentes - Parte 2

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Curso Códigos e Segredos de Umbanda | Por Alan Barbieri e Adérito Simões

Como ser um bom líder e formar futuras lideranças



O medo de errar e a ganância pela perfeição surgem gradualmente, a cada novo par de
olhos curiosos e cheios de brilho direcionados para si. Como a tentar constantemente
atingir as expectativas depositadas em seus ombros, o dirigente tende a construir em sua
própria cabeça o modelo ideal de comportamento com base nas opiniões dos detentores
dos tais olhos e a segui-lo tão fielmente que, aos poucos, torna-se inflexível em relação às
faltas de seus médiuns, companheiros de religião, familiares etc. O tempo que deveria ser
gasto com questões relevantes ao trabalho mediúnico se transforma em oportunidades para
pregar a impecabilidade máxima que, como numa ditadura silenciosa, tem de ser alcançada
por todos. É o momento em que o ego grita aos quatro ventos enquanto a espiritualidade
tenta sussurrar aos ouvidos tampados.

O outro lado da moeda, apesar de possuir o mesmo ponto de partida e processo do
parágrafo anterior, tem como consequência a auto-anulação completa diante das vontades,
achismos e imposições da comunidade. Um líder que perde a autoconfiança também perde
a autoestima, capacidade de convencimento e a fé no que faz num período tão curto que
raramente sequer nota sua própria queda até que seja tarde demais para voltar atrás.
Eventualmente será um fantoche controlado por indivíduos de má índole e sorriso doce que
desejam aproveitar-se de tal vulnerabilidade para usurpar o cargo ou adquirir vantagens.

Escolher ser um porta-voz da espiritualidade requer capacitação tanto ritualística quanto
emocional para que, face-a-face com as intempéries, a insegurança não vença o senso de
dever e justiça. Com cilindros graduados, buretas e pipetas cada medida mínima de
quantidade de emoção deve ser medida a fim de que jamais falte ou exceda o limite
durante a convivência social. O conceito leigo que santifica as ações do homem por conta
de seu papel religioso em nenhum tempo tem relevância para a dinâmica administrativa de
um terreiro porque os problemas presentes na realidade física invariavelmente serão
solucionados através de alternativas presentes na realidade física.

Ainda em relação ao exagero, há indispensabilidade de atenção no que diz respeito aos
comportamentos controversos e pensamentos de legitimidade duvidosa expostos ao
demais filhos de santo de maneira ditatorial, rude ou indubitavelmente desnecessária.
Exemplo: promoção de ideias racistas, xenofóbicas, homofóbicas, machistas, ligadas a
partidos políticos, ideologias pessoais etc. Um terreiro jamais pode ser visto como “palco
em potencial” para conversão de seguidores, debates ou condenação do próximo; a casa
de Deus tem de ser tratada como tal. O compromisso que o pai de santo firma com seus
discípulos não lhe dá o direito de os enxergar como objetos prontos para doutrinação.

Por trás da preparação de futuros bons sucessores estão excelentes mestres que ensinam
as filosofias da Umbanda com respeito, amor, devoção e pé no chão. Nenhum

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representante do Divino aprendeu sozinho ou adivinhou a forma certa de trilhar o caminho


da missão sacerdotal; nenhum aprendiz se encontrará sem as referências de seu dirigente.
Seja para o seu aluno o melhor do professor que ele terá o prazer de conhecer.



Erros comuns cometidos por dirigentes

Optar por privar os filhos de santo de adquirir conhecimento e respostas aos seus
questionamentos, mesmo dentro da própria casa, é dar um passo após o outro em direção
ao vale infinito do retrocesso. Estamos há séculos de distância da Idade Média e é
esperado, portanto, postura mais adequada dos líderes religiosos do que a dominação
teocrática através da ignorância e inocência de fiéis. Sem dúvidas a Umbanda não seria
palco de tantos espetáculos absurdos se todos os envolvidos obtivessem a oportunidade
de aprender os fundamentos da religião em vez de engenhosamente tentar adivinhar e
inventar explicações para os eventos mediúnicos.

Contudo ofertar livros, cursos, apostilas e palestras tendo como propósito isentar-se de
parte do compromisso selado com os discípulos acarretará num trabalho mediúnico
mecânico, exageradamente padronizado, indiferente e efetivamente desanimador para o
consulente. Nas palavras rebuscadas e bem polidas dos textos é impossível encontrar a
emoção do encontro coração-a-coração ou a solução perfeita para os problemas da
sociedade; o dirigente espiritual sabe disso e é dever dele explanar aos restantes que estão
sob sua tutela. Médiuns, assim como crianças, costumam tentar abraçar com seus braços
curtos a população mundial e se frustrar com facilidade ao constatar que sozinhos em
nenhum tempo conseguirão fazer mais do que o comum; por este motivo demandam que o
pai de santo seja aquele a pegar-lhes as mãos e ensinar a forma correta de gentilmente
aconchegar a tal população. 

Outra perspectiva a ser posta em discussão é a conduta do líder frente aos ex-médiuns:
por qualquer razão que seja, é estritamente vetada a exposição negativa de aspectos
pessoais ou espirituais daquele que optou por se desligar da corrente permanentemente; o
injuriado, por sua vez, terá total direito a registrar um Boletim de Ocorrência contra os
praticantes da difamação ou injúria independente da estrutura religiosa (Exemplo: O “Guia”
disse que fulana era X, Y e Z) caso a própria aconteça. O terreiro não está acima da lei dos
homens; ameaças, agressões, humilhações e demais formas de subjugação do ser
humano serão punidas severamente pelas autoridades competentes pois, afinal, espíritos
de luz são manifestações de Deus e os de baixa vibração somente possuem aqueles que
já estão nas trevas.

A distorção de valores e conceitos teóricos é inerente aos “mestres” que ambicionam

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manipular as massas e instalar uma ditadura em suas casas, entretanto definir como
errada, mentirosa e/ou fantasiosa toda e qualquer prática divergente daquela conhecida
pela maioria - afora as extremas - é tão antiético quanto tentar recrutar filhos de santo por
intermédio de motivações fulas: coroa supostamente “invertida”, Orixás em disputa pela
cabeça do médium, Pombagira de frente a atrapalhar os relacionamentos amorosos. A
trapaça atrai tanto vítimas ludibriadas pela incerteza quanto trapaceiros ainda mais
espertos e maléficos do que o próprio mentiroso sem escrúpulos.

A fé - e somente ela - tem de mover o corpo em direção ao que a alma já deseja desde o
primeiro momento de vida. Do contrário, nada é além de uma ilusão que, aos poucos,
definhará até que nada mais reste. 



Sucessão e herança de terreiro

Um dos piores problemas que podemos encontrar dentro da história da Umbanda é a
sucessão e a herança de terreiro. Grandes e lindos trabalhos de Umbanda foram
encerrados porque a sucessão não foi programada, bem como muitos filhos de santo não
tinham o preparo necessário para assumir o cargo. Neste ponto, o momento é agora porque
a morte não marca hora. Se um pai de santo não tem alguém que possa lhe suceder agora,
hoje, neste momento, o terreiro pode estar em risco. Se não há sequer a preparação de
alguém para esta sucessão, o terreiro tem data marcada para acabar. Uma tradição não
deveria morrer assim.

Prepara o sucessor é simples. Basta passar aos filhos de santo os ensinamentos da
tradição de forma organizada. Contudo, para isso é preciso confiar nas pessoas e também
entender que estas pessoas podem nos trair ou decepcionar. Faz parte da vida e é o risco
que todo aquele que presta a caridade está sujeito. A traição ou a decepção é um custo
muito baixo perto da morte de uma tradição. Seguindo neste ponto, ensinar não é elaborar
cursos e ministrar palestras. Ensinar é responder questionamento, pois, queira ou não, a
resposta virá de nossas próprias bocas ou por meio de outro filho de fé ou de outro pai de
santo. Muitos filhos me procuram para saber o significado de seus sonhos, dos elementos
e outras questões que seus pais de santo poderiam responder. Quando eu pergunto o que
os pais de santo disseram sobre afirmam, em sua maioria, que o pai nada explica ou que
não tem tempo para explicações. Mentira ou não, há filhos que querem aprender e irão
aprender com ou sem a nossa permissão. Aprender o certo ou o errado dependerá apenas
de nós mesmos.

Além de ensinar, a sucessão do terreiro exige a compreensão de tradição. Não basta abrir
um novo terreiro e sim, propagar a tradição deste próprio terreiro. Não desejamos viver em


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um mundo em que só exista Umbanda Sagrada, Umbanda Esotérica, Umbanda Popular,


Umbanda X, Y ou Z. Desejamos viver em mundo que as pessoas tenham a liberdade de
indicar sua história por meio de seus ritos e manter o sentido de unidade através da
manifestação plural de Umbanda. Como sempre dizemos; se é para ter uma só Umbanda,
então, que seja a que eu pratico e aquela que eu acredito. Obviamente, a discussão
termina nesta frase porque ninguém quer uma só Umbanda. A pessoa deseja que a sua
Umbanda seja a única. Tradição é uma forma única de enxergar o mundo como, por
exemplo, quais são as sete linhas de Umbanda? Cada tradição trará uma resposta
diferente. Uma tradição tem sua própria ética, ou seja, como devemos nos comportar
diante de certas situações? A tradição dirá. A tradição dirá também se os assuntos do
terreiro devem se estender para fora do mesmo ou não. Há pais e mães de santo que
dizem: “Não quero saber o que você faz daquela porta para fora. Aqui dentro é assim”.
Outros pais e mães dizem: “Você é umbandista onde for e tudo o que você fizer reflete aqui
dentro”.

No que se refere à sucessão de um terreiro, conforme falado em vídeo-aula, há um fator
que deve ser de conhecimento desde já; nem todos os envolvidos irão gostar da presença
do novo dirigente. Muitos sairão porque o novo trará algo novo inevitavelmente. Mesmo que
os ritos sejam os mesmos e tudo permaneça como era antes, a pessoa que manda mudou
e assim, já causa desconforto. Os mais velhos não permitirão serem tratados como
subordinados por alguém mais novo ou que antes era igual a eles. Os mais novos dirão que
não houve o preparo correto. Um agravante é inserido quando o sucessor traz novas
convicções, o que é mais habitual. Alguém novo passa a dirigir o terreiro de forma nova,
com novos ritos e visão de mundo. Então, a cisão ocorrerá de forma mais evidente.
Somente o tempo e a insistência trarão o equilíbrio de pessoas, ideias e energia. Os
primeiros meses serão um inferno na terra para todos os envolvidos. Contudo, e os
preceitos de amor ao próximo e compreensão das pedras no caminho forem absorvidos
pelos envolvidos, tudo ocorrerá bem. Mais fácil ainda será se o próprio dirigente já
antecipou sua passagem de bastão e, em vida, realizou a transmissão da tradição. De
qualquer modo, ao falecer, tudo voltará a ser questionado. O líder original e formador
daquele terreiro nunca será substituído.

Por fim, temos que a herança e a sucessão de um terreiro deve levar em consideração a
permanência ou não de entidades chefes do terreiro. O terreiro de minha avó de santo,
Tenda Santa Rita, possui até os dias de hoje a presença habitual do Caboclo Sete
Estrelas, que trabalhava com Pai Durval, já falecido. Pelo menos uma vez ao ano, há uma
gira em que o Caboclo Sete Estrelas, caboclo fundador da Tenda Santa Rita, incorpora na
mãe Imaculada e participa da festa em seu nome. Também neste quesito, algumas
entidades são herdadas de forma involuntária pelos médiuns e, em outras situações, os
pais ou mães de santo transmitem em vida a mediunidade referente à uma entidade.
Exemplo é o do Pai Rubens Saraceni que transmitiu o Caboclo da Lua em vida ao seu
sucessor para retornar ao interior do país, escrever os seus livros e retornar para abrir o

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Colégio de Umbanda. Isto é totalmente legítimo, já ocorreu e continuará a acontecer porque


assim determinou a espiritualidade maior. 



Como promover e realizar estudos entre médiuns

Estudar não é somente sentar em uma cadeira e ficar escutando uma pessoa falar. Este é
um método dentre muitos outros. Temos grupos de estudos, temos aulas expositivas,
temos aulas online e assim por diante.

Como começar? Tirando meia-hora de seu dia para organizar os assuntos. Está sem
tempo? Tudo bem, colocamos no final do texto um modelo para você fazer o seu. Um
plano de ensino para você se organizar. Cada assunto do plano de ensino segue as suas
próprias convicções. Você pode e deve falar o que entende sobre cada tema sem medo de
expor que não sabe responder as perguntas de quem está ali assistindo sua exposição.
Ninguém sabe tudo e nunca saberá. A Umbanda é um saco sem fundo. Quanto mais
estudamos mais descobrimos que muito mais ainda está para ser descoberto.

Qual a regularidade dos estudos? Você que decide. Porém, no mínimo, mensal e com uma
hora de exposição de conteúdo mais trinta minutos de perguntas. Está muito complicado?
Não consegue falar em público? Faça só para você no espelho ou somente para seus filhos
de santo que estão interessados. Não divulgue. Faça só pelo aprendizado. Quanto mais
damos aula mais aprendemos sobre o assunto. Seu eu sei expor algo é porque sei sobre
esse algo.

Ainda não está bom? Tudo bem. Você pode organizar dias em que você irá falar sobre sua
história, uma ideia genial do Pai Alan Barbieri. Sente-se na frente de seus filhos de santo e
conte sua história na Umbanda. Será a melhor aula de todas. Dali será possível entender a
tradição de seu terreiro, os valores envolvidos e criará a sensação de pertencer a um
grupo, algo essencial para formação de um terreiro sólido.

Ainda não? Tudo bem. Vamos aos grupos de estudo. Escolha um assunto, peça para todos
estudarem, reúnam-se e cada um falará sobre sua parte e você será o mediador do assunto
organizando as discussões e pontuando quando necessário.

Por fim, podemos indicar as aulas oferecidas pelas entidades por meio de sua presença em
dias determinados e fechados aos filhos de santo para fazerem suas perguntas
diretamente.
Bom, temos vários métodos, temos uma lista de aulas logo abaixo. Agora, só falta
começar. Axé!

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Plano de ensino citado em aula



1. Dados de identificação

Instituição: Templo Sete Montanhas do Brasil

Curso: Teologia de Umbanda

Ministrante: - ADÉRITO SERAFIM SIMÕES FRANÇA, sacerdote de Umbanda do Templo
Sete Montanhas do Brasil, Mago do Fogo, Raios e Anjos pelo Mago Iniciador Paulo
Ludogero, advogado, bacharel em Direito pela Unisanta, pós-graduado “lato sensu” em
Direito e Processo do Trabalho pela Escola Superior de Advocacia - Unidade Santos;

Ano: 

Mês de início: 

Carga Horária: 45 aulas


2. Ementa
Introdução ao estudo da religião Umbanda. Diferenças entre Umbanda, Candomblé e
Espiritismo. Escolas umbandistas e suas lideranças. 


3. Objetivo geral da disciplina
Entregar ao aluno a bagagem teórica necessária à compreensão da religião Umbanda.


4. Habilidades requeridas e comportamento esperado
- O curso é livre. Não há pré-requisitos;

- Requer disciplina no estudo, interesse, atenção e participação;

- Capacidade de compreensão de textos e debates levando em consideração o bom senso
e a civilidade.

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5. Conteúdo programático

1. Aula 1: Apresentação
1.1. O que esperar deste curso; 
1.2. Jornada mediúnica do ministrante; 
1.3. Os novos umbandistas e a revolução religiosa; 
1.4. O estudo e a prática estão interligados;
1.5. Princípio da descrença;1.6. Como estudar e compreender umbanda;
1.7. Apresentação da bibliografia básica;
1.8. Início do estudo: umbanda é religião.

2. Aula 2: Diferenças e semelhanças entre Umbanda e Candomblé
2.1.

3. Aula 3: Diferenças e semelhanças entre Umbanda e Espiritismo
3.1. 

4. Aula 4: Umbanda, Quimbanda e a palavra Umbanda
4.1. 

5. Aula 5: Conceito de religião e de seus agentes
5.1. Religare, religere etc.
5.2. Sacerdote. Teoria da liderança. Sentimento de pertencimento. 

6. Aula 6: História e histórias da Umbanda

7. Aula 7: Escolas umbandistas
7.1. Existe uma certa para cada pessoa;
7.2. Templos familiares, fraternais e coorporativos;

8. Aula 8: Mediunidade e desenvolvimento

9. Aula 9: Mediunidade de incorporação
9.1. Incorporação consciente, semiconsciente e inconsciente;
9.2. Irradiação, animismo e mistificação

10. Aula 10: Teoria criacionista umbandista

11. Aula 11: Orixá de frente, adjunto e ancestral

12. Aula 12: Firmeza e assentamento


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13. Aula 13: Instrumentos litúrgicos


13.1. Guias, colares, tiaras, pulseiras, anéis
13.2. Cocar, fumo, bebida.

14. Aula 14: Oferendas umbandistas

15. Aula 15: As 7 linhas de Umbanda
15.1. Por fim, apresentação do conceito dos sete sentidos da vida

16. Aula 16: Oxalá e Logunan

17. Aula 17: Oxum e Oxumarê

18. Aula 18: Oxóssi e Obá

19. Aula 19: Xangô e Iansã

20. Aula 20: Ogum e Oroiná

21. Aula 21: Obaluaê e Nanã

22. Aula 22: Iemanjá eOomolu

23. Aula 23: Mistérios da esquerda: Exu e Pombagira de trabalho
23.1. Introdução ao tema;
23.2. Exu guardião;
23.3. Exunização dos espíritos;
23.4. Nomes simbólicos;
23.5. Linhas transitórias;
23.6. Arquétipo e manifestações;
23.7. Chefe de linha, chefe de falange e exu de trabalho;
23.8. Por que lado esquerdo?
23.9. Hora grande;
23.10. Ponto de força geral;

24. Aula 24: Exu de trabalho
24.1. Marafo; 
24.2. Charuto; 
24.3. Capa e cartola; 
24.4. Garfo de exu; 
24.5. Sexualidade;

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1.1. O que fazer com uma oferenda na porta de casa;


1.2. Exu está cobrando trabalhar;
1.3. Roupa branca ou preta/vermelha;
1.4. Exu está de frente e sua vida está indo para trás;
1.5. Exu está lhe traído porque tem uma pombagira de frente;

25. Aula 25: Orixá Exu
25.1. Origem na umbanda sagrada;
25.2. Função;
25.3. Aspectos de exu na cultura ioruba;
25.4. Exu e o diabo;

26. Aula 26: Orixá Pombagira na Umbanda

27. Aula 27: Orixá Exu Mirim na Umbanda

28. Aula 28: Oferendas e assentamentos
28.1. Oferendas;
28.2. Firmezas e assentamentos;
28.3. Demonstrações práticas. Oferenda. Tronqueira.
28.4. As guias: cores, composição, uso cruzado na esquerda e na direita;

29. Aula 29: Linhas de trabalho na umbanda

30. Aula 30: Caboclos

31. Aula 31: Pretos-Velhos

32. Aula 32: Crianças

33. Aula 33: Boiadeiros, marinheiros, baianos e ciganos

34. Aula 34: O papel do sacerdote e do médium umbandista

35. Aula 35: Daqui em diante, o que desejar e o que ficou para trás. Eu falo muito,
então, aulas que não consegui abordar antes.

Estratégias de ensino
- Aulas presenciais com auxílio áudio visual;
- Perguntas livres durante a execução da aula, bem como através das mídias sociais;
- Vídeos complementares postados no canal do youtube do ministrante ().

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Sistema de avaliação
Não há sistema de avaliação.

Bibliografia básica 

Bibliografia complementar
LINARES, Ronaldo. Iniciação à Umbanda. São Paulo: ed. Madras, 6ª edição, 2008.
SARACENI, Rubens. Livro de Exu: O mistério revelado. São Paulo, Madras, 5ª ed, 2010.
SARACENI, Rubens. Orixá Exu: fundamentação do mistério: Exu na Umbanda. São Paulo:
Madras, 2011.
LOPES, Nei. Novo dicionário Banto do Brasil. Rio de Janeiro, Pallas, 2003.
MENDONÇA, Evandro. Exu e seus assentamentos. São Paulo, Anubis, 2012.
NETO, Francisco Rivas. Escolas das religiões afro-brasileiras: tradição oral e diversidade.
São Paulo: Arché Editora, 2012.
PEDRO, Domitilde Aparecida. Umbanda: rituais de amaci com oferendas e orações. São
Paulo: Madras, 2012, p.45.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, 591 p.
SANTOS, Juana Elbein dos. Os Nago e a morte: Pade, Asese e o culto Egun na Bahia.
14ªed. Petrópolis: Vozes, 2012.
SARACENI, Rubens. Doutrina e teologia de Umbanda Sagrada. São Paulo, Madras, 2014.
SARACENI, Rubens. Formulário de consagrações umbandistas: livro de fundamentos. São
Paulo, Madras, 2ª ed, 2009.
SARACENI, Rubens. Fundamentos doutrinários de Umbanda. São Paulo, Madras, 2012.
SARACENI, Rubens. Rituais umbandistas: oferendas, firmezas e assentamentos. São
Paulo: Madras, 2013, p. 13s.
SARACENI, Rubens. Tratado geral de Umbanda. São Paulo, Madras, 2012.
SILVA, W. W. da Matta e. Segredos da magia de umbanda e quimbanda. 5ª ed. São Paulo:
Ícone, 2001.
TRINDADE, Diamantino Fernandes. Você sabe o que é Macumba? Você sabe o que é
Exu? 1ª ed. São Paulo: Ícone, 2013.

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Falsos moralismos cometidos por dirigentes



Enquanto o pai de santo for o ponto de referência do terreiro não há como o próprio esperar
que seus seguidores tenham um posicionamento divergente de si mesmo diante das
obrigações. Da mesma maneira que um espelho eles irão reproduzir tanto os bons quanto
os maus hábitos e em nenhum momento deveriam ser repreendidos por tal - embora sejam
- porque estão apenas dando forma física aos erros implícitos do representante majoritário.
Impor à comunidade de santo que as regras sejam seguidas, entretanto as quebrar na
primeira chance disponível é tão inconsistente quanto acreditar veemente que é possível
dirigir um templo umbandista com a premissa “faça o que eu digo, mas não faça o que eu
faço”.

Na ocasião em que a sensação de perfeição sobe à cabeça de um líder religioso sua
percepção sobre a vida e realidade é deteriorada em tão alto grau que todos ao seu redor
aparentam serem insuficientes, fracos e covardes demais para enfrentar seus próprios
problemas. Nenhum feito de superação impressiona esse indivíduo pois, em sua mente, os
outros ainda estão a engatinhar em direção à linha de chegada do aprendizado enquanto ele
até mesmo deu piruetas e cambalhotas em torno dela. Sua habilidade em ser inalcançável
decerto desestimulará a corrente mediúnica a dedicar-se ao crescimento pessoal e à
evolução espiritual dado que em nenhum momento de sua trajetória será incentivada a ser
mais do que figurante no teatro do “inigualável sacerdote que apenas não ascendeu aos
céus por não ser sua hora”. Reconhecer as virtudes e fraquezas do próximo é infinitamente
mais importante do que apontar o dedo e exclamar: “você é medíocre por não saber agir
como eu ajo!”

De nada adianta um dirigente que enfeita-se com sorrisos bonitos, camisa impecavelmente
alinhada, calça branca como papel e filá brilhante no dia de gira para impressionar a
assistência porém trata seus filhos como seres inferiores dignos de pena. A Umbanda
carece de membros dispostos a se doarem por completo e a fecharem os olhos e
tamparem os ouvidos para os achismos de quem nenhuma relevância tem para o trabalho
mediúnico. “Pais de santo de vitrine” agregam somente ao ego, à vaidade excessiva, ao
deslumbramento sem precedentes, à falta de empatia e aos demais substantivos
semelhantes que, curiosamente, concordam em número, gênero e grau com os planos
ardilosos dos engenhosos espíritos de baixa vibração.

É-se crucial evidenciar que acima da lei dos homens está a encarregada da aplicação
certeira da justiça de Xangô: A Lei Divina. Ainda que o sacerdote clame inocência, tente
justificar suas ações para o mundo e o convença de suas ideias, é impossível a realizar a
mesma façanha quando em relação às forças de Deus que, desapontadas e lamentosas,
tudo presenciaram sem jamais interferir. Ao passo em que as faltas propositais são
cometidas, as energias do bem se afastam e as obscuras se aproximam pois o campo

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energético do sujeito atrai frequências análogas às que está vibrando no momento.



É possível reverter esse estado do corpo, alma e mente, contudo todo mal feito tem de ser
reparado seja nesta vida ou numa próxima.






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