O documento descreve alguns elementos utilizados em rituais da Umbanda, incluindo a pemba, o azeite de dendê e a farinha, que substituem diferentes tipos de "sangue" e são oferecidos aos Orixás. Velas, cores, sons, lua e sol também possuem significados espirituais nestes rituais.
O documento descreve alguns elementos utilizados em rituais da Umbanda, incluindo a pemba, o azeite de dendê e a farinha, que substituem diferentes tipos de "sangue" e são oferecidos aos Orixás. Velas, cores, sons, lua e sol também possuem significados espirituais nestes rituais.
O documento descreve alguns elementos utilizados em rituais da Umbanda, incluindo a pemba, o azeite de dendê e a farinha, que substituem diferentes tipos de "sangue" e são oferecidos aos Orixás. Velas, cores, sons, lua e sol também possuem significados espirituais nestes rituais.
O documento descreve alguns elementos utilizados em rituais da Umbanda, incluindo a pemba, o azeite de dendê e a farinha, que substituem diferentes tipos de "sangue" e são oferecidos aos Orixás. Velas, cores, sons, lua e sol também possuem significados espirituais nestes rituais.
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OS ELEMENTOS
FORMADORES NA UMBANDA
Ary Elias Aboud-Dutra
A pemba (efun), cujo pó é um dos mais poderosos veículos de axé, desenha pontos invocando falanges e entidades à semelhança dos jejes ou budistas no outro extremo do mundo. Pela pemba ralada com outras substâncias, fabrica-se os famosos pós usados pela magia africana com os mais diferentes e curiosos fins, assoprados nos ambientes, ralados sobre líquidos ou alimentos, em banhos, contudo muito pouco conhecidas outras utilizações pela Umbanda, limitando-se a usá-la somente para riscar-se pontos ou raspá- las sobre imagens, já que trata-se também de uma das formas de sangue branco, funfun na Natureza, um dos substitutos do sangue animal em nossos rituais. Talvez com a aproximação da Umbanda ao Candomblé em muitos estados brasileiros (onde não houve intercâmbio cultural entre ambos), ou quiçá a leitura sistemática, comparativa, de seus caciques permitindo aprendizado, aumente as possibilidades do uso da pemba em nossos terreiros. Ary Elias Aboud-Dutra O azeite-de-dendê (epô) é praticamente indispensável em todos os rituais afro-brasileiros, como sangue vermelho na Natureza (ejé pupo) propondo-se a substituir o sangue animal ao ser vertido sobre oferendas, imagens, nos cruzamentos. O azeite, de um modo geral, é um elemento quente, dinâmico, fertilizante, guardando em si características purificatórias repetidas no rito do batismo, na unção dos reis ao serem coroados (I. Samuel, 16:13; Isaías, 11:2), fazendo uma ligação aos planos mais superiores da existência. O dendê, azeite de origem africana, é susbstância compatível aos Orixás guerreiros, “de frente”, permitindo ativar seu axé direcionando-o no atendimento aos nossos pedidos. À Oxalá, substitui-se o dendê (quizila desse Orixá) por manteiga de karité ou ori (òrí).
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A farinha (iyéfun), em todas as civilizações agrega em si todos os alimentos por ser básica em todas as mesas nos quatro cantos do globo. Traz em si a classificação de sangue preto da Natureza (ejé dudu), não importando sua procedência se feita de mandioca, trigo, milho, arroz, apesar das preferências de algumas entidades que afirmam haver diferenças entre elas. Muito usada, misturada a outros ingredientes, como alimento a vários Orixás. Incluiríamos aqui o inhame, espécie de raiz semelhante à mandioca, da importância que damos ao trigo para o africano.
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O fumo (áasâa) em rolo ou na forma de charutos (ou cigarros) são usados por nossas entidades sem tragar sua fumaça, assoprando-a sobre o consulente. Essa prática tem relação igual a um passe de sopro, contendo em si o axé do guia, do médium, fluidos benfeitores extraídos dos reinos da Natureza e plano espiritual num todo, transmutando sua essência na planta volatilizada pela sua queima. Segundo Ivan H. Costa, o fumo entregue em oferenda à Exu (Orixá) provocaria sua restituição ao plano físico, ao solicitante, de todas as melhores coisas já entregues a ele em oferendas. O fumo em rolo é entregue a vários Orixás e Caboclos ligados às matas, principalmente.
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O fogo é muito empregado em rituais ligados ao Povo Cigano, apresentando-se também na chama das velas. Elemento, nos mitos, de Xangô saindo de sua cabeça, expelido por Exu, presente na forja de Ogum. Purificador como a água, permite, através do manuseio de nossas entidades, elevar ao campo astral os pedidos escritos em papéis, queimados em chamas. Com a pólvora, ambos provocam a destruição de formas astrais negativas produzidas por pensamentos daninhos ou baixa feitiçaria, expulsando espíritos obsessores que queixam-se de “dores, ferimentos” causados pela sua queima. Nossos Exus, até mesmo pela densidade de seus perispíritos, trabalham com fogo dizendo controlar seus efeitos, mas jamais com pólvora pelas razões apresentadas.
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O obi e o orobô, poucos usados na Umbanda, são muito oferecidos a todos os Orixás, sendo o primeiro mais usado em adivinhação no Candomblé. Sabe-se que substituem o sangue animal com perfeição. Carvão ou cinzas, considerados sangues pretos da Natureza, prestam-se como excelentes meios de absorção de fluidos pesados dos ambientes. Geralmente aconselhado seu uso pelos Pretos-Velhos, devem ser colocados alguns pedaços flutuando em um copo de água. Quando afundam, já estarão saturados de maus fluidos. Flores são oferecidas a todos os Orixás, como uma das oferendas mais delicadas, mais apreciadas pelas entidades, sempre com fins benéficos.
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As velas, tão desprezadas às vezes pela imponência de algumas oferendas são, na verdade, as melhores ofertas aos Orixás. Pequenos focos de energia quando queimadas, são absorvidas pelas entidades e elementais cuja sintonia também traduz-se em suas cores, outro elemento importante em magia. Esotéricos afirmam que há nela uma oferta de cada um dos quatro elementos: ar (ar quente em torno da chama), fogo (chama), água (parafina liqüefeita), terra (parafina sólida). Em Umbanda, não usamos velas pretas em nossos trabalhos, com exceção àquelas entregues para homenagear a Linha de Exu e, ainda, de conformidade com as exigências da entidade.
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As cores e os sons são freqüências pelas quais entramos em contato com determinadas falanges, invocando-as, concentrando sua energia em objetos pelo uso da cor (sintonia). O conhecimento delas é um dos requisitos mais importantes dentro da magia universal.
A Lua e o Sol imantam a terra com sua energia permanentemente,
exigindo que haja conhecimento de como aumentar o potencial energético das oferendas (respeitando-se certas fases lunares e horas do dia) em sua feitura; hora de “entrega” delas nos reinos, conforme o Orixá venerado; horário e período para coleta de ervas; execução de rituais; tempo para incorporação de entidades (mais problemática a Linha de Exus, como já vimos antes).
O sino, a sineta em todo o mundo, em todas as civilizações, imitam a
freqüência de sons das falanges superiores provocando, a nível etérico, o contato, a chamada delas ao nosso mundo físico, exercendo, por isso, a criação de um ambiente puro, limpo, afastando a presença de espíritos inferiores. Os guizos ou os pequenos sinos amarrados ao corpo em tornozeleiras, nas pulseiras ou pelo chocoalhar delas na Índia, entre ciganos, no budismo, na África, podendo-se dizer unânime em qualquer lugar do mundo, são conhecidas como instrumento mágico para contatar com o mundo dos mortos, atraindo-lhe as benesses. Ary Elias Aboud-Dutra A pimenta-da-costa (ataré) exerce uma ação reativante em vários trabalhos, normalmente relacionados ao Orixá Exu ou sua Linha na Umbanda. Na falta dessa pimenta, algumas vezes podemos substitui- la pela malagueta (verde) ou pela variedade dedo-de-moça (vermelha, grande).
O uso do mel puro (ôym), de modo contrário à pimenta ou o azeite-
de-dendê, exerce uma ação calmante, suavizante, e raras vezes misturados na mesma oferenda. Alguns Orixás aceitam-no como material compatível, outros são provocados por ele. Os Orixás que aceitam-no, são: Oxalá (pouco), Iemanjá, Oxum, algumas vezes (dependendo do “trabalho”) Iansã, Oxóssi e suas caboclas, Ossãe.
O sal é muito conhecido em toda a magia afro-brasileira, com diversos
fins. Misturado à água do banho é um dos melhores veículos de “descarrego” (na verdade, é reativante), indo também como tempero para alguns Orixás (para outros, é quizila substituindo-o por mel ou dendê apenas). Em algumas magias aparece também como elemento conservante, mantenedor.
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Os ovos são excelentes substitutos do sacrifício animal em muitos trabalhos, respeitando-se o número de elementos conforme o Orixá (ou entidade) a recebê-lo.
As folhas são o instrumento mais importante em todos os cultos afro-
brasileiros, sedimentado pela frase: Kosi ewé, kosi Orisá (“Sem folha, não há Orixá”) repetida em um sem-número de trabalhos, por vários autores. Para o Candomblé e Cultos de Nação sem haver o mieró, o abô, é impossível a feitura de um Orixá mesmo que haja o mais belo quatro-pés para sua feitura. Quando bem conhecidas em seu aspecto litúrgico, medicinal, venenoso pelo sacerdote, permite a abertura quase infinita de possibilidades mágicas como misturadas ao pó de pemba e assopradas na direção (alvo) desejado; bebidas, ingeridas nos alimentos em forma de pó, chás, ervas piladas, queimadas ou secas; envolvendo “trabalhos” ou oferendas; esfregadas sobre objetos; misturadas ao sabão, usadas em banho; em infusão no álcool podendo ser bebidas, postas em oferendas, esfregadas sobre a pele; como tempero em alimentos a ser consumidos durante rituais favorecendo-lhe os resultados; atiradas ao chão dos terreiros para garantir-lhes a proteção em certos trabalhos e rituais, ou mesmo postas sobre as portas, paredes. Eis alguns poucos exemplos de sua aplicação. Ary Elias Aboud-Dutra REFERÊNCIAS:
UMBANDA : SÍNTESE DE MAGIA UNIVERSAL. MÍRIAM DE OXALÁ