Noprep SGV 01B - Fadiga de Voo
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COMANDO DA AERONÁUTICA
COMANDO DE PREPARO
PUBLICAÇÃO GRAU DE SIGILO EMISSÃO VALIDADE
NOPREP/SGV/01B OSTENSIVO 15/06/2020 PERMANENTE
ASSUNTO
FADIGA DE VOO
ANEXOS
Anexo A – Jornadas de voo
Anexo B – Rotina diária das tripulações SAR, DA, TROV e Evacuação Aeromédica
DISTRIBUIÇÃO
COMAE, COMPREP e OM subordinadas
1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
1.1 OBJETIVO
1.2 ÂMBITO
1.3 RESPONSABILIDADE
1.4 CONCEITUAÇÕES
2 DISPOSIÇÕES GERAIS
2.1.1 A fadiga é um estado de exaustão mental e/ou física que reduz a capacidade de uma
pessoa realizar um trabalho de maneira segura e eficaz, assim como o estado de alerta, o que
pode levar os tripulantes a cometerem erros que engatilhem eventos catastróficos
(AUSTRÁLIA, 2013, apud BRASIL, 2019).
2.1.2 Os agentes estressores podem ser provocados pelas características específicas do voo ou
carga de trabalho, que associados à sobrecarga autoprovocada, como o uso de
medicamentos sem supervisão médica, a ingestão de bebida alcoólica, o tabagismo, a falta ou
excesso de atividade física, hábitos de sono irregulares, hábitos alimentares inadequados,
aceleram o processo de fadiga.
2/9 NOPREP/SGV/01B
2.1.4 A desregulação do ritmo circadiano pode causar problemas como ansiedade, sonolência
diurna, depressão, queda do rendimento no trabalho, queda do nível de atenção levando a
maior propensão a acidentes e transtornos de humor.
2.1.5 Períodos prolongados de vigília produzem lapsos de atenção, assim como tempos de
reação mais lentos, associados a um desempenho ruim. Os tripulantes privados de sono, por
um período de 24h, perdem aproximadamente 25% a 30% de sua capacidade útil mental.
3 LIMITES GERAIS
3.1 As jornadas de voo e demais parâmetros para planejamento das missões estão
estabelecidos por Aviação, conforme anexo A.
3.2 A jornada de voo se inicia com o pré-voo ou brifim, o que ocorrer primeiro, e termina
no corte dos motores após o último voo.
3.3 Período mínimo e contínuo de descanso antes de iniciar uma jornada de voo: 10h.
3.4 Será considerado descanso o período em que o militar não esteja realizando atividade
de expediente ou atividade aérea. Os tempos gastos com deslocamento para o local de
descanso e trabalho não estão incluídos nesse período.
3.5 Caso o tripulante realize alguma atividade de expediente anterior ao início da jornada
de voo, o tempo decorrido, a partir do momento que o militar se apresentar no local de
trabalho, será incorporado ao tempo total para a jornada de voo.
3.7 A jornada de voo deverá ser diminuída em 30min, para cada hora computada de
trabalho, no período entre 00h00min e 06h00min (horário local de partida). Ainda, para cada
hora voada efetivamente com NVG equivalerá a 2h de voo para cômputo de jornada.
Equivalência de horas
Período Tempo Sem NVG Com NVG
06h01min às 23h59min 01h00min 01h00min 02h00min
00h00min às 06h00min 01h00min 01h30min 02h30min
3.9 O limite diário para instrução local são dois voos com duração máxima de 2h cada ou
três voos com duração máxima de 45min cada.
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3.11 Nas missões com duração igual ou superior a cinco dias, quando forem ultrapassados
85% do limite da jornada contínua de voo, deverão ser empregadas duas tripulações simples.
Caso não seja possível empregar duas tripulações, após o 5º dia, deverá ser coordenado um
descanso de 24h.
3.12 A jornada máxima de voo poderá ser utilizada por até dois dias consecutivos, com um
intervalo de 24h de descanso para o início de nova jornada de voo.
3.13 Aos períodos mínimos de descanso deverão ser acrescidos 01h30min para cada fuso
horário transposto, sempre que houver a transposição de três ou mais fusos horários em um
mesmo sentido (leste ou oeste).
3.16 Quando uma missão planejada exigir o cumprimento de uma jornada de voo maior do
que a estabelecida para uma tripulação simples, deverão ser incluídos tripulantes extras. O
número desses tripulantes será o mínimo necessário para se compor uma tripulação composta
ou de revezamento, de modo a possibilitar que nenhum tripulante ultrapasse a jornada
prevista.
1
Ver conceituação na CLP/NOPREP/SGV.
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3.17 O tripulante que atingir seu limite de estresse, por consciência própria, deverá se
dirigir ao seu Comandante, ao Oficial de Operações ou ao Comandante da Aeronave, e
solicitar o afastamento da próxima jornada, ou da missão seguinte.
3.19 A jornada máxima de voo será utilizada somente em casos excepcionais, mediante
autorização do Comandante do respectivo Comando Operacional ao qual está adjudicado,
desde que não venha a comprometer a segurança de voo.
4.2 A jornada de voo se inicia com o pré-voo ou brifim, o que ocorrer primeiro, e termina
no corte dos motores após o último voo.
4.3 Período mínimo e contínuo de descanso antes de iniciar o serviço em sede: 10h.
4.4 O período “B” do sobreaviso é considerado como descanso, caso o militar não esteja
realizando atividade de expediente ou atividade aérea.
4.5 Durante o cumprimento de uma missão fora de sede ou em período “B”, a tripulação
poderá iniciar uma nova jornada de voo, desde que tenha cumprido, no mínimo, 8h contínuas
de descanso, excluindo os deslocamentos para o local de descanso e trabalho.
4.7 A jornada de voo não será diminuída em 30min, para cada hora computada de trabalho,
no período entre 00h00min e 06h00min. Entretanto, para cada hora voada efetivamente com
NVG equivalerá a 2h de voo para cômputo de jornada.
4.8 Nas missões com duração igual ou superior a sete dias, quando forem ultrapassados
85% do limite da jornada contínua de voo, deverão ser empregadas duas tripulações simples.
Caso não seja possível empregar duas tripulações, após o 7º dia, deverá ser coordenado um
descanso de 24h.
4.9 A jornada máxima de voo poderá ser utilizada por até dois dias consecutivos, com um
intervalo de 24h de descanso para o início de nova jornada de voo.
4.10 Tendo em vista a imprevisibilidade das missões de busca, deverá ser escalado, sempre
que possível, tripulantes extras para formar uma tripulação de revezamento ou composta.
5 DISPOSIÇÕES FINAIS
5.1 O Comando Operacional ao qual a aeronave está adjudicada deverá ser informado
imediatamente sempre que algum limite previsto nesta Norma possa ser ultrapassado durante
a missão.
REFERÊNCIAS
AUSTRALIA. Civil Aviation Advisory Publications (CAAP), Fatigue management for flight
crew members. CAAP 48-01 v2.0, 2017.
________. Guide for managing the risk of fatigue at work. Safe Work, Austrália, 2013.
BRASIL. Comando da Aeronáutica. Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira. DCA 1-1.
[Brasília], 2012.
________. Comando da Aeronáutica. Glossário da Aeronáutica: MCA 10-4. [Brasília], 2001.
________. Comando da Aeronáutica. Manual de Abreviaturas, Siglas e Símbolos da
Aeronáutica: MCA 10-3. [Brasília], 2003.
_______. Comando da Aeronáutica. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos. Gestão da Segurança de Voo na Aviação Brasileira: NSCA 3-3. [Brasília],
2013.
_______. Comando da Aeronáutica. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos. Investigação de Ocorrências Aeronáuticas com aeronaves militares: NSCA 3-
6. [Brasília], 2013.
_______. Comando da Aeronáutica. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos. Manual de Investigação do SIPAER: MCA 3-6. [Brasília], 2017.
_______. Comando da Aeronáutica. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos. Manual de Prevenção do SIPAER: MCA 3-3. [Brasília], 2012.
_______. Comando da Aeronáutica. Instituto de Medicina Aeroespacial. Relatório do Grupo
de Trabalho de Fadiga de Voo. [Brasília], 2019.
CNFH. Guia de investigação da fadiga humana em ocorrências aeronáuticas. [Brasília],
2020.
ESTADOS UNIDOS. Air Force. USAF. Flying operations: general flight rules. Air Force
Instruction AFI 11-202V3 ACC 2017. Washington, DC, 2017.
KANASHIRO, R. G. Jornada de voo na aviação de transporte e a prevenção da fadiga. R.
Conex. SIPAER, v. 4, n. 2, 2013.
MARTINEZ, D.; LENZ, M. C. S.; MENNA-BARRETO, L. Diagnóstico dos transtornos do
sono relacionados ao ritmo circadiano. In: J. bras. pneumol., vol.34, 2008.
TEMPORAL W. Medicina Aeroespacial. Rio de Janeiro: Editora Luzes, 2005.
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1 AVIAÇÃO DE CAÇA
Limites
Jornada Jornada
Anv Tripulação Contínua Máxima Descanso após limite da jornada máxima (h)
de Voo (h) de Voo (h)
TODAS Simples 12 14 12
Limites
Jornada Jornada
Anv Tripulação Contínua Máxima Descanso após limite da jornada máxima (h)
de Voo (h) de Voo (h)
Simples 13 14 12
H-36
Composta 14 15 12
Simples 12 14 12
AH-2, H-50, H-60
Composta 13 15 12
Limites
Jornada Jornada
Anv Tripulação Contínua Máxima Descanso após limite da jornada máxima (h)
de Voo (h) de Voo (h)
R-35, R-98 Simples 12 14 12
E-99, R-99 Simples 14 16 13
RA-1 Simples 12 14 12
4 AVIAÇÃO DE PATRULHA
Limites
Jornada Jornada
Anv Tripulação Contínua Máxima Descanso após limite da jornada máxima (h)
de Voo (h) de Voo (h)
Simples 12 14 12
P-95
Composta 14 16 12
Simples 14 16 13
P-3 Composta 16 18 13
Revezamento 18 20 14
Limites
Jornada Jornada
Anv Tripulação Contínua Máxima Descanso após limite da jornada máxima (h)
de Voo (h) de Voo (h)
C-95 e C-98 Simples 12 14 12
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Composta 14 14 12
U-55/100, C-97 e Simples 14 16 13
C-99 Composta 16 18 13
Simples 14 16 13
S/C 105 Composta 16 18 13
Revezamento 19 22 14
Simples 15 16 13
K/C-130 e K/C-
Composta 17 19 13
390
Revezamento 20 24 14
Simples 16 18 13
C-767 Composta 19 21 14
Revezamento 22 24 14
5.1 Reabastecimento em Voo: efetuar até 6h de voo ininterruptas, dentro do período de REVO
(PREVO).
5.2 Assalto Aeroterrestre (treinamento no circuito de tráfego): efetuar até 4h de voo
ininterruptas ou 8h alternadas, com pelo menos 2h de intervalo entre os voos.
Limites
Jornada Jornada
Anv Tripulação Contínua Máxima Descanso após limite da jornada máxima (h)
de Voo (h) de Voo (h)
RQ-450, RQ-900,
NA 14 16 13
HERON
6.1 Controlador Tático (CT), Piloto Interno (PI) ou Operador de Equipamentos Especiais
(OE) em missão com radar SAR: efetuar até 4h de voo ininterruptas ou 10h alternadas, com
pelo menos 2h de intervalo entre os voos.
6.2 Operador de Equipamentos Especiais (OE) em missão com payload ótico: efetuar até 3h
de voo ininterruptas ou 8h alternadas, com pelo menos 2h de intervalo entre os voos.
6.3 Piloto Externo (PE): permanecer na posição, no máximo, 2h no período diurno e
01h30min no período noturno.
7 TEMPO DE PRÉ-VOO
AERONAVES TEMPO
C-95/ P-95/ C-98/ H-36/ H-60L 1 hora
C-97/ C-99/ SC-105/ C-105/ C-130/ KC-390/ C-767/ P-3/ U-55/ U-100 2 horas
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Anexo B – Rotina diária das tripulações SAR, DA, Transporte de Órgãos Vitais (TROV)
e Evacuação Aeromédica
TROCA DA
AERONAVES INÍCIO DO EXPEDIENTE
TRIPULAÇÃO
H-36, H-60L,
C-95, C-97, C-99,
13h 13h
SC-105, C-130, U-55, U-100