O Que Eu Vi O Que Nós Veremos
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O Que Eu Vi O Que Nós Veremos - Alberto Santos-dumont
ALBERTO SANTOS-DUMONT
O QUE EU VI
O QUE NÓS VEREMOS
TEXTO INTEGRAL
Obra em domínio público e autoria do Patrono da Aviação,
Alberto Santos-Dumont, cuja primeira edição data de 1918.
Apresentação, reedição segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, notas e resumo biográfico:
THIAGO GUAGLIARDO KLOHN
Formado em Letras pela Universidade de Caxias do Sul
Copiloto de Linha Aérea e Piloto Comercial de Helicóptero.
Brasília
2016
Obra em Domínio Público.
Editor
Thiago Guagliardo Klohn
Capa e projeto gráfico
Thiago Guagliardo Klohn
Fotografia da capa e contracapa
Autoria não identificada
Image2Figura2Clube de Autores Publicações S/A
Rua Otto Boehm, 48, Sala 08, América, Joinville – SC
https://www.clubedeautores.com.br/
INTRODUÇÃO
Esta reedição é um resgate dos feitos e inventos memoráveis de Alberto Santos-Dumont, o construtor e condutor do primeiro dirigível totalmente operacional do mundo e, também, o primeiro ser humano a alçar voo com um aparelho mais pesado que o ar – por isso, devidamente homenageado como o Pai da Aviação
. A esse respeito, lembro-me de uma das visitas que fiz ao Museu da RAF (Royal Air Force), em Londres, ocasião em que, acompanhado de um dos meus irmãos, observava um monumento, ali, erigido a Santos-Dumont, reconhecendo ter sido ele o primeiro no mundo a voar com um avião. Nisso, um senhor que trabalhava no museu se dirigiu até nós e perguntou o que sabíamos a respeito de Santos-Dumont, ao que lhe contamos alguns de seus feitos, inclusive sobre o voo do 14-bis. Ele, então, deduziu que éramos brasileiros e recomendou que tirássemos uma foto do monumento, pois, no ano seguinte, seria substituído por um que daria o posto de patrono da aviação
aos irmãos Wright. Sim, infelizmente, a História, em sua vertente principal, é constantemente adulterada e reescrita pelos poderosos, visando seus próprios interesses.
Caro leitor, espero que esta Obra, interessantíssima em conteúdo e estilo, e de autoria do próprio Santos-Dumont, não apenas lhe faça flutuar deliciosamente na imaginação, mas lhe inspire a acreditar em seus sonhos pessoais, a ousar torná-los reais e a criar, sem objetivos mesquinhos, um mundo melhor.
T. G. Klohn
ALBERTO SANTOS-DUMONT
BIOGRAFIA E OBRA
Alberto Santos-Dumont, filho de Francisca de Paula Santos e Henrique Dumont, nasceu em 20 de julho de 1873, na Fazenda Cabangu, na cidade de Palmira, Estado de Minas Gerais – município que hoje leva o seu nome. Não se casou, nem deixou descendentes. Alberto possuía sete irmãos, sendo ele o sexto filho. Acometido de esclerose múltipla, suicidou-se em 23 de julho de 1932, aos 59 anos de idade em Guarujá, Estado de São Paulo.
Santos-Dumont passou a maior parte da sua infância no Sítio Cascavel, em Ribeirão Preto – SP e, em 1897, aos 24 anos mudou-se para Paris, a fim de estudar Física, Química, Eletricidade e tudo mais que envolvesse o universo da mecânica onde seu pai acreditava estar o futuro do mundo.
Santos-Dumont, aeronauta, inventor, construtor de aeronaves e escritor, aos 7 anos de idade já guiava locomóveis na fazenda de seu pai; aos 12 anos conduzia locomotivas na linha férrea na mesma propriedade; em 1898 construiu seu primeiro balão esférico, o Brasil, e o seu primeiro dirigível, o Nº 1; em 1901 provou ser possível a navegabilidade dos dirigíveis ao contornar a Torre Eiffel e ganhar o Prêmio Deutsch; em 1906 decolou pela primeira vez no mundo com uma aeronave mais pesada que o ar, o 14-bis e ganhou o Prêmio Archdeacon. Mas esses não foram os únicos feitos e conquistas do engenhoso e determinado mineiro. Dumont construiu lanchas de corridas, planadores não tripulados (aeromodelos
), desenhou motores a explosão, aperfeiçoou triciclos motorizados, remodelou objetos de sua época (criando o relógio de pulso, por exemplo) e publicou ao mundo e a seus patrícios
duas obras de sua autoria: Dans l'Air (No Ar), cuja primeira edição foi em 1904, em Paris; e O que eu vi o que nós veremos, com primeira edição em 1918, em São Paulo.
A OBRA
O que eu vi o que nós veremos, obra que foi modestamente classificada por seu autor como notas
, trata-se, na realidade, de uma narrativa de caráter biográfico, através da qual Santos-Dumont relata fatos marcantes na sua trajetória enquanto inventor, aeronauta e construtor de aeronaves, além de