Artigo Sobre Escalas de Weschler
Artigo Sobre Escalas de Weschler
Artigo Sobre Escalas de Weschler
Aveiro
C. Fernandes (T) & A. Gomes (TP)
Aula TP nº 6
Escalas de Inteligência
Algumas advertências
- É conveniente reconhecer que ninguém se resume ao seu QI, bem como
conhecer todas as limitações e alcance das medidas de inteligência
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Escalas de Inteligência
Algumas advertências
- Duas pessoas com o mesmo QI têm diferentes capacidades de adaptação
ao meio
Escalas de Inteligência
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As escalas de inteligência de Wechsler
WISC
primeira escala de inteligência de Wechsler a ser adaptada e aferida a Portugal,
por Marques (1969, 1970).
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As escalas de inteligência de Wechsler
WPPSI-R
Wechsler, D. (2003b). Escala de Inteligência de Wechsler para a Idade Pré-
Escolar e Escolar – Edição Revista. Aplicação: idades ~ 3 aos 6 anos
A WISC-III
INTRODUÇÃO
Wechsler concebia a inteligência, não como uma aptidão particular, mas como
um todo, especificamente, como “a capacidade global do indivíduo para actuar
finalizadamente, pensar racionalmente e proceder com eficiência em relação
ao meio” (Wechsler, 1944, cit. in Wechsler, 2003a, p. 2).
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A WISC-III
• Os resultados obtidos numa escala de inteligência representam o sucesso do
ind num det conj de tarefas.
• Os subtestes da WISC-III foram seleccionados de forma a abranger um leque
diversificado de aptidões mentais, procurando desta forma reflectir o
funcionamento intelectual global do indivíduo.
• Os subtestes fazem apelo a várias facetas da inteligência – raciocínio
abstracto, memória, dets capacidades perceptivas (ex.: relações espaciais),
etc. Nenhum subteste reflecte a totalidade dos Cºs inteligentes
• Em termos culturais, tais aptidões são valorizadas em diferentes graus,
surgindo frequentemente associadas a Cºs geral e consensualmente
designados como “inteligentes”
• A concepção de inteligência como um todo não significa que tenha de se
verificar um desenvolvimento homogéneo das capacidades / aptidões que lhe
são inerentes. É comum q um dado suj obtenha, simultaneamente, resultados
elevados e baixos em subtestes distintos.
A WISC-III
• N.B.: Não se pode exigir que o conj de tarefas estandardizadas que
compõem a WISC abranja todos os aspectos relacionados com a inteligência
de um ind. Contudo, pode afirmar-se que a escala inclui aptidões intelectuais
que constituem determinantes essenciais de um Cº inteligente.
• Uma série de outros factores, não intelectuais, exercem influência na
manifestação das aptidões intelectuais, como traços de personalidade,
atitudes e outras características – p.ex, impulsividade, entusiasmo, ansiedade,
persistência, entre muitos outros (influenciam sucesso do ind, quer no teste,
quer na vida quotidiana)
• Na avaliação do QI há que considerar aspectos não intelectuais/cognitivos
como a história de vida do ind. (contexto social e historial médico) ou o
reportório linguístico e cultural.
• Na concepção de inteligência de Wechsler, a aptidão intelectual é apenas um
dos aspectos da inteligência
• => necessidade de distinguir entre resultados dos subtestes e dos QIs, por
um lado, e inteligência, por outro (Wechsler, 2003a, p. 5)
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A WISC-III
SUBESCALAS E SUBTESTES DA WISC-III (Wechsler, 2003a, p 7):
Verbal Realização
4. Semelhanças 3. Código
8. Vocabulário 7. Cubos
13. Labirintos *
* Subteste opcional
** Subteste opcional que só pode substituir subteste Código. Este
subteste surgiu pela primeira vez na WISC-III.
A WISC-III
A partir destes subtestes pode determinar-se:
• QI EC (Escala Completa) subtestes Verbais e subestestes Realização
• QI V (Verbal) resultados obtidos em 5 subestes verbais
• QI R (Realização) resultados em 5 subestes de realização
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A WPPSI-R
Para crianças com idades entre 3 A e 7 A 3 M (cf. Seabra-Santos, 1996)
Versão portuguesa: para idades entre 3 A e 6A 6M
Aplicação individual
Cerca de 1hr30min
A WPPSI-R
SUBESCALAS E SUBTESTES DA WPPSI-R (Seabra-Santos, 1996, p 222-225):
Verbal Realização
8. Vocabulário 7. Labirintos
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Paralelismos entre WISC-III e WPPSI-R
VERBAL REALIZAÇÃO
Figuras geométricas
Escalas de Wechsler
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS PADRONIZADOS (Wechsler, 2003a, p. 28)
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Classificação qualitativa dos níveis de inteligência (escalas de
Wechsler)
Classificação qualitativa
Superior
Média Superior
Média
A WISC-III
UTILIDADE, APLICAÇÃO EM CONTEXTO ESCOLAR
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WPPSI-R
UTILIDADE, APLICAÇÃO EM CONTEXTO ESCOLAR
WPPSI-R
UTILIDADE, APLICAÇÃO EM CONTEXTO ESCOLAR
=> WPPSI-R pode ter interesse quando se pretende tomar det decisões sobre o
futuro escolar de uma criança, nomeadamente nos casos em que se pondera
adiamento ou antecipação da entrada no 1º ano (Seabra-Santos, 1996, p. 238)
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WPPSI-R
UTILIDADE, APLICAÇÃO EM CONTEXTO ESCOLAR
QI verbal:
- habitualmente é um bom preditor do desempenho escolar.
- Reflecte a capacidade verbal e linguística do estudante, mas também a
familiariedade com a linguagem e cultura do país.
- os subtestes da escala verbal incluem muitos itens relacionados com a
educação e a cultura, logo, para um bom desempenho na escala verbal o aluno
necessita de aptidões e conhecimentos que são adquiridos na escola, em casa
e através da exposição à cultura.
(Nicholson e Alcorn, 1994)
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Informação que se pode extrair da WISC-III [/ WPPSI-R]
QI verbal (cont.):
- crianças que não entendam bem a língua, provenientes de outra cultura ou que
não tenham tido educação formal (escolar) ficam em clara desvantagem.
- alunos com problemas auditivos, de fala, ou provenientes de ambientes pouco
estimulantes do ponto de vista verbal, também estão em desvantagem.
Nestes casos, o QI verbal pode não constituir uma boa medida da inteligência da
criança, devendo-se considerar o contexto ambiental e história prévia da criança
para interpretar os resultados; o QI de realização pode, nestas situações,
constituir uma medida mais válida.
(Nicholson e Alcorn, 1994)
QI realização:
- menos relacionado com conteúdos verbais e culturais
- é possível obter-se um QI de realização elevado sem proferir qualquer palavra
- o desempenho nos testes de realização não depende de factores culturais
(nesse sentido, a escala de realização pode constituir uma medida mais justa /
isenta);
- fornece uma estimativa da capacidade fluída (sobretudo testes Cubos; Código;
Pesquisa de Símbolos)
- alunos com problemas verbais, de linguagem ou de outros contextos culturais (≠
amostra aferição) podem obter QI realização superior ao verbal
- pouco (ou nada) relacionado c/ desempenho escolar – pois os itens não avaliam
capacidades habitualmente relacionadas com aprendizagens e tarefas escolares
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Informação que se pode extrair da WISC-III
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Informação que se pode extrair da WISC-III
Um resumo de estudos cits por Albuquerque e Simões (2000) indica que este
índice envolve:
- rapidez cognitiva e motora;
- capacidade de planificação;
- memória visual;
- coordenação visomotora;
- motivação para a realização;
- capacidade de atenção
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WISC-III / WPPSI-R
O que se pode analisar para além dos QIs e dos indicadores
factoriais?
WISC-III / WPPSI-R
O que se pode analisar para além dos QIs e dos indicadores factoriais?
Contudo... N.B.: os resultados dos testes individuais da WPPSI-R não podem ser
encarados como um meio de avaliar aptidões cognitivas específicas com
precisão (pois não foram concebidos para este fim), mas podem ser utilizados (a
par de outras metodologias) como uma forma de gerar hipóteses sobre as
aptidões da criança (Sattler, 1992, cit. por Seabra-Santos, 1996).
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O que medem os subtestes?
Testes verbais
(1) Nicholson e Alcorn (1994); (2) Folha de perfil da WISC (versão espanhola)
(1) Nicholson e Alcorn (1994); (2) Folha de perfil da WISC (versão espanhola)
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O que medem os subtestes?
Testes de realização
• Código: capacidade para aprender material não verbal (1); memória visual
imediata; previsão associativa; rapidez motora (2)
(1) Nicholson e Alcorn (1994); (2) Folha de perfil da WISC (versão espanhola)
(1) Nicholson e Alcorn (1994); (2) Folha de perfil da WISC (versão espanhola)
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APLICAÇÕES EDUCATIVAS PARA
EDUCADORES/PROFESSORES
(contexto escolar)
- em função dos resultados obtidos por uma dada criança nas escalas (QI R; QI V)
e nos vários subtestes, sugere um conjunto de estratégias e actividades
educativas a realizar com a criança , em função do seu padrão individual de
resultados
Contudo, N.B.:
“É impossível estabelecer uma correspondência directa e automática entre det
resultado na WISC-III e uma dada sugestão educativa” (Albuquerque &
Simões, 2000, p. 129).
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Aplicações educativas (cont.)
- Parece não existir nenhum livro similar no que se refere ao uso dos resultados da
WPPSI-R para planificar intervenções e actividades educativas ao nível do
pré-escolar (Seabra-Santos, Março de 2006, Comunicação Pessoal).
Referências (slides):
Albuquerque, C. P. & Simões, M. R. (2000). Escala de InteligÊncia de Wechsler para Crianças-Terceira
edição (WISC-III): Validade dos resultados para a intervenção educativa. Psychologica, 25,
123-141.
Nicholson, C. L., & Alcorn, C. L. (1994). Educational applications of the WISC-III. A handbook of
interpretive strategies and remedial reccommendations. Los Angeles, CA: WPS.
Seabra-Santos, M. J. (1996). A WPPSI-R: sua utilização em contecto escolar. Revista Portuguesa de
Pedagogia, XXX (2), 221-243.
Seabra-Santos, M. J. (1999). A avaliação da inteligência em idade pré-escolar e escolar: relação com as
apreciações dos professores. Revista Portuguesa de Pedagogia, XXXIII (2), 5-22.
Seabra-Santos, M. J. (2000). Avaliação psicológica em idade pré-escolar: O caso da avaliação da
inteligência. Psychologica, 25, 143-162.
Wechsler, D. (2003a). WISC-III. Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças - Terceira Edição.
Manual. Lisboa: CEGOC-TEA.
Wechsler, D. (2003b). WPPSI-R. Escala de Inteligência de Wechsler para a Idade Pré-Escolar e Escolar –
Edição Revista. Manual. Lisboa: CEGOC-TEA.
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