A História Da Docência
A História Da Docência
A História Da Docência
• Gadotti (2006) afirma que ao perceber a possibilidade de conhecer e aprender por meio do ensino, os homens
iniciaram um processo de reflexão (ainda que sem intenção) que os ajudou a sistematizar e difundir os
conhecimentos produzidos e acumulados.
• A prática da educação é muito anterior ao pensamento pedagógico. O pensamento pedagógico surge com a
reflexão sobre a prática da educação, como necessidade de sistematizá-la e organizá-la em função de
determinados fins e objetivos. (GADOTTI, 2006, p. 21).
• Tardif (2002) lembra que, durante muito tempo, a profissão de professor foi vista como algo meramente
vocacional, um ofício com um viés sacerdotal leigo ou mesmo um dom, razão por que era entendida como uma
tarefa relativamente simples, sem a necessidade de maiores aprimoramentos no que diz respeito à formação e ao
adequado exercício profissional. Aliás, nem mesmo status de profissão o magistério tinha.
Afinal, a docência
é ou não é uma
profissão?
O fato de que qualquer sujeito (como
mínimos conhecimentos) se acha
competente para lecionar.
• Na antiguidade, a propósito, até filhos de
prisioneiros se lançavam ao exercício de ensinar
os filhos de seus senhores.
• Até hoje há no Brasil professores sem qualquer
preparo, sem instruções adequadas e sem
formação superior ensinando nas escolas.
• O resultado direto disso, numa forma simples de
dizer, é que “se ensina o que não se sabe”; e o
indireto, é que situações como essa contribuem
para a falta de identidade profissional do
professor.
• Esses poucos fatores são suficientes para
explicar o porquê da polêmica em questão, isto
é, ela tem razão de ser.
Antiguidade
• Os primeiros professores de que se têm conhecimento dominavam a retórica e possuíam
conhecimentos relativos às artes, à música e à política.
• Esses mestres eram responsáveis pela instrução inicial dos filhos de seus senhores por
meio do ensino da leitura, da escrita e da lógica-matemática.
• Ali surgiam as primeiras “lojas de ensinar”. Nas palavras de Brandão (2003, p.40), eis
como se referiam aos professores: “Ali um humilde mestre-escola, reduzido pela miséria
de ensinar ‟leciona as primeiras letras e contas”
Idade Média
• O ensino foi totalmente regido pela igreja, sendo ministrado
pelos padres e clérigos das paróquias, que também não tinham
formação adequada para tal exercício, razão por que muitas
vezes tinham que aprender a ler para exercer o ofício de
professor.
• Com o advento das Reformas Religiosas ocorridas no século
XVI, os ventos começaram a soprar noutras direções, com a
formação das chamadas “corporações de ofício” e das
primeiras universidades.
• As universidades formadas pelos mestres livres e clérigos
vagantes nasceram sob a proteção da Igreja. Eram organizadas
em torno de três campos de ensino: artes liberais, medicina e
jurisprudência. Ali mestres e estudantes reuniam-se com a
finalidade de aprender. (Romanowski2007, p.29).
Escola Laica – Revolução Francesa
• A ideia da criação de escolas destinadas à formação e preparo específico de professores,
voltada para a formação de docentes efetivamente laicos (posteriormente aos jesuítas) está
intimamente ligada à “[...] institucionalização da instrução pública no mundo moderno, ou
seja, à implantação e difusão das ideias liberais de secularização e extensão do ensino
primário a todas as camadas da população” (TANURI, 2000, p. 62).
• Isso tudo foi fortalecido no século XVII, pelo movimento da Revolução Francesa, que
reiterou a concepção de institucionalização de uma educação como função do estado,
materializando a implementação de uma escola pública voltada para a formação de
professores desvinculados da igreja.
Brasil
Vale lembrar que, no Brasil, a luta pela institucionalização do magistério é marcada pela
contribuição massiva e constante de professoras. As mulheres brasileiras tiveram papel
fundamental na construção do ofício de ensinar.
Ainda hoje, o que se vê, num tempo em que deveria se educar na vida e para a vida,
como afirma Imbernón (2011), é que o professor não dispõe de tempo para estudar (a
maioria dos municípios e estados não cumpre o tempo mínimo que deveria ser destinado ao
planejamento, avaliação e à formação profissional, a saber, 33% da carga-horária), os
salários são o fator número um de insatisfação entre os professores; a classe é
suficientemente desorganizada, desarticulada, e até as famílias e a sociedade, de modo
geral, abandonaram este profissional solitário, embora, paradoxalmente, esta ainda seja, no
imaginário coletivo, a profissão redentora da humanidade, a única capaz de provocar
profundas e verdadeiras transformações sociais.
Esteves (1999, p.104), por exemplo, chega a observar que “o julgamento dos
professores tem vindo a generalizar-se [...] A falta de apoio e de reconhecimento social do
seu trabalho é cada vez mais evidente”.
Ensinar não se limita apenas em transferir
conhecimentos, senão também no
desenvolvimento da consciência de um ser
humano inacabado em que o ensinar se
torna um compreender a educação como
uma forma de intervir na realidade da
pessoa e do mundo.
Atividade Formativa 1
Dica: Há um tópico intitulado “A pesquisa sobre o conhecimento dos professores”
1. No artigo, ao autor apresenta um estudo síntese das pesquisas que investigaram os conhecimentos dos professores.
Segundo essas pesquisas, o conhecimento dos professores pode corresponder a:
( ) a) Tudo aquilo que ele aprendeu na faculdade.
( ) b) Suas ideias e representações mentais,
( ) c) Representações mentais, crenças, regras tácitas de ação, argumentos práticos, competências, conhecimentos de ação, etc.
4. Os nomes que aparecem em letras maiúsculas entre parênteses ao longo do texto são referências de outros autores ou
pesquisadores que o autor recorreu para se informar e aprofundar seus conhecimentos. Partindo disso, assinale a alternativa
incorreta.
( ) a) SCHON é o autor que entende que o conhecimento dos professores provém de uma epistemologia da prática.
( ) b) DURAND é o autor que afirma que o conhecimento dos professores não tem nada a ver com o conhecimento teórico.
( ) c) BLACKLER é o autor que afirma que é preciso abordar esses conhecimentos a partir do que os professores fazem, ou
seja, a partir de seu trabalho real.
5. Localize a informação no texto, leia com atenção e assinale a alternativa errada. Pense: “o campo internacional da pesquisa sobre o
conhecimento dos professores passa atualmente por certa estagnação científica porque”:
( ) a) Há uma visão comum do conhecimento profissional próprio aos professores.
( ) b) É muito difícil isolar a questão do conhecimento dos professores das outras dimensões do trabalho docente; é impossível separar
completamente as questões normativas das questões epistemológicas.
( ) c) É impossível separar completamente as questões normativas das questões epistemológicas.
7. Leia com atenção o parágrafo e assinale a alternativa correta. O autor afirma que, para os professores, seus conhecimentos estão
profundamente ancorados em sua experiência de vida no trabalho. Isso quer dizer que:
( ) a) Os professores não utilizam conhecimentos externos provenientes de sua formação.
( ) b) Os professores utilizam conhecimentos externos provenientes de sua formação.
( ) c) Além dos conhecimentos provenientes de sua formação, os professores utilizam o que aprenderam na pesquisa, nos programas ou
outras fontes de conhecimento.