Planejamento Uma Questão...

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

1

Planejamento: responsabilidade, na medida em que a prática pedagógica por ele


elaborada deixa a desejar, pois não atende as reais necessidades do grupo
Uma questão de consciência Pedagógica
Ana Cristina Silva de Oliveira – Prof. UNEB
no qual está inserido. É preciso pensar que essa prática se processa de tal
forma devido a vários fatores, dentre os quais merece destaque a má
formação desse profissional.
Não se faz um projeto só com idéias. É preciso planejar
para tornar o sonho em realidade.
Ana Cristina Nesses termos, a formação profissional do educador se constitui num
problema para a educação, pois fornece técnicas de ensino (receitas), mas
não o conhecimento – construído crítica e reflexivamente – que embasa e
A Educação no Brasil sempre foi excludente e durante toda a sua conscientiza o educador sobre o seu papel sócio-educacional e ético,
História, ouvimos falar de pessoas que não tiveram acesso à escola, umas como pré-requisitos básicos para uma prática pedagógica de qualidade,
por serem negras, outras por serem pobres, outras por serem mulheres que embute em si propostas significativas, atendendo sempre a demanda
(...). No século XX, após a década de 30, essa população de analfabetos do contexto na qual está sendo desenvolvida.
começou entrar em evidência, principalmente por ser considerada uma
das causas do subdesenvolvimento do país. Com o advento da Portanto, falar em educação nos dias de hoje, não pode ser algo
industrialização, e por interesses capitalistas, essas pessoas passaram a imediatista ou que meramente reproduza a prática mecânica e irreal que a
precisar da “escola” para se “capacitarem” na operação das máquinas. escola tem desenvolvido. É preciso pensar num sistema que satisfaça as
necessidades sociais do atual momento sócio-histórico. Os conceitos
Porém, a Escola que sempre existiu foi uma Escola homogênea, com um limitados e metódicos de ensino e aprendizagem, que orientaram as
modelo de professor e de ensino voltados ao “aluno padrão”. Observa-se práticas pedagogicas de décadas passadas não satisfazem ao momento
desde então, um investimento quantitativo na escola, sem considerar a vigente. A educação precisa propiciar espaço de reflexão a respeito do
nova camada social que nela se inseria; sem a preocupação em mundo e da ação de cada homem enquanto sujeito histórico, construtor e
reconstruir uma prática pedagógica que atendesse ao novo contexto – o reconstrutor de seu próprio mundo; uma educação que garante aos
da heterogeneidade. Como conseqüência, muitos até tiveram acesso à sujeitos a conscientização quanto a sua capacidade criativa e inovadora
Escola, mas sem o direito a permanência, outros nem ousaram ingressar de intervenção na realidade: Consciência de si, do outro e do mundo
nesta, gerando elevado índice de analfabetismo. enquanto realidade dinâmica, transformável. E o professor deve ter
consciência de que é elemento primordial desse processo, pois é ele
Atualmente a situação da educação escolar ainda assusta e inquieta, pois quem estrutura e faz acontecer a prática pedagógica. Uma prática que
a escola continua sem atração, sem a preocupaçao coma aprendizagem está sempre em consonância com sua postura, com seus ideais e
significativa do sujeito, pois não consegue atender as reais necessidades princípios e que o faz assumir (ou não) com compromisso e seriedade o
do homem para a vida social, nem desenvolver sua visão de mundo, desafio da mudança.
tampouco preparar-lhe para o exercício da cidadania, conseqüentemente
para o exercício de sua profissão, gerando assim, um novo contingente de É como afirma Paulo Freire (1994):
pessoas analfabetas. Nesse contexto o professor tem sua parcela de
2

“A conscientização não pode existir fora da ‘práxis’,


sem o ato ação-reflexão-ação. Esta unidade dialética é a “didática que investiga as condições e formas que
constitui, de maneira permanente, o modo de ser ou vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais
de transformar o mundo que caracteriza os homens... (sociais, políticos, culturais, psicossociais)
Por isso mesmo a conscientização é um compromisso condicionantes das relações entre docência e
histórico. É também consciência histórica: é inserção aprendizagem... Traduz objetivos sociais e políticos em
crítica na história, implica que os homens assumam o objetivos de ensino, seleciona e organiza os conteúdos e
papel de sujeitos que fazem e refazem o mundo.” métodos e, ao estabelecer as conexões entre ensino e
(Paulo Freire: 1994) aprendizagem, indica princípios e diretrizes que irão
regular a ação didática.” – LIBÂNEO, 1994:52
A construção de uma consciência crítica é tarefa da educação, educação
esta que não se processa apenas na escola, através de uma ação A Didática é a mediadora entre as bases teóricas da educação e a prática
pedagógica sistemática, mas também nas relações sociais que se pedagógica, pois busca dar forma ao conteúdo para que este se
processam no cotidiano. Porém a educação formal, especialmente a concretize; Busca contribuir para definição do trabalho a ser
pública, é responsável pela apreensão da cultura, refletida e mesmo desenvolvido, de modo que o sujeito construa o seu saber com qualidade;
reconstruída através da participação ativa e consciente do cidadão. Além Aponta adequadamente o modo de ensinar e aprender para que esse
disso, é a educação formal que legitima a inserção do cidadão na cidadão tenha êxito e se sinta sujeito de sua aprendizagem.
sociedade letrada. Nesse contexto a prática pedagógica, coordenada pelo professor, é uma
articulação analisada pela Didática, que só ganha significado e garante
Assim, repensar a Educação e a formação do professor é urgente! É mudança se for bem planejada. Daí, na prática, o planejamento de
momento de reflexão. Porém, pensar, refletir essa teia de reconstrução da ensino, enquanto parte integrante do processo educativo, ser alvo de
escola, bem como o papel da escola no corpo social, exige conhecimento constantes indagações, quanto a sua validade como efetivo instrumento
tanto teórico-metodológico, quanto do contexto das mudanças em que de melhoria qualitativa do trabalho do professor, uma vez que não é
estamos inseridos, isto é, não se processa pelo simples querer, nem pode abordada a orientação teórica subjacente ao planejamento. Este tem sido
acontecer de forma desarticulada e improvisada, pois é tarefa complexa, reduzido à representações de “técnicas de elaboração, execução e
que implica um redimensionamento, uma reconstrução de todo o controle de planos de ensino, destituídos de qualquer concepção acerca
processo educativo. da prática pedagógica em geral” (MARTINS, 1995:65)

Nesse contexto, a Didática é fundamental, uma vez que esta é a área do O cotidiano da prática educativa tem evidenciado situações questionáveis
conhecimento que estuda – analítica e reflexivamente – o processo de nesse sentido. E aqui vale algumas indagações: o que é mesmo
ensinar e aprender, para, com embasamento em uma teoria da educação, planejamento? Pra que planejar? Como planejar? Porque há tantas
formular diretrizes orientadoras da prática pedagógica. resistências ao ato de planejar? ...

Segundo José Carlos Libâneo (1994)


3

A situação habitual, no ensino regular, tem mostrado um quadro em que PLANEJAR É


o professor, isoladamente e pressionado pelas exigências burocráticas,
faz/copia um plano anual, semestral ou de unidade para cumprir a risca,
como um pacote fechado de procedimentos. Assim, o Planejamento tem
se constituído no ritual burocrático de elaborar/copiar planos e/ou Levantar a Estabelecer o Organizar a
projetos para os arquivos da escola. Tal situação explicita a grande situação atual que se deseja ação futura
confusão ou mesmo distorção quanto a importância do ato de planejar, mudar
que muitas vezes leva o professor a encarar o planejamento como algo
que atrapalha mais do que ajuda na melhoria da qualidade de ensino.
VASCONCELLOS (1998) salienta que
A FIM DE SE OBTER
planejar é antever uma intervenção na realidade,
visando sua mudança; é antecipar mentalmente uma
ação a ser realizada; é buscar fazer algo incrível,
essencialmente humano: o real ser comandado pelo
ideal... é também se comprometer com a concretização Maior maior exatidão maiores e maximização
daquilo que foi elaborado; [...] é uma mediação eficiência e determinação melhores de esforços
teórico-metodológica para a ação consciente e resultados
intencional (p.40)

Sendo assim, o planejamento tem a finalidade de idealizar e tornar real Observa-se, então, que o planejamento propõe mudança, a partir da
uma ação que mude/melhore a realidade. Assim, é preciso ter bem claro realidade existente, de modo estruturado, consciente e intencional.
que a ação de planejar é imprescindível e aponta para a mudança que se
deseja atingir. Assim, numa prática transformadora, é preciso conceber que, enquanto o
plano e o projeto são produtos, registros, documentos que descrevem a
ação, planejamento é um processo reflexivo de tomada de decisões,
dinâmico, investigativo e contínuo, que envolve a elaboração (ação
mental, reflexiva a partir da realidade); realização interativa
(concretização da mudança); e reelaboração (processo avaliativo, que
indica a reconstrução do processo); Planejar é a própria ação,
Heloisa Lück (1995) evidencia que: primeiramente refletida, pensada; depois executada, posta em prática; e
novamente refletida para ser reconstruída e garantir a
intervenção/transformação desejada para a realidade.
4

“O autêntico processo de planejamento, além da elaboração, traz Analisar estas questões é tarefa que exige, além de muita reflexão,
implícita uma exigência de realização” (Vasconcelos, 1995 p. 43) e competência e compromisso com a transformação da realidade, pois os
indica sempre uma nova construção, o que permite afirmar que planejar é objetivos só têm sentido se se concretizarem, se promoverem as
um ato de movimento constante. mudanças desejadas na realidade. Assim, os objetivos são os indicadores
O que temos visto na escola regular são meros planos copiados de livros, da mudança que determinam em que medidas essa mudança se efetivará,
onde os objetivos estabelecidos apresentam-se desvinculados da e contêm critérios que nortearão a seleção dos demais elementos do
realidade, confusos, além do professor não ter consciência da planejamento. São os objetivos que apontam em que intensidade se
necessidade de atingi-los. Na maioria das vezes se constituem em metas pretende construir o conhecimento e efetivar a mudança, portanto eles
inconscientes, inconsequentes e inconsistentes, díspares dos interesses precisam ser claros, simples (mesmo que profundos) e possíveis de se
concretos da realidade, o que causa desinteresse e, conseqüentemente, efetivar.
evasão em nossas escolas.
Vale salientar que quando falamos de ensino planejado, organizado,
Ao planejar a ação, o professor juntamente com o aluno, buscam garantir direcionado, onde o professor é mediador entre aluno e conhecimento, os
a qualidade da prática pedagógica, contribuindo assim para o êxito de seu conteúdos bem como os objetivos, têm finalidades de aprendizagem
próprio trabalho e desenvolvimento progressivo dos processos mentais efetiva.
de seu alunado, o que sugere dizer que planejar é acreditar na
possibilidade de mudança da realidade. Nesses termos, para compreendermos o verdadeiro significado dos
Portanto, é preciso ter em mente que essa ação visa, primeiramente traçar conteúdos de ensino, é preciso perceber que estes não podem ser
os objetivos, o que significa decidir a aprendizagem resultante do ensino, estáticos, cristalizados, nem desvinculados dos objetivos a serem
significa estabelecer o DESEJO de mudança. Aqui vale salientar que atingidos. Conteúdo não é volume de informações que limita a
desejo é algo que se constrói e se desenvolve com satisfação e prazer, capacidade e habilidade de construir conhecimento.
pois desejo é vontade intensa. Quando se tem desejo, conseqüentemente,
se tem vontade e disposição de torná-lo real. É por isso que a decisão Os conteúdos não podem ser/ter um fim em si mesmos. É interessante
deve ser consciente, articulada com as necessidades do contexto. Ao ressaltar que os objetivos lhes dão direção e estes são os meios para
elaborar objetivos é necessário evidenciar: concretização dos fins usados pelo processo de aprendizagem. Conteúdos
não são só organização do conhecimento, mas extrapolação no campo
 o que se deseja alcançar; desse conhecimento pelas experiências, os quais são selecionados, como
 como se deseja alcançar; um conjunto de habilidades, modos valorativos e atitudes sociais,
 quais são os reais interesses da realidade; organizados pedagógica e didaticamente, tendo em vista a assimilação e
 que tipo de resultados se espera; aplicação pelos alunos na sua vida social.
 em quanto tempo;
 Quais são os recursos disponíveis, etc... Numa ação planejada, os conteúdos devem ser re-significados,
alimentados e atualizados pelas necessidades que surgem ao longo do
processo, observando o que o educando deve saber, o que deve saber
5

fazer e como deve ser. Assim, os conteúdos extrapolam a assimilação de responsabilizado pelas suas construções. Além disso, promovem
conceitos e atinge habilidades procedimentais e atitudinais, que lhe são momentos de reflexão, análises, propiciadores de estímulos para
necessárias no contexto social. Ou seja, além do educando construir desenvolver o pensamento crítico. Para que haja adequação, é necessário
conceitos, compreendendo e explicando a realidade, ele desenvolve a haver conexão/sintonia entre objetivos, conteúdos,
capacidade de saber fazer e atuar para atingir um objetivo traçado. metodologia/procedimentos, recursos e avaliação. Não adianta ter
Segundo Maximiliano Menegolla (1996) para selecionar e organizar objetivos bem definidos, se não se encontrar as formas de colocá-los em
conteúdos, o professor precisa observar critérios que propiciem a prática.
concretização de tais habilidades:
Durante todo o processo do planejamento a avaliação é o elemento da
 a significação: visa atender significativamente às necessidades e prática pedagógica que visa investigar, dinâmica e permanetemente, o
anseios do aluno; processo de ensinar e aprender, destacando as relações entre o foi
 adequação às necessidades sociais e culturais: reflexão em proposto e sua execução: falhas, dificuldades, êxitos e novas
torno dos aspectos sócio-hitóricos; possibilidades. É a avaliação que permite acompanhar o trabalho
 o interesse: manter e desenvolver o interesse do aluno para docente, o rendimento da aprendizagem, o alcance dos objetivos,
concretizar a aprendizagem; constituindo-se assim em um meio de atingir os fins, pois a avaliação dá
 a validade e utilidade: a absorção do conhecimento precisa ter retorno à prática pedagógica. Sendo inerente ao processo educacional, a
validade/ aplicabilidade, pois só percebendo a sua utilidade que avaliação, segundo Jussara Hoffmann, é a “reflexão transformada em
o aluno dará significado à sua aprendizagem; ação”, não podendo portanto, ser estática nem ter caráter sentencivo e
 a possibilidade de reelaboração: permite realizar elaborações e classificatório.
aplicações pessoais a partir daquilo que aprendeu;
 a flexibilidade: os conteúdos não devem ser selecionados como Não existe instrumentos de avaliação capaz, por si só de detectar a
uma decisão definitiva. Precisa contemplar as necessidades que instrumentos diversificados adequados às finalidades a que se destinam
surgem ao longo do processo. para que, conjuntamente, contribuam para uma leitura mais complexa do
processo de aprendizagem dos alunos.
É importante ressaltar que cada conteúdo se aprende de forma diversa,
portanto, o educador precisa assumir uma postura frente ao A atividade avaliativa deve ser intencional e ter sua função social
conhecimento trabalhado e encontrar os meios adequados que propiciem pedagógica clara para alunos e professor. Os momentos específicos da
aos alunos atribuir valor ao saber adquirido. Assim, Os procedimentos e avaliação fazem parte do processo educativo, contribuindo para as
os recursos usados pelo professor precisam ser pensados como decisões em relação à continuidade do trabalho pedagógico. A dicotomia
instrumentos veiculadores do saber que buscam aproximar o aluno da entre avaliação e aprendizagem é, portanto, um grande equívoco.
aprendizagem. Estes, enquanto elementos constituintes do planejamento,
visam atender concretamente as metas e os objetivos traçados, para Assim, o professor precisa ter bem claro que avaliar é determinar se
atingir o conhecimento desejado. É a forma de proceder que seduz o objetivos previstos foram alcançados e em que intensidade. Sendo assim
aluno a envolver-se com a construção do conhecimento e a sentir-se é necessário observar durante todo o processo:
6

 O que e como avaliar; Dinâmica: utiliza diferentes instrumentos e na reflexão de seus


 Porque avaliar; resultados inclui a participação dos alunos e dos envolvidos no
 Que critérios utilizar; processo;
 Quais instrumentos e técnicas utilizar; Investigativa: visa levantar e mapear dados para a compreensão do
 Quais as funções da avaliação; etc. processo de aprendizagem e oferecer subsídios para os
profissionais repensarem sobre a prática pedagógica que
Tais questionamentos instigam à permanente busca e análise dos realizam. Pressupõe interrogações constantes e se revela
resultados obtidos e as inferências destes para o êxito da aprendizagem. como instrumento importante para professores e alunos
Nesses termos, a avaliação busca sempre mediatizar o proposto e sua comprometidos com uma escola de qualidade.
execução, apontando as possibilidades de novas intervenções e
verificando como o conhecimento está sendo assimilado pelo aprendiz e Nessa perspectiva, a avaliação tem por finalidades intervir, modificar e
como este modifica sua compreensão de mundo e eleva sua capacidade melhorar o processo de construção de conhecimento e o professor,
de participar da realidade onde está vivendo. Além disso, a avaliação enquanto articulador da ação de ensinar e aprender precisa:
convida o professor a refletir sempre sobre sua postura e prática.  ter clareza do que será avaliado;
 ser bom observador – com um olhar mais sensível e
Esteban (1998) salienta que: reflexivo;
 avaliar em diversos momentos e dinamicamente;
a avaliação como prática de investigação tem o sentido  dar atenção à diversidade – não homogeneizar;
de romper as barreiras entre os participantes do  conceber a avaliação como um meio para atingir fins e não
processo ensino/aprendizagem e entre os conhecimentos um fim em si mesma;
presentes no contexto escolar... a finalidade é que todos
possam ampliar continuamente os conhecimentos que Nessa articulação e interdependência entre seus elementos, é que se pode
possuem, cada um no seu tempo, por seu caminha, com afirmar que o planejamento é um processo de decisão a ser desenvolvido
seus recursos, com a ajuda do coletivo. Investigando o a partir do memento em que o professor deseje se desafiar e arriscar
processo de ensino/aprendizagem o professor redefine o novas possibilidades de reconstrução da prática pedagógica.
sentido da prática avaliativa”.
Assim, é possível afirmar que o planejamento tem uma importância
Nessa perspectiva, a avaliação deve ser: inigualável para uma prática pedagógica transformadora/inovadora, pois:

Contínua: permanente no processo de aprendizagem,  é um guia de orientação com as intenções pedagógicas


detectando/analisando sempre avanços e dificuldades e explícitas, que permite pensar e repensar constantemente a
possibilidades; prática pedagógica;
 assegura a unidade e coerência do trabalho docente;
7

 segue a uma ordem sequencial lógica que viabiliza o alcance pressupõe incluir-se como pessoa, assumir os riscos da mudança para
dos objetivos; poder desfrutar do prazer de também aprender”.(Rosa Sanrry.1988)
 facilita a preparação e execução das aulas;
 prevê objetivos, conteúdos e procedimentos a partir da
solicitação da realidade;
 Expressa os vínculos entre os posicionamentos filosófico,
político-pedagógico e profissional;
 permite pensar previamente: - No que se pretende alcançar e
em quanto tempo;
 como é possível alcançar o que se pretende;
 quais os recursos necessários e disponíveis;
 o que e como avaliar a situação.

Fica clara a necessidade de dismistificar o planejamento visto como


ritual burocrático e mecânico. É urgente percebê-lo enquanto ato
político-pedagógico, elaborado, executado e reelaborado com a
participação das partes interessadas no processo ensino-aprendizagem:
aluno, professores, administradores e a comunidade, vinculado à
realidade histórico-social.

Faz-se necessário reformular conceitos e repensar a importância do


planejamento na Educação de Jovens e Adultos, dando-lhe novas
dimensões e concretizando o movimento de dinamicidade do ato de
planejar e a percepção de seu papel na construção consciente de uma
proposta de ensino que torne mais satisfatória a aprendizagem, onde o
alfabetizando se torne sujeito ativo, o centro de interesses, para assim,
realmente, a escola cumprir sua função social.

Diante disso é preciso ver o professor como elemento imprescindível na


construção de propostas desde o nível educacional até o de ensino,
propostas estas que se articulem entre si, dinamicamente, atingindo a
democratização e qualificação da educação escolar num ato de ação-
reflexão-ação. Professor esse que perceba que “mudar em educação
8

Bibliografia:

ESTEBAN, Maria Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos


sentidos. Rio de Janeiro: DP&A editora, 1998

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra,


1994.

LÜCK, Heloisa. Planejamento em Orientação Educacional. 7ª ed.


Petrópolis-RJ: Vozes, 1998.

MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática Teórica/Didática Prática: Para


além do confronto. 4ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 1989.

MENEGOLLA, Maximiliano. E SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que


planejar? Como planejar? – Currículo, área e aula. 4ª ed. Petrópolis-RJ:
Vozes, 1996.

RODRIGUES, Neidson. Da mistificação da escola à escola necessária.


São Paulo: Editora Cortez, 1987.

ROSA, Sanrry S. da. Construtivismo e Mudança. 4ª ed. São Paulo:


Cortez, 1988.

VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento, Plano de ensino-


aprendizagem e projeto educativo – Elementos metodológicos para a
elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 1995.

Você também pode gostar