Plano de Salvaguarda Versao Final PDF
Plano de Salvaguarda Versao Final PDF
Plano de Salvaguarda Versao Final PDF
PLANO DE SALVAGUARDA
DO JONGO NO SUDESTE
Rio de Janeiro
14ª Reunião de Articulação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu.
Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 3
1 – MARCO REFERENCIAL.......................................................................................................... 5
2 – DIAGNÓSTICO ................................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................ 47
2
Plano de Salvaguarda do Jongo no Sudeste
APRESENTAÇÃO:
3
participação de instituições parceiras identificadas no inventário. Por outro lado, havia
também, diante do processo organizativo de comunidades jongueiras que participaram
do inventário, a urgência da implementação de ações de salvaguarda.
Esta iniciativa é apresentada no segundo item do documento, por meio da
identificação dos problemas enfrentados pelas comunidades, na forma de um
diagnóstico da situação das comunidades e de um conjunto de estratégias sugeridas e
debatidas durante o Seminário do CNFCP, no ano de 2006.
A seguir, registra-se, desde o início do ano de 2008, a articulação das
comunidades jongueiras do sudeste no âmbito do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu.
O projeto que foi objeto do primeiro convênio firmado entre a Fundação Euclides da
Cunha (FEC), de apoio à universidade, e o IPHAN para a articulação de ações de
salvaguarda no âmbito do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu atendeu diretamente a
32 das 62 recomendações contidas no relatório do Seminário de 2006 e tinha o potencial
de indiretamente atender outras recomendações contidas no referido relatório. Como os
convênios subseqüentes são continuidade do primeiro, têm-se procurado atender, nos
convênios firmados entre as duas instituições para a salvaguarda do Jongo/Caxambu, as
demandas das comunidades.
O Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu 1 configura-se, portanto, mesmo antes
do plano de salvaguarda ser devidamente formalizado, como a primeira parte do Plano
de Salvaguarda do Jongo/Caxambu. Foi a sua criação e o desenvolvimento de suas
ações que permitiram a parceria e o amadurecimento para que este documento fosse
proposto e discutido coletivamente nas Reuniões de Articulação de Lideranças
Jongueiras.
Desta forma, como este documento pretende demonstrar, várias ações
aconteceram antes que o plano de salvaguarda fosse devidamente sistematizado, como é
feito agora, no presente documento.
Pretende-se, com a sistematização e envio deste documento à Coordenação
Geral de Salvaguarda do Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN, que este
Plano de Salvaguarda constitua-se como referência para a política de salvaguarda do
Jongo no Sudeste.
1
As ações deste programa estão propostas na parte final, como a primeira parte do plano de salvaguarda.
4
1 – Marco Referencial:
5
de novos instrumentos legais que ampliassem também as ações do Estado na política de
patrimônio cultural do país.
Em 1997, como resultado da “Carta de Fortaleza”2 produzida no Seminário
Patrimônio Imaterial: estratégias e formas de gestão aprofundou-se o debate em torno
das concepções sobre salvaguarda de bens imateriais e sobre a criação de instrumentos
legais e administrativos de preservação dos bens culturais de natureza imaterial. No ano
seguinte, foram criados a Comissão Interinstitucional para elaborar a proposta de
regulamentação do Registro do Patrimônio Cultural Imaterial e o Grupo de Trabalho
Patrimônio Imaterial (GTPI), que prestava assessoria à Comissão.
Como resultado do trabalho do GTPI e da Comissão destaca-se, no ano de 2000,
a publicação do Decreto n. 3.551 que Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza
Imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro e cria o Programa Nacional
de Patrimônio Imaterial.
Ainda no ano de 2000, foi desenvolvido o instrumento técnico do Inventário
Nacional de Referências Culturais (INRC), metodologia voltada à produção de
conhecimento sobre bens culturais, com o objetivo de subsidiar políticas patrimoniais.
A partir de então, foram produzidos inventários de bens de natureza imaterial que
começaram a gerar registros de patrimônios imateriais no país e, conseqüentemente,
impulsionaram a política de salvaguarda do patrimônio imaterial.
“(...) O decreto, acompanhando discussões internacionais, elevou à categoria
patrimônio os bens culturais de natureza imaterial, como por exemplo,
manifestações musicais, artísticas e religiosas. Dentre os objetivos do decreto
estão a preservação da diversidade étnica e cultural do país, a sua
disseminação para todos os segmentos da sociedade, e a melhoria de vida dos
praticantes do patrimônio cultural imaterial. Tais objetivos do presente
decreto mostram uma preocupação com os detentores dessas práticas e
também um reconhecimento de que esses agentes sociais e culturais
populares nunca foram valorizados. O Programa Nacional de Patrimônio
Imaterial permite que os praticantes de culturas antes negligenciadas utilizem
recursos de órgãos governamentais para a melhoria de vida e inclusão
social.(...)” (ABREU e MATOS, 2008, p. 47)
2
Disponível em http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=268
6
No âmbito do Estado, coube ao Ministério da Cultura (MinC), instituição
responsável pelo patrimônio cultural do país, por meio do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a gestão da política de patrimônio imaterial e a
criação de estrutura para geri-la. Foi assim que em 2004 foi criado o Departamento de
Patrimônio Imaterial (DPI/IPHAN) e a ele foi incorporado o Centro Nacional de
Folclore e Cultura Popular 3 (CNFCP), que até então era vinculado à Fundação Nacional
de Arte (Funarte).
Ao reorientar a política cultural, com o reconhecimento e a valorização dos bens
de natureza imaterial, o Estado brasileiro, por meio de suas instituições, depara-se com
o desafio de dialogar com os detentores dos saberes e práticas culturais, como
preconizam orientações contidas nos documentos legais. Além disso, se vê diante da
exigência de formular políticas que reconheçam as práticas culturais e seus praticantes,
identificando quem são, como vivem e, sobretudo, de quais estratégias lançaram mão
para a manutenção de suas práticas culturais ao longo do tempo.
Esta aproximação dos grupos e da realidade dos mesmos tem se dado por meio da
participação dos detentores do bem inventariado durante o INRC, com mobilização de
comunidades e grupos, que pode levar ao registro da manifestação cultural em questão.
O processo de pesquisa abre o diálogo entre o IPHAN e os detentores do patrimônio
reconhecido e possibilita a identificação de formas de salvaguarda existentes nas
comunidades e nos grupos, assim como a identificação de potenciais estratégias de
salvaguarda.
A tradição de proteção cultural do Estado brasileiro, até então, voltava-se,
primordialmente, para os bens de natureza material, como definido pelo documento
intitulado “Compromisso de Brasília”, de 1970.
“Como se mantém um patrimônio feito por gente?” Talvez, o maior desafio para
a sociedade e para o Estado, no caso da política de salvaguarda de patrimônio imaterial,
seja responder a esta pergunta. Ou, para aprofundar ainda mais o debate, indaga-se:
Como promover ações de salvaguarda do patrimônio imaterial para manifestações da
cultura brasileira praticadas por afro descendentes e/ou indígenas, tendo em vista as
desigualdades sociais e etnicorraciais existentes no país?
3
O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular teve a sua origem na Campanha de Defesa do Folclore
Brasileiro, criada em 1958 e vinculada ao Ministério da Educação e Cultura. Em 1976, a Campanha é
transformada em Instituto Nacional do Folclore, que fica vinculado à Funarte. Em 1997, o Instituto é
transformado em Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, e permanece vinculado à Funarte até
2004, quando passa ao DPI/IPHAN.
7
1.2 – REFLEXÕES SOBRE A SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO IMATERIAL:
8
Dos vinte e três bens registrados como patrimônio cultural do Brasil na primeira
década do século XXI, pode-se seguramente afirmar que dezenove deles4 estão direta ou
indiretamente ligados, seja em suas origens seja por influência ou participação, ao
importante papel que os indígenas, os africanos e seus descendentes desempenharam e
desempenham na cultura brasileira e na construção e manutenção do patrimônio cultural
do país. Trata-se de um tardio reconhecimento da diversidade multicultural da sociedade
brasileira.
Por outro lado, os diagnósticos e os inventários produzidos com os detentores
desses patrimônios em suas comunidades evidenciam as desigualdades existentes entre
os grupos etnicorraciais, em especial, as que atingem as populações indígena e afro-
descendente. No caso do Jongo/Caxambu, esta origem vincula-se à chegada dos
antepassados africanos no sudeste brasileiro.
“O jongo também conhecido pelos nomes de tambu, tambor e caxambu nas comunidades afro-
brasileiras que o praticam, envolve canto, dança e percussão de tambores; por seu intermédio, atualizam-
se crenças nos ancestrais e nos poderes da palavra. O jongo formou-se basicamente a partir da herança
cultural dos negros de língua banto, habitantes do vasto território do antigo Reino do Congo. Trazidos
para o Brasil para trabalhar, como escravos, nas fazendas de café e cana-de-açúcar do Vale do Rio
Paraíba (Região Sudeste), desenvolveram uma forma própria de comunicação. O canto baseado em
provérbios, imagens metafóricas mensagens cifradas permitia fazer a crônica do cotidiano e reverenciar
os antepassados.” (CD ROM - Jongo no Sudeste apud Parecer 001/GI/DPI/Iphan, 2005)
E mais adiante:
“[...] Os atuais jongueiros, são geralmente, descendentes de jongueiros. Vivem em bairros pobres
da cidade, onde são trabalhadores – ativos ou aposentados – e estudantes. Ali se radicaram seus avós e
bisavós no período pós-abolicionista, em zonas intermediárias entre campo e cidade [...] Outros fatores
negativos são a condição duplamente desfavorecida dos conhecedores das danças – como integrantes das
camadas pobres e como negros – e o fato de deterem conhecimento restrito que não é compartilhado pela
vizinhança”. (Dossiê Jongo no Sudeste/IPHAN, v. 5, 2008, p. 20-21)
4
São eles: Ofício das Paneleiras de Goiabeiras; Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi;
Círio de Nossa Senhora de Nazaré; Samba de Roda do Recôncavo Baiano; Modo de Fazer Viola de
Cocho; Ofício das Baianas de Acarajé; Jongo no Sudeste; Cachoeira de Iauaretê – Lugar Sagrado dos
povos indígenas dos Rios Uaupés e Papuri; Frevo; Tambor de Crioula do Maranhão; Matrizes do Samba
no Rio de Janeiro: partido alto, samba de terreiro e samba-enredo; Roda de Capoeira; Ofício dos mestres
de capoeira; O toque dos sinos em Minas Gerais; Ofício de Sineiro; Festa do Divino Espírito Santo de
Pirenópolis; Ritual Yaokwa do Povo Indígena Enawene Nawe; Sistema Agrícola Tradicional do Rio
Negro; Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão.
9
Vive-se, portanto, na política de salvaguarda do patrimônio imaterial, a
contradição entre o reconhecimento das significativas contribuições dos povos de
origem africana e indígena para o que se configura como o conjunto do Patrimônio
Cultural do Brasil e a constatação da desigualdade de acesso às políticas públicas, de
caráter universalista e, igualmente, às políticas focais que incidem sobre o acesso à
educação, à moradia, ao reconhecimento e titulação de terras quilombolas, etc.
Tal constatação não pode deixar de levar em consideração o fato de que a
política de salvaguarda do patrimônio imaterial deve ser concebida como uma política
de garantia de direitos. Isso parece evidente ao próprio legislador quando, nas diretrizes
do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, estabelece que a salvaguarda deve
“promover a inclusão social e a melhoria das condições de vida de produtores e
detentores do patrimônio cultural imaterial.”
Esta orientação não restringe à instituição responsável pela gestão da política
patrimonial, no caso o IPHAN, a promoção e articulação da garantia de todos os direitos
subtraídos de detentores do patrimônio imaterial do país ao longo da história. Mas sim,
reafirma o compromisso desta instituição e demais órgãos do poder público com o
reconhecimento do patrimônio cultural como um direito do povo brasileiro, cuja política
de salvaguarda, de acordo com o que preconiza o Programa Nacional de Patrimônio
Imaterial e todos os documentos nacionais e internacionais que o subsidiam e
corroboram, se inscreve também como possibilidade de garantia de direitos de
cidadania. Nesta concepção, espera-se que ao IPHAN caiba a assunção do seu papel de
articulador e mediador institucional de políticas intersetoriais em nível federal, estadual
e municipal para a garantia de direitos aos detentores e detentoras do patrimônio
cultural de natureza imaterial.
10
aprovada, por unanimidade, a inscrição do Jongo no Sudeste no Livro de Registro das
Formas de Expressão como Patrimônio Cultural do Brasil, o que ocorreu no dia 15 de
dezembro. O mesmo apresentava as seguintes recomendações.
“(...) 1. Necessidade de se elaborar políticas públicas que favoreçam a
eqüidade econômica articulada com a diversidade cultural, em especial
quanto à autodeterminação das comunidades jongueiras. 2. Promover o
aperfeiçoamento de leis de incentivo que facilitem o acesso direto dos
detentores dos saberes às instâncias de patrocínio e financiamento, sobretudo
para a realização dos encontros anuais de jongueiros e o fortalecimento da
Rede de Memória do Jongo; 3. Estimular a interlocução das comunidades
com outras esferas da sociedade, em especial com o poder público, de modo
que aquelas tenham condições favoráveis para que possam controlar, manter
e promover a transmissão dos saberes relacionados ao jongo conforme seus
interesses. 4. Promover a inclusão, valorização e aprofundamento dos temas
relacionados a este bem cultural nas agendas escolares e em programas
educativos, sobretudo nas localidades onde há sua maior incidência, de modo
a se reforçar a percepção do jongo como patrimônio cultural brasileiro.
(Iphan, 2005).
11
manifestação de canto, dança e percussão realizada por comunidades do Sudeste
identificadas como afro-brasileiras que recebia o cobiçado título”.
As autoras também destacam a importância do fato da solicitação do registro ter
sido feita pelas próprias comunidades jongueiras, o que é mencionado por vários autores
na última década e é reconhecido pelo próprio IPHAN como decorrência da articulação
das comunidades nos Encontros de Jongueiros e na Rede de Memória do
Jongo/Caxambu 5:
Pelo parecer final, fica evidente que antes da mobilização das agências
governamentais e em período anterior à própria promulgação do decreto
3.551 de 2000, as comunidades praticantes do jongo já tinham criado canais
de comunicação, visibilidade e fortalecimento coletivo, através, por exemplo,
da Rede de Memória do Jongo e dos Encontros de Jongueiros. Para o Iphan,
“esse processo de mobilização e organização” tornou-se importante prova de
que as comunidades jongueiras tinham consciência de possuir um bem
cultural de grande valor, “um conjunto de saberes ancestrais, testemunhos do
sofrimento, mas também da determinação, criatividade e alegria dos afro-
descendentes.” (p.71)
5
“Houve momentos, em algumas comunidades, que a manutenção do jongo/caxambu se viu ameaçada
pelo falecimento de um mestre que unia as pessoas, por discriminação racial ou perseguição religiosa, ou
dificuldade material. Tais dificuldades fizeram com que jongueiros se unissem, no ano de 1996, no
Noroeste do estado do Rio de Janeiro, em um movimento que ficou conhecido como “Encontro de
Jongueiros”. Durante três anos, o Encontro contou com a participação de apenas três grupos e, desde o
início, com a colaboração de professores e pesquisadores. A partir do quarto Encontro, novos grupos se
juntaram e o Encontro de Jongueiros passou a circular pela região Sudeste, no eixo Rio de Janeiro - São
Paulo. A cada ano, os jongueiros, com seus colaboradores, mobilizavam recursos em suas cidades, para o
custeio de transporte e alimentação para a viagem até o local do Encontro. No ano de 2000, por ocasião
do V Encontro de Jongueiros, em Angra dos Reis, foi iniciado o movimento da Rede de Memória do
Jongo e do Caxambu. Encontros e organização das comunidades jongueiras em Rede fazem parte da
história recente de organização das comunidades jongueiras e o apoio a essas duas ações por parte do
Estado está recomendado no Inventário do Jongo no Sudeste, que fundamentou a solicitação do registro
do Jongo como patrimônio imaterial do Brasil. Os Encontros de Jongueiros deram visibilidade ao Jongo e
permitiram que os jongueiros se reunissem para a troca de saberes, experiências e para a discussão de
seus problemas e necessidades. A Rede de Memória do Jongo e do Caxambu procurou facilitar e
fortalecer a organização das comunidades jongueiras e agregar professores, pesquisadores, ongs,
universidade e demais instituições parceiras. Ela, no entanto, não pôde ser articulada fora do âmbito dos
Encontros de Jongueiros por falta de recursos de suas lideranças para promoverem reuniões. (Monteiro e
Sacramento, 2009).
12
Durante muito tempo, o Jongo não teve nenhuma ajuda, não teve divulgação,
não teve nada e ele persistiu nos fundos de quintais. Sempre quando tinha
uma festa, um aniversário, um batizado, um casamento, em todos os
momentos alegres de nossas vidas, a gente sempre fez a roda de Jongo, por
gostar mesmo. Às vezes, a gente não tinha muito recurso lá no interior, mas a
gente fazia uma panela de canja, uma panela de sopa, e fazia uma roda e lá se
ia pela noite inteira, começava assim pelas sete da noite e chamava todos os
jongueiros da região, que na época eram muitos, (...), e todos chegavam lá,
porque eles gostavam. E assim ia até o outro dia, tipo nove horas da manhã,
um canta, outro canta, e todos gostavam muito. Então, eu acho que é por isso
que o Jongo persiste, ninguém via, ninguém sabia, mas nós estávamos lá,
praticando ele. (...) O que eu quero para o Jongo? Que o Jongo seja
conhecido por todo esse Brasil, que todo mundo saiba o que é o Jongo e que
goste do Jongo. Como eu gosto! (Eva Lúcia, líder do Jongo de Barra do
Piraí/RJ, 2008)
2 – Diagnóstico:
Nos dias 23 e 24 de setembro de 2006, na sede do Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular / CNFCP, no Rio de Janeiro, foi realizada a primeira reunião para
discussão do Plano de Salvaguarda do Jongo no Sudeste. A reunião contou com a
participação de parceiros, consultores, técnicos do CNFCP e com representantes e
lideranças das comunidades jongueiras da cidade do Rio de Janeiro (RJ); de Pinheiral
(RJ); Angra dos Reis (RJ); Valença (RJ); Barra do Piraí (RJ); Santo Antônio de Pádua
(RJ); Quissamã (RJ); Porciúncula (RJ); Miracema (RJ); Piquete (SP); Guaratinguetá
(SP); Lagoinha (SP); São Luís do Paraitinga (SP); São José dos Campos (SP); e São
Mateus (ES).
De forma participativa, com a metodologia de grupos de trabalho compostos por
representantes das comunidades, técnicos, parceiros e consultores, foram identificados
os principais problemas enfrentados pelas comunidades jongueiras e traçadas estratégias
para superação dos mesmos.
13
O diagnóstico, reproduzido no quadro abaixo, é parte do relatório elaborado
como registro do seminário. De acordo com o mesmo, a concepção que embasou esta
primeira iniciativa desenvolvida pelo CNFCP foi a de que uma política pública, voltada
para a salvaguarda das expressões da cultura popular, deve, acima de tudo, garantir
direitos e contribuir para o seu exercício.
O Jongo foi registrado como um Patrimônio Cultural Brasileiro no Livro das Formas de
Expressão pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional / IPHAN, em
novembro de 2005. Em decorrência dessa titulação, com o objetivo de promover a
valorização e o fortalecimento desta prática tão singular e representativa de comunidades
afro-descendentes do sudeste brasileiro, foi dado início ao desenvolvimento de um Plano de
Salvaguarda, por intermédio Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular.
O elemento norteador desta proposta é a compreensão de que uma política pública, voltada
para a Salvaguarda das expressões da cultura popular, deve, acima de tudo, garantir direitos
e contribuir para o seu exercício. Acreditamos que este é um passo importante em direção à
valorização do Jongo e daqueles para quem ele é uma importante referência cultural.
(CNFCP/Plano de Salvaguarda do Jongo/Relatório da primeira reunião com as lideranças e
comunidades jongueiras/Rio de Janeiro, 2006.
PODER PÚBLICO
Dificuldades de relacionamento com o poder público local Parceria direta dos grupos com o IPHAN
Dificuldades nas relações com órgãos governamentais Encaminhar projetos de lei federal, determinando percentuais
orçamentários de estados e municípios para a cultura
Secretarias e prefeituras ignoram o valor do jongo Criar ferramentas de diálogo entre as prefeituras e os grupos.
Diminuir a “sensação de favor” e criar mecanismos de auxílio.
Dificuldades decorrentes da vinculação dos apoios às Criar mecanismos para facilitar o relacionamento com o poder
administrações locais transitórias público local **
Dificuldades decorrentes da canalização dos recursos Criar mecanismos para facilitar as relações com órgãos
federais para grupos via prefeituras governamentais **
Apoio das prefeituras, quando existe, é mínimo (lanche e Fazer documento para as secretarias e prefeituras sobre o valor
ônibus) do jongo **
Equipes do museu visitarem locais das comunidades Buscar continuidade para os projetos e apoios dados pelas
administrações locais **
Criar mecanismos para que os recursos federais sejam
direcionados diretamente para os grupos sem passar pelas
prefeituras **
Ampliar o apoio dado pelas prefeituras, para além do lanche e
ônibus **
14
REGISTRO
Fazer o registro “sair do papel” Governo Federal / IPHAN, encaminhar carta para as prefeituras
notificando registro
Conscientizar as comunidades sobre o registro Conscientizar as comunidades sobre o registro **
Dificuldade das comunidades acompanharem as Criar mecanismos para as comunidades acompanharem as
transformações do jongo transformações do jongo **
DISCRIMINAÇÃO
Igrejas evangélicas proibem festas, tambores, etc Divulgar mecanismos de apoio jurídico às comunidades que
tiverem sido alvo de ações de discriminação (Igrejas
evangélicas proíbem festas, tambores, etc)**
Preconceito contra a prática do jongo; Desenvolvimento de ações educativas nas localidades onde
existem comunidades praticantes do jongo (Preconceito contra a
prática do jongo) **
LIDERANÇAS
Faltam lideranças jongueiras Fomentar intercâmbio de informações e experiências entre os
grupos (jovens lideranças, velhos, crianças)
Jongueiros velhos estão morrendo e os quadros do jongo não Incentivar a formação de lideranças jongueiras nos locais onde
se renovam não existam
Desinteresse dos jovens pelo jongo Fomentar o interesse dos jovens pelo jongo **
MESTRES
Os mestres estão hoje dispersos nos bairros rurais, como Reunir os mestres hoje dispersos nos bairros rurais
reuní-los?
Registrar depoimentos e histórias de mestres antigos ***
Fazer livro sobre os jongueiros velhos ***
Capacitação em áudio-visual das comunidades
MEMÓRIA
Dificuldade das comunidades acompanharem as Museu do Folclore, conservar acervo áudio-visual e assessorar
transformações do jongo construção de centros de memória nas comunidades
Dificuldades para conservação dos acervos de memória dos Criação de bibliotecas com títulos sobre cultura popular e afro
grupos
Dificuldades de reunião dos acervos de memória Produzir cartilha com “pedagogia jongueira”
Falta de materiais audiovisuais e escritos sobre o jongo Criação de material didático do jongo
Instrumentalizar as comunidades (tecnologias, computadores,
artes)
Criar mecanismos para as comunidades acompanharem as
transformações do jongo **
Desenvolver projetos para conservação dos acervos de memória
dos grupos **
Desenvolver proposta para reunião dos acervos de memória **
Produzir materiais audiovisuais e escritos sobre o jongo **
SAÚDE
Problemas de saúde dos jongueiros velhos Identificar os mestres atualmente com problemas nas
comunidades ***
Dificuldades de acesso à infra-estrutura médica Criar condições de acesso facilitando para os mestres com
problemas de saúde junto às prefeituras ***
Dificuldades Financeiras
Pobreza e falta de recursos das comunidades Bolsas vitalícias para mestres
Mestres passam por dificuldades financeiras Desenvolver parcerias com instituições que realizem projetos de
apoio para grupos se apresentarem ***
15
TRANSPORTE
Falta de transporte para os grupos se apresentarem Tentar parcerias com empresas de transporte para conseguir
apoio para os grupos se apresentarem ***
EDITAIS E PROJETOS
Dificuldades de elaborar e escrever projetos para patrocínios Comunidades mais capacitadas podem ensinar as outras
Necessidade de supervisão de projetos para patrocínio Formação de pessoal nas comunidades para elaborar projetos
Necessidade de capacitação para elaborar projetos de Promoção de encontros / eventos mais regulares (o CNFCP se
captação de recursos candidata?) Oficinas
Dificuldades com a burocracia dos formulários de projetos Buscar estratégias para tornar editais de apoio e fomento mais
culturais acessíveis
Editais de patrocínio e apoio são complexos e, às vezes, Inscrever grupos para tornarem-se pontos de cultura, talvez
inacessíveis aos grupos conjuntamente
Dificuldade em administrar recursos que entram nos projetos Suporte e supervisão de projetos para patrocínio **
Necessidade de apoio financeiro direto para os grupos (por Oficinas de orientação sobre como administrar recursos que
projeto) entram nos projetos **
Falta de patrocínio para gravação de CD’s Instrumentalizar comunidades (tecnologias, computadores,
artes)
Dificuldades decorrentes da entrada de $ nos projetos Criação de “associações culturais”
Oficinas de criação de “pessoas jurídicas”
INFRA-ESTRUTURA
Problemas com infra-estrutura Compra / aluguel / construção de espaços
Falta de espaço / sede, para se reunir, ensaiar e trabalhar. Conseguir locais de reunião e ensaio (com terreiro)
Falta de espaços para atividades
DIREITOS
Problemas com direitos autorais Oficinas sobre “direitos autorais”
COMUNICAÇÃO INTERNA
Falta de comunicação entre os grupos de jongo Promover festas grandes, médias e pequenas entre as
comunidades
Falta de comunicação entre as comunidades Promoção de encontros / eventos mais regulares (o CNFCP se
candidata?)
Desinteresse dos jovens pelo jongo Capacitação em áudio-visual das comunidades
Governo doar equipamentos / máquinas para comunidades
Instrumentalizar comunidades (tecnologias, computadores,
artes)
Fomentar intercâmbio de informações e experiências entre os
grupos (jovens lideranças, velhos, crianças)
Conseguir computadores com acesso à internet para dinamizar
comunicação entre grupos
Promover encontros entre jongueiros para troca de experiências,
registro de memória oral, (relatos) etc...
Levar grupos de jongo de diferentes cidades para São Luis do
Paraitinga, para incentivar a revitalização do jongo local
Promover encontros entre jongueiros dispersos nas situações de
festas
Nós precisamos nos encontrar mais vezes, encontrar
mecanismos para isso
Criar ocasião para troca de idéias sobre vários aspectos da
tradição jongueiras, principalmente sobre os pontos de jongo
Incentivar a prática de as comunidades jongueiras frequentarem
as festas umas das outras
16
COMUNICAÇÃO EXTERNA
Faltam oportunidades para que as populações da cidade Fortalecimento político por meio de exposição na mídia
conheçam a prática;
Meios de comunicação de massa não divulgam a cultura do Criar oportunidades para que as populações da cidade conheçam
jongo a prática do jongo **
Espaços na mídia são caros Produzir materiais, eventos, ações para sensibilizar os meios de
comunicação de massa a divulgar a cultura do jongo ***
Problemas gerados pela visibilidade das comunidades na
mídia
Falta de acesso à internet
Dificuldades de acesso à cultura, informação e à tecnologia
MEDIADORES
“Quem ajuda também limita”. As apresentações duram, às Esclarecer as comunidades em geral sobre a natureza diversa
vezes, uma hora, e a roda a noite inteira”; dos grupos - “religioso”, “tradicional”, “espetáculo”, etc; ***
Assédio por parte de “ONGs” e “pesquisadores” Fortalecimento das comunidades e capacitação para auto-gestão
(apropriação de terceiros que lucram com o jongo) ***
O público em geral não entende a natureza diversa dos
grupos - “religioso”, “tradicional”, “espetáculo”, etc;
Apropriação de terceiros que lucram com o jongo
ESCOLA
Não há repasse de jongo nas escolas Produzir cartilha com “pedagogia jongueira”
É difícil conseguir dispensa para os alunos que participam Criação de material didático do jongo
do grupo quando há apresentação
As professoras não sabem o que é cultura afro-brasileira Trabalhar o jongo nas escolas, como palestras de oficinas,
visando conscientizar os alunos sobre a importância do jongo,
para formar um público local que ame e respeite essa tradição
(Lei 10.639 de 2003)
As manifestações culturais afro só são abordadas na Promover a valorização do negro nas cidades onde há jongo,
“semana do folclore” principalmente nas escolas, visando aumentar a auto-estima da
população negra
TRADIÇÃO
Como lidar com a tradição nos grupos formados com a Criar fóruns de discussão sobre as transformações no jongo
intenção de apresentar o jongo em espetáculos? (Como lidar com a tradição nos grupos formados com a
intenção de apresentar o jongo em espetáculos?)***
6
O Programa Cultura Viva e a criação de Pontos de Cultura ocorre em 2004 pelo Ministério da Cultura
(Minc), com o objetivo de incentivar, preservar e promover a diversidade cultural brasileira. O programa
“contempla iniciativas culturais que envolvem a comunidade em atividades de arte, cultura, cidadania e
economia solidária. Essas organizações são selecionadas por meio de edital público e passam a receber
recursos do Governo Federal para potencializarem seus trabalhos, seja na compra de instrumentos,
17
ano de 2007, com o intuito de ampliar os recursos para a construção de políticas
públicas de salvaguarda de bens registrados, o IPHAN e o Minc decidiram estabelecer
parcerias com instituições para a implantação de Pontões de Cultura de Bens
Registrados.
Em um seminário realizado no mês de dezembro daquele ano, com a
participação de lideranças jongueiras, de representantes do Centro Nacional de Folclore
e Cultura Popular, do Departamento de Patrimônio Imaterial, das superintendências do
IPHAN, da Universidade Federal Fluminense, de consultores, parceiros e
colaboradores, foi debatido o projeto de criação do Pontão de Cultura do
Jongo/Caxambu.
Ficou decidido que a instituição gestora do Pontão de Cultura seria a UFF. Esta
proposição partiu dos próprios jongueiros, fundamentada no argumento de
fortalecimento do coletivo das comunidades, e decorreu da experiência de trabalho
acumulada pela universidade junto às comunidades. A UFF descentraliza suas
atividades em alguns campi no interior do estado, onde há presença do Jongo/Caxambu.
Tanto no Noroeste quanto no Sul do estado do Rio de Janeiro, a presença da
universidade fortaleceu a realização dos Encontros de Jongueiros. Diversos programas
e pesquisadores desenvolvem, há anos, investigações que encontram no jongo e nas
comunidades jongueiras valiosos interlocutores, como por exemplo, o Observatório
Jovem7, com trabalhos de pesquisa com jovens jongueiros; o Laboratório de História
Oral e Imagem (LABHOI-UFF) 8, com a estruturação de arquivo de fontes orais, visuais
e digitais e como centro de referência de história oral e da imagem; o Núcleo de
Pesquisa em História Cultural (NUPEHC/UFF), com o projeto “Jongos, Calangos e
Folias: Memória e Música Negra”9 em comunidades rurais do Rio de Janeiro; e o
Instituto Noroeste Fluminense de Educação Superior (INFES-UFF), com o projeto
“Encontros de Jongueiros”.
Pode-se, então, afirmar que os primeiros quatro anos do Plano de Salvaguarda
do Jongo se desenvolveram da forma que segue:
18
Objetivos:
Construir e desenvolver, de forma participativa, um projeto coletivo de
salvaguarda do Jongo no Sudeste, que articule e fortaleça uma rede de
comunidades jongueiras, para a garantia de direitos políticos e sociais e melhoria
da qualidade de vida de comunidades detentoras de um bem registrado como
patrimônio cultural do Brasil.
Políticas e Estratégias:
19
Desenvolver o Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu como um programa de
pesquisa e extensão da universidade para o aprofundamento da relação de parceria
entre o IPHAN, a UFF e as comunidades, com a participação de professores e a
colaboração e formação de estudantes no programa, assim como com o
compromisso com o desenvolvimento de ações nas comunidades e com a produção
de conhecimento sobre patrimônio, educação patrimonial e salvaguarda do
patrimônio imaterial, além de questões transversais à salvaguarda de um patrimônio
de matriz africana, como a educação étnico-racial;
Desenvolver as ações do programa a partir dos três eixos de ação estabelecidos no
Programa Cultura Viva (articulação/distribuição; capacitação/qualificação;
divulgação/difusão), uma vez que eles atendem às necessidades e demandas das
comunidades e neles podem ser desenvolvidas ações recomendadas pelo IPHAN nas
linhas norteadoras da salvaguarda do PI, a saber: Produção e Reprodução Cultural;
Mobilização Social e Alcance da Política; Gestão Participativa e Sustentabilidade;
Difusão e Valorização;
Planejar, desenvolver e avaliar todas as ações de forma participativa, com lideranças
jongueiras, técnicos do IPHAN, equipe da universidade, parceiros e consultores,
para a construção de um programa coletivo e democrático, que beneficie o conjunto
das comunidades participantes;
Constituir uma Comissão Gestora do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu
composta por lideranças jongueiras, técnicos, parceiros e consultores, para
monitoramento de todas as ações desenvolvidas no âmbito do Pontão de Cultura do
Jongo/Caxambu;
Respeitar os processos organizativos de cada comunidade integrante do Pontão de
Cultura do Jongo/Caxambu, com responsabilidade no trato das interferências
causadas pelas novas possibilidades que surgem a partir da presença do Estado nas
mesmas, por meio da política de salvaguarda do patrimônio imaterial, como o aporte
e a gestão de recursos, os processos de formalização, etc.
Estimular a participação de lideranças jongueiras, da equipe do Pontão de Cultura
do Jongo/Caxambu, e demais parceiros em fóruns, conselhos, reuniões, eventos e
seminários no campo da cultura, nas três esferas de governo, como forma de
contribuição de todos os parceiros, em especial as comunidades, para a consolidação
da política de patrimônio imaterial no país, nos estados e municípios.
20
3.1 - As ações desenvolvidas pelo Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu no biênio
2008/2009 (1º convênio com o IPHAN):
Em seus três eixos de ação, o Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu em 2008/2009
realizou:
I) Ações de articulação/distribuição:
1 – 04 reuniões de articulação, com a presença de aproximadamente 60
participantes em cada uma delas, entre jongueiro (a)s, professores,
pesquisadores, estudantes, parceiros institucionais e convidados. As reuniões
são realizadas em um final de semana, iniciando-se na sexta-feira à noite e
terminando no domingo, no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular,
na cidade do Rio de Janeiro (eleita como sede das reuniões pelos próprios
jongueiros, em função de sua centralidade e da possibilidade de, por suas
características culturais, dar maior visibilidade ao Jongo/Caxambu). A pauta
das reuniões versa sobre os principais problemas das comunidades
jongueiras, sobre o desenvolvimento das próprias atividades do Pontão de
Cultura, sobre questões relacionadas ao patrimônio cultural e às políticas
públicas de salvaguarda deste patrimônio. Conta-se ainda com a presença de
convidados, em geral representantes do poder público, para a interlocução
direta com as lideranças jongueiras sobre políticas públicas de garantia de
direitos. A cada reunião procura-se organizar ainda um evento que dê
visibilidade ao Jongo/Caxambu, aproveitando a presença das lideranças
jongueiras da região sudeste na cidade do Rio de Janeiro;
21
3 - 05 prêmios: uma das ações do Pontão de Cultura é a instituição de
prêmios para as comunidades jongueiras, mediante o lançamento de edital
público e da apresentação de projetos;
22
4 – Realização de 01 documentário de 67’ sobre o Jongo e os Jongueiros, o
filme “Sou de Jongo”;
5 – Criação do Portal do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu
(www.pontaojongo.uff.br);
2 - 06 eventos:
Apresentação de jongo na quadra do Império Serrano;
Cortejo e apresentação em praça pública em Bananal/SP;
O evento “Noite do Jongo”, criado pelos jongueiros do Vale do Paraíba
que participam do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu como ação de
difusão e divulgação do Jongo/Caxambu. O evento “Noite do Jongo”
priorizou, em 2010, a participação de 95 jovens, 32 lideranças jongueiras (02
de cada comunidade integrante do Pontão), além dos parceiros institucionais,
de professores e estudantes da Universidade Federal Fluminense, de
23
representantes de outros Pontões de Bem Registrado (Samba de Roda) e
Pontos de Cultura da região. Contou com o apoio das Superintendências do
IPHAN de MG e do RJ e do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
(CNFCP- IPHAN).
Roda de Jongo na Pedra do Sal, Centro da Cidade do Rio de Janeiro;
Participação na apresentação do Jongo da Serrinha, na sede do Cordão do
Bola Preta, Centro da Cidade do Rio de Janeiro.
Participação na organização e realização do I Encontro Capixaba de
Jongos e Caxambus, em Cachoeiro do Itapemirim/ES.
24
visibilidade aos grupos de jongo em seus municípios. Datas e locais de
realização:
Piquete/SP- 17 e 18 de Novembro de 2009;
Santo Antônio de Pádua/RJ- 20 de Novembro de 2009;
Quilombo Santa Rita do Bracuí/RJ - 11 de Fevereiro de 2010;
Piraí/RJ - 14 e 15 de Abril de 2010;
Miracema/RJ - 11 de Maio de 2010;
Porciúncula/RJ- 13 de Maio de 2010;
Serrinha/RJ - 28 de Agosto de 2010
Barra do Piraí/RJ - 01 de Setembro de 2010.
2 – Realização de 04 oficinas durante o evento “Noite do Jongo”, a saber:
Samba de Roda, Hip hop, Circo Social e Percussão; As oficinas foram
orientadas para a troca de saberes e experiências entre os participantes. Os
temas das oficinas foram definidos em parceria com as lideranças, tendo em
vista o público priorizado nesta edição, os jovens das comunidades de jongo.
3 – Realização de oficina para a elaboração de projetos para o edital da Ação
Griô: De 16 a 18/04/2010, no CNFCP, a oficina foi realizada em parceria
com a Comissão Regional RJ da Ação Griô. Participantes: 32 integrantes
das comunidades jongueiras e equipe do Pontão de Cultura do
Jongo/Caxambu.
4 – Seminário “Os tambores do Quilombo: afinando seus Pontos” – no
Quilombo Santa Rita do Bracuí-RJ (Angra dos Reis, dias 13 e 14 de março
de 2010) – Fórum de debate com as comunidades do Bracuí, de Barra do
Piraí e Pinheiral sobre a gestão de Pontos de Cultura.
5 – Realização de 02 oficinas para os jovens das comunidades do Sul
Fluminense, uma no Quilombo Santa Rita do Bracuí e uma em Pinheiral.
6 – Assessoria permanente às comunidades: visita mensal do assessor a cada
comunidade.
25
2 – Manutenção do Portal do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu
(www.pontaojongo.uff.br);
3 – Confecção de camisetas;
4 – Apoio às comunidades na organização de eventos:
Organização da Festa do 13 de Maio – Noroeste Fluminense e Zona da Mata
Mineira (Porciúncula, 13 de maio de 2010) – Comunidades envolvidas:
Carangola-MG, Miracema-RG, Santo Antônio de Pádua-RJ, Porciúncula e
Recreio-MG.
I Encontro de Jongo do Vale do Paraíba-SP (São José dos Campos, 21 de
Agosto de 2010) - Comunidades envolvidas: São José dos Campos,
Guaratinguetá e Piquete.
26
4. Manter e ampliar a Comissão Gestora do Pontão de Cultura do
Jongo/Caxambu como forma de participação na elaboração,
desenvolvimento e avaliação deste programa;
5. Instituir prêmios, mediante apresentação de projetos, para viabilizar
ações específicas das comunidades;
6. Criar 16 mini bibliotecas, uma em cada comunidade integrante do Pontão
de Cultura do Jongo/Caxambu, com pelo menos 50 títulos no acervo de
cada uma, que deve ter como tema as manifestações culturais de matriz
africana e questões a elas relacionadas;
7. Contribuir para o fortalecimento de outras formas de expressão das
comunidades jongueiras nas atividades do programa, tais como Folia de
Reis, Mineiro Pau, Boi Pintadinho, Calango, Pastorinhas.
B – Ações de Capacitação:
1. Realizar seminários, com a participação de escolas públicas e das comunidades,
para o reconhecimento da cultura jongueira a partir dos pressupostos da Lei Nº
11.645/08;
2. Realizar um seminário, com a participação de jongueiros, professores,
estudantes e pesquisadores, na Universidade Federal Fluminense, sobre
Patrimônio e Salvaguarda de manifestações culturais de matriz africana;
3. Potencializar as ações desenvolvidas pelos jovens nas comunidades, com o
incentivo à realização de oficinas permanentes dinamizadas por monitores nas
comunidades;
4. Garantir assessoria permanente às comunidades do Pontão de Cultura;
5. Realizar oficina em dez comunidades para a finalização de fascículo sobre a
mesma para a Coleção “O Jongo conta suas histórias”, como material de difusão
e de divulgação do Jongo/Caxambu.
27
3. Organizar publicações (fascículos) sobre o jongo e sobre cada uma das
comunidades integrantes do Pontão de Cultura;
4. Manter o Portal de Cultura do Jongo/Caxambu;
5. Organizar um livro, com pelo menos sete artigos, com a metodologia de trabalho
do Pontão de Cultura e com o desenvolvimento de temas relacionados ao
trabalho com o Jongo/Caxambu nas comunidades;
6. Editar um filme com a metodologia de trabalho do Pontão, a partir do acervo
existente;
7. Dar prosseguimento à edição de pequenos filmes, para uso didático, a partir do
acervo do Jongo/Caxambu existente na Universidade Federal Fluminense.
28
identidade negra, no registro do jongo como patrimônio cultural do Brasil, e no
Programa Nacional de Patrimônio Imaterial.
Dez são as comunidades jongueiras que se organizam em grupos informais,
sendo que três delas estão em processo de formalização. Nove comunidades não
possuem espaço para o funcionamento de suas atividades; entre elas, duas são pontos de
cultura. A questão de uma “sede” para o jongo nas comunidades é uma das principais
reivindicações das lideranças jongueiras.
Pode-se afirmar que as reuniões de articulação do Pontão de Cultura do
Jongo/Caxambu se constituíram como a ação mais importante do mesmo, uma vez que
é em seu âmbito que se discute e constrói a política de salvaguarda, com a participação
de todos os parceiros, em especial, de trinta e duas lideranças jongueiras. Elas
acontecem, geralmente, a cada dois ou três meses. Entre uma reunião e outra, são
realizadas as demais ações do programa, como as oficinas, seminários, assessorias, etc.,
que acontecem de forma descentralizada nas comunidades. Até o momento, foram
realizadas treze reuniões de articulação e, com base na análise dos relatórios das
mesmas, pode-se observar que:
1 – O tema “patrimônio” e a política de patrimônio imaterial estiveram presentes
em todas as reuniões, tanto na forma de debate e diálogo com representantes do IPHAN
sobre a política patrimonial, inclusive com solicitações de esclarecimentos, quanto na
forma de organização, planejamento e execução de ações concretas, como a produção
de material didático no campo da Educação Patrimonial, a realização de eventos de
valorização, difusão e divulgação do jongo/caxambu, e o debate sobre a inclusão de
novas comunidades no programa;
2 – O tema da falta de apoio por parte das prefeituras, da falta de conhecimento
das mesmas sobre a política nacional de salvaguarda do patrimônio imaterial, do uso
político das manifestações culturais feito por governos locais, do tratamento dado às
mesmas como “folclore”, e a reivindicação de uma ação do IPHAN junto às prefeituras
para que a política de patrimônio se estabeleça e consolide, de forma conseqüente, em
todas as esferas de governo, está presente em dez das treze reuniões;
3 – A questão da discriminação racial, do preconceito e da necessidade de ações
afirmativas está presente em onze das treze reuniões, seja na forma de relato de casos,
29
seja na forma de debate sobre o desenvolvimento de ações concretas, como oficinas e
seminários nas comunidades e em escolas 10;
4 – A questão da articulação em rede para o fortalecimento das comunidades
também está presente em onze das treze reuniões, seja sob a forma de debate, seja sob a
forma de desenvolvimento de ações concretas, como a participação nas Teias de 2008 e
de 2010 (Encontro Nacional dos Pontos de Cultura), nas pré-conferências setoriais e na
conferência nacional de cultura, na participação em reunião de avaliação da política de
patrimônio imaterial, junto com detentores de outros dezoito bens registrados, ou no
debate sobre ações coletivas junto às prefeituras;
5 – Referências e debate sobre o que aqui se denomina “mundo dos projetos”
(Monteiro e Sacramento, 2010) estão presentes em dez das treze reuniões, com a
solicitação de apoio na elaboração de projetos, assim como no enfrentamento das
dificuldades nos processos burocráticos de gestão de projetos, com especial ênfase nos
pontos de cultura, e a percepção da necessidade de formação de novos quadros nas
comunidades para o trabalho em colaboração com as lideranças no desenvolvimento de
tais ações, como o apoio dos jovens, que tiveram acesso a níveis mais elevados de
escolarização e que têm habilidades no uso do computador e internet;
6 – Nas treze reuniões, as ações do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu foram
debatidas, organizadas e avaliadas com as lideranças jongueiras;
7 – É significativa a mudança do papel assumido pelas lideranças durante as
reuniões. Um indicativo é o fato de que, nas primeiras reuniões, quando se abria espaço
para os informes das comunidades, poucas comunidades se manifestavam. Houve
momentos em que nenhuma se manifestou. A partir da sexta reunião, realizada em
dezembro de 2009; portanto, com quase dois anos de trabalho, todas as comunidades
têm informes, e estes são cada vez mais qualificados, com ações junto às prefeituras,
com o desenvolvimento de projetos comunitários, com atividades educativas,
participação em eventos, organização de eventos, etc. A hipótese é que as comunidades
estejam ressignificando suas formas de atuação local a partir da articulação em rede no
Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu.
10
A avaliação da Oficina de Identidade Negra em reunião de articulação gerou um denso debate sobre
esses temas. Para conhecimento da proposta e das ações da oficina, vale consultar Bernardo e Sacramento
(2009).
30
4 – Elementos para a elaboração de um Plano de Salvaguarda do Jongo/Caxambu
de médio e longo prazo:
Todo o processo de inventário, registro e salvaguarda do Jongo no Sudeste
desenvolvido até o ano de 2011 evidencia questões recorrentes e importantes para a
elaboração de um plano de salvaguarda de médio e longo prazo gerido pelo IPHAN, em
parceria com as comunidades e com instituições. Para a identificação de tais questões
será considerado o diagnóstico feito pelas comunidades no ano de 2006, o balanço das
reuniões de articulação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu registrado no item 3.4
deste documento, e o documento final da I Reunião de Avaliação de Planos e Ações de
Salvaguarda de Bens Culturais Registrados, realizada em São Luís (MA) entre os dias
18 e 20 de maio de 2010.
Esta reunião foi promovida pela Coordenação Geral de Salvaguarda do
Departamento de Patrimônio Imaterial (CGS/DPI) e pela Superintendência Estadual do
Maranhão (SE/IPHAN/MA) e contou com a participação de detentores e detentoras de
dezesseis bens registrados como patrimônio cultural do Brasil. Como consta no relatório
da mesma, precedeu a reunião, no dia 17 de maio, um encontro entre os técnicos do
IPHAN responsáveis pelo acompanhamento da salvaguarda dos bens registrados. No
encontro, foi apresentado oficialmente o Termo de Referência para os Planos de
Salvaguarda, documento produzido pela CGS/DPI a partir da avaliação das experiências
de acompanhamento da salvaguarda dos bens registrados como patrimônio cultural.
Este Termo de Referência se constitui como orientação para o desenvolvimento de
ações após o registro como patrimônio. Da mesma forma, a CGS/DPI apresentou a
metodologia para monitoramento e avaliação da política de salvaguarda a ser
desenvolvida com a participação dos técnicos do IPHAN e de gestores locais. Ambos
dos documentos foram apresentados a todos os participantes no decorrer da Reunião.
Durante a Reunião do Maranhão, os detentores e detentoras dos dezesseis bens
registrados presentes participaram de uma dinâmica similar àquela desenvolvida no
seminário de 2006, em que identificaram situações-problema e fizeram proposições de
soluções para as mesmas. A diferença, desta vez, foi que não se tratava apenas de
problemas apontados pelos detentores de um único bem registrado, mas sim dos bens
registrados como patrimônio cultural imaterial do Brasil.
A referência à Reunião do Maranhão não só oferece subsídios para a elaboração
do Plano de Salvaguarda do Jongo/Caxambu como corrobora a justificativa de
31
formalização do documento após praticamente seis anos de registro, como foi
explicitado na apresentação deste documento. Na verdade, a construção da política de
salvaguarda do patrimônio imaterial se constituiu como um desafio tanto para o Estado
quanto para a sociedade civil, representada pelos detentores dos bens registrados e por
várias associações e instituições. Foi com base nas experiências de desenvolvimento de
ações de salvaguarda em curso, em especial aquelas desenvolvidas nos Pontões de
Cultura de Bens Registrados, que a CGS/DPI elaborou os Termos de Referência dos
Planos de Salvaguarda, doravante elaborados imediatamente após o registro, como
condição para a salvaguarda do patrimônio imaterial.
No cruzamento das informações das três fontes citadas, cinco grandes temas são
recorrentes e se evidenciam sobremaneira: 1) A relação com o Estado, em especial nos
estados e municípios; 2) A discriminação, decorrente do preconceito racial; 3) A
elaboração e gestão de convênios e de projetos e o papel das lideranças
comunitárias nesses processos; 4) As condições de vida dos detentores e detentoras
dos bens registrados como patrimônio cultural; 5) A necessidade de espaços de
articulação, intercâmbio e de trocas entre os detentores dos bens registrados.
Na relação com o Estado, na Reunião do Maranhão, foram apontados vários
problemas relativos à adequação das estruturas e do funcionamento do próprio IPHAN
para a gestão da política nacional de patrimônio imaterial, assim como problemas
relativos às relações internas entre o Minc e o IPHAN para a gestão da política. Essas
questões também têm sido recorrentes nas reuniões de articulação do Pontão de Cultura
do Jongo/Caxambu e serão devidamente incorporadas ao Plano de Salvaguarda do
Jongo/Caxambu.
O problema da discriminação decorrente do preconceito racial aparece de forma
contundente nas três fontes. Em 2006, as lideranças jongueiras nomearam o problema
da seguinte forma: Igrejas evangélicas proíbem festas, tambores, etc; Preconceito
contra a prática do jongo. No relatório da Reunião do Maranhão, ela aparece como a
primeira situação-problema identificada pelos detentores e detentoras: Preconceito
(intolerância em todos os aspectos, discriminação, racismo, desrespeito) e intolerância
religiosa. Nas reuniões de articulação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, a
questão se fez presente em onze de treze reuniões realizadas até o momento, na forma
de relato de casos, na forma de debate sobre o desenvolvimento de ações concretas,
como oficinas e seminários nas comunidades e em escolas, na forma de debate sobre a
32
necessidade de inclusão dos jovens das comunidades nos programas das políticas de
ação afirmativa.
A questão da elaboração e gestão de convênios e de projetos relaciona-se
diretamente às formas de organização das comunidades, ao papel das lideranças e aos
modelos de gestão existentes na sociedade e no Estado. Esta questão ganhou presença
mais efetiva na vida das comunidades após o processo de patrimonialização e das novas
políticas culturais. Ela também se relaciona ao papel dos mediadores culturais e a uma
gama de implicações geradas pelas novas possibilidades existentes para as comunidades
detentoras de bem registrado a partir do processo de patrimonialização.
As condições de vida de detentores e detentoras de bens registrados também é
tema recorrente das fontes citadas e está diretamente relacionada aos sentidos da
salvaguarda anteriormente apresentados neste documento. No seminário de 2006,
lideranças jongueiras afirmam: Pobreza e falta de recursos das comunidades; Mestres
passam por dificuldades financeiras; Problemas de saúde dos jongueiros velhos;
Dificuldades de acesso à infra-estrutura médica. No relatório da Reunião do Maranhão,
a questão é explicitada da seguinte forma: Desconhecimento, pelo Estado, da realidade
sócio-econômica dos detentores dos bens culturais; Dificuldade na realização de ações
que viabilizem a sustentabilidade sócio-econômica, ambiental, cultural e jurídica dos
bens culturais e de seus detentores; Falta de condições de acesso à cidadania plena
pelos detentores dos bens culturais.
Na experiência do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, a necessidade de
espaços de articulação, intercâmbio e de trocas entre os detentores dos bens registrados
aparece como um dos grandes avanços na primeira etapa do plano de salvaguarda, com
a realização de treze reuniões de articulação até o momento que possibilitaram a criação
deste espaço e que fortaleceram a manifestação cultural do Jongo/Caxambu, as
comunidades integrantes do programa e, consequentemente, jongueiros e jongueiras.
Além das reuniões de articulação, contribuíram os seminários, oficinas e eventos
realizados, que possibilitaram inúmeras formas de encontro e de trocas entre as pessoas.
Esta experiência parece estar referenciada em vários pontos do relatório da Reunião do
Maranhão, como uma ação bem sucedida e reivindicada por detentores e detentoras de
bens registrados. A manutenção desta articulação em rede pelas lideranças das
comunidades jongueiras é objeto de preocupação e também de reivindicação após o
término do terceiro convênio do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu.
33
Outra fonte de preocupação é a inclusão de novas lideranças e comunidades
nesta rede, o que também foi identificado na Reunião do Maranhão e que está
diretamente relacionado à ampliação e à continuidade da política de patrimônio
imaterial.
O exercício para a proposição de um plano de salvaguarda que contemple as
comunidades jongueiras será feito a partir da organização das soluções apontadas para
os problemas identificados nos eixos de ação propostos pelo IPHAN para a construção
do plano de salvaguarda, a saber: Produção e Reprodução Cultural; Mobilização Social
e Alcance da Política; Gestão Participativa e Sustentabilidade; Difusão e Valorização.
OBJETIVO GERAL:
34
OBJETIVOS ESPECÍFICOS EM CADA UM DOS EIXOS:
OBJETIVO ESPECÍFICO:
35
1.2 - OCUPAÇÃO, APROVEITAMENTO E ADEQUAÇÃO DE ESPAÇO
FÍSICO PARA PRODUÇÃO, REPRODUÇÃO, ARMAZENAMENTO,
COMERCIALIZAÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL
OBJETIVO ESPECÍFICO:
36
Formalização da cessão de uso da Fazenda Roseira, em
Campinas/SP, à Associação Jongo Dito Ribeiro, com base na
legislação de patrimônio, fundamentada na ocupação de um
equipamento público comunitário por detentores do patrimônio
imaterial para a produção e reprodução de um bem registrado, como
já ocorre há três com as atividades educativas e culturais
desenvolvidas pela Associação naquele espaço, inclusive com a
manutenção e conservação do mesmo sem apoio do poder público;
Cessão de uso pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro do galpão
da Capemi ao Jongo da Serrinha, para a construção da Casa do
Jongo, em Madureira;
Aquisição, pela Prefeitura Municipal de Piquete/SP, da casa de Dona
Teresinha, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e cessão de uso
da mesma ao Jongo de Piquete, para o desenvolvimento das ações do
centro de referência do Jongo de Piquete;
Aquisição, pela Prefeitura Municipal de Guaratinguetá/SP, de uma
casa no Bairro do Tamandaré, local de referência do Jongo na cidade
e cessão de uso do espaço à Associação Quilombolas do Tamandaré,
para o desenvolvimento das ações do centro de referência do Jongo
no bairro;
Aquisição, pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos/SP, de
imóvel na zona leste da cidade, local de referência do Jongo, e cessão
de uso do espaço ao Jongo Mistura da Raça, para o desenvolvimento
das ações do centro de referência do Jongo na cidade;
Cessão, pela Prefeitura Municipal de Piraí/RJ, de espaço para o
centro de referência do Jongo de Arrozal.
37
Garantir a articulação entre as superintendências estaduais do IPHAN, o Pontão
de Cultura do Jongo/Caxambu, e instituições parceiras para a constituição e
organização do acervo dos centros de referência;
Garantir apoio ou das superintendências estaduais do IPHAN ou das prefeituras,
por intermediação daquelas, para associações e organizações jongueiras, para a
manutenção dos centros de referência do jongo nos municípios.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
38
para cada comunidade (tipo van) para atender as mesmas em suas atividades
cotidianas;
Garantir o acesso das comunidades jongueiras a ações sistemáticas e regulares
das superintendências estaduais do IPHAN para a salvaguarda do Jongo no
Sudeste, como forma de consolidação da política nacional de patrimônio
imaterial e de apoio às comunidades, inclusive com previsão orçamentária anual
para o aporte de recursos ao desenvolvimento de projetos, ações e iniciativas das
comunidades jongueiras.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
39
2 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL E ALCANCE DA POLÍTICA:
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Ampliar as ações do Plano de Salvaguarda do Jongo/Caxambu para novos
grupos já identificados, assim como proceder à identificação de outros grupos.
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS:
Garantir a realização de pesquisa permanente após o registro;
Promover ações de formação para que os grupos detentores possam realizar
inventários, pesquisas e continuar com ações de produção de conhecimento em
suas próprias comunidades, como forma de registro e documentação, e em
outras comunidades, como forma de aproximação para a inclusão no plano de
salvaguarda. Recomenda-se a aproximação com as comunidades de São Paulo
(Cunha, Lagoinha, Taubaté e São Luís do Paraitinga) e com as comunidades de
Minas Gerais;
Criar procedimentos que assegurem o reconhecimento de grupos, comunidades e
segmentos detentores dos bens culturais identificados após o registro.
No caso do Espírito Santo, organizar as ações do plano de salvaguarda com as
comunidades já identificadas com a Superintendência Estadual, com a Secretaria
de Estado de Cultura, e com secretarias municipais de cultura, sob a
coordenação da CGS/DPI/IPHAN.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
40
ao patrimônio por parte daquelas, para que o apoio dado pelas prefeituras
ultrapasse os limites do lanche e do ônibus eventual para a participação em um
evento e seja condizente com o apoio necessário a um patrimônio cultural do
país;
Sensibilizar estados e municípios para que também registrem o Jongo/Caxambu
como patrimônio cultural, como forma de reconhecimento e valorização da
manifestação cultural e de descentralização e fortalecimento da política de
patrimônio imaterial;
Discutir com os municípios a necessidade do acesso democrático de jongueiros e
jongueiras aos conselhos municipais de cultura, para que tenham participação
ativa nos processos de discussão, elaboração, implementação e avaliação das
políticas culturais em seus municípios de origem;
Articular a política de salvaguarda do patrimônio imaterial com outras políticas
setoriais para a ampliação e garantia de direitos das comunidades jongueiras e,
consequentemente, para o melhor desenvolvimento das ações do plano de
salvaguarda, como, por exemplo, as políticas da Fundação Palmares, da
SEPPIR, do MDA e do INCRA, no caso das comunidades quilombolas.
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS:
Promover capacitação periódica de servidores e gestores dos quatro estados da
região sudeste e de secretarias municipais sobre a política de salvaguarda, que
deve ser realizada conjuntamente pelo IPHAN e detentores dos bens culturais.
Recomenda-se a realização do programa “Balaios do Patrimônio” pelo IPHAN e
por jongueiros e jongueiras nos quatro estados e nos municípios que possuam
Jongo/Caxambu;
Articulação do IPHAN e detentores com outras instituições das três esferas
governamentais – dentro e fora da esfera das políticas culturais – para a
execução dos planos de salvaguarda dos bens registrados e conquista da
cidadania;
Articular a agenda do Plano de Salvaguarda do Jongo/Caxambu na pauta dos
conselhos estaduais e municipais de cultura/patrimônio;
Aproximar as superintendências estaduais do IPHAN dos conselhos estaduais e
municipais de cultura para a discussão e acompanhamento das ações do Plano de
Salvaguarda do Jongo/Caxambu;
41
Realização, pelo IPHAN, de campanhas efetivas de divulgação do patrimônio
imaterial nos estados e municípios.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Consolidar a política de patrimônio imaterial no IPHAN, não só no nível central,
mas em todas as superintendências estaduais, como parte importante e
institucionalizada da política de patrimônio cultural do país, para que se torne
efetivamente uma política pública de Estado.
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS:
Difundir a especificidade da política de salvaguarda de bens culturais de
natureza imaterial dentro do próprio IPHAN;
Comprometer as superintendências estaduais na observação dos instrumentos e
procedimentos criados pelo DPI para o inventário, registro e salvaguarda do
patrimônio imaterial, de forma que a política de Patrimônio Imaterial se
institucionalize em todas as superintendências do IPHAN, inclusive com a
criação de estrutura, corpo técnico, e dotação orçamentária para o
desenvolvimento das ações;
Contribuir para a efetivação do Sistema Nacional de Patrimônio nos estados e
municípios em que há a presença do Jongo/Caxambu;
Afinar a atuação do DPI com as secretarias do Minc e com as demais vinculadas
para organizar ações integradas de salvaguarda do patrimônio imaterial;
Elaborar Plano de Ação entre a SCC/Minc e o IPHAN para identificar iniciativas
que podem ser integradas, bem como para a criação de novas iniciativas;
Adequar as estruturas administrativas do IPHAN, no DPI e das
superintendências estaduais, e suas normas, à realidade dos bens culturais
imateriais, como forma de facilitar o desenvolvimento e o financiamento de
ações;
Adequar as estruturas jurídicas do IPHAN, no DPI e nas superintendências
estaduais, para o assessoramento e a proteção dos bens culturais imateriais e de
seus detentores de apropriações políticas, turísticas, comerciais, etc;
Realizar concursos públicos para atender à crescente demanda de técnicos na
área do patrimônio imaterial.
42
3 – GESTÃO PARTICIPATIVA E SUSTENTABILIDADE:
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Aprofundar, com o IPHAN e com instituições parceiras, o debate sobre a
salvaguarda do Jongo/Caxambu e questões que a envolvem, como a questão da
sustentabilidade das ações desenvolvidas pelas comunidades.
Discutir as condições de vida de jongueiros e jongueiras e as possibilidades de
alcance da política de patrimônio imaterial em contribuir para a melhoria das
mesmas, não apenas com o acesso ao mercado de bens materiais, mas,
especialmente, ao mercado de bens simbólicos, com a ampliação de acesso aos
direitos de cidadania de jongueiros e jongueiras, com atenção particular aos
jovens.
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS:
Realizar, periodicamente, diagnósticos sócio-econômicos para sistematização
das demandas a serem tratadas por políticas públicas específicas, que promovam
a qualidade de vida dos detentores;
Integrar às ações de salvaguarda a dimensão sócio-econômica relativa ao modo
de vida dos detentores;
Promover programa de educação previdenciária para os praticantes de ofícios
tradicionais em idade de contribuição;
43
Encaminhar discussão sobre benefício previdenciário específico voltado para
indivíduos idosos praticantes de ofícios tradicionais em situação de
vulnerabilidade social;
Formar detentores para a elaboração e gestão de projetos;
Estimular os grupos a estabelecerem convênios com outras entidades
governamentais;
Promover o entendimento das leis que regem os convênios por todas as partes
envolvidas (IPHAN, gestores, detentores);
Habilitação das entidades da sociedade civil para lidarem com leis e normas;
Empenho governamental no sentido da desburocratização dos processos
necessários para a gestão de convênios;
Buscar conhecer experiências e jurisprudências que permitam a
desburocratização dos procedimentos por outros órgãos.
4 – DIFUSÃO E VALORIZAÇÃO:
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Dar continuidade às ações de difusão e divulgação do Jongo/Caxambu
desenvolvidas na primeira etapa do plano de salvaguarda, por meio de
publicações e da realização de eventos.
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS:
Manter a produção de material didático em consonância com as políticas e
programas educacionais (LDB, Lei 11.645/08);
Publicar um livro-CD de pontos tradicionais das comunidades jongueiras;
Publicar um livro-CD de pontos inéditos das comunidades;
Realizar anualmente o Encontro de Jongueiros;
Capacitar as comunidades jongueiras nas linguagens e equipamentos
audiovisuais que garantam a manutenção de seus acervos e a edição de material
de difusão e divulgação do Jongo/Caxambu;
Incentivar a produção de documentários pelas comunidades jongueiras.
44
4.2 - CONSTITUIÇÃO, CONSERVAÇÃO E DISPONIBILIZAÇÃO DE
ACERVOS SOBRE O UNIVERSO CULTURAL EM FOCO
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Apoiar as comunidades jongueiras na criação dos centros de referência em cada
comunidade, assim como no tratamento, conservação e disponibilização do
acervo que já possuem, além da capacitação em novas tecnologias para o
registro constante de suas ações e ampliação do acervo.
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS:
Oferecer oportunidades de qualificação no uso e novas tecnologias a jongueiros
e jongueiras;
Oferecer acesso a equipamentos adequados ao desenvolvimento e manutenção
de acervos;
Oferecer oportunidade de qualificação quanto à organização, conservação e
disponibilização de acervos.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Atuar junto aos estados e municípios para que assumam os seguintes
compromissos com a educação: educação para as relações étnico-raciais em
todas as escolas; cumprimento da lei 11.645/2008 em todas as escolas; educação
patrimonial em todas as escolas.
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS:
Pautar as questões relativas à educação para as relações etnicorraciais e à
educação patrimonial em todas as ações desenvolvidas junto aos estados e
municípios;
Combater o racismo institucional e outras formas de preconceito na
Administração Pública;
Ampliar as discussões sobre preconceito e intolerância religiosa nas
comunidades jongueiras e em fóruns de discussão;
Difundir as leis específicas que tratam do racismo e da intolerância religiosa no
Brasil;
45
Divulgar mecanismos de apoio jurídico às comunidades que tiverem sido alvo de
ações de discriminação;
Incentivar o acesso e contribuir para a permanência de jovens jongueiras e
jongueiros nas universidades por meio de políticas de Ação Afirmativa, como a
modalidade de cotas para negros nas universidades e Programa Universidade
para Todos.
12
Coordenação dos grupos de trabalho para elaboração do plano de salvaguarda
do Jongo no Sudeste, sistematização e organização do material e redação final do
documento realizada por Elaine Monteiro e Mônica Sacramento, da equipe de
coordenação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu. Trabalho desenvolvido
entre os meses de maio a dezembro de 2011, na 11ª, 12ª, 13ª e 14ª reunião de
articulação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu.
46
Referências Bibliográficas:
ABREU, M., SOIHET, R & GONTIJO R. (orgs) (2007) Cultura política e leituras do
passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
ABREU, Martha e MATTOS, Hebe (2007) Jongos, registros de uma história in LARA,
S.H. e PACHECO, G. Memória do Jongo: as gravações históricas de Stanley J. Stein,
Vassouras, 1949. Rio de Janeiro, Folha Seca; Campinas, SP, CECULT.
47
____________ Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu: Ação Coletiva e Identidade
Negra em Comunidades Tradicionais. Trabalho apresentado no X Congresso Luso-
Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Sociedades Desiguais e Paradigmas em Confronto
– 4 a 9 de fevereiro de 2009. Universidade do Minho – Portugal.
48
Anexo 1
1996 Os jongueiros de Santo Antônio de Pádua e de Miracema e o Prof. Hélio Machado de Castro (UFF)
realizam o I Encontro de Jongueiros em Campelo, distrito de Santo Antônio de Pádua, Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro. Motivo: Falecimento de Dona Sebastiana, Mestre do Caxambu de Pádua,
em 1995. O Encontro de Jongueiros é realizado como um projeto de Extensão da UFF e conta apenas
com recursos comunitários e pequenas doações.
1997 Realização do II Encontro de Jongueiros, em Miracema, município vizinho da Pádua, nos mesmos
moldes do primeiro.
1998 III Encontro de Jongueiros, em Santo Antônio de Pádua, nos mesmos moldes dos dois encontros
anteriores.
1999 IV Encontro de Jongueiros, na Lapa, Centro da Cidade do Rio de Janeiro, nos mesmos moldes dos
anteriores / Novos grupos participam.
2000 V Encontro de Jongueiros, em Angra dos Reis, Sul do Estado do Rio de Janeiro, nos mesmos moldes
dos anteriores/ Criação da Rede de Memória do Jongo/Caxambu
2001 VI Encontro de Jongueiros, em Valença, Vale do Paraíba, Sul do Estado do Rio de Janeiro, nos
mesmos moldes dos anteriores.
2002 VII Encontro de Jongueiros, em Pinheiral, Vale do Paraíba, Sul do Estado do Rio de Janeiro, nos
mesmos moldes dos anteriores.
Solicitação de reconhecimento do jongo como patrimônio cultural por comunidades jongueiras
2003 VIII Encontro de Jongueiros, Guaratinguetá, Estado de São Paulo, Vale do Paraíba, nos mesmos
moldes dos anteriores.
Início do Inventário do Jongo do Sudeste
2004 IX Encontro de Jongueiros, na Lapa, Centro da Cidade do Rio de Janeiro. (Patrocinado por uma
grande empresa estatal brasileira).
2005 X Encontro de Jongueiros, Santo Antônio de Pádua (Patrocinado por uma grande empresa estatal
brasileira);
Registro do Jongo como Patrimônio Imaterial do Brasil
2006 XI Encontro de Jongueiros, no Quilombo São José da Serra, em Valença, Vale do Paraíba, Sul do
Estado do Rio de Janeiro (Patrocinado por uma grande empresa estatal brasileira);
Seminário no CNFCP com comunidades jongueiras para elaboração do Plano de Salvaguarda do
Jongo / Atividades regionais das comunidades jongueiras.
2007 Oficinas de elaboração de projetos para comunidades jongueiras no CNFCP como ação de
salvaguarda / Debate sobre Pontão de Cultura como ação de salvaguarda entre comunidades
jongueiras, IPHAN, UFF, organizações parceiras e consultores / Discussão e elaboração do projeto
do Pontão de Cultura.
2008 Início das atividades do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu; XII Encontro de Jongueiros, em
Piquete, Estado de São Paulo, Vale do Paraíba (Patrocinado por uma grande empresa estatal
brasileira).
Realização da Noite do Jongo (Barra do Piraí) em homenagem aos Mestres Jongueiros.
2009 Participação no I Encontro Capixaba de Jongos e Caxambus – ES
2010 I Reunião de Avaliação de Planos e Ações de Salvaguarda de Bens Culturais Registrados, realizada
em São Luís (MA)
Realização da Noite do Jongo (Vassouras) – Juventude Jongueira
I Encontro de Jongueiros do Vale – São José dos Campos
2011 II Encontro de Jongueiros do Vale – Guaratinguetá/SP
Dia 26 de julho: criação do Dia Estadual do Jongo no Rio de Janeiro.
49
Anexo 2
Lista de Presença:
Comunidades Jongueiras
Nome Localidade
Luciana dos Santos de Carvalho e Márcia dos São José dos Campos-SP
Santos Cunha
50
Luiz Carlos Rodrigues dos Santos e Roselene Vassouras-RJ
Rodrigues dos Santos
Consultores e Parceiros
51
David Nascimento Estagiário IPHAN/RJ
- Grupos de trabalho para discussão das ações gerais de salvaguarda (05 grupos).
- Relato dos grupos.
- Grupos de trabalho para discussão das ações específicas de salvaguarda em cada estado da
região sudeste com representantes das superintendências estaduais.
- Relato dos grupos.
Lista de Presença:
Comunidades Jongueiras
Nome Localidade
Angélica Souza Pinheiro e Luciana Adriano da Quilombo Santa Rita do Bracuí (Angra dos
Silva Reis-RJ)
52
Jeferson Alves de Oliveira (Jefinho) e Roseane Guaratinguetá-SP
Aparecida dos Santos Luciano
Laudeni de Souza e Márcia dos Santos Cunha São José dos Campos-SP
Consultores e Parceiros
53
Raquel Dias Teixeira CNFCP- IPHAN (Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular- IPHAN)
Lista de Presença:
Comunidades Jongueiras
Nome Localidade
Angélica Souza Pinheiro e Luciana Adriano da Quilombo Santa Rita do Bracuí (Angra dos
Silva Reis-RJ)
54
Jeferson Alves de Oliveira (Jefinho) e Roseane Guaratinguetá-SP
Aparecida dos Santos Luciano
Laudeni de Souza e Márcia dos Santos Cunha São José dos Campos-SP
Consultores e Parceiros
55
14ª Reunião de Articulação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu
Lista de Presença:
Comunidades Jongueiras
Nome Localidade
Angélica Souza Pinheiro e Luciana Adriano da Quilombo Santa Rita do Bracuí (Angra dos
Silva Reis-RJ)
Laudeni de Souza e Márcia dos Santos Cunha São José dos Campos-SP
56
Equipe Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu
Consultores e Parceiros
57
Anexo 3
58